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a práxis profissional do Assistente Social

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A PRÁXIS PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Serviço Social
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Autora
Cristiana Montibeller
Denise da Silva Vieira
Joelma Crista Sandri Bonetti
Marines Selau Lopes
Silvana Braz Wegrzynovski
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Harry Wiese
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Teceremos neste curso um debate acerca dos principais conceitos e fundamentos 
da práxis profissional do assistente social, além de apresentar novidades relativas ao 
Serviço Social contemporâneo.
O conjunto de temas debaterá as concepções sócio-históricas, econômicas, 
políticas e culturais associadas à identidade profissional do assistente social, oferecendo 
reflexões sobre as principais teorias clássicas do pensamento social e do pensamento 
político, perpassando pelas correntes filosóficas e econômicas dos séculos XX e XXI. 
Igualmente, este debate proporcionará a você momentos de reflexão no que 
tange às concepções do capitalismo e do Estado, sem esquecer fatos relevantes ao 
desenvolvimento da história política do Brasil contemporâneo.
Vale ressaltar que serão abordadas ponderações a respeito da concepção de 
desenvolvimento e do neodesenvolvimentismo, além de abordar alguns aspectos 
relativos ao trabalho alienado e sociabilidade no capitalismo, entre outros aspectos 
norteadores da construção da subjetividade e dos movimentos sociais.
Por conseguinte, tratar-se-á de um assunto muito importante para a a atuação 
profissional do assistente social, pois enfatiza-se a questão da ética, da legislação, das 
atribuições, das competências e da instrumentalização profissional teórico-técnico-
operativa do Serviço Social, alimentando reflexões sobre a legislação que regulamenta 
o nosso fazer profissional, os dilemas éticos contemporâneos, como a questão do sigilo 
profissional, além das diferenças entre as atribuições e as competências do assistente 
social nos dias de hoje.
Adentraremos também nas questões que são objetos norteadores da profissão 
do assistente social, que são as expressões da questão social. E, para tanto, neste curso 
procuraremos revisitar as implicações das expressões sociais da questão social e a 
formulação, implementação, execução e avaliação de projetos, serviços, programas e 
políticas sociais. Para, assim, compreender a amplitude da terminologia do termo da 
questão social e seu acirramento e globalização.
Ao mesmo tempo, também trabalharemos questões da atualidade, tais como: as 
novas configurações sociais para o serviço social, a profissão do serviço social mediante 
uma trajetória das funções tradicionais às provocações perante as novas configurações 
de regulação sociopolíticas.
Assim, faz-se necessário abordarmos também as questões pertinentes da aplicação 
e importância da estatística para o serviço social, em que será realizada uma análise dos 
2 SERVIÇO SOCIAL
Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados.
principais indicadores sociais da realidade brasileira.
Para finalizar este arcabouço de informações relativas à atuação profissional do 
assistente social, abordar-se-á um assunto novo, que está nas mídias, que é a questão 
da guarda compartilhada. Neste sentido, desvelaremos como se dá a atuação do serviço 
social na implementação e garantia dos direitos que estão prescritos na Lei nº 13.058/2014, 
que regula a guarda compartilhada no Brasil.
Vale salientar que os assuntos abordados neste curso são frutos das 
problematizações e estudos realizados pela equipe de professores, e organizada pela 
Coordenadora do Curso de Bacharelado em Serviço Social da UNIASSELVI, pois o 
mesmo reflete a base conceitual da profissão e sua práxis profissional.
Prof.ª VERA LÚCIA HOFFMANN PIERITZ
CRESS Nº 4016 DA 12ª REGIÃO
COORDENADORA DO CURSO DE BACHARELADO EM
SERVIÇO SOCIAL
UNIASSELVI – NEAD
3SERVIÇO SOCIAL
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EMENTA GERAL:
Conceitos sócio-históricos, econômicos, políticos e culturais associados à 
identidade profissional. Teorias clássicas do pensamento social e do pensamento político. 
Principais correntes filosóficas do século XX: marxismo, neotomismo, fenomenologia 
e neopositivismo. Concepções e análises do capitalismo e caracterização do estado. 
Desenvolvimento da história política brasileira: república velha e estado novo. 
Concepção de desenvolvimento e do neoliberalismo: trabalho alienado e sociabilidade 
no capitalismo. Objetivações humanas e a construção da subjetividade. A cultura e as 
identidades coletivas: uma análise das diferentes dimensões culturais e suas correlações 
com o estado e o mercado. Dimensões da ética profissional e a instrumentalização 
profissional teórico-técnico-operativa. O serviço social e a legislação que o regulamenta. 
A evolução histórica no serviço social e a compreensão da moral e da ética. Dilemas 
éticos contemporâneos: o sigilo profissional. Evolução e atribuições profissionais do 
serviço social. As diferenças entre as atribuições e as competências do assistente social. 
A associação da instrumentalidade e da comunicação no serviço social. Os termos 
técnicos e a atuação profissional do assistente social. Implicações das expressões sociais 
da questão social e a formulação, implementação, execução e avaliação de projetos, 
serviços, programas e políticas sociais. A amplitude da terminologia do termo da 
questão social. A globalização e o acirramento das expressões da questão social. Espaços 
ocupacionais do assistente social no primeiro, segundo e terceiro setores. Projetos de 
pesquisa e projetos de intervenção profissional a partir da elaboração, execução, avaliação 
e comunicação (publicação de resultados). Atualidades: novas configurações sociais 
para o serviço social. A profissão do serviço social mediante uma trajetória das funções 
tradicionais às provocações perante as novas configurações de regulação sociopolítica. A 
importância da estatística para o serviço social. O serviço social: analisando os principais 
indicadores sociais da realidade brasileira. O serviço social e a lei nº 13.058/2014 – guarda 
compartilhada.
CONCEITOS SÓCIO-HISTÓRICOS, 
ECONÔMICOS, POLÍTICOS E 
CULTURAIS ASSOCIADOS À 
IDENTIDADE PROFISSIONAL
ETAPA 1
5SERVIÇO SOCIAL
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CONCEITOS SÓCIO-HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E 
CULTURAIS ASSOCIADOS À IDENTIDADE PROFISSIONAL
Profª. Denise da Silva Vieira
Profª. Marines Selau Lopes
APRESENTAÇÃO DA ETAPA 
Nesta unidade serão abordadas as teorias clássicas do pensamento social: Émile 
Durkheim, Karl Max e Weber, e alguns clássicos do pensamento político, tais como: 
Adam Smith; Aristóteles; Jean-Jacques Rousseau; John Locke; Nicolau Maquiavel; 
Platão e Thomas Hobbes. As correntes filosóficas e econômicas do século XX e XXI, o 
desenvolvimento da história política brasileira: República Velha e Estado Novo.
Caro(a) acadêmico(a)! Vamos iniciar nossos estudos procurando compreender 
o sistema capitalista. Assim, constataremos que o mercado é um organismo utilizado 
no capitalismo para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. E que, para impedir 
que o mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando o mercado apresenta 
sinais de perigo, pois o crescimento e a riqueza centralizada agravam ainda mais as 
desigualdades sociais.
Em seguida, veremos como se gerou a discussão sobre o desenvolvimento e o 
neoliberalismo. Neste sentido, como profissionais do ServiçoSocial, se faz necessário 
seguir o processo de reflexão e amadurecimento profissional, bem como a inserção nas 
lutas sociais recentes, lutas estas de ampliação de direitos, de democracia, de participação 
social e na ação coletiva do trabalho.
Posteriormente estudaremos as objetivações humanas e a construção da 
subjetividade. Desta forma, concluiremos que a subjetividade, portanto, não é refém 
do processo social, mas componente integrante, tanto pode ser resultado como criadora 
do próprio processo.
Para finalizar, faremos uma análise das diferentes dimensões culturais e suas 
correlações com o Estado e o mercado. Assim, veremos que a cultura é uma extensão 
do processo social, da vida de uma sociedade. Não pertence apenas a um conjunto de 
técnicas e visões.
Profª. Denise da Silva Vieira
Profª. Marines Selau Lopes
6 SERVIÇO SOCIAL
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TÓPICO 1: TEORIAS CLÁSSICAS DO PENSAMENTO 
SOCIAL E DO PENSAMENTO POLÍTICO 
Apresentaremos uma breve explanação dos clássicos da sociologia, tais como: 
Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.
1.1 ÉMILE DURKHEIM
David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, em Paris. Foi sociólogo, 
psicólogo social e filósofo francês. Designou a disciplina acadêmica e, com Karl Marx e 
Max Weber, é comumente citado como o principal arquiteto da ciência social moderna 
e considerado um dos pais da sociologia. Émile Durkheim destaca que na vida em 
sociedade o homem defronta-se com regras de conduta que não foram diretamente 
criadas por ele, mas que existem e devem ser seguidas.
Afirma que os fatos sociais são objetos de estudo da sociologia, sendo estas regras 
e normas coletivas que norteiam a vida dos indivíduos em sociedade.
Preocupava-se, em seu trabalho, como a sociedade poderia conservar sua 
integridade e coerência na modernidade. Teve várias publicações, destacamos o seu 
primeiro trabalho sociológico relevante, “Da divisão do Trabalho Social” (1893), entre 
outros de grande importância.
