Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE CONCRETO LEVE NA REGIÃO TRACIONADA DE PRÉ-VIGAS ALLYSSON EWERTON DA SILVA FOZ DO IGUAÇU - PR 2018 ALLYSSON EWERTON DA SILVA ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE CONCRETO LEVE NA REGIÃO TRACIONADA DE PRÉ-VIGAS Relatório final apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas–UDC, sob a orientação do Prof. (ADRIANO RISSON). FOZ DO IGUAÇU – PR 2018 CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE CONCRETO LEVE NA REGIÃO TRACIONADA DE PRÉ- VIGAS Acadêmico (a): Allysson Ewerton da Silva Orientador: Adriano Risson Nota Final Banca Examinadora: Prof.: Michel F. Albertin Prof.: Damim FOZ DO IGUAÇU-PR, 2018. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar à Deus, por me presentear com a oportunidade de concluir esse curso, se hoje sou a pessoa que sou, foi graças a Deus, que me deu a honra de ser um escolhido para caminhar com Ele. E para os meu pais, por terem batalhado e dado o máximo deles para que eu pudesse ser quem sou hoje, e se eu cheguei até aqui foi por eles. Agradecer também aos meus professores, uns que não apenas fizeram seu trabalho de ensinar, mas que também me ensinaram a gostar do que estudo, grandes mestres, e ao professor Adriano meu orientador, que me incentivou e me encorajou a não desistir do curso, E a UDC, que me proporcionou estruturas que me ajudaram e ajudarão a tornar esse projeto possível. “Se Deus é por nós, quem será contra nós” (Romanos 8:31) https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/8/31+ SILVA, Allysson Ewerton. ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE CONCRETO LEVE NA REGIÃO TRACIONADA DE PRÉ-VIGAS subtítulo. Ano de Realização 2018. Número total de folhas 57. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, Cidade Foz do Iguaçu, 2018. RESUMO As vigas são elementos estruturais, geralmente na horizontal que trabalha à flexão e transmite as cargas para os pilares; a estrutura de um edifício possui usualmente um conjunto de vigas chamada de vigamento, com isso temos estruturas com seu peso próprio elevado na construção do mesmo. Nesse trabalho foi abordado o método de vigas pré-fabricadas com concreto leve com argila expandida na parte tracionada da viga, com resistência de 20 MPa e o concreto convencional com resistência de 30 MPa, na parte comprimida, foi analisado estudos a flexão das vigas com o concreto de agregado leve armado com aço comum, visando a verificação, para este tipo de concreto, e as vigas serão dimensionadas de acordo com as recomendações da NBR 6118 - 2014 – Com 6 vigas ensaiadas tendo as mesmas dimensões, constituindo 2 conjuntos de vigas, sendo 3 vigas com o concreto leve na parte tracionada e 3 viga com o concreto convencional em toda a viga, para servir como base de resistência, para as possíveis comparações. Os resultados dos ensaios foram comparados com a análise teórica realizada a partir das recomendações da norma. As vigas foram dimensionadas no domínio 3, e apresentando-se os resultados obtidos, foi feita uma análise comparativa dos valores de resistência à carga de rompimento, fissuramento e também a aplicabilidade desse método, com suas vantagens e desvantagens para possíveis futuras estruturas mais leves na construção civil. Palavras-chave: Pré-viga. Concreto leve. Argila expandida. SILVA, Allysson Ewerton. ANALYSIS OF THE TECHNICAL VIABILITY OF THE USE OF LIGHTWEIGHT CONCRETE IN THE TRAPED AREA OF PRE-BEAMS. Year 2018. Total number of sheets 46. Completion of Coursework (Graduation in Civil Engineering) – Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, Foz do Iguaçu city .2018 ABSTRACT The beams are structural elements usually on the horizontal that works the flexion and transmits the load to the abutments, the structures of a building usually have a set of beams which are called girders, then, we have structures with their own weight lifted in the construction. In this paper, was approached the method of prefabricated beams with lightweight concrete and expanded clay in the traction portion of the beam, with resistance of 20 MPa and conventional concrete with resistance of 30 MPa, in the compressed part, was analyzed studies about bending of the beams with aggregate concrete with light reinforcement and common steel, aiming at verification, for this type of concrete, and the beams are sized according to the recommendations of NBR 6118-2014-with 6 beams tested with the same dimensions, constituting two sets of beams, being three beams with lightweight concrete in the traction part and three beams with the conventional concrete in all long the beam, to serve as a resistance basis, for possible comparisons. The result of the tests are compared with the theoretical analysis made from the recommendations. The beams were sized at the stage II, and by the results, a comparative analysis of the resistance values, disruption and cracking load was made, and also the applicability of this method, with its advantages and disadvantages for possible lighter future structures in a building. Key words: Girder. Beam. Lightweight concrete. Expanded clay. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Hipódromo da Gávea ............................................................................. 15 Figura 2 – Pre-vigas ................................................................................................. 17 Figura 3 – Construção do hotel Ibis Badget em Foz do Iguaçu ................................ 18 Figura 4 – Southwestern Bell Telephone Company ................................................ 21 Figura 5 – Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio I) .......................... 27 Figura 6 – Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio lI) ......................... 38 Figura 7 – Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio lIl) ........................ 29 Figura 8 – Comportamento dos domínios de deformações do concreto .................. 30 Figura 9 - Intervalos típicos de valores de massa específica de concretos com agregados leves........................................................................................................34 Figura 10 - Ensaio de Resistência à Compressão....................................................36 Figura 11 - Ensaiado do slamp..................................................................................38 Figura 12 - Fôrmas de madeira e armaduras utilizadas nas vigas............................40 Figura 13 - Pré-viga com argila expandida abaixo da linha neutra.......................... .40 Figura 14 - Primeira concretagem com argila expandida a abaixo da linha neutra...41 Figura 15 – Segunda concretagem com concreto convencional de 30 Mpa.............41 Figura 16 – Ensaio de flexão das vigas a três pontos...............................................42 Figura 17 – Pré-viga submetida ao ensaio de flexão simples...................................47 Figura 18 –Ruptura por flexão da pré-viga com concreto leve..................................48SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 1.1 PROBLEMA .................................................................................................................. 12 1.2 justificativa ..................................................................................................................... 13 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 13 1.3.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 13 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 13 1.4 HIPÓTESES ................................................................................................................... 13 1.5 Delimitação ..................................................................................................................... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 15 2.1 USO DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO ..................................................................... 15 2.1.1 Pré-viga e pré-laje .................................................................................................. 