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FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS SANTO AGOSTINHO (FACET) ADRIANA EREMITA NASCIMENTO PEREIRA COLEIRA ELETRÔNICA DE USO EM ANIMAL DOMÉSTICO MONTES CLAROS – MG 2016 Monografia apresentada à Faculdade de Ciência Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Msc. Edmar Alves Cosme Coorientador: Prof. Paulo Ricardo Durães Silva ADRIANA EREMITA NASCIMENTO PEREIRA COLEIRA ELETRÔNICA DE USO EM ANIMAL DOMÉSTICO MONTES CLAROS – MG 2016 Monografia apresentada à Faculdade de Ciência Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. ADRIANA EREMITA NASCIMENTO PEREIRA COLEIRA ELETRÔNICA DE USO EM ANIMAL DOMÉSTICO Aprovada em 26 de novembro de 2016. _______________________________________ Prof. Msc. Edmar Alves Cosme Faculdades Santo Agostinho _______________________________________ Prof. Esp. Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues Faculdades Santo Agostinho _______________________________________ Profª. Drª. Emanuelle Ferreira Melo Faculdades Santo Agostinho MONTES CLAROS – MG 2016 AGRADECIMENTOS Começo agradecendo ao Arquiteto responsável por realizar esse meu projeto: obrigada, Deus, por caminhar comigo sempre. Sigo agradecendo a Mainha, pelo apoio e preocupação em saber como estava o andamento do meu trabalho e a Painho, peça fundamental no meu sucesso, que realmente dedicou tempo e não mediu esforços para me auxiliar na construção do meu protótipo. Agradeço, também, a Daniel por me dar o espaço necessário para que eu realizasse o trabalho. Finalizando, agradeço aos professores que estiveram sempre à disposição para quaisquer eventuais dúvidas que eu viesse a ter. Principalmente, ao Prof. Paulo Ricardo, que dedicou muito do seu tempo para revisar meu trabalho, responder meus questionamentos e clarear minhas ideias quando me via no escuro em relação ao protótipo. E a Prof.ª. Geane Cássia, por fazer eu escrever a minha pesquisa com mais coesão e coerência. A vocês, o meu muito obrigada! “Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”. (Marthin Luther King) RESUMO PEREIRA, Adriana Eremita Nascimento. Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, novembro de 2016. Coleira Eletrônica de Uso em Animal Doméstico. Orientador: Prof. Msc. Edmar Alves Cosme. As modificações morfológicas e fisiológicas em espécies de animais, para adaptá-las a convivência humana, ocorrem desde a pré-história. Isso explica o desenvolvimento de muitos animais hoje serem considerados domésticos, exemplo disso são os cães e gatos. Uma das consequências desse processo de domesticação é o desenvolvimento do lado afetivo, que é estabelecido entre o animal de estimação e o tutor, que gasta tempo, carinho e dinheiro para suprir as necessidades do pet. Como consequência da procura em oferecer sempre o de melhor para o cão ou gato, atualmente, o mercado pet movimenta cerca de US$98,4 bilhões por ano. No Brasil, no ano de 2015, o faturamento em cima de produtos e serviços para animais domésticos chegou na casa de bilhões de reais. Então, pensando em proporcionar ainda mais conforto para o pet e tranquilidade ao tutor, foi desenvolvida uma coleira eletrônica que sirva de obstáculo para que o animal não aproxime da área de acesso da casa sem que esteja sobre custódia. Esse dispositivo foi construído baseado nas vantagens da utilização de uma rede wireless e o custo benefício da utilização do Arduino e seus módulos de comunicação. Somado a isto, foi desenvolvido um emissor ultrassônico que serviu de obstáculo para o animal doméstico, com a emissão de um som de 20KHz, frequência que é considerada inaudível pelos seres humanos e incômoda para cães e gatos. Em relação a outros projetos existentes no mercado, o proposto neste trabalho possui um custo inferior e realiza uma atividade semelhante. Após a realização da pesquisa, verificou-se que o protótipo desenvolvido é eficaz por dificultar que o animal aproxime da saída da residência sem a presença do seu dono. Palavras-Chave: Domesticação; Pet; Arduino; Wireless; Ultrassônico. ABSTRACT PEREIRA, Adriana Eremita Nascimeto College of Technological Sciences St. Augustine, November 2016. Electronic Collar for Use in Pet. Advisor: Edmar Alves Cosme. Morphological and physiological changes in animal species to adapt to human coexistence, since prehistory. This explains the development of many animals today can be considered domestic, example of this are the dogs and cats. One of the consequences of this process of domestication is the development of the affective side that is established between the pet and the guardian, who spends time, love and money to meet the needs of the pet. As a result of demand to offer always the best for the dog or cat, currently, the pet market moves about $ $98,4 billion per year. In Brazil, in the year 2015, up billing of products and services for domestic animals arrived at the home of billion reais. So, thinking to provide even more comfort for the pet and tranquility to the tutor, was developed an electronic leash that serve as a barrier to keep the animal from the area of the House without access is about custody. This device was built based on the advantages of using a wireless network and the cost benefit of the use of the Arduino and its communication modules. Added to this, was developed a ultrasonic transmitter that served as barrier to the domestic animal with the emission of a sound 20 kHz, frequency that is considered inaudible by humans and uncomfortable for dogs and cats. In relation to other existing designs on the market, the proposed in this work has a lower cost and perform a similar activity. After the completion of the survey, it was found that the developed prototype is effective by obstruct the animal closely matches the output of the residence without the presence of its owner. Keywords: Domestication; Pet; Arduino; Wireless; Ultrasonic. LISTA DE SIGLAS ABINPET - Associação Brasileira da Indústria de Produtos Para Animais de Estimação ABD - Acrylonitrile Butadiene Styrene (Acrilonitrila butadieno estireno) APs – Ponto de Acesso CAN - Controller Area Network (Controle da área local) Cm – Centímetro CMOS - Complementary Metal Oxide Semiconductor (Semicondutor de metal-óxido complementar) EEPROM - Electrically Erasable Programmable Read Only Memory (Memória programável apagável somente de leitura) FHSS – Frequency-hopping Spread Spectrum (Espectro de difusão em frequência variável) GHz – Gigahertz (109 Hertz) GPS - Global Positioning System (Sistema Global de Posicionamento) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDE - Integrated Development Environment (Ambiente de desenvolvimento integrado) IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) ISM - Industrial Scientific Medical (Industrial, científica e médica) ISSO - Organização de Padrões InternacionaisLAN - Local Area Network (Rede de área local) LCD – Display Cristal Líquido LED - Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz) PET - Animal de Estimação PWM - Modulação Por Largura De Pulso Hz – Hertz KHz – Kilohertz (103 Hertz) http://www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/2014/11/capitulo-2-rede-can-controller-area-network/ http://www.ibge.gov.br/ mA – Miliampère (10−3 Ampère) MHz – Megahertz (106 Hertz) RAM - Random Access Memory (Memória de acesso aleatório) RF - Rádio Frequência RFID – Identificação por Rádio Frequência RISC - Reduced Instruction Set Computer (Computador com um conjunto reduzido de instruções) ROM - Read-Only Memory (Memória de Apenas Leitura) SIG - Special Interest Group (Grupo de interesses especiais) SRAM - Static Random Access Memory (Memória estática de acesso aleatório) TAG – Etiqueta ULA - Unidade Lógica e Aritmética USB - Universal Serial Bus (Porta Universal) V – Volts WIRELESS – Sem fio WLAN - Wireless Local Area Network (Rede de área local sem fio) WMAN - Wireless Metropolitan Area Network (Rede de área metropolitana sem fio) WPAN - Wireless Personal Area Network (Rede de área pessoal sem fio) WWAN - Wireless Wide Area Network (Rede de longa distância sem fio) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Onda senoidal das frequências. (a) Som agudo (b) Som grave. Figura 2 - Frequência audíveis de diversas espécies. Figura 3 - TMS 1000. Figura 4 - Arquiteturas clássicas de microcontroladores: Von Neumann x Harvard. Figura 5 - Diagrama em blocos da estrutura interna do microcontrolador AVR. Figura 6 - Arduino Serial. Primeira placa da plataforma Arduino. Figura 7 - Hardware Arduino Uno. Figura 8 - Arduino Pro Mini. (a) frontal (b) posterior. Figura 9: Arduino Nano. (a) frontal (b) posterior. Figura 10 – Conexão de um Shield com o Arduino Uno. Figura 11 – Exemplos de módulos para Arduino. Figura 12 - Arquitetura 802.11 (a) Modo APs (b) Rede ad hoc. Figura 13 - O espectro eletromagnético e a maneira como ele é usado na comunicação. Figura 14 - Formas de transmissão do infravermelho. Figura 15 - Faixa de frequência de uso do ISM nos países. Figura 16 - (a) Componentes montados na tag RFID (b) tag encapsulada. Figura 17 - Dois piconets conectados formando um scatternet. Figura 18 – Área de cobertura da cerca virtual