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CONCEITO • Doença diverticular do cólon: É ter um divertículo no cólon, o que é diferente de ter diverticulite aguda • Os divertículos encontram-se no intestino grosso, e não no delgado. • São pseudosacos que se formam por protrusão da mucosa, através da camada muscular do intestino grosso → É considerado um pseudodivertículo, pois, não apresentam todas as camadas verdadeiras, tem apenas mucosa e submucosa (não tem serosa) → Não há camada muscular e, por isso, complicam tanto. • Geralmente, aparecem associado a algum vaso sanguíneo que penetra na parede, deixando-a frágil. • São mais frequentes na borda antimesentérica do cólon OBS: No meio do intestino sai um tecido vascular, o mesentério, o qual é irrigado por meio da cólica direita, cólica média, cólica esquerda, sigmoídeas. A borda em contato com os vasos é chamada de borda mesentérica, já que está em contato com esse tecido gorduroso. Os divertículos geralmente acontecem na borda anti-mesentérica, ou seja, do outro lado EPIDEMIOLOGIA • É bastante comum → cerca de 50% de prevalência. • 90% dos casos → doença em cólon distal (descendente, sigmoide e reto) – mais comum porque nessa região o óstio é pequeno, logo, a pressão intraluminal é maior • Dificilmente estará presente em cólon ascendente e transverso → comum nos orientais → cólon direito → tendo sintomas e tratamento diferente. *Para nós, o que é importante é a doença diverticular no cólon esquerdo/descendente → ocidente (é doença de país rico, de pessoas que comem mal (besteiras) – países industrializados • Incidência aumenta com a idade • Difícil aparecer em jovens de até 25, 30 anos • Começa a ser doença sintomática apenas em idosos • Idades o 40 anos → 5% o 60 anos → 30% o 80 anos → 65% o > 85 anos → 80% *Inicialmente, é mais comum em homens (40 a 50), depois a prevalência fica semelhante (50 a 70) e a partir dos 80 anos é mais comum em mulheres. • Gênero: sem predileção por sexo (no geral) NOMENCLATURA *Diverticulose é um nome generalizado. Pessoas que nunca tiveram nenhum evento chamamos de diverticulose assintomática. Quando a pessoa passa a ter algum sintoma chamamos de doença diverticular do colon. *A diverticulite pode ser não complicada ou complicada. A complicação pode ser: abcesso, perfuração, obstrução e hemorragia *Então podemos ter diverticulite simples (75% dos casos) ou podemos ter ela complicada (25% dos casos). As vezes o primeiro sintoma é a hemorragia digestiva baixa. DOENÇA DIVERTICULAR - NOMENCLATURAS DIVERTICULOSE Diverticulose nada mais é que ter o divertículo no intestino e não ter sintoma algum. Normalmente é achado de exames; DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON Presença de sinais e sintomas decorrentes ou associados a esses divertículos DIVERTICULITE Diverticulite é a inflamação desses divertículos por diversos motivos. O paciente costuma ter dor abdominal, diarreia, febre, dor a descompressão brusca, podendo evoluir para sepse de foco abdominal. Ou seja, esse é um quadro muito sintomático. OBS: Normalmente, os pacientes chegam no consultório relatando que tem diverticulite e que já acompanham. Na verdade, eles apresentam diverticulose, já que a diverticulite é um quadro agudo. SANGRAMENTO DIVERTICULAR Sangramento diverticular é uma complicação da diverticulose. DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON • Maioria das vezes são simples → 75% • Podem ser complicadas (raras) → 25% *Existe uma classificação que divide diverticulite em 4 graus, com base no grau da inflamação → porém essa classificação não é a classificação de doença diverticular *Conforme vai aumentando, muda a abordagem terapêutica A DOENÇA DIVERTICULAR NO JOVEM: • Pouco frequente • Mais