Durkheim também estava intensamente preocupado com a aceitação da sociologia 
como ciência legítima. Aprimorou o positivismo originalmente estabelecido por 
Auguste Comte, solicitando o que poderia ser considerado como figura de realismo 
epistemológico, bem como a utilização do método hipotéticodedutivo na ciência social.
A sociologia, na sua visão, era a ciência das criações, entendida em seu sentido 
mais amplo como as “crenças e modos de comportamento instituídos pela coletividade”, 
tendo como objetivo descobrir fatos sociais estruturais. Foi um amplo defensor do 
funcionalismo estrutural, uma perspectiva fundamental tanto em sociologia como em 
antropologia. Para Durkheim, a ciência social deve ser puramente holística, na qual a 
sociologia precisa estudar os fenômenos atribuídos à sociedade em geral, em vez de se 
limitar às ações específicas dos indivíduos.
1.2 KARL MARX
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818, em Londres. É considerado um 
intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna. Atuou 
como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. Seu pensamento tem 
influências em várias áreas, tais como: Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, 
Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Economia e Teologia, e também 
7SERVIÇO SOCIAL
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Biologia, Psicologia, Comunicação, Administração, Física, Cosmologia, Arquitetura e 
Ecologia.
Suas teorias sobre a sociedade, economia e política, também conhecidas como 
marxismo, destacam que as sociedades humanas avançam através da luta de classes, 
na qual, de um lado, há conflito entre a classe burguesa que controla a produção e, de 
outro, o proletariado que fornece a mão de obra para a produção.
Foi eleito o maior filósofo de todos os tempos, juntamente com Durkheim e Max 
Weber.
Em sua principal obra sobre a economia foram ressaltadas as bases e compreensão 
atual do trabalho e sua relação com o capital, influenciando o pensamento econômico.
Marx destaca o capitalismo como a “ditadura burguesa”, ou seja, somente a 
classe rica tem seu próprio benefício, em que o capitalismo causa conflitos internos 
que dirigiriam à sua autodestruição e substituição por um novo sistema, o socialismo. 
Ressalta que a sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora, sendo 
chamada de "ditadura do proletariado", o "Estado dos trabalhadores" ou "democracia 
dos trabalhadores".
Acreditava que o socialismo seria uma estratégia revolucionária para derrubar 
o capitalismo e ocasionar mudanças socioeconômicas para o país.
1.3 MAX WEBER
 Karl Emil Maximilian Weber nasceu em 21 de abril de 1864, em Munique, 
Alemanha. Era um intelectual, jurista e economista alemão e foi um dos fundadores 
da Sociologia. Também foi considerado um dos fundadores do estudo moderno da 
sociologia, com influência na economia, filosofia, no direito, na ciência política e na 
administração.
Iniciou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, de Berlim, 
posteriormente veio a trabalhar nas universidades de Munique. Publicou várias obras, 
entre elas destacamos “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, onde traz uma 
discussão e reflexões sobre a sociologia da religião.
Para Weber a religião era uma das razões não exclusivas do porquê as culturas do 
Ocidente e do Oriente, desenvolvendo-se de formas variadas, salientando a importância 
de algumas qualidades específicas do protestantismo ascético, que levou ao surgimento 
do capitalismo, da burocracia, do estado racional e legal nos países ocidentais. Destaca 
8 SERVIÇO SOCIAL
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outro trabalho importante, “a política como vocação”.
Segundo Weber, o Estado estava definido como "uma entidade que reivindica 
o monopólio do uso legítimo da força física", um significado que se tornou central no 
estudo contemporâneo da ciência política no Ocidente. Em suas contribuições mais 
apreciadas são muitas vezes mencionadas como a "Tese de Weber".
1.4 PENSAMENTO POLÍTICO
Faremos uma breve explanação sobre os clássicos do pensamento político, na 
visão de alguns pensadores, tais como: Adam Smith, Aristóteles, Jean- Jacques Rousseau, 
John Locke, Nicolau Maquiavel, Platão e Thomas Hobbes.
Primeiramente, vamos compreender o termo política: “deriva do grego polis 
(polis-cidade, urbe) e polités (polités – cidadão, civil), guardando, portanto, em seu 
significado etimológico, o segredo de sua identidade”. (BITTAR, 2002, p. 28).
Entende-se por política a ciência da direção de um Estado ou Nação, ou seja, é 
também um método de negociação para compatibilizar interesses.
Conforme Bittar (2002, p. 27): “Política tem relação com os modos de organização 
do espaço público, objetivando o convívio social”.
O termo "ciência política", segundo Cicco e Gonzaga (2011, p. 178), “é o estudo 
de teorias e casos práticos da política, bem como a análise e a descrição dos sistemas 
políticos e seu comportamento”, ou seja, é a teoria e prática da política, que consiste 
no estudo por parte do governo com o intuito de analisar e compreender a realidade 
social, histórica e seu funcionamento.
A política engloba tudo o que trata da cidade e de direitos do cidadão. Sendo 
através das decisões comuns consensuais ou não e de votação, também das discussões 
e deliberações realizadas no espaço público com propostas comuns a todos.
9SERVIÇO SOCIAL
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1.5 ADAM SMITH
Nasceu em 5 de junho de 1723, em Kirkcaldy. Foi um filósofo e economista escocês. 
Teve como cenário para a sua vida o atribulado Século das Luzes, o século XVIII.
Considerado o pai da economia moderna, foi o mais importante teórico do 
liberalismo econômico. Autor de "Uma investigaçãosobre a natureza e a causa da 
riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, a qual é usada como referência para 
gerações de economistas, procurando sempre demonstrar que a riqueza das nações 
resulta do desempenho dos sujeitos que, movidos até mesmo pelo seu próprio interesse, 
provocavam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.
Esperava que a iniciativa privada devesse atuar livremente, com pouca ou 
nenhuma influência do governo. Sendo que a concorrência livre entre os diferentes 
fornecedores alteraria não só a queda do preço dos produtos, como também as constantes 
inovações tecnológicas, com o intuito de amortecer o custo de fabricação e abater os 
concorrentes.
A divisão do trabalho foi um fator evolucionário influente a propulsionar a 
economia. Neste sentido, os ensinamentos de Adam Smith exerceram uma rápida e 
intensa abrangência na burguesia (negociantes, industriais e financistas), uma vez que 
almejavam abolir com os direitos feudais e com o mercantilismo.
1.6 ARISTÓTELES
Aristóteles nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estagira, na Grécia. Grande 
filósofo grego, astrônomo e matemático, fixou residência em Atenas aos 17 anos, 
onde conheceu Platão e se tornou seu discípulo. Direcionou as suas diversas obras, 
principalmente “A Política”, ao campo político. Apresentou uma visão realista do 
Estado, abordando também a cidade, a família, as riquezas, os regimes políticos e fez 
crítica a Platão.
Seus escritos abrangem os mais variados assuntos, tais como física, metafísica, 
as leis da poesia e do drama, o governo, entre outros. É visto como um dos fundadores 
da filosofia ocidental.
Aristóteles destaca três formas de governo: a monarquia, a aristocracia e a 
democracia. Conforme Cicco e Gonzaga, (2011, p. 192) “todas devem buscar o bem 
comum da polis (espécie de comunidade que possui seus próprios fins), sob pena de 
se tornarem formas corruptas ou desvirtuadas, degenerando-se então sob a forma de 
tirania, oligarquia e demagogia”.
10 SERVIÇO SOCIAL
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Classificou as formas de governo como três boas e três desvirtuadas. Na sua 
visão, as boas são consideradas aquelas que visam ao bem comum, ou seja, que visam 
favorecer aos governados e não apenas aos governantes. E as que não visam o bem 
comum são formas desvirtuadas de governo.
QUADRO 1 – CONSIDERAÇÕES BOAS E DESVIRTUADAS
CONSIDERADAS BOAS CONSIDERADAS DESVIRTUADAS
Monarquia: Poder centrado em uma pessoa física, 
ou seja, governo de um.
Aristocracia: Poder no qual o Estado é governado 
por um grupo de pessoas.
Democracia ou Politeia: Governo de uma maioria, 
do povo.
Tirania: Forma distorcida, contrária de Monarquia.
Oligarquia: Forma impura, degenerada de 
Aristocracia.
Demagogia ou Olocracia: a corrupção da 
Democracia.
FONTE: A autora
1.7 JEAN-JACQUES ROSSEAU
Nasceu em Genebra em 28 de junho de 1712, foi um admirável filósofo, teórico 
político, escritor e compositor autodidata suíço. Respeitado como um dos principais 
filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo.
Rousseau pondera que as instituições educativas corrompem o indivíduo e tiram-
lhe a liberdade. Contudo, destaca que para a criação de um novo indivíduo e de uma 
nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a natureza, ampliando 
progressivamente seus sentidos e razão com vistas ao livre-arbítrio e à capacidade de 
avaliar.
Autor de várias obras. A terceira análise rousseauniana corresponde ao livro 
terceiro, se refere às possíveis formas de governo, que são a democracia, a aristocracia 
e a monarquia, e suas características e princípios. A partir do oitavo capítulo, que vai 
se destacando o tipo de Estado, ou seja, que forma de governo funciona melhor, se a 
democracia é boa em cidades pequenas, a aristocracia em Estados médios e a monarquia 
em Estados grandes. No décimo capítulo, Rousseau expõe como o excesso dos governos 
pode degenerar o Estado.
Destacando ainda, no nono capítulo que o principal objetivo de uma sociedade 
política é a prevenção e prosperidade dos seus membros. 
