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Processo Civil I Pdf de conteúdo 37 Exame da OAB

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Prévia do material em texto

1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
1 
 
 
 
 
 
 
1ª FASE 37° EXAME 
Processo Civil 
Prof. Leonardo Fetter 
Prof.ª Tatiane Kipper 
 
 
 
 
 
 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
2 
 
Olá! Boas-Vindas! 
 
Cada material foi preparado com muito carinho para que você 
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade. 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso. 
Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! 
 
Com carinho, 
Equipe Ceisc. ♥ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
3 
 
1ª FASE OAB | 37° EXAME 
Processo Civil 
Prof. Leonardo Fetter 
Prof.ª Tatiane Kipper 
 
 
Sumário 
 
1. Ação de Conhecimento ............................................................................................................ 3 
2. Ação de Execução ................................................................................................................. 54 
3. Procedimentos Especiais ....................................................................................................... 67 
4. Recursos ................................................................................................................................ 97 
5. Juizado Especial Cível ......................................................................................................... 137 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em outubro de 2022. 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
4 
 
 1. Ação de Conhecimento 
1.1. Jurisdição, ação, rito/procedimento 
1.1.1. Considerações Iniciais 
O Direito Processual Civil emerge, no mundo jurídico, com uma função bem específica – regular as 
formas, meios e maneiras de o cidadão buscar seu direito material perante o Poder Judiciário. 
Aparece, então, como forma de igualdade (já que fixa as mesmas normas para todos os cidadãos, 
indistintamente) e como instrumental (é instrumento para busca do reconhecimento do direito material preten-
dido). 
Dessa forma, e com esse objetivo, existem alguns conceitos básicos que devem ser entendidos e 
fixados. 
Jurisdição 
A jurisdição é o poder-dever do Estado de compor/solucionar litígios. Assim, considerando as re-
gras inerentes ao Estado Democrático de Direito, faz-se necessário identificar quem possui esse poder-
dever, quem possui a responsabilidade de não deixar que os cidadãos, por suas próprias mãos, busquem 
solucionar um conflito de interesses. 
O Poder Judiciário é responsável pela jurisdição, o Poder Judiciário está investido em jurisdição. 
Compreende-se que esta função jurisdicional é delegada ao Poder Judiciário pelo Estado. Ainda, fala-se 
em poder-dever, uma vez que, o Poder Judiciário não pode abrir mão dessa responsabilidade. Quando um 
conflito de interesses é levado até o Poder Judiciário, ele tem a obrigação de o resolver, não pode negar a 
solução do litígio. 
O exercício da jurisdição (este poder-dever de solucionar litígios) é do Poder Judiciário. Contudo, 
uma importante característica da jurisdição é a inércia, ou seja, para o Estado-Juiz exercer a jurisdição, faz-
se necessária a provocação. O juiz não tem autonomia para agir por conta própria, em outras palavras, 
agir de ofício. O Poder Judiciário deve, necessariamente, ser provocado pela parte interessada, conforme 
o art. 2o do CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as 
exceções previstas em lei”. É o chamado princípio da ação ou da demanda, ou ainda, princípio da iniciativa 
da parte. Nesse sentido, uma vez que o cidadão possui o direito à jurisdição, surge a ação, forma de 
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provocação da jurisdição. 
Ação 
A forma adequada de o cidadão provocar o Poder Judiciário, retirando-o da sua inércia, é a ação, 
ou seja, é através da ação que o Poder Judiciário sai da sua inércia e passa a exercer a jurisdição, o 
poder-dever de solucionar conflitos de interesses. 
O direito de ação não está vinculado ao direito material, dessa forma, o cidadão não precisa ter um 
direito material garantido para provocar o Judiciário. O direito de ação trata de um direito abstrato (não 
concreto); existe o direito de ação independentemente de seu resultado, todavia, o autor deverá preencher 
as condições da ação, sendo elas: interesse processual, legitimidade de agir e possibilidade jurídica do 
pedido. 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado 
pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como as-
sistente litisconsorcial. 
Importante! 
O sistema processual civil brasileiro definiu dois tipos de ação: ação de conhecimento e ação de 
execução. Uma ação jamais vai iniciar de ofício pelo magistrado, pois o Poder Judiciário é inerte, dessa 
maneira, faz-se necessária a provocação por parte do cidadão. 
Ação de conhecimento: quando o cidadão deseja uma postura condenatória, declaratório ou cons-
titutiva por parte do Poder Judiciário, essa é a pretensão e aparecerá através do pedido. A propositura da 
ação aparece através da petição inicial, e um dos requisitos da petição inicial, nos termos do art. 319, inciso 
IV do CPC, é o pedido. Assim, o juiz ao julgar o pedido, vai julgá-lo procedente, improcedente ou parcial-
mente procedente. 
Ação de execução 
O autor busca a cobrança, o ressarcimento, de uma obrigação. O autor vai propor uma ação exe-
cutiva quando pretender cobrar um crédito, cobrar uma obrigação pré-constituída, em outras palavras, uma 
obrigação fixada em um título, seja ele judicial (art. 515 do CPC) ou extrajudicial (art. 784 do CPC). 
Rito ou procedimento 
Frise-se, já de início, que rito e procedimento são sinônimos. E, de forma bem objetiva e simples, 
pode-se definir o rito/procedimento como: conjunto de atos – que ocorrem entre o início e o fim da ação – 
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estabelecidos pela lei processual e, devem ser seguidos perante o Poder Judiciário para alcançar a solução 
do conflito de interesses apresentado. 
Importante! 
Identificado o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário), será possível identificar 
o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário. 
Mas qual a forma desta identificação? A mais singela será simplesmente verificar o índice do 
CPC – lá consta (a partir do art. 539) o capítulo dos Procedimentos Especiais. Ou seja: todos os pedidos 
que vão tramitar utilizando ou respeitando um rito/procedimento especial devem ter previsão expressa no 
CPC (Importante! ou em lei especial – Exemplo: Lei de Alimentos prevê procedimento especial para o pe-
dido de alimentos). 
E o Procedimento Comum? O uso deste também é definido pelo pedido, mas de uma forma ainda 
mais simples: para todos os pedidos que não tiverem previsão de uso do procedimento especial, será utili-
zado o procedimento comum. 
Para encerrar estas considerações iniciais, vale fazer referência a um último e indispensável con-
ceito: a competência. 
1.2. Competência 
Todo o órgão do Poder Judiciário (juiz, desembargador, ministro) tem jurisdição. Apesar de todo o 
órgão do Poder Judiciário ter jurisdição, o exercício desta jurisdição é delimitado pelas regras de compe-
tência – as quais possuem a intenção de organizar o exercício jurisdicional. Contudo, pode-se compreender 
a competência como o limite de atuação dos órgãos jurisdicionais, uma vez que, o juiz federal, por exemplo, 
só trabalha em lides de competência federal. Quando se estudacompetência, a primeira grande divisão 
que deve ser feita é acerca da competência ESTADUAL e FEDERAL. Assim, para fixar a competência da 
Justiça Federal, faz-se necessário verificar o art. 109 da Constituição Federal – ali ficaram definido quais 
seriam os conflitos de interesses de competência federal (da Justiça Federal). 
Quanto à competência da Justiça Estadual, o que não for de competência federal, será de compe-
tência estadual, pois a competência estadual é residual. Tem-se a definição da competência federal e o que 
não for de competência federal é considerado de competência estadual. 
A lide de competência absoluta só pode ser julgada por aquele juízo, não há possibilidade de alte-
ração de competência. A competência relativa existe a possibilidade de alteração da competência. A com-
petência federal será sempre absoluta, assim como, por exemplo, em relação à matéria. Por outro lado, a 
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competência territorial (prevista no CPC) é um critério de competência relativa, ou seja, pode ser modificada 
pela vontade ou omissão das partes. 
Da incompetência 
A incompetência é dividida em ABSOLUTA e RELATIVA. A absoluta pode ser reconhecida de ofício 
e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1o, CPC) – a competência absoluta trata dos casos de interesses 
públicos. Já a competência relativa não pode ser reconhecida de ofício (art. 337, § 5o, CPC e súmula no 33 
do STJ) e deve ser alegada em preliminar da contestação (art. 337, II, CPC), sob pena de prorrogação (art. 
65, CPC) – a competência relativa disciplina os casos de interesses privados. 
Já a prevenção visa confirmar e manter a competência de um juiz respectivo quando houver mais 
de um juízo competente para o julgamento de uma mesma causa. Conforme previsto no art. 59 do CPC, o 
que torna o juízo prevento é o registro ou a distribuição da petição inicial. 
*Para todos verem: quadro. 
COMPETÊNCIA 
ABSOLUTA RELATIVA 
• Interesse Público 
• Não há possibilidade de modificação de competência 
• Matéria 
• A incompetência absoluta pode ser decretada de ofí-
cio e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1o do 
CPC) 
• A incompetência absoluta não preclui 
• O reconhecimento da incompetência não gera a ex-
tinção do processo (art. 64 do CPC) 
• Interesse Privado 
• Existe possibilidade de alteração de competência 
• Territorial (CPC) 
• A incompetência não pode ser reconhecida de ofício 
(súmula no 33 do STJ) 
• Precisa ser requerida em preliminar de contestação 
• Na incompetência relativa incide a preclusão 
• Prorrogação processual (art. 65 do CPC) 
• O reconhecimento da incompetência não gera a ex-
tinção do processo (art. 64 do CPC) 
 
