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ESTUDO DE VIABILIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA PELOS SISTEMAS DE 
PASTEJO CONTÍNUO E COMPOST BARN 
 
 SCHAEFFER, Ricardo1 
VANIN, Adriana Biasi2 
RESUMO 
 
O agronegócio leiteiro tem papel fundamental tanto para a economia do Brasil quanto para a de 
países que compõem o Mercosul, pois é responsável por 40% dos postos de trabalho no meio 
rural. O desenvolvimento da agropecuária leiteira pode ser realizado por diferentes métodos, os 
quais são influenciados de forma direta pelas raças dos animais, disponibilidade de alimento, 
manejo, demanda por produtividade, bem-estar animal, genética e fundos de investimento. A 
presente pesquisa objetivou avaliar, em termos de viabilidade, dois sistemas de produção de 
leite, o sistema à base de pasto e o sistema compost barn. Para isso, ambos os processos foram 
estudados durante um período de 60 dias no que se refere aos custos com alimentação, manejo, 
incidência de doenças nos cascos, incidência de mastite, qualidade do leite, despesas com 
funcionários, produtividade, bem-estar animal e preço obtido por litro. De acordo com o estudo 
realizado, ambos os sistemas são viáveis. O sistema à base de pasto apresenta menor relação 
custo/animal (R$ 1.620,00) em relação ao sistema compost barn (R$ 3.664,20), e o tempo de 
payback para os sistemas ficou em 2,5 meses para o sistema à base de pasto e em 1,74 mês para 
o compost barn. 
Palavras-chave: Compost barn. Sistema à base de pasto. Pecuária leiteira. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O leite é um alimento que está presente na sociedade desde a colonização e, por ser um 
produto barato, transformou-se em um dos principais mecanismos de sustentação, contribuindo 
com grande parcela da economia do País até a contemporaneidade, seja no transporte de cargas, 
na alimentação, seja na força de trabalho das atividades de terra. Também é classificado como 
um alimento altamente nutritivo, com altos teores de proteínas, sais minerais, vitaminas e 
 
1 Graduando em Engenharia de Produção pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; ricardo-
schaeffer@hotmail.com 
2 Doutora e Mestre em Engenharia de Alimentos pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das 
Missões; Professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina; adriana.vanin@unoesc.edu.br 
2 
 
 
 
aminoácidos necessários para a manutenção e o crescimento do corpo, e por isso faz parte do 
grupo dos produtos lácteos que mais se destaca no comércio agrícola mundial (SOUZA et al., 
2015). 
A cadeia agroindustrial do leite é caracterizada como uma das mais importantes dentro 
do segmento do agronegócio, visto que apresenta uma função vital no processo de 
desenvolvimento econômico e social. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) (2020), o Brasil é considerado o sexto país de maior produção de leite, 
crescendo, aproximadamente, 4% anualmente, sendo responsável por 66% do volume total de 
leite referente aos países que se compõem o Mercosul. 
No entanto, apesar disso, a pecuária leiteira nacional é marcada por consecutivas crises, 
especialmente por questões político-econômicas, o que tem tornado a produção de leite no 
Brasil, mais do que nunca, um grande desafio para os produtores rurais de médio porte (LIMA, 
et al., 2019). 
Outra dificuldade enfrentada pelos pequenos produtores rurais é a variação climática 
presente em regiões tropicais, pois, por ser muito sentida pelos animais, afeta 
consideravelmente a produção de leite, principalmente em sistemas de produção conhecidos 
como pastejo contínuo. 
Nesse contexto, existem duas possibilidades para o incremento da produção em regiões 
tropicais, o primeiro, de custo mais elevado, baseia-se em usar genótipos mais produtivos, e o 
segundo, conhecido como sistema compost barn, refere-se à adaptação dos animais em 
ambientes climatizados, proporcionando bem-estar animal e sensações térmicas adequadas, 
para a máxima expressão de seu potencial genético (MOTA; ANDRADE; LEITE, 2019). 
Diante do exposto, a presente pesquisa objetiva comparar os sistemas de produção 
leiteira de pastejo contínuo e compost barn, avaliar a influência de fatores externos na produção 
e qualidade do leite e avaliar a viabilidade econômica da implantação do modelo intensivo 
compost barn em uma propriedade leiteira de pequenos produtores rurais no Estado do Rio 
Grande do Sul, região extremamente afetada pelas variações climáticas. 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Nesta seção serão apresentados fatores relacionados ao rebanho que influenciam na 
produção e qualidade do leite, bem como os principais aspectos que norteiam a produção leiteira 
pelos sistemas de pastejo contínuo e compost barn. 
3 
 