16 2.2 CONCRETO LEVE ....................................................................................................... 18 2.2.1 Concreto ..................................................................................................................... 18 2.2.2 Agregados leves ......................................................................................................... 19 2.3 CONSTRUÇÃO COM CONCRETO LEVE ................................................................. 20 2.3.1 Características da argila expandida ........................................................................ 21 2.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO LEVE ................................................................. 22 2.4.1 Resistência mecânica e massa específica ................................................................. 22 2.4.2 Produção e dosagem ................................................................................................. 23 2.5 CRITÉRIO DE DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ................................................... 24 2.6 ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO ................................................ 25 2.6.1 Estádio I ................................................................................................................... 25 2.6.2 Estádio II ................................................................................................................ 26 2.6.3 Estádio III ................................................................................................................ 27 2.6.4 Domínios de deformações ....................................................................................... 28 2.7 DOMÍNIOS ................................................................................................................ 29 2.7.1 Domínio 1 ................................................................................................................ 29 2.7.2 Domínio 2 ................................................................................................................ 29 2.7.3 Domínio 3 ................................................................................................................ 30 2.7.4 Domínio 4 ................................................................................................................ 30 2.7.5 Domínio 4a .............................................................................................................. 31 2.7.6 Domínio 5 ................................................................................................................ 31 3 MÉTODO E MATERIAIS ........................................................................................ 32 3.1. MATERIAIS ............................................................................................................. 32 3.1.1 Aço .......................................................................................................................... 32 3.1.2 Cimento ................................................................................................................... 33 3.1.3 Agregados miudos ................................................................................................... 33 3.1.4 Agregados graudos .................................................................................................. 33 3.1.5 Argila expandida...................................................................................................... 33 3.1.6 Formas ..................................................................................................................... 34 3.2. tipo de ensaio ................................................................................................................. 34 3.2.1 Resistência à flexão .................................................................................................... 34 3.2.1 Características das vigas .......................................................................................... 35 3.2.2 Ensaio a compressão e módulo de elasticidade ....................................................... 35 3.2.3 Módulo de elasticidade ............................................................................................ 37 3.2.4 Slump Test ............................................................................................................... 37 3.2.5 Instrumentação......................................................................................................... 38 3.2.6 Dimensionamento das Vigas ................................................................................... 38 3.2.6.1 Moldagem das Vigas ........................................................................................... 39 3.2.7 Ensaio de flexão simples ......................................................................................... 41 3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 43 3.3.1 Análise dos corpos de prova ..................................................................................... 43 3.3.2 Abatimento de Tronco de Cone (Slump Test) ......................................................... 43 3.3.3 Ensaio de Resistência à Compressão ....................................................................... 44 3.4 ANÁLISE DAS VIGAS ................................................................................................. 44 3.4.1 Análise do peso das prévigas. .................................................................................. 44 3.4.2 Análise da carga estimada em calculo. .................................................................... 45 3.4.3 Análise da carga de ruptura ..................................................................................... 46 4. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 50 5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 52 APÊNDICES ............................................................................................................. 55 APÊNDICE I .............................................................................................................. 56 12 1. INTRODUÇÃO A construção civil no Brasil vem ao longo dos anos buscando soluções que atraia investidores, e a pré-fabricação de peças estruturais vem brigando cada vez mais por espaço no mercado, e podemser uma grande estratégia para isso. (VASCONCELOS 2002). O concreto com agregados leves, também denominado de concreto leve estrutural, vem sendo cada vez mais incrementado na construção civil, devido aos benefícios promovidos pela redução da massa específica do concreto, como a redução de esforços na estrutura das edificações e a diminuição dos custos com transporte e montagem de construções pré-fabricadas (RENAN LUCAS SCBAR) Devido a busca frenética por melhorias e soluções para a construção de grandes estruturas, com as propriedades da pré-fabricação e do concreto leve estrutural, unindo os dois elementos analisaremos em vigas pré-fabricadas o uso desse concreto leve na parte onde não se exige grandes esforços de compressão, sendo que acima da linha neutra que é onde se exige grandes esforços com a resistência do concreto acima de 30 MPa, manteremos o concreto convencional, uma vez que as vigas serão concretadas em 2 etapas. Tendo em vista que compararemos vigas com concreto leve com argila expandida na parte tracionada com vigas pré- fabricadas com concreto convencional, compararemos suas resistências a carga de ruptura, de fissura e suas flechas respectivas, permitindo que as pré-vigas não só ajude acelerar o andamento das obras futuras, como também trará economia no custo final da obra, pela diminuição do peso próprio da estrutura e na diminuição de perdas de matérias no canteiro de obra, uma vez que a intenção é das pré-vigas serem feitas em uma fábrica especializada, tendo assim um controle melhor do desperdício e dos dimensionamento estrutural. 