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Módulo 1 - Conceitos Básicos.pdf Módulo Conceitos Básicos1 Brasília - 2015 Gestão da Informação e Documentação Conceitos básicos em Gestão Documental © Enap, 2015 Enap - Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Comunicação e Pesquisa SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Telefone: (61) 2020 3096 - Fax: (61) 2020 3178 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Gleisson Rubin Diretor de Desenvolvimento Gerencial Paulo Marques Coordenadora-Geral de Educação a Distância Natália Teles da Mota Teixeira Conteudistas: Célia Maria da Silva Torres Joana Gonzaga Ronchi Reis Renata G. Paixão Gracindo André do Espírito Santo Pereira Revisor técnico: Márcio Augusto Ferreira Guimarães Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação TécnicaFUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap. SUMÁRIO 1 Apresentação .............................................................................................. 5 2 Introdução ................................................................................................... 8 3 Conceitos básicos ...................................................................................... 15 4 Referências Bibliográficas .......................................................................... 26 5 1 Apresentação Módulo Conceitos Básicos1 6 7 8 2 Introdução Essas são perguntas quase impossíveis de se responder, isso porque o homem registra as informações de seu dia a dia desde 4000 a.C. Os documentos em papel, com a forma como conhecemos hoje, tiveram seus primórdios nos primeiros manuscritos, sendo que, ao longo do tempo, foram se transformando até chegarem ao formato digital. O surgimento dos arquivos ocorreu em paralelo ao surgimento da escrita, e consequentemente à produção dos documentos. A partir do Século XX, em virtude do enorme volume de documentos produzidos, a gestão da informação e documentação foi intensificada devido ao crescimento do setor privado e do setor público, ampliando a necessidade de gerenciar os arquivos de forma eficiente. 9 Veja como o arquivista Eugênio Casanova (1867-1951) expressava o conceito de gerenciamento de arquivos: A acumulação ordenada de documentos criados por uma instituição ou pessoa no curso de sua atividade e preservados para a consecução de seus objetivos políticos, legais e culturais, e pela referida instituição ou pessoa. Com a civilização grega e com a fixação das populações, foram criados os primeiros Arquivos como instituição, onde se guardavam os documentos oficiais, assentos glo contabilísticos, tratados, textos literários, leis, relatos históricos, contratos, testamentos, etc. Em Roma, o primeiro Arquivo chamou-se “Tabularium” e situava-se no Fórum romano. Era o arquivo oficial da Roma Antiga e também alojava os escritórios dos vários funcionários públicos. Em Portugal, por volta do ano de 1325, foi criado o Arquivo do Estado Português, funcionando como “guardador” de memórias de documentos como: forais, livros de chancelaria, sentenças judiciais, testamentos, etc., situando-se numa das torres do Castelo de São Jorge, denominada Torre do Tombo (Torre do Arquivo), e que ali permaneceu até 1755, ano em que um grande terremoto atingiu Lisboa. Com o crescimento das civilizações e o aumento da demanda do Estado, a organização das informações tornou-se essencial. Os agentes públicos passaram a compreender o valor da informação e a utilizá-la como instrumento elementar de pesquisa e planejamento, fornecendo dados para o processo decisório das organizações. Você Sabia? O escritor Carlos Drummond de Andrade foi funcionário Público, veja abaixo um trecho da biografia do autor: Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo - RJ, de onde foi expulso por “insubordinação mental”. De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto, em 10 1925. Fundou com outros escritores “A Revista”, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Drummond ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil. Quer saber mais sobre o autor? Então acesse: http://www.releituras.com/drummond_bio.asp Como a informação está na base da geração do conhecimento no mundo atual, o acesso rápido e seguro constitui fase importante para o desenvolvimento integrado e para a consolidação da democracia, principalmente na esfera pública, na qual a informação permite a confirmação de direitos e deveres, garantindo ao cidadão o exercício da cidadania. http://www.releituras.com/drummond_bio.asp 11 Gestão da Informação1 é um conjunto de estratégias que visa a identificar as necessidades de informação, prevendo o mapeamento dos fluxos formais de informação nos diferentes ambientes da organização, assim como sua coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem e disseminação, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento das atividades cotidianas e a tomada de decisão no ambiente corporativo. Já a Gestão da Documentação ou Gestão Documental diz respeito à proposição e ao acompanhamento de políticas de gestão dos documentos pelos órgãos, com vistas à preservação e à integridadeglo dos documentos públicos, bem como a garantia de acesso a todo acervoglo documental. A Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências, em seu art. 3º, cita que: “gestão de documentos é o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.” 1. Informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato. 12 Você sabia que a Gestão da Informação e Documentação está prevista na Constituição Federal? Veja só: Art. 5º, Inciso XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade. Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; Art. 216, § 2º - Cabe à administração pública, na forma da lei, tanto a gestão da documentação governamental quanto as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. A Lei nº 8.159/91, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências, também prevê a Gestão da Informação e Documentação: “Art. 1º. É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação.” “Art.25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social.” 13 Dessa forma, as organizações públicas necessitam de uma normatização e padronização das formas de guarda e posterior recuperação da informação, adotando procedimentos de controle para garantir a confiabilidade e a autenticidade de seus documentos, bem como de seu acesso contínuo, conferindo à organização a capacidade de: • Conduzir as atividades de forma transparente, possibilitando a governança e o controle social das informações; • Apoiar e documentar a elaboração de políticas e o processo de tomada de decisão; • Possibilitar a continuidade das atividades em caso de sinistros glo; • Fornecer evidência em caso de litígios glo; • Proteger os interesses do órgão ou entidade e os direitos dos funcionários e dos usuários ou clientes; • Assegurar e documentar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como a pesquisa histórica; • Manter a memória corporativa e coletiva da organização. 14 É fato que, em todas as épocas da história, a informação apresentou- se como um instrumento importante para a sociedade, seja para a sua organização e funcionamento, para o aperfeiçoamento das suas instituições, para o exercício do poder ou para a conquista e ampliação de direitos. Atualmente, diante das transformações econômicas, políticas e tecnológicas que o mundo vivencia, a informação vem se configurando como uma ferramenta ainda mais poderosa e essencial, principalmente para as organizações públicas. A gestão da informação não pode ser dissociada da gestão da documentação, pois manter os arquivos organizados corretamente significa manter a informação organizada e à disposição para os fins que se fizerem importantes e necessários, das instituições e da sociedade. Uma boa gestão favorece a recuperação da informação e fornece subsídios à tomada de decisão, além de manter a memória institucional. Todavia, para garantir essa eficiência, é preciso estabelecer um conjunto de práticas que garantam a organização e a preservação dos arquivos. A compreensão das práticas que norteiam a gestão da informação e da documentação começa com a apreensão dos conceitos sobre produção, organização e preservação dos documentos, além do entendimento sobre os prazos legais de guarda. Para que todos esses aspectos sejam