wireless. Figura 19 - Modelo tradicional de nylon. Figura 20 - Módulo RF Transmissor. Figura 21 - Circuito RF transmissor. Figura 22 - Programação em IDE para o módulo RF Transmissor. Figura 23 - Circuito da programação do Arduino Mini usando Arduino Uno. Figura 24 - Conexão do módulo RF transmissor com o Arduino Mini, sendo programado através do Arduino Uno. Figura 25 - Resistores modificados para diminuir o alcance de sinal entre os módulos RFs. Figura 26 - Módulo RF Receptor Figura 27 - Esquema elétrico da conexão do módulo RF receptor com o Arduino Nano. Figura 28 - Módulo Relé de 1 Canal de 5V. Figura 29 - Esquema elétrico da conexão entre o módulo relé e o Arduino Nano. Figura 30 - Programação do módulo RF transmissor junto ao relé. Figura 31 - Resposta da comunicação entre módulo RF receptor e transmissor. Figura 32 - Esquema elétrico de ultrassônico. Figura 33 - Esquema da comunicação dos dispositivos. Figura 34 – Módulo RF transmissor alterado e acoplado a plataforma Arduino Mini. Figura 35 - Conexões dos módulos na plataforma Arduino. Figura 36 - Dispositivo Residencial. Figura 37 - Emissor Ultrassônico. Figura 38 - Tag chaveiro RFID. Figura 39 - Módulo RF receptor. LISTA DE TABELA Tabela 1: Comparação entre os processadores. Tabela 2: Tipos de linguagem de programação e suas características. Tabela 3: Principais características das especificações: Bluetooth, Wi-Fi e ZigBee. Tabela 4: Classes de dispositivos. Tabela 5: Conexão realizada para programar o Arduino Mini utilizando o Arduino Uno. Tabela 6: Materiais e recursos necessários para a realização do trabalho. Tabela 7: Composição do pacote da Cerca Virtual Wireless SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15 1.1 Justificativa ......................................................................................................................... 16 2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 17 2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 17 2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 17 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 18 3.1 Cenário de pet no Brasil e no Mundo ................................................................................. 18 3.1.1 Protetores e os animais de estimação .............................................................................. 18 3.1.2 Motivos aparentes de fuga dos pets ................................................................................. 19 3.2 Campo Audível ................................................................................................................... 19 3.2.1 Frequência sonora ............................................................................................................ 19 3.2.2 Frequência audível ........................................................................................................... 20 3.3 Microcontrolador ................................................................................................................ 21 3.3.1 Arquiteturas Clássicas do Microcontrolador ................................................................... 22 3.3.2 Microcontrolador AVR.................................................................................................... 23 3.3.3 Microcontrolador Atmel ATmega ................................................................................... 23 3.3.4 Estrutura Interna do Microcontrolador AVR .................................................................. 24 3.4 Arduino ............................................................................................................................... 25 3.4.1 Surgimento ...................................................................................................................... 25 3.4.2 A plataforma .................................................................................................................... 25 3.4.3 Arduino Uno .................................................................................................................... 26 3.4.4 Arduino Pro Mini ............................................................................................................. 27 3.4.5 Arduino Nano 3.0 ............................................................................................................ 28 3.4.6 Shields .............................................................................................................................. 28 3.4.7 Módulos ........................................................................................................................... 29 3.5 Linguagem de programação ............................................................................................... 303.5.1 Linguagem C/C++ ........................................................................................................... 31 3.6 Propagação de Ondas Eletromagnéticas ............................................................................. 32 3.7 Redes wireless .................................................................................................................... 33 3.7.1 Classificação e Padrões ................................................................................................... 34 3.7.1.1 Infravermelho ............................................................................................................... 35 3.7.1.2 Micro-ondas .................................................................................................................. 36 3.7.1.3 Rádio frequência ........................................................................................................... 36 3.7.1.3.1 RFID .......................................................................................................................... 37 3.8 Cerca Virtual Wireless ....................................................................................................... 39 4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 41 4.1 Dispositivo acoplado na coleira .......................................................................................... 41 4.1.1 RF transmissor ................................................................................................................. 42 4.1.1.1 Programação do Arduino .............................................................................................. 43 4.1.2 Programar no Arduino Mini ............................................................................................. 44 4.1.3 Sinal de Transmissão ....................................................................................................... 46 4.2 Dispositivo instalado na residência .................................................................................... 46 4.2.1 RF receptor ...................................................................................................................... 46 4.2.2 Relé .................................................................................................................................. 48 4.2.2.1 Programação do Arduino .............................................................................................. 49 4.2.3 Ultrassônico ..................................................................................................................... 50 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 53 5.1 Custo do Projeto ................................................................................................................. 57 5.2 Comparação com projeto já existente no mercado ............................................................. 57 5.3 Tentativa de usar a rede wireless RFID .............................................................................. 59 6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 63 15 1 INTRODUÇÃO O processo de domesticação fundamenta-se em selecionar determinadas espécies de animais que são considerados úteis e adaptá-las à convivência social, seja para desempenhar alguma função útil (caça e proteção) ou apenas para companhia. Este método, por ser utilizado desde a pré-história, ocasionou modificações em diversas espécies domesticadas, não apenas relacionado ao comportamento, mas também às características morfológicas e fisiológicas como, por exemplo, o surgimento dos cães e gatos domésticos. Segundo Tedford e Wang (2008), os cães originaram, aproximadamente, há 10 mil anos e são considerados uma sub-raça do lobo (Canis Lupus), ou seja, possuem um ramo familiar comum. Esses rodeavam as aldeias alimentando-se de restos de mantimentos e alertando aos seres humanos quanto à presença de animais selvagens. Percebendo isso, os homens os capturaram e os levaram para acampamentos com o intuito de domesticá-los. Ao atingirem a fase adulta, era feita a seleção dos cães: se fossem ferozes, eram mantidos em cativeiro e impedidos de acasalar; se fossem dóceis, tolerantes e obedientes ao ser humano, era permitida a procriação. Isso, eventualmente, levou à criação de cachorros domésticos. Reeder e Wilson (2005) afirmam que os gatos domésticos surgiram há, aproximadamente, 12 mil anos, tendo como ramo familiar comum os gatos selvagens (Felis Silvestris Lybica) do Médio Oriente. No Egito, puniam com pena de morte aqueles que ousassem matar um gato, pois estes felinos eram tidos como preciosos. Além disso, criaram leis que proibiam a exportação desses animais para outros países. Um dos motivos que valorizaram a criação deles como animais domésticos foi a grande proliferação de ratos na produção agrícola. Adjunto à evolução da domesticação, muitos seres humanos são obrigados a cuidar e proteger o pet. Diante disso, este trabalho teve como objetivo principal desenvolver um dispositivo eletrônico para auxiliar aos tutores dos animais domésticos a manterem estes no interior da residência. Para isso, foi construída uma coleira eletrônica que monitora e dificulta a saída do animal doméstico da residência sem o seu dono. Ainda, foram usadas redes wireless do tipo rádio frequência para o desenvolvimento do projeto, somados a plataforma Arduino e um emissor ultrassônico. Em resumo, foi desenvolvida uma coleira eletrônica utilizando um transmissor de rádio frequência com uma programação de reconhecimento do pet e acionamento de um sensor ultrassônico. 