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Direito Inglês State Law: A Inglaterra fica na Europa, na Ilha da Bretanha. A mesma foi dominada pelos romanos, porém não se miscigenou, sendo apenas invasores, ou seja, o direito romano teve pouca influência. No século V, auge das invasões bárbaras, a Bretanha foi invadida por dois povos: os anglos e os saxões, igual aos povos germânicos não possuíram um direito escrito e acabaram por expulsar os povos romanos juntamente com os ingleses. No século seguinte os mesmos povos (anglos e saxões) se converteram ao cristianismo, e para não perder as suas tradições orais para a Igreja, passara, a positivar suas regras. Os povos germânicos da Europa Continental se submeteram ao direito escrito, quanto ao Ocidental, ao direito em latim. Apesar disso a Inglaterra não tem direito em latim, portanto, lá mesmo surgiram os direitos com línguas locais, sendo ela inglesa. Primeiro rei inglês foi Guilherme o Conquistador, poderoso senhor feudal, atravessou o Canal da Mancha e conquistou a Ilha da Bretanha, derrotando o exército do rei germânico Harold I, tornando-se o primeiro rei da Inglaterra. O rei (era o suserano) Guilherme foi o qual levou o sistema feudal a Inglaterra, a grande característica é a descentralização do poder, porém teve tentativas de centralização na Inglaterra, destacando-se o rei Henrique II, foi o primeiro a impor leis em todo o território e não apenas em suas propriedades particulares. Ricardo Coração de Leão, herdeiro de Henrique II, era um rei muito popular e morrei na guerra contra França, motivo pelo qual seu irmão, João sem Terra assumiu o seu lugar (alguns dizem que João matou seu irmão para tomar posse). Seu nome foi dado porque seu pai excluiu ele em sua herança. João sem Terra, foi muito odiado perdendo muitas terras em negociações de guerra. Nesta época, a Inglaterra era extremamente católica e o João resolveu romper relações com o Papa. O mesmo, resolveu aumentar criou e aumentou os impostos sobre os nobres. Em reação a essa política interna e externa desastrosa, os poderosos barões da Inglaterra obrigaram o rei a assinar a chamada Magna Carta. Magna Carta: documento mais importante do mundo. Significa grande carta, foi escrita por funcionários do rei João. Ela se tornou um símbolo de liberdade ao redor do mundo. Cláusula mais famosa que faz parte da lei de hoje, deu a todos os homens livres, o direito a justiça e a um julgamento justo, a carta se aplicava apenas a homens livres. Objetivo dessa carta era de selar a paz entre o Rei João e seus barões rebeldes. A Inglaterra entrou em uma Guerra Civil, porque o Papa declarou a carta invalida. Henrique II, alterou várias vezes no século 13, até que finalmente foi feita parte do direito inglês, a mesma foi colocada na Declaração de Independência dos Estados Unidos e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O legado mais importante deixado é que todos (até os líderes) devem obedecer a lei. Nesta carta encontra-se protótipos de Direitos fundamentais: direito de ir e vir, liberdade de palavra e proporcionalidade da pena. Essa carta, também tem o começo do Due Process Of Law. Due Process Of Law: Devido processo legal, é um processo que respeita o ordenamento jurídico em geral, pois nele está afirmando que ninguém poderá ser privado dos seus bens se não houver o devido julgamento por seus pares. O Conselho, em 1265, foi renomeado para o Parlamento. Em 1350, o Parlamento foi reestruturado como é o modelo até hoje: estrutura bicameral, em que há câmara dos Lordes e a câmara dos Comuns. Câmara dos Lordes: composta pela alta nobreza, pelos barões e pelos prelados, isto é, representantes da igreja. Câmara dos Comuns: composta pelos representantes dos cavaleiros e pelas pessoas sem títulos de nobreza. Desde João sem Terra, todos os reis e rainhas da Inglaterra juraram respeito a Magna Carta, pois caro não fizessem não seriam destronados. Os Tudors marcaram o absolutismo na Inglaterra, mas ainda assim respeitaram a Magna Carta. Henrique VIII rompe com a Igreja com o pretexto de anulação do seu casamento com Catarina de Aragão e confiscou para si as terras da Igreja. Elizabeth I assumiu o trono e foi a maior expressão do absolutismo na Inglaterra, principalmente pelo grande sucesso da sua política mercantilista de expansão e colonização. Elizabeth era conhecida como a Rainha Virgem e, por isso, não deixou herdeiros (porém, cogita-se o fato de ela ter morrido de sífilis). Convocava, anualmente, reuniões do Parlamento. A junção da Inglaterra com a Escócia ocorreu logo após a morte de Elizabeth, quando Jaime, filho de Mary Rainha da Escócia assume o trono. Por nunca ter seguido a Magna Carta, houve uma contradição na execução do poder. Carlos I, filho de Jaime, tenta instaurar um real absolutismo na Inglaterra. Para barrar esse avanço, o Parlamento cria um documento chamado Petition of Rights, porém Carlos I não assina e fecha o Parlamento. Petition of Rights: Petição de Direito, é um documento constitucional que estabelece proteções individuais específicas contra o Estado, supostamente igual valor para a Magna Carta e Declaração dos Direitos de 1689. 