Em sua obra “O contrato social”, destaca a preocupação filosófica e política de 
11SERVIÇO SOCIAL
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Rousseau. “O contrato social possui existência na teoria de Rousseau, e não corresponde 
a uma realidade aferível empiricamente”. (BITTAR, 2002, p. 185).
O contrato social trata de um acordo instituído entre as pessoas com vistas à 
fundação da sociedade, sendo divisor de águas entre o estado de natureza e o estado 
cívico.
1.8 JOHN LOCKE
John Locke nasceu em 29 de agosto de 1632, em Wrington, na Inglaterra. Foi 
um filósofo inglês, estudou em Oxford, onde se formou em Medicina, posteriormente 
se tornou professor daquela universidade. Suas principais obras foram: Cartas sobre a 
tolerância, Ensaios sobre o entendimento humano e os Dois tratados sobre o governo 
civil.
Conhecido como defensor da liberdade e da tolerância religiosa, foi considerado 
o fundador do empirismo, “doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da 
experiência” (WEFFORT, 2006, p. 83). O mesmo autor diz ainda que “como filósofo, 
Locke é conhecido pela teoria da tábula rasa do conhecimento, desenvolvida no ensaio 
sobre o entendimento humano”. (WEFFORT, 2006, p. 83). A partir do conhecimento 
adquirido é que se desenvolve essencialmente o próprio conhecimento. Segundo Weffort 
(2006, p. 83),
A teoria da tábula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, 
formulada por Platão e retomada por Descartes, segundo a qual determinadas 
ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem 
independentemente da experiência.
Na busca do conhecimento, através das experiências, o ser humano vai 
estabelecendo novas formas de trabalho, o livre consentimento da sociedade para a 
formação de governos, sendo estes, para Locke, os principais fundamentos do estado 
civil.
Pontua o “Estado de natureza” e o “Estado Político”, sendo que, no Estado de 
natureza todos têm que fazer valer a lei natural. Acreditava que o trabalho era o que dava 
direito à propriedade, desde que não prejudicasse ninguém, assim ficaria assegurado 
o direito ao fruto do trabalho.
John Locke define as formas de governo como “a comunidade pode ser governada 
por um, por poucos ou por muitos, conforme a escolha a monarquia, oligarquia ou 
democracia”. (WEFFORT, 2006, p. 87). Pontua que esta escolha poderá incidir sobre o 
governo misto. Defende como forma de governo a monarquia absoluta, “desconhecendo 
limitações de qualquer natureza, é incompatível com os justos fundamentos da sociedade 
12 SERVIÇO SOCIAL
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civil”. (MALUF, 1995, p. 121). A adaptação da sociedade e organização do Estado foi 
estabelecida em benefícios próprios, não sendo possível neste segmento a afirmação do 
poder com amplitude, ao contrário do que o bem público estabelece. Conforme Weffort 
(2006, p. 88), “Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à 
propriedade constituem para Locke o cerne do estado civil e ele é considerado por isso 
o pai do individualismo liberal”.
Locke pontua que os princípios de um direito natural do Estado, baseado na 
concordância e submissão dos poderes Executivo e Legislativo, de direito de resistência, 
são garantidas com as diretrizes fundamentais do Estado Liberal. 
Com os princípios de um direito natural do Estado, baseado na concordância e 
submissão dos poderes Executivo e Legislativo, de direito de resistência, Locke pontua 
as diretrizes fundamentais do Estado Liberal. “Locke assinala que ‘a liberdade não é 
licença, mas obediência à lei natural’”. (BITTAR, 2002, p. 166).
1.9 NICOLAU MAQUIAVEL
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, na Itália, no dia 3 de maiode 1469. 
Foi historiador, poeta, diplomata e músico italiano. Foi reconhecido como fundador 
do pensamento e da ciência política moderna. Escreveu diversas obras, sendo a mais 
reconhecida “O Príncipe”.
Com 29 anos de idade, ingressa na vida pública exercendo um cargo de destaque, 
sendo interrompida quando os Médici recuperaram o poder. Afastado da vida pública, 
Maquiavel inicia uma nova fase estudando os clássicos, posteriormente dando vida às 
suas obras, tais como: O Príncipe (1512 a 1513), A arte e a guerra (1513 a 1519) e outras. 
Era reconhecido como o fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo 
fato de escrever sobre Estado e governo.
Maquiavel classifica as formas de governo em termos dualistas: de uma parte, a 
monarquia e poder singular, e de outra, a República ou poder plural. Acredita em três 
formas boas de governo: são ideais a monarquia, a aristocracia e a democracia.
Segundo Cicco e Gonzaga (2011, p. 80), “afirma que todos os governos que existem 
ou já existiram apresentam-se sempre como repúblicas ou principados (monarquias)”. 
Repúblicas não apresentam características de vitaliciedade e nem hereditariedade do 
governo. Sua forma pode manifestar-se por meio da democracia, aristocracia e timocracia 
(sistema de governo em que preponderam os ricos) ou oligarquia. O Principado pode 
ser hereditário dos governos, podendo se manifestar como monarquia ou tirania. 
Salientamos que para Maquiavel a forma de governo tem que ser eficaz, atingindo a 
paz social, que seria o objetivo maior a ser alcançado pelo governante.
13SERVIÇO SOCIAL
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Para Maquiavel, o Estado real é capaz de impor a ordem, tendo como ponto de 
partida e chegada a realidade concreta. Conforme Weffort (2006, p. 17), “esta é a sua 
regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria 
que ela fosse”.
Maquiavel apresenta duas forças opostas quanto ao fator social de instabilidade, 
“uma das quais provém de não desejar o povo ser dominado nem oprimido pelos 
grandes, e a outra de quererem os grandes dominar e oprimir o povo” (O Príncipe, 
cap. IX). Salienta que “se todos quisessem o comando, a oposição seria resolvida pelo 
governo dos vitoriosos”. (WEFFORT, 2006, p. 20).
O problema político é encontrar estratégias que atribuem equilíbrio às relações, 
que sustentem uma determinada correlação de forças. Maquiavel coloca que há duas 
respostas à anarquia decorrente da natureza humana e ao confronto entre grupos 
sociais: “o Principado e a República”. (WEFFORT, 2006, p. 20) O mesmo autor diz que “A 
escolha de uma ou de outra forma institucional não depende de um mero ato de vontade 
ou de considerações abstratas e idealistas sobre o regime, mas da situação concreta”. 
(WEFFORT, 2006, p. 20). Acreditava que quando a nação se encontra ameaçada seria 
necessário um governo forte, com estratégias e com instrumentos de poder capazes de 
inibir as forças fragmentadas.
Maquiavel descrevia a política como sendo uma prática de homem livre de freios 
extraterrenos, sujeito da história, prática esta que exigia virtú (equivalente a virtude), o 
domínio sobre a fortuna, ou seja, agir de maneira correta diante das situações.
Para Maquiavel, a política tem uma ética e lógica próprias, para se pensar e fazer 
política que não se enquadra no tradicional moralismo piedoso “a resistência à aceitação 
da radicalidade de suas proposições é seguramente o que dá origem ao ‘maquiavélico’”. 
(WEFFORT, 2006, p. 24). Para Maquiavel, o governo ideal é aquele que consegue 
consolidar as forças desfavoráveis presentes na sociedade, equilibrando o anseio 
daqueles que impõem o domínio e a resistência dos que não aceitam ser dominados.
1.10 PLATÃO
Nasceu em 428/427 a.C., em Atenas, Grécia antiga, e foi um filósofo matemático. 
Escreveu diversos diálogos filosóficos, foi o fundador da Academia em Atenas, a 
primeira Instituição de Ensino Superior, contribuiu na construção dos alicerces naturais 
da ciência filosófica.
Suas principais obras foram: O Banquete, A República. Nesta última descreve 
sobre a importância da arte de governar. Afirma que os governantes devem ser filósofos; 
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classifica a política como defensora da justiça, onde o bem deveria sempre prevalecer, 
com diálogos entre os governantes e os governados; toma como base as frases de seu 
mestre Sócrates, para as proposições de modelos de cidade, estado, nação, justiça e 
cidadania.
Platão classifica as formas de governo em graus de degenerescência, ou seja, 
degenerando de aristocracia passando para a timocracia, oligarquia, democracia, até 
resultar na forma de tirania, que para ele é a pior forma de governo. Presenciou as 
primeiras discussões sobre a democracia, queda das aristocracias, tiranias, após guerras. 
Acreditava que a aristocracia e a monarquia são formas boas de governo. Segundo 
Cicco e Gonzaga (2009, p. 77), “o governo aristocrático é aquele dos que possuem [...] 
virtudes, o governo monárquico seria bom, pois o governo pensaria nos seus súditos. 
Nos bons governos imperam o logos, a sabedoria e a virtude”. Segundo Bittar (2002, p. 
47), “A política depende das leis para realizar-se, efetivar-se e ser praticada. Contudo, 
a missão das leis não se exaure em apenas proibir e coibir, devendo também estimular, 
incentivar, educar”.
Para Platão, o Estado ideal é completamente baseado na justiça, as responsabilidades 
políticas deveriam ser para o governo um preparado para administrar a cidade. 
Destacava a possibilidade de filósofos assumirem o governo, tendo em vista que estavam 
preparados para representar a sociedade, com alto grau de formação e conhecimento.
