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PRODUÇÃO TEXTUAL II GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS A COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DE TEXTOS

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PRODUÇÃO TEXTUAL II
GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS – A 
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DE TEXTOS
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Reconhecer as diferenças entre gênero e tipo textual;
2. refletir acerca da relevância desses conceitos para a produção / interpretação de textos;
3. relacionar gêneros e tipos textuais;
4. verificar que há gêneros que se utilizam de mais de um tipo textual em sua estrutura.
Uma vez que você cursou a disciplina Produção Textual I, certamente verificou aspectos importantes para a
construção de um texto escrito, tais como a importância da escrita, fatores de textualidade, bem como as
diferenças entre gêneros e tipos textuais. Então, você deve estar se perguntando: “por que devo estudar esse
tópico novamente?” Há duas razões muito claras. Veja:
1. São assuntos muito preciosos a qualquer professor de línguas, uma vez que os documentos oficiais (PCN /
PCNEM) parecem focalizá-los, encaminhando, assim, nossa prática docente; para os PCNs, ensinar uma língua é
ensinar gêneros textuais.
2. O que vimos em PT I foi somente uma introdução para o que vamos tratar a partir de agora em PT II.
Você verá, ao longo do semestre, que nossa disciplina será totalmente baseada em gêneros e tipos textuais,
obviamente, voltados para a produção escrita. Por isso, optamos por revisar algumas noções acerca de gêneros e
tipos textuais, bem como aprofundar outras.
Topa mais essa viagem ao mundo das letras?
Então vamos nessa!
1 Gêneros Textuais
Como o próprio título de nossa aula sugere, a comunicação humana ocorre através de textos que, como você já
deve ter visto em outras aulas, podem ser verbais ou não verbais, falados ou escritos. A partir de diversos
estudos linguísticos, a noção de que o texto seria um emaranhado de palavras ou frases foi se deteriorando com
o tempo.
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Para nós, texto é o lugar da interação. Em outras palavras, o texto é o produto material do pensamento, recheado
de intenções e pressupostos que precisam ser verificados pelo interlocutor, caso contrário, não haverá
compreensão.
Veja que até mesmo para definir precisamos incluir o outro: o interlocutor.TEXTO
Além disso, acreditamos que o texto seja um instrumento de interação, o que sugere também uma contraparte.
Mas por que isso é importante para a teoria dos gêneros textuais?
Para Marcuschi, em seu famoso texto Gêneros textuais: definição e funcionalidade (2002, p.19), os gêneros
textuais são “fruto de trabalho coletivo” e servem para “ordenar e estabilizar as atividades comunicativas”.
Em outras palavras, os falantes/interlocutores precisam identificar o gênero a ser utilizado em determinada
situação comunicativa, a fim de estabelecer a comunicação sem ruídos ou prejuízos.
Vamos a um exemplo?
Um advogado, por conta de sua experiência como usuário da língua, sabe que não deve dirigir-se a um juiz, em
uma audiência, cantando uma música ou por meio de uma receita culinária. Esses não são os gêneros textuais
convenientes a tal contexto, não é mesmo? Certamente, haverá prejuízos nesse ato comunicativo, e as intenções
do advogado não serão plenamente alcançadas. Os gêneros textuais, então, são formas de legitimação discursiva.
Esse exemplo já nos parece suficiente para verificarmos que os gêneros são construídos socialmente, ou seja, a
partir das necessidades comunicativas dos usuários da língua.
Vejamos o que nos afirma Marcuschi, ainda no texto Gêneros Textuais: definição e funcionalidade (2002, p.19):
Já se tornou trivial a ideia de que os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente
vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e
estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades sócio-discursivas e formas de
ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. No entanto, mesmo apresentando
alto poder preditivo e interpretativo das ações humanas em qualquer contexto discursivo, os
gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa. Caracterizam-se como
eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a necessidades e
atividades sócio-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente
perceptível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a
sociedades anteriores à comunicação escrita.
A partir dessas considerações, percebemos uma abordagem sociointeracionista no que diz respeito à linguagem,
isto é, os sentidos são construídos e reconstruídos na interação, através dos diversos gêneros textuais. Em outras
palavras, os textos não são mais analisados a partir de seu conteúdo gramatical ou do número de parágrafos,
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frases, etc., mas com base na função que esse instrumento discursivo possui enquanto texto. As ações humanas,
por sua vez, são manifestadas nos diversos gêneros textuais, assim podemos definir gêneros textuais da seguinte
maneira: São realizações linguísticas, ou seja, por meio da combinação de elementos linguísticos, definidas por
propriedades sociocomunicativas. São práticas sociais mediadas pela linguagem.
São realizações linguísticas, ou seja, por meio da combinação de elementos linguísticos, definidas por
propriedades sociocomunicativas. São práticas sociais mediadas pela linguagem. Em outras palavras, são os
textos materializados, encontrados em nossa vida cotidiana e que, segundo Marcuschi (2002, p.23), “apresentam
características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição
característica.”
Por isso, acreditamos que haja infinitos gêneros textuais em nossa prática discursiva, uma vez que eles surgem e
deixam de ser usados conforme as necessidades comunicativas de seus usuários. Há quanto tempo não
escrevemos uma carta? Mas escrevemos e-mails quase que diariamente, por conta de uma necessidade de nos
adaptarmos ao contexto digital - característica de nosso tempo.
São exemplos de gêneros textuais: carta de amor, carta comercial, sermão, bula de remédio, aula expositiva,
 Veja que poderíamos elencarfórum de discussão, e-mail, conferência, lista de compras, menu de restaurante etc.
todos os textos existentes em nossa prática discursiva.