Importante! 
Atenção para o art. 63 do CPC, o qual traz uma exceção. No art. 63 do CPC, temos uma possibili-
dade do reconhecimento da incompetência relativa pelo juízo, ou seja, de ofício. 
As partes escolhem um foro competente para julgar, por exemplo, as cláusulas de um contrato. Os 
contratantes estão, de forma antecipada, definindo onde será produzida as discussões judiciais relaciona-
das ao contrato. Mas atenção para quando essa cláusula pode ser interpretada como abusiva, por exemplo, 
nos contratos de adesão. 
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O reconhecimento da Incompetência (tanto relativa quando absoluta) gera a remessa dos autos 
para o juízo competente, mas não gera a extinção do processo, conforme o art. 64, § 3o, CPC. 
Importante! 
As regras de competência fixadas pelo CPC são territoriais, ou seja, definem o lugar onde deverá 
ser proposta a ação. A competência do JEC (Lei no 9.099/1995), JEF (Lei no 10.259/2001) e JEFP (Lei no 
12.153/2009) é definida, também, pelo valor da causa (no estado causas de valor até 40 salários-mínimos 
e nos juizados federais causas de até 60 salários-mínimos). A competência do JEC é relativa – em uma lide 
de competência Estadual de até 40 salários-mínimos, a parte autora pode optar entre ingressar no JEC ou 
na justiça comum – e a competência do JEF é absoluta – em uma causa de competência federal de até 60 
salários-mínimos, é obrigatório entrar no JEF, a parte autora não pode escolher. O reconhecimento da 
incompetência no JEC ou JEF acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito – art. 51, inciso III, 
da Lei no 9.099/1995. 
*Para todos verem: quadro. 
COMPETÊNCIA 
 Justiça Estadual (Comum) 
Residual 
Justiça Federal (Comum) 
art. 109 da CF 
Justiça do Trabalho 
1o Grau • Juiz de Direito 
• Relativa 
• Juiz Federal 
• Absoluta 
• Juiz do Trabalho 
• Absoluta 
2o Grau • TJ 
• Cabe recurso para o STJ 
quando houver ofensa a lei fe-
deral 
• Cabe recurso para o STF 
quando houver ofensa à Cons-
tituição Federal 
• TRF 
• Cabe recurso para o STJ 
quando houver ofensa a lei 
Federal 
• Cabe recurso para o STF 
quando houver ofensa à 
Constituição Federal 
• TRT 
• Recurso para o TST 
 
Exceção constitucional: art. 109, § 3o da CF: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
§ 3o Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem 
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na 
justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional no 103, de 2019.) 
 
A Constituição Federal traz que, em uma ação contra o INSS, se a comarca do domicílio do 
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segurado não for sede de vara federal, é possível entrar com essa ação contra o INSS na justiça estadual. 
Contudo, de acordo com o § 4o do art. 109 da CF, o recurso cabível nessa hipótese “será sempre para o 
Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau”. 
1.3. Conexão, continência, litisconsórcio e litispendência 
1.3.1. Conexão e Continência 
Importante ressaltar que conexão e continência são regras processuais de modificação de compe-
tência, conforme o art. 54 do CPC. Faz-se necessário afirmar também que não são causas que geram a 
extinção do processo. A ideia da conexão e da continência é evitar que aconteçam decisões conflitantes. 
A conexão está prevista no art. 55 do CPC e determina que duas ou mais ações podem se reunir 
para julgamento conjunto, quando o pedido e a causa de pedir lhes forem comuns; busca evitar que ações 
iguais tenham julgamentos diferentes. O critério jurídico processual que se deve usar para reunir ações 
conexas está prevista no art. 58 e 59 do CPC, ou seja, a prevenção se dá através da distribuição da petição 
inicial. As ações conexas serão reunidas perante o juízo onde houve a primeira distribuição da inicial. 
 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou 
a causa de pedir. 
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
deles já houver sido sentenciado. 
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: 
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
jurídico; 
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, 
mesmo sem conexão entre eles. 
 