1.11 THOMAS HOBBES
Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588, na Inglaterra, e foi um filósofo 
inglês, matemático, teórico político, autor de várias obras. Entre elas estão: “Leviatã”, 
onde expõe seu ponto de vista sobre a natureza humana, e “Do cidadão”, onde descreve 
as necessidades de governos e sociedades.
Na obra Leviatã, Hobbes dispôs o poder de um Estado eclesiástico e civil. 
Conforme Cicco (2011, p. 215), “Estado de natureza e Estado Político civil, que podem 
ser definidos pela oposição. O Estado de natureza é uma construção ficcional que se 
apresenta de modo conflituoso, beligerante, um verdadeiro estado de guerra”. Segundo 
Bittar (2002, p. 142), “O Estado, o homem artificial, ganharam grande repercussão no 
universo da teoria política, e é um dos grandes predecessores da era dos monarcas”.
A sociedade se incorporava conforme suas necessidades e sobre o medo, sendo 
estas situações sanadas com o aparecimento do Estado político e organizado, trazendo 
recursos e estratégias para impedir o fim da espécie humana. “A drástica solução é a 
organização do Estado Político, de modo que a força de todos se opusesse ao egoísmo 
de cada um e com isso fossem garantidas a vida, a segurança e a organização”. (CICCO 
& GONZAGA, 2011, p. 216).
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Em seu entrosamento, na circunstância da natureza, os indivíduos, na batalha 
pela sobrevivência, promovem a guerra, porém pelo clima do medo e da consciência 
de que é melhor viver em paz, os indivíduos, em comum acordo, submetem-se a um 
poder soberano.
Para Hobbes, esta teoria pessimista considerava que o homem é o lobo do 
homem e esta luta de todos contra todos tem como consequência o desaparecimento da 
sociedade. O mesmo autor diz que “para que haja paz, o indivíduo abre mão de suas 
liberdades naturais em troca de uma liberdade civil que garante sua vida” (CICCO, 
2011, p. 216). Contudo, este princípio apresenta como um favor do poder absoluto do 
governante.
Sendo Hobbes um defensor do Estado absoluto, ao qual o indivíduo, em última 
análise, devese dominar, a fim de afiançar sua própria característica de sobrevivência, 
visto que o estado de natureza já não é mais aceitável no contexto social.
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TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS 
DO SÉCULO XX: MARXISMO, NEOTOMISMO, 
FENOMENOLOGIA E NEOPOSITIVISMO.
Denise da Silva Vieira
Apresentaremos uma breve explanação acerca das principais correntes filosóficas 
do século XX, tais como: Marxismo, Neotomismo, Fenomenologia e Neopositivismo, 
proporcionando uma base de entendimento destas correntes ocorridas no século XX.
2.1 MARXISMO
Elaboradas por Karl Marx e Friedrich Engels, Marxismo é considerado um 
conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais e que foram desenvolvidas 
mais tarde por outros seguidores. Fundamentado na concepção materialista e dialética 
da história, explica a vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades 
e das lutas de classes daí consequentes.
O marxismo abrange o indivíduo como um ser social histórico, possuindo a 
competência de trabalho e desenvolvendo a produtividade, diferenciando o indivíduo 
dos outros animais, sendo que possibilita o avanço de sua emancipação da escassez da 
natureza, proporcionando a ampliação das potencialidades humanas.
Conforme Sciacca (1966, p. 289),
O marxismo leninista-stalinista não se satisfaz com tornar o homem uma deter-
minação da natureza, da qual faz parte aparentemente o dominador, fazendo-o 
uma “célula” da sociedade: a “assimilação” do homem e dos seus fins à na-
tureza é acompanhada com a assimilação do indivíduo à sociedade, dado que 
esta é todo o homem e é todo do homem. O homem como pessoa não tem sua
“dignidade ontológica”: a sua “existência social”.
A emancipação do proletariado se resume por meio da liberação da classe 
operária, para os trabalhadores da cidade e do campo, rompendo na origem a 
propriedade privada, empregadora do proletariado, transformando a base produtiva 
no sentido de socialização dos meios de produção, sobre o controle social dos próprios 
produtores de acordo com os interesses humanos adequados. Entusiasmando os mais 
distintos setores da atividade humana ao longo do século XX, tais como na política, 
análise e interpretação dos fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos e 
também a prática sindical. O marxismo foi utilizado desvirtuadamente, tendo como 
embasamento para as doutrinas oficiais, aproveitadas nos países socialistas e nas 
sociedades pós-revolucionárias.
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Ainda segundo Sciacca (1966, p. 290).
Também a moral e a arte devem “engajar-se” na luta de classe, contribuir para 
a destruição da classe burguesa ou capitalista, exaltar (a arte) os esforços he-
roicos do proletariado na luta que se empenhou por esta destruição e para a 
construção de novo mundo socialista. O marxismo superou as ideias dos seus 
antecessores, passando a ser considerado uma corrente político-teórica com 
envolvimento de uma extensa gama de pensadores e militantes, tornando-se 
necessário observar as diversas tendências e definições do marxismo.
2.2 NEOTOMISMO
Surgiu no século XIX, com o intuito de reviver a filosofia de São Tomás de Aquilo 
(pensador político). O Neotomismo é uma corrente filosófica, a fim de atender aos 
problemas contemporâneos. No final do século XIX, decorrente da industrialização e 
do desenvolvimento do capitalismo, surge a condição de exploração e miséria na vida 
dos operários na Europa, levando a Igreja a se posicionar e visando à crise e decadência 
da moral e dos costumes cristãos. 
Através das ideias de Tomás de Aquino, a Igreja usa estratégias para o 
enfrentamento desta situação. A ideia de Tomás de Aquino é conhecida como o tomismo, 
doutrina filosófica cristã, destinada às explicações das relações entre a verdade revelada 
e a filosofia, ou seja, entre a fé e a razão. Tais conceitos não se chocam, são distintos e 
harmônicos.
O tomismo marca a história da filosofia e do homem até o século XVIII, 
estendendo-se até o início do século XX. A retomada da ideia de Tomás de Aquino 
faz unir os pensadores católicos para a conquista do pensamento contemporâneo, ou 
seja, a Igreja ressuscitando o tomismo, levando a filosofia escolástica para as cátedras 
universitárias.
O Neotomismo, segundo o pensamento de Descartes (filósofo francês) é toda a 
filosofia moderna que se organizava com falhas e equívocos, sendo responsáveis pela 
crise do mundo contemporâneo. Notada como um desvio metafísico e espiritual, sendo 
superada somente com a retomada do tomismo. Sendo que o retorno desta filosofia se 
estenderá a todos. Contudo, no campo social, segue a filosofia de Tomás de Aquino.
Far-se-á intensamente presente e marcando intensamente o serviço social. A 
repercussão do Neotomismo na teoria/prática profissional dos assistentes sociais pode 
ser percebida até os dias atuais. Neste sentido, o trabalho dos primeiros assistentes sociais 
estava voltado à classe trabalhadora, na perspectiva da conciliação das classes sociais, 
com o objetivo de “moldar” o homem e integrálo à sociedade, aos valores, à moral e aos 
bons costumes. A partir da década de 60 estas ideias vêm sendo questionadas, porém 
nos dias atuais ainda se pode perceber a presença de princípios cristãos.
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Conclui-se que há uma influência teórica na formação histórica do serviço social, 
pois o Neotomismo marca fortemente o início da profissão, sendo que o pensamento 
de Tomás de Aquino acaba influenciando os embasamentos teóricos do serviço social 
desde seu início, e a Igreja Católica tem uma importante participação neste processo.
2.3 FENOMENOLOGIA
O termo Fenomenologia vem do grego phainesthai – aquilo que se apresenta ou 
que se mostra – e logos – explicação, estudo. Assegura a importância dos fenômenos 
da consciência, com o objetivo de serem estudados em si mesmos, ou seja, tudo o que 
poderemos conhecer do mundo resume-se a esses fenômenos, a elementos e ideais que 
existem na mente, denominados por uma palavra que representa a sua essência, sua 
"significação".
O método científico está na afirmação de uma "verdade provisória" útil, verdade 
esta até que um novo acontecimento manifeste outra realidade.
Segundo Sciacca (1966, p. 298), “A fenomenologia é ciência eidética, isto é, capta 
a presença imediata das essências antes de quaisquer mediações. É ela intuição das 
essências, diversas da ciência dos fatos que se funda sobre a experiência sensível”.
Fenomenologia é conhecida como o estudo da consciência e dos elementos da 
consciência. A redução fenomenológica, "epoche", processo informado pelos sentidos 
e mudado em um conhecimento de consciência, ou seja, estar consciente de alguma 
coisa. Sejam imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos, memórias, sentimentos, 
entre outros, fazem parte das nossas experiências já vivenciadas.
O conceito foi criado pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938), ele atuava como 
matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e Freiburg 
im Breisgau, na Alemanha.
Segundo Sciacca (1966, p. 299), “Em todos os problemas metafísicos existe 
um “insuprimível” elemento irracional que é tal para nós e não em si. A ontologia 
(fundamento da metafísica) é o ser na sua pureza, purificado de qualquer determinação”.
As regras metafísicas abordam os problemas centrais da filosofia teórica, ou 
seja, são experiências em descrever os fundamentos, condições, leis, estrutura básica, 
causas ou princípios, bem como o sentido e a intenção da realidade como um todo ou 
dos indivíduos em geral.