10 anos depois, Carlos I se envolve com uma guerra contra os Presbiterianos da Escócia ao tentar interferir na igreja, gerando guerra civil, que precisava de dinheiro, o qual o rei tentou adquirir por meio de aumento na cobrança de impostos. Porém, para isso, era necessário reabrir o Parlamento, que impõe como condições aumentar os impostos que o rei assinasse a Petition of Rights, condição que o rei rejeitou e tentou fechar o Parlamento novamente. Contudo, o Parlamento, junto com a população, se revolta e instaura a Revolução Puritana, decapitando o rei, em 1640. Após sua morte, o puritano líder assume o poder, Oliver Cromwell. Durante seu governo a Inglaterra foi uma República, porém quando ele morre, ela não se sustenta e a monarquia é reinstaurada, com Carlos II no poder. Esse novo rei quis retalhar quem tinha sido responsável pela deposição e execução de seu pai, e por isso, iniciou uma série de prisões arbitrárias. Desse modo, o Parlamento elaborou outro documento chamado Habeas Corpus Act de 1679, que basicamente dizia que ninguém poderia ficar preso por prisões ilegais. Habeas Corpus: remédio Constitucional CF 1988, art. 5º LXVIII, assegura o direito à liberdade de locomoção. Essa ação judicial serva para proteger o indivíduo contra a ilegalidade e abuso de poder, seja ela pública ou privada. Com a morte de Carlos II, seu irmão, Jaime II, o sucede. Jaime II tinha grandes pretensões absolutistas e sempre se chocava com o parlamento. Por isso, o parlamento arquitetou, com a ajuda da filha (Maria) e do genro (Guilherme d’Orange) de Jaime II, um golpe para derrubar o rei, o que aconteceu sem sua morte. O parlamento convidou Guilherme para marchar sobre Londres com seu exército de holandeses para forçar a renuncia de Jaime II, e assim foi feito, abdicando do trono em favor de sua filha. O acordo que o parlamento tinha com Guilherme d’Orange foi que ele assinasse um documento chamado Bill of Rights (1689). A ideia central desse documento é que o rei reina, mas não governa. É o primeiro documento que institui que a monarquia só existe em virtude de estar vinculada a lei. A partir de então, as grandes decisões da vida pública inglesa seriam tomadas pelo parlamento, diretamente. Esse Documento previa que ninguém estava acima da lei, nem mesmo o rei. Como as leis eram elaboradas pelo Parlamento, indiretamente o rei estava limitado pelo Parlamento. Civil Law: é a tradição jurídica da Europa Continental, também chamada de tradiçãoromano- germânica, na sua lei escrita, sua principal fonte é os códigos legislativos. Essa tradição jurídica que chegou por meio dos portugueses ao Brasil. Commom Law: tradição jurídica anglo-saxônica, desenvolveu na Inglaterra e depois foi para as colônias britânicas, principalmente nos Estados Unidos, sendo positivado pelos Estados. Sua principal fonte do direito é o costume, no qual é chamado de direito consuetudinário. Não passado oralmente, e sim positivados na jurisprudência. Era o Direito aplicado pelos chamados Tribunais Reais de Justiça. Exemplo: quando duas pessoas litigam (brigam) sobre o costume, cabe a um juiz dizer qual o costume. Por isso, o precedente (decisões judiciais) é a principal fonte do direito. Os grandes riscos desse sistema são: Se o precedente é muito respeitado, o direito não evolui, acaba ficando engessado. Ou se o precedente for pouco respeitado, gera insegurança jurídica e caos. Equity: surgiu como forma de evitar a estagnação da common Law, buscando trazer para o common Law a ideia de razoabilidade: diferenciação pelo caso concreto. Quando havia uma decisão legal, mas com uma sensação de injustiça, as partes ou o próprio magistrado enviavam esse caso para os tribunais de chancelaria. Nestes se verificava a solução mais adequada, mitigando a ideia do precedente. Nesse caso, houve os chamados judicature acts que aboliram esses tribunais. Então, hoje, na Inglaterra, todos os tribunais aplicam tanto a common Law, quanto a equity. Equity era desenvolvida pelos tribunais de Chancelaria. No séc. XIX,foram elaborados os chamados Judicature Acts que eliminaram as distinções entre os tribunais. Então atualmente qualquer tribunal inglês pode produzir tanto Common Law, como Equity.
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