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Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Considerações gerais o Pescoço: área de transição entre a base do crânio – superiormente – e as clavículas – inferiormente – e é responsável por unir a cabeça ao tronco o Presença da laringe, glândulas tireoides e paratireoides, faringe e traqueia o As artérias carótidas (principal fluxo sanguíneo arterial entre pescoço/cabeça) e as veias jugulares (principal drenagem venosa da região) se localizam na região anterolateral do pescoço • Ossos do pescoço o Formados pelas vértebras cervicais, pelo osso hioide, pelo manúbrio do esterno e pelas clavículas o O pescoço é uma estrutura de união móvel com um esqueleto axial segmentado o Vértebras cervicais ▪ São 7, formando a região cervical da coluna vertebral ▪ Sustentam a cabeça e as articulações intervertebrais proporcionam a flexibilidade necessária para permitir o posicionamento da cabeça ▪ Os corpos vertebrais empilhados e posicionados centralmente sustentam a cabeça. ▪ As vértebras cervicais típicas (III a VI) possuem as seguintes características • O corpo vertebral é pequeno e mais longo no sentido laterolateral do que no sentido anteroposterior; a face superior é côncava e a face inferior é convexa • O forame vertebral é grande e triangular • Os processos transversos de todas as vértebras cervicais (típicas ou atípicas) incluem forames transversários para os vasos vertebrais (as veias vertebrais e, com exceção de C VII, as artérias vertebrais) • As faces superiores dos processos articulares estão voltadas em sentido superoanterior, e as faces inferiores estão voltadas em sentido inferoposterior • Os processos espinhosos são curtos e, em indivíduos de ascendência europeia, bífidos. ▪ Existem três vértebras cervicais atípicas (CI, CII e CVII) • Vértebra C I ou atlas: um osso anular e reniforme que não tem processo espinhoso nem corpo e consiste em duas massas laterais unidas por arcos anterior e posterior. Suas faces articulares superiores côncavas recebem os côndilos occipitais • A vértebra C II ou áxis: um dente, semelhante a um pino, projeta-se de seu corpo para cima • A vértebra proeminente (C VII): assim denominada por causa do processo espinhoso longo, que não é bífido. Os processos transversos são grandes, mas os forames transversários são pequenos ▪ Vários processos das vértebras proporcionam as fixações e a alavanca necessária para movimentar a cabeça e mantê-la nessas posições. ▪ Os forames das vértebras cervicais asseguram a passagem protegida da medula espinal e das artérias vertebrais que nutrem os ossos e são um importante componente da vascularização do encéfalo. ▪ As vértebras protegem pouco as outras estruturas do pescoço. o Osso hioide: ▪ Osso móvel, localizado na parte anterior do pescoço, no nível da CIII, no ângulo entre a mandíbula e a cartilagem tireóidea ▪ Possui um formato de U ▪ Não se articula com nenhum outro osso do esqueleto humano ▪ É suspenso dos processos estiloides dos temporais pelos ligamentos estilo-hióideos e está firmemente unido à cartilagem tireóidea ▪ Possui um corpo e cornos maior e menor Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ É um suporte para manter a via respiratória aberta ▪ Corpo do hioide: voltado anteriormente, possui cerca de 2,5 cm de largura e 1 cm de espessura e é sua parte média ▪ Corno maior: unido ao corpo do hioide, se projeta em sentido posterossuperior e lateral a partir do corpo; em pessoas jovens eles são unidos ao corpo por fibrocartilagens, já em idosos eles geralmente são unidos por osso; ▪ Corno menor: pequena projeção óssea da parte superior do corpo do hioide perto de sua união com o corno maior; tá unido ao corpo do hioide por tecido fibroso e, às vezes, ao corno maior por uma articulação sinovial. ▪ O hioide garante uma base móvel para a língua e inserção para a parte média da faringe ▪ O hioide também mantém a permeabilidade da faringe, necessária para a deglutição e a respiração ▪ Fratura no osso hioide • Compressão da faringe • Penetração na faringe • Dificuldade de deglutição e respiração • Pneumonia por aspiração • Injuria à ACE ▪ Síndrome de Eagle - processo de ossificação do processo estilohoideo • Dor cérvico-facial exacerbada pela rotação da cabeça • Disfagia • Sensação de corpo estranho na garganta • Sintomas vasculares por meio de pinçamento e lesão das artérias carótidas (síncope, isquemia e acidentes cerebrovasculares, aneurisma da artéria carótida, dissecção...) • Fáscia do pescoço o As estruturas no pescoço são circundadas por uma camada de tela subcutânea (hipoderme) e são divididas em compartimentos por camadas de fáscia cervical. o Os planos fasciais determinam a possível direção de disseminação de uma infecção do pescoço. o Tela subcutânea cervical ▪ A tela subcutânea cervical é uma camada de tecido conjuntivo adiposo situada entre a derme da pele e a lâmina superficial da fáscia cervical. ▪ Em geral, a tela subcutânea cervical é mais fina do que em outras regiões, sobretudo na parte anterior. ▪ Contém nervos cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos superficiais e quantidades variáveis de gordura. ▪ A parte anterolateral contém o músculo platisma o Músculo platisma ▪ Lâmina larga e fina de músculo na tela subcutânea do pescoço ▪ Veia jugular externa e os principais nervos cutâneos do pescoço se localizam profundamente a ele ▪ Cobre a face anterolateral do pescoço ▪ As margens anteriores dos dois músculos cruzam-se sobre o mento (queixo) e se fundem aos músculos da face. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Na parte inferior, as fibras divergem, deixando uma abertura anterior à laringe e à traqueia ▪ Suprido pelo ramo cervical do NC VII ▪ Ele tensiona a pele, produzindo sulcos cutâneos verticais e liberando a pressão sobre as veias superficiais ▪ músculo da expressão facial – exprime tensão ou estresse ▪ o Fáscia cervical ▪ Formada por três lâminas fasciais: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral ▪ Sustentam as vísceras cervicais, os músculos, os vasos e os linfonodos profundos ▪ Ela se condensa ao redor das artérias carótidas comuns, das veias jugulares internas (VJI) e dos nervos vagos, formando a bainha carótida. ▪ Formam pontos de clivagem naturais, permitindo que os tecidos sejam separados durante a cirurgia, e limitam a disseminação de abscessos resultantes de infecções ▪ Garantem o deslizamento de estruturas no pescoço, permitindo o movimento e a sua passagem umas sobre as outras sem dificuldade ▪ Lâmina superficial da fáscia cervical • Circunda todo o pescoço, profundamente à pele a à tela subcutânea • Nos “quatro ângulos” do pescoço, divide-se em partes superficial e profunda para envolver (revestir) os músculos trapézio e esternocleidomastóideo (ECM) • Na parte superior, os locais de inserção da lâmina superficial da fáscia cervical são: o Linhas nucais superiores do occipital o Processos mastoides dos temporais o Arcos zigomáticos o Margem inferior da mandíbula o Hioide o Processos espinhosos das vértebras cervicais. • Na parte inferior, a lâmina superficial de fáscia cervical fixa-se ao manúbrio do esterno, às clavículas, aos acrômios e às espinhas das escápulas. ▪ Lâmina pré-traqueal • Limitada a parte anterior do pescoço • Vai da parte inferior do hioide até o tórax, onde se funde ao pericárdio fibroso • Inclui uma parte muscular, fina, que reveste os músculos infra-hióideos e uma parte visceral, que reveste a glândula tireoide, a traqueia e o esôfago e é contínua nas partes posterior e superior com a fáscia bucofaríngea da faringe • Funde-se lateralmente com as bainhas caróticas Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Forma um espessamento da lâmina pré-traqueal, que forma uma polia ou tróclea, por onde passa o tendão intermédio do músculo digástrico ▪ Lâmina pré-vertebral da fáscia cervical •Forma uma bainha tubular para a coluna vertebral e os músculos associados a ela, como o longo do pescoço e o longo da cabeça anteriormente, os escalenos lateralmente, e os músculos profundos do pescoço posteriormente • Fixada à base do crânio superiormente, e na parte inferior se funde à fáscia endotorácica na sua região periférica e ao ligamento longitudinal anterior na região central, aproximadamente na vértebra TIII Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Bainha carótica • É um revestimento fascial tubular que se estende da base do crânio até a raiz do pescoço • Funde-se, na parte anterior, às lâminas superficial e pré-traqueal da fáscia e, na parte posterior, à lâmina pré-vertebral da fáscia. A bainha carótica contém as seguintes estruturas: o Artérias carótidas comum e interna o Veia jugular interna o Nervo vago (NC X) o Linfonodos cervicais profundos o Nervo do seio carótico o Fibras nervosas simpáticas (plexos periarteriais caróticos). • Se comunica com o mediastino do toráx inferiormente e se estende para a base do crânio (basioccipúcio) superiormente. • Essas comunicações representam possíveis vias para a disseminação de infecção e do sangue extravasado. ▪ Espaço retrofaríngeo • Maior e mais importante espaço interfascial no pescoço • É um espaço virtual que consiste em tecido conjuntivo frouxo entre a parte superior da lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e a fáscia bucofaríngea que circunda a faringe superficialmente. • Na parte inferior, a fáscia bucofaríngea é contínua com a lâmina pré-traqueal de fáscia cervical. ▪ Fáscia alar • Forma outra subdivisão do espaço retrofaríngeo. • Essa lâmina fina está fixada ao longo da linha mediana da fáscia bucofaríngea, desde o crânio até o nível da vértebra C VII. • A partir desta inserção, estende-se em sentido lateral e termina na bainha carótica. O espaço retrofaríngeo permite o movimento de faringe, esôfago, laringe e traqueia em