assimilados e incorporados pelos órgãos, torna-se fundamental reconhecer as vantagens, os direitos e os deveres envolvidos na gestão dos documentos. Reconhecer, enfim, que os conjuntos documentais produzidos e/ou acumulados são, em última instância, patrimônio da instituição. Para fazer bom uso da informação, é preciso que ela esteja disponível! A fim de viabilizar essas capacidades, a Administração Pública Federal criou o SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo, que tem por finalidade garantir a todos os cidadãos e aos órgãos e entidades do Poder Executivo, de forma ágil e segura, o acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardadas as restrições administrativas ou legais; integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais glo e seccionais glo que o integram; disseminar normas relativas à gestão de documentos de arquivo; racionalizar a produção e armazenagem da documentação arquivística pública; preservar o patrimônio documental arquivístico da administração pública federal e articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da informação pública federal. Conheça o SIGA, clique no link e saiba mais! http://www.siga.arquivonacional.gov.br/index.php/siga http://www.siga.arquivonacional.gov.br/index.php/siga 15 E para que é importante conhecer os conceitos sobre Gestão Documental? Para compreender por completo as ações que fazem parte da Gestão Documental, a fim de executar a gestão de forma eficiente, é necessário, sobretudo, conhecer os conceitos, as características e os instrumentos utilizados no gerenciamento dos documentos. A Gestão da Documentação exige dos executores glo um conhecimento prévio sobre diversas regras, definições e métodos. Pensando nisso, este curso oferecerá o arcabouço glo conceitual que você precisará durante suas atividades. 3 Conceitos básicos 16 Com certeza você já deve ter visto alguns termos técnicos concernentes a esse tema. Agora, você terá a oportunidade de estudá-los de forma mais aprofundada. Vamos lá? a) O que é informação? Veja a diferença entre dado e informação: Dado é uma parte menor de um todo. Um dado pode ser entendido como uma unidade de conhecimento. Normalmente, no conceito geral, ele é definido como uma parte da informação. Já informação é mais abrangente que o conceito de dado. Quando informamos, estamos repassando algo que desejamos comunicar. Assim, um conjunto de dados só se tornará uma informação se estiver organizado de forma a tornar-se uma ideia, um conceito, uma mensagem. A informação, em seu sentido amplo, abrange tudo o que comunica algo, nesses termos, podemos dizer que tudo o que fazemos, observamos e discutimos são fontes de informação para nossas vidas. Contudo, quando queremos nos referir à informação constante em um documento, o conceito de informação restringir-se-á a todo o conjunto de dados devidamente ordenados e organizados, de forma a ter um significado. Dado X Informação Dado Informação Observação objetiva sobre algo. Conjunto de dados com relevância e propósito. Facilmente estruturado; Facilmente obtido por máquinas; Frequentemente quantificado; Facilmente transferível. Requer unidade de análise; Exige consenso em relação ao significado; Exige necessariamente a mediação humana. Fonte: Devenport, Prusak, 1998, p.18 17 Então dados nunca serão informações? A resposta é: depende... Muitas vezes, um dado isolado não é capaz de ser uma informação, contudo, quando o dado está inserido em um contexto, ele passa a representar uma informação. Veja um breve exemplo: a) Quantidade de pessoas convidadas para uma festa= 18. O número 18 é um dado isolado e não representa qualquer informação. b) Resultado da pesquisa sobre gêneros em uma instituição= 20 mulheres e 25 homens. Aqui, os dados quantitativos informam a existência de mais homens do que mulheres. b) O que é documento? De uma forma ampla, documento é toda a informação registrada em um suporte material (papel, fita, disco óptico, etc.) e utilizada para consulta, estudo, prova ou pesquisa, pois comprova fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época. Já quando falamos sobre os documentos utilizados no dia a dia do trabalho, podemos defini-los como o registro, em meio físico ou digital, que contém informações sobre assuntos de interesse da organização ou de um indivíduo. Trata-se de qualquer informação escrita, objeto ou fato registado materialmente, e que possa ser utilizado para estudo, consulta ou prova. 18 É toda informação registrada em um suporte material, suscetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, pois comprova fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época ou lugar. Veja que gerir bem os documentos permite o controle sobre as informações das Organizações. O autor Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “Palavras”, demonstra a procura pelas palavras e pela informação. Vejam abaixo: Quer conhecer mais as poesias Drummondianas? Acesse o sítio: http://www.releituras.com/ drummond_bio.asp Mas o que vem a ser suporte material? Conceito de SUPORTE: é o material no qual são registradas as informações. O suporte mais conhecido é o papel, mas existem muitos outros (pergaminho, papiro, muito utilizados antigamente, fita magnética, disco magnético, disco ótico, disquete, filme de nitrato). http://www.releituras.com/drummond_bio.asp http://www.releituras.com/drummond_bio.asp 19 SUPORTE + INFORMAÇÃO = DOCUMENTO c) O que é um arquivo? O arquivo funciona como o guardião das informações existentes. É o conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público, entidades privadas e pessoas físicas em decorrência do exercício de suas atividades, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza do documento. Os arquivos abarcam a memória política, econômica, social e cultural de um país, e sua função deve ser não só de preservação, mas também a prestação de um serviço público, disponibilizando informação a todos aqueles que solicitarem. Vimos até aqui a definição de DADO, INFORMAÇÃO, DOCUMENTO E ARQUIVO. Veja abaixo a ilustração do conteúdo estudado. 20 d) O que é documento arquivístico? O documento arquivístico é diferente de um documento comum. A palavra “arquivístico” dá ao documento a característica de estar incorporado a um sistema de arquivos. O documento arquivístico é utilizado para prestação de contas, para o registro das atividades e para que o cidadão possa exercer seus direitos. Dessa forma, documento arquivístico é o documento produzido e/ou recebido por uma pessoa física ou jurídica, no decorrer de suas atividades, qualquer que seja o suporte que ela utilize, a fim de manter o registro da informação produzida no exercício de suas competências. 21 Veja um exemplo: Um Diário Oficial é um documento arquivístico, pois emitir o Diário Oficial é uma atividade desenvolvida pela Imprensa Nacional. Contudo, esse mesmo Diário Oficial, ao ser utilizado em um Ministério como um documento de consulta, pode não se constituir como um documento arquivístico. Para compreender melhor a diferença entre dado, informação, documento e documento arquivístico, vamos ver o diálogo entre a Chefe Gisela e seu novo funcionário, chamado Doc: e) O que é documento eletrônico? De acordo com o arquivo nacional, documento eletrônico é uma unidade de registro de informações codificadas de forma analógica ou em dígitos binários glo, acessíveis por meio de equipamentos eletrônicos. Existem documentos eletrônicos analógicos e os documentos digitais, como as fitas videomagnéticas em formato VHS e as páginas na web, respectivamente. 22 Veja um exemplo: Mas lembre-se! Essa não é a única forma de criar um documento eletrônico! Podemos considerar como documento eletrônico toda informação armazenada em um dispositivo eletrônico (disco rígido, disquete, CD-ROM, fita magnética) ou transmitida através de um método eletrônico. Exemplos de documentos eletrônicos são os softwares, os bancos de dados, os arquivos de som, texto ou imagem disponíveis em CDs, discos ou fitas magnéticas, assim como as informações acessadas on-line — via Internet, o que inclui as mensagens eletrônicas pessoais (e-mails), fóruns de discussão, arquivos de hipertexto (http, em sítios da WWW), ou arquivos da Internet em formatos especiais, como FTP, Gopher, Telnet, entre outros, situados em seus respectivos sítios. f) O que é documento híbrido? Toda informação, registrada em qualquer suporte e sob qualquer tecnologia, desde que gerada no exercício das atividades e funções de uma pessoa física ou jurídica, integra o arquivo dessa pessoa. Nesse sentido, os arquivos podem ter, também, documentos digitais. O documento digital é um documento “... codificado em dígitos binários glo produzido, transmitido e armazenado por sistema computacional.” Os arquivos podem ter um caráter híbrido, contendo, nesse caso: • documentos analógicos (convencionais); • documentos digitais. Por exemplo: projetos arquitetônicos que apresentam a descrição em papel e as plantas em disco óptico, um dossiê formado por documentos digitais natos e digitalizados. 