comum em homens • Obesidade é um grande fator de risco (96% dos casos) • Mais virulenta – acaba sendo mais grave no jovem • Recorrência dos sintomas • A cirurgia só é indicada pra jovens sintomáticos com mais de 4 episódios de diverticulite *Como em jovens geralmente são quadros mais graves, eles são mais operados em relação aos idosos, visto que idosos são operados em casos de processos inflamatórios mais avançados! ETIOLOGIA É multifatorial (precisa de uma genética favorável + fatores ambientais) → envolve todo o conjunto • Diminuição de fibra alimentar • Diminuição da ingestão hídrica • Aumento da ingestão de carne vermelha • Aumento da pressão intralumial TODOS ESSES FATORES ACIMA, FAVORECEM UMA COMPARTIMENTALIZAÇÃO COLÔNICA → DIVISÃO DO CÓLON EM VÁRIOS SEGMENTOS • Além disso o próprio envelhecimento causa uma perda da elasticidade da musculatura intestinal - diminuição da elastina e um aumento da elastose (que é mais flácida) → hiperelastose • Essa hiperelastose favorece a perda da integridade da parede levando ao divertículo • Tabagismo, álcool e café NÃO SÃO MAIS fatores de risco para doença diverticular. Diferente da diverticulite aguda, em que esses fatores favorecem a inflamação do divertículo. O intestino grosso tem dois movimentos principais, sendo um de compressão, onde comprime o bolo fecal para extrair o máximo de nutrientes e, principalmente, água e o outro movimento é de propulsão para que o bolo fecal seja mandado para frente. As pessoas com fatores genéticos, obesidade e constipação, podem acabar tendo uma fragilidade da parede e, durante esses movimentos, podem se formam pseudodivertículos, gerando a doença diverticular dos cólons. *A doença pode ser sintomática ou não apresentar sintomas; *Há mucosa no divertículo, por isso, o comportamento é semelhante ao do intestino grosso. O problema, normalmente, acontece quando há obstrução do óstio de saída desse divertículo por sementes ou fezes endurecidas, por exemplo, levando a um crescimento bacteriano importante. Isso pode gerar edema, congestão venosa, necrose, perfuração e choque séptico. FISIOPATOLOGIA 1. Pontos de fragilidade → entrada dos vasos retos 2. Aumento da pressão intralumial (segmentação) 3. Alterações da motilidade intestinal 4. Deficiência de vitamina D 5. Genética → fator mais importante!! 6. Deposito de elastina → elastose Os divertículos são saculações que surgem no intestino grosso a partir do orifício por onde as arteríolas penetram a parede muscular (que são locais de fraqueza), entre as tênias. O evento que normalmente procede seu surgimento é o espessamento da camada muscular do sigmoide, em virtude da necessidade de propelir o bolo fecal pobre em fibras e de menor volume. Existem mais divertículos no cólon direto, principalmente no sigmoide, pois esses têm o calibre de sua luz reduzidos em relação ao colón ascendente e transverso, o que gera maior pressão intralumial e menor tensão na parede. Somando esse bolo fecal diminuído + esse lúmen estreito, o intestino precisa de contrações mais vigorosas para empurrar (aumentando a pressão nesse intestino!), isso favorece a herniação da mucosa pelo orifício de penetração dos vasos retos. LOCALIZAÇÃO • Envolvimento do sigmoide → 95% dos casos • Apenas sigmoide → 65% dos casos • Todo o colón → 7% dos casos • Próximo ao sigmoide → 4% dos casos *Deve saber apenas que, geralmente, se localizam no cólon esquerdo e, dificilmente, no cólon direito. CLASSIFICAÇÃO • Hipertônica – intestinos mais contraídos • Hipotônica – intestinos mais preguiçosos • Asiática • Congênita HIPERTÔNICA CURSA COM INFLAMAÇÃO CAUSANDO DIVERTICULITE É a forma mais comum, o óstio é mais estreito então tem mais obstrução → logo, maior chance de diverticulite • Fenômeno de