16 1.1 Justificativa Com o passar dos anos, o processo de domesticação vem fortalecendo o laço entre seres humanos e animais. Isso fez com que, ter um animal de estimação não seja apenas por necessidade de proteção no perímetro de morada ou ajuda na caça para subsistência, mas sim por uma questão afetiva. Além disso, o mercado pet do Brasil ocupa, atualmente, o segundo lugar no cenário mundial. Como resultado disso, na casa dos brasileiros existem mais animais domésticos do que crianças. Logo, faz-se importante o desenvolvimento de uma coleira eletrônica que ajude a manter o pet na residência ou monitorá-lo caso fuja. 17 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Desenvolver uma coleira inteligente de uso em animal doméstico, especialmente em cachorros, utilizando de dispositivos eletrônicos em monitoramento do animal para dificultar/evitar a fuga destes. 2.2 Objetivos Específicos Sistematizar os pontos determinantes para utilização do Arduino; Demonstrar as vantagens de se utilizar o rádio frequência; Demonstrar o funcionamento da comunicação entre os dispositivos; Desenvolver a coleira eletrônica; Comparar a protótipo com projetos já existentes no mercado. 18 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Cenário de pet no Brasil e no Mundo No cenário mundial, o mercado de pets movimenta cerca de US$98,4 bilhões por ano, sendo o Brasil classificado em segundo lugar, estando atrás apenas dos USA. Quando se refere a animais de estimação, os preferidos pela população são os cães e os gatos. No mundo, existem mais felinos do que cachorros, porém, os brasileiros ainda preferem o lendário “melhor amigo do homem” ao bichano. (RIBEIRO, 2015). Apesar da queda sofrida na receita de exportação, como consequência da crise econômica, o setorpet cresceu cerca de 7,4% no final do ano de 2015, atingindo o faturamento de R$17,9 bilhões em produtos e serviços para animais de estimação. O que não falta são cuidados e mimos que os donos dão aos seus animais de companhia (ABINPET, 2015). Conforme uma pesquisa realizada pelo IBGE (2015), na casa dos brasileiros existem mais pets do que crianças, e a diferença entre os dois é grandiosa, aproximadamente 7 milhões a mais de animais domésticos, dentre estes o cachorro ocupa 44,3% das residências, referente a 28,9 milhões de domicílios e equivalente a 52,2 milhões de cães. Já os felinos, que também fazem parte dos companheiros procurados para se ter no lar, representam cerca de 22 milhões. 3.1.1 Protetores e os animais de estimação Para ABINPET (2015), os cuidados principais vão além de muito amor, carinho e dedicação. Há muitos gastos com os pets para mantê-los sempre saudáveis, que vão da alimentação, higiene de rotina (tanto em casa como as idas ao pet shop), acompanhamento veterinário, vacinação, vermifugação, até os acessórios e mimos que os donos gostam de adquirir para agradar o seu animal. São gastos que variam, em média, R$224,00 dependendo da raça e tamanho do animal de estimação, e também do quanto a família pode se dispor a comprometer para o cuidado com o pet. Dentre tantos motivos positivos de se ter um bicho de estimação, destacam-se: diminui o estresse e afasta a depressão; evita a sensação de solidão; alegra o lar, mantendo o equilíbrio emocional da família; ajuda as crianças a serem mais responsáveis; e aos adultos, que pretendem ser pais, a acostumar com a rotina de cuidar de um ser que depende dele; e ajuda na recuperação mais rápida de doenças (ABINPET, 2015). 19 3.1.2 Motivos aparentes de fuga dos pets Ao se dedicar tanto carinho e amor aos seus pets, muitos não entendem o porquê de estes abandonarem o lar, mas existem diversos motivos para um animal fugir. A maioria dos cães que fogem são os machos e não castrados, simplesmente a caça de uma fêmea para cruzar e, nessa procura, acabam indo longe demais de suas casas e não conseguem retornar. Assim como os seres humanos, os animais também ficam entediados em ficar em casa o tempo todo, o que os leva para mais um motivo de fuga, ir atrás de diversão e distrações, ou simplesmente cheirar e olhar ambientes diferentes para matar a curiosidade, pois muitas raças caninas são curiosas. Diferente dos cachorros, os gatos conseguem voltar para casa, pois são capazes de marcar bem seu território, além de ter memória visual e olfativa melhor (TERZIAN, 2011). Mas o fato dos gatos terem mais facilidade de retornar para a sua residência não diminui a preocupação e o medo que os donos sentem. 3.2 Campo Audível 3.2.1 Frequência sonora As ondas sonoras possuem origem mecânica e longitudinais, portanto, se propagam no ar e em outros meios, exceto no vácuo. O papel desempenhado por essas ondas é de suma importância no cotidiano dos seres humanos e dos animais, pois nos auxiliam constantemente de maneira positiva e negativa. Por exemplo, sons da natureza ou músicas tranquilas nos transmitem calma, já quando presente em ambientes de muita conversa ou barulho do tráfego intenso, isso causa uma sensação de estresse e desconforto (SILVA JUNIOR, 2016). O número de vibrações por minuto é denominado frequência, e pode ser classificado como grave ou agudo. O primeiro possui como característica a quantidade reduzida de vibrações por minuto, o segundo se caracteriza pelo inverso, ou seja, quantidade elevada de vibrações por minuto. A unidade de medida da frequência é Hz (LORENZI; CAMILERI; CHAIX, 2013). A Figura 1 demonstra a diferença entre as ondas senoidais das frequências do som. 20 Figura 1 - Onda senoidal das frequências. (a) Som agudo (b) Som grave. Fonte: Lorenzi, Camileri e Chaix (2013) 3.2.2 Frequência audível Segundo Lorenzi, Camileri e Chaix (2013), a audição humana consegue interpretar frequências compreendidas entre 20Hz (grave) e os 20KHz (agudo). Utilizando estas frequências como referências, são classificadas de infrassons as inferiores de 20Hz, e ultrassons aos sons os superiores de 20KHz. Cachorros e gatos conseguem ouvir até 40KHz, sendo que, acima de 20KHz a frequência não é audível para humanos, mas incomoda os pets. A Figura 2 demonstra a frequências audíveis para cada espécie. Figura 2 - Frequência audíveis de diversas espécies. Fonte: Lorenzi, Camileri e Chaix (2013) 21 3.3 Microcontrolador Em 1974, foi lançado, em Texas - EUA, o primeiro microcontrolador chamado TMS 1000 de 4bits, incorporado em um único chip as memórias RAM e ROM e suporte de entrada/saída. Logo, a Intel apresentou a sociedade o microcontrolador 8948 em 1978, ainda possuidor das memórias RAM e ROM, porém, a primeira como memória de dados interna e a segunda memória de programa externa. Em 1980, surgiu o 8051, também fabricado pela Intel, com diferentes periféricos, como o aumento da capacidade das memórias de dados e de programa, um encapsulamento de 40 pinos, dentre outros. Este último modelo criado é ainda usado como referência até os dias atuais (FERRARI, 2013). Abaixo está representado pela Figura 3 o primeiro microcontrolador. Figura 3 - TMS 1000. Fonte: COMPUTERMUSEUM (2000) Souza (2008, p.21) afirma que “o microcontrolador é definido como um ‘pequeno’ componente eletrônico, dotado de uma ‘inteligência’ programável, utilizado no controle de processos lógicos”. Esta definição se dá pelo fato da família dos semicondutores possuírem este adjetivo como principal característica. De acordo Lima (2009, p.3), “o microcontrolador é o agrupamento de vários componentes em um sistema microprocessado. Basicamente o microcontrolador é um microprocessador com memória RAM e de programa, temporizadores e circuitos de clock”. Todo microcontrolador contém um processador, memória e capacidade de E/S. Este último tem como função de detectar botões e interruptores do aparelho. O software vem incorporado como memória somente leitura implementada a partir do momento da criação do 22 microcontrolador. Neste também está incluso o circuito oscilador e conversores A/D, que é de inteira responsabilidade do microprocessador existente no chip (TANENBAUM; AUSTIN, 2013). 