23 24 g) Diferença entre Documento digital e não digital: A maior diferença entre documento digital e não digital está na forma de acesso. O documento digital é acessível e interpretável por meio de recursos computacionais, já um documento não digital é produzido, tramitado e armazenado em formato convencional, como, por exemplo, em papel. São exemplos de documentos digitais: textos, imagens fixas, imagens em movimento, gravações sonoras, mensagens de correio eletrônico, páginas web, bases de dados, entre outras possibilidades de um vasto repertório de diversidade crescente. Documento digital e documento digitalizado: O documento digital é aquele produzido, tramitado e armazenado por sistema computacional, já o digitalizado é o documento produzido de modo convencional (papel, por exemplo), capturado e transferido para sistema computacional. 25 h) O que é Assinatura Digital? A assinatura digital é uma modalidade de assinatura eletrônica , resultado de uma operação matemática que utiliza criptografia e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento. Serve para assinar qualquer documento eletrônico e tem validade jurídica inquestionável, equivalendo a uma assinatura de próprio punho. A assinatura digital pode ser utilizada, por exemplo: em contratos, procurações, laudos, certificados, formulários web, relatórios, imagens, mandatos, notificações, balanços, declarações, petições, resultados de exames, prontuários médicos, propostas e apólices de seguros e arquivos eletrônicos transferidos entre empresas. i) O que é NUP? Você certamente já deve ter ouvido falar do NUP, talvez em reuniões, ou ainda em alguma conversa de escritório. Mas, por fim, o que significa essa sigla tão utilizada? Clique na imagem e veja o significado. NUP - Número Único de Protocolo - é um Código numérico que identifica, de forma única e exclusiva, cada documento, avulso ou processo, produzido, recebido ou autuado no âmbito da Administração Pública Federal, que necessite de tramitação, independentemente do suporte. Esse código não terá distinção entre processos e documentos avulsos. É composto de vinte e um dígitos, separados em grupos (0000000.00000000/0000-00). Agora que você já descobriu a sigla, vamos entender um pouco mais sobre esse número. Veja um exemplo: Quando um cidadão constitui uma demanda para o Serviço de Informação ao Cidadão – SIC, essa demanda gera um Número Único de Protocolo – NUP, que será respondido pelo órgão ou entidade responsável pelo esclarecimento. 26 PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 2.321, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2014 Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal adotarão o NUP para os documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos, que necessitem de tramitação, independentemente do suporte desses documentos, observando-se os seguintes procedimentos: quando da utilização dos códigos numéricos das unidades protocolizadoras, não haverá distinção entre processos e documentos avulsos ... Art. 5º O NUP atribuído ao documento, avulso ou processo, será constituído de vinte e um dígitos, separados em grupos (0000000.00000000/0000-00), conforme descrito abaixo: I - o primeiro grupo será constituído de sete dígitos referentes ao código de identificação da unidade administrativa no SIORG, que identificará a unidade protocolizadora do órgão ou entidade de origem do documento, avulso ou processo; II - o segundo grupo, separado do primeiro grupo por um ponto, será constituído de oito dígitos e determinará o registro sequencial dos documentos, avulsos ou processos, sequência que deverá ser reiniciada a cada ano; III - o terceiro grupo, separado do segundo grupo por uma barra, será constituído de quatro dígitos e indicará o ano de atribuição do NUP aos documentos, avulsos ou processos; e IV - o quarto grupo, separado do terceiro grupo por hífen, será constituído de dois dígitos e indicará os dígitos verificadores, calculados de acordo com os procedimentos descritos no Anexo a esta Portaria. 4 Referências Bibliográficas 1. VALENTIM, M. L. P, Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e conhecimento, ago. 2002, Rio de Janeiro, DataGramaZero. 2. CASANOVA, Eugênio, O manual Archivística, 1928, Siena. 3. LE GOFF, Jacques, 1924. Módulo 2 - Características dos Documentos.pdf Módulo Características dos Documentos2 Brasília - 2015 Gestão da Informação e Documentação Conceitos básicos em Gestão Documental © Enap, 2015 Enap - Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Comunicação e Pesquisa SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Telefone: (61) 2020 3096 - Fax: (61) 2020 3178 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Gleisson Rubin Diretor de Desenvolvimento Gerencial Paulo Marques Coordenadora-Geral de Educação a Distância Natália Teles da Mota Teixeira Conteudistas: Célia Maria da Silva Torres Joana Gonzaga Ronchi Reis Renata G. Paixão Gracindo André do Espírito Santo Pereira Revisor técnico: Márcio Augusto Ferreira Guimarães Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação TécnicaFUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap. SUMÁRIO 1 Introdução ................................................................................................... 5 2 Valor ............................................................................................................ 5 3 Os Atributos dos Documentos ......................................................................8 4 Quanto ao gênero ........................................................................................9 5 Quanto à espécie ....................................................................................... 11 6 Quanto ao Tipo ......................................................................................... 11 7 Quanto à natureza do assunto ................................................................... 12 8 Referências Bibliográficas ........................................................................... 14 5 1 Introdução As características de um documento são todos os atributos que o compõe, ou seja, aquilo que torna o documento substancial. Comecemos pelo seu valor: 2 Valor Basicamente os documentos possuem dois valores: o primário/imediato e o secundário/ mediato. 1) Valor primário ou imediato: é inerente à criação do documento, podendo apresentar valor administrativo, fiscal ou jurídico. Vamos ver cada um deles: a) Valor administrativo: quando o documento é necessário às atividades cotidianas, correntes, de quem o criou, refere-se ao uso administrativo para o órgão, razão primeira da criação do documento. Módulo Características dos Documentos2 6 Um exemplo: um memorando circular do setor de RH informando sobre o ponto facultativo dos servidores. Esse memorando foi criado por uma razão, ou seja, informar aos servidores do órgão sobre o ponto facultativo. Esse é o seu valor primário. Um fim administrativo. Todo documento nasce com valor primário, mas com o passar do tempo ele perde esse valor, ele prescreve administrativamente, podendo ser eliminado ou arquivado permanentemente se ele possuir valor histórico para a instituição. No caso desse memorando, uma vez informado para todas as áreas o assunto sobre o qual trata, ele não precisará ser guardado para sempre, por não possuir um valor secundário ou histórico para a instituição. b) Valor fiscal: quando o documento é gerado para comprovar operações financeiras, dessa forma, seu valor cessa quando tal operação se conclui. c) Valor jurídico: são os documentos que comprovam direitos de curto ou longo prazo. 