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Fisiologia Cardiovascular: Controle local e Humoral da Circulação

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1 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
CONTROLE LOCAL E HUMORAL DO 
FLUXO SANGUÍNEO DOS TECIDOS: 
CONTROLE LOCAL DO FLUXO SANGUÍNEO EM 
RESPOSTA ÀS NECESSIDADES TECIDUAIS: 
 Princípio fundamental da função circulatória: a maioria 
dos tecidos é capaz de controlar seu próprio fluxo 
sanguíneo de acordo com suas necessidades metabólicas 
o Suprimento de O2 
o Nutrientes: glicose, aminoácidos e ácidos graxos 
o Remoção de CO2 
o Remoção de íons hidrogênio 
o Manutenção das concentrações necessárias de íons dos 
tecidos 
o Transporte de hormônios e outras substâncias 
 Cada órgão tem suas necessidades e exercem graus 
extremos de controle local do fluxo sanguíneo, como 
mostrado na tabela abaixo. 
Fluxo Sanguíneo em Diferentes Órgãos e 
Tecidos sob Condições Basais 
 
Porcentagem 
de Débito 
Cardíaco 
mL/min 
mL/min/100 
g de Peso 
Tecidual 
Cérebro 14 700 50 
Coração 4 200 70 
Brônquios 2 100 25 
Rins 22 1.100 360 
Fígado 27 1.350 95 
Porta 21 1.050 
Arterial 6 300 
Músculo 
(estado 
inativo) 
15 750 
 
4 
Osso 5 250 3 
Pele (tempo 
frio) 
6 300 3 
Tireoide 1 50 160 
Suprarrenai
s 
0,5 25 300 
Outros 
tecidos 
3,5 175 1,3 
Total 100 5.000 
 Enorme fluxo sanguíneo (mL/min/100g): tireoide, 
suprarrenais, fígado e rins  hormônios, filtração 
sanguínea e excreção 
 Baixo fluxo: músculos inativos, mesmo sendo de 30 a 40% 
da massa corporal 
 
o Exercício intenso: atividade metabólica muscular aumenta 
+ de 60x e o fluxo sanguíneo por 20x, até valores como 
16.000mL/min no leito vascular muscular total ou 
80mL/min/100g de músculo 
 O fluxo sanguíneo para cada tecido é mantido no nível mínimo 
necessário para suprir as suas necessidades. 
 Tal controle tão estrito é importante para manter os tecidos 
nutridos e ‘limpos” mantendo no, menor nível possível, a carga 
de trabalho do coração. 
MECANISMOS DE CONTROLE DO FLUXO 
SANGUÍNEO: 
Pode ser dividido em 2 fases: 
1. Controle Agudo 
 Rápidas variações da vasodilatação e vasoconstrição local das 
arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares 
 Em segundos ou minutos  ajuste muito rápido 
 
2. Controle a Longo Prazo 
 Variações lentas e controladas ao longo de dias, semanas ou até 
meses 
 Melhor controle em relação às necessidades teciduais 
 Aumento ou diminuição das dimensões físicas e número de 
vasos sanguíneos. 
CONTROLE AGUDO: 
Note que: o aumento por 8x do metabolismo, eleva 
agudamente o fluxo sanguíneo por ~4x. 
 O aumento do metabolismo tecidual eleva o fluxo sanguíneo 
para tal tecido. 
 
 
 
