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Dir Reais-Coisas-2-Posse

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Posse
Direito especial
Dto. híbrido
Campo Metodológico
Direitos
Reais
DIREITO DAS COISAS
POSSE
O ESTUDO DA POSSE
Assunto árduo (carneficina ingeniorum), de difícil univocidade.
Direito das Coisas: Sachenrecht.
Direito de Propriedade ou das Coisas: Das Recht das Besitzes ou Sachenrecht.
Propriedade
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS 
Posse
Direito especial
Dto. híbrido
Campo Metodológico
Direitos
Reais
DIREITO DAS COISAS
No campo metodológico, o Direito das Coisas estuda: os Direitos Reais e o Direito de Posse. Entre os Direitos Reais, o mais importante é a propriedade (domínio).
POSSE
Propriedade
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS 
Posse
Direito especial
Dto. híbrido
Campo Metodológico
Direitos
Reais
DIREITO DAS COISAS
A Posse é aparência ou reflexo de propriedade (de domínio), domínio fático, útil da coisa. Posse é exteriorização dos poderes típicos de propriedade. Para Maria H. Diniz, a posse seria direito real.
POSSE
Propriedade
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS 
Posse
Direito especial
Dto. híbrido
Campo Metodológico
Direitos
Reais
DIREITO DAS COISAS
CC, art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Palavras-chave: reflexo/aparência/visibilidade de propriedade, domínio fático, domínio útil; controle material da coisa: uso, gozo, fruição, etc.
POSSE
Propriedade
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS 
SUPERFÍCIE
SERVIDÕES
Posse
Direito especial
Dto. híbrido
USUFRUTO
HABITAÇÃO
PROMESSA
DE
VENDA
PENHOR
HIPOTECA
ANTICRESE
DIREITO
DE
LAJE
USO
Campo Metodológico
Direitos
Reais
Propriedade
DIREITO DAS COISAS
Posse: exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (uso, gozo, fruição, etc.). Posse não é detenção.
POSSE
Posse: exteriorização da propriedade (aparência ou reflexo de propriedade. Domínio fático e útil que a pessoa exerce sobre a coisa. Não é direito real. É direito com natureza jurídica especial (natureza híbrida: estaria entre os direitos pessoais e os reais). O conceito de POSSE perpassa pelo conceito de PROPRIEDADE.
Código Civil
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS
Campo metodológico
Título I
Título II
Título III
Título V
Título IV
DA POSSE
DOS DIREITOS REAIS 
DA PROPRIEDADE
DA SUPERFÍCIE
DAS SERVIDÕES
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
Código Civil
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS
Campo metodológico
Título VI
Título VII
Título VIII
Título X
Título IX
DO USUFRUTO
DO USO
DA HABITAÇÃO
Do direito do promitente comprador*
Do penhor, da hipoteca e da anticrese
Título XI
DA LAJE
HIPOTECA DE NAVIOS E AERONAVES: art. 1.473, VI e VII, do CC; § 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei especial. Navios e aeronaves são bens móveis, mas sujeitos a regras de direitos imobiliário e/ou reais (registro, matrícula, direito real de garantia). Ver arts. 13 e 14 da Lei 7.652/88 (Registro da Propriedade Marítima) e art. 106 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86).
SOBRE NAVIOS E AERONAVES
	TÍTULO I – DA POSSE 
CAPÍTULO I.
Da Posse e sua Classificação 
(artigos 1.196 a 1.203) 
CAPÍTULO II.
Da Aquisição da Posse 
(artigos 1.204 a 1.209) 
CAPÍTULO III.
Dos Efeitos da Posse 
(artigos 1.210 a 1.222) 
CAPÍTULO IV.
Da Perda da Posse 
(artigos 1.223 a 1.224) 
TÍTULO II
DOS DIREITOS REAIS 
CAPÍTULO ÚNICO.
Disposições Gerais 
(artigos 1.225 a 1.227) 	TÍTULO III 
DA PROPRIEDADE
CAPÍTULO I.
Da Propriedade em Geral 
Disposições Preliminares |
Da Descoberta 
(artigos 1.228 a 1.237) 
CAPÍTULO II.
Da Aquisição da Propriedade 
IMÓVEL
Da Usucapião | Da Aquisição pelo Registro do Título | Da Aquisição por Acessão (Das Ilhas, Da Aluvião, Da Avulsão, Do Álveo Abandonado, Das Construções e Plantações)
(artigos 1.238 a 1.259) 
	CAPÍTULO III.
Da Aquisição da Propriedade
MÓVEL
Da Usucapião | Da Ocupação | Do Achado do Tesouro | Da Tradição | Da Especificação | Da Confusão, da Comissão e da Adjunção 
(artigos 1.260 a 1.274) 
CAPÍTULO IV.
Da Perda da Propriedade 
(artigos 1.275 a 1.276) 
CAPÍTULO V.
Dos Direitos de Vizinhança 
Do Uso Anormal da Propriedade | Das Árvores Limítrofes | Da Passagem Forçada | Da Passagem de Cabos e Tubulações | Das Águas | Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem | Do Direito de Construir
(artigos 1.277 a 1.313) 
LIVRO III – DO DIREITO DAS COISAS 
	CAPÍTULO VI.
Do Condomínio Geral 
Do Condomínio Voluntário (Dos Direitos e Deveres dos Condôminos, Da Administração do Condomínio)
 | Do Condomínio Necessário 
(artigos 1.314 a 1.330) 
CAPÍTULO VII.
Do Condomínio Edilício 
Disposições Gerais | Da Administração do Condomínio | Da Extinção do Condomínio | Do Condomínio de Lotes
(artigos 1.331 - 1.358 e 
1.358-A) 
CAPÍTULO VIII.
Da Propriedade Resolúvel 
(artigos 1.359 a 1.360) 	CAPÍTULO IX.
Da Propriedade Fiduciária 
(artigos 1.361 a 1.377)
TÍTULO IV
DA SUPERFÍCIE
TÍTULO V
DAS SERVIDÕES 
CAPÍTULO I.
Da Constituição das Servidões 
(artigos 1.378 a 1.379) 
CAPÍTULO II.
Do Exercício das Servidões 
(artigos 1.380 a 1.386) 
CAPÍTULO III.
Da Extinção das Servidões 
(artigos 1.387 a 1.389)	TÍTULO VI 
DO USUFRUTO 
CAPÍTULO I.
Disposições Gerais 
(artigos 1.390 a 1.393) 
CAPÍTULO II.
Dos Direitos do Usufrutuário 
(artigos 1.394 a 1.399) 
CAPÍTULO III.
Dos Deveres do Usufrutuário 
(artigos 1.400 a 1.409) 
CAPÍTULO IV.
Da Extinção do Usufruto 
(artigos 1.410 a 1.411)
LIVRO III – DO DIREITO DAS COISAS 
	TÍTULO VII
DO USO 
(artigos 1.412 a 1.413) 
TÍTULO VIII
DA HABITAÇÃO
(artigos 1.414 a 1.416) 
TÍTULO IX
DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR
(artigos 1.417 a 1.418) 	TÍTULO X 
DO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESE 
CAPÍTULO I.
Disposições Gerais 
(artigos 1.419 a 1.438) 
CAPÍTULO II.
Do Penhor 
Da Constituição do Penhor | Dos Direitos do Credor Pignoratício | Das Obrigações do Credor Pignoratício | Da Extinção do Penhor | Do Penhor Rural (Disposições Gerais, Do Penhor Agrícola, do Penhor Pecuário)
 | Do Penhor Industrial e Mercantil | Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito | Do Penhor de Veículos | Do Penhor Legal 
(artigos 1.431 a 1.472) 	CAPÍTULO III.
Da Hipoteca 
Disposições Gerais | Da Hipoteca Legal | Do Registro da Hipoteca | Da Extinção da Hipoteca | Da Hipoteca de Vias Férreas 
(artigos 1.473 a 1.505) 
CAPÍTULO IV.
Da Anticrese 
(artigos 1.506 a 1.510) 
TÍTULO XI
DA LAJE 
(artigos 1.510-A a 1.510-E) 
LIVRO III – DO DIREITO DAS COISAS 
POSSE – ORIGEM
O homem era nômade e depois fixou-se ao solo, surgindo uma nova organização social. Esta fixação, representada pelo cultivo e exploração de uma área (coletiva ou individual), garantia a subsistência do clã. Nessa época, posse e propriedade correspondem a realidades intimamente ligadas (não há falar ainda em direitos autônomos). 
