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Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume P1 - Fisiopato 2 1. Esôfago Histologia: estratificado pavimentoso não-queratinizado - Não possui serosa → facilita disseminação de neoplasias → ex: p/ traqueia 1. mucosa 2. submucosa 3. muscular 4. adventícia ● Atresia: não desenvolve um trecho → impede deglutição. - Estenose: diminui a luz em um tecido que já foi normal → não confundir com atresia. É associada a processo de reparo ● Fístula: novo trajeto entre duas estruturas que não eram conectadas → o conteúdo do esôfago pode passar p/ traqueia. - pode haver atresia com fístula ● Hérnia de Hiato: é um pedaço do estômago que passa para a cavidade torácica pelo diafragma. Permite que o alimento e o ácido voltem → sensação de queimação. Pode ser: 1. congênita 2. adquiriu alguma fragilidade do diafragma (idosos) 3. condição que aumenta a pressão intra-abdominal e empurra o estômago ● Divertículos esofágicos: são saculações que ocorrem nos órgãos do trato gastrointestinal. As camadas de mucosa e submucosa escapam entre a muscular. - No esofago → divertículo de Zenker - Diverticulite → inflamação no divertículo A. Acalásia: As contrações rítmicas do esôfago (os denominados movimentos peristálticos) estão ausentes ou comprometidas - Etiopatogenia: inflamação do plexo mioentérico (DIABETES) → perda das cels inibitórias (neurotransmissores) → transmissão colinérgica intacta → desbalanço → acalásia 1. Primária: sem motivo, mas ocorre disfunção do peristaltismo 2. Secundária: secundária a uma condição prévia. Chagas, Herpes, doenças autoimunes - Características: ● peristaltismo defeituoso ● falha no relaxamento do EEI ● aumento do tônus do EEI B. Esofagite: inflamação da mucosa esofágica 1. Aguda: - agentes irritantes e trauma: álcool, bases fortes, líq. quente, sondas, pílulas - agentes infecciosos: bac, vírus, fungos. Herpesvírus, citomegalovirus, candida sp (monilíase) → principal em imunossuprimidos 2. Crônica: esofagite por refluxo - Etiopatogenia: perda da função do EEI por fatores que aumentam a pressão intra-abdominal - Fator de risco: ● obesidade ● hérnia de hiato ● distensão gástrica ● hiperacidez ● gravidez ● álcool e tabagismo C. Esofago de Barret: substituição do ep. estratificado escamoso do terço final do esfogago por epitélio colunar metaplásico do tipo intestinal. ● associado a esofagite por refluxo ● fatores q favorecem a DRGE → favorece o EB ● comum em homens >50anos Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume NEOPLASIAS DE ESÔFAGO A. Benignas: raras → papilomas escamosos, leiomiomas B. Malignas: - carcinoma epidermoide de esofago ou carcinoma espinocelular (96%) - 6° mais frequente em homens - adenocarcinoma de esofago - alterações genéticas relevantes: gene TP53 (>80%) - Fatores de risco: ● idade ● bebidas quentes, alimentos processados ● tabagismo e etilismo ● esofago de barret, infecção por HPV ● estenose, megaesofago e diverticulos → inflamação ● exposição a poeira de construção civil, vapores de combustíveis fósseis, herbicidas - Manifestações clínicas: ● estágios iniciais: assintomático ● disfagia progressiva ● odinofagia: dor ao engolir ● perda de peso ● dor (pirose - sem melhora com medicamentos) ● hematêmese 1. Carcinoma de células escamosas: - Macro: predominantemente vegetante (cresce p/ luz), mas tbm ulceradas com bordas elevadas e irregulares ou infiltrado (difuso ou anular) - Micro: cels epiteliais escamosas neoplásicas em ninhos de pérolas córneas. 