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Resumo feito por Evelyn Lopes CASTRO, Flávia Lages. O Direito inglês. In_____________ História do Direito Geral e Brasil. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2011. O direito inglês está em parte relacionado com a disputa entre os monarcas, nobres e burgueses. Essa disputa era caracterizada pela vontade do rei em aumentar os seus poderes diminuindo a influência dos nobres. Em razão disso, surge o habeas corpus, a Magna Carta e outras criações jurídicas que surgiram em decorrência dessa competição por poder. Essencialmente, o direito anglo-saxônico é iniciado quando ocorre a conversão para o cristianismo, pois apesar de ter passado por um período de dominação pelos romanos, a cultura romana pouco influenciou a formação do direito inglês. As disputas se aprimoram quando há a invasão de Guilherme (O conquistador) e surgem as denominadas relações feudo-vassálicas por meio da divisão da Inglaterra em feudos. Estes eram principalmente controlados por um funcionário instituído pelo rei, onde o trabalho dele consistia em fiscalizar os senhores feudais, comerciantes e camponeses. Assim como Guilherme (O conquistador), os reis posteriores se concentravam em aumentar o poder da monarquia. Com esse mesmo desejo de manutenção de poder, Henrique II é coroado e estabelece leis que foram aplicadas em todo o território e transfere os tribunais eclesiásticos para tribunais do Estado de modo a concentrar a justiça sob seu poder. Essas mudanças são precursoras da estruturação da Common Law. Posterior a Guilherme (O conquistador), é iniciado o curto reinado de Ricardo I que precisa ir às Cruzadas e falece, consequentemente João Sem Terra, irmão de Ricardo I, é nomeado como Príncipe Regente (enquanto Ricardo I estava ausente) e depois passa a ser rei em decorrência da morte de seu irmão. O reinado de João Sem Terra não era popular entre os nobres e o clero, visto que o reino perdeu feudos para a França e tinha uma relação complicada com o papa. Em virtude disso, ambos os grupos estreitaram relações para a elaboração da Magna Carta de 1215. Este documento instituiu a administração da justiça, a garantia de liberdades (início do Habeas Corpus), o direito de ser julgado por iguais (julgamento por júri), e a proporção entre o delito e a pena. Além disso, com a formulação do documento os nobres conseguiram ampliar os seus poderes para a criação de um Conselho de Nobres, o qual futuramente seria o Parlamento (união da Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns). Porém, apesar da existência da Magna Carta, o Rei Jaime I fechou o parlamento por 7 anos para poder implementar o aumento de impostos que desejava e o seu filho Carlos I não convocou o parlamento durante 11 anos em vingança a elaboração da Petição de Direitos que visava lembrar os limites legais da atuação do rei. Essas restrições ao parlamento e a intervenção na Igreja Presbiteriana da Escócia culminaram em revoltas e na revolução puritana, que assegurou o estabelecimento do parlamentarismo. Este novo sistema de governo foi inaugurado por Oliver Cromwell, cujo objetivo era fortalecer as leis que eram voltadas para a burguesia e a gentry. Cromwell morre e a monarquia é restaurada dando lugar a Carlos II, neste período, para reforçar o poder do rei surge o habeas corpus act, o qual consistia em acabar com as prisões indevidas e quando aplicado o indivíduo não poderia ser preso novamente pelo mesmo motivo que gerou a aplicação do habeas corpus. Entretanto, aquele indivíduo que fosse preso por uma medida decretada pelo rei não teria direito a recorrer ao habeas corpus. Com a queda de Jaime II e a oferta do trono por parte dos parlamentares a Guilherme de Orange, é inaugurado, com efeito, o parlamentarismo. Para isso, em 1689 o documento Bill of Rights é elaborado para afirmar que o rei não está acima da lei, por isso, dispõe sobre a exclusividade de controle do exército, poder de elaborar leis, realizar a eleição de seus membros, imunidade parlamentar em discursos e assuntos relacionados a penas, impostos e fianças. Para além do Statute Law, descrito pelos fatos anteriormente abordados, existe a Common Law e a Equity Law. O primeiro consiste na lei que alcança todos os indivíduos ingleses, se aproximando de um direito jurisprudencial. Já a equity law visa se distanciar de uma certa imobilidade em relação às regras do direito comum e estatutário.
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