2 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 A redução da disponibilidade de O2 eleva o fluxo 
sanguíneo tecidual  nutriente metabólico indispensável 
ao funcionamento celular 
o Grandes altitudes 
o Pneumonia 
o Intoxicação por Monóxido de Carbono (maior 
afinidade pelo grupo heme, impossibilita a ligação de 
02) 
o Intoxicação por cianeto (impede o uso de O2 pelos 
tecidos) 
TEORIA DA VASODILATAÇÃO: 
 Quanto maior a intensidade do metabolismo ou menor a 
disponibilidade deO2 e outros nutrientes, maior a 
intensidade/velocidade de formação de substâncias 
vasodilatadoras pelas células teciduais. 
 Substâncias Vasodilatadoras: 
o Adenosina 
o Dióxido de Carbono 
o Compostos Fosfatados de Adenosina 
o Histamina 
o Íons Potássio 
o Íons Hidrogênio 
 Redução do O2: provoca liberação de Adenosina e Ácido 
Lático (contém íons hidrogênio) que causam intensa 
vasodilatação aguda 
 Fluxo sanguíneo diminuído + metabolismo normal ou 
Metabolismo subitamente aumentado= acúmulo/ 
aumento da [ ]de Dióxido de Carbono, Ácido Lático e Íons 
Potássio  VASODILATAÇÃO que regulariza as [ ] teciduais 
de metabólitos 
 Adenosina: importante vasodilatador local  quantidades 
diminutas são liberadas pelas células do músculo cardíaco, 
quando o fluxo sanguíneo coronariano fica muito baixo, e 
essa liberação provoca vasodilatação local suficiente para 
que o fluxo sanguíneo coronariano retorne ao normal. 
o o aumento da atividade do coração = aumenta seu 
metabolismo  produz maior utilização de oxigênio 
que (1) diminui a concentração de oxigênio nas 
células do músculo cardíaco com (2) a consequente 
degradação de trifosfato de adenosina (ATP), o que 
(3) aumenta a liberação de adenosina. 
o acredita-se que grande parte dessa adenosina escoe 
para fora das células miocárdicas, para provocar a 
vasodilatação coronariana. 
 É provável que a combinação de vários vasodilatadores 
diferentes liberados pelos tecidos contribua para a 
regulação do fluxo sanguíneo. 
TEORIA DA DEMANDA DO OXIGÊNIO: 
 Também chamada de Teoria da Demanda de Nutrientes 
 O O2 é um dos nutrientes necessários à contração do 
musculo vascular  quantidades insuficientes desses 
nutrientes levam à VASODILATAÇÃO por relaxamento da 
musculatura 
 Aumento do metabolismo pelos tecidos  aumenta 
consumo de O2 e diminui sua disponibilidade nos vasos 
sanguíneos = musculo vascular relaxa e vasodilata. 
 Normalmente, os esfíncteres pré-capilares estão 
completamente abertos ou fechados e o número de 
esfíncteres abertos é quase proporcional às necessidades 
nutricionais do tecido 
 Vasomotilidade: abertura e fechamento cíclicos das 
metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. O tempo de 
abertura e fechamento varia de acordo com as 
necessidades metabólicas dos tecidos. 
 A força de contração dos esfíncteres aumenta com o 
aumento da concentração de O2  fechamento do 
esfíncter diminui o fluxo sanguíneo e a chegada de O2 até 
 
 
3 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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 que as células tenham consumido o excesso destes  
quando o excesso é consumido e cai novamente abaixo da 
quantidade necessária à célula  esfíncteres reabrem e 
reiniciam o ciclo 
 
Outros nutrientes: 
 Glicose: hipoglicemia pode provocar vasodilatação local 
 Aminoácidos 
 Ácidos Graxos 
 
 Vitaminas do Complexo B – Tiamina, Niacina e Riboflavina: 
na Deficiência Vitamínica de Beribéri, o fluxo sanguíneo 
periférico aumenta por 2-3x em quase todo o corpo. Estas 
vitaminas são necessárias para a fosforilação induzida pelo 
O2 necessária à produção de ATP nas células teciduais  
sua diminuição acarreta em diminuição da capacidade 
contrátil do músculo liso e, consequentemente, 
vasodilatação local. 
EXEMPLOS ESPECIAIS DO CONTROLE 
“METABÓLICO” AGUDO LOCAL DO FLUXO 
SANGUÍNEO: 
 