1.1 PROBLEMA Estruturas com o peso próprio elevados, e o longo tempo em que uma estrutura grande leva para ser feita 13 1.2 JUSTIFICATIVA Esse trabalho será feito devido a um novo método de construção que proporciona uma diminuição de matéria prima e desperdício da mesma, e obtendo possíveis estruturas mais leves, com isso não só diminuindo o peso próprio das estruturas, como também diminuirá o seu custo final. Com os resultados e análises realizados nas estruturas ensaiadas nesse trabalho, será possível constatar qual será a melhor utilização do concreto, uma vez que estaremos diminuindo a resistência do concreto na parte tracionada, pelo fato de que o esforço requisitado na parte tracionada da vigar ser menor em relação a parte comprimida, tendo assim possíveis vantagens, uma vez que seu peso próprio diminuirá, junto também com o seu custo final, tendo menos desperdício de material, e o uso de esforço desnecessário, onde não se é utilizado. 1.3 OBJETIVOS Verificar viabilidade de pré-vigas estruturais com concreto leve na região tracionada da viga. 1.3.1 Objetivo geral Analisar a viabilidade técnica da utilização de concreto leve com argila expandida na região tracionada de pré-viga. 1.3.2 Objetivos específicos Analisar a resistência à flexão das pré-vigas utilizando concreto leve Analisar a vantagem construtiva relacionada a perda de peso dos elementos Avaliar a rigidez dos elementos estudados Avaliar o modo de ruptura das vigas em estudo 1.4 HIPÓTESES Obter pré-vigas resistentes e mais leves, com seu peso próprio reduzido, obtendo com isso um mecanismo de construção com pré-vigas que proporcionará vantagens na montagem das mesmas, tendo também um controle no desperdício de 14 materiais, e principalmente no dimensionamento e posicionamento das barras de vergalhões de aço da parte tracionada das pré-vigas. 1.5 DELIMITAÇÃO A análise da viabilidade de pré-vigas com o uso de argila expandida, na sua região tracionada. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 USO DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quando o assunto é obra de grande porte, no Brasil, a pioneira a fazer uso de peças pré-moldadas foi o Hipódromo da Gávea, também conhecido como Jockey Clube Brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, consoante leciona Vasconcelos (2002). Referida obra foi construída em 1826, pela construtora dinamarquesa Christiani-Nielsen. O concreto pré-moldado foi utilizado em diversas soluções, tais quais as estacas e as cerca no perímetro da área reservada do hipódromo. Figura 1 – HIPÓDROMO DA GÁVEA Fonte: JOCKEY CLUBE BRASILEIRO. Mais tarde, na década de 50, destacou-se, em São Paulo, no ramo de utilização de pré-moldados em obras, a Construtora Mauá, que realizou inúmeras construções de galpões. Nessas obras, a técnica utilizada consistia em colocar as peças deitadas uma sobre a outra, numa sequência vertical, separadas por papel parafinado. Com isso, no escolario de Vasconcelos (2002), se economizou tempo e espaço no canteiro de obras. Já nos idos de 1963, inaugurou-se a primeira grande obra registrada de 16 edifícios de diversos pavimentos com estrutura reticulada em concreto pré-moldado. Trata-se do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (CRUSP). Tal conjunto foi construído por 12 (doze) prédios de 12 (doze) pavimentos, sendo que as edificações serviriam de alojamento para os atletas que participariam dos Jogos Paramericano de São Paulo, que ocorreria no ano seguinte. Como o tempo para construção foi exíguo, levando em consideração o porte da obra, temia-se que não daria para terminá-la tempestivamente. Nesse contexto, a solução encontrada foi fazer uso do concreto pré-moldado. Todavia, o referido processo foi empregado somente na metade dos prédios, uma vez que ainda era novo em solo brasileiro. Vale ressaltar que algo inusitado aconteceu: as obras moldadas in loco terminaram antes do que as pré-moldadas. Para Vasconcelos (2002), isso pode ter se dado pois o projeto foi entregue ao engenheiro Henrique Herweg para cálculo com curtíssimo prazo, aliada a ausência de softwares para auxiliá-lo, bem como a construtora não possuía o conhecimento para executar a obra em um prazo rápido. Por fim, registre-se que a pré-moldagem é cada vez mais usada no ramo da construção civil. Aliás, consoante relato de Doniak (2014), as peças pré-moldadas tiveram um papel essencial para a conclusão oportuna dos estádios utilizados na Copa do Mundo de 2014. 2.1.1 Pré-viga e pré-laje Atualmente, entre nós, prevalece o emprego de vigas, lajes e pilares moldados no local ("in loco), para posterior execução dos sistemas de vedação. Vale dizer, se tratando de construção de edifícios de múltiplos pavimentos, o sistema estrutural convencional ainda é o mais adotado. Contudo, com a criação do sistema estrutural em pré-vigas e pré-lajes, proporcionou-se maior controle da qualidade da execução da estrutura, aproveitamento das formas eliminação de etapas, assim como redução do prazo de execução e menor mão de obra. Por meio desse último sistema, tano as vigas como as lajes são executadas em duas etapas, isto é, na primeira, os elementos são pré-moldados em usinas e 17 montadas no próprio canteiro; na segunda, são moldados no local durante a execução do pavimento. Ademais, além das vigas e lajes, outros elementos como escadas e terraços também podem ser pré-moldados, seja total ou parcialmente. Os pilares são moldados no local, sendo que após a execução a estrutura possui comportamento idêntico ao do sistema convencional, pronta para receber a vedação. Diante do exposto, conclui-se que as montagens do sistema moderno são: a) velocidade de execução; b) confiabilidade de prazos; c) precisão geométrica e redução do revestimento de fachada; d) redução de mão de obra; e e) melhor aproveitamento das formas. Por fim, sob outra ótica, as desvantagens são as seguintes: a) investimento inicial; b) necessidade de equipamento de montagem; e c) espaço no canteiro para locação da usina de pré-moldados. Nas figuras abaixo, verifica-se a vista frontal dapré-vigas e pré-lajes, e elas sendo montadas. Figura 2 – VISTA FRONTAL DAS PRE-VIGAS. Fonte: AUTOR (2018) 18 Figura 3 – SISTEMA DE MONTAGEN DAS PRÉ-VIGAS (HOTEL HIBIS BADGET, EM FOZ DO IGUAÇU) Fonte: AUTOR (2018) 2.2 CONCRETO LEVE 2.2.1 Concreto Consoante ensinamento de Mehta e Monteiro (2008), concreto é um material composto que consiste essencialmente de um meio contínuo aglomerante, dentro do qual estão mergulhados partículas ou fragmentos de agregados. Nesse sentido, a mistura possui como objetivo envolver os agregados, complementando os espaços formados, bem como facilitar o manuseio. Já quando dura, a mistura reúne os agregados, formando um sistema com certa resistência aos esforços mecânicos e durabilidade, além de impermeabilidade. Salienta-se que preparo do concreto merece especial atenção ao fato água/cimento, uma vez que, caso o cimento seja em quantidade aquém da necessária, não se mostra integralmente hidratado. Lado outro, se for em quantidade superior, coloca-se em xeque sua resistência e permeabilidade, considerando que se criam espaços quando a água em excesso é alocada para a superfície e evapora. Para mais, conforme ensinamentos de Almeida (2002), a despeito do concreto 19 simples possuir considerável resistência à compressão, facilidade de adaptação às formas mais diversas, garantir segurança contra- fogo e ser um material de baixo custo de construção e manutenção, ele é um material que possui desvantagens. Com efeito, as limitações que acometem o concreto podem se resumir no elevado peso próprio, baixa resistência à tração, fissuração e necessidade de utilização de formas e escoramentos para a sua moldagem. Finalmente, vale registrar que são realizados experimentos com o fito de aprimorar as propriedades do concreto, tais como adições e aditivos químicos de sílica ativa, que majora a resistência à compressão, assim como os aceleradores de pega e os incorporadores de ar. 2.2.2 Agregados leves Em primeiro lugar, tem-se que a classificação de tais agregados se dá por meio de sua origem em naturais ou artificiais, ou, ainda, de acordo com a sua massa específica