Atenção para o § 3o do art. 55 do CPC: ainda que não haja relação com o pedido ou com a causa 
de pedir, mas existindo qualquer risco de decisão conflitante, devem ser reunidos os processos para deci-
são em conjunto. Ainda, é importante prestar atenção à parte final do § 1o do art. 55 do CPC: quando um 
processo já houver sido sentenciado, não haverá conexão. 
A continência está disciplinada no art. 56 do CPC e determina que, para haver a modificação de 
competência, é necessário que duas ou mais ações tenham identidade quanto às partes e a causa de pedir, 
e que o pedido de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. Aqui tambémocorre a reunião de duas 
ou mais ações, visando evitar decisões divergentes. As regras aplicadas à conexão aplicam-se também à 
continência. 
 
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Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange 
o das demais. 
 
Litisconsórcio 
O litisconsórcio ocorre quando duas ou mais pessoas são partes em um mesmo processo: 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer 
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Há algumas classificações importantes quanto ao litisconsórcio, vejamos: 
a) Quanto ao polo 
No caso de haver mais de um autor, o litisconsórcio será chamado de ativo; havendo mais de um 
réu, litisconsórcio passivo; e se houver pluralidade de autores e réus, será chamado de misto. 
b) Quanto à obrigatoriedade 
O litisconsórcio também pode ser obrigatório ou facultativo, ou seja, a presença de duas ou mais 
pessoas é obrigatória, sob pena da ação não prosseguir. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza 
da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que 
devam ser litisconsortes. 
 
Será necessário ou obrigatório quando decorrer de expressa previsão legal, como, por exemplo, 
no caso do art. 73 do CPC, que exige que ambos os cônjuges ou companheiros figurem conjuntamente em 
ações que versem sobre direito real imobiliário ou, ainda, devido à natureza da relação entre as partes. 
Será facultativo quando derivar apenas da vontade da parte autora, que pode optar por propor uma 
única ação contra todos os réus que tenham ligação na demanda (ex: obrigação solidária). 
c) Quanto a uniformidade da decisão 
Ainda, o litisconsórcio poderá ser simples, quando a sentença não tiver que ser igual para todos os 
litisconsortes, ou unitário, quando necessariamente precisar ser igual para todos. 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz 
tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
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11 
d) Quanto à limitação na formação do litisconsórcio 
Por fim, o litisconsórcio será multitudinário quando ocorrer um número elevado de partes integrantes 
em um dos polos da ação, e o juiz, ao se deparar com isto, poderá limitar a quantidade de participantes. 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer 
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Atenção para o art. 229 do CPC. A possibilidade da incidência do prazo em dobro requer mais do 
que litisconsórcio, é necessário também partes com advogados diferentes; esses advogados devem ser de 
diferentes escritórios e os autos precisam ser autos físicos. Se não houver presente os quatro critérios, não 
haverá a incidência do prazo em dobro. 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advoca-
cia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qual-
quer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
 
Litispendência 
Existe uma grande confusão entre litisconsórcio e litispendência. Uma coisa não se relaciona com a 
outra. 
O conceito de litispendência está nos § 1o e 2o do art. 337 do CPC. Atenção, a litispendência se 
difere de conexão: a conexão trata do mesmo pedido ou da mesma causa de pedir, não das mesmas partes, 
e a litispendência trata de duas ações iguais, mesmo pedido, mesma partes e mesma causa de pedir. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente 
ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de 
pedir e o mesmo pedido. 
 
A litispendência é causa de extinção sem resolução do mérito de um processo, conforme o art. 485, 
V do CPC. Qual das ações será extinta? De acordo com o art. 240 do CPC, a primeira ação, se houve 
citação, permanecerá e a outra será extinta. 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
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12 
1.4. Princípios, atos do juiz, suspeição e impedimento 
1.4.1. Princípios Constitucionais e Processuais 
Princípio do devido processo legal 
O direito ao processo é uma das garantias constitucionais, direito fundamental previsto no art. 5o, 
inciso XXXV, portanto, é um princípio constitucional e processual. 
O devido processo legal está relacionado com os outros princípios, como contraditório, ampla defesa. 
Princípio do contraditório 
É uma ideia de reação: sempre que houver a possibilidade de uma decisão judicial contra uma das 
partes, essa parte tem que ser ouvida, tem que ser dada a oportunidade de a parte se manifestar. Objeti-
vamente, é o direito de reação – garante às partes a oportunidade de se manifestar em todos os atos do 
processo, e tratamento paritário para dialogar com o juiz, sob pena de nulidade, não podendo, assim, o juiz 
julgar qualquer ação sem que os litigantes tenham tido a oportunidade de se defender. Veja o art. 9o do 
CPC: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. 
Exceção: o juiz pode decidir sem dar a oportunidade de uma das partes se manifestar, conforme o 
parágrafo único do art. 9o do CPC. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I – à tutela provisória de urgência; 
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III – à decisão prevista no art. 701. 
 
Importante, aqui, chamar a atenção para o fato que o juiz não pode proferir nenhuma decisão sem 
antes ter ouvido todas as partes. É vedada a decisão-surpresa, até mesmo quando se tratar de matéria que 
deva ser decidida de ofício. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se 
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
O art. 10 do CPC traz que todas as decisões devem ser fundamentadas, ou seja, juiz deve apre-
sentar para as partes o motivo pelo qual ele chegou a determinada decisão. Quanto a esses fundamentos, 
é obrigatório ter sido oportunizado o debate nos autos. 
Princípio da publicidade dos atos processuais 
Está previsto nos arts. 5o, LX, e 93, IX, ambos da CF e arts. 11, caput, e 368, ambos do CPC. Impõe 
que sejam públicos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário, e justifica-se no fato de haver interesse 
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público maior que somente das partes, pois visa a garantia da paz e harmonia social. 
Importante recordar a exceção deste princípio:processos que tramitam com segredo de justiça (art. 
189 do CPC). 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos: 
I – em que o exija o interesse público ou social; 
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união está-
vel, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de 
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispo-
sitivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou sepa-
ração. 
 
