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Desigualdades étnico-raciais

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Desigualdades étnico-raciais
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem trabalharemos com o tema das desigualdades étnico-raciais do 
olhar da Sociologia. Travaremos uma discussão sobre discriminação, preconceito e racismo, do 
ponto de vista das teorias sociológicas e questões contemporâneas, como ações afirmativas. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Perceber a desigualdade simbólica através de preconceito e discriminação racial.•
Reconhecer o fator biológico e o fator social na construção do conceito de raça.•
Identificar diferentes formas de ações afirmativas e suas justificativas.•
DESAFIO
Para responder a este desafio você deve se posicionar sobre o conceito de raça como uma 
categoria biológica ou social e quais as implicações disso para a forma do racismo. 
Já há muitos anos que os cientistas têm como certo que negro e branco não podem ser chamados 
de raças, no conceito biológico. Para os fins científicos, a espécie humana não tem divisão em 
raças, mas diferentes variações genéticas. Por isso, muitos defendem que o conceito de raça e 
etnia devem ser deixados. Por outro lado, sociólogos e antropólogos argumentam que os 
conceitos de raça e de etnia ainda têm razão de ser, pois, se não existem biologicamente, ao 
menos socialmente ainda têm efeito. Como argumento, os sociólogos afirmam que o racismo e a 
discriminação segundo a cor, raça ou etnia são formas que demonstram a existência desses 
conceitos. Especificamente no Brasil, no entanto, existem pessoas que afirmam ser impossível 
dividir a população em raças, pois são todos miscigenados, do ponto de vista genético e também 
na aparência. Dizem ainda que o mestiço não é discriminado pois tem o seu espaço, e que não 
há nenhum negro puro no Brasil. Segundo alguns autores, nos EUA as relações raciais não têm 
meio termo: quem é moreno claro é considerado negro, para todos os efeitos.
Dado isso, responda às seguintes questões: 
- Raça é um conceito social ou biológico? Como determinar o racismo no Brasil, se aqui, 
diferentemente dos EUA, não se tem um embasamento que seja fator de desigualação?
Orientação de resposta: 
- Discutir raça e etnia como conceitos biológicos e sociais (culturais). 
- Passar pelos conceitos de racismo de origem e de marca no contexto brasileiro.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir apresenta os dados do IDH por raça no Brasil, no ano de 2013. Veja:
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A visão do racismo das perspectivas sociológicas do Funcionalismo, Interacionismo e do 
Conflito são substanciais na percepção da discriminação em todos os seus aspectos. Enquanto 
fenômeno social, o racismo pode desempenhar uma função, pode ser sinal de um conflito ou ser 
simbólico nas relações cotidianas.
Leia o trecho selecionado da obra Sociologia, de Richard T. Schaefer, que serve de base para a 
nossa unidade de aprendizagem, do tópico "Estudando raça e etnia", passando pelos tópicos das 
perspectivas funcionalista, do conflito e interacionista.
Boa leitura.
SOCIOLOGIA
RICHARD T. SCHAEFER
6a EDIÇÃO
6a 
EDIÇÃO
As aulas de Sociologia, consideradas pelo autor deste livro “o laboratório ideal onde pode-
mos estudar nossa própria sociedade e as dos nossos vizinhos globais”, permitem ao aluno 
desenvolver o pensamento crítico, tornando-o capaz de aplicar as teorias e os conceitos 
sociológicos para avaliar as interações e as instituições humanas e, assim, encontrar expli-
cações sociológicas para os diversos fenômenos que permeiam as relações sociais. 
O aluno inicia estudando o que é Sociologia e o seu objeto de pesquisa para depois entrar em 
contato com temas de interesse imediato e, em sua maior parte, com temas mais abrangentes, que 
lhe permitirão desenvolver o pensamento crítico e a imaginação sociológica. As seções “Use a 
Sua Imaginação Sociológica” e “Pense Nisto”, por exemplo, dão suporte à proposta do autor.
Sociologia aborda temas que vão da educação bilíngüe à existência da escravidão em pleno 
século XXI, incluindo o estudo da imigração, da situação dos moradores de rua, da superpo-
pulação, do processo do envelhecimento das pessoas nas diferentes culturas, até problemas 
mais recentes como os ataques de 11 de setembro de 2001 e suas conseqüências sociais 
– como as pessoas passaram a lidar com a situação depois desse acontecimento e, em espe-
cial, como elas reagem diante das minorias.