2. Adenocarcinoma de Esofago: terço distal do esofago → mt frequente no esofago de barret - Macro: predominantemente ulcerado ou infiltrativo, as vezes exofítico - Micro: cels epiteliais glandulares neoplásicas _______________________________________________________ 2. Estômago 1. mucosa 2. submucosa 3. muscular 4. serosa → Fundo: cels parietais e principais → Mucosa oxíntica = glándulas gástricas: ac. clorídrico pepsinogênio, histamina, fator intrínseco, muco → Mucosa do Cárdia: glândulas mucosas → Mucosa Antral: glândulas pilóricas secretoras de mucina e gastrina. Corpo e fundo → Mucosa oxíntica (glândulas fúndicas) → produz ac. clorídrico Região cárdica/ pilórica → Mucosa que produz + muco - gastropatia: não há muita inflamação → secundária a ação de ag. quimicos e agressores da mucosa gastrica. - gastrite: inflamação presente → processo fisiopat. básico a. aguda: muitos neutrófilos b. crônica: muitos linfócitos e macrófagos, pode agudizar - Sintomas: Os sintomas nem sempre se correlacionam com a intensidade do processo inflamatório a. dor epigástrica, náuseas e vômitos b. empachamento, pirose, eructação, odinofagia c. formas graves: hemorragia, hematemese maciça, melena e choque hemorrágico Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume - Mecanismos protetores e agressores: a. Proteção: - secreção de muco na superfície que possui bicarbonato → regula o pH - fluxo sanguíneo adequado permite a troca de substâncias. - controle de prostaglandinas b. Agressores - infecção por H.pylori: fatores de virulência → flagelos, urease (neutraliza o ac. gástrico e lesa mucosa), adesinas e toxinas. → Consequência: úlcera, câncer gástrico e linfoma MALT. Detecção: endoscopia digestiva alta + biópsia, teste da urease, cultura, biologia molecular, detecção de antígenos ou anticorpos do H.pylori Mucosa gástrica normal → Infecção pelo HP → Gastrite crônica → Metaplasia intestinal → Displasia na mucosa gástrica → Desenvolvimento do adenocarcinoma - AINE: diminui a síntese de prostaglandinas pela inibição da COX. Funções das PGs: proteção da mucosa gástrica, estimula e inibe a agregação plaquetária, contração vascular, produção de febre etc. 1. cox 1: produz prostaglandinas p/ manutenção fisiológica 2. cox 2: forma o processo inflamatório por interleucinas - tabagismo: componente de ação vasoconstrição → diminui fluxo sangue → menos ATP para secretar bicarbonato na luz do estômago → hipercloridria - etilismo: ação detergente → dissolve o muco →dissolve componente lipoproteico da memb. celular e o complexo que une as cels - hiperacidez gástrica - refluxo duodenogástrico - radiação - refluxo biliar crônico - estresse Úlcera → destruição de toda a mucosa que pode acometer até a camadas muscular→ pode ocorrer hemorragia Erosão: Não deixa exposta a camada da submucosa A. Gastrite Crônica: - Macro: perda das rugas e pregas, mucosa com aspecto achatado, aspecto mamelonado (lombadas grosseiras) - Micro: infiltrado com plasmócitos e linfócitos (pode haver linfoma MALT), Metaplasia intestinal - Agudização: mais neutrófilos → infiltram o epitélio e ocupam a luz das gls → microabcesso. Pode ocorrer por associação a outro fator de risco. B. Doença Ulcerosa Péptica (DUP): - Pode ocorrer pela ação do suco gástrico. - Associada ao H.pylori, AINE e tabagismo - Presença continua do ag. agressor desequilibra o mecanismo no qual o estômago produz substâncias neutralizantes do suco gástrico → intenso infiltrado inflamatório que cronifica e pode ulcerar. - Macro: - Micro: - Tratamento: a. Hábitos saudáveis b. Erradicação H. pylori com antibióticos c. Neutralização do ácido gástrico com inibidores de bomba de prótons d. Retirada dos agentes lesivos (AINEs, inibidores de COX-2) C. Gastrite autoimune: - Poupa a região antral - anticorpos contra cels parietais e fator intrínseco - [ ] de pepsinogênio reduzida: o Hiperplasia de células endócrinas o Deficiência de vitamina B12 o Secreção alterada de ácido gástrico (acloridria) o Associação com outras doenças autoimunes - Micro: a. atrofia e metaplasia intestinal do corpo e fundo b. perda das cels parietais e principais → substituídas por metaplasia intestinal Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume c. infiltrado inflamatório → linfócitos, sem neutrófilos e plasmócitos d. hiperplasia de cels neuroendócrinas NEOPLASIAS GÁSTRICAS - Antro e curvatura menor → mais ocorrência de neoplasias → mais lesões nesses locais A. Pólipos Gástricos - Projeções para a luz dentro de um tecido com mucosa - Desenvolve como resultado de hiperplasia de cels epiteliais e estromais,inflamação, ectopia