Buscar

Resumo de fisiologia endócrina- Tireoide

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Bárbara Behrens 20.1 
 
Tireoide: 
Eixo Endócrino TRH-TSH: 
• Os neurônios hipotalâmicos ( parvocelulares ) liberam o hormônio 
liberador de tireotrofina ( TRH ), um tripeptídeo estimulante, na 
eminência mediana, que estimula a secreção de um hormônio 
trófico específico, o hormônio estimulante da tireoide ( TSH ), um 
hormônio glicoproteico de 28 kDa, pela adeno-hipófise, o qual se 
liga ao receptor de TSH ( GPCR ligado a Gs ) e cuja glândula alvo 
específica é o epitélio da tireoide. 
• O TRH entra num plexo primário de capilares fenestrados e são 
transportados até um plexo secundário, localizado na parte distal, 
pelos vasos portais hipotálamo-hipofisários. No segundo plexo 
capilar, o TRH se liga ao receptor específico, promovendo a 
liberação do TSH pela adeno-hipófise. 
• Ao agir em glândulas periféricas específicas, os hormônios tróficos 
estimulam a liberação de hormônios periféricos ( no caso do TSH, é 
a Triiodotironina ), o qual age regulando vários aspectos da 
fisiologia humana e efetuando a retroalimentação negativa sobre a 
hipófise e o hipotálamo, inibindo a produção e a secreção de 
hormônios tróficos e hormônios de liberação, respectivamente. 
Tireotrofos: 
• Regulam a função da tireoide 
secretando o hormônio TSH ( 
tireotrofina ) como parte do 
eixo hipotálamo-hipófise-
tireoide. 
• TSH é um dos três hormônios 
glicoproteicos hipofisários, 
que também incluem FSH e LH. 
• TSH é um heterodímero composto por uma subunidade alfa, 
chamada subunidade de alfa-glicoproteína ( alfa-GSU ) e uma 
subunidade beta ( beta-TSH ). 
 
2 Bárbara Behrens 20.1 
➢ A alfa-GSU é comum a TSH, FSH e LH, enquanto a 
subunidade beta é específica para o hormônio TSH ( ou seja, 
beta-TSH, beta-FSH e beta-LH são todas específicas ). 
• A glicosilação das subunidades aumenta sua estabilidade na 
circulação e potencializa a afinidade e a especificidade dos 
hormônios por seus receptores. 
• As meias-vidas de TSH, FSH E LH ( e do beta- HCG ) são 
relativamente longas, variando de dezenas de minutos a várias 
horas. 
• TSH liga-se ao receptor ( PKA ) nas células de folículo da tireoide e 
estimula essencialmente todos os aspectos da função tireoidiana. 
• O TSH tem um efeito trófico potente e estimula a hipertrofia, 
hiperplasia e sobrevida das células epiteliais da tireoide. 
• Em regiões geográficas onde a disponibilidade de iodo é limitada ( 
o iodo é necessário para a síntese de hormônios tireoidianos ), os 
níveis de TSH estão elevados devido a uma redução da 
retroalimentação negativa. 
➢ Níveis elevados de TSH podem produzir um crescimento 
notável da tireoide, produzindo um aumento expressivo do 
tamanho da glândula, que se torna visível no pescoço, o 
denominado bócio. 
• O tireotrofo hipofisário é estimulado pelo hormônio liberador de 
tireotrofina ( TRH ), o qual é produzido por um subgrupo de 
neurônios hipotalâmicos parvocelulares, é um tripeptídeo com 
ciclização de uma glutamina em sua terminação N ( piro-Glu ) e uma 
terminação C amidada. 
• TRH é sintetizado como um pró-hormônio maior que contêm seis 
cópias de TRH em sua sequência e liga-se ao receptor de TRH ( PKC ) 
nos tireotrofos. 
• Nas células foliculares da tireoide, 
• Os neurônios de TRH são regulados por vários estímulos mediados 
no SNC e o TRH é liberado de acordo com um ritmo diurno ( mais 
alto durante as horas da noite para o dia e mais baixo por volta do 
horário do jantar ). 
• A secreção de TRH também é regulada pelo estresse, mas em 
contraste com o CRH, o estresse inibe a secreção do TRH ( estresse 
físico, inanição e infecção ). 
 