Aplicações
Livro-texto para a disciplina Introdução à Sociologia dos cursos de graduação em Socio-
logia, Filosofia, Psicologia, Pedagogia, Administração de Empresas, Economia, História, 
Engenharia, entre outros, bem como dos cursos de pós-graduação (MBA e lato sensu) destas 
mesmas áreas, especialmente de Administração de Empresas.
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Sociologia
www.grupoa.com.br
Sociologia Schaefer.indd 1 24/10/13 09:53
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
S294s Schaefer, Richard T.
 Sociologia [recurso eletrônico] / Richard T. Schaefer ;
 tradução: Eliane Kanner, Maria Helena Ramos Bononi ;
 revisão técnica: Noêmia Lazzareschi, Sérgio José Schirato. –
 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014.
 Publicado também como livro impresso em 2006.
 ISBN 978-85-8055-316-1
 1. Sociologia. I. Título. 
CDU 316
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
Índice para catálogo sistemático:
1. Sociologia 301
Iniciais_eletronica.indd 2 23/10/13 15:15
250 Capítulo 10
missários de bordo e mesmo homens armados da Guarda 
Nacional estacionados nos aeroportos não precisavam 
ser cidadãos. Agora estão se desenvolvendo esforços para 
testar a constitucionalidade da lei. O debate sobre a sua 
justiça, pelo menos, mostra que mesmo medidas judiciais 
com boas intenções podem ter conseqüências desastrosas 
para as minorias raciais e étnicas (H. Weinstein, 2002).
Em alguns casos, mesmo padrões institucionais os-
tensivamente neutros podem levar a efeitos discrimina-
tórios. Estudantes afro-americanos em uma universidade 
estadual do meio-oeste protestaram contra uma política 
sob a qual as fraternidades e irmandades que desejassem 
usar as instalações do campus para um baile deveriam 
fazer um depósito de segurança de US$ 150 para cobrir 
possíveis danos. Os estudantes negros reclamaram que a 
política tinha um impacto discriminatório sobre as orga-
nizações de estudantes de minorias. A polícia do campus 
esperava que a política da universidade se aplicasse a 
todos os grupos de estudantes interessados em usar as 
instalações. Entretanto, como a esmagadora maioria das 
fraternidades e irmandades de brancos na escola tinha 
suas próprias casas, que usavam para seus bailes, a po-
lítica na verdade afetava apenas os afro-americanos e 
outras organizações de minorias.
Já ocorreram tentativas para erradicar ou compensar 
a discriminação nos Estados Unidos. A década de 1960 
assistiu à aprovação de muitas leis pioneiras dos direitos 
civis, inclusive o seu marco, o Civil Rights Act (Lei dos 
Direitos Civis) de 1964 (que proibia a discriminação nas 
instalações públicas e instalações de propriedade pública 
por raça, cor, credo, origem nacional e sexo). Em duas 
decisões importantes de 1987, a Corte Suprema esta-
beleceu que as proibições federais 
contra a discriminação racial pro-
tegem os membros de todas as mi-
norias étnicas, inclusive hispânicos, 
judeus e árabes norte-americanos 
– mesmo que possam ser conside-
rados brancos.
Por mais de 40 anos, programas 
de ação afirmativa foram instituí-
dos para superar a discriminação 
do passado. A ação afirmativa se 
refere aos esforços positivos para 
recrutar membros de grupos de mi-
norias ou mulheres para empregos, 
promoções e oportunidades educa-
cionais. Muitas pessoas não gostam 
desses programas por considerarem 
que, ao protegermos a causa de um 
grupo, apenas transferimos a discri-
minação para outro grupo. Dando 
prioridade aos afro-americanos naadmissão em escolas, por exemplo, 
acaba-se por eliminar candidatos 
brancos mais qualificados. Em muitas partes do país e 
em muitos setores da economia, a ação afirmativa está 
sendo retirada, mesmo quando já totalmente implantada. 
A seção de política social no Capítulo 14 discute a ação 
afirmativa em mais detalhes.
As práticas discriminatórias continuam a permear 
quase todas as áreas da vida nos Estados Unidos. Em 
parte, isso ocorre porque vários indivíduos e grupos na 
verdade se beneficiam da discriminação racial e étnica 
em termos de dinheiro, status e influência. A discrimina-
ção permite que os membros da maioria aumentem sua 
riqueza, seu poder e prestígio à custa de outros. Pessoas 
menos qualificadas obtêm empregos e promoções sim-
plesmente porque pertencem a um grupo dominante. 