ou neoplasias Tipos: 1. Pólipos Hiperplásicos: cels com características de produção de muco na região antral; Associado à gastrite crônica 2. Pólipos de glândulas fúndicas → associado ao uso de inibidor de bomba de prótons 3. Adenoma (Neoplasia benigna) → epitélio colunar tipo intestinal; Podem virar adenocarcinoma. B. Adenoma Gástrico: - Neoplasia benigna que se apresenta morfologicamente como um pólipo. - Associado a síndromes genéticas e gastrite crónica atrófica. - Lesão: glândulas revestidas por epitélio colunar alto, pseudoestratificado, do tipo intestinal metaplásico (comum displasia de baixo ou alto grau) - O risco para adenocarcinoma se relaciona com o tamanho da lesão. São vistos em até 30% dos adenomas gástricos C. Adenocarcinoma Gástrico: - Neoplasia maligna de cels epiteliais → 90%-95% das NM do estômago - Comum em homens, 8% tem componente familiar - Doença multifatorial: fatores ambientais (etilismo, tabagismo e subst. tóxicas alimentícias) + indivíduo (gastrite cronica, UPG, gastrectomia parcial, adenomas gástricos) - Vias de Carcinogênese: 1. Esporádico (mutação somática): acontece nas cels após exposição ambiental (90%). Ex: infecção cronica pelo H.pylori → + chance de ocorrer precocemente. 2. Familiar (mutação hereditária): mutação herdada; normalmente envolve o gene CDH1 (supressor de tumor) que codifica a E-caderina → faz aderência intercelular → perda de coesão celular → favorece metástase e infiltração → padrão difuso - Etiopatogenia: 1. mucosa normal 2. agente (h.pylori ou ambientais) 3. gastrite crônica atrófica 4. metaplasia intestinal 5. carcinoma gástrico - Manifestações Clínicas: a. perda de peso e apetite b. fadiga c. plenitude gástrica (barriga cheia), vômitos, náuseas e desconforto abdominal d. dor ao apalpar o estômago e. hematêmese (10%-15%) e sangue nas fezes f. 3 na parte superior do abdômen g. hepatomegalia, linfadenomegalia no pescoço e ao redor do umbigo → indica estágio avançado - Padrões Morfológicos Macroscópicos: 1. Adenocarcinoma tipo difuso: padrão infiltrativo em todo o estômago; aspecto cantil (cresce invadindo) 2. Adenocarcinoma tipo intestinal: tumores volumosos, ulcerados, cresce para a luz e invadindo. Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume - Classificação baseada no tipo histológico de Lauren: a. Difuso: padrão infiltrativo (gástrico) → mutação no CDH1 → Degeneração mucoide (bolinhas brancas na imagem) b. Intestinal: cels glandulares de padrão intestinal, tumores volumosos → comum alterações genéticas (APC, instabilidade dos microssatérlites) - Classificação na profundidade da invasão: a. precoce: limitado à mucosa e submucosa b. avançado: além da submucosa; atinge muscular - Classificação dos AC gástricos avançados: Padrão macroscópico de Borrmann • Tipo I: vegetante • Tipo II: úlcero-vegetante • Tipo III: úlcero-infiltrativo • Tipo IV: infiltrativo difuso - Evolução: prognóstico ruim por lesão estar disseminada ao diagnóstico - Disseminação: a. contiguidade: fígado, pâncreas e peritônio - Metástase: a. linfonodo sentinela supraclavicular (nódulo de Virchow b. pulmão, fígado e ovário (tumor de Jrukenberg) c. região periumbilical (metasubcutanea) → sinal da “irmã Mary Joseph” D. Outras Neoplasias: a. Tumor estromal gastrointestinal - GIST: mutação no CD117 (c-kit) → bom prognóstico - Massa mesenquimal, com diferenciação fusocelular ou epitelioide b. Linfoma MALT: - derivados de tecido linfoide associado à mucosa - linfoma composto de LB - desenvolvimento induzido por gastrite crônica (HP) c. Tumores neuroendócrinos (carcinoides): - surgem por componentes endócrinos gástricos - marcadores: cromogranina e sinaptofisina Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume _______________________________________________________ 3. Intestino: A. Doença de Hirschsprung (megacólon congênito) - causa mais comum de obstrução intestinal congênita - caracteriza-se pela ausência de cels ganglionares nos plexos nervosos que coordenam a motilidade intestinal (não ocorre a migração dessas cels)→ sem peristaltismo → material fecal retido → dilatação intestinal - compromete reto e cólon distal - megacólon do segmento proximal - Patogênese: mutação no gene RET - envolvido na sobrevivência, crescimento e migração de cels neurais - Complicações: enterocolite (sepse), perfurações B. Diarreia: - aumento na massa fecal (200g/dia), aumento frequência evacuatória e/ou fluidez do material fecal - Mecanismos: a. osmótica: região do cólon onde ocorre absorção de h2o e eletrólitos → causa: laxativos, intolerância à lactose b. secretora: eletrólitos não são absorvidos e sim eliminados. Causas: E.coli/ Vibrio Chlorae → toxinas que alteram a função dos transportadores de membrana. Complicação: arritmia e disfunção do SNC c. exsudativa/ inflamatória: E.coli enteropatogênica (proteínas Tir e intimina) → modificação no perfil absortivo, alteração do peristaltismo d. Motora: transito intestinal acelerado e pouco contato com a superfície. Causa: ressecção intestinal ou fístula → Normalmente ocorre devido a alguma complicação pós operatória - Classificação quanto à duração: a. aguda: até 2 semanas b. persistente: 2-4 semanas c. crônica: mais de 4 semanas (Mycobacterium bovis - tuberculose) - obs: disenteria → fezes pouco volumosas com produtos patológicos (sangue, muco, pus). Associa-se a dor e tenesmo (urgência evacuatória com espasmos no anus/ reto) → shigella sp, entamoeba histolytica - C. Doença Inflamatória Intestinal - doenças inflamatórias, não infecciosas, curso clínico intermitente e recidivante. Corresponde a duas doenças: retocolite ulcerativa e doença de Crohn - Características clínicas comuns: a. crônicas e sem cura b. recorrentes c. associado a diarreia crônica d. imunomediadas: desequilíbrio entre as bacs da microbiota e um padrão de resposta diferente do esperado e. risco aumentado p/ adenocarcinoma - Características clínicas diferentes: a. clínicas b. endoscópicas: aspectos macro e micro c. padrão inflamatório - Complicações: a. Chron: perfuração intestinal b. Retocolite: megacólon tóxico a. Retocolite Ulcerativa - doença inflamatória intestinal idiopática (surge sem motivo) com episódios recorrentes de diarreia sanguinolentas - padrão de distribuição da lesão: a. afeta o reto e cólon → lesões ulceradas contínuas b. projeções na superfície da mucosa → pseudopólipos - perfil do paciente: a. incidência maior em homem b. pico entre 15-25 anos c. 25% associação familiar - clínica: diarreia sanguinolenta recidivante - morfologia: O processo inflamatório é restrito à mucosa → altera a barreira epitelial → permite a passagem de bactérias → pode gerar um processo inflamatório → parada do peristaltismo → sepse - microscopia: inflamação crônica inespecífica Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume - pseudopólipos: não possui evento proliferativo associado - Evoluções: a. não possui cura b. baixa mortalidade, alta morbidade c. tratamento com imunossupressores d. cirurgia (colectomia → megacólon tóxico) e. displasia e transformação em adenocarcinoma b. Doença de Crohn: - Doença inflamatória crônica, multifocal, recidivante e progressiva que afeta todo o trato gastrointestinal → Acomete o cólon/reto, mas produz manifestações extraintestinais → fígado, pele, mucosas - Padrão de distribuição da lesão: a. areas vizinhas afetadas e mucosa normal b. úlceras lineares e profundas que se assemelham a pavimentos c. lesões erosivas podem ocorrer, são rasas e lembram aftas. d. presença de fissuras anais e fístulas intestinais e. inflamação não é restrita à mucosa → afeta toda a parede do cólon→ Comumente granulomatosa - Clínica: a. cólica, febre, mal-estar, anorexia. Dispepsia (má digestão e mudança na sensibilidade da mucosa), perda de peso, anemia por deficiência de ferro b. fissuras e fístulas anais e perianais c. alterações inflamatórias em fígado, olhos, pele e articulações - Evoluções: a. nao tem cura b. alta morbidade e baixa mortalidade c. tratamento com imunossupressor d. cirurgia(complicações) e. displasia e transformação em adenocarcinoma D. Apendicite - Inflamação do apêndice