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Direito das obrigações - Parte 1

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I estágio
Direito das obrigações
- Tem por objeto as relações denominadas de Direitos de crédito, ou direitos pessoais obrigacionais.
O direito das obrigações emprega o vocábulo obrigação no sentido mais estrito da palavra, compreendendo apenas os vínculos de conteúdo patrimonial, que se estabelecem de pessoa a pessoa, colocando-as uma em face da outra, como credora e devedora
· É possível falar que o Direito das obrigações são regras que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, e tem por objeto a prestação de um sujeito a outro.
· As obrigações se caracterizam não tanto como um DEVER DO OBRIGADO, MAS SIM COMO UM DIREITO DO CREDOR.
· A principal finalidade do direito das obrigações consiste exatamente em fornecer meios ao credor para exigir do devedor o cumprimento da prestação.
· Procura resguardar o direito do credor contra o devedor, que resultou diretamente desse ato ou fato ou fato jurídico.
IMPORTÂNCIA: É por meio das relações obrigacionais que se estrutura o regime econômica.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES:
· Tem por objeto direitos de natureza pessoal que resultam de um vínculo jurídico estabelecido entre o credor, como sujeito ativo, e i devedor, sujeito passivo.
· São direitos relativos
RELAÇÕES COM AS RAMIFICAÇÕES DO DIREITO CIVIL
· Com a parte geral por disciplinar os direitos da personalidade.
· Direito de família e sucessões em relação ao patrimônio.
· Direito das coisas, a relação patrimonial.
· No âmbito contratual as relações encontram intimidade, construindo-se estes como fontes de obrigação.
DIREITOS OBRIGACIONAIS OU PESSOAIS E DIREITOS REAIS
O Direito real pode ser definido como poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade.
Noções gerais de obrigações
· Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (SUJEITO ATIVO) o direito de exigir do devedor (SUJEITO PASSIVO) o cumprimento de determinada prestação.
· Corresponde uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório, cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO:
SUBJETIVO: Concernente aos sujeitos da relação jurídica.
OBJETIVO: Relacionado ao seu objeto, que se chama prestação
VÍNCULO JURÍDICO: É o elemento imaterial.
SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL:
· O sujeito ativo é o credor da obrigação, aquele em favor de quem o devedor prometeu determinada prestação.
· Os sujeitos da obrigação, tanto ativo como passivo, podem ser pessoa natural ou jurídica.
· Qualquer pessoa, maior ou menor, capaz ou incapaz, casada ou solteira, tem qualidade para figurar o polo ativo da relação obrigacional, inexistindo, de um modo geral, restrição a esse respeito.
· O sujeito ativo pode ser individual ou coletivo, conforme a obrigação seja simples ou solidária e conjunta.
· O devedor é o sujeito passivo da relação obrigacional, a pessoa sobre a qual recai o dever de cumprir a prestação convencionada. É dele que o credor tem o poder de exigir o adimplemento da prestação, destinada a satisfazer o seu interesse, por estar adstrito ao seu cumprimento.
OBJETO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL:
· É sempre uma conduta ou ato humano: dar, fazer ou não fazer.
· O objeto se chama prestação, que pode ser POSITIVA – DAR E FAZER ou NEGATIVA – NÃO FAZER.
· A prestação ou objeto imediato deve obedecer a certos requisitos, para que a obrigação se constitua validamente: lícito, possível, determinado ou determinável.
VÍNCULO JURÍDICO: É o liame existente entre o sujeito ativo e o passivo, que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação. Composto por dois elementos: DÉBITO E RESPONSABILIDADE.
· A LEI é fonte imediata de todas as obrigações.
· A boa-fé objetiva também constitui, atualmente, fonte das obrigações.
· A responsabilidade é a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional.
· A relação obrigacional tem por fim principal a prestação devida, e de forma secundária, a sujeição do patrimônio do devedor que não a satisfaz.
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
São obrigações positivas e assumem as formas de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor.
· Os atos de entregar ou restituir podem ser resumidos numa única palavra: TRADIÇÃO.