 
 
2.1 QUALIDADE DO LEITE, SAÚDE E BEM-ESTAR ANIMAL 
 
O controle de qualidade do leite inicia-se no processo de produção na fazenda, com a 
manutenção de animais saudáveis. Nas fases seguintes, ou seja, na industrialização, distribuição 
e comercialização, são realizadas várias medidas preventivas sobre a qualidade do produto final, 
como padronização dos procedimentos, definição dos pontos de controle de qualidade de 
alimentos, definição dos indicadores a serem coletados, acompanhamento dos resultados, 
ajustes e feedback (BEZERRA; ALMEIDA; SANTOS, 2019). 
 O estado de saúde de um animal dentro de um habitat dependerá das condições que 
podem ou não lhe fornecer conforto e bem-estar. De acordo com Garcia (2018), o bem-estar 
animal baseia-se necessariamente em conforto físico, psicológico e fisiológico, o qual permite 
a ausência do estresse causado por medo, fome, sede, frio e altas temperaturas. Assim, o bem-
estar das vacas leiteiras também pode ser influenciado pelo próprio manejo, pela atmosfera ou, 
ainda, pelas instalações físicas e sua alimentação. 
É relevante enfatizar que o funcionamento biológico pode ser avaliado por medidas de 
desempenho, contudo não deve ser usado como único indicador de bem-estar, exatamente por 
não atender inteiramente às suas necessidades. Dessa forma, para haver uma boa avaliação ou 
mesmo medir o bem-estar animal, é necessário levar em consideração o maior número de 
fatores mensuráveis, visto que os funcionamentos biológicos e emocionais podem causar 
diversas reações mediante certas situações ou condições de exposição (AZEVEDO, 2019). 
A criação de vacas leiteiras apresenta diversos pontos, que podem ser positivos ou 
negativos e podem afetar a sazonalidade e a lactação. De acordo com Paz (2017), o tipo de 
criação oferecido ao animal pode apresentar diversos pontos críticos relacionado ao bem-estar, 
sendo negativos ou positivos, compreendendo desde a interação social com humanos e outros 
animais, clima, manejo de alimento, doenças e condições de ambientes. 
No que se refere às condições ambientais, o conforto térmico exerce grande influência 
sobre o bem-estar animal, pois influencia o equilíbrio térmico animal, ou seja, o calor gerado 
pelo organismo animal, mais o calor obtido do ambiente, é igual ao calor contido no corpo por 
meio de radiação, convecção, condução, evaporação e eliminação, e caso não exista conforto 
térmico, o animal utilizará outros mecanismos para a regulação térmica, a fim de ganhar ou 
perder calor para o ambiente, e uma dessas formas de defesa consiste na diminuição do volume 
de leite produzido (CERQUEIRA et al., 2019). 
 