 Hiperemia Reativa: aumento do fluxo sanguíneo tecidual 
normal (4 a 7x) após bloqueio e desbloqueio do fluxo de tal 
tecido. 
o Bloqueios de segundos hiperemia de segundos 
o Bloqueios de 1h ou mais  hiperemia de 1h ou mais 
o A ausência de fluxo ativa os fatores precursores de 
vasodilatação (hipóxia, hipoglicemia, hipercapnia...) 
afim de evitar a desnutrição, intoxicação e morte do 
tecido. 
o A hiperemia se mantém por período suficiente para 
repor os déficits teciduais. 
 Hiperemia Ativa: vasodilatação e aumento do fluxo tecidual 
provocada por aumento da atividade metabólica do tecido 
em momento de maior atividade celular e tecidual. 
o Músculo durante exercício ( aumento de até 20x) 
o TGI durantes digestão e absorção 
o Cérebro durante aumento da atividade mental 
AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO 
DURANTE AS VARIAÇÕES NA PRESSÃO ARTERIAL: 
MECANISMOS METABÓLICOS E MIOGÊNICOS 
 Em qualquer tecido do corpo, o aumento rápido da PA 
provoca aumento imediato do fluxo sanguíneo. Mas, em 
menos de 1min, o fluxo sanguíneo retorna praticamente a 
seu nível norma  Mecanismo de Autorregulação 
 Após a autorregulação, o fluxo sanguíneo na maioria dos 
tecidos se correlaciona à PA de modo aproximado  
mesmo a PA se elevando muito, o fluxo sanguíneo se eleva 
em proporções muito menores. 
 Teoria Metabólica: aplicação dos princípios básicos da 
regulação metabólica do fluxo sanguíneo. PA muito alta  
aumento do fluxo sanguíneo e aporte nutricional  
“elimina” vasodilatadores teciduais  vasoconstriçãoe 
retorno do fluxo para valores próximos aos normais (apesar 
da PA elevada) 
 Teoria Miogênica: estiramento súbito de pequenos vasos 
sanguíneos provoca contração do músculo liso da parede 
vascular. PA alta  estira o vaso  contração da 
musculatura= vasoconstrição reativa  reduz o fluxo 
sanguíneo para próximo do normal. 
o Ao contrário, sob baixas pressões: estiramento do 
vaso é menor = relaxamento do vaso = redução da 
resistência vascular  ajuda o fluxo a voltar ao normal 
o A resposta miogênica é inerente ao músculo liso 
vascular = pode ocorrer na ausência de influencias 
neurológicas e hormonais 
o Mais pronunciada nas arteríolas, mas pode ocorrer 
nas artérias, vênulas, veias e até vasos linfáticos 
 
 
Acredita-se que a deficiências destes 
nutrientes também provoca vasodilação 
local 
 
 
4 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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o O estiramento da musculatura vascular aumenta 
rapidamente o movimento de íons cálcio do líquido 
extracelular para as células musculares, o que provoca 
sua despolarização e, consequentemente, sua 
contração = contração miogênica 
o Variações da pressão vascular podem abrir ou fechar 
canais iônicos que influenciam na contração dos vasos 
 mecanismos que causam estas variações da pressão 
ainda são desconhecidos, mas imagina-se que 
envolvem efeitos mecânicos da pressão sobre as 
proteínas extracelulares ligadas a elementos do 
citoesqueleto da parede vascular e canais iônicos. 
o Mecanismo importante na prevenção do estiramento 
excessivo dos vasos diante de pressão sanguínea 
muito elevada 
MECANISMOS ESPECIAIS PARA CONTROLE 
AGUDO DO FLUXO SANGUÍNEO NOS TECIDOS 
ESPECÍFICOS: 
 RINS: 
 
 
 
 
 Feedback Tubuloglomerular: detecção da composição do 
liquido no inicio do túbulo distal pela mácula densa 
(estrutura epitelial do túbulo distal na região onde o TD 
passa adjacente às arteríolas aferentes e eferentes no 
aparelho justaglomerular do néfron). 
 Quando quantidade em excesso de líquido é filtrada pelo 
glomérulo, sinais de feedback da mácula provocam 
constrição das arteríolas aferentes para reduzir o fluxo 
sanguíneo renal e a filtração glomerular. 
 CÉREBRO: 
 Controle pelas concentrações de O2, CO2 e íons de 
hidrogênio 
 O aumento na concentração desses fatores dilata os vasos 
cerebrais para permitir a rápida eliminação do excesso de 
CO2 e H+ 
 Mecanismo importante para manter o nível de 
excitabilidade cerebral que é muito dependente do controle 
preciso da concentração dessas substancias. 
 PELE: 
 Íntima relação entre fluxo sanguíneo local e controle da 
temperatura corporal 
 O fluxo cutâneo e subcutâneo regula a perda calórica do 
corpo pela medida do fluxo do coração para a superfície do 
corpo 
 Controle do fluxo sanguíneo pela pele é feito 
majoritariamente pelo sistema nervoso simpático. 
 No frio: FS pela pele é ~3mL/min/100g de tecido 
 temperaturas mais elevadas: FS pode se elevar muito (7 a 8 
L/min em todo o corpo) a fim de dissipar o excesso de calor. 
 Mesmo com intensa vasoconstrição, o FS da pele é 
geralmente grande o suficiente para atender suas 
demandas metabólicas básicas 
FATORES DE RELAXAMENTO E CONSTRIÇÃO DO 
ENDOTÉLIO – CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO 
TECIDUAL: 
O endotélio produz susbatâncias que podem afetar o grau de 
relaxamento ou constrição da parede vascular. 
 ÓXIDO NÍTRICO (NO): 
 