Tais indivíduos e grupos não vão desistir dessas vanta-
gens com facilidade. Vamos agora examinar a análise 
funcionalista e as perspectivas do conflito e interacionista 
sobre raça e etnia.
estudando raÇa e etnia
As relações entre os grupos raciais e étnicos prestam-se 
para análise usando-se as três maiores perspectivas socio-
lógicas. Vendo a raça do âmbito macro, os funcionalistas 
observam que o preconceito e a discriminação racial têm 
funções positivas para os grupos dominantes. Os teóricos 
do conflito vêem a estrutura econômica como um fator 
central na exploração das minorias. Em âmbito micro, os 
pesquisadores interacionistas enfatizam a maneira como 
o contato diário entre as pessoas de diferentes raças e et-
nias contribui para a tolerância ou para a hostilidade.
Antes da aprovação da Lei dos Direitos Civis (1964), a segregação das 
instalações públicas era a norma em todo o sul dos Estados Unidos. Os 
brancos usavam os banheiros, salas de espera e mesmo bebedouros mais 
modernos, enquanto os negros (“de cor”) deviam usar as instalações mais 
antigas em condição inferior. Tais arranjos separados, mas desiguais, eram 
um exemplo flagrante de discriminação institucional.
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Desigualdade Étnica e Racial 251
Perspectiva Funcionalista
Que utilidade pode ter o preconceito? Os teóricos funcio-
nalistas apontam que o preconceito atende a funções po-
sitivas para os que praticam a discriminação, embora con-
cordem que a hostilidade racial não deve ser admirada.
O antropólogo Manning Nash (1962) identificou três 
funções das crenças de preconceito racial para o grupo 
dominante:
1. As opiniões racistas fornecem uma justificativa 
moral para a manutenção de uma sociedade de-
sigual que rotineiramente nega aos grupos de 
minorias seus direitos e privilégios. Os brancos 
do sul justificavam a escravidão afirmando que os 
africanos eram física e espiritualmente subumanos, 
e portanto não tinham alma (Hoebel, 1949).
2. As crenças racistas desencorajam as minorias su-
bordinadas a tentar questionar o seu status mais 
baixo, o que colocaria em cheque as próprias bases 
da sociedade.
3. Mitos raciais sugerem que qualquer mudança 
importante na sociedade (como o final da discri-
minação) traria ainda mais pobreza para a minoria 
e abaixaria o padrão de vida da maioria. Como 
resultado, sugere Nash, o preconceito racial cresce 
quando o sistema de valores da sociedade é amea-
çado (no caso de um sistema subjacente do im-
pério colonial, ou que perpetue a escravidão, por 
exemplo).
Embora o preconceito e a discriminação racial pos-
sam servir aos interesses dos poderosos, o tratamento 
desigual também pode ser disfuncional para uma so-
ciedade e mesmo para o grupo dominante. O sociólogo 
Arnold Rose (1951) definiu quatro disfunções associadas 
ao racismo:
1. Uma sociedade que pratica a discriminação não 
usa os recursos de todos os indivíduos. A discrimi-
nação limita a busca por talentos e liderança para 
o grupo dominante.
2. A discriminação agrava os problemas sociais, 
como a pobreza, a delinqüência e o crime, e coloca 
uma carga financeira sobre o grupo dominante 
para aliviar esses problemas.
3. A sociedade precisa investir um bom tempo e di-
nheiro para defender suas barreiras à participação 
plena de todos os membros.
4. O preconceito e a discriminação racial com fre-
qüência minam a boa vontade e as relações diplo-
máticas amigáveis entre as nações.
Perspectiva do Conflito
Os teóricos do conflito certamente concordariam com Ar-
nold Rose que o preconceito e a discriminação racial têm 
muitas conseqüências danosas para a sociedade. Sociólo-
gos, como Oliver Cox (1948), Robert Blauner (1972) e Her-
bert M. Hunter (2000), usaram a teoria da exploração (ou 
teoria marxista das classes) para explicar a base da subordi-
nação racial nos Estados Unidos. Como vimos no Capítulo 
9, Karl Marx considerava a exploração da classe proletária 
uma parte básica do sistema econômico do capitalismo. 
Do ponto de vista marxista, o racismo mantém as minorias 
nos empregos que pagam pouco e, assim, fornecem à classe 
capitalista dominante um pool de mão-de-obra barata. 
Além disso, forçando as minorias raciais a aceitar salários 
baixos, os capitalistas podem restringir os salários de todos 
os membros do proletariado. Os trabalhadores do grupo 
dominante que exigem salários mais altos podem sempre 
ser substituídos pelas minorias que não têm escolha e têm 
de aceitar os empregos com salários baixos.