A ontologia é um ramo central da metafisica, tendo como objetivo a investigação 
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referente às categorias básicas do indivíduo e como se relacionam uns com os outros. 
Outro ramo é a cosmologia, que se preocupa em estudar a totalidade de todos os 
fenômenos no universo.
Não podemos confundir fenomenologia com fenomenalismo. Este não expõe 
a complexidade da estrutura intencional da consciência que o indivíduo tem dos 
acontecimentos, ou seja, tudo o que permanece são as percepções ou probabilidades 
permanentes das sensações, chamado de fenômeno. Já a fenomenologia analisa a 
semelhança entre a consciência e o indivíduo. 
A influência da fenomenologia no serviço social iniciou com os programas de 
pós-graduação, principalmente na PUC/São Paulo e Porto Alegre e do Rio de Janeiro. 
Com objetivo de renovação dos projetos operativos do serviço social, seguindo como 
orientação metodológica um modo fenomenológico. Contudo, a fenomenologia surge 
como uma nova sugestão teórica para o serviço social, analisando o movimento dos 
profissionais, que procuravam aplicar mais qualidade à prática profissional.
2.4 NEOPOSITIVISMO
Neopositivismo, também conhecido por Positivismo lógico, é um modelo 
filosófico geral, desenvolvido por membros do Círculo de Viena, com base no 
pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna. Surgiu no 
início do século XX com o Círculo de Viena e foi liderado por Moritz Schlick, um grupo 
de discussão composto por cientistas e filósofos com o intuito de instituir uma nova 
filosofia da ciência, com rigorosa demarcação do científico e do não científico.
Segundo Sciacca (1966, p. 299),
O Círculo de Viena ou empirismo lógico. A filosofia como análise da linguagem 
científica, de modo a adiantar prognósticos e a formular as condições do seu 
controle por meio dos dados de observação. Tudo o que não é dado de expe-
riência ou verificável fisicamente é sem sentido (fisicalismo); os problemas da 
metafísica são sem sentido.
O neopositivismo reduziu o conhecimento à ciência e empregou o verificacionismo, 
para abandonar a metafísica não como falsa, mas como derrubada de significado. A 
importância da ciência levou positivistas lógicos acentuados a estudar o método científico 
para descobrir a lógica da teoria da confirmação, “a análise da linguagem como exame 
da estrutura lógica das categorias científicas”. (SCIACCA, 1966, p. 299).
Nos dias atuais, o neopositivismo é desconsiderado pela maioria dos filósofos. 
Mas as correntes filosóficas distendidas de Kuhn (estabelecendo o caráter paradigmático 
da ciência) e Paul Feyerabend (demonstrando que na prática científica a ciência não 
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evolui segundo normas preestabelecidas) causaram graves problematizações de suas 
ideias.
Já no fim dos anos 30, os membros do Círculo de Viena se espalharam devido à 
morte de Schlick, ocorrida na Alemanha; o grupo também se rompeu devido aos avanços 
do nazismo. O neopositivismo foi conquistado por Alfred Jules Ayer, na Inglaterra.
Entretanto, após receber diversas críticas de alguns filósofos, o neopositivismo foi 
cada vez mais "abandonado" pelos seus defensores. E no final dos anos 60, o movimento 
já apresentava praticamente seu fim. 
Através de um movimento em semelhança, a filosofia idealista que rondava 
as universidades alemãs da época, o neopositivismo apresentou como características 
marcantes a busca por uma ciência integrada, a antimetafísica, através do verificacionismo, 
obtendo significado de conhecimentos analítico (pode ser explicado por ele mesmo) e 
sintético (afirmações sobre o mundo real, pela observação).
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TÓPICO 3 – CONCEPÇÕES E ANÁLISES DO CAPITALISMO 
E CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO
Marines Selau Lopes
O capitalismo é um sistema socioeconômico que se instalou inteiramente após 
o século XVIII. Nele, os elementos utilizados para produzir e distribuir as mercadorias 
são de domínio privado com fins lucrativos, investimentos estes que são considerados 
indispensáveis para a expansão econômica.
Esse sistema intensifica a luta de classes, ou seja, a exploração do proletariado 
pela burguesia.
FIGURA 1 – LUTA DE CLASSES
FONTE: Disponível em: <http://www.blogdozebrao.com.br/v1/category/charges/page/22/>. Acesso 
em: 20 maio 2015.
Desta forma, podemos afirmar que o mercado é um organismo utilizado no 
capitalismo, por indivíduos para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. Assim, 
para impedir que o mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando o mercado 
apresenta sinais de perigo, pois o crescimento centralizado da riqueza arquiteta e agrava 
as desigualdades sociais. Desta forma, a intervenção do Estado se mostra necessária 
para instituir um mínimo de igualdade entre os indivíduos, pois, sem este equilíbrio, a 
vida em sociedade, no sistema capitalista, seria drasticamente afetada.
Ao fazer referência ao Estado, estamos tratando de uma organização que possui 
poder legítimo sobre um determinado território e os indivíduos que nele habitam. Neste 
sentido, a população acolhe a determinação do Estado que dita regras, cobra impostos, 
julga e pune os transgressores.
Assim, considerando a legitimidade, podemos dizer que o Estado não possui 
concorrência e desempenha de maneira monopolista o sumo poder nas sociedades atuais.
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O Estado possui outras duas características, para além do caráter monopolista, 
estas se referem à universalidade e à inclusividade. A universalidade significa que as 
decisões do Estado representam a todos. Na questão da inclusividade, significa dizer 
que o Estado poderá intervir conforme as circunstâncias exigirem, para atender ao 
interesse público.
Referente às funções de poder do Estado, três são consideradas funções 
imprescindíveis. Sendo que na contemporaneidade, estas três funções passaram a ser 
exercidas por órgãos correspondentes de forma harmônica e interdependente: 
Legislativa: elaborar as leis necessárias para a manutenção da vida em sociedade.
Executiva: administrar a coisa pública, ou seja, assegurar de fato o
cumprimento das leis.
Judiciária: julgar os atos praticados, conforme as leis existentes.
FIGURA 2 – AS TRÊS FUNÇÕES INDISPENSÁVEIS DO ESTADO
FONTE: Disponível em: <http://summaria.blogspot.com.br/2013/03/o-que-sao-instituicoes-sociais.
html>. Acesso em: 29 maio 2015.
No Brasil, como também na maioria dos países, o poder do Estado se dá através 
de três entes federativos: federal, estadual e municipal. Mas também existem outros 
países com variações na organização formal dos Estados.
Independente da organização, o Poder Executivo é preponderante e ascendente 
aos demais poderes. Isso se justifica, porque o governo e as instituições que desempenham 
as funções executivas são os órgãos que dispõem dos meios para cumprir as decisões 
dos outros poderes, ou seja, executam as políticas do Estado.
Ao Poder Executivo, também conhecido por governo, compete cobrar impostos 
que custeiam o funcionamento dos demais poderes do Estado. Também cabe ao 
governo transformar as pretensões do Estado em atos; assim, essa atribuição faz dele 
o poder preponderante sobre os demais. O governo ainda exige dos legisladores um 
constante aprimoramento nas leis que conduzem o funcionamento do Estado, que por 
sua vez demanda atenção das ações do governo. Mas isso não significa que as funções 
de um poder têm mais relevância que as de outro, e sim, que o governo e o conjunto 
23SERVIÇO SOCIAL
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das instituições que executam as funções possuem maior peso que o Legislativo e o 
Judiciário, pois são as instituições do governo que possibilitam ou deveriam possibilitar, 
no sentido amplo, a integridade, liberdade e bensdos cidadãos.
Da mesma forma que a essência do poder do Estado não se altera com as variações 
de sua organização formal (União, Estado e Município), como é o caso do Brasil desde 
a Constituição de 1988, ou como a França, em que o poder do Estado se dá por esferas 
nacionais e as autoridades locais não possuem autonomia normativa, também a forma 
de seu regime (presidencialismo ou parlamentarismo) não interfere para a maior ou 
menor força do governo (Executivo).
FIGURA 3 – SISTEMA DE GOVERNO NO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://www.debatesculturais.com.br/o-brasil-e-presidencialista/>. Acesso em:
29 maio 2015.
Segundo Coelho (2009, p. 21), [...] a força de um governo depende, em grande 
parte, do apoio que suas propostas políticas e proposições legislativas encontrarem no 
parlamento; da sintonia entre suas ações e as expectativas dos eleitores; e da relação 
mantida com os diferentes grupos organizados da sociedade [...].
Desta forma, independente do regime, a legitimidade só é reconhecida pela 
sociedade se a resposta que dá atende à expectativa. Assim, o governo depende também 
de uma estrutura administrativa suficiente para transformar as diretrizes em ações 
concretas para o bem da sociedade.
A capacidade de intervenção do Estado na sociedade, ou seja, governar um 
país, Estado ou município, empregando esforços para produzir benefícios de interesse 
coletivo, vem sendo reconhecida na sociedade contemporânea através do termo 
governança. A governança é reconhecida quando o Estado passa a se concentrar na 
sua função de coordenador dos vários esforços públicos e privados para produzir bens 
coletivos. Assim sendo, a boa governança é a habilidade do Estado de também saber 
lidar com o mercado. Segundo Coelho (2009, p. 22), “o mercado pode ser definido como 
um sistema de trocas do qual participam agentes e instituições interessadas em vender 
ou comprar um bem ou prestar ou receber um serviço”.