 
5 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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 Mais importante dos fatores de relaxamento derivados do 
endotélio 
 Gás lipofílico liberado por células endoteliais em resposta a 
uma variedade de estímulos químicos e físicos 
 É sintetizado tanto pelas enzimas Óxido Nítrico-sintetases 
derivadas do endotélio a partir da arginina e oxigênio 
quanto pela redução de nitratos inorgânicos 
 Meia–vida de ~6segundos no sangue  atuação local 
 Ativa Guanilato-ciclases solúveis nas células dos mm lisos 
 conversão da Guanosina Trifosfato Cíclica Solúvel 
(cGTP) em Guanosina Monofosfato Cíclica (cGMP) e 
ativação da proteínocinase dependente de GMP (PKG)  
relaxamento dos vasos 
 O fluxo sanguíneo pelos vasos provoca estresse por 
cisalhamento das células endoteliais  distorce as células 
no sentido do fluxo provocando aumento da liberação de 
NO e relaxamento dos vasos 
o Efeito benéfico pois os mecanismos metabólicos 
locais atuam principalmente na microcirculação. 
Entretanto, quando o fluxo na microcirculação 
aumenta, secundariamente estimulaa liberação de 
NO nos vasos maiores em decorrência do fluxo mais 
intenso e tensão de cisalhamneto 
 Liberação de NO aumenta os diâmetros dos maiores vasos 
proximais quando o fluxo sanguíneo microvascular 
aumenta distalmente  melhora a eficácia do controle 
local, pois a resistência vascular na microcirculação é um 
fator importante 
 Vasoconstritores como a angiotensina II também 
estimulam a síntese e liberação de NO  protege contra a 
vasoconstrição excessiva 
 A Hipertensão e Aterosclerose comprometem a síntese de 
NO devido à lesão endotelial que causam  
vasoconstrição excessiva e piora de ambas condições 
 nitroglicerina, nitratos de amilo, e outros derivados de 
nitrato  tratar angina pectoris, uma dor peitoral intensa 
causada por isquemia do músculo cardíaco. 
o Esses medicamentos quando clivados quimicamente 
liberam NO e provocam dilatação dos vasos 
sanguíneos por todo o corpo, incluindo os 
coronarianos. 
 fármacos como sildenafil inibem a fosfodiesterase-5 (PDE-
5) específica para cGMP, enzima que degrada cGMP  a 
diminuição da degradação de cGMP confere aos inibidores 
da PDE-5 a capacidade de prolongar eficazmente as ações 
do NO para causar vasodilatação. 
 
 
 