A posse, outrora, antecedia à propriedade como fato, pois representava a forma embrionária de apropriação e utilização da coisa. Propriedade e posse geravam uma realidade incindível. “A condição subjetiva de qualquer uso possível [da propriedade] é a posse” (Kant, citado por Fábio Caldas Araújo, 6ª nota de rodapé, p. 5)
A posse e a propriedade representam, indubitavelmente, formas de estabilização e de desenvolvimento social, permitindo o florescimento da civilização, pois, com a fixação do homem na terra surgiram condições favoráveis para o desenvolvimento das técnicas de produção e de consumo.
Posse e propriedade proporcionaram entãoa acumulação de bens, criando-se um ambiente propício para a profusão cultural.
(ARAÚJO, Fábio Caldas. Posse. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 4-5)
POSSE – ORIGEM
Após desenvolver a técnica e a ciência, o ser humano deixou de se preocupar diariamente com a sua subsistência e a defesa de seus domínios. A partir da técnica e da ciência, o ser humano conseguiu acumular bens. Daí, já em estágio mais avançado da humanidade, o homem começa a ganhar tempo para dedicar-se às ciências do espírito e ao aprimoramento da própria técnica.
O ELOGIO AO ÓCIO, de Bertrand Arthur William Russell, filósofo e matemático, escrito em 1930 – in ARAÚJO, Fábio Caldas. Posse. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 5, 8ª nota de rodapé.
 LIVRO III
Do Direito das Coisas
TÍTULO I
Da posse
 CAPÍTULO I
Da Posse e sua Classificação
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o EXERCÍCIO, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. [aparência ou reflexo de propriedade]
[...]
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o EXERCÍCIO, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (domínio fático, útil: uso, gozo, fruição, etc.).
Logo: Posse é: exteriorização, reflexo da propriedade; aparência de propriedade, domínio fático (útil), estado de fato, controle material que a pessoa exerce sobre a coisa. Não é direito real. É direito com natureza jurídica especial, direito híbrido (está entre o pessoal e o real).
POSSE – CONCEITO
POSSE É FATO OU DIREITO?
É DIREITO, mas não direito real: domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa. Direito, mas com natureza jurídica especial (estado de aparência, reflexo de propriedade). É conceito intermediário entre direitos pessoais e direitos reais (caráter híbrido). A posse é um direito juridicamente protegido. Há proteção jurídica (Jhering ou Ihering).
Estado de aparência juridicamente relevante fundado em utilidade técnica ou econômica (direito provável, reflexo de propriedade, controle material da coisa). Pode significar apenas ter a disposição da coisa, utilizar-se dela ou tirar dela os frutos com fins socioeconômicos. Mas a pessoa age como se dono fosse, mesmo não desejando ser o proprietário (affectio tenendi)
Locação – locatário tem a posse direta; locador tem a posse indireta: é nu-proprietário
Taxista, em regra, tem a posse do veículo do qual não é proprietário
Agricultor tem a posse do sítio arrendado, alugado ou emprestado via comodato
POSSE – CONCEITO
É Direito, mas não direito real*: é domínio fático, útil, que a pessoa exerce sobre a coisa. É Direito, mas com natureza jurídica especial. É conceito intermediário entre direitos pessoais e direitos reais (caráter híbrido). A posse, mesmo oriunda de um fato, é um direito (interesse) juridicamente protegido. Há proteção jurídica (Jhering ou Ihering). *Salvo para Maria Helena Diniz.
Fato socioeconômico potestativo. Além disso, a posse não é prevista no art. 1.225 do CC (tipicidade dos direitos reais).
Direito potestativo: quando seu cumprimento depende da vontade exclusiva de uma das partes contratuais sendo, portanto, uma condição do contrato.
DIREITO POTESTATIVO é o direito sobre o qual não recai qualquer discussão, ou seja, ele é incontroverso, cabendo à outra parte apenas aceitá-lo, sujeitando-se ao seu exercício. Desta forma, a ele não se contrapõe um dever, mas uma sujeição. Em regra, não admite contestação, resistência. Ex.: divórcio, direito de demitir empregado.
POSSE – CONCEITO
O direito reconhece e protege certos ESTADOS DE APARÊNCIA por causa da PROBABILIDADE DO DIREITO. Dessa aparência depende a credibilidade, a sobrevivência e a convivência da sociedade.
Há situações aparentes que tomamos como verdadeiras e corretas (empregados, professores, taxistas: não pedimos provas dessas situações). Não sabemos se nosso vizinho é proprietário ou possuidor da casa onde mora. Não sei se esse relógio ou celular são seus. Mas parece que sim: aparentemente, os possuidores são titulares de direitos sobre tais coisas (posse ou propriedade).
Estados de aparência com relevância social e jurídica (não se protege a aparência superficial: ex.: pagamento de credor putativo – art. 309 do CC).
Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa (Código Civil, art. 1.210, § 2º).
POSSE – CONCEITO
É direito real para Maria Helena Diniz. 
Para M. H. Diniz, a Posse seria direito real, pois o possuidor teria o pleno exercício de fato dos poderes constitutivos de propriedade. É direito real “como natural desdobramento do direito de propriedade”. 
Posse é a visibilidade ou desmembramento da propriedade. NÃO HÁ PROPRIEDADE SEM POSSE (princípio da gravitação jurídica, CC, arts. 233 e 1.209). Além disso, ao possuidor são conferidas ações específicas para se defender contra quem quer que o ameace, perturbe ou esbulhe (direito de sequela.
Na posse se encontram todos os caracteres do direitos reais, tais como: a) exercício direto, sem intermediário; b) oponibilidade contra todos (erga omnes); c) necessidade de objeto obrigatoriamente determinado.
POSSE – CONCEITO
É exteriorização da propriedade, é aparência de propriedade. Domínio fático da propriedade. Posse é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Da aquisição da posse: Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
POSSE – CONCEITO
Uso
Gozo
Fruição
Consumo (em alguns casos)
Modificação? (em regra, não)
Oneração (gravar)? (em regra, não)
Disposição? (em regra, não)
Destruição (renúncia)? (em regra, não)
Como se dá a
aparência de propriedade?
Por meio do / da:
Sequela (perseguição)
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
SUBJETIVISTA
SUBJETIVA
Corpus + animus domini
Animus rem sibi habendi
 OBJETIVISTA
OBJETIVA
Corpus 
(compreende a affectio tenendi)
TEORIAS ou ECOLAS:
Três principais escolas ou teorias que explicam a POSSE
ESCOLA DA POSSE-SOCIAL
ESCOLA SOCIALISTA DA POSSE
Corpus + função social
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
ESCOLAS TEÓRICAS DA POSSE
SUBJETIVISTA OU SUBJETIVA: (Friedrich Carl von Savigny) Poder direto e imediato de dispor (usar, etc.) fisicamente da coisa com a intenção de tê-la para si e de defendê-la. Haveria dois elementos: (I) Corpus: poder físico/disponibilidade da coisa. (II) Animus domini, possessio rei, animus rem sibi habendi: intenção de agir como dono (elemento espiritual). VONTADE de ter a coisa e de exercer o direito de propriedade (vontade de ser proprietário, dono, titular). Escola não recepcionada pelo direito brasileiro.
Crítica: o locatário, depositário, comodatário não seriam possuidores diante da ausência de vontade de serem proprietários/donos da coisa. Seriam o quê? Detentores?
OBJETIVISTA ou OBJETIVA: (Rudolf von (J)Ihering): posse é mera disposição física (contato, uso) da coisa ou mera possibilidade de exercer esse contato. Dispensa a intenção de ser dono. Elemento: há só o Corpus (gewere): elemento material e único fator visível e suscetível de comprovação. Ação externa: exploração econômica, uso, gozo, fruição. Há intenção de possuir, mas não de ser proprietário. Há aparência, presunção de que se é dono (affectio tenendi). A affectio tenendi é ínsita ao Corpus, ou seja, o Corpus abrange a affectio tenendi.
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
ESCOLAS TEÓRICAS DA POSSE
OBJETIVISTA/OBJETIVA: Há um animus, mas como vontade implícita de proceder como se dono fosse, como procede habitualmente o proprietário (affectio tenendi). Essa vontade não significa “querer ser dono”, mas de utilizar/usar econômica e funcionalmente da coisa. A “vontade” é interpretada de forma diferente: vontade de cuidar da coisa como se sua fosse (affectio tenendi). Essa vontade está contida no Corpus*, elemento visível e suscetível de prova (não há como provar o animus). Dispensa-se uma pesquisa sobre a vontade subjetiva ou intimidadedo agente em relação à coisa. Não interessa se o sujeito quer ser dono da coisa. Segundo Jhering, para a posse é necessário que a pessoa aja como normalmente age o proprietário. A detenção, para Jhering, é toda posse que não é tutelada pelo direito. 
*Corpus: compreende a affectio tenendi (elemento subjetivo, espiritual, mais brando que o animus domini. Aparência de ser dono da coisa, vontade de cuidar da coisa como se minha fosse).