e sua possível utilização na construção civil. Com relação a primeira classificação, os agregados leves naturais possuem menor aplicação em concretos estruturais, em razão da grande variabilidade de suas propriedades e da localização e disponibilidade das jazidas. Rossignolo (2009) cita como exemplo a pedra-pomes e o tufo vulcânico. Por sua vez, os agregados leves artificiais podem ser produzidos a partir do tratamento térmico de materiais primas como argila, vermiculita e ardósia ou subprodutos industriais, tal qual a cinza volante e a escória de alto-forno (MAYCÁ et al., 2008). Já no que tange a segunda classificação, de acordo com American (2003), ela é subdividida em três grupos, quais sejam: Agregados para concretos isolantes: sua utilização resulta em um concreto de massa específica em torno de 300 kg/m³ e 800 kg/m³ e a resistência é desprezível; Agregados para concretos com resistência moderada: os concretos com esses agregados possuem resistência à 20 compressão entre 7 MPa e 17 MPa e, portanto, não tem função estrutural e as características de isolamento são intermediárias; Agregados para concretos estruturais: Resultam em concretos com maior resistência à compressão e são os únicos que podem ser empregados para fins estruturais. forno (MAYCÁ et al., 2008). 2.3 CONSTRUÇÃO COM CONCRETO LEVE Conforme relata o eminente Rossignolo (2009), em 1929, o edifício de escritórios da Southwestern Bell Telephone Company foi ampliado utilizando concreto leve. Referido edifício possuía 14 pavimentos de concreto convencional e havia sido projetado para receber mais oito pavimentos. Entretanto, verificou-se que se fosse utilizado concreto leve na nova estrutura, poderiam ser executados 14 pavimentos adicionais. Nesse caso, a resistência à compressão atingida foi de 25 MPa em 28 dias. Figure 4 - SOUTHWESTERN BELL TELEPHONE COMPANY. Fonte: ROSSIGNOLO (2009) 21 2.3.1 Características da argila expandida Moravia (2006) conceitua argila expandida como o produto obtido por aquecimento de alguns tipos de argila na temperatura em torno de 1200 C. Nessa toada, Gomes Neto (1998), citado por Rossignolo (2009), afirma que a expansão das matérias-primas naturais pode ser obtida, basicamente, através de dois processos industriais: sinterização ou forno rotativo. Com efeito, a sintetização consiste em um processo pelo qual a matéria-prima é misturada com uma quantidade adequada de combustível, que pode ser coque ou carvão moído, e sofre expansão com o aumento da temperatura devido à formação de gases. Nada obstante, o método cria poros abertos, fato que faz com que o produto resultante absorva mais água. Por seu turno, no forno rotativa, a massa da argila se molda formando uma massa viscosa e a outra parte se decompõe liberando gases, derivando um agregado com camada de proteção externa e interior poroso. A argila expandida é usualmente utilizada em indústrias têxteis, jardinagem e paisagismo, isolamento térmico e enchimento leve. Em tais casos, o processo produtivo não interfere nas características necessárias, mas para a utilização em concretos estruturais, a absorção de água pelo agregado influencia no produto final. De mais a mais, segundo Maycá et al. (2008), o processo de forno rotativo não pode ser utilizado em qualquer tipo de argila, é necessário que haja um teor de fundentes adequado para formar uma camada de proteção externa para que os gases não escapem e assim ocorra o inchamento da partícula de argila. Mister gizar que os agregados fabricados por esse método costumam apresentar granulometria variada, formato arredondado e interior formado por uma massa esponjosa microcelular. Por arremate, tem-se que, conforme Rossignolo (2009), o processo para a produção no método do forno rotativo pode ser dividido em oito etapas, senão vejamos: I) Homogeneização: a matéria prima é lançada em um depósito para homogeneização; 22 II) Desintegração: os torrões de argila são reduzidos a um diâmetro máximo de cinco centímetros; III) Mistura e nova homogeneização: tem a finalidade de deixar a argila com a trabalhabilidade adequada. É adicionado água e aditivo para melhorar a plasticidade e aumentar a sua expansão; IV) Laminação: a mistura passa por dois cilindros que eliminam os torrões maiores que cinco milímetros; V) Pelotas: o material é forçado contra uma placa perfurada com orifícios circulares, e são cortados por uma lâmina rotativa; VI) Secagem e queima: considerada a parte mais importante do processo, ocorre no forno rotativo. Na primeira fase, ocorre a secagem das esferas de argila. Na zona de combustão, o forno atinge a temperatura prevista para expansão das esferas, geralmente entre 1000°C e 1350°C; VII) Resfriamento: geralmente é utilizado um cilindro, na saída do forno, no qual é soprado ar por ventiladores. O ar quente é reaproveitado no interior do forno; VIII) Classificação e estocagem final: os agregados leves são classificados em peneiras vibratórias e armazenados para comercialização. 2.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO LEVE 2.4.1 Resistência mecânica e massa específica O concreto estrutural destinado a produção possui como principais características a resistência mecânica e a massa específica. Destarte, a relação entre essas duas propriedades é conhecida como fator de eficiência. A propósito, segue a seguinte fórmula: 𝐹E= 𝑅𝑒𝛾 𝛾 23 Onde: FE Fator de Eficiência (MPa.dm³/kg) Re Resistência à compressão (MPa)𝛾 Massa específica (kg/dm³) 2.4.2 Produção e dosagem A dosagem do concreto leve é determinada pela combinação mais econômica de determinados componentes, como cimento, agregados e água, de modo que as propriedades almejadas sejam atingidas, seja no estado fresco, seja no estado empedernido. Nesse diapasão, Rossignolo (2009) afirma que para a dosagem do concreto leve se pode utilizar os métodos utilizados para concretos de agregados de peso normal, no entanto, são imprescindíveis adaptações em função de determinadas características, senão vejamos. Urge a necessidade de se projetar um concreto com massa específica particular, tendo em vista que durante sua produção observa-se a flutuação do agregado durante a vibração, ao contrário do que ocorre com o concreto convencional, onde há concentração de argamassa na superfície. Além disso, a absorção de água dos agregados em testilha possui como corolário alteração no fator água/cimento, bem como afeta as características de trabalhabilidade e a resistência final. Ainda, vale ressaltar que o agregado leve é o responsável pela resistência do concreto, vez que a resistência da argamassa e da zona de transição é maior, logo, quanto mais superior for a dimensão do agregado, inferior é sua resistência. Segundo American (2003), o ACI 213 R possui dois métodos de dosagem, quais sejam, o das massas e o dos volumes. O método das massas é utilizado para concretos com agregados miúdos convencionais e agregados leves. Por sua vez, o método dos volumes é indicado para concretos com agregados miúdos e graúdos leves. Com o escopo de assegurar a trabalhabilidade, proteção à armadura e de 24 ancoragem da armadura, para a fabricação dos concretos com agregados leves, se recomenda que o consumo de cimento seja acima de 300 kg/m3. Por último, à luz da lição de Angelin (2012), para fazer uso de aditivos e adições minerais, deve-se introduzir o aditivo depois da mistura dos componentes, para diminuir o efeito causado pela absorção de água do agregado leve, o que diminui a eficiência do aditivo. 