4 
 
 
 
2.2 PASTEJO CONTÍNUO (PC) 
 
No sistema de pastejo contínuo os animais se alimentam diretamente nas pastagens; a 
maior parte do leite produzido na América Latina é proveniente desse método de produção 
(GUZATTO, 2019). 
De acordo com Carvalho et al. (2019), o potencial médio das pastagens tropicais é de 
apenas 8 kg de leite por dia, e o manejo aprimorado das pastagens pode aumentar a produção 
de leite/vaca em 50%. Nesse caso, o manejo mais indicado é o pastejo rotativo, pois por meio 
dessa prática é possível maximizar o uso das pastagens e, consequentemente,obter um ganho 
de quantidade de pastoreio em 25 a 100% em virtude da melhoria da eficiência da colheita de 
forragem e da uniformidade do pastejo por animal. Esse sistema de manejo, de acordo com 
Pacheco (2016), além de ser fácil de gerenciar, permite reduzir a seletividade dos animais, bem 
como aumentar o suprimento e o consumo de matéria seca e a utilização das folhas em 
comparação com as hastes. 
Para poder obter uma produção lucrativa, é necessário adotar um sistema que exija 
pouco investimento inicial, porém que seja adequado ao clima e aos recursos existentes. Nesse 
contexto, o sistema a pasto apresenta algumas vantagens sobre os sistemas fechados, como 
menores custos de investimento e operação, baixa necessidade de mecanização, bem-estar 
animal e flexibilidade de organização em lotes. Segundo Rodrigues (2019), uma gestão 
eficiente nas propriedades de produção agrícola é determinante para que o agricultor familiar 
tenha condições de se manter em suas atividades. 
 
2.3 SISTEMA COMPOST BARN (CB) 
 
O sistema compost barn é um meio alternativo de confinamento para vacas leiteiras, por 
meio do qual é possível melhorar o conforto dos animais e, consequentemente, os índices de 
produção do lote. Suas operações incluem uma grande área coberta com aparas de madeira e 
adubo composto usado para o restante das vacas, com o objetivo de proporcionar um local 
confortável e seco durante todo o ano (BACCARI JUNIOR, 2016). 
Ainda no que diz respeito ao conforto animal, evidencia-se a redução de problemas nas 
pernas e nos cascos e na contagem de células somáticas (CCS), e não há necessidade do uso de 
um rebanho de tamanho uniforme ou de apenas uma raça. A principal desvantagem é a 
necessidade de tratores e ferramentas agrícolas para girarem o leito, porque se este não for 
5 
 
 
 
manuseado adequadamente, os problemas de mastite na fazenda são agravados e a umidade do 
leito e a função inadequada do composto aumentarão, o que levará a perdas de produção e 
qualidade. 
Segundo Alvarenga (2012 apud COSTA, 2014), entre os prejuízos causados pelo 
alojamento inadequado dos animais estão as perdas de produtividade, doenças de casco, baixa 
produção de leite, diminuição do peso corpóreo, baixo desempenho reprodutivo e elevada 
incidência de mastite, os quais demandam custos com tratamento e podem acarretar, em alguns 
casos, a morte dos animais. 
Segundo Michels et al. (2019), esse sistema foi projetado para minimizar os custos com 
gerenciamento de resíduos e consumo de água, já que esta não é utilizada na limpeza do galpão, 
mas alguns parâmetros como o teor de umidade, a capacidade física da estrutura, a uniformidade 
do tamanho das partículas, a distribuição do conteúdo de oxigênio e o pH do meio devem ser 
rigorosamente controlados para manter a superfície da cama seca, confortável e adequada à 
saúde da mama. 
 
3 MÉTODOS E TÉCNICAS 
 
A pesquisa foi realizada a partir de dados obtidos em duas propriedades localizadas no 
município de Barracão, RS, uma com pecuária pelo sistema compost barn e outra pelo sistema 
a pasto. 
Para determinação dos pontos fortes e das fragilidades dos dois sistemas, dados 
relacionados a custos com alimentação, manejo, incidência de doenças nos cascos, incidência 
de mastite, qualidade do leite, despesas com funcionários, produtividade, bem-estar animal e 
preço praticado por litro foram coletados durante 60 dias de pesquisa. Após análise, 
determinou-se a viabilidade de produção leiteira pelos dois sistemas, a pasto e compost barn. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 DIAGNÓSTICO DO CAMPO DE ESTUDO 
 