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
ESCOLAS TEÓRICAS DA POSSE
OBJETIVISTA/OBJETIVA: basta o Corpus, que compreende a affectio tenendi (elemento subjetivo, espiritual): vontade de cuidar da coisa como se dono fosse; contudo, não quero ser dono/proprietário da coisa, apenas me porto como dono, zelando, conservando e protegendo a coisa de ataques de terceiros.
- Elemento material da posse: Corpus – relação exterior, conduta externa da pessoa que, aparentemente, assemelha-se à conduta normal do proprietário. O possuidor usa (jus utendi), serve-se da coisa, frui (jus fruendi) e desfruta da coisa, tira proveito, cuida e conserva a coisa. O possuidor pode até proteger a coisa ou defendê-la de ataques externos. Pode ainda, em certas circunstâncias, alienar a posse (jus abutendi ou disponendi), mas não pode dispor da propriedade/domínio.
- Elemento psíquico: affectio tenendi – não há intenção de ser dono, mas apenas a vontade de proceder como procede habitualmente o proprietário, vontade de se comportar e agir como geralmente se porta e age o proprietário. 
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
Escola Objetiva
Elemento substancial
(material e psíquico)
Elemento formal
Interesse em possuir; exercício da posse, não importando a vontade de ser dono. Vontade apenas de se portar como dono.
Corpus e affectio tenendi
Proteção jurídica da posse por meio da autotutela, desforço imediato e dos interditos possessórios (ações possessórias)
O Brasil adota a teoria objetivista, conjugada com a escola da posse-social: corpus + função social.
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
Escolas Teóricas da Posse
POSSE-SOCIAL: (Saleilles, Perozzi, Hernandes Gil) Posse como função social. A posse também exige deveres; tem uma destinação social (art. 5º, XXIII, da CF). Deve haver uma aceitação da coletividade (poder público).
- Ver art. 1.196 do CC (adoção parcial da escola objetivista). Não exclui a escola objetivista (corpus + affectio tenendi);
- Basta a presença de um dos atributos da propriedade para que surja a posse (uso, gozo, fruição);
- Todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário (exceção: nu-propriedade, proprietário indireto);
- Princípio da função social (posse-social, posse-trabalho);
- Art. 1.238 do CC: usucapião, 15 anos, independentemente de título e boa-fé. 
Parágrafo único: O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
O Brasil adota a teoria objetivista, conjugada com a escola da posse-social: corpus + função social.
POSSE-SOCIAL: ENUNCIADO N. 492 
Jornadas de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF)
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM
Superior Tribunal de Justiça – STJ
A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela.
*A posse somente ganha trânsito jurídico quando se apresenta funcionalizada, quando é instrumento de funcionalização da propriedade.
“O que sobreleva no conceito de posse é a destinação econômica da coisa. Um homem que deixa um livro num terreno baldio, não tem a sua posse, porque ali o livro não preenche a sua finalidade econômica. Mas aquele que manda despejar adubo em um campo destinado à cultura tem-lhe a posse, porque ali cumprirá o seu destino”.
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
POSSE – ESCOLAS, TEORIAS
 OBJETIVISTA
[corpus]
 POSSE-SOCIAL
[Função social]
TEORIAS:
Adotadas no Brasil
- Limite ao exercício do poder de domínio (limite ao absolutismo sobre a coisa);
- Função socioambiental (preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações; preservação de direitos intergeracionais ou transgeracionais);
- Preservação de uma sadia qualidade de vida e direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;
- Aproveitamento racional e adequado da coisa;
- Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis;
- Observação das disposições que regulamentam as relações de trabalho;
- Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e trabalhadores;
- Fomento da produção (produtividade da coisa; propriedade solidária (solidarismo constitucional)); valorização da posse-trabalho;
- Garantia de satisfação econômica do titular da posse;
- Respeito aos interesses metaindividuais e sociais onde inserida a propriedade;
O Brasil adota as teorias objetivista e da posse-social: corpus (affectio tenendi) + função social.
Persiste a autonomia da posse em relação à propriedade.
“A posse somente ganha trânsito jurídico quando se apresenta funcionalizada, quando é instrumento de funcionalização da propriedade. [...] ...há de se reconhecer a autonomia da função social da posse em relação à função social da propriedade, tal qual dignidade e igualdade se apresentam como noções autônomas. [...] ...o bem pode não estar atendendo à função social da posse, apesar de satisfazer a função social da propriedade, como ocorre nas situações de subaproveitamento da terra” (ARONNE, Ricardo. Propriedade e domínio. A teoria da autonomia. 2 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2014, p. 206, apud TARTUCE, Flávio. Direito civil. Direito das coisas. 10 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Gen Forense, 2017, p. 36).
Há a função social da propriedade e a função social da posse. “...a autonomia da posse cada vez mais se afirma, tendo sido fortalecida pelas investigações iluminadas pelo direito civil constitucional. Os fundamentos da posse precisam ter em conta a promoção dos valores sociais... (Gustavo Tepedino) e sua relação com os direitos fundamentais (Paulo Lôbo)”. [...] ...o princípio da função social da posse é implícito à codificação de 2002, particularmente pela valorização da posse-trabalho, conforme os arts. 1.238, parágrafo único; 1.242, parágrafo único, e 1.228, §§ 4º e 5º, todos do atual Código Civil” (in TARTUCE, F. Direito..., 2017, p. 36).
POSSE
A POSSE ENSEJA:
A posse por determinado tempo transmuta-se em propriedade por meio da Usucapião.
Traduz segurança jurídica para o possuidor até que se verifique quem é o real proprietário ou quem tem direito à posse (harmonia social). Sem segurança jurídica viveríamos um estado de anomia*.
A posse tem proteção jurídica porque evita a violência (autotutela, exercício arbitrário das próprias razões) – contudo, há situações em que a autotutela e o desforço necessário são permitidos (ver art. 1.210, caput e § 1º, do Código Civil).
Possibilita a aquisição de certos direitos (usucapião, direito de preferência, precedência, preempção ou prelação).
Efeitos processuais: faculdade de invocar os interditos possessórios (ações possessórias - ver artigo 554 e seguintes do CPC e art. 1.210 do Código Civil) quando o possuidor tiver a sua posse ameaçada ou violada total ou parcialmente por meio de esbulho ou turbação:
Esbulho: desafia ação de reintegração de posse: perda da posse, ainda que parcial; atentado consolidado à posse – art. 560 do CPC e art. 1.210, caput, do CC; 
Turbação: desafia ação de manutenção de posse: perda parcial da posse; atentados ou ataques fracionados à posse – art. 560 do CPC e art. 1.210, caput, do CC;
Ameaça à posse: desafia ação de interdito proibitório: ameaça de esbulho ou turbação; risco de atentado à posse – art. 567 do CPC e art. 1.210, caput, do CC.
POSSE – Consequências
A posse gera segurança jurídica e, se positivada, impede um estado de anomia.
Anomia: estado social de ausência de regras e normas, onde os indivíduosdesconsideram o controle social que rege determinada sociedade.
Ausência de lei ou de regra, desvio das leis naturais; anarquia, desorganização.
Sociedades anômicas são consideradas anárquicas, pois as pessoas deixam de seguir as referências sociais e morais que foram outrora estabelecidas por uma ordem comum.
O conceito de anomia foi cunhado pelo sociólogo francês Émile Durkheim e quer dizer: ausência ou desintegração das normas sociais. O conceito surgiu com o objetivo de descrever as patologias sociais da sociedade ocidental moderna, racionalista e individualista. O acelerado processo de urbanização, a falta de solidariedade, as novas formas de organização das relações sociais e a influência da economia na vida dos indivíduos após a Revolução Industrial são objeto de estudo de Durkheim.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
POSSE – Consequências
POSSE – Brainstorming
Brainstorming
Tempestade de ideias:
Conceitos sobre POSSE
Vendas	
1. Aparência, presunção "jurídica" de propriedade; AUTONOMIA;	2. Exteriorização do dir	eito de propriedade (corpus): uso, gozo, fruição, etc.;	3. Domínio fático, poder físico sobre a coisa (visibilidade e autonomia da posse);	4. Exercício autônomo dos atributos/poderes da propriedade;	5. Função social (posse-social): acontecimento socioeconômico;	6. Soberania, senhoria, disponibilidade sobre a coisa;	7. Não é aparência superficial ("affectio tenendi");	8. Direito AUTÔNOMO e potestativo (não é Direito Real);	9. Probabilidade do direito (de propriedade);	10. Domínio útil: utilidade técnica e/ou econômica;	11. Proteção à relevância jurídica e social via "interditos possessórios";	12. Escolas objetivista e da posse-social;	13. Induz à usucapião e confere direito de preferência;	14. Traz segurança jurídica e harmonia social. Evita a violência (ações possessórias).	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	6.6	
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a [posse] indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto DEFENDER a sua posse contra o [possuidor] indireto. 