2.5 CRITÉRIO DE DIMENSIONAMENTO DE VIGAS Inicialmente, registre-se que o critério de dimensionamento de vigas utilizados no presente trabalho é aquele previsto na NBR 6118 (2014), sendo calculadas no estádio II. Segundo Bastos (2015), os elementos lineares são aqueles em que o comprimento longitudinal supera em, pelo menos, três vezes a maior dimensão da seção transversal, e também as respectivas barras. Na maior parte das vezes, as vigas recebem ações das lajes, de outras vigas, de paredes, e algumas vezes de pilares, etc., assim, sua função é vencer os vãos e transmitir as ações para os apoios, como os pilares. Ainda segundo o referido autor, as ações são geralmente exercidas perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, podendo ser concentradas ou distribuídas. Da mesma forma podem receber forças normais de compressão ou de tração, na direção do eixo longitudinal. As vigas, assim como as lajes e os pilares, também podem fazer parte da estrutura de contraventamento, responsável por proporcionar a estabilidade global dos edifícios frente as ações horizontais. As armaduras das vigas são geralmente compostas por estribos, chamados “armadura transversal”, e por barras longitudinais, chamadas “armadura longitudinal”. Com efeito, a flexão pode ser classificada de três formas, a depender dos esforços solicitantes que atuam na seção transversal, além do momento fletor. A primeira forma é a flexão pura, que ocorre quando apenas o momento fletor solicita a seção, produzindo somente tensões normais. A segunda forma é a flexão simples, que é quando atuam conjuntamente o momento fletor e a força cortante, promovendo as tensões normais e tangenciais na seção. Por fim, a terceira forma é a 25 flexão composta, que atua conjuntamente momento fletor e força normal. Pontua-se que o ensaio de Stuttgart é o mais famoso para a análise de flexão em uma viga de concreto. Por ele, é permitido analisar, simultaneamente, o comportamento da viga sob flexão pura e flexão simples. Além do mais, no referido ensaio é possível distinguir em estágios crescentes de carga até a ruptura da peça. Quando uma viga de concreto armado é submetida a um ensaio como o de Stuttgart, em cada estágio de carregamento podem ser medidas ou estimadas diversas grandezas, como as deformações absolutas e específicas no concreto e na armadura, flechas, rotações, entre outras. Conforme assevera Clímaco (2008), da observação desses ensaios, à medida que o carregamento assume valores crescentes até atingir a ruptura, podem ser identificadas algumas fases bem definidas no comportamento da viga, que foram denominadas “estádios” na literatura técnica. 2.6 ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO Segundo Pinheiro (2007), os estádios de deformação do concreto podem ser definidos como os vários estágios de tensão pelo qual um elemento fletido passa, desde o carregamento inicial até a ruptura. Com efeito, ao longo desse carregamento, distinguem-se basicamente três fases distintas: estádio I, estádio II e estádio III. 2.6.1 Estádio I O estágio I é o início do carregamento. Vale dizer, as tensões normais que surgem são de pouca magnitude e, dessa maneira, o concreto consegue resistir às tensões de tração. Tem-se um diagrama linear de tensões ao longo da seção transversal da peça, sendo válida a lei de Hooke. O vestibular estádio termina quando a seção apresenta a primeira fissura junto à face tracionada. Ademais, conhecido o momento de fissuração, é possível calcular a armadura mínima. 26 Consoante Pinheiro (2007) e Crispin (2004), em função da baixa resistência do concreto à tração, se comparada com a resistência à compressão, percebe-se a inviabilidade de um possível dimensionamento no estádio I. Figura 5 – COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO I) Fonte: PINHEIRO (2007) 2.6.2 Estádio II No estádio II de solicitação, o concreto não resiste mais à tração. Assim, a seção só equilibra o momento solicitante com armaduras tracionadas. A contribuição do concreto tracionado deve ser desprezada. Porém, a parte comprimida ainda mantém um diagrama linear de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke. Logo, no diagrama tensão-deformação, a região onde o concreto tem deformações de alongamento, sua tensão é zero e a região onde o concreto tem deformação de encurtamento ainda apresenta comportamento linear. Segundo Pinheiro (2007), no referido estágio é considerado para a verificação do ELS, como o estado limite de abertura de fissuras e o estado limite de deformações excessivas. Com a evolução do carregamento, as fissuras caminham no sentido da borda comprimida, a linha neutra também, e a tensão na armadura cresce, podendo atingir o escoamento. Conforme o autor citado alhures, o estádio II termina com o início da plastificação do concreto comprimido 27 Figura 6 – COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO II) Fonte: PINHEIRO (2007) 2.6.3 Estádio III É no estágio três que ocorre o dimensionamento dos elementos de concreto armado Pinheiro (2007). É dizer, a majoração da intensidade do momento fletor numa dada seção de uma viga, leva a um estádio do carregamento em que os materiais não obedecerão mais a Lei de Hooke. Nesse contexto, a determinação do momento fletor resistente de uma viga de concreto armado, diz respeito a uma verificação de um Estado Limite Último. Nessa verificação são adotadas as hipóteses de estádio III, conforme recomenda a NBR 6118:2014. No referido estádio, o concreto da região com deformação de encurtamento apresenta plastificação, alcançando sua máxima tensão de compressão resistente, que o leva à iminência da ruptura.28 Figura 7 – COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA FLEXÃO PURA (ESTÁDIO III) Fonte: PINHEIRO (2007) 2.6.4 Domínios de deformações Disserta o autor Clímaco (2008) que o domínio de deformações é um intervalo convencional que compreende todas as possíveis situações de ruptura da seção transversal plana de um elemento linear de concreto armado, para uma determinada solicitação normal. Cada domínio de deformações de um elemento linear sob solicitações normais (que produzem tensões normais na seção) é identificado com um modo de ruptura, por sua vez associado ao tipo de solicitação, às dimensões da seção e à taxa e disposição das armaduras de aço. 29 Figura 8 – COMPORTAMENTO DOS DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÕES DO CONCRETO Fonte: PINHEIRO (2007) 2.7 DOMÍNIOS 2.7.1 Domínio 1 No primeiro domínio, a ruptura da peça por tração não é uniforme e sem compressão. Tendo como referencial a figura acima, o primeiro limite é a reta a, da ruptura por uma força de tração no eixo da peça, normal à seção, que sofre apenas translação. Por seu turno, a reta c representa uma ruptura em que a resultante de tração é aplicada no limite inferior do núcleo central, com tração máxima na fibra extrema mais próxima e compressão nula na extremidade oposta. Por fim, tem-se que a ruptura no domínio 1 é denominada “tração com pequena excentricidade”. 2.7.2 Domínio 2 No segundo domínio, a ruína se dá por deformação plástica excessiva do aço, com a deformação máxima de 10% e sem esmagamento do concreto, portanto, a tensão normal de cálculo do aço é igual à resistência de cálculo de escoamento do aço, σsd = fyd. A deformação no concreto varia de 0 até Ɛcu. Assim, o concreto não 30 desempenha a sua capacidade máxima e, portanto, é mal aproveitado. A profundidade da linha neutra varia de 0 até Ɛcu d / (Ɛsu + Ɛcu). Nesse domínio, em que a flexão predomina, deve-se prevenir a ruptura frágil da peça na zona tracionada, característica das seções fracamente armadas, providenciando uma armadura mínima de tração. Pode-se dizer que a seção neste domínio é sub-armada. 2.7.3 Domínio 3 No terceiro domínio, a ruptura da peça se dá por flexão com o escoamento da armadura ocorrendo simultaneamente ao esmagamento do concreto comprimido, tendo Ɛcu a deformação máxima no concreto e, na armadura tracionada, a deformação varia de Ɛyd até 10%, isto é, o aço está escoando com tensão σsd = fyd. É a situação ideal de projeto, pois há o aproveitamento pleno dos dois materiais. A ruína é dúctil, já que ela ocorre com aviso, havendo fissuração aparente e flechas significativas. Neste domínio, a posição da linha neutra varia de Ɛcu.d / Ɛsu + Ɛcu até Ɛcu.d / Ɛyd + Ɛcu. Diz-se que a seção é normalmente armada. 