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INTESTINO Pode conter várias doenças, muitas afetam transporte de nutrientes e água, acarretando em uma má absorção e diarreia Contato com inúmeros antígenos → sistema imune reforçado Microbiota comensal protetora - quanto maior a variação, maior a proteção Parece ter papel em quadros alérgicos/ doenças inflamatórias Grupos de patologias intestinais 1. Obstrução Pode ocorrer em qualquer nível (ID mais acometido, lúmen estreito) Sintomas: dor, constipação, distensão abdominal, vômitos Hérnia volvo, bridas, intussuscepção - Correspondem a 80% das obstruções mecânicas (restante tumores e infartos) Fragilidade da parede abdominal - protrusão de uma bolsa (saco herniário) Mais comuns: inguinal e umbilical Protrusão visceral - podendo causar encarceramento e estrangulamento → resultando em infarto “Megacólon aganglioniar congênito” Defeito congênito na inervação do cólon (S. N. autônomo entérico) Clínica: geralmente neonatos que não eliminam mecônio, constipação obstrutiva Pode complicar: enterocolite, perfuração, peritonite Patogenia Plexo entérico neuronal (Origem crista neural) → migração destas células é interrompida nesta doença Segmento distal do intestino sem plexos submucoso ou mioentérico Falha na peristalse → segmento acima dilatada Mutação envolvida: RETPatologia Intestinal ISQUEMIA INTESTINAL 2- Distúrbios vasculares Doença Intestinal Isquêmica Pode ser apenas da mucosa/ mucosa e SM (mural) ou transmural (toda a parede) Obstrução vascular aguda ou crônica Geralmente por aterosclerose, aneurismas, hipercoagulabilidade 3. Doenças diarreicas “Diarreia”: aumento na massa, frequência ou fluidez das fezes Sintoma muito comum de várias doenças infecciosas Avaliar o padrão de cada paciente Pode ser associada à sangue, muco, pus, etc Intestino Delgado normal – Duodeno Doença Celíaca Espru celíaco ou Enteropatia sensível ao glúten Sintomas Gastrointestinais (diarreia, distensão abdominal ou dor, anorexia, perda de peso) Hipovitaminoses Baixa estatura Infertilidade Manifestação cutânea (dermatite herpetiforme) Pode ser silenciosa Doença imunomediada desencadeada pela ingestão de cereais contendo glúten (trigo, cevada ou centeio), em pessoas geneticamente predispostas Patogenia Glúten é a principal proteína de armazenamento do trigo e grãos similares Digerido por enzimas → quebrado em aminoácidos e peptídeos, um deles é o peptídeo Gliadina, que é resistente à degradação Gliadina deaminada por transglutaminases intestinais → e pode interagir com HLA DQ2 e HLA DQ8 das células apresentadoras de antígenos - e ser apresentada ao linfócitos T CD4 + Resposta → produção de anticorpos Antitransglutaminase, Antigliadina, antiendomísio HLA: Sistema Antígeno leucocitário humano - genes que codificam proteínas receptoras trans-membranas, que atuam no reconhecimento e apresentação de antígenos Dermatite Herpetiforme Manifestação cutânea da Doença celíaca Biópsia Segunda Porção duodenal ou jejuno proximal Linfocitose Intraepitelial Hiperplasia de criptas Atrofia vilositária Apagamento bordo em escova Inflamação na lâmina própria Complicação Maior risco de desenvolver Neoplasias Principalmente: Linfoma de células T associado à enteropatia ou Adenocarcinoma de delgado Tratamento = dieta Outras doenças diarreicas mal absortivas 4. Enterocolite Infecciosas Responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano 10% das mortes em pacientes < 5 anos Diarreia, dor abdominal, urgência Depende estado nutricional e imunidade do paciente Saneamento básico (ex cólera) Vibrio cholerae (gram neg, vírgulas - endêmica na Índia, Africa) Campylobacter jejuni (+ comum em países desenvolvidos, comum “diarreia do viajante”) Shigella (gram neg, diarreia sanguinolenta) Salmonella (typhi - Febre tifoide; Não typhi - gastroenterites) Escherichia coli (gram neg, comensais, alguns subtipos causam doença → ECEP, ECEH, ECEI Vírus (p.ex Rotavírus, crianças até 2 anos. Vacina) Enterocolites agudas Geralmente auto-limitadas Raramente biopsiadas Padrão morfológico similar: manutenção da arquitetura, infiltrado misto na lâmina própria, microabscessos crípticos, neutrófilos intraepiteliais E. Colite Pseudomembranosa Clostridium difficile “Colite associada à antibióticos” ATB → perturbação microbiota → possibilita o supercrescimento do C. difficile Toxinas que causam liberação de citocinas e apoptose Epitélio descama → Lâmina própria infiltrada por células inflamatórias / trombos com fibrina → criptas danificadas cistificam e liberam muco purulento que “erupciona” para a superfície (Cogumelo/vulcão) 5. Enterocolites parasitárias Ascaris “Lombriga” Nematelminto Pode causar abscesos hepáticos Pode causar quadros pulmonares (pneumonites) devido ao ciclo pulmonar 90% localizados em alças jejunais F. ESTRONGILOIDÍASE Strongyloides stercoralis Nematelminto Faz ciclo pulmonar Quadros mais graves (hiperinfecção) em pacientes imunodeprimidos (HIV; uso de imunossupressores, transplantados) Sintomas mais frequentes: trato gastrointestinal, quadros assintomáticos até severos Necator/Ancylostoma Necator americanos Ancylostoma duodenale “Amarelão” ou Doença do Jeca-Tatu A anemia crônica (devido espoliação sanguínea crônica), desnutrição, sintomas gastrointestinais, fraqueza, aspecto amarelado da pele Sintomas pulmonares na passagem pelo trato respiratório Há nematoides que penetram na pele humana mas permanecem vagando entre a epiderme e a derme, sem poder completar sua evolução Esta condição é chamada de: Larva migrans cutânea, bicho geográfico ou dermatite serpinginosa Na generalidade dos casos, esta síndrome é devida às larvas de terceiro estádio do Ancylostoma braziliense, parasito normal do intestino de cães e gatos Giardíase Protozoário flagelado G. lamblia; G. duodenalis ou G. intestinalis Parasita mais comum de seres humanos Infecção diminui a expressão de enzimas da borda absortiva em escova, incluindo a lactase, produzindo danos às microvilosidades e apoptose das células intestinais (delgado) Trofozoítos → forma de “Pera” Dx: antígeno fecal Entamoeba – Amebíase Infecção fecal-oral E. histolytica Afeta principalmente Ceco e cólon ascendente (também apêndice, sigmoide e reto) Ameba se prende ao epitélio colônico, induz apoptose, invade criptas e atravessa a lâmina própria → neutrófilos recrutados causam dano tecidual, úlceras → NECROSE → Disenteria Parasitas podem atingir vasos sg e acometer o fígado → abscesso amebiano ESQUISTOSSOMOSE Schistosoma mansoni Platelminto (corpo achatado) Manifestações cutâneas ou em mucosas (pela penetração das cercarias) Pulmonares, sintomas gerais Forma intestinal e Hepatoesplênica características Forma neural/mielopatia Necessitam alcançar o sistema porta intra-hepático para completar seu desenvolvimento Um dos eventos patogênicos mais importantes na esquistossomose é a formação do granuloma hepático e a fibrose hepática peri-portal A formação dos granulomas em diferentes órgãos explica as manifestações da doença, como a hipertensão porta, a forma pseudotumoral, a neurológica e vásculo-pulmonar Hipertensão portal e Hepatoesplenomegalia → edema visceral e a longo prazo ascite O elemento anatomopatológico básico do processo esquistossomótico crônico e sua lesão típica é o granuloma (ou pseudotubérculo) que se forma em torno dos ovos do parasito Ele demonstra a importância do ovo como agente patogênico Muitos dos ovos que não conseguem deixar o organismo do hospedeiro, encontram-se na parede do intestino, no fígado ou em vários outros órgãos, tanto dentro dos vasos como fora, serão imobilizados e envolvidos por uma reação inflamatória Teníase/ Neurocisticercose Platelminto “Solitária” T. solium e T. saginata (porco e boi) Ingestão de carne → teníase Ingestão de ovos → cisticercose DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Início geralmente adolescência/adultos jovens Segundo pico em 50-60 anos Condição crônica resultante de inúmeros fatores: (patogenia multifatorial) Genética: risco aumentado quando há outro membro da família acometido;alguns genes de susceptibilidade já reconhecidos (entre eles: NOD2) Respostas imunes da mucosa: ainda em estudo, mas sabe-se da eficácia dos tratamentos imunossupressores e imunomoduladores (provável participação de Linfócitos T helper, produção aumentada de citocinas Interleucinas, menor atividade dos Linfócitos T reguladores → combinação de ativação imune excessiva por macrófagos intestinais e regulação imune defeituosa) Defeitos epiteliais: defeitos da função de junção na barreira epitelial (podendo ativar a imunidade inata e adaptativa da mucosa, sensibilizando indivíduos) Microbiota: grande quantidade de MOs, influenciada por dieta e doenças (estudos testando transplante de microbiotas benéficas para tratamento de DII) Clínica Geral Crises diarreicas (intermitentes), presença de sangue nas fezes, dor abdominal, crises exacerbadas por fatores externos (stress, alimentos), anemia Doença de Crohn Fístulas perianais Má absorção Sintomas obstrutivos (constrições) Fístulas com órgãos adjacentes (vagina, bexiga Manifestações extraintestinais: Aftas, gastrite, uveíte, poliartrite, sacroileíte, outras doenças autoimunes RCU Sem fístulas Sem má absorção Geralmente não recorre após tratamento Megacólon tóxico (dilatação colônica com risco de perfuração) Pode exibir manifestações extraintestinais (princ. associação com outras doenças autoimunes) MORFOLOGIA: CROHN Lesões saltatórias, da boca ao ânus, grande envolvimento de íleo Úlceras aftosas, podem coalescer em úlceras alongadas, serpentiformes Edema e apagamento de pregas Áreas poupadas e acometidas intercaladas → aspecto em cobblestone ou paralelepípedo Fissuras Micro: Infiltração neutrofílica no epitélio Microabscesos crípticos Ulceração Distorção da arquitetura da mucosa Metaplasia pilórica e de células de Paneth Granulomas não caseosos (35% dos casos apenas) Irregularidade das criptas Doença transmural MORFOLOGIA RCU Reto sempre, lesão contínua (Pancolite) Úlceras difusas, extensas Mucosa avermelhada, granular Pseudopólipos Atrofia da mucosa Pode ocorrer ileíte de refluxo em casos graves (backwash) Micro: Semelhante à DC Lesões + superficiais (muscular própria raramente envolvida) Infiltrado neutrofílico Microabscessos crípticos Distorção arquitetural Metaplasia de Paneth
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