Desdobramento da posse é a entrega de algum poder típico de propriedade para outra pessoa mediante um entendimento, um acordo, um negócio jurídico. Ex.: a partir de uma relação jurídica negocial com terceiro, o proprietário transfere-lhe o poder de fato sobre a coisa. Apesar de não mais se manter com a apreensão da coisa, o proprietário continuara sendo reputado possuidor, só que indireto.
Exemplos: locação, alienação fiduciária em garantia, comodato, usufruto, etc.
Partes: possuidor indireto ou mediato e possuidor direto ou imediato.
Finalidade: tanto o possuidor indireto como o direto não podem intervir na posse um do outro. Se houver ofensa à posse, os possuidores poderão fazer uso dos interditos possessórios (ações possessórias).
Novo desdobramento da posse: locatário que subloca o imóvel. Quem subloca continua sendo possuidor direto, mesmo em relação ao sublocatário. Não é um novo desdobramento
Enunciado n. 76 das Jornadas: O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este contra aquele.
Desdobramento, bipartição ou paralelismo da posse
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO AJUIZADA POSTERIORMENTE AO ABANDONO DO IMÓVEL PELA LOCATÁRIA. POSSIBILIDADE. OBJETIVO: EXTINÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Celebrado o contrato de locação, opera-se o fenômeno do desdobramento da posse, pela qual o locador mantém para si a posse indireta sobre o imóvel, transferindo ao locatário a, assim permanecendo até o fim da relação locatícia.
2. Enquanto válido o contrato de locação, o locatário tem o direito de uso, gozo e fruição do imóvel, como decorrência de sua posse direta. Nessa condição, pode o locatário, sem comprometimento de seu direito, dar ao imóvel a destinação que melhor lhe aprouver, não proibida por lei ou pelo contrato, podendo, inclusive, se assim for sua vontade, mantê-lo vazio e fechado.
3. As ações de despejo têm natureza pessoal, objetivando a extinção do contrato de locação, em razão do fim de seu prazo de vigência, por falta de interesse do locador em manter o vínculo porque o locatário inadimpliu qualquer de suas obrigações ou ainda porque é de seu interesse a retomada do imóvel, por uma das causas previstas em lei.
4. Hipótese em que, não existindo nos autos prova de que o contrato de locação foi rescindido, deve prevalecer a presunção de sua validade, sendo vedado à locadora retomar a posse do imóvel por sua livre e espontânea vontade, ainda que a locatária estivesse inadimplente no cumprimento de suas obrigações, sob pena de exercer a autotutela. O remédio jurídico, em tal caso, nos termos do art. 5º da Lei 8.245/91, é o ajuizamento da necessária ação de despejo. 5. Recurso especial conhecido e improvido.
(STJ, REsp 588.714/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 09/05/2006, DJ 29/05/2006, p. 286)
Desdobramento, bipartição ou paralelismo da posse
Hipótese: alienação fiduciária de veículo
No contrato de alienação fiduciária, o Banco torna-se credor com domínio resolúvel, detendo a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição. O Banco é possuidor indireto (credor fiduciário, nu-proprietário), pois emprestou dinheiro a Marília, possuidora direta, para ela adquirir o veículo. O Banco adquire o veículo e transfere a posse direta e imediata à devedora fiduciária (possuidora direta).
Marília deseja comprar carro, mas precisa de um empréstimo bancário para a aquisição. Logo, dirige-se a um Banco e celebra negócio de alienação fiduciária em garantia. O Banco lhe empresta o dinheiro, mas nos termos do art. 1º do Decreto-Lei n. 911/69 (art. 66 da Lei nº 4.728/65). 
Marília pode fazer uso das ações possessórias (interditos possessórios) contra ataques injustos à sua posse desferidos pelo Banco. Ex.: preposto do Banco, alegando inadimplência, vai a casa de Marília reaver o veículo sem ingressar com ação de busca e apreensão. Preposto poderá estar agindo com esbulho ou outro vício.
Desdobramento, bipartição ou paralelismo da posse
Art. 1.204 do Código Civil: Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (aparência de propriedade, domínio fático, domínio útil).
Posse: relação aberta, numerus apertus, cláusula aberta. A aquisição da posse é verificada caso a caso. *Espírito realeano (Miguel Reale): o CC tem cláusulas gerais, janelas abertas, conceitos legais indeterminados.
AQUISIÇÃO DA POSSE
Aquisição Originária
Apreensão, tomada, captura, assenhoreamento, apossamento, conquista do bem móvel abandonado (res derelicta) ou sem dono (res nullius). 
*Ver derrelição (art. 1.276 do CC).
Formas de aquisição da coisa móvel
Aquisição Derivada
Há intermediação pessoal ou negócio anterior (subjacente). E há também a tradição.
AQUISIÇÃO DA POSSE
AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA
Tipo de posse em que não houve a transmissão de uma pessoa para outra por contrato escrito e oneroso ou outro negócio jurídico. A coisa móvel ou imóvel é tomada, apreendida pacificamente pelo posseiro; o imóvel é invadido, sem oposição de terceiros. A apreensão, ocupação ou tomada é pacífica. Ex.: tijolos abandonados pelo antigo dono e apreendidos (tomados) por outra pessoa. Apreensão de animal abandonado ou sem dono. Não se trata de apreensão, ocupação ou tomada de coisas que, embora perdidas, têm donos. *Ver res derelicta (abandono) e nullius (sem dono).
Formas de aquisição da coisa móvel
AQUISIÇÃO DERIVADA
A aquisição da posse deriva de um ato entre pessoas. A transmissão da posse pode ser onerosa ou gratuita, via atos jurídicos (negócios, etc.) como o mútuo, a locação, o comodato. Há ato ou negócio subjacente: uma parte promete ceder a posse da coisa e a outra paga poresta posse recebida. Logo, há TRADIÇÃO. Ex.: locação, comodato, mútuo. Adquire-se também a posse quando se adquire a propriedade: compra e venda de gado, aparelhos eletrônicos, livros, tênis, sapatos, roupas.
AQUISIÇÃO DA POSSE – art. 1.204 do CC
CC, art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Palavras-chave:
reflexo/aparência/visibilida-de de propriedade, domínio fático, domínio útil; controle material da coisa: uso, gozo, fruição, etc.
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA POSSE
Apreensão da coisa
(forma originária)
- Res nullius: coisa sem dono;
- Res derelicta: coisa abandonada.
Exercício de direito
(morte do autor da herança - saisine)
Fato de disposição da coisa
Qualquer modo amparado pelo direito (ex.: composse)
Tradição
(aquisição derivada)
CONSTITUTO POSSESSÓRIO (Cláusula Constituti): o possuidor, em nome próprio, passa a possuir em nome alheio. Cláusula contratual mediante a qual o alienante (vendedor) transmite a posse da coisa alienada ao nome do comprador, embora continue a deter o bem – ex.: proprietário vende o imóvel, mas passa a ser o locatário do bem. Há inversão: proprietário torna-se possuidor (locatário) É o contrário da traditio brevi manu. Ver art. 1.267, parágrafo único, do CC.
AQUISIÇÃO DA POSSE – MODO DERIVADO
Tradição
(forma derivada)
Real, material ou efetiva
Simbólica
Ficta
Solene
Traditio longa manu
Traditio brevi manu*
(constituto possessório)
AQUISIÇÃO DA POSSE – MODO DERIVADO
TRADENS
Quem entrega a coisa
ACCIPIENS
Quem recebe a coisa
Modo derivado de aquisição da posse:
Tradição da Posse
Real, material ou efetiva
Simbólica (traditio longa manu)
Washington de Barros
Forma espiritual de tradição da posse, via atos representativos da entrega da coisa: atitudes, indicações de propósito, gestos, condutas; ex.: entrega das chaves do apartamento. Ver: vendas sobre documentos: arts. 529/532 do CC.
Ficta ou consensual (traditio brevi manu)
Washington de Barros
É uma presunção: O agente possui em nome alheio e passa a possuir em nome próprio – ex.: locatário que compra o imóvel e se torna proprietário. Contrário do “constituto possessório”.
AQUISIÇÃO DA POSSE – Curiosidade
DERRELIÇÃO: 1) estado de abandono, desamparo, repúdio. "ele estava sem amigos, em absoluta d.“. 2) abandono desobediente ou transgressivo (de preceitos morais). "d. do dever“
Atenção: Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. 