2) Valor secundário ou mediato: é identificado quando cessa o valor primário e a guarda do documento faz-se necessária permanentemente. Podemos classificar o valor secundário em três categorias: probatório, informativo e histórico. Conheça um pouco mais sobre cada uma delas: a) Valor probatório: atribui-se quando o documento pode comprovar as ações de determinado indivíduo que o produziu. b) Valor informativo: quando os documentos registram informações sobre pessoas, lugares, objetos, fatos ou fenômenos que aconteceram e que se pretende preservar. 7 c) Valor histórico: quando temos um documento que representa um acontecimento, fato ou situação relevante para a história do órgão e da sociedade, bem como os de grande repercussão nos meios de comunicação. O valor secundário ou histórico refere-se ao uso para outros fins que não aqueles para os quais os documentos foram criados. Um documento com valor histórico é considerado como fonte de pesquisa e conta a história e evolução do órgão com o passar do tempo. Os documentos com valor secundário serão preservados na fase ou idade permanente, ou seja, nunca poderão ser eliminados. E é importante lembrar que, nessa fase, o documento pode ser acessível não somente pela administração que o produziu como também por pesquisadores e historiadores e pessoas diferentes daquelas que produziram o documento. O documento pode ou não ter valor secundário e, uma vez adquirido esse valor, ele jamais o perderá. A definição desses valores é fundamental para determinar o tempo de guarda dos documentos, afinal, não se pode guardar todo e qualquer documento por toda vida! Fazendo um paradoxo ao que foi dito anteriormente, sobre o tempo de guarda de um documento, leia abaixo o poema “Memórias” do escritor Carlos Drummond de Andrade: Quer conhecer mais as poesias Drummondianas? Acesse o sítio: http://www.releituras.com/drummond_bio.asp http://www.releituras.com/drummond_bio.asp 8 3 Os Atributos dos Documentos Ainda explorando as características dos documentos, encontramos também os seguintes atributos: proveniência, unicidade, organicidade, indivisibilidade, confiabilidade, autenticidade, acessibilidade glo. Conheça abaixo um pouco mais sobre cada um deles: Proveniência P – A proveniência é o registro da identidade de quem produziu o documento, ou seja, de sua origem. Essa característica mostra que os arquivos devem ser organizados em obediência à competência da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda do documento. Organicidade O - A organicidade é a característica que recebe um documento por ser estruturado e ter funções e atividades definidas pela entidade produtora/acumuladora, em suas relações internas e externas. Os documentos são organizados a partir do Plano de Classificação (veremos mais adiante) e da Tabela de Temporalidade, uma vez que contextualizam o conjunto a que pertencem e definem o tempo de guarda dos documentos. Unicidade U - Cada documento é único no conjunto documental ao qual pertence. Podem existir cópias em um ou mais grupos de documentos, mas cada cópia é única em seu lugar, pois o conjunto de suas relações com os demais documentos do grupo é singular. Indivisibilidade I - Arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta. Trata-se do respeito aos conjuntos documentais que guardam relações orgânicas entre si. Confiabilidade C - A confiabilidade está relacionada ao momento em que o documento é produzido e à veracidade do seu conteúdo. Para tanto, há que ser completo, ou seja, dispor de todos os elementos intrínsecosglo e extrínsecosglo exigidos pela organização produtora e pelo sistema jurídico - administrativo ao qual pertence, de maneira que esse mesmo documento possa ter seus procedimentos de criação bem controlados. Autenticidade AU - Um documento autêntico é aquele que é o que diz ser, independentemente de se tratar de minuta, original ou cópia, e é livre de adulterações. Um documento autêntico é aquele que 9 se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção. Acessibilidade AC - Um documento acessível é aquele que pode ser localizado, recuperado, apresentado e interpretado, ou seja, para assegurar a acessibilidade glo, a gestão deve garantir a transmissão de documentos para outros sistemas, sem perda de informação e de funcionalidade. O sistema deve ser capaz de recuperar qualquer documento, a qualquer tempo, e de apresentá-lo com a mesma forma que tinha no momento de sua produção. Para finalizarmos as características dos documentos, veremos as definições quanto ao GÊNERO, ESPÉCIE, TIPO E NATUREZA DO ASSUNTO: 4 Quanto ao gênero Quando ouvimos falar de gênero, logo nossa mente remete aos gêneros masculino e feminino, que se diferenciam pela forma, certo? Pois bem, quando falamos sobre gênero na gestão documental também estamos representando o documento de acordo com a sua forma, que também pode ser chamada de suporte. Podemos citar alguns tipos de gêneros documentais bastante diferentes entre si, como o documento textual e o audiovisual. O primeiro tem como suporte o papel, livro, carta, etc. Já o segundo é constituído de imagens e registros sonoros. Além desses, também são exemplos de gêneros para gestão documental: documentos cartográficos, iconográficos, filmográficos, sonoros, informáticos e micrográficos. 10 Conheça alguns tipos de gêneros documentais: Documentos textuais: são os documentos manuscritos, datilografados ou impressos. Ex.: atas, cartas, decretos, livros, etc. Documentos cartográficos: documentos que contêm representações gráficas da superfície terrestre ou de corpos celestes e desenhos técnicos. Ex.: mapas, plantas, perfis, etc. Documentos audiovisuais: documentos que contêm imagens fixas, ou em movimento, e registros sonoros. Integram os iconográficos, filmográficos e sonoros. Documentos iconográficos: que contêm imagens fixas, impressas, desenhadas ou fotogradas. Ex.: fotografias, desenhos, gravuras, etc. Documentos filmográficos: são documentos em películas cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjugadas ou não a trilhas sonoras, com bitolas e dimensões variáveis, contendo imagens em movimento. Exemplo: Filmes e Fitas. Documentos sonoros: registros sonoros. Ex.: discos, fitas audiomagnéticas. Documentos micrográficos: são documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de imagens, mediante utilização de técnicas específicas. Exemplo: Rolo, Microficha, Jaqueta e Cartão Janela. Documentos informáticos: são os documentos produzidos, tratados e armazenados em computador. Exemplo: disco flexível (disquete), disco rígido (winshester) e disco óptico. 11 5 Quanto à espécie É a divisão documental de gênero que reúne tipos documentais pelo teor dos fatos. As espécies documentais, portanto, podem ser definidas em razão da natureza dos atos que lhes deram origem. Veja alguns exemplos de Espécies de Atos: Atos normativos: expedidos por autoridades administrativas, com a finalidade de dispor e deliberar sobre matérias específicas. Exemplo: Medida Provisória, Lei, Decreto, Estatuto, Regimento, Regulamento, Resolução, Portaria, Instrução Normativa, Ordem de Serviço, Decisão, Acórdão. Atos enunciativos: são os opinativos, que esclarecem os assuntos, visando a fundamentar uma solução. Exemplo: Parecer, Relatório, Voto. Atos de assentamento: são aqueles que se destinam ao registro. São documentos que contêm assentamentos sobre fatos ou ocorrências. Exemplos: apostila, ata, termo, auto de infração. Atos comprobatórios: são os que comprovam assentamentos, decisões, etc. Exemplo: Traslado, Certidão, Atestado, Cópia Autêntica ou Idêntica. Atos de ajuste: acordos em que a administração pública (federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal) é parte. Exemplos: tratado, convênio, contrato, termos (transação, ajuste). Atos de correspondência: objetivam a execução dos atos normativos, em sentido amplo. Exemplo: Aviso, Ofício, Carta, Memorando, Circular, Mensagem, Edital, Intimação, Exposição de Motivos, Notificação, Telegrama, Telex, Telefax. 6 Quanto ao Tipo Tipo documental é a espécie de documento com o assunto ao qual se refere. A espécie documental considera a atividade que a gerou. O Tipo corresponde à divisão de espécie, que reúne documentos por suas características comuns no que diz respeito à formula, natureza de conteúdo ou técnica de registro. Veja o exemplo abaixo: Na espécie documental memorando, são exemplos de tipos documentais: memorando circular, memorando conjunto. Na espécie documental decreto, são exemplos de tipos documentais: decretos-lei, decretos legislativos. 