3 Bárbara Behrens 20.1 
• A triiodotironina ( T3 ) e a tiroxina ( T4 ) efetuam uma 
retroalimentação negativa tanto nos tireotrofos hipofisários 
quanto nos neurônios produtores de TRH. 
➢ Os hormônios tireoidianos reprimem a expressão de beta-
TSH e a sensibilidade dos tireotrofos hipofisários a TRH e ao 
mesmo tempo inibem a produção e a secreção de TRH pelos 
neurônios parvocelulares. 
 
Tireoide: 
• A glândula tireoide produz o pró-hormônio tetraiodotironina ( T4, 
também chamado tiroxina ) e o hormônio ativo triiodotironina ( T3 
). A síntese de T3 e T4 requer iodo, o que pode ser um fator 
limitante em algumas partes do mundo. 
 
4 Bárbara Behrens 20.1 
• O T3 também é gerado pela conversão periférica de T4 em T3 e o 
hormônio tireoidiano age principalmente por meio de um receptor 
nuclear que regula a transcrição gênica. 
• T3 é crítica para o desenvolvimento normal do encéfalo e dos ossos 
e tem amplos efeitos sobre o metabolismo e a função 
cardiovascular em adultos. 
Anatomia e Histologia da Glândula Tireoide: 
• Formada pelos lobos direito 
e esquerdo, que ficam 
situados 
anterolateralmente à 
traqueia. 
• A unidade funcional é o 
folículo tireoidiano, uma 
estrutura esférica que é 
cercada por uma única 
camada de células epiteliais 
da tireoide e a luz do 
folículo é preenchida com 
coloide, que é composto 
por tireoglobulina, a qual é 
secretada na luz e iodada 
pelas células epiteliais da tireoide, servindo como um arcabouço 
para a produção de hormônios tireoidianos. 
• No interior, há as células parafoliculares ou células C, fonte de 
calcitonina. 
Produção de hormônios tireoidianos: 
• Os produtos de secreção são as iodotironinas, uma classe de 
hormônios formados pelo acoplamento de duas moléculas de 
tirosina iodada. 
 
5 Bárbara Behrens 20.1 
• 90% da produção da tireoide consiste em 3,53,5-tetraiodotironina 
( tiroxina ou T4 ), a qual é um pró-hormônio. 
• Aproximadamente 10% consistem em 3,5,3-triiodotironina ( T3 ), 
que é a forma ativa do hormônio tireoidiano. 
• Menos de 1% é a T3 reversa ou rT3, que é inativa. 
• Normalmente, esses três produtos são secretados nas mesmas 
proporções em que são armazenados na glândula. 
• Uma vez que o principal hormônio é o T4, mas a forma ativa é o T3, 
há a necessidade da conversão periférica por meio da ação de 
desiodases específicas. 
➢ A maior parte da conversão de T4 em T3 pela desiodade tipo 
1 ( D1 ) ocorre nos tecidos com alto fluxo sanguíneo e rápida 
troca com plasma, como fígado e os rins. Esse processo 
supre T3 circulante basal para a captação por outros tecidos 
nos quais a geração local de T3 seja baixa ou ausente. 
➢ D1 também é expressa na tireoide ( onde T4 é abundante ) e 
tem uma afinidade relativamente baixa para T4. 
➢ Os níveis de D1 aumentam no hipertireoidismo e 
contribuem para a elevação dos níveis circulantes de T3. 
• O encéfalo mantém os níveis intracelulares constantes de T3 por 
meio de uma desiodase de alta afinidade ( desiodase tipo 2- D2 ), 
que é expressa nas células da glia do SNC. 
➢ D2 mantém as concentrações intracelulares de T3 mesmo 
quando T4 circulante cai para níveis baixos. 
➢ D2 também está presente nos tireotrofos hipofisários, 
atuando como “sensor do eixo tireoidiano”, que medeia a 
capacidade de retroalimentação de T4 circulante sobre a 
secreção de hormônio estimulante da tireoide ( TSH ). 
➢ A secreção de D2 está aumentada durante o 
hipotireoidismo, o que ajuda a manter os níveis constantes 
de T3 no encéfalo. 
• Também existe uma desiodade tipo 3 ( D3 ) inativadora, a qual é 
de alta-afinidade e converte T4 em rT3 inativa. 
• A desiodade tipo 3 aumenta durante o hipertireodismo, o que 
ajuda a amortecer a produção excessiva de T4. 
• Todas as formas de iodotironinas são desiodadas mais tarde em 
tironina não iodada. 
 