relação à coluna vertebral durante a deglutição. • A parte superior desse espaço é fechada pela base do crânio e a cada lado, pela bainha carótica. • A parte inferior se abre no mediastino superior • Divide o espaço retrofaringeo em espaço retrofaríngeo verdadeiro e espaço perigoso ▪ Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Resumão ▪ Tela subcutânea e músculo platisma: • Em geral, a tela subcutânea é mais fina no pescoço do que em outras regiões, em especial na parte anterior. • Contém o platisma, um músculo da expressão facial. ▪ Fáscia cervical: • Como a fáscia de outras regiões, a função da fáscia cervical é (1) conter músculos e vísceras nos compartimentos com graus variáveis de rigidez, (2) possibilitar que as estruturas deslizem umas sobre as outras, e (3) servir como conduto para a passagem de estruturas neurovasculares. • Dois importantes compartimentos fasciais do pescoço são separados pelo espaço retrofaríngeo. • Anteriormente, a lâmina pré-traqueal envolve as vísceras cervicais e a musculatura extrínseca associada a ela (músculos supra-hióideos e infra-hióideos). • Posteriormente, a lâmina pré-vertebral circunda os elementos musculoesqueléticos do pescoço associados às vértebras cervicais, incluindo-as. • Esses dois compartimentos fasciais são contidos pela terceira, e mais superficial, lâmina da fáscia cervical, a lâmina superficial, que inclui os músculos superficiais (trapézio e ECM). • O local de inserção superior da lâmina superficial é o crânio, e o local de inserção inferior é o cíngulo do membro superior. • Na parte anterolateral nas junções comuns dessas três lâminas estão os principais condutos neurovasculares, as bainhas caróticas. • Os limites superior e inferior e as continuidades dessas lâminas fasciais, compartimentos e espaços interfasciais estabelecem vias para a disseminação de infecção, líquido, gás ou tumores. • Estruturas superficiais do pescoço – regiões cervicais o Pescoço é dividido em regiões para possibilitar a comunicação exata sobre as estruturas, lesões ou afecções o Entre o crânio (mandíbula anteriormente e occipital posteriormente) e as clavículas, o pescoço é dividido em quatro regiões principais com base nas margens geralmente visíveis e/ou palpáveis dos músculos ECM e trapézio, grandes e relativamente superficiais, contidos pela lâmina superficial de fáscia cervical. • Região esternocleidomastóidea o Formada pelo músculo esternocleidomastóideo (ECM), que é um ponto de referência muscular no pescoço o O músculo ECM divide, de modo visível, cada lado do pescoço em regiões cervical anterior e lateral (trígonos cervicais anterior e posterior do pescoço). o É largo e possui duas cabeças: o tendão arredondado da cabeça esternal – se fixa ao manúbrio do esterno – e a cabeça clavicular – se fixa a face superior do terço medial da clavícula o Abaixo das duas cabeças, há um espaço que as separa. Ele é visível na superfície como uma pequena depressão triangular, a fossa supraclavicular menor. o Na parte superior, as cabeças se unem enquanto seguem com trajeto oblíquo em direção ao crânio. o A inserção superior do músculo ECM é o processo mastoide do temporal e a linha nucal superior do occipital o A lâmina superficial da fáscia cervical divide-se para formar uma bainha para o músculo ECM o Os músculos ECM produzem movimento nas articulações craniovertebrais, nas articulações intervertebrais cervicais, ou em ambas o As fixações cranianas dos músculos ECM situam-se posteriormente ao eixo das articulações atlantoccipitais (AO). A partir da posição anatômica, com a contração tônica mantendo a posição da Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 coluna vertebral cervical, a contração bilateral dos músculos ECM (principalmente de suas fibras posteriores) causa a extensão da cabeça nas articulações AO, elevando o mento. o A ação bilateral dos músculos ECM também flete o pescoço. Isso é feito de duas formas diferentes: ▪ Se primeiro houver flexão anterior da cabeça nas articulações AO pelos músculos pré- vertebrais (e/ou os músculos supra-hióideos e infra-hióideos) contra resistência, os músculos ECM (sobretudo as fibras anteriores) fletem toda a coluna vertebral cervical de modo a aproximar o mento do manúbrio. Entretanto, em geral a gravidade é o agonista desse movimento na posição ereta ▪ A contração bilateral dos músculos ECM, em ação antagonista com os músculos extensores do pescoço (i. e., os músculos cervicais profundos), flete a parte inferior do pescoço e, ao mesmo tempo, produz extensão limitada na articulação AO e parte superior do pescoço, protraindo o mento enquanto mantém o nível da cabeça. Esses movimentos de flexão também ocorrem ao levantar a cabeça do solo a partir do decúbito dorsal (com a gravidade oferecendo resistência no lugar dos músculos cervicais profundos). Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o O músculo ECM, em ação unilateral, flete lateralmente o pescoço (curva o pescoço para o lado) e gira a cabeça de modo a aproximar a orelha do ombro ipsilateral enquanto eleva e gira o mento para o lado oposto. o Se a cabeça e o pescoço estiverem fixos, a contração bilateral dos músculos ECM eleva as clavículas e o manúbrio e, portanto, as costelas anteriores. o Desse modo, os músculos ECM atuam como músculos acessórios da respiração, auxiliando o movimento em alavanca de bomba da parede torácica. o Para avaliar o músculo ECM, a cabeça é girada para o lado oposto contra resistência (mão contra o mento). Pode-se ver e palpar o músculo ECM quando sua ação for normal • Região cervical posterior o Está posterior às margens anteriores do músculo trapézio o Região suboccipital está profundamente à parte superior dessa região o O músculo trapézio é grande, triangular e plano, recobrindo a face posterolateral do pescoço e do tórax o O músculo trapézio é um: ▪ Músculo superficial do dorso ▪ Músculo toracoapendicularposterior, que atua no cíngulo do membro superior ▪ Músculo cervical, que pode movimentar o crânio. o O trapézio fixa-se ao cíngulo do membro superior ao crânio e à coluna vertebral e ajuda na sua suspensão o A pele da região cervical posterior é inervada em um padrão segmentar pelos ramos posteriores dos nervos espinais cervicais que perfuram, mas não inervam, o músculo trapézio • Região cervical lateral o Ela é limitada: ▪ Anteriormente pela margem posterior do músculo ECM ▪ Posteriormente pela margem anterior do músculo trapézio ▪ Inferiormente pelo terço médio da clavícula, entre os músculos trapézio e ECM ▪ No ápice, onde os músculos ECM e trapézio encontram-se na linha nucal superior do occipital ▪ Por um teto, formado pela lâmina superficial da fáscia cervical ▪ Por um assoalho, formado por músculos cobertos pela lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Ela circunda a face lateral do pescoço como uma espiral o Ela é coberta por pele e pela tela subcutânea que contém o músculo platisma o Músculos da região cervical lateral ▪ Seu assoalho é formado pela lâmina pré-vertebral, que cobre quatro músculos: esplênio da cabeça, levantador da escápula, escaleno médio e escaleno posterior ▪ Para uma localização mais precisa das estruturas, a região cervical lateral é dividida em um grande trígono occipital superiormente e um pequeno trígono omoclavicular inferiormente, delimitados pelo ventre inferior do músculo omo-hióideo • Trígono occipital: local em que a artéria occipital aparece no seu ápice. O nervo mais importante que cruza esse trígono é o acessório (NC XI) • Trígono omoclavicular: indicado na superfície do pescoço pela fossa supraclavicular; A parte inferior da VJE cruza a superfície desse trígono; a artéria subclávia situa-se na parte profunda dele; Esses vasos são separados pela lâmina superficial da fáscia cervical. Como a terceira parte da artéria subclávia está localizada nessa região, muitas vezes o trígono omoclavicular é denominado trígono subclávio, embora isso não conste na T.A. o Artérias na região cervical lateral: ▪ Incluem os ramos laterais do tronco tireocervical, a terceira parte da artéria subclávia e parte da artéria occipital ▪ Artéria supraescapular: vai sem sentido inferolateral pelo músculo escaleno anterior e o nervo frênico, atravessa a terceira parte da a. subclávia e os fascículos do plexo braquial e passa posteriormente à clavícula para suprir músculos na face posterior a escapula; ▪ Artéria cervical transversa: também é conhecida como tronco cervicodorsal; se origina lateralmente e se bifurca em ramo superficial (artéria cervical superficial) e ramo profundo (artéria dorsal da escápula); Eles segue em direção superficial e lateral através do nervo frênico e músculo escaleno anterior, depois eles cruzam ou atravessam os troncos do plexo braquial, enviando ramos para os vasos dos nervos (vasa nervorum) • O ramo superficial passa profundamente (anteriormente) ao músculo trapézio, acompanhando o nervo acessório (NC XI). • A artéria dorsal da escápula pode originar-se de modo independente, diretamente da terceira (ou, com menor frequência, da segunda) parte da artéria subclávia. Qualquer que seja a origem, sua parte distal segue profundamente aos músculos levantador da escápula e romboide, suprindo ambos e participando das anastomoses arteriais ao redor da escápula ▪ Artéria occipital: é um ramo da artéria carótida externa, entra na região cervical lateral em seu ápice e ascende sobre a cabeça para suprir a metade posterior do couro cabeludo ▪ Artéria subclávia: leva sangue para o membro superior; o Veias na região cervical lateral ▪ Veia jugular externa: começa perto do ângulo da mandíbula pela união da divisão posterior da veia retromandibular com a veia auricular posterior, cruza o músculo ECM e entra na parte anteroinferior da região cervical lateral; Em seguida, perfura a lâmina superficial da fáscia cervical, que forma o teto dessa região, na margem posterior do músculo ECM. A VJE desce até a parte inferior da região cervical lateral e termina na veia subclávia. Drena a maior parte do couro cabeludo e a região lateral da face. ▪ Veia subclávia: principal canal venoso do MMSS, curva-se através da parte inferior da região cervical lateral; passa anteriormente ao músculo escaleno anterior e ao nervo frênico e se une na margem medial do músculo, com a VJI para formar a veia braquiocefálica, posteriormente à extremidade medial da clavícula. Imediatamente acima da clavícula, a VJE recebe as veias cervicodorsais, supraescapular e jugular anterior. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Nervos na região cervical lateral ▪ Nervo acessório: • passa profundamente ao músculo ECM, suprindo-o antes de entrar na região cervical lateral, na junção dos terços superior e médio da margem posterior do músculo ECM, ou abaixo da junção • O nervo segue em sentido posteroinferior, dentro da ou profundamente à lâmina superficial da fáscia cervical, seguindo sobre o músculo levantador da escápula, do qual é separado pela lâmina pré-vertebral da fáscia. • O NC XI então desaparece profundamente à margem anterior do músculo trapézio na junção de seus dois terços superiores com seu terço inferior. ▪ Raízes do plexo braquial • São os ramos anteriores de C5-C8 e T1 • Aparecem entre os músculos escalenos anterior e médio • Os 5 ramos se unem para formar os três troncos do plexo braquial, que descem em sentido inferolateral através da região cervical lateral • Após isso, ele passa entre a costela I, a clavícula e a margem superior da escapula – canal cervicoaxilar – até entrar na axila, inervando a maior parte do membro superior ▪ Nervo supraescapular • Se origina no tronco superior do plexo braquial (não do plexo cervical), seguindo em sentido lateral através da região cervical lateral para suprir os músculos supraespinhal e infraespinal na face posterior da escápula • Também envia ramos para a articulação do ombro ▪ Plexo cervical • A sua raiz é formada pelos ramos anteriores de C1 a C4 • Consiste numa serie irregular de alças nervosas (primárias) e nos ramos que se originam das alças. • Cada ramo participante, com exceção do primeiro, divide-se em ramos ascendente e descendente que se unem aos ramos do nervo espinal adjacente para formar as alças. • O plexo cervical situa-se anteromedialmente aos músculos levantador da escápula e escaleno médio e profundamente ao músculo ECM. • Os ramos superficiais do plexo que inicialmente seguem em sentido posterior são ramos cutâneos (sensitivos). • Os ramos profundos que seguem em sentido anteromedial são ramos motores, inclusive as raízes do nervo frênico (para o diafragma) e a alça cervical • A raiz superior da alça cervical, que conduz fibras dos nervos espinais C1 e C2, une-se momentaneamente e depois se separa do nervo hipoglosso (NC XII) enquanto atravessa a região cervical lateral. • A raiz inferior da alça cervical origina-se de uma alça entre os nervos espinais C2 e C3. • As raízes superior e inferior unem-se, formando uma alça secundária, a alça cervical, formada por fibras dos nervos espinais C1–C3, que se ramificam a partir da alça para suprir os músculos infra-hióideos, omo-hióideo, esternotireóideo e esterno-hióideo. • O quarto músculo infra-hióideo, o tíreo-hióideo, recebe fibras de C1, que descem separadas do nervo hipoglosso, distalmente à raiz superior da alça cervical (nervo para o músculo tíreo-hióideo) • Os ramos cutâneos do plexo cervical emergem ao redor do meio da margem posterior do músculo ECM, muitas vezes denominado ponto nervoso do pescoço, e suprem a pele do pescoço, parte superolateral da parede torácica e o couro cabeludo entre a orelha e a protuberância occipital externa. • Perto de sua origem, as raízes do plexo cervical recebem ramoscomunicantes cinzentos, a maioria dos quais desce do grande gânglio cervical superior na parte superior do pescoço. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Os ramos do plexo cervical que se originam da alça nervosa entre os ramos anteriores de C2 e C3 são: o Nervo occipital menor (C2): supre a pele do pescoço e o couro cabeludo posterossuperior à orelha o Nervo auricular magno (C2 e C3): ascende verticalmente através do músculo ECM oblíquo até o polo inferior da glândula parótida, onde se divide para suprir a pele sobrejacente – e a bainha que circunda a glândula –, o processo mastoide, as duas faces da orelha e uma área de pele que se estende do ângulo da mandíbula até o processo mastoide o Nervo cervical transverso (C2 e C3): supre a pele que cobre a região cervical anterior. Curva-se ao redor do meio da margem posterior do músculo ECM inferiormente ao nervo auricular magno e segue em sentido anterior e horizontal através dele profundamente à VJE e ao músculo platisma, dividindo-se em ramos superior e inferior. • Os ramos do plexo cervical que se originam da alça nervosa formada entre os ramos anteriores de C3–C4 são: o Nervos supraclaviculares (C3 e C4): emergem como um tronco comum sob a cobertura do músculo ECM, enviando pequenos ramos para a pele do pescoço que cruzam a clavícula e suprem a pele sobre o ombro. • Além da alça cervical e dos nervos frênicos que se originam das alças do plexo, ramos motores profundos do plexo cervical incluem ramos que se originam das raízes que suprem os músculos romboides (nervo escapular dorsal; C4 e C5), serrátil anterior (nervo torácico longo; C5–C7) e músculos pré-vertebrais próximos. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Nervos frênicos • Se originam do nervo C4, mas recebem fibras nervosas de C3 e C5 • Contém fibras nervosas motoras, sensitivas e simpáticas • Proporcionam o único suprimento motor para o diafragma e o suprimento sensitivo da sua parte central • No tórax, cada nervo frênico supre a parte mediastinal da pleura parietal e o pericárdio. • Recebendo fibras comunicantes variáveis no pescoço provenientes dos gânglios simpáticos cervicais ou de seus ramos, cada nervo frênico forma-se na parte superior da margem lateral do músculo escaleno anterior no nível da margem superior da cartilagem tireóidea. • O nervo frênico desce em sentido oblíquo com a VJI sobre o músculo escaleno anterior, profundamente à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e às artérias cervical transversa e supraescapular. • No lado esquerdo, o nervo frênico cruza anteriormente à primeira parte da artéria subclávia; no lado direito, situa-se sobre o músculo escaleno anterior e cruza anteriormente à segunda parte da artéria subclávia. • Nos dois lados, o nervo frênico segue posteriormente à veia subclávia e anteriormente à artéria torácica interna quando entra no tórax. • A contribuição do nervo C5 para o nervo frênico pode ser derivada de um nervo frênico acessório. • Muitas vezes, é um ramo do nervo para o músculo subclávio. Se presente, o nervo frênico acessório situa-se lateralmente ao nervo principal e desce posteriormente e, às vezes, anteriormente à veia subclávia. • O nervo frênico acessório une-se ao nervo frênico na raiz do pescoço ou no tórax. o Linfonodos na região cervical lateral ▪ A linfa dos tecidos superficiais na região cervical lateral entra nos linfonodos cervicais superficiais situados ao longo da VJE, superficialmente ao músculo ECM. ▪ Os vasos eferentes desses linfonodos drenam para os linfonodos cervicais profundos, que formam uma cadeia ao longo do trajeto da VJI revestida pela fáscia da bainha carótica • Região cervical anterior o Ela tem: ▪ Um limite anterior formado pela linha mediana do pescoço ▪ Um limite posterior formado pela margem anterior do músculo ECM ▪ Um limite superior formado pela margem inferior da mandíbula ▪ Um ápice localizado na incisura jugular no manúbrio do esterno ▪ Um teto formado por tela subcutânea que contém o músculo platisma ▪ Um assoalho formado pela faringe, laringe e glândula tireoide. o Ela é subdividida em trígonos para permitir a localização mais precisa das estruturas. São quatro trígonos que são divididos pelos músculos digástricos e omo-hióideo: o trígono submentual ímpar e três pares de trígonos pequenos – submandibular, carótico e muscular. ▪ Trígono submentual: • Fica inferiormente ao mento, é uma área supra-hióidea • O assoalho do trígono submentual é formado pelos dois músculos milo-hióideos, que se encontram em uma rafe fibrosa mediana • Seu ápice está na sínfise da mandíbula • Sua base é formada pelo osso hioide • Ele possui vários pequenos linfonodos submentuais e pequenas veias que se unem para formar a veia jugular anterior Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Trígono submandibular: • Área glandular entre a margem inferior da mandíbula e os ventres anterior e posterior do músculo digastrico • Seu assoalho é formado pelos músculos milo-hióideo e o hioglosso e pelo músculo constritor médio da faringe • A glândula submandibular quase preenche todo esse trígono • Os linfonodos submandibulares situam-se de cada lado da glândula submandibular e ao longo da margem inferior da mandíbula. • O nervo hipoglosso (NC XII) é responsável pela inervação motora dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. Segue até o trígono submandibular, assim como o nervo para o músculo milo-hióideo (um ramo do NC V3, que também supre o ventre anterior do músculo digástrico), partes da artéria e veia faciais e a artéria submentual (um ramo da artéria facial) ▪ Trígono carótico • Área vascular limitada pelo ventre superior do músculo omo-hióideo, o ventre posterior do músculo digástrico e a margem anterior do músculo ECM • Ele é importante pois é onde a artéria carótida comum ascende, pelo seu interior • Na altura da margem superior da cartilagem tireóidea, a artéria carótida comum se divide em artéria carótida interna