12 7 Quanto à natureza do assunto • Documento ostensivoglo: a classificação de ostensivo glo é dada aos documentos cuja divulgação não prejudica a instituição, podendo ser de domínio público. Não possui restrição de acesso glo. • Documento sigilosoglo: consideram-se sigilosos os documentos que, pela natureza de seu conteúdo, são de conhecimento restrito e, portanto, requerem medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação. 13 Quando classificados como sigilosos, os documentos não carregam, para sempre, essa classificação. A partir da data de produção do dado ou informação, a classificação perdura por: - 25 anos, no máximo, se ultrassecreto; Esse prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual período. - 15 anos, no máximo, se secreto; - 5 anos, no máximo, se reservado. Legislação A Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso a informações, previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências, prevê que: Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice- Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. § 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. § 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. 14 8 Referências Bibliográficas 1. VALENTIM, M. L. P, Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e conhecimento, ago. 2002, Rio de Janeiro, DataGramaZero. 2. CASANOVA, Eugênio, O manual Archivística, 1928, Siena. 3. LE GOFF, Jacques, 1924. Módulo 3 - Ciclo de Vida dos Documentos.pdf Módulo Ciclo de Vida dos Documentos3 Brasília - 2015 Gestão da Informação e Documentação Conceitos básicos em Gestão Documental © Enap, 2015 Enap - Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Comunicação e Pesquisa SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Telefone: (61) 2020 3096 - Fax: (61) 2020 3178 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Gleisson Rubin Diretor de Desenvolvimento Gerencial Paulo Marques Coordenadora-Geral de Educação a Distância Natália Teles da Mota Teixeira Conteudistas: Célia Maria da Silva Torres Joana Gonzaga Ronchi Reis Renata G. Paixão Gracindo André do Espírito Santo Pereira Revisor técnico: Márcio Augusto Ferreira Guimarães Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação TécnicaFUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap. SUMÁRIO 1 Fases da Gestão Documental .......................................................................................... 6 2 Teoria das Três idades: ..................................................................................................... 7 3 Código de Classificação e Tabela de Temporalidade .......................................................... 9 5 As fases de uma gestão documental englobam um conjunto de procedimentos referentes à produção, à utilização e à destinação dos documentos, compreendendo desde a criação até a eliminação ou o recolhimento para a guarda permanente, e têm como objetivos: • Assegurar, de forma eficiente, a produção, a utilização e a destinação dos documentos; • Garantir que a informação esteja disponível quando e onde seja necessário; • Contribuir para o acesso e conservação dos documentos de guarda permanente, levando em conta o seu valor probatório, científico ou histórico; • Assegurar a eliminação dos documentos que não tenham valor administrativo fiscal, legal ou para a pesquisa; • Permitir o aproveitamento racional dos recursos humanos, materiais e financeiros. As fases da gestão documental podem ser dividas em 3, clique para conhecer cada uma delas: Módulo Ciclo de Vida dos Documentos3 6 1 Fases da Gestão Documental Primeira fase - PRODUÇÃO: Essa fase corresponde à produção dos documentos provenientes da execução das atividades de um órgão ou entidade. Nessa fase, é importante ter o cuidado de evitar a produção de documentos não essenciais, a fim de garantir o uso adequado dos recursos de reprografia e de automação. A fase é composta pelos seguintes elementos: • elaboração e gestão de fichas, formulários e correspondência; • controle da produção e da difusão de documentos e caráter normativo; • utilização de processadores de palavras e textos. Segunda fase - UTILIZAÇÃO: Refere-se ao fluxo de trabalho percorrido pelos documentos, durante o cumprimento de sua função administrativa, assim como sua guarda após cessar seu trâmite. A segunda fase da gestão de documentos compreende: • os métodos de controle relacionados às atividades de protocolo e às técnicas específicas de classificação, organização e elaboração de instrumentos de recuperação da informação; • a gestão de arquivos correntes e intermediários (que veremos mais adiante); e • a implantação de sistemas de arquivo. Terceira fase - DESTINAÇÃO: Essa fase envolve as atividades de avaliação, seleção e fixação de prazos de guarda dos documentos, ou seja, implica em decidir quais os documentos a serem eliminados e quais serão preservados permanentemente. Para que a destinação dos documentos seja realizada de forma eficiente, deve-se: • cumprir o estabelecido na primeira e na segunda fase da gestão de documentos; • manter processos contínuos de avaliação, com aplicação dos prazos de guarda e destinação final dos documentos; • promover a eliminação periódica dos documentos que já tenham cumprido os prazos de guarda e não possuam valor secundário. 7 2 Teoria das Três idades: A teoria das três idades define o valor temporal de um documento, ou seja, a necessidade de mantê-lo em virtude de sua importância no tempo. Esse processo avaliativo tem como objetivo determinar o tempo necessário de permanência nos arquivos (corrente e intermediário), até que seja dada a destinação final dos documentos: eliminação ou guarda permanente. Veremos, mais adiante, que essa destinação é realizada utilizando o código de classificação de documentos e a tabela de temporalidade. Veremos, mais adiante, que essa destinação é realizada utilizando o código de classificação documentos e a tabela de temporalidade. 8 Conheça as características de cada idade: 1ª IDADE ARQUIVO CORRENTE Conjunto de documentos vinculados aos fins imediatos para os quais foram produzidos ou recebidos e que, mesmo cessada sua tramitação, conservam-se junto aos órgãos produtores em razão da frequência com que são consultados. 2ª IDADE ARQUIVO INTERMEDIÁRIO Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que aguardam sua destinação final. 3ª IDADE ARQUIVO PERMANENTE Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo, em função do seu valor, como prova, garantia de direitos ou fonte de pesquisa. Os documentos de idades CORRENTE e INTERMEDIÁRIA têm valor administrativo. Já os documentos PERMANENTES têm valor histórico. Um documento que se encontra em idade CORRENTE poderá ter 3 destinações: → Eliminação; → Transferência para o arquivo intermediário; → Recolhimento para o arquivo permanente. Já um documento que está na idade INTERMEDIÁRIA poderá ter 2 destinações: → Eliminação; → Recolhimento para o arquivo permanente. Por fim, um arquivo que se encontra em idade PERMANENTE jamais será eliminado, pois tem valor histórico. Conhecendo mais sobre cada idade, temos: a) 1ª idade - Arquivo Corrente Nessa fase, encontramos os documentos que estão em curso, em trâmite ou que foram arquivados, mas que são objetos de consultas frequentes. Os documentos em fase corrente são conservados nos locais onde foram produzidos, sob a responsabilidade do órgão produtor. 9 b) 2ª idade - Arquivo Intermediário A idade intermediária refere-se aos documentos que não são mais de uso corrente, mas, por conservarem ainda algum interesse administrativo, aguardam, no arquivo intermediário, o cumprimento do prazo estabelecido em tabela de temporalidade e destinação para serem eliminados ou recolhidos ao arquivo permanente. c) 3ª idade - Arquivo Permanente Como o próprio nome sugere, arquivo permanente refere-se aos documentos que devem ser definitivamente preservados devido a seu valor histórico, probatório ou informativo. Todo documento possui valor administrativo, mas nem todo possui valor histórico. Aqueles que o possuem serão recolhidos à idade permanente e jamais serão eliminados. Portanto, apenas os documentos históricos são recolhidos. Você deve estar se perguntando... E como saber quando um documento deve ser classificado em arquivo corrente, intermediário e permanente? E por quanto tempo ele deverá ser arquivado? Essas informações você encontrará no código de classificação e na tabela de temporalidade! 