o primeiro uso clínico dos inibidores da PDE-5 é no 
tratamento da disfunção erétil: a ereção peniana é 
causada por impulsos nos nervos parassimpáticos 
pelos nervos pélvicos até o pênis, onde os 
neurotransmissores, acetilcolina e NO, são liberados. 
Prevenindo a degradação de NO, os inibidores da PDE-
5 aumentam a dilatação dos vasos sanguíneos no pênis 
e ajudam na ereção. 
 ENDOTELINA: 
 Vasoconstritor liberado por células endoteliais 
 Grande peptídeo e vasoconstritor muito potente 
 Presente em todos ou na maioria dos endotélios vasculares 
 Liberada principalmente em casos de dano ao endotélio  
evitar hemorragia através da vasoconstrição 
 Fármacos que bloqueiam receptores de endotelina têm 
sido usados no tratamento de hipertensão pulmonar, mas 
geralmente não têm sido utilizados para reduzir a pressão 
arterial em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. 
REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO A LONGO 
PRAZO: 
 Mesmo após a ativação dos mecanismos de controle agudo, 
o fluxo sanguíneo só aumenta cerca de ¾ do necessário 
EXEMPLO: PA aumenta abruptamente de 100 para 
150mmHg e, consequentemente, o fluxo sanguíneo se eleva 
quase instantaneamente por cerca de 100%. Após 30 
segundos a 2 minutos, o fluxo diminui para cerca de 10 a 
15% acima do valor original. 
 Os mecanismos agudos de regulação do fluxo são rápidos, 
mas não são completos, pois ainda persiste excesso de 
aumento do fluxo em alguns tecidos 
 Ao longo de horas, dias e semanas, desenvolve-se uma 
regulação de longo prazo que se sobrepõem ao controle 
agudo 
 A regulação do fluxo sanguíneo a longo prazo é 
especialmente importante quando as demandas 
metabólicas do tecido se alteram 
EXEMPLO: o tecido passa a ser cronicamente hiperativo 
e, portanto, precisa de quantidades maiores de oxigênio e 
de outros nutrientes. As arteríolas e os vasos capilares, em 
geral, aumentarão em número e em tamanho após algumas 
semanas — a menos que o sistema circulatório tenha ficado 
patológico ou muito envelhecido para responder. 
ALTERAÇÕES NA “VASCULARIDADE TECIDUAL”: 
 Mecanismo chave da regulação de fluxo a longo prazo  
alteração da vascularização tecidual 
 Metabolismo tecidual aumentado  aumento da 
vascularização= Angiogênese 
 
 
6 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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 Metabolismo tecidual diminuído  vascularização 
diminui 
 Verdadeira reconstrução física da vasculatura  com 
maior rapidez em animais jovens e tecidos novos em 
crescimento (tecidos cicatriciais ou cancerosos) 
 Grau final de resposta = muito maior nos tecidos jovens 
 
PAPEL DO OXIGÊNIO NA REGULAÇÃO A LONGO 
PRAZO: 
 Importante em ambos os controles 
EXEMPLO: A vascularização tecidual é aumentada em 
animais que vivem em altas altitudes, onde o O2 atm é 
baixo. 
 Fibroplasia Retrolenticular = bebês prematuros mantidos 
em tendas de O2 (sob excesso de O2) têm a interrupção 
quase imediata do crescimento vascular na retina ocular, 
chegando a causar até mesmo degeneração dos vasos já 
formados. Ao ser retirado da tenda, há crescimento 
explosivo de novos vasos diante da súbita diminuição de 
O2. Esse crescimento pode ser tão intenso que, 
frequentemente, os vasos retinianos crescem para fora da 
retina em direção ao humor vítreo, provocando cegueira. 
 
FATOR DE CRESCIMENTO VASCULAR E 
ANGIOGÊNESE: 
 Muitos fatores de crescimento vascular já foram 
identificados  maioria são pequenos peptídeos 
 4 bem caracterizados: 
o Fator de Crescimento Endotelial Vascular (FCEV) 
o Fator de Crescimento de Fibroblastos 
o FC Derivado de Plaquetas (FCDP) 
o Angiogenina 
 Acredita-se que a deficiência de O2 e demais nutrientes 
teciduais leva à formação de fatores de crescimento 
vascular ou Fatores Angiogênicos 
 Angiogênese: brotamento de novos vasos a partir de 
outros através da dissolução da membrana basal do 
endotélio  rápida reprodução de células endoteliais 
emergindo da parede vascular  fechamento em tubo  
conexão de tubos, formando alças capilares, pelas quais o 
sangue começa a fluir. 
o Se o fluxo for suficientemente intenso, células 
musculares se integram à parede dos novos vasos  
angiogênese pode formar, então, de arteríolas e 
vênulas a vasos maiores 
 
FATORES ANTIANGIOGÊNICOS: 
 
 Algumas outras substâncias exercem o efeito oposto sobre 
pequenos vasos sanguíneos, causando, por vezes, a 
dissolução das células vasculares e o desaparecimento dos 
vasos. 
 alguns hormônios esteroides 
 Peptídeos produzidos nos tecidos 
o Angiostatina: fragmento da proteína plasminogênio = 
inibidor natural da angiogênese. 
o Endostatina: peptídeo antiangiogênico derivado da 
quebra do colágeno do tipo XVII. 
 Apesar de a função fisiológica precisa dessas substâncias 
antiangiogênicas ainda serem desconhecidas, há grande 
interesse em seus usos potenciais na interrupção do 
crescimento de vasos em células tumorais. 
 