*Ver Enunciado 77 das Jornadas de Direito Civil (próximo slide).
QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE
CC, art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Enunciado 77 das Jornadas: A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório. Interpretação extensiva do art. 1.276 do CC.
Quem pode adquirir a posse
A pessoa (possuidor)
Representante legal (herdeiros, mandatários) ou convencional do possuidor
Terceiro, sem mandato, dependendo de ratificação (efeito ex tunc)
DETENÇÃO
DETENÇÃO: art. 1.198 do CC: Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Detentor: fâmulo de posse, gestor da posse, detentor dependente, servidor da posse: podem usar, gozar e reaver coisas, pautados na subordinação e dependência do real proprietário ou possuidor.
Há situação de dependência econômica ou vínculo de subordinação entre o detentor e o possuidor.
O detentor conserva a posse em nome de outrem.
O detentor pratica atos de mera custódia, tolerância ou permissão (indulgência) – esses atos não induzem a posse (CC, art. 1.208: Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.).
O possuidor ou proprietário pode determinar o fim da detenção.
A detenção, para Jhering, é toda posse que não é tutelada pelo direito. 
Não há direito de sequela ou de invocar ações possessórias em nome próprio.
Há poder de autotutela (CC, art. 1.210, § 1º; Enunciado 493 das Jornadas: “O detentor pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder”.).
Servidores da posse (Orlando Gomes e Luiz Edson Fachin): empregados, diretores, bibliotecários, vendedores/viajantes, menores (mesmo quando usam coisas suas), soldados, detentos, ocupantes de áreas públicas.
Enunciados 301 e 236 das Jornadas de Direito Civil do CJF/STJ.
Para que se possa admitir a relação de dependência, a posse deve ser exercida em nome de outrem que ostente o jus possidendi ou o jus possessionis.
Posse exercida por concessão do proprietário não caracteriza animus domini, tratando-se de mera detenção. Não gera usucapião.
*TENÇA: mera situação material de apreensão física do bem, sem qualquer proteção jurídica: detenção ilícita (esbulho, roubo, furto, etc.).
DETENÇÃO
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. VEÍCULO. REPARO. SERVIÇO CONTRATADO. PAGAMENTO. RECUSA. DIREITO DE RETENÇÃO. CONCESSIONÁRIA. BENFEITORIA. IMPOSSIBILIDADE. POSSE DE BOA-FÉ. AUSÊNCIA. DETENÇÃO DO BEM.
1. A controvérsia a ser dirimida no recurso especial reside em definir se a oficina mecânica que realizou reparos em veículo, com autorização de seu proprietário, pode reter o bem por falta de pagamento do serviço ou se tal ato configura esbulho, ensejador de demanda possessória.
2. O direito de retenção decorrente da realização de benfeitoria no bem, hipótese excepcional de autotutela prevista no ordenamento jurídico pátrio, só pode ser invocado pelo possuidor de boa-fé, por expressa disposição do art. 1.219 do Código Civil de 2002.
3. Nos termos do art. 1.196 do Código Civil de 2002, possuidor é aquele que pode exercer algum dos poderes inerentes à propriedade, circunstância não configurada na espécie.
4. Na hipótese, o veículo foi deixado na concessionária pela proprietária somente para a realização de reparos, sem que isso conferisse à recorrente sua posse. A concessionária teve somente a detenção do bem, que ficou sob sua custódia por determinação e liberalidade da proprietária, em uma espécie de vínculo de subordinação.
5. O direito de retenção, sob a justificativa de realização de benfeitoria no bem, não pode ser invocado por aquele que possui tão somente a detenção do bem.
6. Recurso especial conhecido e não provido.
(REsp 1628385/ES, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 29/08/2017)
DETENÇÃO
DETENÇÃO: a ocupação irregular de área pública ou de uso comum do povo induz a posse ou é mera detenção?
		STJ (2005 e 2009): inexistência de posse e direito de retenção não configurado. Seria mera detenção; não dá direito à usucapião, nem a indenização por benfeitorias (REsp 556.721, Resp 998.409 e TJSP 172.313-5/8, 7ª Câmara de Direito Público); A ação ajuizada entre dois particulares, tendo por objeto imóvel público, não autoriza a adoção do rito das possessórias, pois há mera detenção e não posse. Assim, não cumpridos os pressupostos específicos para o rito especial, deve o processo ser extinto, sem resolução de mérito, porquanto inadequada a ação.
		Flávio Tartuce e STJ (2016): o caso é de posse precária que, por ser injusta, não gera a usucapião. Todavia, sendo posse, o ocupante-invasor pode propor ações possessórias contra terceiros. Ver REsp 1.296.964/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/12/2016. Esse julgado consta do próximo slide.
Usucapião de bempúblico: Ativismo Judicial – escola do Direito Livre ou da Livre Pesquisa – Realismo Jurídico – Não cabe (Lenio Luiz Streck)
DETENÇÃO
RECURSO ESPECIAL. POSSE. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. BEM PÚBLICO DOMINICAL. LITÍGIO ENTRE PARTICULARES. INTERDITO POSSESSÓRIO. POSSIBILIDADE. FUNÇÃO SOCIAL. OCORRÊNCIA.
1. Na ocupação de bem público, duas situações devem ter tratamentos distintos: i) aquela em que o particular invade imóvel público e almeja proteção possessória ou indenização/retenção em face do ente estatal e ii) as contendas possessórias entre particulares no tocante a imóvel situado em terras públicas.
2. A posse deve ser protegida como um fim em si mesma, exercendo o particular o poder fático sobre a res e garantindo sua função social, sendo que o critério para aferir se há posse ou detenção não é o estrutural e sim o funcional. É a afetação do bem a uma finalidade pública que dirá se pode ou não ser objeto de atos possessórias por um particular.
6. Nos bens do patrimônio disponível do Estado (dominicais), despojados de destinação pública, permite-se a proteção possessória pelos ocupantes da terra pública que venham a lhe dar função social.
7. A ocupação por particular de um bem público abandonado/desafetado - isto é, sem destinação ao uso público em geral ou a uma atividade administrativa -, confere justamente a função social da qual o bem está carente em sua essência.
(REsp 1.296.964/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/12/2016)
POSSE DE BEM PÚBLICO
PROCESSUAL CIVIL. ÁREAS PÚBLICAS DISPUTADAS ENTRE PARTICULARES. POSSIBILIDADE DO SOCORRO ÀS DEMANDAS POSSESSÓRIAS. 
A ocupação de área pública, sem autorização expressa e legítima do titular do domínio, não pode ser confundida com a mera detenção. 
Aquele que invade terras e nela constrói sua moradia jamais exercerá a posse em nome alheio. Não há entre ele e o proprietário ou quem assim possa ser qualificado como o que ostenta jus possidendi uma relação de dependência ou subordinação. 
Ainda que a posse não possa ser oposta ao ente público senhor da propriedade do bem, ela pode ser oposta contra outros particulares, tornando admissíveis as ações possessórias entre invasores. 
Recurso especial não provido. 
	(REsp 1.484.304/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/03/2016, DJe 15/03/2016). Ver REsp 1.296.964/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/12/2016.
DETENÇÃO
Relação pessoa-coisa ou quanto ao desdobramento
Art. 1.197 do CC: desdobramento (desdobro) ou paralelismo da posse - pode o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Ver slides anteriores.
Enunciado n. 76 das Jornadas: O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este contra aquele.
Ex.: o locatário tem ação de reintegração contra o locador; já o locador tem ação de despejo, mesmo se prorrogado o contrato de locação por meio de acordo ou distrato.
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE
- Direta
- Imediata
Exercida por quem tem a coisa materialmente. Há poder físico imediato sobre a coisa. Ex.: locatário, depositário, usufrutuário, comodatário.
- Indireta
- Mediata
Não tem a coisa ou poder físico imediato sobre a coisa (o possuidor tem mero exercício de direito). Ex.: locador (imobiliária), depositante, nu-proprietário, comodante.
CRITÉRIOS OBJETIVOS (ART. 1.200 DO CC)
Posse VIOLENTA: aquela obtida por meio da força, de coação física ou moral;
Posse CLANDESTINA: obtida às escuras, à sorrelfa, na calada da noite, sem violência;
Posse PRECÁRIA: obtida quando alguém se aproveita de uma relação de confiança – abuso de confiança ou de direito (ex.: apropriação indébita, depósito infiel). Não se convalesce e não pode ser computada para aquisição da propriedade via usucapião.
Quanto à presença de vícios objetivos
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE
Art. 1.200 do CC
É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
JUSTA 
(posse limpa)
Não apresenta vícios
INJUSTA
Apresenta vícios:
Posse violenta
Posse clandestina
Posse precária
Não se convalesce.
Não gera usucapião.