Princípio da isonomia 
Trata-se de um princípio que visa dar tratamento igual às partes, objetivando um processo justo e 
equilibrado. Encontra-se presente no art. 5o, caput, da Constituição Federal, bem como no art. 7o do CPC: 
“É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades proces-
suais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório”. 
Princípio da imparcialidade 
O princípio do juiz natural determina que as partes têm direito a um julgamento realizado por um 
juiz competente e imparcial (art. 5o, LIII e XXXVII, da CF). 
O primeiro inciso desse artigo dispõe que ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente, e o segundo, dispõe que não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
Requisitos para caracterização do juiz natural: a) o julgamento deve ser proferido por alguém inves-
tido de jurisdição; b) o órgão deve ser preexistente; c) a causa deve ser submetida ao juiz competente, de 
acordo com as regras postas pela CF e por lei. 
Princípio da motivação das decisões judiciais 
Este princípio disciplina que todas as decisões judiciais devem obrigatoriamente ser fundamenta-
das, de acordo com o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal e art. 11 do CPC: 
Art. 93, CF: (...) 
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamenta-
das todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em deter-
minados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos 
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quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o inte-
resse público à informação. 
Art. 11, CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
 
Princípio da boa-fé processual 
Este princípio visa o bom comportamento das partes: com boa-fé, lealdade e urbanidade (art. 5o do 
CPC); está ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana. A parte que agir com má-fé pode ser pe-
nalizada com multa – art. 81 do CPC. Além disso, as práticas consideradas de má-fé estão previstas no art. 
80 do CPC, vejamos: 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II – alterar a verdade dos fatos; 
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI – provocar incidente manifestamente infundado; 
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
Princípio da duração razoável do processo 
O princípio da duração razoável do processo é também conhecido como princípio da celeridade 
processual. Não há na lei uma predeterminação de duração do processo, todavia não se pode tolerar a 
procrastinação injustificável do Judiciário e seus serviços. 
Está previsto no art. 5o, inciso LXXVIII, da CF (“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”) e 
nos arts. 4o e 6o do CPC. 
Princípio do duplo grau de jurisdição 
Este princípio não se encontra expresso na Constituição Federal, mas diante de terem sido criados 
juízos e tribunais cuja competência é julgar os recursos contra as decisões de primeiro grau, automatica-
mente estabeleceu-se o duplo grau de jurisdição, que busca reanalisar os atos judiciais que geram incon-
formismo na parte e estão substanciados por falhas, ilegalidades, provas, através do julgamento de um 
órgão superior. 
Princípio da proporcionalidade e razoabilidade 
De acordo com o art. 8o do CPC o juiz, ao aplicar as normas, deverá atender aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. O exemplo clássico de apli-
cação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade emerge com a fixação do quantum (valor) devido 
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na obrigação alimentar. 
1.4.2. Atos Processuais do Juiz 
O pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões interlocutórias e despa-
chos. 
De acordo com art. 203, § 1o do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz extingue a ação (art. 316 
do CPC), com ou sem resolução do mérito (arts. 487 e 485 do CPC). 
Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de sentença (§ 2o), 
que não gera a extinção do processo. 
E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de ofício ou a requeri-
mento da parte (§ 3o): são manifestações do juiz, não atingem as partes, e dessa forma, são manifestações 
irrecorríveis, na forma do art. 1001 do CPC. 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias 
e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à 
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não 
se enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de 
despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando neces-
sário. 
 
Existem outros atos do juiz nos Tribunais. Os juízes se manifestam nos outros tribunais por decisão 
monocrática ou por acórdão. 
Decisão monocrática (exceção): trata-se da decisão do relator (art. 932 do CPC). 
Acórdão (regra): decisão proferida por um colegiado, ou seja, por um grupo de juízes. Essa decisão 
pode ser unânime ou por maioria. 
1.4.3. Suspeição e Impedimento 
Faz-se necessário recordar o princípio da imparcialidade. O magistrado, como órgão do Poder Ju-
diciário, deve atuar com imparcialidade. Atenção, ele não tem que ser neutro, ele tem que ser imparcial. No 
entanto, existem circunstâncias que acarretam a sua parcialidade, as quais são definidas como suspeição 
e impedimento. 
As causas que fundamentam o impedimento estão inseridas no art. 144, e as de suspeição, no art. 
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145 do CPC. 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como mem-
bro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III – quando nele estiverpostulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte 
no processo; 
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego 
ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o 
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido 
a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individu-
almente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no pro-
cesso. 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou compa-
nheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I – houver sido provocada por quem a alega; 
II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
 
Verificada a parcialidade do juiz, através dessas duas hipóteses, não será declarada a extinção do 
processo – deverá o magistrado ser afastado do processo, e os autos, encaminhados ao seu substituto 
legal (sendo invalidados os atos decisórios praticados até a substituição). 
Importante! O magistrado pode reconhecer de ofício a sua parcialidade e remeter os autos para o 
seu substituto legal. O juiz poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões (§ 1o, art. 145, CPC), protegendo a sua intimidade. Se o magistrado não reconhecer 
de ofício a sua parcialidade, no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte deverá alegar 
o impedimento ou suspeição, em petição específica, dirigida ao juiz do processo, na qual deverá ser 
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indicado o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com 
rol de testemunhas (art. 146, CPC). 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição, o juiz ordenará imediatamente remessa dos autos a 
seu substituto legal. Caso contrário (não reconhecendo sua parcialidade), determinará a autuação em apar-
tado e, no prazo de 15 dias, deverá apresentar suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de 
testemunhas, se houver, ordenando remessa ao tribunal para que julgue o incidente (§ 1o, art. 146, CPC). 
Caberá ao relator, quando ordenada a remessa do incidente ao tribunal, decidir o efeito suspensivo 
do incidente. 
*Para todos verem: quadro. 
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO 
• Causa de parcialidade absoluta. 
• Pode ser requerida em qualquer momento e qualquer 
grau de jurisdição. 
• O prazo do art. 146 do CPC não é absoluto para o im-
pedimento. 
• O impedimento pode ser alegado até em Ação Resci-
sória, ou seja, após o trânsito em julgado. 
• Causa de parcialidade relativa. 
• Tem que respeitar o prazo do art. 146 do CPC. 
 
Atenção para o art. 148 do CPC. Os mesmos motivos de impedimento e suspeição vão ser aplicados 
ao Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo. 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I – ao membro do Ministério Público; 
II – aos auxiliares da justiça; 
III – aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição funda-
mentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos 
autos. 
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, 
ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando 
necessária. 
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento 
interno. 
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição 
de testemunha. 
 