· Consiste em transmitir a propriedade ou outro direito real, quer a simples entrega de uma coisa em posse, uso ou guarda.
· Implica a obrigação de conservar a coisa até a entrega, bem como a responsabilidade do devedor por qualquer risco ou perigo desde que esteja em mora quanto à entrega.
Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
· Coisa certa é coisa INDIVIDUALIZADA, que se distingue das demais características próprias, móvel ou imóvel.
· O devedor é obrigado a entregar ou restiruir uma coisa inconfundível com outra.
· O DOMÍNIO SÓ SE ADQUIRE PELA TRADIÇÃO, SE FORMA COISA MÓVEL E PELO REGISTRO DO TÍTULO (tradição solene) SE FOR IMÓVEL.
· A obrigação se cumpre mediante entrega ou restituição.
· MELHORAMENTO; é tudo quanto opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, a condição e no estado físico da coisa.
· ACRESCIDO é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a.
· FRUTOS são utilidades que uma coisa periodicamente produz.
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
OBS: Principal é o bem que tem existência própria, acessório é aquele que a existência depende do principal.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
· As vezes a obrigação de dar não é cumprida porque antes da entrega a coisa pereceu ou se deteriorou.
· Em caso de perecimento há a necessidade de verificar a culpa.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
A coisa incerta é indeterminada, mas é determinável, determinada de forma parcial.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisapior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Adotou-se, desse modo, o critério da qualidade média ou intermediária. Se existirem 3 qualidades A, B e C, entregará o tipo B, mas nada impede que opte por entregar a de melhor qualidade, apenas não está obrigado a fazer.
Se só existirem duas qualidades pode entregar qualquer delas, caso contrário, escolha não haverá.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
CAPÍTULO II
Das Obrigações de Fazer
Abrange o serviço humano em geral, material ou imaterial, realização de obras e artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade ao credor.
O credor pode, conforme as circunstâncias, não aceitar a prestação por terceiro, enquanto nestas se admite o cumprimento por outrem, estranho aos interessados.
-Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, estaremos diante de obrigação de fazer INFUNGÍVEL, IMATERIAL OU PERSONALÍSSIMA – Neste caso, havendo cláusula expressa, o devedor só se exonerará se ele próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão dos seus atributos pessoais.
-A INFUNGIBILIDADE também pode decorrer da própria natureza da prestação, ou seja, das qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado.
· A obrigação de fazer pode derivar de um contrato preliminar, e consistir em emitir declaração de vontade.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
CONSEQUÊNCIAS DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER:
Só podem ser inadimplidas porque a prestação se tornou impossível por culpa do devedor ou sem culpa, ou porque podendo cumpri-la, recusa-se a fazê-la
Seja a obrigação fungível ou infungível, sempre será possível ao credor optar pela conversão da obrigação em perdas e danos, caso a inadimplência do devedor decorra de culpa da sua parte.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
A recusa do cumprimento de obrigação infungível resolve-se, tradicionalmente, em perdas e danos, pois não se pode constranger fisicamente o devedor a executá-la.
· As perdas e danos constituem o mínimo a que tem direito o credor, estre pode com elas se contentar, se preferir.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Quando a prestação é fungível, o credor pode optar pela execução específica, requerendo que ela seja executada por terceiro, à custa do devedor. Não importa, para o credor, que a obrigação venha a ser cumprida por terceiros, interessa-lhe o cumprimento, a utilidade prometida.
Quando a obrigação é infungível, não há como compelir o devedor, de forma direta, a satisfazê-la.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
OBRIGAÇÕES CONSISTENTES EM EMITIR DECLARAÇÃO DE VONTADE:
· Não causa constrangimento à liberdade do devedor, pois é efetuada pelo juiz.
· Estabelece o legislador que a sentença que condene o devedor a emitir declaração de vontade, “uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida” Art. 501 CPC
· Para que o juiz profira sentença dessa natureza, é necessário que o credor faça jus a obter declaração de vontade que está sendo recusada.
· 
CAPÍTULO III
Das Obrigações de Não Fazer
Impõe ao devedor um dever de abstenção- não praticar um ato que poderia fazer livremente.