2.7.4 Domínio 4 Da mesma forma que ocorre no terceiro domínio, o concreto encontra-se com a deformação relativa à ruptura, com Ɛc = Ɛcu. No entanto, o aço apresenta deformação abaixo de Ɛyd e, portanto, é mal aproveitado. O dimensionamento neste domínio é uma solução antieconômica, além de perigosa, porque a ruína se dá por ruptura do concreto e sem escoamento do aço. Com efeito, quando as peças de concreto são dimensionadas nesse domínio, diz-se que elas são superarmadas. Sendo assim, para evitar peças superarmadas pode-se optar por algumas soluções, tais quais: aumentar a altura h da seção transversal da peça, adotar o uso de armadura comprimida na seção transversal da viga ou aumentar a resistência do à compressão do concreto (fck). 31 2.7.5 Domínio 4a No domínio 4a, a seção transversal está sujeita à flexão composta. A ruptura se dá por compressão excêntrica, estando toda a seção e as armaduras comprimidas, com exceção de uma pequena região tracionada, nas fibras abaixo da armadura. 2.7.6 Domínio 5 No quinto domínio, a ruptura acontece por compressão não uniforme e sem tração. Utilizando como parâmetro a figura supratranscrita, a reta g representa a ruptura da peça com a resultante de compressão aplicada no limite do núcleo central, provocando o encurtamento máximo de Ɛcu na fibra extrema mais próxima e tração nula na extremidade oposta. Já a reta b representa uma ruptura por compressão uniforme ou axial, com a seção sofrendo apenas translação e rompendo o concreto com o encurtamento máximo de Ɛc². Salienta-se que a ruptura de seções no domínio 5 é proveniente da “compressão com pequena excentricidade”. 32 3 MÉTODO E MATERIAIS Segundo a NBR 6118 (2014), o cálculo para a realização do dimensionamento das armaduras das vigas devido aos esforços de flexão simples e da força cortante, em seções retangulares, é estipulado pelos procedimentos seguintes, em conformidade com os concretos do grupo ll. Os ensaios realizados nas vigas de concreto armado terão como objetivo analisar a rigidez dos elementos, resistência à flexão, modo de ruptura das vigas e as vantagens construtivas Utilizando como base dos métodos a serem executados nos corpos de prova, a NBR 5738 (ABNT, 2015) - moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, para moldar e preparar os corpos de prova, que será ensaiado conforme a NBR 5739 (ABNT, 2007) - ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Os corpos-de-prova foram desformados 24h depois da concretagem. Então foram colocados em um tanque de água, onde permaneceram até a data de rompimento dos mesmos. Na primeira etapa de concretagem das pré-vigas com o concreto leve, na região abaixo da linha neutra, de 20 MPa, foi respeitado sete dias de cura, só depois foi, após essa primeira cura do concreto, e em seguida com o concreto convencional de 30 MPa na região acima da linha neutra, na parte comprimida da viga, foram respeitados os sete dias de cura ainda na forma, só depois foi desformada e sob abrigo de intempéries até completarem 28 dias para então serem ensaiadas. 3.1. MATERIAIS 3.1.1 Aço O aço utilizado para a composição das armaduras passivas, bem como, armadura dos estribos o aço CA-50 Arcelomittal de superfície nervurada. Foram utilizados barras com diâmetros de 8mm, 12,5mm e 5mm para armadura passiva com suas características. Seguindo a recomendação descrita no item 8.3.5, da NBR 6118 (ABNT, 2014), o módulo de elasticidade do aço será admitido igual a 210 GPa. 33 3.1.2 Cimento O CP II-F-40, é um cimento portland composto com adição de Escória (34%), conforme a norma NBR/ABNT 11578. Por se tratar de um cimento mais fino, ele possui características de resistência mais elevadas em todas as idades. 3.1.3 Agregados miudos Agregado que passa na peneira com abertura de malha de 9,5 mm, que passa quase totalmente na peneira 4,75 mm, e fica retido, em sua maior parte, na peneira 75 μm; ou se define como a porção que passa na peneira de 4,75 mm e fica retida quase totalmente na peneira de 75 μm. (NBR NM 52, ABNT, 2002) Para realizar a caracterização dos agregados, serão utilizados a NBR NM 30 (ABNT, 2001) onde se refere aos agregados miúdos e a determinação da absorção de água, e também a NBR NM 52 (ABNT, 2002) onde especifica sobre agregados miúdos a determinação da massa específica e massa específica aparente. 3.1.4 Agregados graudos Foram utilizados agregados cuja maior parte de suas partículas fica retida na peneira com abertura com abertura de malha de 4,75 mm, ou a porção retida nessa mesma peneira. (NBR NB 53, ABNT, 2009). Todos os ensaios serão realizados seguindo a norma vigente. 3.1.5 Argila expandida São agregados cerâmicos leves, de formato arredondado com granulometria de até 32mm, com densidade média de 350 Kg/m³, produzidos artificialmente pelo aquecimento de certas argilas em um forno rotativo à 1100 - 1200 ° C, que se expandem pela retenção de gases formadosno seu interior durante o aquecimento. Por ser leve e ter características positivas, como a elevada permeabilidade e durabilidade, excelente isolamento térmico e acústico, a argila expandida é uma ótima opção para uso em uma variedade de aplicações (ECIVILNET). 34 Figura 9 - Intervalos típicos de valores de massa específica de concretos com agregados leves. Fonte: ROSSIGNOLO E AGNESINI (2005) 3.1.6 Formas Para as formas foram utilizadas madeiras de pinus, com espessura de 2,5mm e com 300 centímetros de comprimento. As ligações entre as peças foram feitas com pregos e o espaçamento das gravatas respeitando uma distância de 30 centímetros entre elas. 3.2. TIPO DE ENSAIO 3.2.1 Resistência à flexão O pórtico que será utilizado possui um macaco hidráulico com capacidade de aplicação de carga de 20 toneladas. Para o ensaio, foram feitos com vigas de 120 centímetros. Após as vigas serem curadas e desformadas. A analise a resistência à flexão das pré-vigas utilizando concreto leve, foram utilizados dois apoios bi apoiados em dois pontos localizados a uma distância 100 cm, e então foi aplicado uma carga concentrada no meio do vão, assim foi possível chegar o mais próximo de um carregamento. O carregamento foi aumentado gradativamente até atingir o colapso das vigas ensaiadas 35 3.2.1 Características das vigas Para se obter os resultados propostos nos objetivos desta pesquisa, foi analisado o sistema de construção utilizando pré-vigas de concreto armado. O número de vigas que foi analisado, foi determinada com base nas bibliografias estudadas e pela limitação dos equipamentos do laboratório. Outro limite se deu, pelo uso do relógio de medição de deformação que foi colocado no meio do vão, as dimensões das vigas foram de seção transversal retangular sendo 15 x 18 cm e comprimento total de 120 cm. Para obter os resultados mais próximo das cargas de ruptura, no dimensionamento das armaduras não foi aplicado nem um coeficiente de segurança, deixando assim, apenas as propriedades dos materiais utilizados para os ensaios. 3.2.2 Ensaio a compressão e módulo de elasticidade Os ensaios de resistência a compressão e modulo de elasticidade, tanto do concreto convencional como do concreto leve utilizando a argila expandida, foram feitos utilizando as normas NBR 5739 (2007) e NBR 8522 (2008). Com isso foi possível obter os resultados a resistência à compressão média, dos 2 modelos de concreto e de cada viga analisada. Foram feitos 6 corpos de prova para cada pré-viga, sendo assim, foi feito 3 corpos de prova de cada viga na primeira etapa, nessa parte foi dada a concretagem da parte tracionada da pré-viga utilizando o concreto leve com argila expandida, já na segunda etapa foi obtido mais 3 corpos de prova de cada viga, sendo esses agora do concreto convencional de 30 MPA. Com isso, se obterá, no total de quatro corpos de prova por viga, em um total de seis pré-vigas, sendo cinco com concreto leve e uma com concreto convencional para comparações, com isso se obterá 24 corpos de prova 36 Figura 10 - Ensaio de Resistência à Compressão Fonte: AUTOR (2018) A avaliação da resistência a compressão do concreto endurecido foi feita com corpos de prova de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, e serão desformados e deixados para serem curados submersos na água até a data de ruptura. A figura a seguir está exemplificando como será feito o ensaio da resistência a compressão do concreto endurecido. Dada pela equação: 2 4 d F fc Onde: 𝑓c é a resistência à compressão, em MPa F é a força máxima alcançada, em newtons d é o diâmetro do corpo de prova, em cm 37 3.2.3 Módulo de elasticidade Segundo o item 8.2.8 da NBR 6118:2014, quando não forem realizados ensaios, pode-se estimar o módulo de elasticidade inicial usando a expressão a seguir: ckci fE 5600 Sendo: 𝛼𝐸 1,2 para basalto e dia básico 𝛼𝐸 1,0 para granito e gnaisse 𝛼𝐸 0,9 para calcário 𝛼𝐸 0,7 para arenito 3.2.4 Slump Test A realização do ensaio de Slump, foi seguido a norma da NBR NM 67 (ABNT, 1998) – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Utilizando também a NBR NM 33 (ABNT, 1998) – Amostragem de concreto fresco. Assim foi possível obter a capacidade de auto adensamento do concreto. A figura a seguir está exemplificando como será feito o ensaio de Slump Test. 38 Figura 11 – Ensaiado do slamp Fonte: AUTOR (2018) 3.2.5 Instrumentação Os dados que foram adquiridos, foram realizados utilizando-se um sistema de pórtico bi apoiado com aplicação das cargas por um cilindro hidráulico com acionamento mecânico, com capacidade de 20 toneladas. 