Quanto à testemunha, impedimento e suspeição serão alegados através da contradita (art. 457 do 
CPC): impedimento na forma do art. 447, § 2o do CPC e suspeição na forma do art. 447, § 3o do CPC. 
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1.5. Custas e despesas processuais, honorários advocatícios e honorários de 
sucumbência, justiça gratuita e procuração 
1.5.1. Custas e Despesas Processuais 
Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer o adiantamento das 
custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o recolhimento das custas para ter sua ação dis-
tribuída). Objetivamente, o Estado cobra para prestar jurisdição. 
De acordo com o art. 82, § 2o do CPC, o juiz, ao sentenciar o processo, condenará a parte vencida 
ao pagamento ou ressarcimento das custas e despesas que a parte vencedora antecipou. Essa circunstân-
cia decorre da sucumbência, a qual pode ser definida pela consequência da derrota na ação. A parte ven-
cida será condenada aos ônus de sucumbência. 
1.5.2. Honorários Advocatícios e dos Honorários de Sucumbência 
Os honorários advocatícios são a remuneração do advogado, pois o advogado atua no processo 
como um prestador de serviço, assim, é possível convencionar com o cliente os honorários advocatícios. 
Trata-se da contraprestação pelo serviço prestado. 
Os honorários de sucumbências são oriundos de um processo judicial, trata-se de honorários 
fixados pelo juiz para pagamento pela parte vencida para o advogado da parte vencedora. A parte vencida 
no processo é denominada sucumbente – e deverá arcar com os ônus desta derrota (da sucumbência). 
Dentre os ônus, está o pagamento das custas (art. 82, § 2o do CPC) para a parte vencedora (como já 
referido anteriormente). E, por segundo, será também a parte vencida condenada a pagar os honorários 
advocatícios ao ADVOGADO da parte vencedora, conforme previsão expressa do art. 85 do CPC. Tal con-
denação deverá ser fixada na forma estabelecida no art. 85, § 2o do CPC. 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, 
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumu-
lativamente. 
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível men-
surá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I – o grau de zelo do profissional; 
II – o lugar de prestação do serviço; 
III – a natureza e a importância da causa; 
IV – o trabalhorealizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
De acordo com o art. 85, § 2o do CPC, os honorários serão fixados entre o mínimo de 10 e o máximo 
de 20 %. Não existe qualquer possibilidade de termos honorários fixados em percentual superior a 20 %; 
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contudo, existem circunstâncias legais em que é possível a fixação de honorários em percentual inferior a 
10 %, como por exemplo, o caso do art. 90, § 4o e art. 85, § 3o, ambos do CPC. 
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhe-
cimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, re-
nunciou ou reconheceu. 
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integral-
mente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará 
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: 
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos; 
III–- mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte 
mil) salários-mínimos; 
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem 
mil) salários-mínimos; 
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. 
 
Ainda, importante ressaltar o § 11 do art. 85 do CPC. Poderá haver majoração dos honorários em 
2o grau, contudo, o juiz deverá observar o limite de 20 %. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando 
em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, 
o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de ho-
norários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabeleci-
dos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. 
 
1.5.3. Justiça Gratuita 
O art. 82 do CPC prevê que, no caso de justiça gratuita, restará a parte isenta do pagamento de 
custas e despesas processuais. Nesse sentido, o art. 98 do CPC garante à pessoa natural ou jurídica, tanto 
brasileira, quanto estrangeira, que tenha insuficiência de recursos para o pagamento das custas, das des-
pesas processuais e dos honorários advocatícios, o direito à justiça gratuita. 
É concedida a qualquer das partes, podendo ser, inclusive, a um terceiro que interveio no processo, 
desde que cumpra os requisitos impostos na lei. O pedido ao benefício poderá ser feito em várias fases do 
processo: na inicial, contestação, em recursos ou até mesmo na petição que traz um terceiro ao processo. 
No caso da pessoa natural, basta a alegação de ser hipossuficiente, não podendo o juiz indeferir o 
benefício sem que esteja evidenciado no processo o contrário. Nesse caso, ainda, antes do indeferimento, 
a parte tem a oportunidade de provar o contrário, conforme o art. 99, § 2o e 3o do CPC). Diferentemente é a 
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situação da pessoa jurídica, que, para fazer jus à justiça gratuita, deve provar ser financeiramente hipossu-
ficiente. 
Importante! Caso a parte vencida seja beneficiária da justiça gratuita, ela poderá ser condenada ao 
pagamento das custas e dos honorários, conforme o § 2o do art. 98 do CPC. Contudo, de acordo com o § 
3o do art. 98 do CPC, referida condenação é suspensa, por consequência do benefício da justiça gratuita, 
pelo prazo de até cinco anos. 
1.5.4. Procuração 
A parte para litigar em juízo precisar estar representada por advogado. O advogado, para atuar em 
nome da parte, precisa ter poderes, os quais serão fixados por procuração, documento indispensável. Con-
tudo, a segunda parte do art. 104 do CPC traz uma exceção: 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para 
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independentemente de cau-
ção, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. 
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi 
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
 
A procuração não se faz necessária quando o advogado atua em causa própria. 
Direitos do advogado – acesso aos autos 
O advogado pode ter vista de qualquer processo judicial em tramitação, mesmo sem procuração, 
desde que não esteja sob a proteção do segredo de justiça, caso em que é necessária procuração (art. 107, 
I do CPC). 
Importante lembrar que este mesmo direito é assegurado aos processos eletrônicos, conforme pre-
visão do art. 107, § 5o do CPC. 
Tem o advogado direito à carga (levar consigo) dos autos do processo em tramitação, situação em 
que será necessário apresentar procuração (art. 107, II e III do CPC). 
Importante! 
Para que o advogado faça carga dos processos que estão arquivados, não é necessária procuração 
(art. 7o, XVI, da Lei no 8.906/1994 – Estatuto da Advocacia e da OAB). 
1.6. Tutelas provisórias 
O cidadão busca do Poder Judiciário a solução de um conflito de interesses, a solução de uma lide. 
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O Poder Judiciário possui jurisdição, ou seja, possui poder-dever de solucionar um litígio. Contudo, o que o 
cidadão quer do Poder Judiciário é definido como tutela jurisdicional – decisão do conflito levado a juízo. A 
tutela jurisdicional possui uma classificação, sendo ela: 
Tutela definitiva: tutela que põe fim ao conflito de interesses levado a juízo. 
Tutela provisória: é uma decisão provisória, ainda não definitiva. Pretende-se uma decisão provi-
sória no decorrer do processo, ainda não definitiva, pois ela ainda pode ser modificada. As tutelas provisó-
rias são divididas em: de evidência e de urgência. 
O pedido da tutela provisória de evidência deverá estar fundamentado em um direito claro e objetivo, 
em um direito evidente. Essa tutela somente poderá ser pedida e concedida/deferida nos casos previstos 
no art. 311 do CPC e sua análise será incidental. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório 
da parte; 
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do con-
trato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, 
sob cominação de multa; 
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos 
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos do art. 
300 do CPC, podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem 
a probabilidade do direito e o perigode dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução 
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder 
oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver pe-
rigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
A tutela de urgência necessita de probabilidade do direito, ou seja, é um direito provável, ainda 
não é concreto. É necessário indicar ao Judiciário indícios de que exista esse direito. Faz-se necessário, 
ainda, demonstrar que exista perigo de dano – não é possível esperar até a concessão da tutela definitiva, 
é preciso uma decisão judicial naquele momento para se evitar que o direito pretendido não sofra dano 
irreparável – ou demonstrar que exista risco de o processo não alcançar resultado útil – diante de uma 
atitude da outra parte: isso é, corre-se o risco de a ação proposta não alcançar o resultado útil, necessitando-
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se de uma decisão que garanta que essa ação possa alcançar resultado útil, por exemplo, quando o devedor 
começa a se desfazer de seu patrimônio. A tutela de urgência ainda se subdivide em: 
Tutela de urgência antecipada – quando a urgência incidir sobre direitos materiais. 
Tutela de urgência cautelar – quando a urgência incidir sobre direitos processuais. 
Importante! 
A tutela provisória poderá ser pedida e concedida tanto ao autor, quanto ao réu, em qualquer mo-
mento do processo. Inclusive, é possível requerer a tutela provisória em 2o grau (art. 932, II do CPC). 
As decisões interlocutórias que dizem respeito às tutelas provisórias são passíveis de recurso, ou 
seja, são decisões recorríveis. O art. 1.015, inciso I do CPC menciona que: 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre: 
I – tutelas provisórias; 
 