Posse justa (posse limpa): sem vícios de violência, clandestinidade ou precariedade;
Posse injusta: apresenta os vícios acima indicados (violência, clandestinidade ou precariedade).
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Posse injusta
Violenta
Clandestina
Precária
Obtida via esbulho (força física ou violência moral - vis). Roubo, esbulho possessório.
Obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, na calada da noite (furto). Não há violência.
Obtida com abuso de confiança ou de direito (estelionato, apropriação indébita). Esbulho pacífico. Locatário que não devolve veículo no fim do contrato.
Apenas um critério torna a posse injusta; Não há exigência de cumulação de vícios (os vícios são isolados e não cumulativos);
POSSE INJUSTA É POSSE (cabe ações do juízo possessório para sua defesa contra terceiros); posse injusta não é detenção – não cabe contra aquele de quem se tirou a coisa. Tartuce: isso contraria o art. 1.200;
A posse é viciada em relação a uma pessoa determinada (efeito inter partes): o vício não produz efeito contra todos (efeito erga omnes); por isso pode ser defendida de outros invasores.
Única hipótese em que o detentor tem a tutela possessória contra ataque injusto de terceiros.
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE INJUSTA
Apresenta vícios:
Posse violenta
Posse clandestina
Posse precária
Ocupantes violentos ou clandestinos: 
São meros detentores (CC, art. 1.208):
Art. 1.208: Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
Têm defesa possessória contra ataque injusto de terceiros (ações possessórias). Mas o possuidor violento/clandestino não tem defesa possessória contra a vítima do esbulho.
A posse precária não se convalesce: sempre será injusta, viciada (vide explicação mais adiante).
A posse violenta ou clandestina pode ser convalidada (tornar-se justa, limpa) pelo tempo ou pela função social. Contudo, há discussão doutrinária acerca do tema. Ver próximos slides. Quando então a posse violenta ou clandestina (posses injustas e viciadas) podem ser convalidadas em posse justa?
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Convolação da posse injusta (detenção) em posse justa (posse limpa).
A posse injusta (detenção) torna-se justa ou limpa após cessadas a violência ou a clandestinidade (art. 1.208 do CC). Cessa-se a violência quando o antigo possuidor, diante da ciência do vício, não mais resiste à violência, ou ainda, quando a posse transmuda das escuras para o conhecimento público. 
Então, quando cessam os vícios da violência ou da clandestinidade? Quando ocorre essa transmudação da posse injusta em posse justa, útil e usucapível? Quatro correntes explicam a questão:
1ª corrente: quando efetivamente cessadas, de fato, a violência e a clandestinidade. Daí, cessados os vícios, nascerá a posse justa, limpa, útil e passível de usucapião (J. M. Carvalho Santos). É como se os vícios nunca tivessem ocorrido (o que nunca existiu, não se transforma).
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Convolação da posse injusta (detenção) em posse justa (posse limpa).
2ª corrente: depois de operada a contumácia (inércia) do antigo possuidor, consubstanciada no transcurso do prazo de um ano e um dia a contar da prática dos atos violentos ou clandestinos. Assim, se o antigo possuidor não exercer a legítima defesa, o desforço imediato e nem procurar o Judiciário dentro de um ano e um dia, sua indiferença e imobilidade tornarão a posse justa, útil e usucapível (Silvio Rodrigues,M. H. Diniz, Flávio Augusto Monteiro de Barros). Contudo, o possuidor esbulhado poderá fazer uso da ação de força velha (ação possessória de procedimento comum) a qualquer tempo, desde que não ocorrida a usucapião (prescrição aquisitiva). Posição predominante nos tribunais.
3ª corrente: enquanto perduram a violência e a clandestinidade, não há posse, mas simples detenção. Cessados os ilícitos, nasce a posse injusta, contaminada de moléstia congênita. A posse manterá o estigma da origem. Os vícios nunca se convalescerão, nos termos do art. 1.203 do CC – princípio da continuidade do caráter da posse (Francisco Loureiro).
4ª corrente: a cessação dos vícios e possibilidade de convalidação da posse dever ser feita à luz da função social da posse, caso a caso (Venosa, Flávio Tartuce e José Simão). Cessam-se os vícios quando o invasor exerce melhor posse que o antigo possuidor.
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Convolação da posse injusta (detenção) em posse justa (posse limpa).
Fim da injustiça e dos vícios da violência e da clandestinidade:
Prevalece a tese mencionada na 2ª corrente: após um ano e um dia do ato de violência ou de clandestinidade, a posse deixa de ser injusta e passa a ser justa (corrente majoritária).
CPC, art. 558: Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Prevalece a divisão entre ações de força nova e força velha. As ações de força nova são aquelas ajuizadas dentro de um ano e um dia e estão sujeitas ao rito especial das possessórias. Após esse prazo, o possuidor turbado ou esbulhado poderá ajuizar ação possessória, mas pelo rito do procedimento comum (força velha).
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE INJUSTA POR PRECARIEDADE (É ABUSO DE CONFIANÇA):
Não pode ser convalidada; a posse não se convalesce. Ex: apropriação indébita, estelionato. O comodato não induz a propriedade por usucapião. 
Não há transmudação da natureza da posse precária (art. 1.203 do CC).
Em relação à precariedade, não há desapossamento da coisa. O que se vê, efetivamente, é a alteração do animus do sujeito que já possuía a coisa consigo. O sujeito tinha a posse justa e, tendo em vista a alteração de sua intenção subjetiva, pela recusa em devolver a coisa, passa a ter posse injusta. Enquanto os vícios da violência e da clandestinidade se manifestam no momento da aquisição da posse, o vício da precariedade surge no final dela.
A posse precária não pode ser convalidada: mitigação do princípio da continuidade do caráter da posse, previsto no art. 1.203 do CC (ex.: locatário pode ser despejado; comodatário não pode reivindicar a usucapião). Haveria abuso ou quebra de confiança acaso convalescesse; há má-fé permanente.
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE INJUSTA POR PRECARIEDADE
POSSE PRECÁRIA
O comodato, o transcurso da posse e a transmudação de sua natureza pode ensejar a usucapião? Jurisprudência majoritária: NÃO! A posse precária jamais se convalesce.
CRÍTICA: Comodato. Posse precária. Vedação da usucapião. Transmudação da Natureza da Posse. Inocorrência. Ausência de Animus Domini. Usucapião. Impossibilidade. “Diz-se precária a posse daquele que, tendo recebido a coisa para depois devolvê-la (como o locatário, o comodatário, o usufrutuário, o depositário etc.) a retém indevidamente, quando ela lhe é reclamada. (...) E por que a posse precária não convalesce? O legislador, naturalmente reage de maneira mais violenta na hipótese da precariedade, em razão de ela implicar a quebra da confiança, na falta à fé do contrato. Mas, a meu ver, não é essa a razão principal. A posse precária não convalesce jamais porque a precariedade não cessa nunca. O dever do comodatário, do depositário, do locatário etc., de devolverem a coisa recebida, não se extingue jamais, de modo que o fato de a reterem, e de recalcitrarem em não entregá-la de volta, não ganha jamais foros de juridicidade, não gerando, em tempo algum, posse jurídica.” (RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito das Coisas, vol. 5.º, n.º 16, págs. 28/29, Saraiva, 2009).
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
POSSE INJUSTA POR PRECARIEDADE
POSSE PRECÁRIA
O comodato, o transcurso da posse e a transmudação de sua natureza pode ensejar a usucapião? Jurisprudência majoritária: NÃO! A posse precária jamais se convalesce.
Entendimento contrário: Flávio Tartuce e Enunciado 237 das Jornadas do CJF (minoria). Se a violência pode convalescer, a precariedade poderia (vício de menor gravidade). 
Enunciado 237: É cabível a modificação do título da posse – interversio possessionis – na hipótese em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini.
Quanto à presença de vícios objetivos – Posse Injusta
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Boa-fé subjetiva: art. 1.201: o possuidor ignora, desconhece os vícios ou obstáculos que inquinam ou impedem a aquisição da posse (violência, clandestinidade ou precariedade). Se tiver ciência dos vícios, será possuidor de má-fé (tem consciência da situação de fato que vicia a posse); 
*Haverá posse de BOA-FÉ (OBJETIVA) se houver “justo título” (presunção relativa (juris tantum) – ex.: locatário amparado por contrato de locação).
Possuidor de boa-fé: tem direito à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias, levantamento ou ressarcimento das benfeitorias voluptuárias (se possível) e direito de retenção (art. 1.219);
Quanto à boa-fé:
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
QUANTO À 
BOA-FÉ
Subjetiva
Objetiva
Art. 1.201 e parágrafo único
Posse com “Justo título”
BOA-FÉ OBJETIVA: art. 1.201, parágrafo único: O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Enunciado n. 302 das Jornadas de Direito Civil: Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do Código Civil. Ex.: compromisso de compra e venda, registrado ou não na matrícula do imóvel.