e externa • Nesse trígono tem-se o Seio carótico ▪ Dilatação da parte proximal da artéria carótida interna, que pode incluir a artéria carótida comum. ▪ É inervado principalmente pelo nervo glossofaríngeo (NC XI) através do nervo do seio carótico e pelo nervo vago (NC X), que age como um Barorreceptor (pressorreceptor) que reage a alterações da pressão arterial o Glomo carótico ▪ uma pequena massa de tecido ovoide marrom-avermelhada em vida, situada na face medial (profunda) da bifurcação da artéria carótida comum em íntima relação com o seio carótico. ▪ Suprido principalmente pelo nervo do seio carótico (NC IX) e pelo NC X, é um quimiorreceptor que monitora o nível de oxigênio no sangue. ▪ É estimulado por baixos níveis de oxigênio e inicia um reflexo que aumenta a frequência e a profundidade da respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial. • As estruturas desse trígono são circundadas pela bainha carótica – artérias carótidas medialmente, a veia jugular interna lateralmente e o nervo vago posteriormente • Muitos linfonodos cervicais profundos situam-se ao longo da bainha carótica e da VJI. ▪ Trígono muscular • Limitado pelo ventre superior do músculo omo-hióideo, a margem anterior do músculo ECM e o plano mediano do pescoço. • Esse trígono contém os músculos infra-hióideos e as vísceras (p. ex., as glândulas tireoide e paratireoides). o Músculos na região cervical anterior ▪ Como os músculos dessa região se fixam ao osso hioide a classificação dos músculos dessa região são os músculos supra-hióideos superiores a ele e os músculos infra-hióideos inferiores a ele ▪ Os músculos hioideos são os responsáveis por estabilizar ou movimentar o hioide e a laringe Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Músculos supra-hióideos • Superiores ao hioide e se conectam ao crânio e incluem os músculos milo-hióideo, gênio-hióideo, estilo-hióideoe digástrico • Cada músculo digástrico tem dois ventres, unidos por um tendão intermédio que desce em direção ao hioide. • Uma alça fibrosa derivada da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical permite que o tendão deslize em sentido anterior e posterior, enquanto une esse tendão ao corpo e ao corno maior do hioide. ▪ Músculos infra-hióideos • Possuem aparência semelhante a uma fita e situam-se abaixo do hioide • Eles fixam o hioide, o esterno, a clavícula e a escápula e deprimem o hioide e a laringe durante a deglutição e a fala. • Eles também atuam em conjunto com os supra-hioides para estabilizar o hioide, garantindo, assim, a base da língua • O grupo infra-hióideo de músculos está organizado em dois planos: um plano superficial, formado pelos músculos esterno-hióideo e omo-hióideo, e um plano profundo, composto pelos músculos esternotireóideo e tíreo-hióideo. • Como o músculo digástrico, o músculo omo-hióideo tem dois ventres (superior e inferior) unidos por um tendão intermédio. A alça de fáscia para o tendão intermédio une-se à clavícula. ▪ O músculo esternotireóideo é mais largo do que o músculo esterno-hióideo, sob o qual está localizado. O músculo esternotireóideo cobre o lobo lateral da glândula tireoide. Sua inserção à linha oblíqua da lâmina da cartilagem tireóidea imediatamente superior à glândula limita a extensão superior de uma glândula tireoide aumentada ▪ O músculo tíreo-hióideo parece ser a continuação do músculo esternotireóideo e segue em sentido superior da linha oblíqua da cartilagem tireóidea até o hioide. o Artérias na região cervical anterior ▪ Ele possui o sistema carótico de artérias (artéria carótica comum e seus ramos terminais – artérias carótidas interna e externa) ▪ Contém a veia jugular interna, suas tributárias e as veias jugulares anterior ▪ A artéria carótida interna não emite ramos no pescoço; a artéria carótida externa emite vários. ▪ Tronco braquiocefálico → artéria carótida comum esquerda ▪ Arco da aorta → artéria carótida comum esquerda ▪ As artérias carótidas externas suprem a maioria das estruturas externas ao crânio; a órbita e a parte da fronte e do couro cabeludo supridas pela artéria supraorbital são as principais exceções. Também há alguma distribuição profunda (p. ex., via artéria meníngea média). Cada artéria segue em sentido posterossuperior até a região entre o colo da mandíbula e o lóbulo da orelha, onde está inserida na glândula parótida e termina dividindo-se em dois ramos, a artéria maxilar e a artéria temporal superficial ▪ Antes desses ramos terminais, seis artérias originam-se da artéria carótida externa: • Artéria faríngea ascendente: é o primeiro ou o segundo ramo da artéria carótida externa e seu único ramo medial. Ascende sobre a faringe profundamente (medial) à artéria carótida interna e envia ramos para a faringe, músculos pré-vertebrais, orelha média e meninges cranianas • Artéria occipital: origina-se da face posterior da artéria carótida externa, superiormente à origem da artéria facial. Segue em sentido posterior, imediatamente medial e paralela à inserção do ventre posterior do músculo digástrico no sulco occipital do temporal, e termina dividindo-se em vários ramos na parte posterior do couro cabeludo. Durante seu trajeto, segue superficialmente à artéria carótida interna e aos NC IX–XI Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Artéria auricular posterior: é um pequeno ramo posterior da artéria carótida externa, que geralmente é o último ramo pré-terminal. Ascende em sentido posterior entre o meato acústico externo e o processo mastoide para suprir os músculos adjacentes; glândula parótida; nervo facial; e estruturas no temporal, orelha e couro cabeludo • Artéria tireóidea superior: o ramo inferior dos três ramos anteriores da artéria carótida externa segue em sentido anteroinferior profundamente aos músculos infra- hióideos até chegar à glândula tireoide. Além de suprir esta glândula, emite ramos para os músculos infra-hióideos e ECM e dá origem à artéria laríngea superior, que supre a laringe • Artéria lingual: origina-se da face anterior da artéria carótida externa, onde se situa sobre o músculo constritor médio da faringe. Curva-se em sentido superoanterior e segue profundamente ao nervo hipoglosso (NC XII), o músculo estilo-hióideo e o ventre posterior do músculo digástrico. Desaparece profundamente ao músculo hioglosso, emitindo ramos para a parte posterior da língua. A seguir, volta-se em sentido superior na margem anterior desse músculo, bifurcando-se nas artérias lingual profunda e sublingual • Artéria facial: ramo anterior da artéria carótida externa, origina-se em comum com a artéria lingual ou logo superiormente a ela. Depois de dar origem à artéria palatina ascendente e a uma artéria tonsilar, a artéria facial segue em sentido superior sob os músculos digástrico e estilo-hióideo e o ângulo da mandíbula. Faz uma curva anterior e entra em um sulco profundo na glândula submandibular para supri-la. Em seguida, dá origem à artéria submentual para o assoalho da boca, faz uma volta ao redor do meio da margem inferior da mandíbula e entra na face. • Recurso para memorizar os seis ramos da artéria carótida: 1, 2 e 3 – um ramo medial (artéria faríngea ascendente), dois ramos posteriores (artérias occipital e auricular posterior) e três ramos anteriores (artérias tireóidea superior, lingual e facial). ▪ o Veias na região cervical anterior ▪ A maioria delas é tributária da veia jugular interna, que drena sangue do encéfalo, da região anterior da face, das vísceras cervicais e dos músculos profundos do pescoço; a VJI se origina no forame jugular na fossa posterior do crânio como a continuação direta do seio sigmóideo ▪ A partir de uma dilatação em sua origem, o bulbo superior da VJI, a veia desce na bainha carótica, acompanhando a artéria carótida interna superiormente à bifurcação da carótida e a artéria carótida comum e o nervo vago inferiormente. A veia situa-se na parte lateral da bainha carótica, e o nervo está localizado na parte posterior. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ A VJI deixa a região cervical anterior quando passa profundamente ao músculo ECM, sendo que a extremidade inferior dessa veia segue profundamente ao espaço entre as cabeças esternal e clavicular desse músculo ▪ Posteriormente à parte esternal da clavícula, a veia jugular interna se une a veia subclávia para formar a veia braquiocefálica ▪ A extremidade inferior da VJI dilata-se para formar o bulbo inferior da VJI. Este bulbo tem um par de válvulas que permitem o fluxo sanguíneo em direção ao coração e impedem o refluxo para a veia, como poderia ocorrer no caso de uma inversão (p. ex., quando a pessoa fica de cabeça para baixo ou há aumento da pressão intratorácica) ▪ As tributárias da VJI são o seio petroso inferior e as veias facial e lingual (muitas vezes por intermédio de um tronco comum), além das veias faríngea e tireóideas superior e média. ▪ A veia occipital geralmente drena para o plexo venoso suboccipital, drenado pela veia cervical profunda e a veia vertebral, mas pode drenar para a VJI. ▪ Seio petroso inferior deixa o crânio através do forame jugular e entra no bulbo superior da VJI. ▪ A veia facial drena para a VJI oposta ou logo abaixo do nível do hioide. A veia facial pode receber as veias tireóidea superior, lingual ou sublingual. ▪ As veias linguais formam uma única veia a partir da língua, que drena para a VJI no nível de origem da artéria lingual. ▪ As veias faríngeas originam-se do plexo venoso na parede faríngea e drenam para a VJI aproximadamente no nível do ângulo da mandíbula. ▪ As veias tireóideas superior e média deixam a glândula tireoide e drenam para a VJI. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Nervos da região cervical anterior ▪ Os principais nervos localizados nessa região são: • Nervo cervicaltransverso (C2 e C3): supre a pele que cobre a região cervical anterior. Este nervo já foi analisado juntamente com o plexo cervical neste capítulo • Nervo hipoglosso (NC XII): é o nervo motor da língua, entra no trígono submandibular profundamente ao ventre posterior do músculo digástrico para suprir os músculos intrínsecos e quatro dos cinco músculos extrínsecos da língua. O nervo passa entre a artéria carótida externa e a veia jugular e dá origem à raiz superior da alça cervical e, depois, a um ramo para o músculo gênio-hióideo. Em ambos os casos, o ramo conduz apenas fibras do nervo espinal C1, que se uniram à sua parte proximal; esses ramos não conduzem fibras do hipoglosso • Ramos dos nervos glossofaríngeo (NC IX) e vago (NC X): nos trígonos submandibular e carótico. O NC IX está relacionado principalmente com a língua e com a faringe. No pescoço, o NC X dá origem aos ramos faríngeo, laríngeo e cardíaco. • Resumão regiões do pescoço o Músculos esternocleidomastóideo (ECM) e trapézio: ▪ Os músculos ECM e trapézio têm em comum a origem embriológica, a inervação pelo nervo acessório (NC XI), o revestimento pela lâmina superficial da fáscia cervical, uma inserção superior linear à base do crânio e uma inserção inferior ao cíngulo do membro superior. ▪ Suas massas superficiais e margens palpáveis são a base para descrever as regiões do pescoço. ▪ O músculo ECM produz vários movimentos da cabeça e do pescoço. ▪ O músculo trapézio faz múltiplos movimentos da escápula, consoante à ação uni ou bilateral dos músculos e independente ou em conjunto com a contração concêntrica ou excêntrica de outros músculos. o Região cervical lateral: ▪ A região cervical lateral é limitada pelos músculos ECM e trapézio e terço médio da clavícula, com um assoalho muscular formado pelos músculos cervicais profundos laterais. ▪ É subdividida pelo ventre inferior diagonal do músculo omo-hióideo. ▪ A metade inferior da veia jugular externa é mais visível no trígono occipital superior. ▪ O nervo acessório (NC XI), que ocupa posição superficial, é o mais importante do ponto de vista clínico. ▪ No trígono omoclavicular inferior, muito menor, o plexo braquial emerge entre os músculos escalenos médio e anterior, este último cruzado anteriormente pelo nervo frênico. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Superiormente ao plexo braquial, e no mesmo plano, mas profundamente ao músculo ECM, está o plexo cervical. ▪ Os ramos cutâneos desse plexo emergem do ponto médio da margem posterior do músculo ECM e se irradiam em direção ao couro cabeludo, orelha, região cervical anterior e ombro. o Região cervical anterior: ▪ A região cervical anterior situa-se inferiormente ao corpo da mandíbula, estendendo-se anteriormente do músculo ECM até a linha mediana. ▪ Os ventres do músculo digástrico, o ventre anterior do músculo omo-hióideo e o hioide subdividem a região em trígonos menores. ▪ O trígono submentual situa-se superficialmente ao assoalho da boca. ▪ O trígono submandibular, superior aos ventres do músculo digástrico, é ocupado pela glândula salivar submandibular e pelos linfonodos submandibulares. ▪ A artéria facial, que segue dentro desse trígono, é palpável quando emerge dele e cruza o corpo da mandíbula. ▪ O trígono carótico, entre o ventre posterior do músculo digástrico, o ventre inferior do músculo omo-hióideo e o músculo ECM, inclui grande parte da bainha carótica e estruturas relacionadas, entre elas a bifurcação da artéria carótida comum, seio e glomo caróticos, além dos primeiros ramos da artéria carótida externa. ▪ O trígono muscular é formado e ocupado pelos músculos infra-hióideos. • Estruturas profundas do pescoço o Essas estruturas são os músculos pré-vertebrais, que ocupam posição posterior às vísceras cervicais e anterolateral À coluna vertebral cervical, e as vísceras que se estendem até a abertura superior do tórax • Músculos pré-vertebrais o Também são chamados de músculos vertebrais anteriores e laterais o Situam-se profundamente à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical o Músculos vertebrais anteriores: músculos longos do pescoço e da cabeça, reto anterior da cabeça e escaleno anterior e ocupam posição diretamente posterior ao espaço retrofaringeo e medial ao plano neurovascular dos plexos cervical e braquial e à artéria subclávia o Músculos vertebrais laterais: são os representados pelos músculos reto lateral da cabeça, esplênio da cabeça, levantador da escápula e escalenos médio e posterior, situam-se em posição posterior a esse plano neurovascular e (com exceção do músculo reto lateral da cabeça em posição alta) formam o assoalho da região cervical lateral. o • Raiz do pescoço o Área de junção entre o tórax e o pescoço o Local em que passam todas as estruturas que vão do tórax para a cabeça Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o O limite inferior da raiz do pescoço é a abertura superior do tórax, formada lateralmente pelo 1o par de costelas e suas cartilagens costais, anteriormente pelo manúbrio do esterno e posteriormente pelo corpo da vértebra T I. o Artérias na raiz do pescoço ▪ Presença do tronco braquiocefálico ▪ Artérias subclávias: vão para os MMSS • Tronco braquiocefálico →artéria subclávia direita • Arco da aorta → artéria subclávia esquerda • Os ramos das artérias subclávias são: o Da 1a parte: Artéria vertebral, artéria torácica interna e tronco tireocervical o Da 2a parte: Tronco costocervical o Da 3a parte: Artéria dorsal da escápula. ▪ Parte pré-vertebral da artéria vertebral: parte que contêm a sua origem, na primeira parte da artéria subclávia até ascender no espaço piramidal que tem entre o músculo escaleno e os músculos longos do pescoço e da cabeça ▪ Parte transversária (cervical) da artéria vertebral: é a que, no ápice desse espaço, a artéria segue profundamente e atravessa os forames dos processos transversários das vértebras C I a C VI. ▪ Parte atlântica (suboccipital) da artéria vertebral: segue em um sulco no arco posterior do atlas e entra na cavidade craniana através do forame magno ▪ Parte intracraniana da artéria vertebral: é a que envia ramos para o bulbo e a medula espinal, partes do cerebelo e a dura-máter da fossa posterior do crânio. Na margem inferior da ponte do tronco encefálico, as artérias vertebrais unem-se para formar a artéria basilar, que participa na formação do círculo arterial do cérebro ▪ Artéria torácica interna: é a que se origina da face anteroinferior da artéria subclávia e segue em sentido inferomedial; sua parte cervical da artéria torácica não emite ramos ▪ Tronco tireocervical: origina-se da face anterossuperior da primeira parte da artéria subclávia, perto da margem medial do músculo escaleno anterior. Emite quatro ramos, sendo a artéria tireóidea inferior o maior e o mais importante deles; a artéria visceral primária do pescoço, que supre a laringe, a traqueia, o esôfago, as glândulas tireoide e paratireoides, bem como os músculos adjacentes; são as artérias cervical ascendente, supraescapular e cervical transversa; O tronco costocervical origina-se da face posterior da segunda parte da artéria subclávia (posterior ao músculo escaleno anterior no lado direito e, em geral, logo medial a este músculo no lado esquerdo). O tronco segue em sentido posterossuperior e divide-se em artérias intercostal suprema e cervical profunda, que suprem os dois primeiros espaços intercostais e os músculos cervicais profundos posteriores, respectivamente. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Veias na raiz do pescoço ▪ As duas grandes veias que terminam na região são as veias jugulares externas, que drenam sangue do couro cabeludo e da face, e a veia jugular anterior. ▪ Superiormente ao manúbrio do esterno as VJAs direita e esquerda costumam se unir através da linha mediana para formar o arco venosojugular no espaço supraesternal ▪ Veia subclávia, que é a continuação da veia axilar, começa na margem lateral da costela 1 e termina quando se une à VJI ▪ A VJI termina posteriormente à extremidade medial da clavícula unindo-se à veia subclávia para formar a veia braquiocefálica. Essa união é denominada ângulo venoso e é o local onde o ducto torácico (lado esquerdo) e o tronco linfático direito (lado direito) drenam a linfa recolhida em todo o corpo para a circulação venosa (ver Figura 9.49). Em todo o trajeto, a VJI é revestida pela bainha carótica o Nervos na raiz do pescoço ▪ Há 3 pares de grandes nervos na raiz do pescoço: nervos vagos, nervos frênicos e troncos simpáticos ▪ Nervo vago (NC X) • O nervo vago direito segue anteriormente à primeira parte da artéria subclávia e posteriormente à veia braquiocefálica e à articulação EC para entrar no tórax. O nervo vago esquerdo desce entre as artérias carótida comum esquerda e subclávia esquerda, e posteriormente à articulação EC para entrar no tórax. • Os nervos laríngeos recorrentes originam-se dos nervos vagos na parte inferior do pescoço. Os nervos dos dois lados têm praticamente a mesma distribuição; entretanto, formam uma alça ao redor de diferentes estruturas e em diferentes níveis nos dois lados. O nervo laríngeo recorrente direito faz uma curva inferiormente à artéria subclávia direita, no nível aproximado das vértebras T I e T II. O nervo laríngeo recorrente esquerdo faz uma curva inferiormente ao arco da aorta, no nível aproximado das vértebras T IV e T V. Depois de fazer uma alça, os nervos laríngeos recorrentes ascendem superiormente até a face posteromedial da glândula tireoide, onde ascendem no sulco traqueoesofágico, suprindo a traqueia e o esôfago e todos os músculos intrínsecos da laringe, com exceção do músculo cricotireóideo. • Os ramos cardíacos do NC X originam-se no pescoço e no tórax e conduzem fibras parassimpáticas pré-ganglionares e aferentes viscerais para o plexo cardíaco de nervos ▪ Nervos frênicos • Os nervos frênicos formam-se nas margens laterais dos músculos escalenos anteriores, principalmente do nervo C4 com contribuições de C3 e C5. • Os nervos frênicos descem anteriormente aos músculos escalenos anteriores sob a cobertura das VJIs e dos músculos ECMs. • Eles passam sob a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical, entre as artérias e veias subclávias, e prosseguem até o tórax para suprir o diafragma. • Os nervos frênicos são importantes porque, além de sua distribuição sensitiva, são os únicos responsáveis pelo suprimento motor da sua própria metade do diafragma ▪ Tronco simpático • Parte cervical dos troncos simpáticos situa-se anterolateralmente à coluna vertebral, estendendo-se superiormente até o nível da vértebra C I ou base do crânio. Os troncos simpáticos não recebem ramos comunicantes brancos no pescoço (lembrar que ramos brancos são associados somente aos nervos espinais T1 a L2 ou 3). • A parte cervical dos troncos tem três gânglios simpáticos cervicais: superior, médio e inferior. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Esses gânglios recebem fibras pré-ganglionares conduzidas até o tronco pelos nervos espinais torácicos superiores e seus ramos comunicantes brancos associados, que então ascendem através do tronco simpático até os gânglios. • Depois de fazerem sinapse com o neurônio pós-ganglionar nos gânglios simpáticos cervicais, os neurônios pós-ganglionares enviam fibras para as seguintes estruturas: o Nervos espinais cervicais via ramos comunicantes cinzentos o Vísceras torácicas via nervos esplâncnicos cardiopulmonares o Cabeça e vísceras do pescoço via ramos arteriais cefálicos. • As últimas fibras acompanham artérias como plexos nervosos periarteriais simpáticos, sobretudo as artérias vertebrais e carótidas internas e externas • Em cerca de 80% das pessoas, o gânglio cervical inferior funde-se ao primeiro gânglio torácico para formar o grande gânglio cervicotorácico (gânglio estrelado). Este gânglio em formato de estrela situa-se anteriormente ao processo transverso da vértebra C VII, logo acima do colo da costela I de cada lado e atrás da origem da artéria vertebral • Às vezes, o gânglio cervical médio, o menor dos três gânglios, não existe. Quando presente, ele se situa sobre a face anterior da artéria tireóidea inferior no nível da cartilagem cricóidea e do processo transverso da vértebra C VI, logo anterior à artéria vertebral. As fibras pós-ganglionares seguem do gânglio pelos ramos comunicantes cinzentos até os ramos anteriores dos nervos espinais C5 e C6, através de um nervo cardíaco cervical médio (esplâncnico cardiopulmonar) até o coração e por ramos arteriais para formar os plexos periarteriais da glândula tireoide. • O gânglio cervical superior está situado no nível das vértebras C I e C II. Por ser grande é um bom ponto de referência para a localização do tronco simpático, mas pode ser necessário distingui-lo de um gânglio sensitivo (nodoso) grande do nervo vago (NC X), quando presente. As fibras pós-ganglionares partem dele por meio de ramos arteriais cefálicos para formar o plexo simpático carótico interno e entrar na cavidade craniana. Esse gânglio também envia ramos arteriais para a artéria carótida externa e ramos cinzentos para os ramos anteriores dos quatro nervos espinais cervicais superiores. Outras fibras pós-ganglionares partem dele para o plexo cardíaco de nervos por um nervo cardíaco cervical superior • RESUMÃO MOORE • ESTRUTURAS PROFUNDAS DO PESCOÇO Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Músculos pré-vertebrais: o Os músculos pré-vertebrais, situados profundamente à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical, são divididos em músculos vertebrais anteriores e laterais pelo plano neurovascular dos plexos cervical e braquial e pela artéria subclávia. o Os músculos vertebrais anteriores fletem a cabeça e o pescoço; entretanto, esse movimento normalmente é produzido pela gravidade em conjunto com a contração excêntrica dos músculos extensores do pescoço. o Assim, os músculos vertebrais anteriores atuam principalmente quando esse movimento é realizado contra resistência, provavelmente iniciando-o, enquanto a força do movimento é produzida pelo músculo ECM. o Os músculos vertebrais laterais fletem lateralmente o pescoço, participam na rotação do pescoço e fixam ou elevam as costelas superiores durante a inspiração forçada. • Raiz do pescoço: o Os ramos do arco da aorta bifurcam-se e/ou atravessam a raiz do pescoço, com os ramos da artéria subclávia originando-se aqui também. o As veias jugular interna e subclávia convergem na raiz do pescoço para formar as veias braquiocefálicas. o Os principais troncos linfáticos (ducto linfático direito e ducto torácico) entram nos ângulos venosos formados pela convergência dessas veias. o Os nervos frênico e vago entram no tórax passando anteriormente às artérias subclávias e posteriormente às veias braquiocefálicas. o Os troncos simpáticos e os nervos laríngeos recorrentes atravessam a raiz do pescoço posteriormente às artérias, assim como as estruturas viscerais (traqueia e esôfago). o A parte cervical dos troncos simpáticos inclui três gânglios simpáticos cervicais (inferior, médio e superior), nos quais fibras pré-ganglionares da parte torácica superior da medula espinal fazem sinapse com neurônios pós-ganglionares. o Esses neurônios enviam fibras para os nervos espinais cervicais, através de ramos comunicantes cinzentos; para a cabeça e as vísceras do pescoço, via ramos arteriais cefálicos e plexos periarteriais; e para as vísceras torácicas, via nervos cardíacos (nervos esplâncnicos cardiopulmonares). • Vísceras do pescoço o As vísceras do pescoço estão dispostas em três camadas, nomeadas de acordo com sua função primária. Da região superficial para a profunda, elas são: ▪ Camada endócrina: glândulastireoide e paratireoides ▪ Camada respiratória: laringe e traqueia ▪ Camada alimentar: faringe e esôfago. • Camada endócrina de vísceras cervicais o Vísceras que fazem parte do sistema endócrino (glândulas secretoras de hormônio, sem ductos) o Glândula tireoide: maior glândula endócrina do corpo → produz hormônio tireoidiano – regula a velocidade do metabolismo – e calcitonina – ligado ao metabolismo do cálcio o Glândulas paratireoides: localizada dentro da tireoide; produz o paratormônio (PTH) – controla o metabolismo do fósforo e do cálcio no sangue o Tireoide: ▪ Localizada profundamente os músculos esternotireóideo e esterno-hióideo, na parte anterior do pescoço, no nível das vértebras C V a T I ▪ É formada principalmente pelos lobos direito e esquerdo, situados em posição anterolateral em relação à laringe e à traqueia. ▪ Um istmo relativamente fino une os lobos sobre a traqueia, em geral anteriormente ao segundo e terceiro anéis traqueais. ▪ A glândula tireoide é circundada por uma cápsula fibrosa fina, que envia septos profundos para o interior da glândula. ▪ Tecido conjuntivo denso fixa a cápsula à cartilagem cricóidea e aos anéis traqueais superiores Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Artérias que suprem a tireoide • Artérias tireóideas superior (primeiros ramos da artéria carótida externa) e inferior (maiores ramos dos troncos tireocervicais, que se originam das artérias subclávias) • As artérias tireóideas superiores e inferiores direita e esquerda fazem extensas anastomoses dentro da glândula, assegurando sua vascularização enquanto proporcionam potencial circulação colateral entre as artérias subclávia e carótida externa. • 10% das pessoas possuem uma artéria tireóidea ima, ímpar, que pode se originar do tronco braquiocefálico, do arco da aorta ou das artérias carótida comum direita, subclávia ou torácica interna ▪ Veias que drenam a tireoide • Plexo venoso tireóideo → formado por três pares de veias tireóideas • As veias tireóideas superiores acompanham as artérias tireóideas superiores; elas drenam os polos superiores da glândula tireoide; as veias tireóideas médias não acompanham, mas seguem trajetos praticamente paralelos às artérias tireóideas inferiores; drenam a região intermédia dos lobos. • As veias tireóideas inferiores geralmente independentes drenam os polos inferiores. As veias tireóideas superior e média drenam para as VJI; as veias tireóideas inferiores drenam para as veias braquiocefálicas posteriormente ao manúbrio do esterno. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Drenagem linfática da glândula tireoide • Os vasos linfáticos da glândula tireoide seguem no tecido conjuntivo interlobular, geralmente perto das artérias; eles se comunicam com uma rede capsular dos vasos linfáticos. • A partir daí, os vasos seguem primeiro para os linfonodos pré-laríngeos, pré-traqueais e paratraqueais. • Por sua vez, os linfonodos pré-laríngeos drenam para os linfonodos cervicais superiores, e os linfonodos pré-traqueais e paratraqueais drenam para os linfonodos cervicais profundos inferiores. • Lateralmente, os vasos linfáticos situados ao longo das veias tireóideas superiores seguem diretamente para os linfonodos cervicais profundos inferiores. • Alguns vasos linfáticos podem drenar para os linfonodos braquiocefálicos ou para o ducto torácico ▪ Nervos • Os nervos da glândula tireoide são derivados dos gânglios (simpáticos) cervicais superiores, médios e inferiores. • Eles chegam à glândula através dos plexos cardíaco e periarteriais tireóideos superior e inferior que acompanham as artérias tireóideas. • Essas fibras são vasomotoras, não secretomotoras. • Causam constrição dos vasos sanguíneos. • A secreção endócrina da glândula tireoide é controlada por hormônios pela hipófise. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Glândulas paratireoides ▪ São ovais e achatadas e ficam externamente à capsula tireóidea, na metade medial da face posterior de cada lobo da glândula tireoide, dentro da sua bainha ▪ As glândulas paratireoides superiores costumam situar-se um pouco mais de 1 cm acima do ponto de entrada das artérias tireóideas inferiores na glândula tireoide. ▪ As glândulas paratireoides inferiores geralmente situam-se mais de 1 cm abaixo do ponto de entrada arterial ▪ A posição habitual das glândulas paratireoides inferiores é perto dos polos inferiores da glândula tireoide, mas elas podem ocupar várias posições ▪ Vasos • Como as artérias tireóideas inferiores são responsáveis pela vascularização primária da face posterior da glândula tireoide, onde estão localizadas as glândulas paratireoides, ramos dessas artérias geralmente suprem essas glândulas. Entretanto, elas também podem ser supridas por ramos das artérias tireóideas superiores; a artéria tireóidea ima; ou as artérias laríngeas, traqueais e esofágicas. • As veias paratireóideas drenam para o plexo venoso tireóideo da glândula tireoide e da traqueia. • Os vasos linfáticos das glândulas paratireoides drenam com os vasos da glândula tireoide para os linfonodos cervicais profundos e linfonodos paratraqueais ▪ Nervos: • A inervação das glândulas paratireoides é abundante; é derivada de ramos tireóideos dos gânglios (simpáticos) cervicais. • Assim como os nervos para a glândula tireoide, são vasomotores em vez de secretomotores, porque as secreções endócrinas dessas glândulas são controladas por hormônios. • Camada respiratória de vísceras cervicais o As vísceras da camada respiratória, a laringe e a traqueia, contribuem para as funções respiratórias do corpo. As principais funções das vísceras respiratórias cervicais são: ▪ Direcionamento de ar e alimento para o sistema respiratório e o esôfago, respectivamente ▪ Garantia de uma via respiratória pérvia e de um meio para fechá-la temporariamente (uma “válvula”) ▪ Produção da voz. o Laringe: ▪ Órgão que está ligado a fonação, formada por nove cartilagens unidas por membranas e ligamentos e que contém as pregas “cordas” vocais ▪ Localizada na região anterior do pescoço, no nível dos corpos das vértebras CIII a CVI ▪ Une a faringe à traqueia ▪ Embora seja conhecida mais frequentemente por seu papel como o mecanismo fonador para produção de voz, sua função mais importante é proteger as vias respiratórias, sobretudo durante a deglutição, quando serve como “esfíncter” ou “válvula” do sistema respiratório inferior, mantendo, assim, a perviedade das vias respiratórias ▪ Esqueleto • Formado por 9 cartilagens, sendo elas três ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e três delas pares (aritenóidea, corniculada e cuneiforme) • Cartilagem tireóidea: maior das cartilagens; Os dois terços inferiores de suas duas lâminas fundem-se anteriormente no plano mediano para formar a proeminência laríngea. Essa projeção (“pomo de Adão”) é bem definida em homens, mas raramente é visível em mulheres. Acima dessa proeminência, as lâminas divergem para formar uma incisura tireóidea superior em forma de V. A incisura tireóidea inferior, bem menos definida, é um entalhe pouco profundo no meio da margem inferior da cartilagem; A margem posterior de cada lâmina projeta-se em sentido superior, como Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o corno superior, e inferior, como o corno inferior. A margem superior e os cornos superiores fixam-se ao hioide pela membrana tíreo-hióidea. A parte mediana espessa dessa membrana é o ligamento tíreo-hióideo mediano; suas partes laterais são os ligamentos tíreo-hióideos laterais. Os cornos inferiores articulam-se com as faces laterais da cartilagem cricóidea nas articulações cricotireóideas. Os principais movimentos nessas articulações são rotação e deslizamento da cartilagem tireóidea, que modificam o comprimento das pregas vocais. • Cartilagem cricóidea: é a que possui o formato de anel de sinete, com seu arovoltado anteriormente; Essa abertura anular da cartilagem permite a passagem de um dedo médio. A parte posterior (sinete) da cartilagem cricóidea é a lâmina, e a parte anterior (anel) é o arco. Embora seja muito menor do que a cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea é mais espessa e mais forte, e é o único anel de cartilagem a circundar completamente uma parte da via respiratória. Fixa-se à margem inferior da cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano e ao primeiro anel traqueal pelo ligamento cricotraqueal. No local onde a laringe está mais próxima da pele e mais acessível, o ligamento cricotireóideo mediano pode ser percebido como um ponto mole durante a palpação inferior à cartilagem tireóidea. • Cartilagens aritenóideas: cartilagens piramidais pares, com três lados, que se articulam com as partes laterais da margem superior da lâmina da cartilagem cricóidea. Cada cartilagem tem um ápice superior, um processo vocal anterior e um grande processo muscular que se projeta lateralmente a partir de sua base. O ápice tem a cartilagem corniculada e se fixa à prega ariepiglótica. O processo vocal permite a inserção posterior do ligamento vocal, e o processo muscular atua como alavanca à qual estão fixados os músculos cricoaritenóideos posterior e lateral. As articulações cricoaritenóideas, localizadas entre as bases das cartilagens aritenóideas e as faces superolaterais da lâmina da cartilagem cricóidea, permitem que as cartilagens aritenóideas deslizem, aproximando-se ou afastando-se umas das outras, inclinem-se anterior e posteriormente, e girem. Esses movimentos são importantes na aproximação, tensionamento e relaxamento das pregas vocais. Os ligamentos vocais elásticos estendem-se da junção das lâminas da cartilagem tireóidea anteriormente até o processo vocal da cartilagem aritenóidea posteriormente. Os ligamentos vocais formam o esqueleto submucoso das pregas vocais. Esses ligamentos são a margem superior livre espessada do cone elástico ou membrana cricovocal. As partes da membrana que se estendem lateralmente entre as pregas vocais e a margem superior da cartilagem cricóidea são os ligamentos cricotireóideos laterais. O cone elástico, fibroelástico, funde-se anteriormente com o ligamento cricotireóideo mediano. O cone elástico e a túnica mucosa sobrejacente fecham a abertura da traqueia, com exceção da rima da glote central (abertura entre as pregas vocais). • Cartilagem epiglótica: formada por cartilagem elástica, conferindo assim, flexibilidade à epiglote; está situada posteriormente à raiz da língua e ao hioide, e anteriormente ao ádito da laringe, forma a parte superior da parede anterior e a margem superior da entrada. Sua extremidade superior larga é livre. A extremidade inferior afilada, o pecíolo epiglótico, está fixada pelo ligamento tireoepiglótico ao ângulo formado pelas lâminas da cartilagem tireóidea. O ligamento hioepiglótico fixa a face anterior da cartilagem epiglótica ao hioide. A membrana quadrangular é uma lâmina submucosa fina de tecido conjuntivo que se estende entre as faces laterais das cartilagens aritenóidea e epiglótica. A margem inferior livre constitui o ligamento vestibular, que é coberto frouxamente por túnica mucosa para formar a prega vestibular. Essa prega situa-se acima da prega vocal e estende-se da cartilagem tireóidea até a cartilagem Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 aritenóidea. A margem superior livre da membrana quadrangular forma o ligamento ariepiglótico, que é coberto por túnica mucosa para formar a prega ariepiglótica. • Cartilagens corniculadas e cuneiforme: apresentam-se como pequenos nódulos na parte posterior das pregas ariepiglóticas. As cartilagens corniculadas fixam-se aos ápices das cartilagens aritenóideas; as cartilagens cuneiformes não se fixam diretamente em outras cartilagens. A membrana quadrangular e o cone elástico são as partes superior e inferior da membrana fibroelástica da laringe, que está localizada na tela submucosa. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Interior da laringe: • A cavidade da laringe estende-se do ádito da laringe, através do qual se comunica com a parte laríngea da faringe, até o nível da margem inferior da cartilagem cricóidea. Aqui a cavidade da laringe é contínua com a cavidade da traqueia. A cavidade da laringe inclui: o Vestíbulo da laringe: entre o ádito da laringe e as pregas vestibulares o Parte média da cavidade da laringe: a cavidade central (via respiratória) entre as pregas vestibulares e vocais Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Ventrículo da laringe: recessos que se estendem lateralmente da parte média da cavidade da laringe entre as pregas vestibulares e vocais. O sáculo da laringe é uma bolsa cega que se abre para cada ventrículo revestida por glândulas mucosas o Cavidade infraglótica: a cavidade inferior da laringe entre as pregas vocais e a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua com o lúmen da traqueia. • As pregas vocais estão ligadas a produção de som. O ápice de cada prega cuneiforme projeta-se medialmente para a cavidade da laringe. Cada prega vocal contém um: o Ligamento vocal, formado por tecido elástico espessado que é a margem livre medial do cone elástico o Músculo vocal, formado por fibras musculares muito finas que ocupam posição imediatamente lateral aos ligamentos vocais e terminam irregularmente em relação ao comprimento desses ligamentos • As pregas vocais são pregas salientes de túnica mucosa que estão situadas sobre os ligamentos vocais e os músculos tireoaritenóideos e incorporam essas estruturas. Elas são a origem dos sons (tons) que provêm da laringe. Essas pregas produzem vibrações audíveis quando suas margens livres estão justapostas (mas não comprimidas) durante a fonação, e o ar é expirado intermitentemente com força. As pregas vocais também são o principal esfíncter inspiratório da laringe quando estão fechadas com firmeza. A