3 Código de Classificação e Tabela de Temporalidade O Código de Classificação e a Tabela de Temporalidade são instrumentos arquivísticos que tratam das regras utilizadas para definir a classificação dos documentos, bem como o tempo que eles permanecerão no arquivo. Vimos anteriormente que existem 3 tipos de idades em que os documentos podem estar. São elas: corrente, intermediária e permanente. 10 Contudo, para descobrir a forma de classificar esses documentos e a definição de qual é o tempo correto para manter o documento em um arquivo, utiliza-se o Código de Classificação dos Documentos e a Tabela de Temporalidade. a) Código de Classificação de documentos Classificar é organizar, e, neste caso, é a organização dos documentos em um arquivo. A classificação é feita a partir da análise do conteúdo dos documentos, para posteriormente selecionar a categoria do assunto. Uma vez classificado, o documento poderá ser facilmente localizado e corretamente arquivado. O instrumento utilizado para essa análise é o Código de Classificação de Documentos, que estabelece as regras de classificação de todo e qualquer documento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas funções e atividades. O ato de classificar refere-se ao processo de inserção dos documentos em classes. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados, constituindo- se em referencial básico para sua recuperação. No Código de Classificação de Documentos, funções, atividades, espécies e tipos documentais genericamente denominados assuntos encontram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções. 11 Um Plano de Classificação de Documentos é dividido em classes e subclasses, grupos e subgrupos. Para compreendermos o uso de um Plano de Classificação, vamos conhecer o Plano de Classificação para as Atividades-Meio da Administração Pública Federal, elaborado pelo Conarq: Mas o que são atividades-meio e atividades-fim? Atividade-fim: designa as atividades desenvolvidas em decorrência da finalidade de uma instituição. São as que identificam a área de um órgão, na qual são desenvolvidos processos de trabalho que dão características evidentes às ações que por definição constituem o objetivo para o qual a instituição foi criada. Atividades-meio: designa as atividades que dão suporte à consecução das atividades-fim de uma instituição, aquelas que se prestam a dar condições para que uma empresa atinja seus objetivos sociais, ou seja, as atividades desempenhadas pela empresa, que não coincidem com os fins principais. O CONARQ regulamentou, por meio da Resolução Nº 14, de 24 de outubro de 2001, o Código de Classificação de Documentos de Arquivo para Atividades-Meio da Administração Pública, a ser adotado como modelo para os arquivos correntes dos órgãos, e os prazos de guarda e a destinação de documentos estabelecidos na Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio da Administração Pública. O Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração Pública - Atividades-meio, elencado abaixo, possui duas classes comuns a todos os seus órgãos: a classe 000, referente aos assuntos de ADMINISTRAÇÃO GERAL, e a classe 900, correspondente a ASSUNTOS DIVERSOS. 12 Entretanto, as demais classes (100 a 800) destinam-se aos assuntos relativos às atividades-fim do órgão. Essas classes não são comuns, cabendo aos respectivos órgãos a elaboração de seu próprio Plano de Classificação para as Atividades-fim, seguindo orientações da instituição arquivística na sua esfera específica de competência. Veja um exemplo com a estrutura organizacional: Classes: • 000 – Administração Geral; • 100 – Contas; • 200 – Fiscalização; • 300 – Denúncia; Representação; Consulta; Solicitação; • 400 – Ato sujeito a registro; • 500 – Coeficientes de participação constitucional; • 600 – Vaga; • 700 – Outros assuntos referentes a controle externo; • 800 – Sessão do plenário e da Câmara; • 900 – Assuntos Diversos – Incluem-se documentos de caráter genérico referentes à administração geral, cujos assuntos não possuem classificação específica nas demais classes do código. A classe 000, Administração Geral, tem como subclasses: 010 - Organização e funcionamento; 020 - Pessoal; 030 - Material; 040 - Patrimônio; 050 - Orçamento e Finanças; 060 - Documentação e Informação; 070 - Comunicações; 080 - Ações correcionais, de controle interno e ouvidoria; 090 - Outros assuntos referentes à administração geral. Cada subclasse pode possuir subgrupos: Exemplo: Subclasse: 050 Orçamento e Finanças Grupo: 051 Orçamento Subgrupos: 051.1 Programação orçamentária 051.11 Previsão orçamentária 13 Note que os códigos numéricos refletem uma relação de subordinação: Classe Subclasse Grupo Subgrupo Essa subordinação é representada por margens, as quais espelham a hierarquia dos assuntos tratados. Essas regras, para a atividade-meio, são definidas pela Administração Pública Federal, por meio do CONARQ, que é um órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional do Ministério da Justiça, têm por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. Caso queira saber mais sobre o Conarq, acesse o link: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/legislacao/resolucoes-do-conarq/256- resolucao-n-14,-de-24-de-outubro-de-2001.html Vimos até aqui as regras para classificação dos documentos, mas como definir o tempo de guarda? A guarda dos documentos é definida pela Tabela de Temporalidade! Lembrando que há uma tabela para cada tipo de atividade: atividade-meio e atividade-fim! Todo documento dentro da Administração Pública tem um tempo de vida útil. Esse tempo é denominado “prazo de guarda”, e não é possível determiná-lo de forma aleatória, existem parâmetros definidos na legislação brasileira para isso. http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/legislacao/resolucoes-do-conarq/256-resolucao-n-14,-de-24-de-outubro-de-2001.html http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/legislacao/resolucoes-do-conarq/256-resolucao-n-14,-de-24-de-outubro-de-2001.html 14 b) Tabela de Temporalidade A Tabela de temporalidade é o instrumento que registra o ciclo vital dos documentos glo, no qual devem constar os prazos de guarda dos documentos de arquivo corrente, sua transferência ao arquivo central/intermediário e sua destinação final, que seria a eliminação ou o recolhimento ao arquivo permanente. A Tabela de Temporalidade é um instrumento dinâmico de gestão de documentos e precisa estar sempre atualizada, para inclusão dos novos conjuntos documentais que possam vir a ser produzidos e as mudanças que normalmente ocorrem na legislação. A Tabela de Temporalidade é construída a partir do Código de Classificação dos Documentos e é um instrumento arquivístico resultante de uma avaliação, que tem por objetivo definir prazos de guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso glo à informação. Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar: • Conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades. • Assunto: os documentos de uma instituição serão organizados pela hierarquia de atividades e funções. Para isso, é utilizado um índice que contém todos os códigos e a sua referência, para facilitar na hora da procura. 