pulsão • Diminuição de fibras → diminuição do volume fecal • Segmentação • Aumento da pressão intralumial • Herniação • Espessamento da musculatura • Redução do lúmen *Todas as vezes que há diminuição de fibra com diminuição de volume fecal, forma aquele complexo de segmentação, dividindo o intestino grosso em vários “gominhos”. Há aumento da pressão, tendo o processode herniação do saco e a parede muscular começa a ficar espessada, diminuindo a luz do órgão e, por isso, é chamada de hipertônica. A diminuição da luz do órgão favorece a formação dos processos inflamatórios, por isso, a forma hipertônica inflama mais. Esse espessamento da parede muscular leva um aumento da pressão tanto no divertículo quanto no cólon. A contaminação de bactérias, presença de corpo estranho como sementes, fecalitos e parasitas são muito mais comuns, sendo mais fácil a inflamação. Por esse motivo é mais associada a diverticulite aguda. Geralmente, acontece mais no sigmoide e, por isso, a dor clássica da diverticulite é na FIE. • Normalmente são múltiplos • Ocorrem no sigmoide e descendente • Anormalidade da musculatura HIPOTÔNICA CURSA COM HEMORRAGIA, GERANDO HDB * Há alteração do colágeno e acontece em maiores de 70 anos. A base do divertículo é super larga e, por isso, dificilmente terá inflamação, perfuração ou processo de diverticulite. Porém, devido essa base larga, há alteração dos vasos sanguíneos da base, aumentando a chance de sangramento. Assim, quando a doença diverticular sangra, geralmente é a forma hipotônica. Geralmente, acomete um pouco mais do cólon, por isso, o sangramento da doença diverticular é intenso, já que está disseminado por todo o cólon. Compare com a outra foto e observe como os orifícios dos divertículos são bem maiores que o anterior MANIFESTAÇÕES CLÍNICA DA DDC • Normalmente assintomáticos *Os pacientes irão fazer um exame de rastreio, como o a colonoscopia ou enema baritado, e então encontrarão os divertículos. *Importante ressaltar que a colonoscopia e o enema baritado devem ser utilizados para o diagnóstico de diverticulose e não de diverticulite aguda • Alguns pacientes tem o sintoma de diverticulite ou sangramento, que é o sintoma mais comum • O paciente terá dor abdominal (dor de cólica), tipo intermitente, em FIE, associada a flatulências, náuseas, vômitos, diarreia ou constipação, sem febre *Em casos mais graves pode até ter descompressão brusca positiva (Blumberg +) DIAGNÓSTICO • Devemos levar em conta a idade → se for mais velho temos que pensar em diverticulite, se for mais jovem já iremos pensar mais em apendicite • Anamnese → dor de cólica + distensão abdominal + flatulência + dor que piora com alimentação • Exame físico → dor localizada em FIE • Exame proctológico → geralmente sem alteração e principalmente para HDA • Exame retal • Exame radiológico • Colonoscopia EXAME FÍSICO • Pode ser normal → em pacientes assintomáticos • Pode ter formação de plastrão em FIE á palpação → em casos de diverticulite • Pode ter fistula colo-cutânea ou entero-cutânea (do intestino grosso para a pele) * A fístula mais comum é a cólon-vesical, sendo muito característica da diverticulite, tendo pneumatúria, fecalúria. EXAME COMPLEMENTAR: • Hemograma → discreta leucocitose com neutrofilia • Provas inflamatórias → VHS e PCR ↑ DIAGNÓSTICO ENEMA OPACO • Esse exame consegue caracterizar o divertículo com nitidez, e também consegue mostrar o trajeto fistuloso • É CONTRAINDICADO EM CASOS DE SUSPEITA DE PERITONITE POR PERFURAÇÃO → se estiver perfurado, está vazando fezes por toda a cavidade e, ao injetar o bário, irá empurrar essa sujeira ainda mais *O paciente ingere um xarope de bário VO ou via retal e depois é tirado um raio-x do cólon RAIO-X SIMPLES Não mostra muita coisa, é