3.3.1 Arquiteturas Clássicas do Microcontrolador De acordo Reis (2015), Von Neumann e Harvard são as duas arquiteturas clássicas do microcontrolador. A principal diferença entre estes é baseada no sistema de armazenamento. Na arquitetura Von Neumann, a memória de programa e a de dados estão interligadas, logo o programa consegue se modificar, pois as informações são armazenadas na memória leitura/escrita. Já na Harvard, não há conexão entre os sistemas de armazenamento, impossibilitando a modificação de um programa por si mesmo, pois a memória de dados (leitura/escrita) e de programas (leitura) são separadas. Segundo Lima (2009, p.3), “a arquitetura Von Neumann é mais simples, com menor número de portas lógicas, velocidade menor que a Harvard. A arquitetura Harvard tem necessidade de mais linhas de código para executar a mesma tarefa que a Von Neumann”. A Harvard estendida ou avançada é a arquitetura mais utilizada pelos microcontroladores, pois economiza mais energia por trabalhar com grande número de instruções com quantidade menor de ciclos de clock. Além de ter um melhor desempenho, pois é menor número de linhas de código, o que torna um núcleo com um processamento simplificado e redução na quantidade de portas lógicas (LIMA, 2009). Pode-se notar as diferenças entre estas duas arquiteturas na Figura 4. Figura 4 - Arquiteturas clássicas de microcontroladores: Von Neumann x Harvard.Fonte: Lima (2009) 23 3.3.2 Microcontrolador AVR De acordo Oki e Mantovani (2013), em 1995 a ATMEL desenvolveu o primeiro microcontrolador AVR. Este, por sua vez, possui excelente eficiência de processamento e um núcleo compacto. Tecnologia CMOS e arquitetura RISC avançada que requer menos instruções e voltada para a programação C, isto quer dizer que os códigos produzidos conseguem ser mais simplificados. Segundo Limaverde et al. (2010), nos microcontroladores AVR destacam-se a presença de três tipos de memórias: EEPROM, FLASH e SRAM. Além dos 3 tipos de memórias existentes nos microcontroladores AVR, eles possuem outras características que também os definem como poderosos, são essas: compatibilidade entre toda família AVR, por conta do elevado número de periféricos e integração; processam em ciclo de clock simplórios, que executam instruções em tensões que variam de 1,8 a 5,5V e velocidade que alteram até 20MHz e encapsulamento diversificado de 8 até 64 pinos; software gratuito e completo (LIMA, 2009). Lima (2009, p.6) afirma que “existem microcontroladores AVR específicos para diversas áreas, tais como: automotiva, controle de LCD, rede de trabalho CAN, USB, controle de motores, controle de lâmpadas, monitoração de bateria, 802.15.4/ZigBee™”. 3.3.3 Microcontrolador Atmel ATmega Os tipos de microcontroladores comuns nos Arduinos são ATmega 48A/PA/88A /PA/ 168A/ PA/ 328/P. Estes se diferem principalmente em dois quesitos: o tamanho das memórias FLASH, EEPROM e RAM. O que vem detalhado na Tabela 1. Tabela 1. Comparação entre os processadores Dispositivo Flash Eeprom Ram Interrupção tamanho vetor ATmega48A 4 KBytes 256 Bytes 512 Bytes 1 palavra de instrução / vetor ATmega48PA 4 KBytes 256 Bytes 512 Bytes 1 palavra de instrução / vetor ATmega88A 8 KBytes 512 Bytes 1 KBytes 1 palavra de instrução / vetor ATmega88PA 8 KBytes 512 Bytes 1 KBytes 1 palavra de instrução / vetor ATmega168A 16 KBytes 512 Bytes 1 KBytes 2 palavras de instrução / vetor ATmega168PA 16 KBytes 512 Bytes 1 KBytes 2 palavras de instrução / vetor ATmega328 32 KBytes 1 KBytes 2 KBytes 2 palavras de instrução / vetor ATmega328A 32 KBytes 1 KBytes 2 KBytes 2 palavras de instrução / vetor Fonte: Datasheet da Atmel (2015) 24 3.3.4 Estrutura Interna do Microcontrolador AVR De acordo ATMEL (2015), “o núcleo AVR combina um conjunto rico de instrução com os registros de trabalho para fins gerais. Todos os 32 registradores são diretamente ligados à ULA permitindo que dois registros independentes sejam acessados na instrução executado em um ciclo de clock”. A Figura 5 demonstra a estrutura interna em forma de diagrama de blocos do microcontrolador AVR. Figura 5 - Diagrama em blocos da estrutura interna do microcontrolador AVR. Fonte: DataSheet da ATmel (2015) 25 3.4 Arduino Para McRoberts (2011, p.22), “um Arduino é um pequeno computador que você pode programar para processar entradas e saídas entre o dispositivo e os componentes externos conectados a ele”. 3.4.1 Surgimento O Arduino foi desenvolvido na cidade de Ivea, na Itália, em meados do século X, por Massimo Banzi, David Cuartielles, Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis. Recebeu este nome em homenagem ao bar Arduino, que os desenvolvedores da plataforma iam depois de finalizarem o dia de trabalho focados no projeto (EVANS; NOBLE; HOCHENBAUM, 2013). De acordo Evans, Noble e Hochenbaum (2013, p.25), “as placas eram vendidas em forma de kit para que os alunos fizessem seus próprios projetos. A tiragem inicial foi rapidamente vendida, e mais unidades foram produzidas para manter a demanda”. A Figura 6 representa a primeira placa para plataforma Arduino que utilizava comunicação serial. Figura 6 - Arduino Serial. Primeira placa da plataforma Arduino. Fonte: EMBARCADOS (2013) 3.4.2 A plataforma O Arduino é uma plataforma de computação física que utiliza um microcontrolador baseado no ATmega AVR, no qual será executado o código fonte. Basicamente, encontram-se 14 pinos digitais de entradas/saídas, 6 entradas analógicas, um cristal de quartzo 16MHz, uma 26 conexão USB, tomada de energia e botão reset. A programação do Arduino é feita através do Software Arduino (IDE), que é instalado na máquina e está à disposição no site oficial do projeto Arduino, que são disponíveis para o Windows, Mac OS X e o Linux. Este Software possui um monitor serial, no qual é feito a programação em linguagem C/C++, fazendo o processo de compilação e transferência do código do computador para o microprocessador ATmega, presente no Arduino. Este detém uma adversidade de modelos que possuem, fundamentalmente, as mesmas configurações (ARDUINO CC, 2016). A Figura 7 mostra a configuração externa de um modelo da plataforma. Figura 7 - Hardware Arduino Uno. Fonte: PICTRONICS (2016) O princípio do projeto Arduino é baseado no open source, que, em resumo, é a praticidade de copiar, utilizar e modificar, sem licenças prévias, os componentes de hardware e software (ARDUINO CC, 2016). Conforme McRoberts (2011, p.23), “o Arduino pode ser utilizado para desenvolver objetos interativos independentes, ou pode ser conectado a um computador, a uma rede, ou até mesmo à Internet para recuperar e enviar dados do Arduino e atuar sobre eles”. 3.4.3 Arduino Uno A versão UNO possui 14 pinos digitais de entrada/saída - dos quais 6 podem ser destinados como saídas PWM; 6 são entradas analógicas; um cristal oscilador de 16 MHz; 27 uma conexão USB; uma entrada de tomada de força para alimentação externa de corrente contínua, variando a tensão de 7 – 12V; e um botão de reset (ARDUINO, 2016). 3.4.4 Arduino Pro Mini De acordo ARDUINO CC (2016), o Arduino Pro Mini possui tamanho inferior em comparação aos outros, dimensões de 1,8x3,3cm. Segue um resumo das características da plataforma: Microcontrolador do tipo ATmega 328; Tensão operacional varia de 3.3V ou 5V, dependendo do modelo; 14 pinos digitais de I/O, dos quais 6 fornecem saída PWM; 6 pinos de entrada analógica; Corrente contínua por pino I/O é de 40mA; Memória flash 32kB, que 0,5kB é destinada ao uso pelo bootloader; Memória SRAM de 2kB; Memória EEPROM de1kB; Velocidade de clock de 16MHz nesse arduíno escolhido. A Figura 8 mostra o a parte frontal (a) do Arduino Pro Mini, constituído por pinos analógicos e digitais, botão resert e pinos de fonte (GND e VCC) e a posterior (b), que contém os dados relacionados com a placa. Figura 8 - Arduino Pro Mini. (a) frontal (b) posterior. Fonte: ARDUINO CC (2016) 28 3.4.5 Arduino Nano 3.0 Conforme ARDUINO CC (2016), o Arduino Nano 3.0 é uma placa pequena, de dimensões 4,5x1,8cm. A Figura 9 mostra o a parte frontal (a) e a posterior (b) do Arduino Nano 3.0. Figura 9: Arduino Nano. (a) frontal (b) posterior. Fonte: ARDUINO CC (2016) Segundo ARDUINO CC (2016), o cabo de comunicação que essa placa trabalha é USB Mini-B. Segue um resumo das características dessa plataforma: Microcontrolador modelo ATmega328; Tensão operacional 5V; Recomenda-se a tensão de entrada entre 7 – 12V, mas os limites são de 6 – 20V; 14 pinos digitais de I/O, dos quais 8 fornecem saída PWM; Corrente contínua por pino I/O é de 40mA; Memória flash 32kB, dos quais 2kB é destinada ao uso pelo bootloader; Memória SRAM de 2kB; Memória EEPROM de1kB; Velocidade de clock de 16MHz nesse arduíno escolhido. 3.4.6 Shields McRoberts (2011, p.24) diz que “O Arduino também pode ser estendido utilizando os Shields(escudos), que são placas de circuito contendo outros dispositivos, que você pode simplesmente conectar ao seu Arduino para obter funcionalidades adicionais”. 