3.2.6 Dimensionamento das Vigas Foi calculado e ensaiado com antecedência os 2 traços de concreto utilizado, o com argila expandida e o com brita. Logo com a resistência desejada encontrada, foram dimensionadas 6 vigas sendo 3 com concreto leve na parte tracionada da via e 3 com concreto convencional com brita 01 sendo elas identificadas por (Vb-1, Vb-2, Vb-3, Va-4, Va-5 e Va-6), para a comparação dos resultados. As vigas estudadas são de seção retangular 15x18cm, possuindo 100 cm de vão. Foram utilizadas para armadura longitudinal 2 barras de 8mm de diâmetro, aço CA-50, e para armadura transversal foram utilizados vergalhões de 5mm de diâmetro 39 com espaçamento de 17cm, aço CA-50, sendo utilizado em todas as vigas as mesmas medidas e dimensões de armadura e seção das peças. Pela falta de normas para o dimensionamento de elemento em concreto leve estrutural, logo as vigas foram dimensionadas de acordo com as normas da NBR 6118 (2014). Os cálculos do dimensionamento das vigas podem ser observados no Apêndice I. 3.2.6.1 Moldagem das Vigas Para a montagem das vigas, foram utilizadas fôrmas de madeira, respeitando os requisitos básicos para o sistema de fôrmas de acordo com a NBR 14931 (2004). Antes da concretagem, foi passado desmolde em todas as vigas para minimizar a perda de água do concreto. As vigas foram concretadas em 2 etapas, sendo a primeira concretagem toda a região tracionada da viga, abaixo da linha neutra sendo as 3 no mesmo dia, atendendo o plano de concretagem descrito na NBR 14931 (2004). O adensamento do concreto se deu através de vibração mecânica, sempre com muito cuidado para não realizar uma vibração prolongada, para assim não ocorrer à segregação dos agregados. As vigas foram desmoldadas 48 horas depois da concretagem. Após a retirada das fôrmas, a cura das vigas realizou-se por molhagem. As vigas foram ensaiadas aos 28 dias de idade que é quando se atinge uma resistência elevada do concreto. Para cada viga concretada, foram moldados 6 corpos de prova, seguindo o procedimento de moldagem e cura, sendo submetidos ao ensaio de resistência a compressão no mesmo dia em que as vigas foram ensaiadas. 40 Figura 12 - Fôrmas de madeira e armaduras utilizadas nas vigas Fonte: AUTOR (2018) Figura 13 – Primeira concretagem com argila expandida a abaixo da linha neutra Fonte: AUTOR (2018) 41 Figura 14 – Pré-viga com argila expandida abaixo da linha neutra. Fonte: AUTOR (2018) Figura 15 – Segunda concretagem com concreto convencional de 30 MPa Fonte: AUTOR (2018) 3.2.7 Ensaio de flexão simples O ensaio de flexão simples adotado foi o ensaio de flexão a três pontos, como mostra a figura a seguir. Este ensaio consiste no emprego de uma carga crescente, sendo centralizada em relação aos apoios de uma barra de geometria padronizada, comprimindo as fibras superiorese tracionando as fibras inferiores. 42 Inicia-se o experimento com a colocação do corpo de prova no aparelho de ensaio, em seguida, a força é aplicada e o responsável por medir a deflexão é o manômetro, no qual permanece em contato com a viga. Figura 16 – Ensaio de flexão das vigas a três pontos Fonte: AUTOR (2018) 43 3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Nessa etapa foram apresentados os resultados obtidos nos ensaios descritos no capítulo anterior. Primeiramente, foi analisado os resultados nos corpos de prova, no qual foi definido o traço do concreto utilizado, e logo em seguida avaliado e comparado o comportamento das vigas. A análise feita foi de comparação com os resultados obtidos das 3 pré-vigas feitas com o concreto convencional, adotadas como referência. 3.3.1 Análise dos corpos de prova A seguir, foram avaliados os resultados dos ensaios dos corpos de prova no ensaio de abatimento de tronco de Cone (Slump Test), massa específica, resistência à compressão e ensaio de resistência à tração por compressão diametral. 3.3.2 Abatimento de Tronco de Cone (Slump Test) A tabela a seguir apresenta os resultados do ensaio de abatimento de tronco de cone para os concretos utilizados das dosagens dos traços de concreto. Tabela 1 - Abatimento (Slump Test) Slump do Concreto Abatimento (cm) Concreto com brita 15 Concreto com argila 13 Fonte: AUTOR (2018) Conforme os resultados apresentados, foi possível verificar que o abatimento no traço de concreto leve é menor que o abatimento do traço com brita. Os dois traços confeccionados não foram adicionados mais água além da quantidade estabelecida inicialmente. Como a argila é mais leve que a brita logo diminuiu a força a ser pressionado para baixo. 44 3.3.3 Ensaio de Resistência à Compressão A resistência à compressão dos corpos de prova confeccionados, obtidos a partir dos ensaios aos 7, 14 e 28 dias, são apresentados na Tabela a seguir. Tabela 2 - Resistência à Compressão dos concretos Traço 7 dias (MPa) 14 dias (MPa) 28 dias (MPa) Traço com brita Traço com argila 20,65 18,10 29,80 20,40 31,05 21,60 Fonte: AUTOR (2018) O ACI 213R-87 (1999) e o ASTM C330 (1991), definem como concreto leve estrutural o material que possui resistência a compressão mínima de 17 MPa aos 28 dias. Conforme a NBR 6118 (2014), a resistência mínima à compressão para o concreto convencional ser utilizado com função estrutural é de 20 MPa aos 28 dias. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, todos os traços de concreto leve atingiram a resistência mínima de 20 MPa já nos primeiros 7 dias. Vale ressaltar que, a alta resistência dos concretos adquiridos logo nos primeiros dias de idade, deve-se ao uso de aditivo plastificante. 3.4 ANÁLISE DAS VIGAS Através do ensaio de flexão simples a três pontos, as vigas foram analisadas quanto a carga de ruptura. 3.4.1 Análise do peso das prévigas. Através da pesagem das vigas após a cura de 28 dias das pré- apresentado na tabela a seguir. 45 Tabela 3 – PESO DAS PRÉ-VIGAS PRÉ-VIGAS PESO (Kg) Viga 1 com brita 85,200 Viga 2 com brita 84,100 Viga 3 com brita 85,700 Viga 4 com argila 60,900 Viga 5 com argila 58,100 Viga 6 com argila 59,000 Fonte: AUTOR (2018) Com esses resultados pode se ver que as vigas que foram utilizadas argila expandida apresentaram 21,900 Kg/cm 2 , já as pré-vigas com brita apresentaram 31,500 Kg/cm 2 , quando comparado as pré-vigas feitas com argila expandida com as feitas com brita, apresenta uma diferença de peso por metro/quadrado de 9,6 Kg/cm 2 , mais leve. 3.4.2 Análise da carga estimada em calculo. Todas as vigas suportaram as cargas calculadas de 2,7 Toneladas, com suas flechas respectivamente iguais, tanto a pré-viga com argila expandida como com brita 01, na tabela a seguir está suas respectivas flechas. 46 Tabela 4 – Flechas obtidas com carga de 2,700 toneladas PRÉ-VIGAS FLECHAS (mm) Viga 1 com brita 1,240 Viga 2 com brita 1,231 Viga 3 com brita 1,300 Viga 4 com argila 1,200 Viga 5 com argila 1,080 Viga 6 com argila 1,230 Fonte: AUTOR (2018) 3.4.3 Análise da carga de ruptura As vigas foram dimensionadas para o domínio 3, no qual têm, devido a Condição mais adequada da linha neutra, garantia de boas condições de ductilidade, sendo conduzidas a rupturas com aviso prévio, no qual a armadura escoa antes do rompimento do concreto, mostrando um quadro visível de fissuração da viga. A Figura a seguir apresenta no momento do ensaio de flexão simples, onde pode ser visualizada as fissuras do concreto antes da sua ruptura dúctil. 