6 Bárbara Behrens 20.1 
Equilíbrio do Iodeto: 
• Há a necessidade mínima de 150 ug de 
iodeto para adultos por dia. 
• No estado de equilíbrio, quando há a 
ingestão de 400 ug de iodeto por pessoa, a 
mesma quantidade é excretada na urina. 
• O iodeto é concentrado na glândula tireoide, 
glândulas salivares, glândulas gástricas, 
glândulas lacrimais, glândulas mamárias e 
plexo corióideo. 
• Na tireoide, o teor total de iodeto 
corresponde a uma média de 7500 ug de 
iodeto, dos quaisquase a totalidade está na 
forma de iodotironina armazenada na 
tireoglobulina do coloide. 
• No estado de equilíbrio, 70 a 80 ug são 
liberados diariamente e a maioria na forma 
de hormônio tireoidiano e o restante como 
iodeto livre. 
• A grande quantidade armazenada protege contra uma deficiência 
de iodeto. 
• Quando a concentração de iodeto no soro diminui, ele é conservado 
por uma redução acentuada da excreção renal de iodeto. 
Visão geral da síntese de hormônios tireoidianos: 
• A síntese de hormônio tireoidiano requer dois precursores: iodeto e 
tireoglobulina. 
• O iodeto é transportado pelas células da face basal ( vascular ) para 
a face apical ( luminal folicular ) do epitélio da tireoide. 
• A tireoglobulina é sintetizada e secretada pela membrana apical 
para a luz folicular. 
• Portanto, a síntese envolve um movimento de basal para apical 
desses precursores na luz folicular. 
 
7 Bárbara Behrens 20.1 
• A síntese real de iodotironinas ocorre por via enzimática no interior 
da luz folicular, perto da membrana apical das células epiteliais. 
• A secreção do hormônio tireoidiano envolve a endocitose da 
tireoglobulina iodada e o movimento de apical para basal das 
vesículas endocíticas, que se fundem aos lisossomos. 
• A tireoglobulina é degradada enzimaticamente pelas enzimas 
lisossomais, resultando na liberação de hormônios da tireoide do 
arcabouço da tireoglobulina. 
• Por fim, os hormônios tireoidianos se movem pela membrana 
basolateral, provavelmente por meio de um transportador 
específico ( MCT8 ) e, por fim, para o sangue. 
• Desse modo, a secreção envolve um movimento de apical para 
basal. 
• A via se dá através da ligação dos hormônios TSH, LH e FSH a seus 
receptores ( TSHR, LHR e FSHR ). Quando essa ligação ocorre, há a 
ativação de uma molécula sinal intracelular, que se liga à proteína 
Gs e à proteína Gq. Quando se liga à proteína Gs ( na subunidade 
alfa ), há a ativação da adenilil ciclase, que promove a ligação do 
GTP ao AMP cíclico. Essa ligação ativa a PKA, que age na regulação 
de iodo, síntese de NIS, TG e TSHR ( receptores ), reabsorção do 
coloide , secreção de T3/T4 e proliferação celular. No caso da 
ligação à proteína Gq ( na subunidade alfa ), essa ligação ativa a 
fosfolipase C, que quebra o PIP2 em IP3 e diacilglicerol, o qual 
 
8 Bárbara Behrens 20.1 
ativa a PKC. A PKC age na geração do H2O2 ( agente oxidante da 
oxidação do iodeto ) e efluxo de iodo. 
Síntese de iodotironinas em um arcabouço de 
tireoglobulina: 
• O iodeto é transportado ativamente para a glândula contra 
gradientes químicos e elétricos por um simporter de sódio-iodeto ( 
NIS ) localizado na membrana basolateral das células epiteliais da 
tireoide. 
• NIS é altamente expresso na glândula tireoide, mas também é 
expresso em níveis mais baixos na placenta, glândulas salivares e 
mamas em lactação ativa. 
• Um íon de iodeto é transportado por um movimento ascendente 
contra um gradiente de iodeto, enquanto dois íons de sódio 
movem-se para baixo em seu gradiente eletroquímico do líquido 
extracelular para a célula da tireoide. 
• A força determinante para este transportador ativo secundário é 
fornecida pela sódio-potássio-ATPase na membrana plasmática. 
• A expressão do gene NIS é inibida pelo iodeto e estimulada por TSH. 
• Após entrar na glândula, o iodeto move-se rapidamente para a 
membrana plasmática apical das células epiteliais e dali, é 
transportado para a luz dos folículos por um transportador de 
iodeto/cloreto independente de sódio chamado pendrina. 
• O iodeto é imediatamente oxidado e incorporado em resíduos de 
tirosina no interior da tireoglobulina. 
➢ Uma iodação única fornece uma monoiodotirosina ( MIT ) e 
uma segunda iodação do mesmo resíduo produz 
diiodotirosina ( DIT ). 
➢ Após a iodação, duas moléculas de DIT são acopladas para 
formar T4. 
➢ Uma MIT e uma DIT são acopladas para formar T3. 
➢ O acoplamento ocorre entre tirosinas iodadas, que 
continuam fazendo parte da estrutura primária da 
tireoglobulina. 
 