29 As placas que podem ser conectadas na parte superior do Arduino, denominadas como Shields, estendendo a sua capacidade, encaixando com simetria todos os pinos digitais, alimentação e de entradas analógicas (ARDUINO CC, 2016). A Figura 10 mostra um Shield USB conectado ao Arduino Uno, acoplando por inteiro nos pinos existentes. Figura 10 – Conexão de um Shield com o Arduino Uno. Fonte: ROBOTSHOP (2016) 3.4.7 Módulos Existe uma grande quantidade de sensores e componentes que auxiliam em projetos utilizando a plataforma Arduino. Muitos desses materiais estão disponíveis em placas pequenas contendo resistores, capacitores e leds, além de funções específicas de cada, ampliando a funcionalidade de projetos (FILIPEFLOP, 2014). A Figura 11 consiste em uma pequena quantidade de exemplares de módulos para Arduino. 30 Figura 11 – Exemplos de módulos para Arduino. Fonte: FILIPEFLOP (2014) 3.5 Linguagem de programação De acordo Rodrigues (2007), o somatório de um conjunto de símbolos e regras de sintaxe dá como resultado uma linguagem de programação que permite o desenvolvimento de ações decifráveis e empreendidas pela máquina. Ou seja, a linguagem de programação é uma representação formal para construção de um algoritmo que o computador irá executá-lo. Essa representação formal tem de seguir dois componentes essenciais para a compreensão pela máquina: Sintaxe: conjunto formal de regras que auxiliam na execução do programa através da interpretação de letras, dígitos e diversos símbolos. Ex.: Interpretar que um parêntese que seja aberto deve ser precedido por um outro fechado. 31 Semântica: especifica o “significado” de um programa escrito na linguagem, que esteja adequado sintaticamente. Existe uma variedade de linguagem de programação e essa é dividida em três tipos: a linguagem da máquina, de baixo e alto nível. Possuindo cada uma destas as próprias característica e níveis de complexidade (RODRIGUES, 2007). A Tabela 2 mostra estas divisões e características. Tabela 2. Tipos de linguagem de programação e suas características Linguagem Características Linguagem de máquina Única compreendida pelo computador. Específica de cada computador. Utiliza mnemônicos para representar instruções elementares. Linguagens de Baixo Nível Ex.: Assembly Utiliza instruções próximas da linguagem humana de forma a facilitar o raciocínio. Ex.: Uso Científico: Fortran Linguagens de Alto Nível Propósito Geral: Pascal, C, Basic Uso Comercial: Cobol, Clipper Uso Específico: Lisp, Prolog Fonte: Rodrigues (2007) 3.5.1 Linguagem C/C++ De acordo Stroustrup (2012), o precursor do projeto e implementação da linguagem de programação C foi Dennis Ritchie, em New Jersey. A linguagem C foi um aperfeiçoamento de uma linguagem antecessora a ela, denominada BCPL, cujo uso ainda é presente na Europa. Segundo Sá (2009, p.4), “C é uma linguagem de programação de computadores: É possível usá-la para criar um conjunto de instruções para que o computador possa executar. Isso significa que você pode usá-la para criar lista de instruções para um computador seguir”. A linguagem C++ é considerada uma C melhorada, suporta programação orientada a objetos, genérica e abstração de dados. Também foi projetada e implementada em New Jersey, por Bjarne Stroustrup, iniciada em 1979, sendo comercializada em 1985, porém, a padronização oficial iniciou em 1990, depois de aprimorar o programa com alguns amigos. E 32 então, desde 1991 a ISO é a responsável pelo desenvolvimento da linguagem C++, como também a linguagem C (STROUSTRUP, 2012). De acordo Stroustrup (2012), a referência “C/C++” é utilizada apenas para determinar um sinal de compatibilidade entre as duas linguagens. Os construtos de ambas possuem semelhanças semânticas, pois a linguagem C++ foi desenvolvida o mais próximo possível da C, para facilitar a transição. 3.6 Propagação de Ondas Eletromagnéticas Segundo Ribeiro (2012, p.28), “ondas eletromagnéticas geradas por processos eletrônicos e emitidas a partir de uma antena, são usadas nas transmissões de televisão, em radiodifusão, em comunicação nas faixas de micro-ondas, em radares e em inúmeras outras aplicações”. Conforme Ribeiro (2012), em 1822, através de seus estudos sobre Faraday, escreveu sobre “conversão de eletricidade em magnetismo” em suas anotações, iniciando os estudos e as aplicações sobre os fenômenos eletromagnéticos. Mais tarde, em 1873, o escocês James Clerk Marxwell (físico e matemático) publica um livro no qual deduz matematicamente um conjunto de equações comprovante a existência de ondas eletromagnéticas. Dezoito anos após esta publicação, Hertz consegue comprovar, experimentalmente, que as ondas eletromagnéticas existem, e, assim, receberam o nome de ondas “hertzianas”. Ptt-radio (2016, p.3) diz que “é importante tomarmos consciência de como estamos imersos em ondas eletromagnéticas. Iniciando pelos Sol, a maior e mais importante fonte para os seres terrestres, cuja vida depende do calor e da luz recebidos através de ondas eletromagnéticas”. O hidrogênio submetido a elevadas temperaturas representa um comportamento de vibração em sua estrutura atômica, caracterizando um movimento harmônico simples, dando origem a uma onda eletromagnética. Outra forma simplória de campo eletromagnético irradiado é o deslocamento dos elétrons entre níveis de energia, isso acontece no momento em que o mesmo passa de um estado de energia mais alto para um nível mais inferior (RIBEIRO, 2012). Segundo Ribeiro (2012), a variação do tempo de um campo elétrico ou corrente elétrica acarretará na origem de um campo magnético induzido, desta forma, quando o campo magnético variar no tempo, o campo elétrico varia também e essa indução mútua destes campos acaba por determinar uma onda eletromagnética. 33 Uma onda eletromagnética possui uma velocidade de propagação no espaço livre igual à da luz, que é equivalente a 3.108m/s. Para um meio que não é o espaço livre, a velocidade de propagação será menor do que a da luz. As ondas eletromagnéticas dependem das propriedades do meio, ou seja, são influenciadas pela atmosfera e obstáculos, como por exemplo: montanhas, íons, gases que circulam na superfície da terra e prédios. Normalmente, propagadas em linha reta, mas alteradas na existência de obstáculos (PTT-RADIO, 2016). 3.7 Redes wireless Segundo Moraes (2010, p. 17), “as redes wireless ou redes sem fio são um sistema de comunicação de dados extremamente flexível, que pode ser usado como uma extensão ou uma alternativa a redes locais (LANs cabeadas)”. Desde quando surgiram os notebooks, era de vontade das pessoas conectarem-se à internet como um passe de mágica ao ligar a máquina. Diante desse desejo, iniciaram os trabalhos para alcançar este objetivo, que rapidamente levaram a criação das LANs sem fio por diversas empresas. Para que ocorresse a padronização de LANs, o comitê do IEEE as denominou de 802.11, outro nome que podemos determinar Wireless (TANENBAUM; WETHERALL, 2011). Segundo Pinheiro (2014), IEEE 802.11 recomenda para o padrão de redes sem fio a existência de quatro grupos desenvolvidos grupos: WPAN - Utiliza-se em redes wireless locais com alcance entre 10 e 100 metros, sendo empregado principalmente em dispositivos portáteis ou móveis como: notebooks, microcomputadores, celulares, etc.; WLAN – Utiliza-se este padrão, basicamente, para extensões ou alternativa para sistemas de comunicações convencionais; WMAN – Alcance, aproximadamente, em 6km, é a banda larga utilizada em tecnologias de áreas metropolitanas; WWAN - Sistema de comunicação sem fio voltado para redes de longa distância. Atende basicamente aos serviços de voz e dados na área de telecomunicações. De acordo Tanenbaum e Wetherall (2011), as redes 802.11 são compostas por dois tipos de comunicação, as APs e em rede ocasional. Demonstrada pela Figura 12. 34 APs: denominados também como estações-base, conectam-se a cabeamentos, e toda comunicação passa por um ponto de acesso, chamado de sistema de distribuição. Conforme a Figura 12 (a); Rede ocasional: pode ser chamado de rede ad hod, quando dois ou mais computadores conseguem, de maneira direta, encaminhar dados, estando interconectados entre si sem a necessidade de um ponto de acesso. Conforme a Figura 12 (b). Figura 12 - Arquitetura 802.11 (a) Modo APs (b) Rede ad hoc. Fonte: Tanenbaum e Wetherall (2011) 3.7.1 Classificação e Padrões Segundo Tanenbaum e Wetherall (2011), existem três tipos de redes wireless mais utilizados: infravermelho, micro-ondas e rádio frequência (RF). A Figura 13 representa o espectro eletromagnético em que as redes wireless estão relacionadas. 35 Figura 13 - O espectro eletromagnético e a maneira como ele é usado na comunicação. Fonte: Tanenbaum e Wetherall (2011) 3.7.1.1 Infravermelho Tittel (2003, p.78) afirma que “as ondas infravermelhas existem entre o espectro visível e o das micro-ondas”. A licença de operação da rede wireless em infravermelho é dispensável, tornando essa a principal característica na comunicação da mesma. O sistema infravermelho dispensa requerimentos específicos para cada país, pois possui cobertura mundial. O fato de sua tecnologia ser baseada nos sistemas de controle remoto faz com que a taxa de erros seja reduzida, assim como o custo. Eletroeletrônicos de uso doméstico costumam utilizar bastante dessa tecnologia (MORAES, 2010). De acordo Tittel (2003, p.78), “o infravermelho é direcional (há a necessidade de ser apontado para o aparelho de uma posição próxima a ele) e não consegue atravessar objetos sólidos, por exemplo, as paredes”. Segundo Moraes (2010), o sinal infravermelho não ultrapassa barreiras, por isso é importante, em uma rede interna, analisar os obstáculos. A transmissão em “linha visada” é emitida por um sinal infravermelho numa faixa estreita, diferente da transmissão difusa, esta dispensa a visada entre equipamentos. A Figura 14 diferencia a linha de visada e transmissão difusa. 