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EXERCÍCIOS - Análises Farmacêuticas 1- Quais são os procedimentos para determinar o prazo de validade de um medicamento? Discorra sobre esta questão. De acordo com a Farmacopeia Brasileira (6ª Edição), o prazo de validade de um produto se refere ao tempo durante o qual ele está apto a ser usado, caracterizado como período de vida útil e fundamentado nos estudos de estabilidade específicos. Um dos principais estudos de estabilidade que prevê o prazo de validade de um produto é o estudo de estabilidade acelerada que de certa forma avalia o impacto de exposição do medicamento a situações anormais, ao ter sua degradação acelerada a partir de condições forçadas de armazenamento. Além disso, há o estudo de estabilidade de longa duração, que determina também as condições adequadas de armazenamento do medicamento. Vale ressaltar que após a comercialização do produto, é necessário o estudo de acompanhamento, para avaliar se as características previstas no estudo de estabilidade de longa duração não foram alteradas. São preconizados outros estudos de estabilidade para alguns produtos, como os produtos biológicos (RDC 412/2020), necessários para o seu registro e que refletem na determinação do seu prazo de validade. São eles: estudo de estabilidade em condição de estresse, que avalia a estabilidade sob as condições mais rigorosas do que no estudo de estabilidade acelerada; estudo de fotoestabilidade, que avalia a influência da exposição à luz na substância ativa ou no produto terminado; estudo de estabilidade do produto em uso, reconstituído ou diluído, a partir da reprodução de condições reais de uso do produto, garantindo que a sua qualidade seja constante nas condições de armazenamento e período de tempo recomendados pelo fabricante e estudo de ciclagem de temperatura, que avalia o produto sob condições distintas das condições definidas para o transporte ou armazenamento. Verificar na Farmacopeia 6a edição: 2- Quais são as diferenças no controle de qualidade de frascos do vidro do Tipo I e Tipo II? De acordo com a 6ª Ed da Farmacopeia Brasileira, vidro tipo I é designado para acondicionar medicamentos, para administração intravascular e uso parenteral, enquanto que vidro do tipo II é designado para armazenar soluções de uso parenteral, neutras e ácidos, sem alterações de pH. O tipo I trata-se de vidro neutro de tipo borossilicato, um material menos frágil diante de aquecimento, de alta resistência mecânica e hidrolítica e não alcalino. Já o tipo II trata-se de um vidro alcalino sódico/cálcico, que possui alta resistência hidrolítica. Inicialmente, para determinar a classificação do tipo de vidro é realizado o ensaio de resistência hidrolítica ou alcalinidade, que quantifica a intensidade da reação química entre a água e os elementos alcalinos existentes no vidro (avaliar a permeabilidade à umidade). Para vidro tipo I é realizado o ensaio em frasco de vidro moído (alcalinidade máxima de 1 mL de ácido sulfúrico 0,01 M para 10 g de vidro moído), enquanto que para vidro tipo II realiza-se o ensaio em frasco de vidro inteiro e ensaio de ataque de água a 121 °c (qualificar o vidro de tipo II) (alcalinidade máxima de 0,7 mL de ácido sulfúrico 0,01 M para volume máximo de 100 mL e 0,2 mL para volume superior a 100 mL). Para ambos os tipos, também realiza-se ensaio limite para arsênio e ensaio de capacidade volumétrica total. 3- Quais são as diferenças no controle de qualidade de recipientes de polietileno e de poli(tereftalato de etileno)? De acordo com a 6ª Ed da Farmacopeia Brasileira, ambos os recipientes precisam de testes para análise térmica, como espectroscopia de infravermelho e calorimetria diferencial de varredura, metais pesados e resíduo não volátil, capacidade tamponante, físico-químicos e biológicos, embora para recipientes de polietileno exista dois tipos, sendo eles polietileno de alta densidade e polietileno de baixa densidade. Porém, para poli(tereftalato de etileno) faz-se, além dos testes anteriores, o teste de extração de corantes. O controle de qualidade para esses recipientes é de extrema importância, uma vez que, reflete no acondicionamento de produtos farmacêuticos e nesse sentido, alguns parâmetros são essenciais como permeabilidade à umidade, proteção (transmissão) de luz, vazamento, vedação, envelhecimento e reatividade biológica. 4- Uma amostragem e sua análise devem estar relacionadas ao tamanho do lote; tipo de defeito considerado e atender ao nível de qualidade pré-estabelecido. O que significa nível de qualidade aceitável (NQA)? Além disso, cite e descreva os tipos de defeitos de frascos de vidro, exemplificando-os. O Nível de Qualidade Aceitável (NQA) é definido como a máxima porcentagem defeituosa (ou o máximo de defeitos por 100 unidades) que pode ser considerada satisfatória como média de um processo, para fins de inspeção por amostragem. Os defeitos são distribuídos em críticos, maiores e menores, isto é, do mais grave ao menos grave. O defeito crítico promove circunstâncias perigosas ou inseguras, tanto para o consumidor quanto para o processo de fabricação. O defeito maior aponta a qualidade reduzida de um produto em sua utilização ou aceitação pelo consumidor, enquanto que o defeito menor aponta um desvio de especificação que pode levar a redução no rendimento do processo. Para frascos de vidro, na classificação de defeitos críticos podem estar envolvidos a vedação ineficiente do frasco, decorrente de deformações no bico ou boca do frasco; presença de resíduos biológicos; contaminação por fungos; vidros diferentes compondo um mesmo frasco; filetes ou pontas de vidro grudados na superfície interna e presença de um filamento de vidro estirado de uma parede a outra dentro do frasco. Os defeitos maiores envolvem sujeira na parte de dentro do frasco, enquanto que a sujeira externa é classificada como defeito menor; quebra ou permeabilidade do frasco devido a presença de fissuras e trincas; ponta potencialmente cortante na parte externa do frasco; boca/bico obstruídos; dimensões acima ou abaixo da faixa de especificação; deformação no corpo ou gargalo, que afete seu uso pelo consumidor; espessura de vidro inferior a 0,6 mm e inclusões sólidas nas paredes do frasco. Já a superfície externa do fundo do vidro deformada (corpo inclinado) e presença de bolha com diâmetro maior que 3,0 mm estão entre os defeitos menores.
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