9 Bárbara Behrens 20.1 
➢ Toda a sequência de reações é catalisada pela tireoide 
peroxidase ( TPO ), um complexo enzimático que se espalha 
pela membrana apical. 
➢ O oxidante imediato ( aceptor de elétrons ) para a reação é o 
peroxido de hidrogênio ( H2O2 ). 
• Quando a disponibilidade de iodeto é restrita, a formação de T3 é 
favorecida. Uma vez que o T3 é três vezes mais potente que o T4, 
essa resposta fornece mais hormônio ativo por molécula de iodeto 
organificado. 
• A proporção de T3 também aumenta quando a glândula tireoide é 
hiperestimulada por TSH ou outros ativadores. 
Secreção de hormônios tireoidianos: 
• Quando a tireoglobulina é iodada, ela é armazenada na luz do 
folículo como coloide. 
• A liberação de T4 e T3 na corrente sanguínea é iniciada por 
endocitose da forma coloide a partir da luz folicular pelos 
processos de macro e micropinocitose. 
• As vesículas endocitóticas fundem-se então com lisossomos e a 
tireoglobulina é degradada. 
• As moléculas de MIT e DIT, que também são liberadas durante a 
proteólise da tireoglobulina, são rapidamente desiodadas no 
interior da célula folicular pela enzima iodotirosina desiodase. 
➢ Essa enzima é específica para MIT e DIT e não consegue 
utilizar T4 e T3 como substrato. 
➢ O iodeto é então reciclado na síntese de T4 e T3. 
➢ Os aminoácidos derivados da clivagem da tireoglobulina 
podem ser utilizados para síntese proteica. 
• T4 e T3 liberadas enzimaticamente são transportadas pelo lado 
basal da célula e entram no sangue. 
Transporte e metabolismo dos hormônios 
tireoidianos: 
 
10 Bárbara Behrens 20.1 
• T4 e T3 secretadas circulam na corrente sanguínea ligadas de 
modo quase completo a proteínas. 
• Normalmente, apenas 0,03% de T4 plasmática total e 0,3% de T3 
plasmática total existem na forma livre. 
• T3 livre é biologicamente ativa e medeia os efeitos do hormônio 
tireoidiano sobre os tecidos periféricos, além de exercer uma 
retroalimentação negativa sobre a hipófise e o hipotálamo. 
• A principal proteína de ligação é a globulina de ligação a tiroxina ( 
TBG ), que é sintetizada no fígado e liga-se a uma molécula de T4 ou 
T3. 
• Aproximadamente 70% de T4 e T3 circulantes são ligados a TBG. 
• 10% a 15% são ligados a outra proteína 
de ligação tireoidiana específica chamada 
transtirretina ( TTR ). 
• A albumina também se liga a T3 e T4 e 
uma pequena porção de lipoproteínas se 
ligam. 
• Em condições normais, apenas alterações 
na concentração de TBG alteram de 
modo significante os níveis plasmáticos 
totais de T4 ou T3. 
• As funções da TBG: 
➢ Mantém um grande reservatório circulante de T4, capaz de 
tamponar qualquer alteração aguda da função da glândula 
tireoide. 
➢ A ligação de T4 e T3 plasmáticas a proteínas previne a perda 
destas moléculas hormonais relativamente pequenas na 
urina e como consequência ajuda a conservar o iodeto. 
• TTR transporta T4 no líquido cefalorraquidiano e fornece 
hormônios tireoidianos ao SNC. 
❖ OBS: Os hormônios tireoidianos circulantes retroalimentam a hipófise 
para diminuir a secreção de TSH, principalmente pela repressão da 
expressão gênica da subunidade TSH-β. A hipófise expressa D2 de alta 
afinidade, que converte T4 que entra nestas células em T3. Portanto, a 
retroalimentação nos tireotrofos, mediada por T3 intracelular, 
representa uma medida integrada de T4 e T3 livres circulantes. Os 
hormônios da tireoide também retroalimentam os neurônios 
 