36 Figura 14 - Formas de transmissão do infravermelho. Fonte: Moraes (2010) 3.7.1.2 Micro-ondas Tittle (2003, p.77) define que “a micro-onda é um subconjunto das frequências de rádio cujo início é considerado em 1GHz e o término, por volta de 18GHz”. A transmissão dessas ondas é realizada de maneira direcional, ou seja, linha reta. Por esse motivo, é capaz de realizar o alinhamento de diversos transmissores em uma única fileira, comunicando-se com vários receptores também enfileirados e intervalos periódicos. Logo, entende-se que, quanto maior for a altura da torre, mais distantes elas podem ficar. O cálculo da distância entre os receptores se eleva de acordo a raiz quadrada da altura da torre (TANENBAUM; WETHERALL, 2011). 3.7.1.3 Rádio frequência Segundo Moraes (2010, p. 20), “os sistemas baseados em rádio frequência utilizam micro-ondas para transmitir o sinal através do ar”. De acordo WEBEDUC (2008), “são radiações eletromagnéticas com comprimento de onda maior e frequência menor do que a radiação infravermelha”. As ondas de rádios são capazes de percorrer longas distâncias e atravessar obstáculos como, por exemplo, paredes. Portanto, é amplamente utilizada em comunicações tanto em local fechado ou aberto. Elas são consideradas omnidirecionais, o que significa que não há necessidade de uma comunicação direta entre transmissor e receptor, pois o rádio frequência 37 possui uma transmissão em todas as direções a partir de um ponto de origem (TANENBAUM; WETHERALL, 2011). De acordo Tittle (2003), as ondas de rádio se comportam conforme há variação na frequência, caso essa seja alta, tendem a viajar em linha reta e ocorre reflexão da mesma; caso seja uma baixa frequência, tendem a atravessar os obstáculos; porém, em curtas distâncias as limitações aumentam. Os sistemas de radiofrequência, também denominado de ISM, são padronizados em três faixas como: 900 MHz, 2.4 GHz e 5 GHz, dispensam a autorização para transmissão dos sinais (MORAES, 2010). Moraes (2010) afirma que em países com restrição na faixa de 5 GHz, utiliza-se a faixa de 2,4GHz para os sistemas com tecnologia de rede wireless. A frequência de 900MHz, por se tratar de uma faixa inteiramente livre, é bastante utilizada no mundo inteiro, conforme apresentada na Figura 15. Figura 15 - Faixa de frequência de uso do ISM nos países. Fonte: Moraes (2010) 3.7.1.3.1 RFID Sousa (2010, f.17) explica que “O termo RFID é um acrônimo para a tecnologia de identificação por radiofrequência, oriunda da sigla em inglês para Radio Frequency Identification”. Uma tag RFID parece com um adesivo do tamanho de selo-postal, que pode ser incorporado em livros, passaportes, animais domésticos, cartões de crédito e outros itens para que possa ser rastreado. A etiqueta é composta de um pequeno circuito integrado com um 38 identificador exclusivo e uma antena de rádio, que recebe as transmissões. Existem os leitores de RFID que são instalados em pontos estratégicos para o rastreamento, quando uma tag entra em alcance é interrogado pelo leitor para que haja a verificação de identidades (TANENBAUM; WETHERALL, 2011). A Figura 16 (a) mostra que tag de RFID possui dois elementos básicos: um chip e uma antena. Esses componentes formam o inlay, que é encapsulado para formar uma tag acabada, como mostra a Figura 16 (b). Figura 16 - (a) Componentes montados na tag RFID (b) tag encapsulada. Fonte: INTERMEC (2016) De acordo INTERMEC (2016), existem diversas vantagens notáveis na tecnologia RFID em relação a outras maneiras de coleta de dados: Não existe intervenção humana na leitura da tag; Proporciona uma alta velocidade de leituras por segundo com grande precisão; Dados podem ser alterados na tag RFID; Campo de visão entre tag e o leitor não é direta; A tecnologia RFID pode ser utilizada adjunto a sistemas de código de barras e redes Wi-Fi. Para Tanenbaum e Wetherall (2011), há variedade de modelos de RFID, cada um com propriedades diferentes, porém, todos possuem um ponto em comum, que é considerado o “aspecto mais fascinante da tecnologia RFID”: não existe plugue elétrico, nem bateria, ao invés disso, toda a energia necessária para operar-lhes é fornecido sob a forma de ondas de rádio transmitido pelos leitores de RFID. Tanenbaum e Wetherall (2011) afirmam que existem três tipos de RFID, que são mais utilizados: 39 UHF RFID (RFID Ultra-High Frequency). Ele é usado em algumas carteiras de motorista nos Estados Unidos. Os leitores enviam sinais na banda de 902-928 MHz. As tags se comunicam a distâncias de vários metros, por mudar a forma como eles refletem os sinais do leitor. O leitor é capaz de pegar essas reflexões. Este modo de operação é chamado retro espalhamento; RFID HF (High Frequency RFID). Ela opera a 13,56 MHz e pode ser instalado em passaporte, cartões de crédito, livros e sistemas de pagamento sem contato. HF RFID tem um curto alcance, tipicamente um metro ou menos, porque o mecanismo físico é baseado na indução em vez de retro difusão; LF RFID (RFID Low Frequency), que foi desenvolvido antes HF RFIDe usado para rastreamento de animais. 3.8 Cerca Virtual Wireless O AMICUS (2016) afirma que o sistema de cerca virtual wireless “delimita a área que o seu animal de estimação irá ficar sem o uso de barreiras físicas apenas com um transmissor e uma coleira no seu cão ou gato”. A Cerca é composta por uma coleira eletrônica, ajustável, que contém um dispositivo receptor de sinal, e transmissor instalado na residência com fios, funcionando como delimitadores do espaço em que o dono deseja que o animal doméstico permaneça (PETLOVE, 2016). Segundo AMICUS (2016), o transmissor da cerca deve ser instalado em um local coberto, pois não é a prova d’água, com uma distância mínima de 1m de grandes objetos de metais e no centro da área a ser determinada como sendo o local em que o pet permanecerá. O funcionamento consiste basicamente na transmissão de sinal através do ar (wireless), que delimitará a área desejada, essa área pode ser dimensionada no transmissor com até 55m de diâmetro. A Figura 18 demonstra a área de cobertura da cerca com um raio de até 27,5m. 40 Figura 18 – Área de cobertura da cerca virtual wireless. Fonte: AMICUS (2016) Ao perceber a perda do sinal entre o receptor presente na coleira e o transmissor na residência, é emitido na coleira um tom de alerta, “caso o animal doméstico continue a avançar, o receptor irá emitir um pequeno estímulo eletrostático ajustável (5 níveis) totalmente inofensivo ao animal de estimação” (AMICUS,2016). 41 4 MATERIAL E MÉTODOS Com tecnologia simples e acessível, foi desenvolvida uma coleira eletrônica de uso em animais domésticos (cães e gatos), com alcance de comunicação entre módulos RF transmissor e receptor de, aproximadamente, 2 metros, que acionam um emissor ultrassônico quando ocorre a interpretação de sinais entre ambos. Para execução do projeto, a coleira foi uma das peças fundamentais para o trabalho. Logo, a escolha do material foi feita levando em consideração que o animal utilizará o dispositivo, praticamente, 24h. Por isso, a coleira deve fornecer o máximo conforto possível. Diante desse apontamento, como base acopladora do protótipo no animal, foi escolhida a coleira de nylon, conforme representada pela Figura 19. Figura 19 - Modelo tradicional de nylon. Fonte: Loja Canina (2016) A coleira de nylon possui as seguintes características: mais discreto, fácil manuseio, mais ajustável no pescoço do animal, não ficando apertada ou frouxa e não interfere na movimentação do pet; o nylon é um polímero que possui excelente isolação térmica e elétrica, além de ser resistente ao desgaste e à abrasão. 4.1 Dispositivo acoplado na coleira Na coleira eletrônica foi instalado um o módulo RF 433 MHz transmissor conectado a um Arduino Mini. 42 4.1.1 RF transmissor O módulo RF transmissor efetua uma comunicação por rádio frequência com o dispositivo instalado na residência. No circuito, o transmissor foi utilizado sem conexão da antena, pois a distância de comunicação utilizada foi pequena, aproximada 2m. Mas, pode ser utilizado para comunicação a grandes distâncias, com limite de 200 metros. Para isso, basta apenas a instalação da antena. A Figura 20 mostra o módulo RF transmissor e a identificação dos pinos do dispositivo. Figura 20 - Módulo RF Transmissor. Fonte: FILIPEFLOP (2013) Este módulo transmite em uma frequência de 433MHz, com uma taxa de transferência de 4KB/s e funciona com tensão variante de 3,3 a 12V, o que modela a distância com a qual se deseja trabalhar. Para conexão desse módulo, foi necessário utilizar um Protoboard que foi conectado ao Arduino Mini. Esse circuito está ilustrado na Figura 21. 