DETERMINANTE DA VASCULARIZAÇÃO: 
 A vascularização é determinada pela necessidade máxima 
de fluxo sanguíneo, não pela necessidade média. 
EXEMPLO: durante o exercício intenso, a necessidade 
corporal total de fluxo sanguíneo muitas vezes aumenta por até 
seis a oito vezes o fluxo sanguíneo de repouso. Esse grande 
excesso de fluxo pode não ser necessário por mais de alguns 
minutos a cada dia. Todavia, mesmo essa curta necessidade 
pode fazer com que quantidade suficiente de fatores 
angiogênicos seja formada pelos músculos, para aumentar sua 
vascularização até os níveis necessários. 
Entretanto, após o desenvolvimento de vascularização 
adicional, os novos vasos sanguíneos normalmente 
permanecem contraídos, só se abrindo para permitir o fluxo 
extra quando estímulos locais apropriados, como a falta de 
oxigênio, estímulos nervosos vasodilatadores ou outros 
estímulos ativarem o fluxo adicional necessário. 
DESENVOLVIMENTO DE CIRCULAÇÃO COLATERAL: 
 Diante de bloqueio arteriovenoso, novo canal vascular se 
desenvolve ao redor do bloqueio a fim de permitir irrigação 
mínima ao tecido afetado 
 Inicialmente (primeiro ou segundo minuto), ocorre 
dilatação de pequenas alças vasculares acima do bloqueio, 
provavelmente mediada por fatores metabólicos  
controle agudo 
 Nas horas seguintes ocorre maior abertura e, após 1 dia, 
metade das necessidades teciduais já pode ser suprida 
 Após alguns dias, geralmente o fluxo é suficiente para suprir 
sua totalidade 
 Nas condições de repouso, o fluxo sanguíneo pode retornar 
a níveis muito próximos do normal, mas os novos vasos 
raramente ficam grandes o suficiente para suprir o fluxo 
necessário durante atividades físicas intensas. 
EXEMPLO: desenvolvimento de vasos sanguíneos 
colaterais após trombose de uma das artérias coronárias. 
 
 
7 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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Aos 60 anos de idade, a maioria das pessoas já sofreram 
bloqueio de um dos ramos menores dos vasos coronarianos 
ou pelo menos uma oclusão parcial, embora o desconheçam, 
devido ao desenvolvimento de colaterais que é rápido o 
suficiente para impedir a lesão miocárdica. Quando os vasos 
sanguíneos colaterais não são capazes de se desenvolver com 
rapidez suficiente para manter o fluxo sanguíneo, devido à 
velocidade ou à gravidade da insuficiência coronariana, 
ocorrem ataques cardíacos graves. 
REMODELAMENTO VASCULAR: 
 Crescimento e remodelamento vascular são componentes 
fundamentais ao desenvolvimento de tecidos, mas 
também são respostas adaptativas às alterações a longo 
prazo na PA e fluxo sanguíneo 
 Além das alterações na densidade capilar, podem ocorrer 
alterações na estrutura dos grandes vasos em resposta às 
alterações de longa duração na PA e fluxo sanguíneo 
 Remodelação Eutrófica para Dentro: organização 
gradual, ao longo de dias a semanas, das células 
musculares e endoteliais da parede dos pequenos vasos 
submetidos a aumento de PA, sem que hajam alterações 
da área de secção transversa total da parede do vaso 
 Remodelação Hipertrófica: aumento da área de secção 
transversa da parede vascular devido às maiores tensões 
exercidas sobre as mesmas pelo aumento da pressão 
arterial. Consiste no aumento do tamanho das células 
musculares lisas e estímulo à formação de proteínas de 
matriz extracelular adicionais (colágeno e fibronectina) 
que conferem maior resistência à parede que precisa fazer 
frente ao aumento de pressão  enrijece os vasos 
sanguíneos e é, então, um sinal distintivo de Hipertensão 
Crônica 
 Outro exemplo de remodelamento vascular 
HIPERTRÓFICA é a alteração que ocorre quando se 
implanta uma grande veia (frequentemente, a veia 
safena) para intervenção de enxerto de derivação da 
artéria coronariana. 
o As veias estão expostas, em geral, a pressões muito 
menores que as artérias e apresentam paredes muito 
mais finas. Entretanto, quando uma veia é suturada na 
aorta e se liga a uma artéria coronariana, fica exposta 
a aumentos na pressão intraluminal e na tensão da 
parede. Esses aumentos de tensão da parede iniciam a 
hipertrofia das células do músculo liso vascular e a 
formação de mais matriz extracelular que engrossa e 
reforça a parede da veia = vários meses depois da 
implantação no sistema arterial, a veia terá 
normalmente uma espessura de parede semelhante a 
uma artéria. 
 