bom para ver complicações caso estejam presentes, como: o Pneumoperitônio No raio X conseguimos ver um risco acima do diafragma, que é o pneumoperitônio (sinal de dupla bolha) – no exame físico encontraríamos sinal de jobert (hipertimpanismo a percussão da região hepática) ARTERIOGRAFIA SELETIVA • Realizado em casos de sangramentos *Na arteriografia injeta contraste em um local de maior fluxo e verifica onde está o sangramento CINTILOGRAFIA • Também realizado em casos de sangramentos. *O exame mais sensível é a cintilografia com hemácia marcada, em que o paciente toma um líquido com algo radioativo, o qual entra nas hemácias de todo o copo, depois entra em uma máquina e o aparelho lê onde tem hemácias. Dentro de veias e artérias, os locais normais onde se encontram hemácias, ele consegue desconsiderar, apontando apenas os locais com sangramento patológico. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA (EDA) A EDA é um exame mais rápido, porém mais invasivo, mas é o de escolha. Ao colocar a câmera, consegue ver onde se encontra o sangramento. COLONOSCOPIA Sempre que o paciente tiver essa clínica (de diverticulite), depois que passar o quadro agudo, devemos fazer a colonoscopia → é essencial devido a associação com doenças como CA e pólipos USG • Só usar quando suspeitar de abcesso • Consegue ver a presença de coleção/abcessos intra- abdominais. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Melhor exame para analisar quadro agudo • É um exame preciso • Demonstra sinais de diverticulite • A classificação da doença é tomográfica, assim, não consegue saber se ela não for feita O abcesso está pericólico e do lado da bexiga. Provavelmente é decorrente de um divertículo que perfurou. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL • Apendicite aguda • Carcinoma colorretal • Síndrome do intestino irritável (SII) • Colite • Doenças inflamatórias intestinais → Crohn • ITU • DIP → mulher, leucorréia • Cistos de ovário • Gravidez tubária RISCO DE COMPLICAÇÕES • Tabagistas → sangramentos • AINES ou aspirina em dose alta • Álcool • Obesos • Dieta pobre em fibras *São fatores de risco para diverticulite e não para diverticulose OUTRAS COMPLICAÇÕES: • Abcessos • Sangramentos • Fístulas • Obstrução DIVERTICULITE Na maioria das vezes é causada por fezes/fecalitos no divertículo. Isso gera um processo inflamatório, levando a uma inflamação subclínica ou até mesmo peritonite generalizada. Pode gerar perfuração micro ou macroscópica. DIAGNÓSTICO • Dor em QSE → no inicio pode ser difusa • DB + → comprometimento de peritônio parietal • Febre baixa • Inapetência • Leucocitose • Desconforto abdominal • Massa palpável • Plenitude perirretal • Náuseas e vômitos • Diarreia ou constipação Resumindo, é uma “apendicite do lado esquerdo” INVESTIGAÇÃO • RAIO-X DE ABDOME AGUDO → para ver se tem pneumoperitônio, dilatação IG ou ID ou íleo ou até se tem abcessos (na prática dificilmente veremos abcessos por meio do RX). Em RX obstrutivos, poderemos ver alças totalmente aumentadas • TC DE ABDOME → é o padrão ouro para diverticulite aguda, já que com ela é possível estadiar e definir o tratamento, que pode ser por comprimido em casa, injetável, injetável forte ou cirurgia • USG → vemos espessamento de parede colônica • ENEMA OPACO → quando há dúvidas de diagnóstico, quase não é usado! • COLONOSCOPIA → não pode ser pedida em casos agudos devido a riscos de perfuração. O aparelho enche muito o cólon de gás, aumentando a pressão e facilitando a perfuração. No pronto socorro, paciente chega com a clínica de diverticulite → raio-x de abdome agudo (para ver pneumoperitônio, mas o exame padrão ouro é a TC RELEMBRANDO – RX DE ABDOME AGUDO 1. RX de abdome em pé → nível hidroaéreo 2. RX de abdome deitado → empilhamento de moedas e edema de alça 3. RX de tórax com cúpula diafragmática → pneumoperitônio CLASSIFICAÇÃO DE HYNCHEY ET AL.: IMPORTANTE! Essa classificação considera a localização dos abcessos e a extensão do processo infeccioso. Com ela é possível ver a gravidade e orientar o tratamento I. Abcesso pericólico: Há uma “bolinha” de pus ao lado do intestino inflamado. Consegue ser tratada com ATB VO em casa; II. Abcesso a distância: Dentro da pelve, em FID, entre outros. Deve internar e o ATB é feito EV; III. Peritonite purulenta: DB+, febre, taquicardia, mas há apenas pus no abdome. Deve internar e o ATB é feito EV, porém de amploespectro (“tiro de canhão); IV. Peritonite fecal: Quando há fezes na cavidade abdominal, um quadro grave em que o paciente fica séptico. Deve ser feito cirurgia. *Essa classificação é feita na TC. Há algumas outras opções de drenagem dos abcessos que ainda serão faladas. FÍSTULAS • 2% dos casos com doença diverticular complicada • Há inflamação local e pode haver abcesso e perfuração • Frequência: o Colo-vesical: 65%: Muito mais frequente que as outras, havendo saída de fezes pela urina; o Colo-vaginal: 25%; o Colo-cutânea; o Colo-enteral: O seu tratamento é por excisão cirúrgica • Em casos de fistulização é comum aparecer: fecalúria, disúria ou pneumatúria, saída de material fecal pela vagina, abaulamento do fundo de saco DIAGNÓSTICO • TC → melhor exame • Enema → pode ser usado • Vaginoscopia → casos de fístula para vagina • Cistoscopia • Fistulograma Fístula colo-vesical Fundo cego HEMORRAGIA • Causa mais comum de hemorragia digestiva baixa maciça – 30-50% • A causa mais comum de HDB em idosos é a doença diverticular • Sintoma predominante: hematoquesia não dolorosa, podendo também ter distensão, cólica e urgência evacuatória • Sangra de uma hora para outra e não dói, ou seja, é abrupta, indolor e de grande volume. • A forma hipotônica comumente se encontra por todo o cólon. • 70% apresentam resolução espontânea. • A fisiopatologia não é muito definida → como a base é larga, o fecalito faz uma erosão dos vasos, tendo o sangramento (são mais expostos a lesão, erosão e sangramento arterial, devido a base larga) • O exame de escolha é a colonoscopia, que consegue identificar o sítio de sangramento • Muitas vezes, a fonte não é identificada pela colonoscopia, devendo partir para arteriografia e cintilografia. • O tratamento inicial é a reposição volêmica, com SF ou sangue, jejum, já que quanto mais coisa passar, pior será o sangramento. Deve fazer hidratação e deixar uma sonda nasogástrica aberta para esvaziar o intestino. TRATAMENTO • ASSINTOMÁTICOS: tratamento conservador → reduzir peso nos obesos, maior ingesta hídrica e de fibras • SINTOMÁTICOS SEM COMPLICAÇÕES: analgésicos e antiespasmódicos • DIVERTICULITE AGUDA: deixar em jejum, ATB para cobrir gram negativos e anaeróbios, hidratação parenteral às vezes. Cuidado com os opioides, que são analgésicos potentes, porém paralisam o íleo e cólon, piorando a translocação bacteriana. A cirurgia é indicada, basicamente, em caso de perfuração (absoluta) e nos jovens que começam a ter sintomas muito frequentes (relativa). Há outras indicações, como obstrução, fístulas, ITU frequentes, neoplasia associada, hemorragia incontrolável, porém não precisa decorar. A cirurgia é feita, preferencialmente, por vídeo. Se não for na urgência, consegue preparar o cólon, dando laxante e limpando-o, sendo possível fazer a anastomose depois da retirada do segmento acometido. Fazer a anastomose com o cólon sujo, não é bom, e quando feita deixa uma colostomia. A área doente é essa vermelha, cheia de divertículos inflamados. Ao retira-la, precisa ligar as duas pontas sadias. Se estiver limpo, essa ligadura pode ser