47 Figura 17 – Pré-viga submetida ao ensaio de flexão simples Fonte: AUTOR (2018) As vigas em concreto leve demonstraram um bom comportamento durante ensaio de flexão simples. Vale ressaltar que, todas as vigas confeccionadas suportaram as cargas calculadas e atingiram ruptura por flexão, de acordo com o dimensionamento. Foi observado também que não teve ocorrência de fissuras devido a não existência das barras de aço na região comprimida para a amarração das armaduras verticais. A figura a seguir apresenta a ruptura por flexão da pré-viga em concreto leve e concreto convencional. 48 Figura 18 –Ruptura por flexão da pré-viga com concreto leve Fonte: AUTOR (2018) As cargas de ruptura por flexão das vigas podem ser visualizadas a seguir: Tabela 5 – Cargas obtidas por ruptura das pré-vigas PRÉ-VIGAS Toneladas (T ) Viga 1 com brita 4,920 Viga 2 com brita 4,735 Viga 3 com brita 4,750 Viga 4 com argila 4,750 Viga 5 com argila 4,800 Viga 6 com argila 4,758 Fonte: AUTOR (2018) 49 Tabela 6 – Deformação obtidas por carga de ruptura PRÉ-VIGAS Momento fletor (mm) Viga 1 com brita 9,900 Viga 2 com brita 9,735 Viga 3 com brita 7,400 Viga 4 com argila 11,130 Viga 5 com argila 10,800 Viga 6 com argila 10,750 Fonte: AUTOR (2018) Com base nos resultados analisados, observa-se que as vigas em concreto leve resistiram entre 99,36% da carga suportada pelas vigas com concreto convencional. Como os valores da carga de ruptura das vigas em concreto leve foram aproximados ao valor da carga de ruptura das vigas com concreto convencional, observa-se um ótimo comportamento das pré-vigas em concreto leve quanto à carga de ruptura, quando submetidas ao ensaio de flexão simples, e ainda se observasse uma melhoria na diminuição do peso-próprio das vigas. 50 4. CONCLUSÃO Frente à busca constante por novos materiais na área da construção civil, este trabalho buscou colaborar com os estudos sobre concreto leve, utilizando argila expandida 2215, em substituição do agregado graúdo convencional, procurando colaborar para o dimensionamento de elementos em concreto leve com função estrutural. A execução do programa experimental possibilitou a obtenção das seguintes conclusões: Quanto a análise da trabalhabilidade dos concretos leves estudados, todos os traços apresentaram trabalhabilidade adequada para a moldagem dos corpos de prova. Como a resistência à compressão mínima exigida para concreto convencional com função estrutural é de 20 MPa aos 28 dias, conclui-se que, o traço de concreto leve analisado, apresentou resistência mínima exigida para ser utilizado como concreto com função estrutural, logo aos 7 dias de idade. A partir do traço calculado para a argila e um traço para a brita 01, utilizandoa mesma armadura longitudinal, força cortante e de mesma seção, notou-se que ao comparar os dois traços com a resistência obtida pela flexão simples das pré-vigas com concreto convencional, se obteve 99,36% da resistência final em relação ao concreto convencional. Para a massa específica, analisa-se o comportamento previsto, isto é, a redução significativa da massa específica correspondente à substituição total do agregado graúdo convencional pelo agregado graúdo leve. Está redução da massa específica pode ser até 9,6 Kg/m inferior a massa específica do concreto convencional. As vigas em concreto leve demonstraram um bom comportamento durante o ensaio de flexão simples, resistindo até 99,36% da carga de ruptura suportada pelas vigas convencional, conclui-se um bom comportamento do concreto leve com o uso de argila expandida para função estrutural, demostrando-se como uma boa alternativa quando o peso próprio da estrutura for um fator limitante, ou para o 51 transporte das pré-vigas, uma vez que seu peso próprio diminui cerca de 10% em relação as confeccionadas com concreto convencional. 52 5. REFERÊNCIAS ______.NBR 5738 – Moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. Rio de Janeiro, 2015. ______.NBR 5739 - Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007. ______.NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2014. ______.NBR 8522 – Concreto: determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008. ______.NBR NM 30 – Agregados miúdos – Determinação da absorção de água. Rio de Janeiro, 2001 ______.NBR NM 52 – Agregados miúdos – Determinação da massa específica. Rio de Janeiro, 2003. AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Relatório de Avaliação dos Esforços para Implantação da Coordenação Modular no Brasil. Brasília, 2010. ALMEIDA, M.C.F. (1984) apud VENTORINI, L. A. – Fissuração de vigas de concreto armado – Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1996. Disponível em:< http://www.set.eesc.usp.br/static/media/producao/1997ME_AntonioJorgedeAssuncao Caldas.pdf> Acesso em: 7 de maio de 2016 AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Guide for structural lightweight aggregate concrete. ACI 213R-03. USA, 1999. 53 ANGELIN, Andressa F. Concreto leve estrutural - Desempenhos físicos, térmicos, mecânicos e microestruturais. 126f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas, Limeira, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. BASTOS, P. S. D. S. Flexão Normal Simples – Vigas. Universidade Estadual Paulista. Bauru, 2015. BASTOS, P. S. D. S. Fundamentos do Concreto Armado. Universidade Estadual Paulista. Bauru, 2006. CLÍMACO, J. C. T. S. Estruturas de concreto armado: fundamentos de projetos, dimensionamento e verificação. Editora UnB. 2. Ed. Brasília, 2008. CLÍMACO, J. C. T. S. Estruturas de concreto armado: fundamentos de projetos, dimensionamento e verificação. Editora UnB. 2. Ed. Brasília, 2008. CLÍMACO, João Carlos T. S. Estruturas de Concreto Armado: fundamentos de projeto, dimensionamento e verificação. Brasília: Editora UnB, 2008 DONIAK, I. L. O. Pré-moldado de concreto foi decisivo nas obras das arenas da Copa. Concrete Show, 2014 Disponível em: <http://www.concreteshow.com.br/pt/imprensa/releases/769-pre-moldado-de- concreto-foi-decisivo-nas-obras-das-arenas-da-copa> Acesso em: 18 jan. 2015. JOCKEY CLUBE BRASILEIRO. Disponível em: <http://www.jcb.com.br/> Acesso em: 15 nov. 2014. 54 MAYCÁ, Jeferson; CREMONINI, Ruy A.; RECENA, Fernando A. P. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA ARGILA EXPANDIDA NACIONAL COMO ALTERNATIVA DE AGREGADO GRÁUDO PARA CONCRETOS LEVES ESTRUTURAIS (CLE). 2008. MEHTA, Kumar; MONTEIRO, Paulo J. M. Concreto: Microestrutura, propriedades e materiais. São Paulo, IBRACON, 2008. PINHEIRO, L. M. Fundamentos do Concreto e Projeto de Edifícios. Universidade de são Paulo. São Carlos, 2007. PINHEIRO, L.M.; MUZARDO, C.D.; SANTOS, S.P. – Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, 2007. Disponível em:< http://coral.ufsm.br/decc/ECC1006/Downloads/Apost_EESC_USP_Libanio.pdf> Acesso em: 5 de março de 2016 ROSSIGNOLO, João A. Concreto leve estrutural: produção, propriedades, microestrutura e aplicações. 1 ed. São Paulo: PINI, 2009. SANTOS, L.M. Cálculo de Concreto Armado. Volume l, p.541. Ed. LMS. São Paulo, 1983. VASCONCELOS, A. C. (2002). O Concreto no Brasil: pré-fabricação, monumentos, 55 APÊNDICES 56 APÊNDICE I DIMENSIONAMENTO DAS VIGAS Seção Retangular: 15x18x120cm. Concreto: 30 MPa. Concreto leve: 20 MPa. L (distância entre apoios) = 100 cm bw = 15 cm d = 15 cm Apoio para prensa de ensaio = 10 cm Armadura longitudinal = 2 b Ø 8mm 1 cm² - Variáveis Complementares = 1 1 = 0,68×15×15×3,0 1×50 × βx βx = 0,109 = 1− (0,4. ) = 1− (0,4. 0,109) = 0,956 - Mrd1 1= . . . 1= 1. 0,956. 15. 50 1= 717 KN.cm 57 - F 717 = 𝐹×100 4 F= 28,7KN Adotado F= 2,7 Toneladas - Armadura Transversal 2 = 0,27. 2 . . . 2 = 0,27. ) . 3. 15. 15 2 = 160,38 = 0,6 . . . = 0,6. (0,21.√(30)²3 ).15 .15 = 27,37 kN 3 = + = 27,36 - 27,37 = 0 = 0,2 . = 0,2 . = 0,12% ) min= .30 = 3,48 ²/m 58 Para Ø 5 mm 0,0348 × 𝑆 = 2 × (𝜋 × 0,25)/4 S = 17 cm 2R Ø 5 mm c/ 17cm