  de longa duração na tensão da parede vascular provocam 
hipertrofia e aumento da espessura da parede nos grandes 
vasos sanguíneos 
  velocidade de fluxo sanguíneo e força de cisalhamento 
originam uma remodelação para fora e um aumento do 
diâmetro luminal para acomodar o aumento do fluxo 
sanguíneo. 
 reduções crônicas na pressão arterial e no fluxo sanguíneo 
apresentam efeitos opostos aos descritos anteriormente. 
o  fluxo sanguíneo =  do diâmetro do lúmen vascular 
o  pressão arterial = diminui a espessura da parede 
vascular. 
Assim, a remodelação vascular é uma resposta adaptativa 
importante dos vasos sanguíneos ao crescimento e 
desenvolvimento tecidual, bem como às variações fisiológicas 
e patológicas na pressão arterial e no fluxo sanguíneo dos 
tecidos. 
CONTROLE HUMORAL DA CIRCULAÇÃO: 
Feito por substancias secretadas ou absorvidas pelos líquidos 
corporais 
 Hormônios 
 Fatores produzidoslocalmente 
AGENTES VASOCONSTRITORES: 
1. Norepinefrina e Epinefrina 
2. Angiotensina II 
3. Vasopressina 
 
 
8 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
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NOREPINEFRINA E EPINEFRINA: 
 Norepinefrina: hormônio vasoconstritor potente 
 Epinefrina: hormônio vasoconstritor menos potente, que 
em alguns tecidos causa até mesmo vasodilatação leve 
o Vasodilatação de artérias coronarianas durante 
aumento da atividade cardíaca 
 A estimulação do sistema nervoso simpático resulta em 
liberação de norepinefrina pelas terminações nervosas 
simpáticas nos tecidos 
 Excita o coração e contrai as veias e arteríolas 
 Além do coração e vasos, os nervos simpáticos suprem as 
MEDULAS das glândulas adrenais que liberam Noraepi e 
Epi no sangue = hormônios que circulam pelo corpo 
provocando os mesmos efeitos que a estimulação 
simpática direta = Sistema Duplo de Controle 
o Estimulação nervosa direta 
o Efeitos indiretos pelo sangue circulante 
ANGIOTENSINA II: 
 Vasoconstritor potente 
 Até 1 milionésimo de grama pode aumentar a PA por 
50mmHg ou mais 
 Provoca a contração (muito intensa) das pequenas 
arteríolas 
 Pode reduzir intensamente o fluxo sanguíneo para a área 
tecidual vascularizada pelo vaso “acometido” 
 A verdadeira importância da angiotensina II reside no fato 
de que em condições normais ela age ao mesmo tempo 
em muitas arteríolas do corpo, aumentando a resistência 
periférica total e reduzindo a excreção de sódio e água 
nos rins, o que eleva pressão arterial. Assim, esse 
hormônio tem papel integral na regulação da pressão 
arterial, 
VASOPRESSINA: 
 Também chamada de Hormônio Antidiurético 
 Efeito vasoconstritor ainda mais potente que a 
Angiotensina II  um dos vasoconstritores mais potentes 
do organismo 
 Formada nas células nervosas do Hipotálamo e 
transportada por axônios até a Hipófise Posterior, de onde 
é secretada no sangue 
 Apesar da potência, na maioria das condições fisiológicas, 
são secretadas quantidades diminutas de vasopressina 
 Hemorragia grave: [ ] no sangue pode aumentar o 
suficiente para elevar a PA por até 6mmmHg 
 
