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Formação sociocultural do Brasil II APRESENTAÇÃO Somos consequência de todo um processo histórico por que passou a nossa sociedade. Nossa realidade cultural, social, política ou econômica encontra raízes no modo de viver dos nossos ancestrais e tudo isso explica em muito quem é o brasileiro e a atual sociedade brasileira. Nesta Unidade de Aprendizagem, veremos que entender a origem social dos nosso problemas nos ajuda a enfrentá-los e nos permite apontar para um novo futuro. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os principais problemas sociais do Brasil.• Explicar os efeitos da escravidão brasileira.• Identificar o racismo na sociedade brasileira.• DESAFIO Associamos à escravidão a ideia de exploração e de violência e, no Brasil, com os negros africanos, não foi diferente. Inúmeros momentos de rebeldia de homens e mulheres escravizados proporcionaram formas de resistência que resultaram em vários processos políticos e sociais. Com base nisso, apresente duas formas de resistência dos negros durante a escravidão ocorrida no Brasil. INFOGRÁFICO Todo o trabalho era executado pelos escravos. Trabalhavam o dia inteiro, como lavradores, vaqueiros, pescadores, artesãos, marceneiros, pedreiros, oleiros, domésticos, capangas; transportando baús, caixas, lenha, cana, pedras, terra, água, dejetos e até seus senhores, em redes ou liteiras. Como disse o viajante Antonil, escrevendo em 1700: "os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho..." CONTEÚDO DO LIVRO Leia a seguir o artigo A dinâmica da escravidão no Brasil: resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX, de Rafael Marquese, que examina o tráfico negreiro, o cotidiano da vida escrava no Brasil e a criação de oportunidades para a resistência escrava coletiva (quilombos e revoltas), do final do século XVII à primeira metade do século XIX. Boa leitura! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! DICA DO PROFESSOR No vídeo a seguir, analisaremos o sentido da colonização, tanto na exploração da terra para abastecer o comércio europeu quanto no lucro advindo do tráfico negreiro e da escravidão do africano. Identificaremos também as heranças sociais e culturais da escravidão no Brasil. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para cumprir os objetivos da exploração colonial, os portugueses adotaram a mão de obra escrava em larga escala, utilizando-se primeiramente os indígenas e depois a mão de obra do negro africano. Essa substituição progressiva da mão de obra indígena pela negra africana se deveu, principalmente: A) ao fato dos portugueses já utilizarem, há muito, a força da mão de obra do trabalho escravo negro no sul de Portugal e nas ilhas do Atlântico. B) à inabilidade do indígena para o trabalho agrícola e sedentário. C) à reduzida e dispersa população pré-colombiana comparada com a grande oferta de mão de obra negra africana. D) ao fato dos negros africanos já aceitarem passivamente o trabalho na lavoura e na mineração do Brasil. E) aos interesses dos traficantes negreiros e de Portugal neste ramo de comércio colonial, altamente lucrativo. Para cumprir os objetivos da exploração colonial, os portugueses adotaram a mão de obra escrava em larga escala, para o que se serviu do tráfico de negros africanos. 2) Essa opção se deu também pelo lucro que o tráfico negreiro propiciava para a economia portuguesa. Essa escravidão caracterizou-se essencialmente: A) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador. B) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros. C) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade. D) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos índios. E) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil. 3) (UFPB, 2008) "O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma má-quina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores — e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens." (BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003, p. 11. Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é CORRETO afirmar que: A) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico intercontinental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões. B) A mão de obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café. C) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se pelos altos custos para se ter escravos. D) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram se tornar grandes proprietários de terras. E) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino. 4) "Oh, se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus e a Sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é senão milagre, e grande milagre!" (VIEIRA, Padre Antônio Apud ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 18 O tráfico de negros para o Brasil foi importante elemento de: A) acesso à mão de obra de baixa rentabilidade econômica. B) estímulo ao comércio de índios enviados para Portugal. C) lucratividade, favorecendo a acumulação de capitais na metrópole. D) incentivo à produção de manufaturas para o mercado interno. E) predomínio da agricultura de subsistência e da policultura. "Em 1711, Antonil afirmava que os escravos eram as mãos e os pés dos senhores de 5) engenho, porque, sem eles no Brasil, não é possível conservar, aumentar fazenda nem ter engenho corrente." (Antonil — "Cultura e Opulência do Brasil") Sobre o trabalho e a resistência do negro à escravidão, é CORRETO afirmar que: A) Os escravos negros constituíam uma minoria nos canaviais, já que índios e trabalhadores livres eram responsáveis pelas plantações açucareiras. B) O engenho tinha no escravo negro a base de toda a produção; qualquer reação era punida violentamente. As fugas, os quilombos e a prática do suicídio eram evidências da resistência dos negros à escravidão. C) O negro só foi utilizado como mão de obra para a economia açucareira, não participando da mineração ou criação de gado que usaram, prioritariamente, trabalhadores livres. D) A escravidão no Brasil se revestiu de grande tolerância, mestiçagem e grandes oportunidades de ascensão social para o negro após a abolição. E) O negro era submisso, resignado, não reagia à escravidão, ao contrário dos indígenas; o tráfico negreiro não tinha importância para a economia da metrópole. NA PRÁTICA Veja a seguir um pouco mais sobre as formas de resistências encontradas pelos escravos. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Sociologia Capítulo 8
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