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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: As bactérias iniciam a sua colonização a partir do nascimento. • Início da colonização: parto; • Algumas horas após o parto: bactérias anaeróbias gram- positivas; • Após a erupção dental: microbiota complexa. Há 500 espécies diferentes, dentre elas, as bactérias comensais (que são espécies benéficas – bacterias gram-positivas). Estas não necessariamente vão causar infecções, elas protegem a boca de estímulos nocivos. Ocupam espaços para evitar a presença de outras bactérias (ruins, que podem causar infecções). • As bactérias comensais fazem ocupação passiva de sítios que poderiam ser colonizados por patógenos. • Afetam a habilidade do patógeno em produzir fatores de virulência. • Bactéria comensal mais comum: Streptococcus sanguinis. As bactérias comensais podem ocupar diversas regiões da cavidade oral: • Gengiva e superfícies dentárias; • Dorso da língua; • Mucosa bucal; • Amígdalas; • Saliva. BACTÉRIAS COMENSAIS X BACTÉRIAS PATOGÊNICAS: As bactérias comensais competem com as bactérias patogênicas (patógenos periodentais). É necessário que haja um equilíbrio entre ambas, mas diversos fatores podem proporcionar um desequilíbrio e acabar permitindo o desenvolvimento de alguma patologia. PATÓGENOS PERIODONTAIS: • Colonizam a área subgengival; • Aderem-se a superfícies; • Multiplicam-se; • Competem satisfatoriamente contra outras espécies; • Defendem-se dos mecanismos de defesa do hospedeiro; • Produzem fatores que danificam diretamente os tecidos do hospedeiro. Patógenos periodontais -> Doença periodontal Exemplos de patógenos periodontais: • Aggregatibacter actinomycetemcomitans - Bastonetes Gram-negativo. • Porphyromonas gingivalis - Bastonetes Gram-negativo Possuem a capacidade de invadir as células epiteliais e vasculares da gengiva. Doenças periodontais: As bactérias só estão presentes no periodonto de proteção (a parte externa – gengiva). Normalmente não há bactérias no periodonto de sustentação, se isso acontecer, trata-se das bactérias “ruins” (sugerindo a presença de alguma patologia). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Tannarella Forsythia - Bastonetes Gram-negativo; • Espiroquetas - Helicoidais Gram-negativo; • Prevotella intermedia - Bastonetes curtos Gram- negativo. Possuem a capacidade de invadir as células epiteliais e vasculares da gengiva. Outras espécies: • Fusobacterium nucleatum; • Campylobacter rectus; • Peptostreptococcus micros; • Espécies de Selenemonas; • Espécies de Eubacterium. BIOFILME: “Comunidade microbiana bem estruturada e organizada, aglutinada por uma matriz extracelular e firmemente aderida a uma superfície sólida úmida.” Formação do biofilme: 1. Formação da Película Adquirida; 2. Aderência inicial e Fixação bacteriana; 3. Colonização e Maturação do biofilme. Classificação das doenças periodontais: • Antigamente: apenas 2 tipos de doença periodontal. • Classificação atualizada em 2018, de acordo com a Academia Americana de Periodontia e a Federação Europeia de Periodontia. Condições e doenças periodontais: 1. Saúde Periodontal, Condições e Doenças Gengivais; 2. Periodontite; 3. Outras Condições que Afetam o Periodonto. Subdivide-se em: • Saúde Periodontal e Saúde Gengival: → Saúde clínica em um periodonto íntegro: Profundidade de sondagem de até 3 mm, sangramento à sondagem em menos de 10% dos sítios e sem perda óssea radiográfica. → Saúde clínica em um periodonto reduzido – paciente com periodontite estável: Profundidade de sondagem de até 4 mm, sangramento O biofilme não é a causa principal das doenças periodontais, mas pode ser um agravante delas. O biofilme pode ser formado rapidamente e facilmente. A película adquirida pode ser desenvolvida em aproximadamente 2 horas. Por isso a importância de manter uma higiene bucal de qualidade, escovando os dentes 3 vezes ao dia para garantir a destruição dessa película inicial de biofilme. OBS: o biofilme se acumula em local sólido na cavidade oral (nos elementos dentários). É muito importante deter o acúmulo de biofilme, pois o biofilme possui as bactérias patógenas e essas bactérias que irão desenvolver as patologias na cavidade oral. GENGIVITE PERIODONTITE Inflamação do tecido gengival (periodonto de proteção), sem perda óssea. Inflamação que acomete o periodonto de sustentação, com perda óssea. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto à sondagem em menos de 10% dos sítios e com perda óssea radiográfica. • Gengivite induzida pelo biofilme: → Associada somente ao biofilme dental: ▪ Gengivite em periodonto íntegro: Caracteriza-se por apresentar sítios com profundidade de sondagem menor ou igual a 3 mm, 10% ou mais de sítios com sangramento à sondagem, ausência de perda óssea radiográfica. ▪ Gengivite em periodonto reduzido tratado periodontal- mente: O paciente tem história de tratamento de periodontite, apresentando perda óssea e 10% ou mais sítios com sangramento à sondagem. → Mediada por fatores de risco sistêmicos ou locais: ▪ Fatores de risco sistêmico: 1. Tabagismo; 2. Hiperglicemia; 3. Fatores nutricionais; 4. Agentes farmacológicos; 5. Hormônios esteroides sexuais; 6. Condições hematológicas; ▪ Fatores de risco locais: 1. Fatores de retenção de biofilme dental (exemplo: margens de restaurações proeminentes); 2. Secura bucal. → Associada a medicamento para aumento de tecido gengival: ▪ Exemplos de medicamentos que causam hiperplasia gengival: 1. Fenitoína; 2. Cicloporina; 3. Nifedipina. • Doenças gengivais não induzidas pelo biofilme: → Desordens genéticas e de desenvolvimento: Fibromatose gengival hereditária. → Infecções de origem bacteriana: Mycobacterium tuberculosis. → Infecções de origem viral: Herpes simples do tipo I e II. → Infecções de origem fúngica: Candidose. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto → Condições inflamatórias e imunes: Gengivite plasmocitária. → Processos reacionais: Carcinoma epidermóide. → Doenças endócrinas e nutricionais: Deficiência de vitamina C (escorbuto). → Lesões traumáticas: Queimaduras na gengiva. → Pigmentação gengival: tatuagem por amálgama. • Doenças Periodontais Necrosantes: → Gengivite Necrosante: Processo inflamatório agudo do tecido gengival caracterizado pela presença de necrose das papilas interdentais, sangramento e dor. Outros sinais e sintomas associados podem incluir halitose, linfadenopatia e febre. → Periodontite Necrosante: Processo inflamatório do periodonto caracterizado pela presença de necrose das papilas interdentais, sangramento gengival, halitose, dor e perda óssea rápida. Outros sinais e sintomas associados podem incluir halitose, linfadenopatia e febre. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto → Estomatite Necrosante: Condição inflamatória severa do periodonto e da cavidade oral em que há necrose dos tecidos moles, na qual exibe áreas de sequestro ósseo. Tipicamente ocorre em pacientes sistêmica e severamente comprometidos. • Periodontite propriamente dita: Definida como “doença inflamatória crônica multifatorial associada com biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição progressiva do aparato de inserção dental”. A periodontite é classificada de acordo com seu estágio e o seu grau. → A classificação de estágios está relacionadacom a severidade da doença. Os estágios da periodontite devem ser primariamente definidos pela perda óssea radiográfica. ▪ Estágio I: profundidade de sondagem de até 4 mm. ▪ Estágio II: profundidade de sondagem de até 5mm. ▪ Estágio III: profundidade de sondagem de 6 mm ou mais. ▪ Estágio IV: perda dental de 5 ou mais dentes devido a doença. → O grau reflete o risco de progressão da doenca e seus efeitos na saúde sistêmica; ▪ Grau A – progressão lenta: I. Característica determinante: Evidência direta de não progressão de perda de inserção por 5 anos. II. Características secundárias: Pacientes com grande acúmulo de biofilme, mas pouca destruição periodontal. III. Fatores de risco que podem modificar a graduação: Sem fatores de risco (tabagismo ou diabetes mellitus). ▪ Grau B – progressão moderada: I. Característica determinante: Evidência direta de progressão inferior a 2 mm em 5 anos II. Características secundárias: Destruição compatível com depósitos de biofilme. III. Fatores de risco que podem modificar a graduação: Fumantes abaixo de 10 cigarros ao dia ou glicose controlada em pacientes com diabetes mellitus. ▪ Grau C – progressão rápida: I. Característica determinante: Evidência direta de progressão igual ou superior a 2 mm em 5 anos. II. Características secundárias: A destruição excede ao esperado para a quantidade de biofilme. III. Fatores de risco que podem modificar a graduação: Tabagismo (10 ou mais cigarros/dia) ou pacientes com diabetes mellitus não controlada As periodontites necrosantes ocorrem rapidamente, de forma súbita, trata-se de infecções agudas, que podem evoluir em um pequeno espaço de tempo. E são muito infectocontagiosas. A etiologia dessas patologias ainda não foi bem estabelecida. Há uma grande incidência em pessoas jovens, e por isso acredita-se que possa estar relacionada à hormônios. Periodontite trata-se de uma doença crônica, diferente das doenças periodontais necrosantes. A periodontite do grau C ela tem uma progressão rápida, mas é uma periodontite crônica. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Periodontite como manifestações de doenças sistêmicas: → Desordens genéticas: Síndrome de down. → Doenças de imunodeficiência adquirida: Infecção por HIV. . • Manifestação Periodontal de doenças sistêmicas: → Neoplasias: Osteossarcoma. • Abscessos periodontais: Definição: acúmulo de pus localizado na parede gengival do sulco/bolsa periodontal, resultando em destruição tecidual significante. Apresenta elevação ovoide da gengiva na parede lateral da raiz e sangramento à sondagem. Podem ainda ser observados: dor, supuração à sondagem, bolsa periodontal profunda e aumento da mobilidade dental. → Abscesso periodontal em paciente com periodontite (em uma bolsa periodontal preexistente). → Abscesso periodontal em pacientes sem periodontite (pode ou não ter bolsa periodontal preexistente). , Abscesso relacionado com: impactação (fio dental, elástico ortodôntico, palito dental, lençol de borracha ou milho de pipoca), hábitos deletérios (onicofagia), fatores ortodônticos, crescimento gengival e alterações da superfície radicular, por exemplo, alterações anatômicas severas (dente invaginado e odontodisplasia), alterações anatômicas menores (pérolas de esmalte, dilaceração cementária), condições iatrogênicas (perfurações), dano radicular severo (fissura ou fratura, síndrome do dente rachado) ou reabsorção radicular externa. • Lesões endoperiodontais: Comunicação patológica entre os tecidos pulpar e periodontais em determinado dente, o que pode ocorrer de forma aguda ou crônica. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Caracterizadas por bolsas periodontais profundas que se estendem ao ápice radicular e/ou por resposta a teste de vitalidade pulpar negativo ou alterado. Outros sinais e sintomas possíveis incluem evidência de perda óssea radiográfica na região apical ou de furca, dor espontânea ou à palpação/ percussão, exsudato purulento/supuração, mobilidade dental, fístula, alterações de coloração na coroa do dente e/ou gengiva. • Condições e deformidades mucogengivais: → Condição mucogengival na presença de recessões gengivais: migração apical da margem gengival causada por diferentes condições/patologias. • Forças oclusais traumáticas: são definidas como qualquer força oclusal que resulte em dano aos tecidos e/ou ao aparato de inserção periodontal. • Fatores relacionados ao dente e às próteses: → Dentes girovertidos: ficam muito mais sujeitos à perda dos tecidos de suporte. Nesse caso, o tratamento ortodôntico pode ser útil para evitar problemas maiores. → Próteses: quando mal adapatadas aos tecidos periodontais e com pontos de contato inadequados, pode prejudicar os tecidos de suporte, ocasionando doenças. Dentes girovertidos. Prótese mal adaptada. Lesões endoperiodontais são lesões duplas: o dente não tem mais vitalidade e também há defeito ósseo no tecido de suporte. Restaurações que não são feitas o teste de oclusão com o carbono podem ficar altas e acabar prejudicando a oclusão do paciente, causando traumas. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Considerações finais: Referências: CARRANZA, Fermin A. et al. Periodontia Clínica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2011. LINDHE; KARRING; LANG, 2010. STEFFENS, João Paulo; MARCANTONIO, Rosemary Adriana Chiérici. Classificação das Doenças e Condições Periodontais e Peri-implantares 2018: guia prático e pontos-chave. Revista de Odontologia da Unesp, [S.L.], v. 47, n. 4, p. 189-197, ago. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1807-2577.04704. Aula teórica de Periodontia laboratorial. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021. “Não existe causa única para essas infecções, nenhum tratamento pode controlar todas elas e a escolha do tratamento deve ser guiada pela natureza da microbiota infectante.”
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