As propriedades estudas são caracterizadas como de pequenos produtores rurais, até 50 
hectares de área total, segundo Artigo 3 da Lei n. 11.428 (BRASIL, 2006). A propriedade 
estudada com produção de leite à base de pasto possui um lote de 30 vacas da raça holandesa, 
6 
 
 
 
e para o estudo selecionou-se uma amostra de 15 vacas em fase de lactação com produção de 
16 litros de leite por animal/dia. Com relação à infraestrutura, possui um galpão de 100 m2 onde 
se localiza a sala de ordenha, depósito de concentrado e a sala de manejo para alimentação 
complementar (silagem e feno). 
A propriedade estudada com produção de leite pelo sistema compost barn possui um 
lote de 60 vacas da raça holandesa, e para o estudo selecionou-se uma amostra de 43 vacas em 
fase de lactação com produção de 30 litros de leite por animal/dia. Quanto à infraestrutura, 
possui uma área construída de 960 m2, sendo que cada vaca tem 16 m2 disponíveis para 
circulação (exercício). A Tabela 1 apresenta os resultados em termos de bem-estar. 
 
Tabela 1 – Dados relacionados ao bem-estar animal para os dois sistemas estudados 
 
Variáveis 
% de animais 
Sistema a pasto Sistema compost barn 
Mastite 33,33 25,58 
Estresse 59 - 
Doença de casco 40 - 
Luminosidade 25 37,5 
Relação animal/área 50 16 
Fonte: os autores. 
 
De acordo com os dados obtidos por meio da pesquisa realizada foi possível identificar 
algumas diferenças entre os sistemas de produção compost barn e de produção à base de pasto, 
as quais foram calculadas em porcentagem, já que as amostras não são iguais. 
O sistema PC apresenta índices maiores em grande parte das variáveis, o que ocorre 
porque não há como fazer um controle mais preciso no lote com relação a doenças; já na questão 
de luminosidade, os animais ficam totalmente dependentes da luz solar, sendo que em dias 
nublados ou de chuva a incidência de luz é menor e, por isso, há uma queda de produção do 
lote. Em contrapartida, por meio do sistema compost barn é possível ter total controle do lote, 
sendo possível melhorar o manejo de doenças e, também, fornecer maior tempo de luz, sem 
dependência do clima, e, assim, os animais permanecem se alimentando por mais tempo, o que 
resulta em maior produção do lote. De acordo com MilkPoint (2020), vacas que recebem 
fotoperíodo de dia prolongado aumentam a produção de leite em até 10% em comparação com 
vacas que são submetidas à iluminação natural. 
7 
 
 
 