feita. Se estiver sujo, não faz ou faz a anastomose e faz uma colostomia do lado oposto (colostomia de proteção). O alimento entra no intestino grosso e vai para a colostomia antes de chegar na área de anastomose. NAS GRANDES HEMORRAGIAS, A ÚNICA SAÍDA É OPERAR. HYNCHEY I: • Nos abcessos pequenos, o tratamento é clínico. • Preconiza-se internação hospitalar para jejum, hidratação, antiespasmódicos, antibióticos e observação por 48-72 horas • Alguns casos selecionados podem ser tratados em regime ambulatorial, desde que seja possível o acompanhamento rigoroso • A antibioticoterapia deve cobrir gram negativo e anaeróbios, sendo o esquema: o CIPROFLOXACINO (500mg, VO, 12/12h) ou o CEFTRIAXONA e METRONIDAZOL (500mg, VO, 8/8h) o Duração de 10-14 dias • Durante fase aguda a dieta deve ser pobre em fibras para repouso intestinal • Após melhora do quadro agudo, deve ser instituída dieta rica em fibras e laxativos formadores de bolo fecal Nos abcessos grandes, há 4 opções: • 1º. Drenagem percutânea guiada por imagem (TC); • 2º. Colostomia amontante, para que as fezes não passem no abcesso e piore a infecção; • 3º. Laparotomia; • 4º. Videolaparoscopia. Agora, no momento, é importante saber que o tratamento é clínico. HYNCHEY II • Internação é obrigatória • Diverticulite complicada → ATB intravenoso até a estabilização da inflamação e, após, passar para via oral por 10-14 dias. Recomenda-se monoterapia: o AMPICILINA-SULBACTAM (3g – 6/6h) ou o PIPERACILINA/TAZOBACTAM (3,375g, 6/6h) • Falha do tratamento clínico do abcesso pequeno ou a apresentação de coleção pélvica demandam drenagem, que pode ser (preferencialmente) por radiologia intervencionista, guiada por USG ou TC. Se esses métodos não estiverem disponíveis, é necessária a abordagem cirúrgica HYNCHEY III E IV Depende do grau, porém no IV é sempre indicado cirurgia, com técnicas cirúrgicas específicas, porém não precisa decorar. • III e IV com peritonite purulenta ou fecal: tratamento cirúrgico de urgência • Conduta vai depender do segmento colônico acometido e do grau da peritonite • Como o sigmoide é o local mais comum: tem que fazer uma retrossigmoidectomia • IV: contraindica-se videolaparoscopia *cirurgia de Hartmann: retosigmoidectomia com sepultamento do coto retal no nível do promontório e colostomia terminal do coto proximal PROVA: Saber divisões, complicações, qual exame pedir, qual tratamento básico, saber que colono não faz em quadro agudo, mas que tem que fazer em todos os pacientes que já tiveram quadros agudos. Paciente chega com essa dor, fazer anamnese e exame físico, primeiro pedir um raio-x de abdome agudo e em segundo plano se ainda n saber, fazer uma TC, que ajuda no diagnóstico. Não são todos os casos que precisa entrar com ATB, casos leves n precisam, quadros mais graves precisam – febre intensa, idosos, imunodeprimidos, entrar com jejum – paciente vai melhorar – depois q melhorou você programa um retorno, uma colono e um acompanhamento, em casos graves e específicos vc indica cirurgia – n precisa saber os tipos de cirurgia RESUMO DA AULA O QUE É A DOENÇA DIVERTICULAR DO COLON • Presença de divertículos no cólon • Podem ser congênitos - herniações de parede inteira • Podem ser adquiridos o Mais frequentes o Principal localização: sigmoide o pontos de menor resistência o “pseudodivertívulos” o Herniação da mucosa e submucosa SINAIS E SINTOMAS • Alterações do ritmo intestinal • Dor no abdome inferior (FIE) • Maioria é assintomático COMPLICAÇÕES • Hemorragia digestiva baixa • Diverticulite MANEJO • Antiespasmódicos e analgésicos (não usar opiáceos) • Alimentos ricos em fibras • Aumentar a ingesta hídrica: 2-2,5L/dia • Suplementação dietética de fibras – Metamucil
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