adução completa das pregas forma um esfíncter eficaz que impede a entrada de ar. • A glote (o aparelho vocal da laringe) é formada pelas pregas e processos vocais, juntamente com a rima da glote, a abertura entre as pregas vocais. O formato da rima varia de acordo com a posição das pregas vocais. Durante a respiração comum, a rima é estreita e cuneiforme; durante a respiração forçada, é larga e trapezoide. A rima da glote é semelhante a uma fenda quando as pregas vocais estão bem aproximadas durante a fonação. A variação na tensão e no comprimento das pregas vocais, na Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 largura da rima da glote e na intensidade do esforço expiratório produz alterações na altura da voz. A menor amplitude de altura da voz de homens pós-púberes resulta do maior comprimento das pregas vocais. • As pregas vestibulares, que se estendem entre a cartilagem tireóidea e as cartilagens aritenóideas, desempenham pequeno ou nenhum papel na produção da voz; sua função é protetora. Consistem em duas pregas espessas de túnica mucosa que encerram os ligamentos vestibulares. O espaço entre esses ligamentos é a rima do vestíbulo. Os recessos laterais entre as pregas vocais e vestibulares são os ventrículos da laringe. ▪ Músculos da laringe: • Os músculos extrínsecos da laringe movem a laringe como um todo. Os músculos infra-hióideos abaixam o hioide e a laringe, enquanto os músculos supra-hióideos (e o estilofaríngeo, um músculo da faringe, discutido adiante neste capítulo) são elevadores do hioide e da laringe • Os músculos intrínsecos da laringe movem os componentes da laringe, alterando o comprimento e a tensão das pregas vocais e o tamanho e formato da rima da glote. Todos os músculos intrínsecos da laringe, com exceção de um, são supridos pelo nervo laríngeo recorrente, um ramo do NC X. O músculo cricotireóideo é suprido pelo nervo laríngeo externo, um dos doisramos terminais do nervo laríngeo superior. • É mais fácil compreender as ações dos músculos intrínsecos da laringe quando estes são considerados como grupos funcionais: adutores e abdutores, esfíncteres, e tensores e relaxadores o Adutores e abdutores: esses músculos movimentam as pregas vocais para abrir e fechar a rima da glote. Os principais adutores são os músculos cricoaritenóideos laterais, que tracionam os processos musculares anteriormente, girando as cartilagens aritenóideas e causando a oscilação medial de seus processos vocais. Quando esta ação é associada à dos músculos aritenóideos transverso e oblíquo, que tracionam as cartilagens aritenóideas juntas, o ar empurrado através da rima da glote causa vibrações dos ligamentos vocais (fonação). Quando os ligamentos vocais são aduzidos, mas os músculos aritenóideos transversos não atuam, as cartilagens aritenóideas permanecem afastadas e o ar passa ao largo dos ligamentos. Essa é a posição do sussurro, quando a respiração é transformada em voz na ausência de tom. Os únicos abdutores são os músculos cricoaritenóideos posteriores, que tracionam os processos musculares posteriormente, girando os processos vocais lateralmente e assim alargando a rima da glote o Esfíncteres: as ações combinadas da maioria dos músculos do ádito da laringe resultam em ação esfincteriana que fecha o ádito da laringe como mecanismo de proteção durante a deglutição. A contração dos músculos cricoaritenóideos laterais, aritenóideos transversos e oblíquos e ariepiglóticos aproxima as pregas ariepiglóticas e traciona as cartilagens aritenóideas em direção à epiglote. Esta ação é um reflexo ao líquido ou a partículas que se aproximam ou entram no vestíbulo da laringe. Talvez seja nosso reflexo mais forte, diminuindo só depois da perda de consciência, como no afogamento o Tensores: os principais tensores são os músculos cricotireóideos, que inclinam ou tracionam a proeminência ou ângulo da cartilagem tireóidea anterior e inferiormente em direção ao arco da cartilagem cricóidea. Isso aumenta a distância entre a proeminência tireóidea e as cartilagens aritenóideas. Como as extremidades anteriores dos ligamentos vocais se fixam na face posterior da proeminência, os ligamentos vocais são alongados e tensionados, elevando a altura da voz Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Relaxadores: os principais músculos neste grupo são os músculos tireoaritenóideos, que tracionam as cartilagens aritenóideas anteriormente, em direção ao ângulo (proeminência) da cartilagem tireóidea, relaxando, assim, os ligamentos vocais para reduzir a altura da voz. • Os músculos vocais situam-se medialmente aos músculos tireoaritenóideos e lateralmente aos ligamentos vocais nas pregas vocais. Os músculos vocais fazem pequenos ajustes dos ligamentos vocais, mediante tensão e relaxamento seletivo das partes anterior e posterior, respectivamente, das pregas vocais durante a fala e o canto enérgicos. ▪ Artérias da região • Artérias laríngeas – ramos das artérias tireóideas superior e inferior • Artéria laríngea superior • Artéria cricotireóidea – ramo da artéria tireóidea superior • Artéria laríngea inferior – ramo da artéria tireóidea inferior ▪ Veias da laringe • Elas acompanham as artérias laríngeas • Veia laríngea superior – drena para a VJI • Veia laríngea inferior – drena para a veia braquiocefálica ▪ Vasos linfáticos • Os vasos linfáticos da laringe superiores às pregas vocais acompanham a artéria laríngea superior através da membrana tíreo-hióidea e drenam para os linfonodos cervicais profundos superiores. • Os vasos linfáticos inferiores às pregas vocais drenam para os linfonodos pré- traqueais ou paratraqueais, que drenam para os linfonodos cervicais profundos inferiores ▪ Nervos da laringe: • Ramos laríngeos superior e inferior dos nervos vagos (NC X) • O nervo laríngeo superior origina-se do gânglio vagal inferior na extremidade superior do trígono carótico. O nervo divide-se em dois ramos terminais na bainha carótica: o nervo laríngeo interno (sensitivo e autônomo) e o nervo laríngeo externo (motor). • O nervo laríngeo interno, o maior dos ramos terminais do nervo laríngeo superior, perfura a membrana tíreo-hióidea com a artéria laríngea superior, enviando fibras sensitivas para a túnica mucosa laríngea do vestíbulo da laringe e cavidade média da laringe, inclusive a face superior das pregas vocais. O nervo laríngeo externo, o ramo terminal menor do nervo laríngeo superior, desce posteriormente ao músculo esternotireóideo em companhia da artéria tireóidea superior. Inicialmente, o nervo laríngeo externo está situado sobre o músculo constritor inferior da faringe; depois perfura o músculo, contribuindo para sua inervação (com o plexo faríngeo), e continua para suprir o músculo cricotireóideo. • O nervo laríngeo inferior, a continuação do nervo laríngeo recorrente (um ramo do nervo vago), entra na laringe passando profundamente à margem inferior do músculo constritor inferior da faringe e medialmente à lâmina da cartilagem tireóidea. Divide-se em ramos anterior e posterior, que acompanham a artéria laríngea inferior até a laringe. O ramo anterior supre os músculos cricotireóideo lateral, tireoaritenóideo, vocal, ariepiglótico e tireoepiglótico. O ramo posterior supre os músculos cricoaritenóideo posterior e aritenóideos transverso e oblíquo. Como supre todos os músculos intrínsecos, com exceção do cricotireóideo, o nervo laríngeo inferior é o nervo motor primário da laringe. Entretanto, também envia fibras sensitivas para a túnica mucosa da cavidade infraglótica. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Traqueia: ▪ Vai da laringe até o tórax, e termina quando se divide em brônquios principais direito e esquerdo ▪ Transporta ar que entra e sai dos pulmões ▪ É um tubo fibrocartilaginoso que é sustentado por cartilagens (anéis) traqueais incompletas, que ocupam uma posição mediana no pescoço ▪ As cartilagens são responsáveis por manter a traqueia aberta ▪ Lateralmente a ela estão as artérias carótidas comuns e os lóbulos da glândula tireoide ▪ Inferiormente ao istmo da glândula tireoide estão o arco venoso jugular e as veias tireóideas inferiores. ▪ O tronco braquiocefálico mantém relação com o lado direito da traqueia na raiz do pescoço. ▪ O desvio da traqueia da linha mediana, visível na superfície ou em radiografias, costuma indicar a presença de um processo patológico. ▪ Muitas vezes o traumatismo da traqueia afeta o esôfago, que está bem aderido a ela. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Camada alimentar de vísceras cervicais o Na camada alimentar, as vísceras cervicais participam nas funções digestórias do corpo. Embora a faringe conduza o ar para a laringe, a traqueia e os pulmões, os músculos constritores da faringe direcionam (e a epiglote desvia) o alimento para o esôfago. O esôfago, que também participa na propulsão do alimento, é o início do sistema digestório. o Faringe ▪ Parte expandida superior do sistema digestório, localizada posteriormente às cavidades nasal e oral, que se estende inferiormente além da laringe ▪ Vai da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea anteriormente e a margem inferior da vértebra CI posteriormente ▪ A faringe é mais larga (cerca de 5 cm) defronte ao hioide e mais estreita (cerca de 1,5 cm) em sua extremidade inferior, onde é contínua com o esôfago. A parede posterior plana da faringe situa-se contra a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. ▪ Cavidade da faringe: • Parte nasal da faringe (nasofaringe): posterior ao nariz e superior ao palato mole • Parte oral da faringe (orofaringe): posterior à boca • Parte laríngea da faringe (laringofaringe): posterior à laringe. ▪ ▪ Parte nasal da faringe: • Função respiratória • Extensão posterior da cavidade nasal • Abundante tecido linfoide presente
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