 
 Função principal de elevar muito a reabsorção de água 
pelos túbulos renais de volta para o sangue = ajuda no 
controle do volume de líquido corporal. Motivo pelo qual 
pé chamado de Hormônio Antidiurético 
AGENTES VASODILATADORES: 
1. Bradicinina 
2. Histamina 
BRADICININA: 
 Diversas Cininas provocam vasodilatação 
 São pequenos polipeptideos clivados por enzimas 
proteolíticas das alfa2-globulinas 
o Calicreína: enzima proteolítca especialmente 
importante, presente no sangue e líquidos teciduais em 
forma inativa. 
- É ativada pela maceração do sangue, inflamação 
tecidual e outros efeitos químicos e físicos semelhantes 
no sangue ou nos tecidos 
- uma vez ativada, age sobre a alfa2-globulina, liberando 
a cinina Calidina, precursora da Bradicinina 
- Calicreína ativada é destruída por um Inibidor de 
Calicreína também presente nos líquidos corporais 
 Bradicinina: 
o meia vida curta (alhuns minutos), pois é inativada pela 
enzima Carboxipeptidase ou Enzima Conversora 
(mesma compapel essencial na ativação da 
Angiotensina) 
o provoca intensa vasodilatação arteriolar e aumento da 
permeabilidade capilar 
o 1 micrograma aumenta o fluxo sanguíneo por 6x, e 
mesmo quantidades menores, quando injetadas 
localmente, podem provocar edema acentuado 
 Cininas desempenham papeis essenciais na regulação do 
fluxo sanguíneo e no extravasamento capilar de líquidos nos 
tecidos inflamados 
 Papel normal na regulação do FS da pele e das glândulas 
salivares gastrointestinais 
HISTAMINA: 
 Liberada em praticamente todos os tecidos lesados e 
inflamados ou em reação alérgica 
 Derivada em sua maior parte de mastócitos (em tecidos 
lesados) e basófilos (no sangue) 
 Potente efeito vasodilatador nas arteríolas 
 Capaz de aumentar muito a porosidade capilar, permitindo 
extravasamento de líquidos e proteínas plasmáticas para os 
tecidos = edema 
 
 
9 FISIOLOGIA 2 - CARDIO 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 Efeitos vasodilatadores locais e produtores de edema as 
histamina são especialmente proeminentes durante 
reações alérgicas 
ÍONS E OUTROS FATORES QUÍMICOS: 
Muitos íons e fatores químicos possuem efeitos 
vasodilatadores e vasoconstritores locais. 
Íons / Fatores 
Químicos 
Mecanismo Efeito 
Íons Cálcio 
Aumento da [ 
] estimula a 
contração do 
musculo liso 
vasoconstrição 
Íons Hidrogênio 
Diminuição da 
[ ] 
Constrição arteriolar 
Aumento da [ 
] diminui o pH 
Vasodilatação das 
arteríolas 
 
Dióxido de 
Carbono 
Aumento da [ 
] 
Vasodilatação 
moderada na maioria 
dos tecidos e intensa 
no cérebro 
No sangue, 
age sobre o 
centro 
vasomotor do 
cérebro com 
efeito intenso 
e indireto, 
transmitido 
pelo Sistema 
Vasoconstritor 
Simpático 
Vasoconstrição 
generalizada 
Íons Potássio Aumento da [ 
] inibe a 
contração do 
músculo liso 
Vasodilatação 
Íons Magnésio 
Acetato (ânion) 
Graus leves de vasodilatação 
Citrato (ânion) 
 
Grande parte dos Vasodilatadores e 
Vasoconstritores exerce pouco efeito a longo 
prazo no fluxo sanguíneo. A menos que alterem 
a Intensidade Metabólica dos Tecidos. 
 Capacidade de autorregulação tecidual é 
influenciada transitoriamente pela variação das 
[ ] de substancias vasodilatadoras e 
constritoras.

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