11 Bárbara Behrens 20.1 
hipotalâmicos que secretam o hormônio liberador de tireotrofina (TRH). 
Nesses neurônios, T3 inibe a expressão do gene de pré-pró-TRH. 
Regulação da função da tireoide: 
• O regulador mais importante da função e do crescimento da 
glândula tireoide é o eixo do hormônio liberador da tireoide-
hormônio estimulante da tireoide. 
• TSH estimula todos os aspectos da função tireoidiana. 
• TSH tem açõesimediatas, intermediárias e de longo prazo sobre o 
epitélio da tireoide. 
• As ações rápidas de TSH incluem a pinocitose de gotículas de 
coloide no citoplasma, que representam tireoglobulina no interior 
de vesículas endocíticas. 
• TSH estimula a proteólise de tireoglobulina e a liberação de T4 e 
T3 da glândula. 
• A captação de iodeto e a atividade de TPO aumentam. 
• TSH também estimula a entrada de glicose na via de shunt da 
hexose monofosfato, que gera dinucleotídeo de nicotinamida 
adenina fosfato reduzido ( NADPH ) necessário para a reação de 
peroxidase. 
• Os efeitos intermediários de TSH sobre a glândula tireoide ocorrem 
após horas a dias e envolvem a síntese e a expressão de proteínas 
de numerosos genes, incluindo aqueles que codificam NIS, 
tireoglobulina e TPO. 
• O estímulo mantido de TSH provoca efeitos em longo prazo de 
hipertrofia e hiperplasia das células foliculares. 
• Os capilares proliferam e o fluxo sanguíneo na tireoide aumenta. 
Essas ações, que constituem a base dos efeitos promotores do 
crescimento de TSH sobre a glândula, são favorecidas pela produção 
local de fatores de crescimento. 
• Um aumento perceptível da glândula tireoide é chamado de bócio. 
Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos: 
 
12 Bárbara Behrens 20.1 
• Atuam essencialmente em todas as células e tecidos, e 
desequilíbrios da função da tireoide constituem algumas doenças 
endócrinas mais comuns. 
❖ OBS: A doença de Graves é a forma mais comum de 
hipertireoidismo e é um distúrbio autoimune no qual são 
produzidos autoanticorpos ativadores contra o receptor de 
TSH, os quais estimulam uma produção de hormônios 
tireoidianos. É muitas vezes acompanhado de bócio difuso, 
resultante da hiperplasia e hipertrofia da glândula. O estado 
clínico primário é a tireotoxicose- o estado de excesso de 
hormônio tireoidiano no sangue e tecidos. Nela, há elevação 
dos níveis séricos de T4 e T3 livres e totais e o TSH é baixo, 
pois há o feedback negativo do T3 e T4. 
Efeitos cardiovasculares: 
• T3 aumenta o débito cardíaco, garantido o fornecimento de O2 
suficiente para os tecidos e a frequência cardíaca e o volume 
sistólico em repouso estão aumentados. 
• A velocidade e a força das contrações miocárdicas estão 
aumentadas ( efeitos cronotrópicos e inotrópicos positivos, 
respectivamente ) e o tempo de relaxamento diastólico está 
encurtado ( efeito lusitrópico positivo ). 
• A pressão arterial sistólica está aumentada modestamente e a 
diastólica, diminuída. 
• A pressão de pulso ampliada resultante reflete os efeitos 
combinados do aumento do volume sistólico e redução da 
resistência vascular sistêmica secundária à dilatação dos vasos 
sanguíneos na pele, músculos e coração. Esses efeitos são 
decorrentes, em parte, do aumento da produção tissular de calor e 
CO2 induzido pelo hormônio tireoidiano. 
• Além disso, porém, o hormônio tireoidiano diminui a resistência 
sistêmica ao dilatar as arteríolas na circulação periférica. 
 