Não são lícitas as convenções em que se exijam sacrifício da liberdade do devedor ou que atentem contra os direitos fundamentais.
Se o devedor não cumpre o ato de abstenção, pode o credor exigir que o desfaça.
De acordo com a disciplina legal, o devedor desfaz pessoalmente o ato, respondendo também por perdas e danos, ou poderá vê-lo desfeito por terceiro, por determinação judicial, pagando ainda perdas e danos.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
CAPÍTULO IV
Das Obrigações Alternativas
Tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais uma somente será escolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor. Compreende dois ou mais objetos e é extinta com a prestação de apenas um.
Nessa modalidade a obrigação recai sobre duas ou mais prestações, mas em simples alternativa, que a escolha virá desfazer, permitindo que o seu objeto se concentre numa delas.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
A obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de definido o objeto a ser prestado.
§ 1 o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2 o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3 o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4 o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Se a impossibilidade jurídica decorrer por ilícito dos objetos, toda a obrigação fica contaminada de nulidade, sendo inexigíveis ambas as prestações.
Quando a impossibilidade é superveniente e inexiste culpa do devedor, dá-se a concentração da dívida na outra, ou nas outras.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
CAPÍTULO V
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
São compostas pela multiplicidade de sujeitos, só oferece interesse jurídico havendo pluralidade de credores ou de devedores.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
· A INDIVISIBILIDADE DECORRE, EM GERAL, DA NATUREZA DAS COISAS.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - atodos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
CAPÍTULO VI
Das Obrigações Solidárias
· Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ou devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda como se fosse o único devedor.
· Exemplo: se Carlos e Bartolomeu danificarem o edifício de Augusto, causando-lhe estragos no valor de 4.000 reais, como a obrigação que incorrem é solidária, Augusto poderá exigir de um só deles, se quiser, o pagamento.
· Na solidariedade existem tantas obrigações quantos forem os titulares.
· CARACTERÍSTICAS DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS:
a) PLURALIDADE DE SUJEITOS ativos ou passivos;
b) MULTIPLICIDADE DE VÍNCULOS, sendo distinto ou independente o que une o credor a cada um dos codevedores e vice-versa;
c) UNIDADE DE PRESTAÇÃO, visto que cada devedor responde pelo débito todo e cada credor pode exigi-lo por inteiro;
d) CORRESPONSABILIDADE DOS INTERESSADOS, já que o pagamento da prestação por um extingue a obrigação dos demais.
· Na solidariedade, mesmo que a obrigação venha a se converter em perdas e danos, continuará indivisível o seu objeto no sentido de que não se dividirá entre todos os devedores, ou todos os credores, porque a solidariedade decorre da lei ou da vontade das partes e independe da divisibilidade ou indivisibilidade do objeto.
Seção I
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Não se admite responsabilidade solidária fora da lei ou do contrato.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
O lugar e o tempo do pagamento podem ser idênticos para todos os interessados. Todavia, se forem diferentes, essa circunstância não infringiria a teoria da solidariedade. Quando várias pessoas contraem uma dívida solidariamente, é perante o credor que são devedoras, respondendo cada uma pela integralidade.
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Solidariedade ativa é a relação jurídica entre credores de uma só obrigação e o devedor comum, em virtude da qual cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento da prestação por inteiro. Ou seja, dois ou mais credores podendo qualquer um receber integralmente a prestação.
A solidariedade ativa, apesar das desvantagens que traz aos credores, oferece ao devedor a comodidade de poder pagar a qualquer dos credores, à sua escolha, sem necessidade de procurar os demais.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Enquanto não houver cobrança judicial, o devedor poderá pagar a qualquer dos credores à sua escolha. Cessará, todavia, esse direito de escolha, na hipótese de um ou alguns deles ajuizarem ação de cobrança.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Esse direito corresponde em regra a obrigação do devedor de cumprir a prestação em mãos de qualquer deles.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Mesmo com a conversão em perdas e danos, a unidade da prestação não é comprometida. Liquidada a obrigação e fixado seu valor pecuniário, continua cada credor com direito de exigir o quantum total, tendo em vista que a solidariedade permanece pois emana da vontade contratual ou da lei, que não foram alteradas, e não da natureza do objeto.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Nas relações internas dos credores entre si vigora o princípio da comunidade de interesses. A prestação, paga por inteiro pelo devedor comum, deve ser partilhada entre todos, por aquele que a tiver recebido.