O principal problema enfrentado pelos produtores de leite é o controle de mastite nos 
lotes. Segundo Demeu et al. (2016), a mastite é a principal doença da glândula mamária 
responsável por prejuízos financeiros ligados à diminuição na produção do leite, ao tratamento 
de animais afetados e até mesmo ao descarte e morte de animais. 
 O sistema de produção a pasto possui vários fatores que fazem com que a ocorrência 
dessa doença seja maior em comparação com o sistema compost barn no mesmo período. 
Uma possível explicação para isso é a forma de manejo após a ordenha, uma vez que no 
sistema a pasto, após a ordenha os animais voltam ao campo logo em seguida. Após a ordenha 
o esfíncter (canal do teto) permanece aberto por 120 minutos, e quando as vacas voltam para o 
campo aberto a tendência é se deitarem logo em seguida para fazerem digestão do concentrado 
ingerido anteriormente; com esse ato a glândula mamária entra em contato direto com o solo 
contaminado, sendo esse o causador das infecções (mastite). Já no compost barn os animais 
permanecem na sala de espera para retornar ao galpão de descanso e alimentação; após a saída 
da sala de espera as vacas se alimentarão com concentrado (ração) e volumoso (silagem), assim, 
até que ocorra todo esse processo o esfíncter já estará fechado, e, por isso, a probabilidade de 
ocorrer a entrada de micro-organismos diminui. Segundo Silva (2018), no sistema CB, a cama 
onde os animais são alojados possui manejo diário (revolvimento), o que promove local mais 
seco e com altas temperaturas, dificultando a proliferação das bactérias causadoras de mastite, 
além disso, o conforto ambiental permite a melhora do sistema imune dos animais, sustentando 
a redução na contagem de células somáticas (CCS). 
Com relação ao estresse, não foram evidenciados casos para o sistema CB, já que o 
animasse encontram em condições totalmente favoráveis e com disponibilidade de ventilação, 
alimentação e água sem gastos adicionais de energia, o que pode refletir no volume de produção 
de leite, que é muito maior nesse sistema. Segundo o Grupo Cultivar (2009), vacas em um 
adequado sistema de ventilação aumentam o consumo de alimentos em aproximadamente 7,1 
a 9,2%, e a produção de leite em 7,1 a 15,8%, além disso, a temperatura retal diminui cerca de 
0,4 a 0,5 ºC, e os índices respiratórios, de 17,6 a 40,6%. 
Um ponto importante que deve ser considerado é que a pesquisa foi realizada no período 
de inverno, época marcada pelo frio intenso e pela umidade. Nesse período, a formação de lama 
dificulta a chegada dos animas à sala de ordenha no PC, e em alguns casos pode ocorrer também 
fuga e cansaço dos animais, que chegam sujos para a ordenha. A lama entre os aprumos (cascos) 
pode causar incômodo, fazendo com que os animais deitem ao invés de ir pastorejar. 
8 
 
 
 
Durante o acompanhamento da propriedade que aplica o sistema PC mensurou-se 20% 
de queda na produção de leite e maior ocorrência de problemas nos aprumos; cerca de 40% dos 
casos acontecem nesse período porque a elevada umidade amolece os cascos deixando-os mais 
sensíveis a pedras e à ocorrência de pododermite (frieira). Segundo Menezes (2020), esse 
sistema possui a vantagem de desenvolver um desgaste uniforme do casco, mas em 
contrapartida, o ambiente úmido em decorrência de poças de água e barro pode aumentar a 
proliferação de agentes infecciosos. Pedras e buracos podem estar no caminho desses animais, 
facilitando a ocorrência de possíveis traumas. 
 Para o sistema CB não se evidenciou ocorrência de qualquer tipo de doença ou cortes 
nos aprumos (cascos). 
No que diz respeito à relação animais/área, no sistema CB é possível otimizar a 
propriedade; já no sistema a pasto há necessidade de uma área muito maior. Com base nos 
estudos feitos em um CB, a área necessária é de 16 m2 /animal, enquanto que no sistema PC, a 
área necessária é de 50 m2/animal. Segundo Caldato (2019), em termos de Brasil, é possível 
dizer que o valor mínimo planejado de área de cama por animal deve ser de 15 m² para vacas 
em lactação. Essa diferença ocorre em função da alimentação, uma vez que esta, no CB, é 
totalmente fornecida e no sistema a pasto os animais precisam ir até ela e ainda deve haver uma 
rotação entre piquetes para que não haja problemas em períodos de estiagem. A Tabela 2 
apresenta a relação de custos de alimentação e manutenção dos dois sistemas estudados. 
 
Tabela 2 – Relação de custos de manutenção para os dois sistemas 
Sistema Descrição Quantidade mês 
(Kg) 
Valor unitário 
(R$) 
Custo lote 
(R$) 
A pasto 
(PC) 
Alimentação principal (pasto nativo) 27.000 - - 
Alimentação complementar 1 (ração) 4.500 1,40 6.300,00 
Alimentação complementar 2 
(silagem, feno) 
18.000 1,00 18.000,00 
Custo total médio por animal 1.620,00 
Compost 
Barn (CB) 
Alimentação principal (silagem) 103.200 1,00 103.200,00 
Alimentação complementar 1 (ração) 25.800 1,40 36.120,00 
Alimentação complementar 2 (Feno) 5.160 1,50 7.740,00 
Alimentação complementar 3 (Farelo 
de soja) 
2.580 1,75 4.515,00 
Alimentação complementar 5.160 1,16 5.985,60 
Custo total médio por animal 3.664,20 
Fonte: os autores. 
9 
 