13 Bárbara Behrens 20.1 
• O volume sanguíneo total aumenta pela 
ativação do eixo renina-angiotensina-
aldosterona consequentemente 
aumentando a reabsorção de sódio nos 
túbulos renais. 
• Os efeitos cardíacos inotrópicos de T3 
são diretos e indiretos. 
➢ Os indiretos são decorrentes 
principalmente da maior 
sensibilidade a catecolaminas. 
➢ Os diretos envolvem a regulação de múltiplas proteínas que 
aumentam a contratibilidade, incluindo um aumento da 
expressão da cadeia pesada de alfa-miosina e a inibição do 
trocador de Na/Ca na MP. 
➢ A Ca-ATPase de retículo sarcoplasmático ( SERCA ) é 
aumentada por T3, enquanto fosfolambam é diminuída. 
Como resultado, o sequestro de cálcio durante a diástole 
aumenta e o tempo de relaxamento é encurtado. Um 
aumento dos canais de rianodina Ca do retículo 
sarcoplasmático promove a liberação de Ca do retículo 
sarcoplasmático durante a sístole. 
❖ OBS: Níveis de hormônio tireoidiano na faixa normal são 
necessários para um desempenho cardíaco ótimo. Uma 
deficiência do hormônio tireoidiano em humanos reduz o 
volume sistólico, a fração de ejeção do VE, o débito cardíaco 
e a eficiência da função cardíaca. 
❖ OBS: O excesso de hormônio tireoidiano potencializa o débito 
cardíaco ao aumentar tanto a frequência cardíaca quanto o 
volume sistólico. 
❖ OBS: A pressão de pulso é alargada pelo aumento da 
pressão sistólica e diminuição da pressão diastólica em 
decorrência da diminuição da resistência vascular sistêmica 
e a tireotoxicose está associada a palpitações, fibrilação 
atrial e prolapso da valva mitral. 
 
14 Bárbara Behrens 20.1 
Efeitos sobre a taxa metabólica basal e 
termogênese: 
• O maior uso de O2 em última análise depende de um maior 
suprimento de substratos para oxidação. 
• T3 aumenta a absorção de glicose no trato gastrointestinal e 
aumenta o metabolismo de glicose ( captação, oxidação e síntese 
de glicose ). 
• No tecido adiposo, induz enzimas para a síntese de ácidos graxos ( 
carboxilase de acetil- CoA e sintase de ácido graxo ) e aumenta a 
lipólise por meio do aumento de receptores beta-adrenérgicos. 
Portanto, o metabolismo lipídico está aumentado. 
• O metabolismo proteico ( liberação de aminoácidos musculares, 
degradação de proteínas e síntese proteica e formação de ureia ) 
estão aumentados. 
• T3 potencializa os efeitos estimulantes da adrenalina, 
noradrenalina, glucagon, cortisol e GH sobre a gliconeogênese, 
lipólise, cetogênese e a proteólise do pool de proteínas lábeis. 
• Os hormônios tireoidianos estimulam a termogênese, afetando a 
utilização de ATP e a eficiência da síntese de ATP. 
➢ A utilização de ATP é aumentada pela suprarregulação de 
vários processos dependentes de energia, incluindo Na, K-
ATPase, e SERCA nos músculos esqueléticos, onde utilizam 
ATP e geram calor. 
➢ A proteína desacopladora 1 ( UCP1 )- termogina – é 
expressada pela gordura marrom e promove a dissipação do 
gradiente de prótons na membrana mitocondrial interna 
como calor. Além disso, a UCP1 é regulada pelo hormônio 
tireoidiano e a gordura marrom expressa D2, fornecendo a 
conversão intracelular de T4 em T3. 
➢ O hipertireoidismo é acompanhado por intolerância ao 
calor, enquanto o hipotireoidismo é acompanhado por 
intolerância ao frio. 
Efeitos respiratórios: 
 