O pedido de tutela provisório pode ser feito de duas maneiras, de forma incidental e de forma 
antecedente. 
De forma incidental – é o pedido normal, dentro do processo. Pode ser tanto de tutela provisória 
de urgência como de evidência. 
De forma antecedente – é o pedido antes de se entrar com a ação. Existe uma grande necessidade 
de uma decisão judicial. Esse pedido só ocorre na tutela provisória de urgência e é baseado nos arts. 303 
ou 305 do CPC. 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição 
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de 
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano 
ou do risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a 
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) 
dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; 
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma 
do art. 334 ; 
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do 
art. 335 . 
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo 
será extinto sem resolução do mérito. 
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos 
autos, sem incidência de novas custas processuais. 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor 
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto 
no caput deste artigo. 
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§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão 
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de 
ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter an-
tecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva 
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza anteci-
pada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
 
Importante! 
O instituto da estabilização da tutela provisória somente será aplicável nos pedidos de tutela pro-
visória de urgência antecipada antecedente (art. 304 do CPC). Esse pedido precisa ser deferido e que 
não haja recurso. 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da 
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput , o processo será extinto. 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput . 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou inva-
lidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi con-
cedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o 
juízo em que a tutela antecipada foi concedida. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste 
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o 
processo, nos termos do § 1o. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos res-
pectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida 
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
1.7. Partes, Capacidade e Intervenção de Terceiros 
1.7.1. Partes 
Em uma ação, é necessário identificar o autor, aquele que figura no polo ativo da demanda, ou seja, 
quem propôs a ação, e o réu, aquele que figura no polo passivo da demanda, ou seja, contra quem foi 
proposta a ação. 
Ao se falar em pessoa, seja pessoa natural, seja pessoa jurídica, necessita-se compreender como 
elas adquirem personalidade, como elas exercem os diretos decorrentes dessa personalidade. 
Juridicamente falando, ter personalidade é ser titular de direitos e obrigações. A pessoa natural, 
quando nasce com vida, adquire personalidade e, por consequência, é titular de direitos e obrigações. A 
pessoa jurídica adquire personalidade quando os seus atos constitutivos, seu contrato social é registrado 
no local competente. 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
24 
O exercício desses direitos e dessas obrigações pode ter que acontecer por representante ou a 
pessoa deve estar assistida. Há uma diferença entre ter personalidade e poder exercer esses direitos e 
essas obrigações sozinho, e para isso devemos avaliar a capacidade. 
1.7.2. Capacidade 
Legalmente, o menor de 16 anos é absolutamente incapaz; a pessoa de 16 a 18 anos é denominada 
relativamente incapaz e a pessoa maior de 18 anos é plenamente capaz. 
O absolutamente incapaz possui direitos e obrigações, contudo, ele não pode exercer os direitos e 
obrigações sozinho, precisa estar representado. O relativamente capaz precisa ser assistido. A pessoa 
plenamente capaz exerce sozinha os seus direitos e obrigações. 
O menor de 16 anos pode ser autor ou réu de uma ação, todavia, deve exercer os seus direitos e 
obrigações por um representante. Ex.: ação de alimentos. Uma criança de seis meses precisa receber 
alimentos do pai, então ela será a autora da ação, representada por sua mãe. 
1.7.3. Intervenção de Terceiros 
A intervençãode terceiros é a possibilidade de uma pessoa que não é parte – ou seja, não figura no 
polo ativo ou passivo – intervir no processo. A intervenção de terceiros pode se dar através das seguintes 
formas: 
a) Assistência 
Trata-se de uma intervenção voluntária, em que um terceiro interessado no conteúdo da sentença 
intervém no processo a fim de assistir e ajudar a parte com a qual tenha relação jurídica. Ex.: uma relação de 
locação. O proprietário de um imóvel entra com ação de despejo contra o inquilino, porém, o inquilino havia 
sublocado o imóvel para um terceiro. O terceiro, nesse caso, será prejudicado se a decisão for procedente para 
o proprietário: assim, ele tem interesse jurídico nesse processo, podendo se habilitar para defesa de seus 
direitos. 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente inte-
ressado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para 
assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os 
graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente 
será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para 
intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. 
 
 
 
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Processo Civil 
25 
b) Denunciação da lide 
Aqui, a intervenção é originada pela iniciativa de uma das partes, que será chamada de denunciante, 
cujo objetivo é garantir o direito de regresso no caso de improcedência do processo. Somente acontece nos 
casos do art. 125, do CPC. 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao de-
nunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, 
o prejuízo de quem for vencido no processo. 
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide 
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu 
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não 
podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual 
direito de regresso será exercido por ação autônoma. 
 