A visão do conflito das relações das raças parece per-
suasiva em diversos aspectos. Os japoneses norte-ameri-
canos sofreram pouco preconceito até que começaram a 
obter empregos que os colocaram em competição com os 
brancos. O movimento para manter os imigrantes chine-
ses fora dos Estados Unidos se tornou mais forte durante 
a última metade do século XIX, quando os chineses e os 
brancos lutavam pelas restritas oportunidades de traba-
lho. Tanto a escravização dos negros quanto o extermínio 
e a remoção dos nativos norte-americanos para o oeste 
foram, em grande parte, motivados pela economia.
No entanto, a teoria da exploração é muito limitada 
para explicar o preconceito em suas diversas formas. 
Nem todos os grupos minoritários são economicamente 
explorados da mesma maneira. Além disso, vários grupos 
(como os quakers e os mórmons) são vítimas de precon-
ceito por razões diferentes das econômicas. Ainda assim, 
como conclui Gordon Allport (1979, p. 210), a teoria da 
exploração corretamente “aponta para um dos fatores 
envolvidos no preconceito (...) interesses próprios racio-
nalizados da classe mais alta”.
A prática da construção de perfil racial serve tanto 
para a perspectiva do conflito quanto para a teoria do 
rótulo. O perfil racial pode ser definido como uma ação 
arbitrária iniciada por uma autoridade com 
base na raça, etnia ou origem nacional, em vez de no 
comportamento de uma pessoa. Geralmente, o perfil 
racial é feito quando as autoridades policiais – agentes da 
imigração, pessoal de segurança dos aeroportos e a polí-
cia – assumem que as pessoas que se encaixam em certas 
descrições provavelmente estão envolvidas em atividades 
ilegais. A cor da pele se tornou uma característica-chave 
dos perfis criminais a partir da década de 1980, com a 
emergência do mercado da cocaína na forma de crack. 
Mas fazer um perfil também envolve uso muito mais 
explícito de estereótipos. Por exemplo, a iniciativa federal 
antidrogas – Operation Pipeline (Operação Oleoduto) 
– encorajava os agentes a procurar pessoas usando drea-
dlocks e homens latinos viajando juntos.
p. 188
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252 Capítulo 10
Em 2003 o presidente George W. Bush baniu os 
perfis das agências federais, mas liberou o pessoal de se-
gurança. Assim, agentes da imigração podem continuar 
a exigir dos visitantes dos países do Oriente Médio que 
se registrem no governo, mesmo que visitantes de outros 
países não precisem se registrar. Os teóricos do conflito 
observam que, em todos esses casos, a maioria dominante 
privilegiada e poderosa determina de quem será feito um 
perfil e para quais fins (D. Harris, 1999; Lightblau, 2003; 
D. Ramirez etal., 2000).
Perspectiva interacionista
Uma mulher hispânica é transferida de um trabalho na li-
nha de montagem para uma posição semelhante e começa 
a trabalhar ao lado de um homem branco. Inicialmente, 
o homem branco tem uma atitude condescendente, as-
sumindo que ela seja incompetente. Ela é fria e se mostra 
ressentida, mesmo quando precisa de ajuda, recusa-se a 
admiti-lo. Depois de uma semana, a tensão crescente entre 
os dois leva a uma discussão amarga. Mas, com o passar do 
tempo, cada um começa lentamente a apreciar as forças e 
os talentos do outro. Um ano depois que começaram a tra-
balhar juntos, esses dois trabalhadores se tornam amigos 
respeitosos. Essa história é um exemplo do que os intera-
cionistas chamam de hipótese do contato em ação.
A hipótese do contato afirma que, em circunstâncias 
de cooperação, o contato inter-racial entre as pessoas de 
mesmo status faz que elas se tornem menos preconceituosos 
e abandonem velhos estereótipos. As pessoas começam a 
ver o outro como indivíduo, e descartam as generalizações 
amplas, características da estereotipia. Observe as expres-
sões circunstâncias de cooperação e mesmo status. Na his-
tória da mulher hispânica e do homem branco, se ambos 
estivessem competindo por uma vaga de supervisor, a 
hostilidade racial entre eles poderia ter piorado (Allport, 
1979; R. Schaefer, 2004; Sigelman et al., 1996).