43 Figura 21 - Circuito RF transmissor. Utilizou-se a porta digital 12 do Arduino Mini para ligar o DATA do RF transmissor, o GND da plataforma para conectar ao GND do módulo e o terminal VCC do módulo na porta 5V do Arduino. 4.1.1.1 Programação do Arduino O Arduino utiliza um software específico para ele, o IDE, que é programado pela linguagem C/C++. Para melhor trabalhar com hardware ou manipular dados, existem as bibliotecas, que podemos acrescentar na programação para oferecer funcionalidade extra para utilizar esboços. Nesse protótipo foi necessário a instalação da biblioteca VirtualWire. A Figura 22 mostra a programação para funcionar o módulo RF Transmissor. Figura 22 - Programação em IDE para o módulo RF Transmissor. 44 As linhas que mais detalham o programa são: 1, 5, 10 e a 16. A linha 1 da programação declara a biblioteca baixada para melhor funcionamento do programa. A linha 5 indica a quantidade de bits por segundo. A linha 10, a mensagem a ser enviada para o receptor. A linha 16 aguarda o envio dos dados, ou seja, a conexão do módulo transmissor com o módulo receptor e o envia o total da mensagem. 4.1.2 Programar no Arduino Mini O Arduino Mini é um modelo de plataforma cujo circuito de comunicação USB não está embutido na placa. Logo, para que fosse introduzida a programação no Mini, foi necessária a utilização do Arduino Uno. A Figura 23 demonstra o circuito elétrico da ligação entre as plataformas. Figura 23 - Circuito da programação do Arduino Mini usando Arduino Uno. Para que a conexão desse certo, primeiro eu carreguei o programa referente ao módulo RF transmissor para o Arduino Uno, antes de fazer a ligação dos pinos, representado na Figura 23. Em seguida, realizei as conexões representadas pela Tabela 5. 45 Tabela 5. Conexão realizada para programar o Arduino Mini utilizando o Arduino Uno Arduino Mini Arduino Uno DTR RST TX TX RX RX VCC +5V GND GND Para carregar o programa no Arduino Mini, foi necessário, antes de tudo, passar o programa para o Arduino Uno. Feito isso, são realizadas as conexões dos terminais entre as plataformas, como demonstrado na Figura 23 e relacionado na Tabela 5, apresentadas anteriormente. Logo após conectados pelo cabo USB do Uno, notou-se que led vermelho do Mini acende juntamente ao led do Uno, indicando que ele estava alimentado pelo pino 5v. Depois, foram realizados os seguintes passos no software oficial do Arduino: Mudar a Placa para Arduino Pro or Pro mini; Selecionar o processador como ATmega328(5V, 16MHz); Selecionar programador em AVR ISP; Fazer download via Programador (Ctrl+Shift+U). Em seguida, foi conectado o módulo RF transmissor na plataforma Arduino Mini. A ligação no Protoboard está demonstrada na Figura 24. Figura 24 - Conexão do módulo RF transmissor com o Arduino Mini, sendo programado através do Arduino Uno. 46 4.1.3 Sinal de Transmissão O sinal de transmissão do módulo RF, quando usado sem antena e com a tensão no limite mínimo de 3,3V, tem um alcance de 20m. Como o alcance desejado para este protótipo era de no máximo 2m, foram instalados trimpots de 100k no lugar dos resistores relacionado à potência e amplificação de sinal, que possuem resistência de 27KΩ cada. A Figura 25 mostra quais os resistores do circuito do módulo RF transmissor tiveram de ser modificados para diminuir o alcance. Figura 25 - Resistores modificados para diminuir o alcance de sinal entre os módulos RFs. Fonte: FILIPEFLOP (2013) 4.2 Dispositivo instalado na residência No dispositivo instalado na residência para comunicação com a coleira, foi necessário utilizar de um módulo RF 433 MHz receptor conectado a um Arduino Nano, juntamente com um relé e um emissor ultrassônico. 4.2.1 RF receptorO módulo RF receptor se comunica por rádio frequência com o módulo transmissor acoplado a coleira do animal. No circuito, o transmissor foi utilizado sem conexão da antena, assim como no transmissor, pois a distância de comunicação necessária para que o projeto funcionasse era reduzida. O módulo RF receptor segue na Figura 26, identificando os pinos do dispositivo. 47 Figura 26 - Módulo RF Receptor. Fonte: FILIPEFLOP (2013) A frequência de recepção que este módulo trabalha é de 433MHz, com uma única tensão de operação de 5V DC, e uma corrente de operação de 4mA. Para conexão desse módulo, foi necessário utilizar um Protoboard o qual foi conectado ao Arduino Nano. O esquema elétrico está ilustrado na Figura 27. Figura 27: Esquema elétrico da conexão do módulo RF receptor com o Arduino Nano. Utilizou-se a porta digital 11 do Arduino Nano para conectar o DATA do RF receptor, o GND da plataforma para conectar ao GND do módulo e o VCC do RF na porta digital 5V do Nano. Para alimentar o dispositivo sem ser necessário a conexão com o computador, foi instalado uma fonte de 5V para alimentação, fazendo a ligação do lado positivo da fonte no pino VCC do Arduino e o lado negativo da fonte no GND da plataforma. 48 4.2.2 Relé O módulo relé foi instalado para acionar o emissor ultrassônico. A tensão de operação é de 5V DC, sendo permitido o controle de cargas de 110 / 220 V AC, operando a uma corrente entre 15 – 20 mA. O módulo utiliza LEDs como indicador de mudança de status. A Figura 28 demonstra o relé utilizado no protótipo. Figura 28 - Módulo Relé de 1 Canal de 5V. Fonte: ELETROGATE (2016) Para iniciar a ligação do módulo relé ao Arduino foi determinada a porta digital que seria utilizada. Nesse protótipo, foi escolhida a porta 7. Em seguida, foi conectado o pino de alimentação do módulo relé ao pino 5V do Arduino Nano e o GND do relé no GND da plataforma de comunicação. A Figura 29 simboliza o esquema elétrico entre o relé e o Arduino. Figura 29 - Esquema elétrico da conexão entre o módulo relé e o Arduino Nano. 49 4.2.2.1 Programação do Arduino A programação se divide em duas partes; a primeira é baseada na comunicação dos módulos RF transmissor e receptor; e a segunda na comunicação do recebimento do sinal para que o relé foi acionado. As linhas que detalham a programação são: 1, 3, 5, 9,11, 18, 20, 22. A programação está representada na Figura 30. Figura 30 - Programação do módulo RF transmissor junto ao relé. A primeira linha determina qual a biblioteca foi utilizada. A porta lógica em que o relé foi posicionado está demonstrada na linha 3. A linha 5 delimita o tamanho da mensagem a ser interpretada pela comunicação sem fio. A linha 9 determina o estado inicial do relé, que foi programado como apagado. A linha 11 é o primeiro passo da comunicação entre o módulo receptor e transmissor, ao ocorrer a comunicação a frase que foi determinada era exposta em no monitor serial do software: “Dados enviados com sucesso!”. O programa faz a leitura 50 determinada dentro da linha 18 e 20, enquanto houver a comunicação, respeitando o limite do tamanho da mensagem, foi exibida a mensagem encaminhada pelo transmissor no monitor serial, para conferência de comunicação, que diz: “Recebido: Dados enviados com sucesso!”. Já a linha 22 fica responsável de acionar o relé enquanto estiver recebendo o sinal de comunicação entre os módulos RFs. A Figura 31 é a representação do monitor serial quando ocorre o envio e recebimento dos dados. Figura 31 - Resposta da comunicação entre módulo RF receptor e transmissor. 4.2.3 Ultrassônico O ultrassônico foi desenvolvido baseado no circuito integrado 555 que funciona como oscilador. A Figura 32 demonstra o circuito do ultrassônico desenvolvido. 51 Figura 32 - Esquema elétrico de ultrassônico. Os materiais utilizados no circuito do ultrassônico se dividem em semicondutores, resistores, capacitores e outros: Semicondutores: CI – circuito integrado 555; Q1 – transistor PNP de potência; D1 e D2 – diodos de silício 1N4002; Resistores: R1 – 2.2KΩ; R2 – 1.5KΩ; R3 - 1KΩ; P1 – Potenciômetro Trimpot 10KΩ; Capacitores: C1 – eletrolítico 1000µF/25V; C2 – cerâmico ou poliéster 2.2ƞF; T1 – Transformador com primário conforme a rede local e secundário de 12+12V e 1ª de corrente; F1 – Fusível de 1A; TWeeter piezoelétrico (Alto falante) – 4/8 de 40W.; Complementos: Placa de circuito integrado, cabo de força, caixa para montagem, suporte de fusível, chave de mudança de tensão local (110/220V), fios e solda. A Figura 33 esboça o princípio de funcionamento de comunicação entre os módulos RFs, onde os dispositivos foram instalados e o alcance de comunicação, na coleira e na residência. 