15 Bárbara Behrens 20.1 
• O hormônio tireoidiano estimula a utilização de O2 e aumenta seu 
fornecimento. 
• T3 aumenta a frequência respiratória em repouso, o volume-
minuto e a resposta ventilatória à hipercapnia e hipóxia, o que 
mantém uma P02 arterial normal quando a utilização de O2 está 
aumentada e uma PCO2 normal quando a produção de CO2 está 
aumentada. 
• O hematócrito também aumenta discretamente para ampliar a 
capacidade de transporte de O2, o que resulta da estimulação da 
produção de eritropoetina nos rins. 
Efeitos nos músculos esqueléticos: 
• A função normal requer quantidades ideias de hormônio 
tireoidiano, o que está relacionada à regulação da produção e 
armazenamento de energia. 
• A glicólise e a glicogenólise aumentam, enquanto o glicogênio e a 
creatinina fosfato diminuem pelo excesso de hormônio tireoidiano. 
Efeitos sobre o Sistema Nervoso Autônomo e a ação 
de catecolaminas: 
• Os hormônios tireoidianos são sinérgicos com catecolaminas para 
aumentar a taxa metabólica, a produção de calor, a frequência 
cardíaca, a atividade motora e a excitação do SNC. 
• T3 pode potencializar a atividade do sistema nervoso simpático por 
meio de um aumento do número de receptores beta-adrenérgicos 
nos músculos cardíacos e pela geração de segundos mensageiros 
intracelulares como AMPc. 
Efeitos sobre o crescimento e a maturação: 
• Promove o crescimento e a maturação. 
 
16 Bárbara Behrens 20.1 
• É importante para o desenvolvimento neurológico normal e 
formação óssea adequada no feto. 
Efeitos sobre os ossos, tecidos duros e derme: 
• Promove ossificação endocondral, crescimentoósseo linear e 
maturação dos centros epifisários. 
• T3 aumenta a maturação e a atividade de condrócitos na placa de 
crescimento cartilaginosa. 
• T3 favorece as ações de GH, IGF-I e fatores de crescimento. 
Efeitos sobre o sistema nervoso: 
• Regula o momento e o ritmo do desenvolvimento do SNC. 
• Uma deficiência do hormônio tireoidiano no útero e no início da 
infância inibe o crescimento do córtex cerebral e cerebelar, a 
proliferação de axônios e a ramificação de dendritos, a 
sinaptogênese, a mielinização e a migração celular. 
Efeitos sobre os órgãos reprodutores e as glândulas 
endócrinas: 
• Em homens e mulheres, tem um papel permissivo importante na 
regulação reprodutora. 
• O ciclo ovariano normal de desenvolvimento folicular, maturação e 
ovulação, o processo testicular homólogo da espermatogênese e a 
manutenção do estado gestacional saudável são todos perturbados 
por desvios importantes dos níveos de hormônio tireoidiano em 
relação à faixa normal. 
 
17 Bárbara Behrens 20.1 
❖ OBS: O hipotireoidismo refere-se à 
produção insuficiente de hormônios da 
tireoide e pode ocorrer como doença 
endócrina primária, secundária ou 
terciária. No hipotireoidismo primário, os 
níveis de T4 e T3 estão anormalmente 
baixos e TSH é alto. No hipotireoidismo 
secundário e terciário, os dois hormônios 
tireoidianos e TSH são baixos. A resposta 
de níveis de TSH ao TRH sintético pode 
ser usada para diferenciar a doença 
hipofisária da hipotalâmica. 
❖ OBS: A causa mais comum do hipotireoidismo em crianças no 
mundo todo é a deficiência de iodo. 
❖ OBS: O hipotireoidismo em adultos que não tenham deficiência de 
iodeto na maioria das vezes é o resultado de outro distúrbio 
autoimune conhecido como doença de Hashimoto (anteriormente 
chamada de tireoidite linfocítica). Em contraste com o efeito 
estimulante dos autoanticorpos observados na doença de Graves, 
os autoanticorpos contra tireoide na doença de Hashimoto (contra 
TPO, tireoglobulina ou receptor de TSH) causam apoptose das 
células da tireoide e destruição dos folículos da tireoide. 
 
 
 
T3 tem mais afinidade por receptor e T4 por proteínas. 
Hormônios tireoidianos promovem anabolismo e catabolismo. 
O pré é um sinal, que sinaliza a necessidade de clivagem do pró-
hormônio no retículo endoplasmático rugoso, onde vai ser formado 
a proteína ativa ( hormônio ) e há o rearranjo também. 
 
Receptor de insulina é do tipo tirosina-quinase, tipo fator de 
crescimento, sendo composto por um proteína heterotetramérica, a 
qual é formada por duas subunidades alfa e duas subunidades beta. 
A ligação da insulina à subunidade alfa, que ocorre no meio 
extracelular, permite que as subunidades beta adquiram atividade 
quinase, o que leva a uma alteração conformacional e 
autofosforilação, aumentando a atividade quinase do receptor 
 
18 Bárbara Behrens 20.1

Continue navegando