Conforme os latinos e outras minorias lentamente 
ganham acesso a empregos mais respeitáveis com melho-
res salários, a hipótese de contato pode ter ainda maior 
importância. Há uma tendência na sociedade norte-ame-
ricana de aumentar o contato entre indivíduos do grupo 
dominante com os do grupo subordinado. Isso pode ser 
uma forma de eliminar – ou pelo menos reduzir – a es-
tereotipia étnica e o preconceito. Outra maneira pode ser 
estabelecer uma coligação inter-racial, uma idéia sugerida 
pelo sociólogo William Julius Wilson (1999b). Para fun-
cionar, essas coligações precisariam ser construídas com 
base em papéis iguais para todos os membros.
O contato entre os indivíduos ocorre em âmbito 
micro. Vamos agora considerar as relações intergrupais 
em âmbito macro.
padRões de 
Relações iNteRGRupais
Grupos raciais e étnicos podem se relacionar uns com os 
outros de diversas formas, que variam de amizade e casa-
P rudence Hannis é uma mulher Abenaki First Nations (Pri-meiras Nações Abenaki – nativa norte-americana) que tra-balha com a organização Quebec Native Women, 
onde é responsável pelo portfólio da saúde das mulheres. 
O seu trabalho envolve organizar e facilitar diversas ativi-
dades, como seminários sobre abuso sexual em comuni-
dades locais e produção de um manual de recursos sobre 
o assunto para os membros da comunidade. Prudence 
também trabalha no Centro de Excelência da Saúde da 
Mulher na Consortium Université de Montréal, onde 
lida com os problemas de saúde das mulheres das First 
Nations, como HIV e Aids, prostituição, pobreza, discri-
minação sexual, abuso de drogas e álcool e violência familiar.
Prudence se formou em sociologia na University of Quebec 
de Montreal. “A sociologia faz agora, mais do que nunca, parte 
do meu trabalho”, diz ela. “O objetivo do meu trabalho é defen-
der os problemas das mulheres das First Nations, ser sua porta-
voz quando necessário, analisar situações críticas para 
nossas irmãs e, principalmente, determinar maneiras 
pelas quais as mulheres podem adquirir poder para si 
mesmas, para suas famílias e suas comunidades.”
Vamos Discutir
1. Explique a ligação entre a etnia dos nativos 
norte-americanos e sua saúde.
2. Ao falar sobre conseguir poder para as mulheres 
das First Nations, em qual perspectiva socioló-
gica você acha que Hannis está se baseando?
Prudence Hannis pesquisadora e ativista Comunitária, quebec Native Women
levando a sociologia para o trabalho
252
Capitulo 10.indd 252 23/10/13 15:02
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta uma reflexão sobre as ações afirmativas. Confira:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Do ponto de vista da Teoria Sociológica é importante se perceber o conceito de raça 
como algo: 
A) com fator biológico e social.
B) dado da cultura, sem fator biológico.
C) puramente biológico.
D) somente social.
E) biologicamente constatável.
2) A chamada “discriminação positiva” pode ser caracterizada como um(a): 
A) preconceito que impulsiona o oprimido a se superar.
B) discriminação que diz algo verdadeiro.
C) ação afirmativa, que percebe a diferença para igualá-la.
D) discriminação que não configura crime.
E) comportamento elogioso à raça branca europeia.
3) Da perspectiva funcionalista, qual das assertivas abaixo não configura um dos papéis 
da discriminação para o funcionamento do organismo social? 
A) A discriminação serve como justificativa moral da inferioridade do outro.
B) A discriminação cria a disfunção pela falta de integração social.
C) A discriminação desencoraja os oprimidos a agirem contra o preconceito.
D) A discriminação faz com que a situação de opressão se mantenha.
E) A discriminação funciona para manter a hierarquia entre ocupações e empregos materiais e 
intelectuais.
4) Entre os diversos fatores de exclusão, qual é a dimensão simbólica do racismo? 
A) É a exclusão do negro da esfera econômica.
B) Trata-se da restrição de entrada em local público.
C) Tem a ver com a degradação de uma determinada raça ou etnia.
D) Diz respeito a pequenas brincadeiras e piadas racistas.
E) Relaciona-se com a criação de ídolos racistas.
5) Entre as questões a seguir, qual não serve de justificativa para uma ação afirmativa 
como as cotas raciais? 
A) Reparação histórica.
B) Justiça social.
C) Equidade.
D) Dificuldade cognitiva da população negra.
E) Igualdade de oportunidades.
NA PRÁTICA
Veja agora um exemplo de desigualdade étnico-racial.
 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Desigualdades raciais e políticas públicas: ações afirmativas no governo Lula.
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