15 • Prazos de guarda nas fases corrente e intermediária: o prazo de guarda representa o tempo em que um documento ficará arquivado, nas fases corrente e intermediária. Esse prazo é estipulado pensando-se, também, nas necessidades de quem elaborou os documentos. • Destinação final: eliminação ou guarda permanente. • Observações: É o local destinado para incluir informações adicionais, justificativas e orientações sobre suporte à informação e o destino dos documentos na tabela necessária à sua compreensão e aplicação. A Tabela de temporalidade e destinação para documentos de arquivo, que é elaborada em cada órgão ou entidade do Poder Executivo Federal, deve ser encaminhada ao Arquivo Nacional para aprovação e posterior divulgação, por meio de ato legal que lhe confira legitimidade. (Fonte: Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo da Administração Pública Federal – SIGA. Ministério da Justiça/ Arquivo Nacional) 16 A partir dos exemplos de classificação dos documentos, vimos que a destinação do documento Previsão Orçamentária, utilizando-se a Tabela de Temporalidade, é de 2 anos. 17 3.3 Código de Classificação e Tabela de Temporalidade 3.2 Teoria das Três idades: 3.1 Fases da Gestão Documental Módulo 4 - Gerenciar Documentos Arquivísticos.pdf Módulo Gerenciar Documentos Arquivísticos4 Brasília - 2015 Gestão da Informação e Documentação Conceitos básicos em Gestão Documental © Enap, 2015 Enap - Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Comunicação e Pesquisa SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Telefone: (61) 2020 3096 - Fax: (61) 2020 3178 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Gleisson Rubin Diretor de Desenvolvimento Gerencial Paulo Marques Coordenadora-Geral de Educação a Distância Natália Teles da Mota Teixeira Conteudistas: Célia Maria da Silva Torres Joana Gonzaga Ronchi Reis Renata G. Paixão Gracindo André do Espírito Santo Pereira Revisor técnico: Márcio Augusto Ferreira Guimarães Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação TécnicaFUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap. SUMÁRIO 1 Introdução ................................................................................................... 5 2 Recepcionar e registrar ................................................................................6 3 Classificar a documentação e Classificar a informação quanto ao grau de sigilo .............................................................................................................. 6 4 Instruir a documentação, reconstituir e digitalizar .......................................8 5 Tramitar, acessar a documentação e restaurar ........................................... 10 6 Arquivar, preservar a documentação e desarquivar a documentação ......... 11 7 Avaliar, destinar e microfilmar ................................................................... 13 8 Referências Bibliográficas .......................................................................... 17 5 1 Introdução recepção, registro, classificação da documentação e da segurança da informação, instrução, reconstituição, digitalização, tramitação, acesso, restauração, preservação, arquivamento, desarquivamento, avaliação, destinação e microfilmagem da documentação, precedidos da implementação e planejamento de diretrizes e políticas de gestão documental na organização. O conhecimento de todas as funções do gerenciamento dos documentos arquivísticos proporciona à organização: • proteção dos interesses do órgão ou entidade e os direitos dos funcionários e dos usuários ou clientes; • assegura e documenta as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como a pesquisa histórica; • mantém a memória corporativa e coletiva da organização; • recupera documentos com segurança; Módulo Gerenciar Documentos Arquivísticos4 6 • proporciona respostas mais precisas e com melhor tempo de resposta; • contribui na melhoria do atendimento ao cliente. 2 Recepcionar e registrar Recepcionar Consiste no recebimento dos documentos, processos ou dossiês, sejam eles externos ou internos, e que precisem ser tratados e distribuídos, quando for o caso. A entrada de documentos na instituição é realizada pelo setor de protocolo, ao qual compete, entre outras incumbências, receber os documentos e fomentar a sua expedição e tramitação. Registrar O registro consiste em formalizar a captura do documento arquivístico dentro do sistema de gestão arquivística, por meio da atribuição de um número identificador e de uma descrição informativa. Destina-se a facilitar sua recuperação, bem como controlar a movimentação do documento ou processo, e fornecer informações aos interessados por suas características fundamentais. Para os documentos processuais, efetua-se também a autuação, termo que caracteriza a abertura do processo, observando os documentos cujo conteúdo esteja relacionado a ações que requeiram análises, informações, despachos e decisões de diversas unidades organizacionais. 3 Classificar a documentação e Classificar a informação quanto ao grau de sigilo Classificar a documentação 7 Classificar é um processo que tem por finalidade reunir coisas semelhantes. Classificar e arquivar de maneira adequada tornaram-se pontos primordiais nos cuidados da documentação. Sua classificação se materializa a partir de um plano que deve ter como características a simplicidade, a flexibilidade, a fácil assimilação e, sobretudo, deve ser uniforme, mantendo sempre um padrão. Nessa etapa, será realizada a análise do conteúdo dos documentos produzidos ou recebidos no exercício de suas funções e atividades, efetuando-se a seleção da categoria de assuntos sob a qual serão classificados, a fim de serem arquivados e acessados. Tem por objetivo agrupar os documentos sob o mesmo tema como forma de possibilitar o controle e a rápida recuperação de informações e posterior aplicação da temporalidade documental, aumentando a eficiência, efetividade e agilidade no gerenciamento e controle das informações. Classificar a informação quanto ao grau de sigilo. Informação ou assunto restrito é tudo aquilo que necessita de proteção ou medidas especiais, pelo fato do conhecimento de seu conteúdo ser restringido a um determinado meio ou número de pessoas, cujo comprometimento possa trazer prejuízo à organização. A proteção da informação não deve ser privilégio de organizações militares, serviços de espionagem ou indústrias de alta tecnologia, ela pode e deve ser aplicada até, por exemplo, a uma pizzaria, para evitar a perda da exclusividade de utilização de uma receita de massa da avó do proprietário, de excelente sabor, e que é seu diferencial de mercado. A classificação da informação é de vital importância para que as organizações possam direcionar os seus recursos para ações e sistemas que promovam sua segurança. Sabendo-se o nível de disponibilidade, confidencialidade e integridade das informações com as quais a organização trabalha, esta pode gerar políticas de segurança da informação específicas para cada recurso. 8 4 Instruir a documentação, reconstituir e digitalizar Instruir a documentação Nessa fase, acontece a organização na preparação de processos e dossiês glo. São as informações e métodos que descrevem como proceder com os processos e dossiês, de maneira a possibilitar a rápida solução dos mesmos. Tem por objetivo dar sustentação à formação da produção e gestão documental. As unidades organizacionais devem instruir seus processos e dossiês, cuja responsabilidade será do titular da unidade ou do servidor. Na instrução, temos como exemplo as seguintes atividades: Juntada por apensação glo: é a união provisória de um ou mais processos acessórios a um processo principal, destinada ao tratamento de matérias semelhantes, com o mesmo interessado, ou não. Ex.: um processo de solicitação de aposentadoria de servidor público federal, apensado a outro referente à solicitação de revisão, ou recurso, constituirá um único processo, caracterizando a apensação glo do processo acessório ao processo principal. Juntada por anexação: é a união de forma definitiva e irreversível de um ou mais processos a outro processo, considerado principal, desde que pertencentes a um mesmo interessado e que contenham o mesmo assunto. A juntada por anexação de processos será feita somente quando houver dependência entre os processos a serem anexados. A dependência será caracterizada quando for possível definir um processo como principal e um ou mais como acessórios. Reconstituir A reconstituição ocorre quando um documento, dossiê glo ou processo é danificado, extraviado, perdido ou roubado. No caso de extravio ou destruição dos autos de um processo ou dossiê, sua reconstituição será obrigatória, sendo de responsabilidade da Unidade Administrativa onde o processo extraviou-se. 9 Digitalizar A Digitalização de Documentos é o processo de conversão de documentos físicos para o formato digital. Qualquer documento que contenha informação relevante para a instituição pode ser digitalizado e convertido em formatos digitais. Esse processo dinamiza extraordinariamente o acesso e a disseminação das informações entre os funcionários e colaboradores, com a visualização instantânea das imagens de documentos. Essa conversão também transforma o modo de armazenagem desses arquivos, que, uma vez digitalizados, poderão ser disponibilizados em vários formatos de mídias, como CDs, DVDs, Pendrives ou ainda em unidades de discos removíveis. 