Outro detalhe importante é que os gêneros são identificados tanto por sua estrutura composicional, como por
sua função comunicativa. Se quisermos, por exemplo, ir ao mercado comprar algumas guloseimas que estão
faltando em nossa dispensas, sabemos que vamos usar uma lista de compras e que os elementos estarão
encadeados um após o outro, pois essa é a estrutura e a função desse gênero textual lista de compras.
Outra questão importante acerca dos gêneros textuais é que eles costumam ser atrelados a determinado domínio
 Segundo Marcuschi (2002, p.23-24), usamos essa expressão para designar uma esfera ou instância dadiscursivo.
produção discursiva ou de atividade humana. Ainda consoante esse autor, os domínios discursivos não são os
textos em si, mas propiciam o surgimento de discursos e gêneros bastante específicos. São, na verdade, práticas
discursivas a partir das quais podemos identificar um determinado conjunto de gêneros textuais próprios.
Podemos citar como exemplo os diversos gêneros provenientes do discurso acadêmico, como as monografias,
teses, projetos de pesquisa ou resenhas. Não se espera que um estudante universitário produza uma receita ou
um horóscopo, por exemplo, mas sim outros gêneros voltados para tal domínio discursivo.
Por conseguinte, trabalhar com noção de gêneros textuais é verificar os usos autênticos da língua. Por isso,
entendemos que um falante competente é aquele que consegue utilizar-se do maior número possível de gêneros
textuais. Se alguém não conhece o gênero artigo científico, ainda que possua conhecimentos específicos acerca
do tema e domínio da norma culta da língua, não poderá escrever um artigo científico, se não conhecer as
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especificidades desse gênero – sua função comunicativae sua estrutura interna. Em outras palavras, é preciso
adequação no que diz respeito à produção de cada gênero textual. Conforme Marcuschi (2002, p.34), essa
adequação refere-se à relação que deve haver entre:
Natureza da informação ou do conteúdo veiculado;
Nível de linguagem (formal, informal, dialetal, culta etc.);
Tipo de situação em que o gênero se situa (pública, privada, corriqueira, solene etc.);
Relação entre os participantes (conhecidos, desconhecidos, nível social, formação etc.);
Natureza dos objetivos das atividades desenvolvidas.
2 Tipologia Textual
Agora que já entendemos bem a noção de Gêneros Textuais, precisamos caminhar em direção aos tipos textuais.
Enquanto os gêneros parecem ser infinitos, os tipos textuais são cinco: narração, descrição, injunção, exposição e
argumentação. Todavia, a distinção entre essas duas noções nem sempre se dá de forma clara na bibliografia
pertinente. O próprio MEC em seus PCNs parece confundir os termos, o que provoca uma enxurrada teórica
equivocada nos diversos livros didáticos, que, em sua maioria, chamam de TIPOS TEXTUAIS os diversos gêneros.
Dava tudo o que ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua
Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio,
Boca do Mato, Inválidos...
Por fim, na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a
polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
Se considerarmos um romance ou um conto, veremos que em sua composição há a predominância da narração,
até mesmo em razão dos elementos da narrativa nele contidos, tal como narrador, diálogo, personagens etc.
Todavia, é notória a existência de trechos com alto teor descritivo, uma vez que o narrador pode descrever um
cenário, um personagem ou até mesmo uma ação. Veja o trecho de Tragédia Brasileira, de Manuel Bandeira:
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis,
dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida,
instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura...
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Em outras palavras, o que importa para a classificação dos gêneros é sua função sociocomunicativa; já para os
tipos textuais, é a sua estrutura linguística. Se considerarmos uma bula de remédio e um manual de instruções,
por exemplo, sabemos – por meio de nossa prática discursiva - que ambos possuem propósitos comunicativos
bem diferentes. Entretanto, possuem verbos no imperativo e muitas informações em tópicos ou seções bem
definidas, ou seja, são dois gêneros textuais distintos do tipo injuntivo. Por isso, podemos afirmar que um
determinado tipo textual não está restrito a um único gênero, e vice-versa. Como assim?
Um gênero textual também pode conter diversos tipos em sua composição.
Deixando essas questões um pouco de lado, vamos refletir acerca dos tipos textuais! Diferentemente dos
gêneros, os tipos textuais não são definidos de acordo com sua funcionalidade comunicativa, mas sim por uma
série de propriedades intrínsecas. De acordo com Marcuschi (2002, p.23), os tipos textuaislinguísticas
“constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros (…) sua nomeação
abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações
lógicas, tempo verbal”.
Não é difícil verificar que se trata de uma narração, por conta dos personagens, do enredo, dos lugares, etc.
Entretanto, também não parece difícil perceber que há momentos em que o narrador descreve as personagens
Misael e Maria Elvira:
“Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis,
dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.”
Vamos a outros exemplos de tipos textuais? Clique em cada uma das imagens e veja os textos com
predominância do tipo injuntivo:
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O que vem na próxima aula
• Os modos de organização do discurso;
• A relação entre esses modos de organização e a teoria dos gêneros e tipos textuais;
• A importância desses tópicos para a produção de textos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a teoria dos gêneros e dos tipos textuais;
• Aprendeu as diferenças e a complementaridade desses tópicos;
• Analisou alguns exemplos a fim de fixar a matéria.
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	Olá!
	
	1 Gêneros Textuais
	2 Tipologia Textual
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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