 
 
Com base nos dados da Tabela 2 é possível estimar a quantidade de alimentação 
necessária para cada tipo de manejo. O sistema CB necessita armazenar quantias muito 
superiores ao necessário no sistema PC, uma vez que os animais ficam totalmente restritos 
àquele ambiente; em contrapartida, o sistema PC é vulnerável quanto aos fatores climáticos, e 
em períodos de estiagem a produção é seriamente comprometida, fato esse não evidenciado no 
sistema CB. A Tabela 3 apresenta os custos totais mensais para os dois sistemas. 
 
Tabela 3 – Resumo dos custos mensais de produção 
Descrição Sistema a pasto (PC) Compost barn (CB) 
Maquinário - 3.000,00 
Funcionário - 4.180,00 
Energia elétrica 1.000,00 2.000,00 
Custos com alimentação 24.300,00 157.560,60 
Custo com medicação 779,60 1.637,00 
Total de custos 26.079,60 168.377,60 
Total de custos/animal (R$) 1.738,64 3.915,75 
Qtd. prod. Lote 14.400 77.400 
Valor litro 3,43 3,65 
Receita Bruta 49.392,00 282.510,00 
Funrural (1,5%) -740,88 -4.237,65 
Receita líquida (lote) 24.053,28 118.370,05 
Receita líquida/animal (R$) 1.603,55 2.752,79 
Fonte: os autores. 
 
A Tabela 3 apresenta os custos para os dois sistemas. A principal diferença está no 
custo/animal, visto que o CB gera um custo 44% maior em relação ao PC, o que é explicado 
pelo fato de os animais necessitarem que toda a alimentação seja fornecida a eles, o que faz 
com que haja demanda de alimentação armazenada e mão de obra. Já no PC não existe a 
necessidade de acompanhamento constante, os animais são mais independentes quanto à 
alimentação, e, assim, o proprietário tem mais tempo disponível para efetuar outras atividades 
na propriedade. Mesmo com custos mais elevados, a receita líquida/animal do CB é 58,25% 
maior, dessa forma, de acordo com a realidade de cada propriedade, o CB é uma ótima 
alternativa para maximizar os resultados e gerar maior bem-estar animal. 
Após o levantamento dos custos, realizou-se a análise do retorno do investimento 
(payback) para a implantação do sistema CB e do sistema PC. Segundo Bona (2016), o retorno 
sobre um investimento (ROI) é um parâmetro que serve para analisar o retorno sobre qualquer 
10 
 
 
 
