Neuropsicologia, Diagnósticos e Transtornos

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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF 
NEUROPSICOLOGIA E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM 
DISCIPLINA INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA 
 
 
Neuropsicologia, Diagnósticos e Transtornos 
 
A avaliação neuropsicológica auxilia no diagnóstico diferencial e tem como 
objetivo considerar a influência no funcionamento da vida do paciente para melhor 
poder ajudá-lo, mas sim, por meio de uma intervenção clínica significativa, não é 
rotular. Nesse contexto, diz Bastos (2011): 
Na avaliação pura mente neuropsicológica, as múltiplas vinculações das 
funções dificultam a conceituação dos aspectos primários e secundários, 
tornando árdua a classificação nosológica. O mesmo já não ocorre na 
prática clínica, onde o profissional experiente geralmente consegue 
distinguir com razoável clareza o superficial do profundo e o 
circunstancial do essencial. A razão disso é que nessa instância clínica a 
avaliação se dá por um instrumento sensível à intencionalidade, um 
componente fenomenológico da personalidade inacessível por métodos 
discretos ou estritamente objetivos (p. 151). 
O Autor Fletcher descreve a avaliação neuropsicológica pela interpretação de 
um conjunto de uma ampla extensão das capacidades cognitivas específicas, mas 
também as capacidades comportamentais necessárias para o funcionamento 
psicossocial do individuo na família, na escola, no trabalho e na comunidade. Deve 
ter em foco uma avaliação multimodal, usando vários recursos para se chegar a um 
conhecimento amplo do indivíduo. 
Souza (2007) relata que a criança era avaliada e tratada por um não 
especialista, e durante muito tempo o transtorno do déficit de atenção foi entendido 
equivocadamente, porém nos últimos anos a genética, a neuropsicologia, e diversos 
outros estudos vem contribuindo para uma modificação drástica na forma de 
entender o (TDAH). 
A avaliação cuidadosa de uma criança com suspeita de TDAH é necessária 
frente à popularização das informações, nem sempre claras para a população em 
geral, e, principalmente no meio pedagógico. O desconhecimento ou pouco 
conhecimento sobre a patologia gera dificuldades, uma vez que crianças, 
adolescentes e pessoas adultas podem receber equivocadamente o rótulo de TDAH. 
(GRAEFF e VAZ, 2008, p. 342). 
Neto (2010), acredita que o diagnóstico do TDAH é clínico e tem sua base 
estruturalmente nos sintomas atuais, como no caso de crianças ou na combinação 
entre sintomas atuais e históricos. Observa também que em crianças e adultos a 
 
 
 
 
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clínica (patológica) tem um grande trabalho a realizar junto ao paciente em seu fator 
comportamental, estrutural, funcional e social. O tratamento do TDAH é multimodal, 
envolvendo intervenções, psicológicas (psicossociais) e psicofarmacológicas. 
Uma vez identificadas crianças com TDAH, estas poderão se beneficiar com 
intervenções que abranjam alguns alvos. A saber, intervenção neuropsicológica 
direcionada ao treino de funções cognitivas comprometidas visando sua recuperação 
ou de funções preservadas visando sua manutenção, treino de memória, atenção, 
funções executivas (PONTES; H‹BNER, 2008). 
A avaliação neuropsicológica tem como objetivo estudar as relações entre a 
atividade cerebral, cognição e o comportamento (Lezak, Howieson & Loring, 2004). 
Esse tipo de avaliação se baseia na análise funcional dos processos cognitivos 
(linguagem, memória, percepção, visocontrução, funções executivas) e na 
compreensão multidimensional dos prejuízos cognitivos. Assim, compreende-se que 
as alterações cognitivas, comporta-mentais e emocionais variam de acordo com a 
natureza, extensão e localização da lesão cerebral, bem como são influenciadas pelas 
variáveis idade, gênero, condições físicas e contexto psicossocial de 
desenvolvimento (Lezak e colaboradores, 2004). 
A avaliação neuropsicológica da criança e adolescente tem sido comumente 
realizada nos casos de problemas neurológicos (Anderson, Anderson, Northam, 
Jacobs & Mikiewicz, 2002; Steinlin e colaboradores, 2003). 
De forma mais restrita, o uso da avaliação neuropsicológica para os quadros 
psicopatológicos da infância e adolescência tem sido descrito apenas recentemente. 
De um modo geral, essas pesquisas demonstram alterações no funcionamento dos 
sistemas cerebrais em relação aos transtornos mentais na infância e na adolescência, 
contribuindo para uma melhor compreensão teórica sobre as bases neurobiológicas 
subjacentes a esses quadros. Contudo, parece haver uma lacuna na literatura 
brasileira no que se refere a este tema. Assim, considerando a importância da 
avaliação neuropsicológica infantil para a investigação clínica dos transtornos 
psicológicos, este estudo apresenta uma revisão da literatura sobre o tema e descreve 
brevemente os instrumentos neuropsicológicos mais utilizados nesta área. 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 
ANDERSON, V. A. & Colaboradores. Relationships between cognitive and 
behavioral measures of executive function in children with brain disease. Child 
Neuropsychology, 8(4), 231-240, 2002. 
 
BASTOS, C. (2011) Manual do Exame Psíquico, 3a. edição. Rio: Revinter. 
FLETCHER JM et al. (1999) Avaliação Neuropsicológica e Intelectual de Crianças. 
In: KAPLAN HL & SADOCK, BJ. Tratado de Psiquiatria, 6ª ed, Porto Alegre: Artes 
Médicas, vol 1. 
 
GRAEFF, R. L. e VAZ, C. E. Avaliação e diagnóstico do transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade (TDAH). Psicologia USP [online], p. 342, 2008. 
 
LEZAK, M. D., Howieson, D. B. & Loring, D. W. Neuropsychological assessment 
(4th ed.). New York: Oxford University Press, 2004. 
 
NETO, M. R. L. & Colaboradores – TDAH ao Longo da Vida. Porto Alegre: 
Artmed, p. 388, 2010. 
 
PONTES, L. M. M.; BNER, M. M. C. A reabilitação neuropsicológica sob a Ótica da 
psicologia comportamental. Rev. psiquiatr. clín., v. 35, n. 1, p. 6-12, 2008.