Enunciado n. 303: Considera-se justo título, para a presunção relativa da boa-fé do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse. Funcionalização do instituto da posse.
Quanto à boa-fé:
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
QUANTO À BOA-FÉ
Objetiva
Posse com “Justo título”
Possuidor de má-fé (art. 1.220):
Tem direito à indenização apenas pelas benfeitorias necessárias;
Não tem direito de retenção pelas benfeitorias necessárias;
Não pode levantar as benfeitorias voluptuárias;
Responde pelos frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por sua culpa, deixou de perceber (art. 1.216);
Responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante (art. 1.218);
O possuidor de má-fé nunca possuirá “justo título”, mas pode se defender de terceiros via ações possessórias.
Quanto à boa-fé:
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Posse com título: há causa representativa de transmissão da posse (ex.: documento escrito como contrato de locação, comodato, etc.). Não exige um documento necessariamente. A posse pode ser documentada ou não.
Posse sem título: não há causa representativa da posse (ex.: quem acha tesouro e se torna depositário das coisas preciosas (não há intenção desse depósito (negócio jurídico); tem natureza de ato-fato jurídico: não há vontade jurídica relevante de ser depositário, do depósito).
PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES:
POSSE
Quanto à presença de título (ou causa representativa):
Título, causa ou elemento criador da relação jurídicaPosse com título
Posse sem título
Há causa representativa da transmissão da posse
Não há causa representativa, aparente, do domínio fático
Quanto à presença de título (ou causa representativa):
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Título
Jus possessionis
Decorre exclusivamente da posse
Jus possidendis
Decorre da propriedade
Posse autônoma, sem título
(possideo quo possideo; posse natural)
Direito de posse fundado no “fato da posse” (aspecto externo)
Posse titulada (posse causal)
Posse civil ou jurídica
Há tradição ou registro
Direito de posse fundado na propriedade 
(conteúdo de direito real)
Quanto ao tempo:
Aspecto processual: art. 558 do nCPC: Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 562 do CPC: Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Tempo
Posse nova
Ação de força nova
Posse velha
Ação de força velha
Conta com menos de um ano e um dia (tem até 1 ano)
Conta com pelo menos um ano e um dia (tem 1 ano e 1 dia ou mais tempo)
Quanto aos efeitos:
POSSE – PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Efeitos
Posse 
ad interdicta
Posse 
ad usucapionem
Pode ser defendida por meio de ações possessórias diretas ou interditos possessórios. É a regra geral. Em geral, não conduz à usucapião.
Prolonga-se no tempo e permite a aquisição da propriedade pela usucapião. Olhos voltados para a usucapião (posse usucapível). Deve ser mansa, pacífica, duradoura, ininterrupta, exercida com intenção de dono (animus domini). Não atinge a posse precária: locação, comodato... 
Regra: justo título e boa-fé.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE:
FRUTOS, BENFEITORIAS, RESPONSABILIDADE E USUCAPIÃO
FRUTOS: bens acessórios que se destacam dos principais, sem diminuição de sua quantidade. Frutos ≠ Produtos. Os frutos decorrem, originam-se... Já as benfeitorias são introduzidas!
Produtos: se retirados, desfalcam a substância da coisa principal. Se retirados, há perda substancial da coisa possuída (ver artigos 95 e 1.232 do CC).
Frutos
Naturais
Industriais
Civis
Originam-se, decorrem da essência da coisa
Originam-se, decorrem da atividade humana
Originam-se de uma relação jurídica ou econômica de natureza privada (rendimentos): aluguel, juros, dividendos
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE:
FRUTOS, BENFEITORIAS, RESPONSABILIDADE E USUCAPIÃO
Frutos
Pendentes
Percebidos
Estantes
Percipiendos
Consumidos
Estão ligados à coisa principal
Foram colhidos e separados da coisa principal (art. 1.215). Os civis são percebidos dia por dia
Foram colhidos, separados e armazenados
Deveriam ter sido colhidos
Não existem mais (foram colhidos e consumidos)
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: FRUTOS
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉ
Art. 1.214
Há direito aos frutos percebidos (colhidos, separados, art. 1.215); ex.: locatário/comodatário tem direito de colher as frutas maduras.
Produtos: devem ser restituídos ou indenizados: veda ao possuidor, mesmo ao de boa-fé, o enriquecimento sem causa (arts. 884 e 885 do CC); princípio da reparação integral dos danos (neminem laedere, art. 944 do CC).
POSSE (possuidor) DE MÁ-FÉ
Art. 1.214, parágrafo único
Responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; (contudo,) tem direito às despesas da produção e custeio (art. 1.216). Veda ao possuidor ou dono legítimos o enriquecimento sem causa.
Cessada a boa-fé: os frutos pendentes devem ser restituídos ao legítimo possuidor, deduzidas as despesas da produção e custeio; 
Os frutos colhidos com antecipação também devem ser restituídos ao legítimo dono/possuidor.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE:
FRUTOS, BENFEITORIAS, RESPONSABILIDADE E USUCAPIÃO
BENFEITORIAS: São bens acessórios que conservam ou melhoram a utilidade e uso da coisa (ver art. 96). São introduzidas por quem não é proprietário/dono, ou seja, por quem não tem o domínio da coisa.
*Pertenças: coisas acessórias destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais, sem que destas sejam parte integrante (trator da fazenda e máquinas da fábrica). Unidas ao principal, formam com ele um todo, sendo desprovidas de existência material própria, embora mantenham sua identidade (a lâmpada de um lustre). Como regra, pertencem ao dono/proprietário, àquele que tem o domínio da coisa. Ver arts. 93 e 94.
Benfeitorias
Necessárias
Úteis
Voluptuárias
Conservam ou evitam a deterioração da coisa
Aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil
São para deleite; luxo. Tornam agradável o uso da coisa
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: BENFEITORIAS
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉ
Art. 1.219
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las*, quando o puder sem detrimento da coisa.
Direito de tolher (jus tollendi)
Ideia central: impedir o enriquecimento sem causa do legítimo dono/possuidor (arts. 884 e 885 do CC); princípio da reparação integral dos danos (neminem laedere, art. 944 do CC).
POSSE (possuidor) DE MÁ-FÉ
Art. 1.220
Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não pode levantar as voluptuárias.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 3º) São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Ideia central: A boa-fé objetiva do possuidor de má-fé em conservar a coisa ou evitar a sua deterioração deve prevalecer; evita o enriquecimento sem causa do legítimo dono/possuidor (arts. 884 e 885 do CC); princípio da reparação integral dos danos (neminem laedere, art. 944 do CC).
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: 
INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉ
Art. 1.222
O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
A indenização das benfeitorias é pelo valor atual.
POSSE (possuidor) DE MÁ-FÉ
Art. 1.222
O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo.
O reivindicante pode optar pelo valor atual ou o custo das benfeitorias.
Direito potestativo do proprietário.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: RETENÇÃO
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉ
Art. 1.219
Tem direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis (jus retentionis).
Ideia central: impedir o enriquecimento sem causa do legítimo dono/possuidor.
Direito de retenção por acessões: pode (ver enunciado 81 das Jornadas: O direito de retenção previsto no art. 1.219 do Código Civil, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões (construções e plantações) nas mesmas circunstâncias.). Ver STJ, Resp. 1.316.895.
POSSE (possuidor) DE MÁ-FÉ
Art. 1.220
Não há direito de retenção.
Acessões: incorporações (Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor).
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: 
RESPONSABILIDADES PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉArt. 1.217
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Possuidor responderá só se tiver agido com culpa (lato: culpa em sendido estrito ou dolo);
Havendo benfeitorias necessárias e danos: haverá compensação (art. 1.221).
Idem: art. 238 do CC.
POSSE (possuidor) DE MÁ-FÉ
Art. 1.218
O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
A responsabilidade independe de culpa, mesmo nas hipóteses de caso fortuito (evento imprevisível) ou força maior (evento previsível, mas inevitável).
Teoria do risco integral: ver art. 399 do CC.
TIPO DE POSSUIDOR
Boa-fé
Má-fé
FRUTOS
-Há direito aos frutos percebidos.
-Os produtos devem ser restituídos e indenizados.
-Deve restituir ou indenizar os percebidos, inclusive os por antecipação, e os que deixou de perceber por sua culpa.
-Os frutos pendentes devem ser restituídos.
-Há direito ao ressarcimento às despesas de produção e custeio.
BENFEITORIAS
-Possuidor deve ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis. Pode ser ressarcido pelas voluptuárias ou levantá-las, se não destruírem a coisa.