Importante! 
Se, por exemplo, a pessoa não fez a denunciação da lide, de acordo com o § 1o do art. 125 do CPC, 
ela não perde o direito de regresso, pode exercer o direito de regresso através de ação autônoma. Art. 129 
do CPC – esse direito de regresso somente será julgado pelo juiz se o denunciante perder a ação principal. 
c) Chamamento ao processo 
Será possível o chamamento ao processo nos casos de fiança e nos casos de responsabilidade soli-
dária. 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o paga-
mento da dívida comum. 
 
d) Incidente da desconsideração da personalidade jurídica 
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica vem regulado nos art. 133 a 137 do CPC. 
Sua finalidade é a responsabilização das pessoas físicas, sócias de empresas, pelos atos da pessoa jurí-
dica. 
Os requisitos para as relações civis são: abuso de poder, confusão patrimonial ou desvio de finali-
dade, conforme art. 50 do Código Civil, bem como aqueles inseridos no Código de Defesa ao Consumidor 
(art. 28). 
e) Amicus curiae 
O amicus curiae está previsto no art. 138 do CPC e sua finalidade é auxiliar na formação de 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
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26 
convencimento do juiz. Para que seja admitido o amicus curiae, deverá ser observada a relevância da ma-
téria, a especificidade do tema objeto da demanda e a repercussão social da controvérsia. Ainda, deve 
haver representatividade: aquele que se habilita como amicus curiae deve ter representatividade, ou seja, 
deve falar em nome de um grupo. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do 
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão 
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, 
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especi-
alizada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza 
a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipó-
tese do § 3o. 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir 
os poderes do amicus curiae 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas. 
 
1.8. Petição Inicial, Emenda, Indeferimento, Improcedência Liminar 
1.8.1. Petição Inicial 
Quando existe um conflito de interesses e a pessoa não consegue solucionar de forma consensual 
com a outra parte, é necessário buscar no Poder Judiciário essa solução. O juiz não age por ofício nos 
processos, isto é, faz-se necessária a iniciativa da parte através da petição inicial. 
A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição 
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se 
refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II 
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente one-
roso o acesso à justiça. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura 
da ação. 
 
Importante! 
A petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não que seja designada audiência de conciliação 
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Processo Civil 
27 
ou mediação (art. 334 do CPC). 
Conforme o exposto nos arts. 322 e 324 do CPC, os pedidos da petição inicial devem ser certos e 
determinados; em outras palavras, o pedido não pode ser presumido – o que o autor não pediu o juiz não 
pode julgar – e não pode ser genérico. Excepcionalmente, o pedido poderá ser genérico, conforme o § 1o 
do art. 324 do CPC. 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princí-
pio da boa-fé. 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III– quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que 
deva ser praticado pelo réu. 
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 
Importante! 
Há possibilidade de alteração dos pedidos, de acordo com o art. 329 do CPC. 
Art. 329. O autor poderá: 
I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifes-
tação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova 
suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa 
de pedir. 
 
1.8.2. Valor da Causa 
Toda petição inicial deverá ter, obrigatoriamente, valor da causa. O valor da causa, como regra, 
corresponde ao valor do pedido ou dos pedidos, caso ocorra a cumulação, ou seja, mais de um pedido, 
conforme o art. 292 do CPC. Contudo, importante observar o inciso III do art. 292 do CPC: “na ação de 
alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor”. 
O § 3o do art. 292 do CPC traz uma importante informação, qual seja: “O juiz corrigirá, de ofício e 
por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em dis-
cussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das 
custas correspondentes”. 
Importante! 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
28 
A parte deverá juntar a procuração contendo nome do advogado, OAB, endereço completo (art. 
105, § 2o do CPC). A não juntada será admitida somente, para evitar preclusão, decadência ou prescrição, 
ou para praticar ato considerado urgente (art. 287, I c/c art. 104, ambos do CPC). Importa destacar ainda 
que, se o autor for absolutamente ou relativamente incapaz, deverá ser indicado a pessoa que o representa 
ou assiste. 
1.8.3. Emenda da Petição Inicial 
Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, ou 
apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará que o 
autor emende ou a complete, no prazo de 15 dias (informando, com precisão, o que deve ser corrigido ou 
completado – art. 321, do CPC). 
Não cumprida tal diligência, a petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo único, do CPC) – 
restando a ação extinta sem resolução do mérito, na forma do art. 485, I do CPC. 
1.8.4. Indeferimento da Petição Inicial 
As hipóteses de indeferimento são aquelas previstas no art. 330, CPC. Identificada pelo magistrado 
alguma das situações do art. 330 do CPC, deverá intimar o autor para emendar/completar a inicial (art. 321, 
c/c o art. 317 do CPC). 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I –for inepta; 
II – a parte for manifestamente ilegítima; 
III – o autor carecer de interesse processual; 
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pe-
dido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, 
de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discrimi-
nar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, 
além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e 
modo contratados. 
 
A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito (art. 485, I do CPC), 
é uma sentença (art. 316 do CPC) recorrível via recurso de apelação. 
No caso de apelação, segundo o art. 331, do CPC, o juiz poderá retratar-se de sua decisão de 
indeferimento, no prazo de cinco dias; se não se retratar, o réu será citado para responder ao recurso. 
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29 
1.8.5. Improcedência Liminar do Pedido 
Quando o juiz verificar que a inicial preenche os requisitos, determinará a citação do réu para que 
possa ser integrado ao processo, mas se verificar uma das hipóteses do art. 332, do CPC, estará autorizado 
a proferir decisão liminar de total improcedência, sentença essa com resolução do mérito, conforme o art. 
487, I do CPC. 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da ci-
tação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de as-
sunção de competência; 
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde 
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, 
nos termos do art. 241 . 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação 
do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrar-
razões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Importante! 
Também pode configurar causa/fundamento para a improcedência liminar dos pedidos a identifica-
ção de prescrição ou decadência (art. 332, § 1o do CPC) – neste caso, haverá extinção com resolução de 
mérito conforme o art. 487, II do CPC. 
Para que não viole o princípio da ampla defesa e do contraditório, o juiz deverá ouvir o autor. No 
entanto, não é necessária a oitiva do réu, pois as causas de improcedência liminar não prejudicam o réu, 
apenas ao autor; ademais, essa decisão liminar ocorre antes da citação do réu. 
1.9. Contestação, revelia e reconvenção 
1.9.1. Contestação 
O Direito Processual Civil obedece ao devido processo legal, assim, após a primeira manifestação 
do autor, que se dá através da petição inicial, o réu deve ter a oportunidade de se defender. A forma pro-
cessual do réu/demandado de apresentar sua defesa é chamada de contestação. Deverá ser protocolada 
no prazo de 15 dias, obedecido o art. 335 do CPC: 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, 
cujo termo inicial será a data: 
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
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30 
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I ; 
III – prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais 
casos. 
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o , o termo 
inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu 
respectivo pedido de cancelamento da audiência. 
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo 
e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá 
da data de intimação da decisão que homologar a desistência. 
 