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O mercado também é administrado tendo que cumprir determinadas leis, mas 
estas nem sempre são justas com a sociedade. Pois, os indivíduos que possuem poder 
de decisão no nível econômico, também possuem o anseio de elevar ao máximo o lucro. 
Assim, a adequada relação entre o Estado e o mercado que se daria através da oferta e 
da demanda não passa de um mero devaneio.
Desta forma, o mercado, principalmente na era do sistema capitalista, não 
consegue atingir o objetivo de ser autorregulável, tendo que se equilibrar entre o 
liberalismo econômico (liberdade do mercado de produzir e comercializar bens e serviços 
sem interferência estatal) e a intervenção do Estado (ação com vistas a obter objetivos 
que irão fomentar o crescimento da economia e a diminuição das desigualdades, o 
crescimento do nível de emprego e dos salários, ou a correção das imperfeições do 
mercado).
FIGURA 4 – ALTERNÂNCIA DA INTERVENÇÃO DO ESTADO E DO MERCADO
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1267268/>. Acesso em: 15 maio 2015.
Assim, a relação entre o Estado e o mercado não é linear, pois ela oscila de forma 
alternada. Há momentos em que precisa haver a intervenção do Estado, pois a economia 
do mercado ameaça o bem-estar da sociedade civil. Para Campa (1985, p. 12), “O dualismo 
entre Estado e sociedade civil explicita-se na impossibilidade de se propor, quanto ao 
Estado, um princípio tutelar, e quanto à sociedade, uma multiplicidade de posições de 
poder que comporta o plano econômico, bem como o plano conjetural”. Assim, existem 
momentos em que a intervenção do Estado já não se apresenta adequada e a falta de 
crescimento econômico também passa a ameaçar o bem-estar da sociedade civil.
Para concluir, salientamos que o mercado é um organismo utilizado no 
capitalismo para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. Mas, para impedir que o 
mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando o mercado apresenta sinais de 
perigo, pois o crescimento centralizado da riqueza arquiteta e agrava as desigualdades 
sociais. Desta forma, a intervenção do Estado se mostra necessária para instituir um 
mínimo de igualdade entre os indivíduos, pois sem este equilíbrio a vida na sociedade 
capitalista seria drasticamente comprometida no seu cerne.
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TÓPICO 4 – DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA 
POLÍTICA BRASILEIRA: REPÚBLICA VELHA E ESTADO 
NOVO
Denise da Silva Vieira
4.1 REPÚBLICA VELHA
A República Velha iniciou no governo de Getúlio Vargas, estendendo-se até a 
Revolução de 30 (golpe na oligarquia). Através de um movimento militar com apoio 
variado da economia cafeeira, pois o Império deixou a desejar referente à proteção dos 
barões do café, entre outros grupos regionais. Consequentemente, ocorreu a adoção do 
trabalho assalariado, entre outros, chegando ao fim o regime escravocrata. A República 
Velha foi dividida pelos historiadores em dois períodos.
O primeiro foi chamado de República da Espada, dominado pelos setores 
mobilizados do exército, com apoio dos republicanos, com o objetivo de centralizar o 
poder por receio da volta da monarquia e evitar uma possível divisão do Brasil. Foi 
consequência das contradições do Império, do crescimento urbano, da substituição do 
trabalho escravo pelo assalariado.
Em 1870, após o fim da guerra do Paraguai, o exército representava os anseios 
de elevação econômica e política das classes médias urbanas. Também nesta década 
formou-se o Partido Republicano, dividindo-se em dois grupos políticos: históricos 
ou evolucionistas e os revolucionários ou idealistas. Os evolucionistas pregavam uma 
organização republicana baseada nas teorias positivistas de Augusto Comte, legitimando 
o modelo federalista (cada estado teria sua autonomia própria). Os idealistas defendiam 
maior participação da sociedade nas decisões políticas do governo.
Este período iniciou na Proclamação da República até a eleição de Prudente de 
Moraes, conhecido como o primeiro presidente civil. 
A República Oligárquica, no segundo período, iniciou em 1894 até a Revolução 
de 1930. Destacou-se por ter maior poder por parte das elites regionais, especialmente 
no sul e sudeste do país. Portanto, as oligarquias eram dominadas por forças políticas 
republicanas de São Paulo e Minas Gerais, estas se denominavam políticas do café com 
leite, por conta da importância econômica de produção de café e leite para a contribuição 
na economia brasileira da época.
Prudente de Moraes foi eleito graças às articulações do Partido Republicano 
Federal (1894-1898), sendo o primeiro presidente civil. Predominando uma política 
baseada na agroexportação.
A revolta popular de maior expressão neste período foi a Guerra de Canudos. 
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Prudente também resolveu os problemas de fronteiras com a Guiana Francesa e anexou 
ao país a Ilha de Trindade (litoral do ES).
FIGURA 5 - O BRASIL NO ANO DO CENTENÁRIO DE SUA INDEPENDÊNCIA EM 1922
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Velha>. Acesso em: 12 maio 
2015. 
4.2 ESTADO NOVO
O Estado Novo ocorreu no governo de Getúlio Vargas, em 10/11/1937, com 
duração até 29/10/1945. Teve este nome devido ao regime político brasileiro.
Tendo como característica a centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo 
e autoritarismo. Considerado regime autoritário, por conta disso alinhava-se com outros 
regimes autoritários no mundo. Naquele tempo, considerava-se a Alemanha e a Itália 
como os dois países que mais representavam o autoritarismo na Europa.
Aguardando as eleições de janeiro de 1938, disputadas por José Américo de 
Almeida (situacionista) e Armando de Sales Oliveira (oposicionista), houve uma 
denúncia pelo governo de Getúlio Vargas, referente à existênciade um suposto plano 
comunista para a tomada do poder, conhecido como Plano Cohen.
Este foi um documento escrito por Olímpio Mourão Filho (capitão integralista), 
membro do serviço secreto, e teve a intenção de simular uma revolução comunista no 
Brasil. Posteriormente, descobriu-se ter sido forjado pelo capitão, dando início ao Golpe 
Militar de 1964.
27SERVIÇO SOCIAL
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FIGURA 6 – ESTADO NOVO: PERÍODO DE CONTROLE E CONCESSÃO AOS TRABALHADORES
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/vargas.htm>. Acesso em: 18 maio
2015.
O Plano Cohen foi um documento revelado pelo governo brasileiro que abordava 
um suposto plano para a tomada do poder pelos comunistas. Teve como consequência 
uma instabilidade política gerada por ataques comunistas, preocupados com novas 
revoluções comunistas, sendo que várias vezes foi decretado o estado de sítio no Brasil 
(medida provisória de proteção do Estado).
Sem oposição, Getúlio Vargas promoveu um golpe no Estado, instaurando uma 
ditadura militar, com pronunciamento transmitido em rádio por todo o país. Alguns 
anos mais tarde foi confirmado que o documento foi forjado, com o objetivo de justificar 
a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937.
FIGURA 7 - PLANO COHEN
FONTE: Disponível em: <http://www.historiabrasileira.com/files/2010/01/plano-cohen.jpg>. Acesso 
em: 18 maio 2015.
Segundo Ghiraldelli (2003, p. 82),
No campo da política educacional, o Estado Novo pode ser apresentado como 
o criador de uma legislação dada pela nova Constituição e por uma série de 
leis definidas pelo ministro da Educação Gustavo Capanema – as chamadas 
“leis orgânicas de ensino”.
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A partir da legislação máxima, o Estado Novo praticamente abriu mão de sua 
responsabilidade referente à educação pública, admitindo assim apenas um papel 
subsidiário em relação ao ensino.
Com o ordenamento alcançado em 1934, determinando a educação como um 
direito de todos e responsabilidade dos poderes públicos, desobrigando assim o Estado 
de conservar e ampliar o ensino público. Já a Carta de 1937 (Constituição Brasileira de 
1937) não se preocupava em deliberar ao Estado uma educação geral através de uma 
organização de ensino público e gratuito. 
Segundo Ghiraldelli (2003, p. 83), 
Os ricos proveriam seus estudos através do sistema público ou particular e 
os pobres, sem usufruir desse sistema, deveriam ter como destino as escolas 
propedêuticas a um grau mais elevado, teriam de contar com a boa vontade 
dos ricos para com as caixas escolares.
Contudo, o artigo 129 (CF de 1937) determinou como sendo o primeiro dever 
do Estado a conservação do ensino pré-vocacional e profissional, destinados às classes 
menos favorecidas, ou seja, não tendo que esperar a boa vontade dos ricos para ter 
garantia ao estudo.
Para tanto, com a decretação das leis orgânicas entre 1942 e 1946, chamadas de 
“Reforma Capanema”, esta ordenava os ensinos primários, secundários, industrial, 
comercial, normal e agrícola, considerando como sendo uma reforma elitista e 
conservadora, vingando já nos anos de liberação do regime, no final do Estado Novo, Este 
período foi conhecido como ditadura, um regime sem o funcionamento do Congresso 
Nacional, sem partidos legais e sem eleições, com intuito de melhor servir aos interesses 
do regime econômico colocando em prática a sua política de domínio do poder.