· Os cocredores podem tornar efetiva a divisão do benefício pelo exercício do DIREITO DE REGRESSO, direto e imediato, contra o resgatante do crédito solidário, sendo tal direito uma das características fundamentais das obrigações solidárias, como consequência dos princípios sob que está disciplinada a solidariedade.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Seção III
Da Solidariedade Passiva
Consiste na concorrência de dois ou mais devedores, cada um com o dever de prestar a dívida toda. Relação obrigacional, oriunda da lei ou de vontade das partes.
· Cada devedor está obrigado pela dívida na sua integralidade, como se tivesse contraído sozinho o débito. 
· Assim, na solidariedade passiva unificam-se os devedores, possibilitando ao credor, para maior segurança do crédito, exigir e receber de qualquer deles o adimplemento, parcial ou total, da dívida comum.
· A solidariedade passiva atende ao interesse comum das partes. Oferece ao credor a vantagem de desobriga-lo de uma ação coletiva e o põe a salvo de eventual insolvência de um dos devedores.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
A dívida, no entanto, desmembra-se e, relação a cada um dos devedores, se divisível. Considerando isoladamente, cada devedor responde, tão somente, pela quota correspondente ao seu quinhão hereditário.
Verifica-se, desse modo que a morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade, que continua a onerar os demais codevedores.
· Se a obrigação for indivisível, cessa a regra que prevê o fracionamento entre os herdeiros, da quota do devedor solidário falecido. CADA UM SERÁ OBRIGADO PELA DÍVIDA TODA.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
O pagamento parcial naturalmente reduz o crédito. Sendo assim, o credor só pode cobrar do que pagou, ou dos outros devedores,o saldo remanescente – essa redução da prestação afeta a relação jurídica externa entre credor e devedores.
· Há mudança também na relação jurídica interna entre os vários devedores, visto que o solvens se liberou e continua responsável pela quota do eventual insolvente.
· A remissão ou perdão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários não extingue a solidariedade em relação aos codevedores, acarretando tão somente a redução da dívida, em proporção ao valor emitido.
· Dessa forma, o credor só estará legitimado a exigir dos demais devedores o seu crédito se fizer a dedução da parte daquele a quem beneficiou: os codevedores.
· No tocante ao pagamento inicial, a ideia é que diminuída a dívida da parte do devedor exonerado, não possa o credor exigir receber o total dos codevedores, experimentando um enriquecimento indevido.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Quando a prestação se torna impossível, faz-se mister apurar se a impossibilidade ocorreu ou não por culpa do devedor.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Meios de defesa são os fundamentos pelos quais o demandado pode repelir a pretensão do credor, alegando que o direito que este invoca nunca existiu validamente ou, tendo existido, já se extinguiu, ou ainda não existe.
· Como a obrigação solidária é subjetivamente complexa, podem existir meios de defesa, exceções, particulares e próprias só a um, ou alguns dos devedores.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
A renúncia relativa da solidariedade acarreta os seguintes efeitos, em relação aos devedores:
· Os contemplados continuam devedores, porém não mais da totalidade, senão de sua quota-parte no débito;
· Suportam sua parte na insolvência de seus ex-codevedores.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
A renúncia pode ser expressa (resulta de declaração verbal ou escrita, em que o credor abre mão do benefício) ou tácita (decorre de circunstâncias explícitas)
· Se a solidariedade existe apenas nas relações entre devedores e credor. Extinta a dívida, o que surge é um complexo de relações entre os próprios codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
· O estado de insolvência de um dos codevedores solidários, impede o procedimento do rateio de forma igualitária, determinando o acréscimo da responsabilidade dos codevedores para cobrir o desfalque daí resultante.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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