tipo de investimento, seja um projeto de pesquisa tecnológica, uma campanha de marketing, 
seja a compra de uma nova máquina. 
Tabela 4 – Analise da viabilidade CB 
Período Fluxo sem IR Payback Simples =FV/(1+TMA)^n Payback p/TMA 15% 
0 -206976 -206976 
1 118370 -88606 102930,43 -104045,57 
2 118370 29764 89504,73 -14540,84 
3 118370 148134 77830,20 63289,36 
4 118370 266504 67678,43 130967,79 
5 118370 384874 58850,81 189818,60 
6 118370 503244 51174,62 240993,22 
7 118370 621614 44499,67 285492,88 
8 118370 739984 38695,36 324188,25 
9 118370 858354 33648,14 357836,39 
10 118370 976724 29259,25 387095,64 
11 118370 1095094 25442,83 412538,47 
12 118370 1213464 22124,20 434662,67 
VPL = R$ 485.607,33 >0 é viável 
TIR = 57,1% >TMA é viável 
IL = 3,34620115 > 1 é viável 
Série = R$ 83.047,13 /ano >0 é viável 
Payback simples entre 1 e 2 meses 
 Payback modificado entre 2 e 3 meses 
Fonte: os autores. 
Tabela 5 – Analise da viabilidade PC 
Período Fluxo sem IR Payback Simples =FV/(1+TMA)^n Payback p/TMA 15% 
0 -60000 -60000 
1 24053 -35947 20915,65 -39084,35 
2 24053 -11894 18187,52 -20896,82 
3 24053 12159 15815,24 -5081,59 
4 24053 36212 13752,38 8670,79 
5 24053 60265 11958,59 20629,39 
6 24053 84318 10398,78 31028,16 
7 24053 108371 9042,41 40070,58 
8 24053 132424 7862,97 47933,54 
9 24053 156477 6837,36 54770,91 
10 24053 180530 5945,53 60716,44 
11 24053 204583 5170,03 65886,47 
12 24053 228636 4495,68 70382,15 
VPL = R$ 81.076,92 >0 é viável 
TIR = 39,8% >TMA é viável 
IL = 2,351282061 > 1 é viável 
Série = R$ 13.865,54 /ano >0 é viável 
Payback simples entre 2 e 3 meses 
 Payback modificado entre 3 e 4 meses 
Fonte: os autores. 
11 
 
 
 
O tempo de retorno financeiro dos sistemas foi baseado em dados obtidos para a sua 
implantação. Dessa maneira, o CB apresenta um custo de implantação de R$ 206.976,00, 
enquanto o PC apresenta um custo de R$ 60.000,00. Após a realização dos cálculos, foram 
obtidas as seguintes taxas de retorno para cada sistema: 39,8% do PC e 57,1% do CB. Por meio 
deste estudo foi possível verificar que ambos os sistemas são viáveis. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Por mais que a atividade leiteira sofra com as transformações impostas pelo mercado, 
uma maneira de viabilizara atividade é adotar novos recursos com relação aos métodos 
tradicionais de produção. 
Ambos os sistemas analisados se apresentaram viáveis. O sistema CB apresentou uma 
lucratividade maior e uma possibilidade de aumento de produção de leite em virtude do 
manejo dos animais. Já o sistema PC apresentou uma margem de lucro muito interessante, 
mas a principal barreira a ser ultrapassada são os problemas climáticos e o índice de mastite. 
Com a utilização de métodos adequados de manejo animal é possível atingir resultados 
positivos em relação ao bem-estar animal, qualidade de produto e produtividade. 
O estudo permitiu mensurar a quantidade de alimentação necessária e os custos por 
animal para cada sistema, bem como, a compreensão sobre o funcionamento. Isto possibilitou 
a identificação dos pontos fortes e das fragilidades e o desenvolvimento da proposta de 
melhoria. 
 
Study on the feasibility of maintenance of dairy livestock by continuous grazing and 
compost barn systems 
 
 
 
Abstract 
 
Dairy agribusiness has a fundamental role both for Brazil’s economy and for Mercosul’s 
countries, because it is responsible for 40% of rural areas’ jobs. The development of dairy 
farming can be carried out by different methods which are directly influenced by animals' 
breeds, food availability, management, productivity demand, animal welfare, genetics and 
12 
 
 
 
investment funds. This research aims to evaluate, in terms of viability, two milk production 
systems, the Pasture-based system and the Compost Barn system. To this end, both processes 
were studied over a 60 days period regarding to food costs, handling, hooves’ diseases 
incidence, mastitis incidence, milk quality, employees’ expenses, productivity, animal welfare 
and price obtained per liter. According to the study, both systems are viable. The Pasture-based 
system has a lower cost, R$ 1,620.00 per animal, compared to the Compost barn system, R$ 
3,664.20 per animal, the payback time for the systems was 2.5 months for the Pasture-based 
system and 1,74 months for Compost barn system. 
 
Keywords: Compost barn. Pasture-based system. Dairy farming. 
 
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