A contestação é dividida em dois momentos, sendo eles a defesa processual e a defesa de mé-
rito. A defesa processual é denominada preliminares, e o réu encontra-se limitado ao rol apresentado no 
art. 337 do CPC, ou seja, não cabe ao réu trazerem preliminar algo que não esteja elencado no referido 
artigo. A defesa de mérito é a contestação, específica e objetiva, dos fatos e dos pedidos que o autor alegou 
na petição inicial, de acordo com o art. 336 do CPC. 
Princípio da eventualidade ou da concentração de defesa 
Ao contrário do que ocorrer na petição inicial, a contestação não possui requisitos a serem preen-
chidos obrigatoriamente. Cabe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, de forma específica, 
expondo as razões de fato e de direito para impugnar o pedido do autor (art. 336, do CPC). 
Preliminares 
Quanto às preliminares, vale recordar algumas situações específicas: 
a) Incorreção do valor da causa: A não impugnação pelo réu gera a preclusão, isto é, de acordo 
com o art. 293, do CPC, não haverá outro momento para impugnar o valor da causa. 
b) Ausência de legitimidade ou de interesse processual – art. 337, XI do CPC: neste caso será 
permitido ao autor, segundo o art. 338 do CPC, concordar com a alegação de ilegitimidade do réu, aceitando 
a sua exclusão e redirecionando a ação contra o demandado correto. 
c) Indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça – art. 337, XIII do CPC: se a gra-
tuidade da justiça for concedida após a petição inicial, o pedido de revogação será formulado por petição 
simples, no prazo de quinze dias (art. 100, caput, CPC). 
Ônus da impugnação especificada 
O réu não pode apresentar, como regra, contestação genérica, devendo enfrentar de forma espe-
cífica tudo aquilo que foi alegado pelo autor, na petição inicial. E, aqui, fato não contestado será considerado 
presumidamente verdadeiro. É o art. 341 do CPC: 
Excepcionalmente, conforme previsão do art. 341, parágrafo único do CPC, será autorizada e 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
31 
permitida a contestação genérica. O réu pode então, na contestação, apresentar sua defesa processual (as 
denominadas preliminares, previstas no art. 337 do CPC) e de mérito (rebatendo de forma específica os 
fatos – art. 341 do CPC – e os pedidos, art. 336 do CPC). 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato 
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da subs-
tância do ato; 
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 
Todas as alegações, documentos e provas o autor precisa trazer na inicial, da mesma forma, o réu 
tem a mesma obrigação com a contestação, assim, a lide está limitada pelos fatos trazidos na inicial e na 
contestação. Contudo, de acordo com o art. 342 do CPC, é lícito ao réu, depois da contestação, deduzir 
novas alegações quando: 
I – relativas a direito ou a fato superveniente; 
II – competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau 
de jurisdição. 
1.9.2. Revelia 
A revelia é configurada pela inércia do réu, que deixa de apresentar defesa em relação aos fatos 
narrados na inicial – objetivamente, ocorrerá à revelia quando o réu não apresentar contestação, ou apre-
sentar de forma intempestiva. 
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verda-
deiras as alegações de fato formuladas pelo autor. 
 
Efeitos da revelia 
De regra, a revelia do réu acarreta a presunção de veracidade dos fatos narrados na petição inicial 
(art. 344, segunda parte do CPC) e a desnecessidade de sua intimação para os demais atos do processo 
caso não tenha constituído procurador nos autos. 
Importante observar o art. 345 do CPC, pois o referido artigo traz hipóteses que afastam a aplicação 
dos efeitos da revelia: em outras palavras, de acordo com o art. 345 do CPC, o réu que não contestar a 
ação permanece revel, mas contra ele não há presunção de veracidade dos fatos. 
 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável 
à prova do ato; 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
Processo Civil 
32 
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradi-
ção com prova constante dos autos. 
 
Atenção ainda para o art. 349 do CPC: “Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas 
às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais 
indispensáveis a essa produção”. Assim, ao réu, habilitando-se no processo, através de seu advogado, é 
permitida a produção de provas, em qualquer fase do processo, conforme o parágrafo único do art. 346 do 
CPC. 
1.9.3. Reconvenção 
Além da contestação, o réu poderá se valer da reconvenção para contra-atacar o autor, isto é, atra-
vés da reconvenção, o réu poderá formular pretensões, assim como fez o autor na petição inicial. 
Segundo a expressa previsão do art. 343 do CPC, deverá a reconvenção ser apresentada na con-
testação. Atenção: a reconvenção não será apresentada em peça separada. A reconvenção é um tópico 
dentro da contestação, produzindo pedidos próprios e, consequentemente, apresentada no prazo da con-
testação. 
Importante! 
Só a contestação não terá valor da causa, mas a contestação com a reconvenção terá valor da 
causa, ou seja, deverá apresentar o valor da reconvenção, na forma do art. 292 do CPC. 
Há possibilidade de o réu que não deseja contestar apresentar apenas a reconvenção, conforme o 
§ 6o do art. 343 do CPC. Ainda, a desistência da ação ou a ocorrência de alguma causa extintiva que impeça 
o exame do mérito da petição inicial não prejudicará o prosseguimento do processo quanto à reconvenção 
(§ 2o, do art. 343 do CPC). 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão 
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para 
apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu 
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito 
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também 
na qualidade de substituto processual. 
§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. 
1ª Fase | 37° Exame da OAB 
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1.10. Atos Processuais, citação, intimação, prazos, intervenção do MP 
1.10.1. Atos Processuais 
O processo consiste em uma sucessão de atos. Atos processuais são os atos humanos realizados 
no processo, os quais devem ser praticados em conformidade com o que determina a lei. Podem ser orais 
ou por escrito; todavia, sempre que forem orais, serão reduzidos a termo pelo escrivão, para sua documen-
tação nos autos. Independentemente de sua forma, em regra, os atos processuais serão públicos, salvo 
aqueles cuja ação tramitar em segredo de justiça, conforme o art. 189 do CPC. 
Tempo dos atos processuais 
Os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06 às 20 horas, conforme o art. 212 do 
CPC; contudo, essa informação não quer dizer que o Poder Judiciário precise estar aberto durante esse 
horário. Observe o § 3o do art. 212 do CPC: “Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em 
autos não eletrônicos, essa deverá

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