10 Algumas vantagens e benefícios da Digitalização de Documentos: 9 Facilidade de acesso e de distribuição dos documentos; 9 Redução de tempo das atividades que requerem a análise de documentos; 9 Redução de custo com recuperação e duplicação; 9 Preservação do arquivo físico; 9 Integração de dados ativos e históricos. 5 Tramitar, acessar a documentação e restaurar Tramitar O trâmite é o curso do documento, desde a sua produção ou recepção até o cumprimento de sua função administrativa. Pode ser referido também como tramitação ou movimentação e caracterizado como distribuição, que é a remessa de documentos, processos ou dossiês às unidades que decidirão sobre a matéria neles tratada. Tem a finalidade de movimentar os documentos, processos ou dossiês de uma unidade à outra, seja internamente ou externamente. Acessar a documentação O acesso consiste na pesquisa e localização do documento, processo ou dossiê e na disponibilização do acesso a esses, verificando aqueles documentos que possuem restrições de acesso e os classificados com grau de sigilo. Tem por finalidade disponibilizar a documentação ou o acesso a ela, para análise e subsídio de decisão e encaminhamentos internos, bem como atender às requisições de informações dos clientes externos. Restaurar A restauração de um documento é feita a partir de um conjunto de medidas que tem como objetivo a reversão de danos físicos e químicos que um documento sofreu ao longo do tempo e do uso. Objetiva revitalizar a concepção do documento original por meio de intervenção técnica, de modo a não comprometer a integridade e o caráter histórico do material. 11 6 Arquivar, preservar a documentação e desarquivar a documentação Arquivar Arquivar não é apenas organizar fisicamente os documentos produzidos por uma instituição, mas é, principalmente, a sua organização lógica e funcional. Arquivar, portanto, é organizar a documentação produzida e recebida por uma instituição de forma que a informação nela contida possa ser resgatada com agilidade. Os documentos produzidos por uma instituição podem receber ainda outra divisão, de acordo com a função que nela exercem. Assim, podem ser documentos de atividade-meio ou documentos de atividade-fim. 1- Documentos de atividade-meio: refletem um conjunto de operações que uma instituição leva a efeito para auxiliar e realizar o desempenho de suas atribuições específicas, o que resulta na acumulação de documentos de caráter instrumental e acessório. Ex.: frequência de servidor. 2- Documentos de atividades-fim: refletem o conjunto de operações que a instituição leva a efeito para desempenho de suas atribuições específicas, o que resulta na acumulação de documentos de caráter substantivo para seu funcionamento. Ex.: autos de infração. 12 Os Métodos de arquivamento podem ser: alfabético, geográfico, numérico simples e cronológico e ideográfico. Alfabético: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o nome. Geográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o local (cidade, estado e país). Numérico simples: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o número do documento e numérico-cronológico (quando o número do documento vier associado à data). Cronológico: O mais usado em sistemas de protocolo adotados em repartições públicas. Numera-se os documentos e não as pastas. Os documentos serão arquivados por ordem cronológica, ou seja, por data, seguida de uma ordem numérica. Ideográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o assunto. A ordenação dos assuntos deverá seguir a modalidade alfabética (de dicionário ou de enciclopédia) ou numérica (decimal ou duplex). Preservar a Documentação 13 Trata-se de medidas de longo prazo, pois o acervo carece de cuidados ininterruptos. Desse modo, as instalações do acervo devem seguir, em grande parte, as especificações exigidas para a guarda de documentos: prevendo-se um local com condições adequadas, com controle de iluminação, umidade e temperatura, mobiliário e acondicionamento apropriados, laboratórios de reprodução, conservação e reparos. Os suportes modernos apresentam, desde a sua produção, fatores intrínsecos de deterioração, pois não existe preocupação com a sua durabilidade. O papel moderno, por exemplo, é ácido e frágil, um disquete dura poucos anos e uma fotografia colorida perde rapidamente suas cores. Existem também fatores extrínsecos que, isolados ou conjugados, ocasionam a deterioração dos documentos, qualquer que seja o seu suporte. São fatores extrínsecos: • umidade e temperatura; • radiações luminosas; • poeira e poluição atmosférica; • ataques biológicos (insetos e micro-organismos); • catástrofes (enchentes, incêndios); • manuseio e acondicionamento. Desarquivar a Documentação No desarquivamento, ocorre a retomada de um documento, processo ou dossiê que se encontra finalizado e que deva voltar à atividade. Trata-se de retomar o trâmite de documentos que se encontram arquivados. Isso ocorre quando há necessidade de comprovar, analisar ou mesmo responder um documento. Mas deve-se ficar atento ao controle de desarquivamento, para que o documento não se perca, ou seja, conferir se solicitante tem autorização para requisitar, caso trate de documento que requeira autorização; conferir os dados do documento requisitado; informar ao solicitante os motivos da indisponibilidade do documento, e, se for o caso, informar quando este tiver grau de sigilo e restrição de acesso ou outras informações que impossibilite o desarquivamento. 7 Avaliar, destinar e microfilmar Avaliar A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco óptico ou qualquer outro. A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralelamente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada, e segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos. 14 Destinar Na destinação, há que se garantir o acondicionamento ou estocagem do ativo documental, acumulado em decorrência do exercício das atividades, visando a assegurar a preservação e o acesso de conjuntos arquivísticos, desde sua formação, na fase corrente, até a sua destinação final, que poderá provocar a eliminação daqueles destituídos de valor informativo ou recolhimento dos possuidores de valor informativo, histórico e probatório. Por exemplo: identificar os documentos que mudaram de mídia: de pen drive para CD; Microfilmar A Microfilmagem é o serviço de armazenamento e preservação de informações, através da captação das imagens dos documentos por processo fotográfico. 15 Vantagens e benefícios: Evita a deterioração dos documentos e elimina o risco de perda do acervo; Dificulta a ação de falsificadores; O microfilme não é afetado pela obsolescência dos sistemas digitais, pois sua imagem é analógica; As imagens são digitalizadas e disponibilizadas em mídia com alto padrão de qualidade. A solução possui amparo legal (Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, e Decreto n° 1.799, de 30 de janeiro de 1996), que permite a eliminação do documento em papel. 16 Você pode aprofundar-se um pouco mais sobre esse conjunto de procedimentos em Gestão Documental com o http://www.mtps.gov.br/publicacoes-do-mtps/previdencia/outras- publicacoes/item/324-manual-de-gestao-da-informacao-e-documentacao O Manual de Gestão da Informação e Documentação - MGID, Módulo II - Gerenciar Documentos Arquivísticos, foi aprovado pela Portaria nº 157, de 2 de abril de 2013, e contempla as atividades do Ministério da Previdência Social e de suas entidades vinculadas. O Manual tem por finalidade servir de instrumento de pronta consulta, visando a padronizar e a disciplinar a execução dos procedimentos referentes à recepção, instrução, reconstituição, registro, tramitação, digitalização, arquivamento, desarquivamento e acesso à documentação. http://www.mtps.gov.br/publicacoes-do-mtps/previdencia/outras-publicacoes/item/324-manual-de-gestao-da-informacao-e-documentacao http://www.mtps.gov.br/publicacoes-do-mtps/previdencia/outras-publicacoes/item/324-manual-de-gestao-da-informacao-e-documentacao 17 8 Referências Bibliográficas 1. VALENTIM, M. L. P, Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e conhecimento, ago. 2002, Rio de Janeiro, DataGramaZero. 2. CASANOVA, Eugênio, O manual Archivística, 1928, Siena. 3. LE GOFF, Jacques, 1924
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