-Há direito de retenção, inclusive pelas acessões.
-Indeniza-se pelo valor atual.
-Deve ser indenizado apenas pelas benfeitorias necessárias. Não pode levantar as voluptuárias.
-Não há direito de retenção.
-Indeniza-se pelo valor atual ou pelo custo das benfeitorias (opção do reivindicante).
TIPO DE POSSUIDOR
Boa-fé
Má-fé
RESPONSABILIDADE PELA
PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA
-Responde apenas se tiver agido com culpa ou dolo.
-Há direito de compensação entre benfeitorias necessárias e danos (art. 1.221). Só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção as benfeitorias ainda existirem.
-Responde, mesmo sem culpa, pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais (caso fortuito ou força maior), salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
USUCAPIÃO
-USUCAPIÃO ORDINÁRIA.
-Opera em 10 anos se houver justo título. O prazo é reduzido para 5 anos se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro no CRI, e cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
-USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA.
-Posse por 15 anos, mesmo sem justo título e boa-fé.
-Posse por 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE
NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS (microssistema)
Lei n. 8.245/91 (Benfeitorias e Direito de Retenção)
POSSE (possuidor) DE BOA-FÉ nos contratos de locação de imóveis
Arts. 35 e 36 da Lei n. 8.245/91
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário (cláusula de renúncia), as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.
Benfeitorias necessárias: dispensam autorização do locador para serem indenizadas e permitem direito de retenção;
Benfeitorias úteis: necessitam de autorização do locador para serem indenizadas e permitem o direito de retenção (se autorizadas);
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.
Cláusula de renúncia: Enunciado n. 335 da Súmula do STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE
NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS
Lei n. 8.245/91 (Benfeitorias e Direito de Retenção)
POSSE (POSSUIDOR) DE BOA-FÉ nos contratos de LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
Arts. 35 e 36 da Lei n. 8.245/91
LOCAÇÃO
BENFEITORIAS
Cláusula de renúncia à indenização nos contratos de adesão
Pode haver 
CLÁUSULA DE RENÚNCIA nos contratos de adesão
(tese predominante)
- Arts. 35 da Lei n. 8.245/91;
- En. 335/STJ;
- Art. 2.036 do CC (veda aplicação do art. 565 e seguintes)
Não caberia cláusula de renúncia
(essa tese goza apenas de prestígio doutrinário)
- Art. 424 do CC (norma especial);
- Art. 423 do CC;
- Art. 51, XVI, do CDC;
- En. 433 das Jornadas/CJF;
- Teoria do Diálogo das Fontes.
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: 
Efeito da posse continuada: aquisição do domínio (propriedade)
Usucapião (prescrição aquisitiva) – regras iniciais
*Usucapio. Modo particular de adquirir o domínio, a propriedade pela posse continuada durante um certo lapso de tempo, com os requisitos estabelecidos em lei
USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS
(regras gerais)
Ordinária
Extraordinária
Especial rural
Especial urbana
Art. 1.242: 
10 anos
Art. 1.238: 
15 anos
Art. 1.239: 
5 anos
Art. 1.240: 
5 anos
Justo título e boa-fé
Até 50ha, produção e moradia
Até 250m² e moradia
Independe de justo título e boa-fé
De servidões
Art. 1.379 (polêmico)
EFEITOS JURÍDICOS MATERIAIS DA POSSE: 
Efeito da posse continuada: aquisição do domínio (propriedade)
Usucapião (prescrição aquisitiva) – regras iniciais
*REURB: instrumento jurídico de política urbana; conjunto de normas gerais e procedimentos que abrange medidas jurídicas, ambientais, urbanísticas e sociais, com vistas a tirar da informalidade determinados núcleos urbanos e seus ocupantes.
USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS
(regras gerais)
Indígena (rural): art. 33 da Lei n. 6.001/73
Coletiva: arts. 9º e 10 da Lei n. 10.257/2001 (Estatuto das Cidades)
Especial urbana por abandono do lar
10 anos
Menos de 50ha
Ser índio
Núcleos urbanos informais
Até ou + de 5 anos
até 250m² ou menos
Art. 1.240-A
2 anos + moradia
Posse com ex-cônjuge/companheiro
Administrativa
Minha Casa, Minha Vida
Lei 13.465/2017 (REURB*)
Lei 11.977/2009 (MCMV)
Neme si ipsi causam possessionis mutare potest.
Ninguém pode, por si, mudar a causa que fundamenta a posse.
Regra: Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Princípio da continuidade do caráter da posse. A posse mantém os mesmos atributos da sua aquisição. NÃO É REGRA ABSOLUTA. A violência e a clandestinidade não impedem a usucapião.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Princípio da continuidade do caráter da posse.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Enunciado 494 das Jornadas de Direito Civil: A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo da posse de seu antecessor não significa que, ao optar por nova contagem, estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior.
TRANSMISSÃO DA POSSE
TRANSMISSÃO DA POSSE
Princípio da continuidade do caráter da posse. A posse mantém os mesmos atributos da sua aquisição. NÃO É REGRA ABSOLUTA. Presunção relativa (juris tantum). A posse injusta pode passar a ser justa após ano e dia nos casos de violência e clandestinidade. Ver Enunciado 237: é possível a modificação do título da posse, inclusive no caso de posse precária (não há consenso).
Art. 1.209 – a posse do imóvel faz presumir a das coisas móveis (princípio da gravitação jurídica: acessorium sequitur principale). Presunção relativa.
Sucessão a título:
UNIVERSAL
(causa mortis, herança, legítima)
Há sucessão, continuidade da posse. A sucessão a título universal é imperativa.
SINGULAR
(causa mortis ou inter vivos)
Há união de posses, acessão (compra e venda, doação, legado). A sucessão a título singular, seja inter vivos, seja mortis causa, é facultativa. O uso da posse é uma faculdade.COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
Situação em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa (condomínio de posses);
Origina-se do contrato (inter vivos) ou da herança, ainda no curso do inventário, antes da partilha (mortis causa – princípio da saisine). Ex.: contrato: doação conjuntiva a dois donatários; composse da concubina que permaneceu ocupando imóvel após a morte do companheiro de longos anos.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Desafia autotutela (art. 1.210, § 1º, do CC) e ações possessórias por qualquer possuidor contra terceiros e mesmo contra compossuidores (ex.: herdeiro que deseja a composse do sítio: cabe ação de reintegração de posse).
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
O instituto guarda afinidade com o CONDOMÍNIO. Mas neste, há propriedade (compropriedade ou copropriedade). A mesma divisão será vista no condomínio.
Composse
Pro indiviso ou indivisível
Compossuidores têm fração ideal da posse. Não é possível determinar qual parte cabe a cada um. Irmãos que usam a mesma fazenda e dela colhem frutos.
Pro diviso ou divisível
Cada compossuidor sabe qual a sua parte (fração real da posse), que é determinável no plano fático e corpóreo. Cada possuidor só pode defender a sua fração real (área autônoma e indivisível).
PERDA DA POSSE
PERDA DA POSSE: quando se perde a exteriorização, aparência do domínio; quando o possuidor deixa de se comportar em relação a coisa como dono dela, quando se vê impedido de exercer os poderes inerentes ao domínio.
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. (Supressio e venire contra factum proprium nom potest).
PERDA DA POSSE
EXEMPLOS 
(rol exemplificativo, numerus apertus): ver art. 520 do CC/1916
Abandono (renúncia à posse, derrelicção);
Tradição (quando há intenção de transmissão a outrem – venda);
Perda ou destruição;
A coisa fica fora do comércio (coisa torna-se inaproveitável, sem poder ser usada, inconsuntibilidade jurídica, art. 86 do CC);
Pela posse de outrem se o possuidor não for reintegrado ou manutenido em tempo competente;
Pelo constituto possessório (aquisição e perda da posse ao mesmo tempo; vendedor perde a posse de dono, mas adquire a posse de locatário);
Perda da posse para o ausente: art. 1.224 do CC: Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
RECUPERAÇÃO DA POSSE
DE COISAS MÓVEIS E TÍTULOS AO PORTADOR
RECUPERAÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR: art. 259 do CPC – procedimento comum (ação de recuperação ou substituição de título ao portador);
RECUPERAÇÃO DE COISAS MÓVEIS: ação reivindicatória (CC, art. 1.228 e art. 1.268 do CC). 
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. 
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. Dá-se proeminência à boa-fé em detrimento do real proprietário.
§ 1º) Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
§ 2º) Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.
Estelionato ou apropriação indébita: terceiro de boa-fé: a vítima se despojou voluntariamente da coisa. Não há direito há reintegração. Cabe ação contra o autor dos crimes.

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