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TÓPICO 5 – CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO 
E DO NEOLIBERALISMO: TRABALHO ALIENADO E 
SOCIABILIDADE NO CAPITALISMO
Marines Selau Lopes
Ainda no século XIX, um filósofo chamado Karl Marx já salientava que no 
processo de produção capitalista, o trabalhador era uma simples peça da cadeia 
produtiva. Neste sentido, o trabalhador se alienava, pois não era mais proprietário dos 
objetos que possibilitavam seu desenvolvimento e de seu trabalho. Assim, o homem 
desconhecia a totalidade do processo produtivo, como também perdia até mesmo o 
controle sobre o ritmo da produção. 
FIGURA 8 – TRABALHO ALIENADO
FONTE: Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=371&evento=4>. Acesso em: 9 maio 2015.
Mas, na perspectiva do referido filósofo, ainda chegaria o momento em que o 
capitalismo atingiria seu ponto máximo em relação ao desenvolvimento. Assim, esse não 
traria mais qualquer progresso à humanidade. Desta forma, o proletariado tomaria o poder 
e acabaria com a sociedade de classes. Sendo que haveria igualdade entre os homens, 
todos poderiam desenvolver totalmente seu potencial, pois viveriam em abundância.
Ao final do século XIX, profundas mudanças ocorreriam na sociedade e na 
economia capitalista. Estas não confirmaram a expectativa de Marx. 
Na atualidade, os proprietários dos meios de produção são a minoria na sociedade, 
mas possuem os meios para explorar a classe dos proletários, que, em resumo, são os 
trabalhadores. Ou seja, no capitalismo, o proletariado é detentor da força de trabalho, 
mas não é proprietário dos meios de produção. Sendo que o tempo gasto para produzir 
uma determinada mercadoria define o valor da mesma. Assim, o trabalhador, para viver, 
vende a única mercadoria de que é dono, ou seja, sua força de trabalho. 
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No capitalismo, o salário que é pago ao trabalhador é apenas uma mísera parte do 
que ele produziu, pois o valor maior do tempo trabalhado é destinado aos proprietários 
dos meios de produção, meios estes que, em geral, são as máquinas, fábricas e outras 
ferramentas. Esse valor é a mais-valia, termo que foi empregado por Karl Marx para 
definir a diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos 
meios de produção. A mais-valia representa o grau de exploração do trabalho assalariado 
no sistema capitalista.
Nas últimas décadas, o tema “Desenvolvimentismo” volta a ser vastamente 
discutido. Agora não mais sob o prisma da necessidade de mudanças estruturais, 
como previa Marx. Na atualidade, o tema gera debates em torno do desenvolvimento 
econômico e social. 
O tema é de grande relevância, considerando a atual circunstância advinda 
da crise do capitalismo. São aparentes os impactos nas condições de vida da classe 
trabalhadora, causando o aprofundamento das expressões das questões sociais, como 
o desemprego ou emprego precário, o aumento da pobreza, a falta de moradia, a fome 
e as diversas violências que vivenciamos diariamente.
Na década passada o presidente eleito unificou os programas de proteção social, 
do governo anterior. O programa Bolsa Família foi ampliado, a grandeza do programa 
trouxe importante contribuição para o crescimento do mercado consumidor do interior 
do país, em especial da região Nordeste.
No atual governo, é requerido que o Estado continue com a responsabilidade 
pelo “bem-estar social”. Na tentativa de promover o desenvolvimento social, é cada 
vez maior a injeção de transferências financeiras através de programas: 
[...] Programa Bolsa Família, complementado por outros, como: Minha Casa 
Minha Vida, Benefício de Prestação Continuada; Programa de Erradicação do 
Trabalho Infantil; Programa Brasil Carinhoso; Programa Brasil para Todos; 
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (urbano; campo e trabalho); Política 
Nacional de Assistência Estudantil; Programa Universidade para Todos (PROU-
NI); Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), todos articulados sob a lógica 
de acesso ao consumo, a busca de equidade social. (SIMIONATTO, 2013, p. 8).
Mesmo que as citadas alternativas sejam válidas, são apenas atenuantes das 
consequências do Neoliberalismo – que tem como objetivo principal promover o 
aumentoda circulação de mercadoria no mundo. Na economia, a interferência do 
Estado vem sendo ínfima, geralmente opera apenas como regulador, também defende 
políticas de privatizações e abertura econômica.
 Assim, não se vislumbram no cenário estatal propostas de mudanças direcionadas 
a alterações concretas na superação das disparidades sociais.
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FIGURA 9 - SÁTIRA À DESIGUALDADE SOCIAL QUE DIFERENCIA AS PESSOAS NAS 
CONDIÇÕES DE ACESSO A NOVAS OPORTUNIDADES 
FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/upload/conteudo_legenda/760d02d8490a71
8aad29cf3c33bfc51b.jpg>. Acesso em: 9 abr. 2015. 
Na prática também se vislumbram alternativas assumidas pela classe dominante. 
Estas buscam enfrentar a questão social com ações filantrópicas, na tentativa de atrelar 
as ações sociais ao plano neoliberal. Mas, acredito que, como Lemos (2014, p. 9),
A realidade impõe a necessidade de cotidianamente revisitarmos e adensarmos 
as pesquisas sobre a profissão, não apenas para ampliarmos o conhecimento, 
mas como estratégia ético-política de enfrentamento das contradições da 
“questão social” no capitalismo contemporâneo.
Das perspectivas de Marx, a transformação ocorrida no plano político pode 
ser considerada a mais importante, pois a democratização das sociedades liberais foi 
consagrada com o direito ao voto às mulheres na maioria dos países democráticos. 
Contestando quem apostava que democracia e capitalismo fossem incompatíveis, 
a concretude vivenciada pelo século XX mostrou que ambos poderiam conviver numa 
mesma sociedade.
A respeito da economia, o século XX ficou conhecido como a era tecnológica 
e organizacional. As mudanças que aconteceram nos processos de todos os setores 
produtivos transformaram o panorama econômico do ponto de vista da classe operária. 
No decorrer do século XX, a propagação das grandes empresas dominara 
a produção, assim, houve uma concorrência desigual com as pequenas empresas, 
conhecidas como familiares. Desta forma, de pequenos proprietários de meios de 
produção, passaram para a classe de trabalhadores subordinados, detentores apenas de 
sua força de trabalho. Desta forma, um grande contingente teve que se profissionalizar, 
mesmo assim, passaram a ser superexplorados. 
Na contemporaneidade, observa-se que as mudanças ocorridas nas últimas 
décadas, advindas do desenvolvimento do sistema capitalista, afetaram profundamente 
o mercado de trabalho. Desta forma, além do desemprego, as novas formas de 
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organização e gestão do trabalho resultaram na redução da classe operária industrial, 
como também na precarização do trabalho. 
FIGURA 10 – SÁTIRA SOBRE A PRECARIZAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO CAPITALISTA
FONTE: Disponível em: <http://www.bancarios.com.br/blog/?p=1758>. Acesso em: 25 maio 2015. 
Os processos flexíveis exigiram do trabalhador condições para realizar várias 
atividades, como também trabalhar em equipe com produtos diferenciados. 
Entretanto, estas novas exigências não vieram acompanhadas de retorno positivo 
para o trabalhador, ao contrário, enfraqueceram a identidade coletiva, reduziram o 
número necessário de trabalhadores. Como também, as relações de trabalho deixaram 
de ser institucionalizadas para permitirem acordos trabalhistas flexíveis. 
Diante disso, emergiu a temática da flexibilização das relações de trabalho, 
trazendo para a pauta a discussão referente ao retrocesso dos direitos trabalhistas. 
Mas o que se observou foi o aprofundamento do trabalho precário, ou seja, aumento 
de postos de trabalho de caráter temporário, sem proteção, com baixa remuneração e 
redução de benefícios trabalhistas. 
No Brasil, essas mudanças convergiram com as reformas estruturais previstas 
para o ajuste da economia brasileira, por volta de 1995, no governo de Fernando Henrique 
Cardoso. As referidas reformas intensificaram ainda mais o desemprego, como também 
a informalidade, pois não beneficiaram a “mobilidade dos trabalhadores entre ocupações 
e setores de atividade”. (SANTOS, 2009, p. 116).
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FONTE: Disponível em: <https://antesdofimwebjor.files.wordpress.com/2013/04/charge_carne.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2015. 
Também existe certo consenso entre pesquisadores do assunto a respeito de que o 
mercado de trabalho brasileiro não apresenta grandes barreiras para se fazer demissões 
e contratações, sendo que apesar da legislação impor alguns custos, estes não seriam 
elevados.
Ainda em relação ao emprego no Brasil, há quem entenda que nosso mercado 
de trabalho apresentaria, ainda, uma ampla variedade de relações contratuais, como, 
por exemplo, trabalhadores com ou sem carteira assinada, terceirizados, funcionários 
públicos civis e militares. Como também, uma multiplicidade de rendimentos adquiridos 
através de atividades de pessoas que não se configuram como trabalhadores assalariados, 
ou seja, empregadores, trabalhadores autônomos e empregados domésticos. 