52 Figura 33 - Esquema da comunicação dos dispositivos. Fonte: Próprio Autor A coleira foi desenvolvida com um sistema baseado no Módulo RF transmissor no Arduino Mini, já no dispositivo residencial consta o Módulo RF receptor, relé e o emissor ultrassônico, todos tendo o Arduno Nano como base. DISPOSITIVO 53 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Baseado nos dados dos gastos que os donos de animais domésticos têm, para melhor atender as necessidades dos pets e também a influência positiva que o mercado pet possui na economia do país, foi desenvolvido um protótipo que dificultasse a fuga do animal doméstico da residência sem a companhia do dono. Primeiramente, foi desenvolvido o dispositivo para usar na coleira do pet. Quando realizada as conexões para que o transmissor entrasse em funcionamento, ocorreu um problema com o alcance, pois era necessário para o protótipo um alcance de no máximo 2m. Entretanto, as ondas de rádio são capazes de percorrer grandes distâncias enfrentando obstáculos, logo, mesmo reduzindo a tensão de alimentação, o menor alcance encontrado foi de aproximadamente 20m. Então, para resolver esse empecilho, foi instalado no lugar de dois resistores de 27kΩ um potenciômetro trimpot de 100kΩ. Esses potenciômetros sofreram variações para saber ao certo a resistência que deveria ser utilizada no Módulo Rf para que a comunicação entre dispositivos fossem em um alcance de no máximo 2m. Ao chegar na resistência de 47kΩ e 33kΩ, o protótipo alcançou a distância desejada. A Figura 34 mostra a montagem do módulo transmissor de rádio frequência, com a alteração dos resistores por trimpots realizada. Para alimentação desse sistema, conectei uma bateria de 9V. O fio positivo conectado ao pino RAM da plataforma Arduino Mini e o fio negativo ligado ao pino GND do Arduino. Figura 34 - Módulo RF transmissor alterado e acoplado a plataforma Arduino Mini. 54 O desenvolvimento do protótipo na parte do módulo receptor não necessitou de alteração em relação ao alcance. Porém, depois de confirmada a presença da comunicação wireless, notou-se a necessidade de implementação de um relé para que houvesse o acionamento do emissor ultrassônico somente quando fosse detectado o sinal de comunicação. A Figura 35 representa as conexões entre os módulos adjunto ao Arduino Nano. Figura 35 - Conexões dos módulos na plataforma Arduino. A partir do momento que a distância entre os dois dispositivos se igualava a 2m, ocorria a comunicação e na programação realizada, o receptor recebeua mensagem: “Dados enviados com sucesso!”, o transmissor envia as informações a cada 1000 milisegundos, que também foi pré-determinada na programação detalhada na Figura 19. Depois de realizada toda conexão, o dispositivo do módulo RF receptor foi acoplado em uma caixa de material isolante para melhor acabamento e segurança, conforme demonstrado pela Figura 36. 55 Figura 36 - Dispositivo Residencial. Foi desenvolvido, para compor a parte do dispositivo residencial, um emissor ultrassônico que varia a frequência audível entre 16KHz e 20KHz. Quando o pino do trimpot instalado no circuito está no mínimo, é emitido um som incômodo para os seres humanos, mas ainda suportável pelos pets, porém, quando posicionado no seu ponto máximo, proporciona ao emissor uma frequência muito elevada, de 20KHz, sendo inaudível aos humanos, mas já proporcionando um incômodo aos animais, como gato e cachorro. A Figura 37 mostra o emissor ultrassônico desenvolvido. 56 Figura 37 - Emissor Ultrassônico. O protótipo funcionou baseado em rede wireless, no caso específico, por rádio frequência. Para desenvolvimento do dispositivo que foi instalado na coleira, foi utilizado a plataforma Arduino Pro Mini, o módulo RF transmissor e uma bateria de 9V para alimentação. Depois, foram desenvolvidos dois protótipos para instalação na área de acesso da residência, um utilizando o módulo RF receptor e o outro um emissor ultrassônico. Para que o módulo RF receptor entendesse o sinal encaminhado pelo RF transmissor, foi necessário instalá-lo em uma plataforma Arduino Nano e utilizar da programação para compreensão das informações. Então, quando os módulos RFs entravam em comunicação e troca de dados, era acionado um módulo relé que fechado o contato que estava aberto para energizar o emissor ultrassônico e este por sua vez emitia uma frequência de 20KHz que incomoda o animal e faz com que ele afaste da área de acesso a residência. 57 5.1 Custo do Projeto Os materiais necessários para o desenvolvimento dos dispositivos estão descritos na Tabela 6, representando quanto o gasto para a realização do projeto proposto nesse trabalho. Tabela 6: Materiais e recursos necessários para a realização do trabalho. Materiais Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$) Coleira 1 unid. 20,00 20,00 Kit RF (transmissor e receptor) 1 unid. 13,50 13,50 Arduino Nano 3.0 1 unid. 9,88 9,88 Arduino Pro Mini 1 unid. 9,48 9,48 NE 555 1 unid. 10,00 10,00 Trimpot 10kOhms 1 unid. 2,50 2,50 Trimpot 100kOhms 2 unid. 2,50 5,00 Tweeter Leson St200 1 unid. 28,00 28,00 Diodos 1N4002 2 unid. 2,00 4,00 Resistores 3 unid. 2,00 6,00 Capacitores 2 unid. 2,00 4,00 Sirene 1 unid. 20,00 20,00 Bateria 1 unid. 5,00 5,00 Miscelânea 20% do total 27,47 27,47 Custo Total 164,83 5.2 Comparação com projeto já existente no mercado Há um sistema no mercado, similar ao dispositivo proposto nesse trabalho, denominado de “Cerca Virtual Wireless” fabricado pela Amicus Inovações, uma empresa responsável pelo desenvolvimento de produtos tecnológicos para o mercado pet. Esta coleira funciona baseada na transmissão e recepção de sinal pelo ar (wireless), quando então perde a comunicação entre esses, aciona na própria coleira um tom de alerta. Caso o animal doméstico tente invadir ou permanecer na área determinada para que ele não fique, é acionado um pequeno estímulo eletrostático ajustável, considerado inofensivo ao animal. Para que todo o processo funcione corretamente, é necessário seguir um manual de adestramento que está incluso no pacote. A Tabela 7 consiste na composição do kit da cerca virtual. 58 Tabela 7. Composição do pacote da Cerca Virtual Wireless Quantidade Componentes 1 Transmissor Stop 1 Receptor Stop 2 Baterias CR2477 1 Coleira Ajustável 100 metros Fio Delimitador 30 Bandeiras 2 Bornes para Pelo Curto 1 Bornes para Pelo Longo 1 Lâmpada de Néon 1 Fonte 1 Suporte para Fixação na Parede 1 Manual de Instalação 1 Manual de Treinamento 1 Certificado de Garantia Fonte: PETLOVE (2016) O custo da cerca virtual é em média R$902,50, caso queira utilizar mais de um animal doméstico, é necessário adquirir mais uma coleira com dispositivo com base no receptor. Esta sai, em média, R$402,00. Em contradição, o produto proposto nesse projeto possui um custo de 5,5 vezes menor que o similar já existente no mercado. Como consequência, pode ser adquirido por famílias que não possuem uma condição financeira elevada, servindo com a mesma finalidade do produto de preço mais elevado, que é manter o animal doméstico em segurança. Outro ponto satisfatório para o dispositivo proposto nesse trabalho é a comunicação entre os módulos RF transmissor e receptor. Como eles acionam o emissor ultrassônico quando ocorre a comunicação em um raio de aproximadamente 2m, pode ser instalado em apartamentos e pequenas residências, sendo necessário somente delimitar essa área em torno do acesso do local. Esta também pode ser adquirida para mais de um pet, em uma mesma residência. Assim como a coleira já existente, é necessário comprar o dispositivo desenvolvido para ser acoplado na coleira do próprio animal de estimação, neste caso com custo, em média, R$31,00. Em caso de algum mau contato na coleira do pacote da cerca virtual wireless, o animal que estiver utilizando pode ficar recebendo estímulo eletrostático ou tom de alerta mesmo estando na área determinada para ele, confundindo o animal de onde realmente ele pode permanecer. Em contraposição, o projeto aqui descrito mantém o emissor ultrassônico a uma distância que venha a incomodar o animal, sem necessidade de estar acoplado a coleira, ficando mais alto caso o pet aproxime demais do local não permitido. Assim, mesmo que ocorra algum problema com o dispositivo, não afetará o animal de estimação. 59 5.3 Tentativa de usar a rede wireless RFID Antes de utilizar os módulos RF transmissor e receptor no protótipo apresentado nesse trabalho, pesquisei e achei viável o uso das tags RFID. O que seria instalado na coleira era um módulo que transmite em uma frequência de 13,56 MHz, com durabilidade de 100 mil ciclos, necessitando troca após atingir essa quantidade. O material ABS é a prova d’água, com memória de 1K byte EEPROM (768 bytes livres), que armazena dados do usuário. A Figura 38 representa uma tag chaveiro RFID. Figura 38 - Tag chaveiro RFID. Fonte: Filipeflop (2016) Já no dispositivo que seria instalado na residência, seria usado o módulo leitor RFID para que comunicasse com o dispositivo na acoplado à coleira do animal. Este leitor funciona na mesma frequência que a tag, ou seja, 13,56MHz, com tensão de 3,3V. A Figura 39 mostra um módulo leitor RFID. Figura 39 - Módulo RF receptor. Fonte: Filipeflop (2016) Porém, quando houve a comunicação entre o módulo RFID e a tag chaveiro, a distância máxima alcançada entre eles foi de 10 cm, o que seria inviável para a ideia do 60 protótipo, pois, para projeto, é considerado um pequeno alcance. Em vista de tentar aumentar essa distância, foi construída uma bobina com fio de cobre e soldada no módulo leitor RFID, porém, não ocorreu êxito no experimento. 61 6 CONCLUSÃO O rádio frequência, como a rede wireless desse trabalho, foi escolhido como forma de comunicação entre os dispositivos após pesquisas bibliográficas realizadas para melhor desenvolver o projeto. Foi uma escolha interessante pelo fato de manterem as trocas de dados, mesmo com presença de barreiras em curtas distâncias. Assim, a inexistência de comunicação entre os módulos RF transmissor e receptor é, praticamente, impossível.
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