Quanto ao aspecto da estrutura das ocupações, percebe-se que há uma grande 
diversidade de formas de aparelhamento do setor produtivo, como também no que diz 
respeito aos níveis de vencimento muito diferenciados. Segundo Santos (2009, p. 119), 
[...] estudiosos têm distinguido o mercado de trabalho brasileiro em dois grandes 
segmentos [...]: estruturado – onde se dão as relações empregatícias baseadas em 
contratos legais, e cobertas pela legislação trabalhista social – ou seja, o “setor formal”; 
pouco estruturado – prevalecem relações trabalhistas informais e precárias, além de 
boa parte das ocupações autônomas. É chamado também de segmento “informal” do 
mercado de trabalho. 
O segmento identificado como estruturado contém trabalhadores com carteira 
assinada. Estes podem ser domésticos, servidores públicos, civis e militares, mas todos 
são regidos pela CLT ou possuem outro regime de previdência social. 
FIGURA 11 – CHARGE SOBRE O DESEMPREGO
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Já os trabalhadores do segmento pouco estruturado correspondem aos 
trabalhadores sem carteira assinada, autônomos de várias atividades, os domésticos e 
não remunerados.
Os trabalhadores do segundo segmento ocupam uma variedade de postos de 
trabalho, geralmente no comércio e serviços, na agricultura e, geralmente, não são 
sindicalizados. Na maioria das vezes, não possuem perspectiva de promoção, mas 
constituem a grande base do mercado de trabalho no Brasil, ou seja, numericamente 
superam a quantidade de trabalhadores do segmento estruturado.
Estatisticamente ao que se refere à remuneração, o segmento estruturado recebe 
salários muito superiores ao segmento pouco estruturado. Sendo que essa diferenciação 
chega a ser de 50%. 
Diante do exposto, aproveitamos a expressão sociabilidade, que vem sendo 
utilizada para analisar as maneiras de viver e de ser na coletividade, comunidade ou 
pequenos grupos. Diferentes correntes de pensamento vêm disputando o conceito, há 
quem o defina como 
[...] padrão predominante de percepções, pensamentos e comportamentos 
que deve ser seguido por todos que desejam ser considerados bons cidadãos 
e bons trabalhadores [...]. A sociabilidade neoliberal do século XXI vem per-
mitindo que os sujeitos históricos entendam a exploração do capital sobre o 
trabalho como algo naturalmente constituído, que seu sucesso ou fracasso é 
unicamente decorrente do seu esforço (de sua capacidade empreendedora e 
competitiva) e que é possível promover o bem-comum com ações voluntárias, 
independentemente das condições socioeconômicas e das relações de poder 
existentes. (MARTINS, 2009).
Analisando os elementos acima apontados, saliento que não compartilhodo 
pensamento do autor, prefiro contribuir na discussão com o intuito de somar esforços 
para uma análise cada vez mais rica e, evidentemente, socialmente referenciada no 
âmbito dos fundamentos do Serviço Social. 
Desta forma, como assistente social e defensora e uma sociedade mais justa, 
prossigo acreditando que: 
Silenciar-se é uma forma de submissão aos ditames do capital, que em 
tempos de crise aprofunda a barbárie social. A realidade concreta exige, de cada 
um e cada uma, coragem para fazer a luta e resistência coletiva para efetivação 
do projeto ético-político do Serviço Social brasileiro. Ousemos na construção da 
resistência coletiva de uma sociabilidade anticapitalista. (LEMOS, 2014, p. 9).
O entendimento de que, como assistentes sociais, consistimos também em sermos 
trabalhadores no campo da reprodução social, na particularidade das camadas da 
sociedade de classes no Brasil, faz emergir a possibilidade de nossa inserção, individual 
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ou coletiva, na luta mais ampla da classe trabalhadora. 
É de extrema importância reafirmar sempre o compromisso ético-político, na 
construção de uma sociedade mais justa, com menos desigualdade e injustiça social. 
Nosso compromisso deve estar voltado na busca da emancipação humana.
É pelo seu trabalho que o assistente social consegue projetar sua atividade 
profissional, tornando-se um ser produtivo e alcançando crescimento pessoal. Para 
Iamamoto (2004, p. 60), “o trabalho é, pois, o selo distintivo da atividade humana”.
A atividade do assistente social deve estar envolvida com o conhecimento da 
realidade, para que ele possa apreender as mais variadas expressões da sociedade e 
realizar intervenções e mediações de acordo com as demandas apresentadas que, muitas 
vezes, são ações pontuais e emergenciais, e não apenas se reduzir a uma atividade 
rotineira.
[...] o exercício da profissão é mais do que isso. É uma ação de um 
sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com 
a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas 
qualificações e funções profissionais. Requer, pois, ir além das rotinas 
institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar 
tendências e possibilidades nela presentes passíveis de serem impulsionadas 
pelo profissional. (IAMAMOTO, 2004, p. 21).
De um modo geral, a prática profissional se dá no âmbito das relações que 
se estabelecem entre o poder do Estado e a sociedade. Para Iamamoto (2004, p. 151), 
“desvendar a prática profissional cotidiana supõe inseri-la no quadro das relações 
sociais fundamentais da sociedade, ou seja, entendê-la no jogo tenso das relações entre 
as classes sociais, suas frações e das relações destas com o Estado brasileiro”.
Como vimos anteriormente, relações estabelecidas pelo sistema capitalista são 
pautadas na dominação, exploração, exclusão social e dos bens de consumo. O assistente 
social atua nessa realidade do mundo capitalista. Por isso, ele deve compreender os 
processos de transformação da sociedade e privilegiar todos os movimentos históricos 
e sociais, para que possa desempenhar com qualidade sua profissão.
Atualmente, a demanda profissional que se apresenta no campo de atuação do 
assistente social é uma população pauperizada em virtude do sistema socioeconômico 
do país, assim os profissionais assumem o compromisso de atuar em prol dessas classes 
menos favorecidas.
É pelo seu trabalho que o profissional de Serviço Social realiza a mediação 
com o outro e é no outro que se reconhece como ser social. Articula o saber ao fazer e 
compartilha a realidade social dos indivíduos, com seus anseios, necessidades, desejos 
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e expectativas.
No contexto da crise do capitalismo, o trabalho dos assistentes sociais deve 
transcender o atendimento rotineiro, pois no cotidiano se deve prezar pela resolução 
dos problemas. Os assistentes sociais, em seus locais de atuação profissional, devem, 
em primeiro lugar, zelar pelos direitos dos cidadãos. 
Respeitar as formas de organização das instituições em que estão inseridos 
também é necessário. Assim, torna-se um desafio trabalhar na mediação de questões 
e demandas que devem ser superadas a partir de uma construção coletiva, almejando 
alcançar o processo emancipatório dos sujeitos.
Sabemos que os assistentes sociais, como outras categorias, enfrentam limites em 
seu cotidiano profissional, pois se deparam com as contradições das relações sociais 
impostas pela sociedade capitalista.
Os profissionais precisam identificar como se dão as relações de produção e 
reprodução social e que geram tantas desigualdades sociais que se expressam na questão 
social – objeto de trabalho do assistente social. 
O Serviço Social, então, se vê na condição de levantar propostas que possam 
mediar essas relações em busca de novas possibilidades e perspectivas em prol do 
desenvolvimento integral dos sujeitos envolvidos no processo.
Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvol-
ver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho 
criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emer-
gentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo. 
(IAMAMOTO, 2004, p. 20).
Desenvolver novas ações, destacar estratégias voltadas ao atendimento das 
demandas sociais da população, trata-se de um desafio cada vez maior, desenvolver a 
atividade profissional frente às transformações que vêm ocorrendo na sociedade, pois a 
sociabilidade nas relações sociais está baseada na condição de exploração e dominação, 
o que coloca alguns indivíduos subjugados ao poder de quem detém os meios de 
produção da vida material.
No Brasil, devido à grande concentração de renda por uma parcela reduzida da 
sociedade, aumenta significativamente o número de pessoas desprovidas do acesso aos 
direitos básicos de sobrevivência. Muitas vezes, para atendermos a essas necessidades 
primordiais, esbarramos em limites de ordem social, cultural, econômica e política.
Diante disso, reportarmo-nos ao importante subsídio de Iamamoto e Carvalho 
(1988), que assegura a necessidade de apreensão das demandas profissionais na esfera 
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das relações sociais capitalistas, ou seja, na relação entre as categorias sociais, entre 
o Estado e a sociedade, pois o aprendizado profissional não se descobre olhando-se 
para dentro de si mesmo. Deste modo, há a necessidade de contextualizar a carreira 
conjuntural e estrutural e entender o potencial da produção social. Um dos progressos da 
década de 1988 foi a leitura da profissão inserida na categoria sociotécnica do trabalho.
Uma das particularidades do atual momento do capitalismo é o acometimento 
ao trabalho, mira principal das políticas neoliberais. Estudiosos afirmam que a política 
geradora de desemprego, tanto nos países ascendentes como nos demais, foi culpada 
pela aversão do trabalho, além da privatização dos serviços públicos e a revolução 
tecnológica.
Como sabemos, a partir das mudanças operadas no sistema capitalista, pós anos 
de 1970, o exercício profissional sofre alterações, e as consequências das relações sociais 
mediadas pela dialética do mercado são: alterações nos serviços sociais, aprofundamento 
nas expressões da questão social, nas condições e relações de trabalho, na sociabilidade, 
nas condições do exercício profissional. Também pode-se destacar: o achatamento 
salarial, a precariedade das condições de trabalho, as mudanças no aparelhamento 
jurídico e institucional que orientam as relações trabalhistas, a precarização dos contratos 
trabalhistas, a desprofissionalização e a alienação

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