vermiforme - Patogênese: obstrução luminar por: a. hiperplasia folicular linfoide (60%) b. fecalitos (30%) c. resíduos alimentares, parasitas e neoplasias - Etiopatogenia: Obstrução luminal → edema de parede → compressão da parede (isquemia) → transmigração bacteriana e extensão do processo inflamatório. - Complicações: peritonite e sepse - Fases evolutivas: a. edematosa b. ulcero-flegmonosa: presença de infiltrado inflamatório c. gangrenosa: após a necrose d. perfurativa E. Diverticulose - É uma formação sacular para fora da parede de órgãos ocos - Natureza: a. Falsos: evaginação da mucosa em falhas da muscular própria do cólon b. verdadeiros: todas as camadas da parede (congênitos) - patogênese: a. enfraquecimento da parede muscular (áreas pouco vascularizadas) b. aumento da pressão intraluminal (padrões dietéticos e idade) c. partícula alimentar que impacta → compromete circulação → edema e isquemia → infiltração bac → inflamação aguda → necrose do divertículo (evolução p/ peritonite) - diverticulite: inflamação do divertículo por fecalitos, resíduos alimentares e hiperplasia das placas de Payer. - complicações: obstrução luminal → edema → compressão da parede (isquemia) → transmigração bacteriana e extensão da inflamação. F. Doença Celíaca (enteropatia sensível ao glúten) - enteropatia imunomediada desencadeada pela ingestão de cereais que contém glúten (trigo, centeio e cevada - patogênese: reação imunomediada por LT no metabolismo do glúten → atrofia e achatamento das vilosidades intestinais → diarreia (diminuição da área de absorção)+ anemia (carência nutricional) - risco aumentado para linfoma - Clínica: distensão abdominal, diarreia, déficits nutricionais e perda de peso. Extraintestinais: Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume dermatite herpetiforme, gastrite e colite linfocítica - Classificação: a. sintomática: diarreia, distensão abdominal, fadiga, deficiência de ferro, folato e B12 b. silenciosa: não sintomática. Sorologia + e alterações morfológicas em vilosidades c. latente: não sintomático. Alterações morfológicas em vilosidades. Sorologia +/- . Cirurgia caso complique. Distúrbios circulatórios dos intestinos: A. Infarto intestinal: - irrigação dos intestinos: a. celíacas, mesentérica sup e mesentérica inf. - infarto: necrose isquêmica por interrupção de perfusão - Tipos: a. mucoso e mural: mucosa e submucosa, +/- 1h → hipoperfusão sistêmica b. transmural +/- 8h → tromboembólicos - Etiologias: a. tromboembolismo (associados a oclusão da a. mesentérica sup) → dor abdominal aguda, enterorragia → morte por choque séptico b. volvo, intussuscepção, hérnias encarceradas c. lesão de reperfusão: radicais livres de O2 + ativação de neutrófilos B. Doença hemorroidária: - aumento da pressão sobre as veias do plexo hemorroidário - hipertensão portal (intrínseco) ou aumento da pressão intra-abdominal, normalmente devido a constipação (extrínseco) → reduz a frequência evacuatória - Fragilidade da parede vascular - Hemorragia por ruptura, trombose (aguda e em organização) → ocorre inflamação devido a trombose (dor-tromboflebite) NEOPLASIAS INTESTINAIS 1. Pólipos Intestinais: - Lesão exofítica que se direciona para o lúmen do intestino. - Origem nas cels epiteliais intestinais que podem se organizar em vilos ou túbulos. - Podem progredir para adenocarcinoma - Causas: genética→ mutação ao longo da vida + hábitos de vida. Podem ser esporádicas (hábitos de vida - + comum) ou hereditários (herdados) - Pólipos não neoplásicos (90%): hiperplásicos, hamartomatosos e inflamatórios (pseudopólios). - Pólipos neoplásicos benignos esporádicos (10%): base p/ desenvolver a maioria dos carcinomas colorretais. a. pólipos hiperplásicos: - mais frequente - redução da renovação do epitélio - associado a senilidade b. pólipos hamartomatosos: - síndrome de Peutz-Jaghers (mutações germinativas) e polipose juvenil (solitário, forma esporádica) e polipose juvenil (solitário, forma esporádica) - massa proliferativa (tumor) - micro: possui todos os componentes mas de forma desorganizada → sem características de perda de diferenciação celular - pouco frequente→ favorece o CA de mama e estômago c. pólipos inflamatórios: - edema e cels inflamatórias ou hiperplasia linfoide - pseudopólipo: são “ilhas” de mucosa normal sobrelevada em relação a mucosa ulcerada → comum na colite ulcerativa Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume 1.1 - Pólipos Adenomatosos: - neoplasia benigna - esporádicos (maioria) → alterações genéticas somáticas adquiridas ao longo da vida. - maioria assintomático → pode haver sangramento (oculto ou visível) exame de rastreio de sangue oculto + colonoscopia nos casos acima de 50 anos - características p/ progressão maligna: a. tamanho b. multiplos pólipos c. grau de displasia - pólipos hereditários: numerosos, individuos mais jovens → mutação APC- PAF - classificação histopatológica dos adenomas: a. tubulares (70-80%) b. túbulo-viloso (25%) - displasia: alto ou baixo grau a. baixo: bem diferenciado, pouca displasia, núcleo organizado b. alto: pouco diferenciado, alto grau de displasia, núcleo desorganizado e grande 1.2 - Polipose Adenomatosa Familiar: - autossômica dominante que envolve o gene APC (polipose adenomatosa colonica) - jovens - 25/40 anos - pelo menos 100 adenomas - risco de progressão maligna sem tratamento: 100% aos 30 anos - presença de múltiplos pólipos ao longo do órgão. 2. ADENOCARCINOMA COLORRETAL: - neoplasia maligna mais comum do TGI - mais comum na forma esporádica - 98% das neoplasias malignas colorretais - sexo masculino - 60/80 anos - 20% antes dos 50 anos (especialmente na doença inflamatória intestinal e PAF) - considerações clinicas : a. adenoc. de cólon direito: massa exofítica ulcerada, anemia (ferropriva em homem ou mulher mais velho pós-menopausa é CA gastrointestinal), massa palpável, diarreia b. adenoc de cólon direito: massa anular obstrutiva - modificações do hábito intestinal, sintomas obstrutivos, fezes em fita. - fatores de risco: a. modificáveis: tabagismo, carnes processadas, etilismo carne, baixa injestão de vegetais e frutas, obesidade - atv física, dieta, graos integrais e vitaminas diminuem o risco. b. hereditárias: hereditárias síndromes de CA colorretal, histórico familiar ++ c. Outros: aspirina, terapia hormonal na menopausa, uso de estatina, etnia, homem, DM2, doença inflamatória intestinal - aspectos moleculares: a. 1a via molecular: APC / beta-catenina: Mutação APC → Perda da APC (degrada beta- catenina) → aumento da beta-catenina → Aumento das mitoses → Erros na mitose → Mutação no K-RAS (fator de crescimento epidermal) com aumento de sua função → Estimula a proliferação celular independente do fator de crescimento → Mutações na Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume p53 → perda do controle do ciclo celular → Neoplasia → Apresentação da forma hereditária: Polipose adenomatosa familiar (PAF - pólipos adenoma- tosos) – nasce com a mutação no gene APC. b. 2a via - instabilidade de microssatélites: são micro sequências de Aminoácidos, via não poliposa → inativação de genes de reparo do DNA devido a instab. de microssatélites → alteração da função antiangiogênica e perda a indução da apoptose. → forma hereditária: síndrome de Lynch. - Ambas as vias ocorrem nos cânceres esporádicos “mutações somáticas” e nos cânceres hereditários “mutações germinativas”. - morfologia: a. cólon proximal → massas vegetantes e exofíticas, ao longo do ceco e cólon causam obstrução. b. cólon distal → lesões anulares, produzem constrições tipo “anel de guardanapo” + estreitamento luminal até o ponto da obstrução. - evolução: a. metástase via linfática: linfonodos mesocólicos b. metástase via hematogênica: fígado, pulmões e ossos. 3. Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST) - massa mesenquimal - diferenciação fusocelular ou epitelioied - ++ para CD117 (c-kit) - potencial maligno depende: tamanho,índice mitótico, necrose 4. Linfomas - devidados de tecido linfoide associado a mucosa - linfoma MALT: linfócitos B (CD20+) - agressão linfoepitelial, lesões ulcero-infiltrativas 5. Neoplasias Neuroendócrinas - cels neuroendócrinas, blocos sólidos ou cordoes celulares - secreção de neuropeptídeos (serotonina) - mais comum no apendice cecal _______________________________________________________ 4. Vesícula Biliar - bile: sais biliares, eletrólitos, pigmentos biliares, colesterol 1. Litíase biliar: - formação de cálculos na vesícula biliar - mais comum das vias biliares - maioria assintomática´// sintomáticos: processos obstrutivos e complicações (inflamação → colecistite) - natureza dos cálculos: a. colesterol: origem na vesícula puros (concentrações crescentes de colesterol) ou mistos (colesterol + bilirrubina de cálcio) b. pigmentares: originado na vesícula ou colédoco → composto por bilirrubina de cálcio (pouco colesterol) - Bile: Possui a função de auxiliar na digestão, ajudando na absorção do colesterol, gorduras e vitaminas lipossolúveis do intestino. A bilirrubina é seu principal pigmento, e ela é um pigmento residual originado da hemoglobina e é excretado na bile. - fator de risco: a. idade b. sexo: mulheres, estróogeno (mais secreção de colesterol na bile) c. obesidade e dislipidemia (mais secreção de colesterol na bile) d. perda rapida de peso (hipomotilidade da vesicula e + colesterol e. hereditariedade f. hemólise e infecções biliares: mais bilirrubina não conjugada na bile g. doenças do íleo: diminui a recaptação de sais biliares - fisiopatogenia: supersaturação dos componentes da bile a. cálculo de colesterol: supersaturado de colesterol, hipomotilidade da vesícula, hipersecreção de muco b. pigmentares: maior [ ] de bilirrubina não conjugada, precipitação da bilirrubina com sais de cálcio - Pretos: Mais associados à hemólise crônica - Marrons: Associados à infecções - manifestações clínicas: a. maioria assintomático b. caso obstrução das vias: dor hipocôndrio direito (ponto de murphy) ou epigástrica c. febre discreta, náusea inapetência Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume d. exame de imagem: variação de tamanho e radiopacidade dos cálculos e. obstruções - complicações: colecistite aguda e crônica. Fístulas (icterícia) 2. Colecistite - a diferença da aguda e da crônica é o tempo - principal fator de risco: litíase A. Aguda: inflamação aguda da mucosa biliar a. colecistite aguda litiásica/calculosa: - 90% - obstrução por cálculos b. colecistite aguda alitiásica/ acalculosa: - 10% - principalmente por eventos isquêmicos (trauma, hipovolemia, vasculite) - - Fisiopatogenia: Impactação do cálculo → obtrução da drenagem, retenção biliar, aumento da pressão luminal → a. compressão dos vasos da parede → isquemia → erosão epitelial → exposição direta do epitélio aos sais biliares → inflamação b. estase da bile → alteração nos componentes da bile → fica tóxica → altera a camada de muco → exposição direta do epitélio → inflamação - morfologia: ● Distensão, Aumento volume ● • Parede espessada ● • Áreas hemorragia ● • Úlceras na mucosa ● • Deposição fibrina na Serosa - Conteúdo: ● • bile ● • pus ● • sangue - Casos graves: ● •Necrose de toda parede – Gangrena, ● Perfuração, Fístulas → Sepse - Morfologia Microscópica: ● • Edema acentuado ● • Congestão ● • Áreas de hemorragia ● • Deposição de fibrina ● • Infiltrado neutrofílico B. Crônica: ● • 95% associado a litíase ● • Mais comum em mulheres 3:1 ● • 5a. a 6a. décadas de vida ● • Não necessariamente há obstrução biliar Vesícula em Porcelana: vesícula contraída com fibrose extensa e calcificação da parede (0,5% dos casos em que 20% associação carcinoma) - Morfologia microscópica: ● • Infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário ● • Fibrose ● • Mucosa – hiperplasia, metaplasia pilórica e intestinal ● • Hipertrofia da camada muscular ● • Seios de Rockitansky-Aschoff ● • Herniações diverticulares da mucosa por entre feixes de fibras musculares lisas (Presente em 90% dos casos) Colegranulomas: bile impactada nos seios de Rockitansky-Aschoff. → Macrófagos xantomizados esboçando arranho granulomatoso, cristais de colesterol e célula gigantes do tipo CE → Cistite Xantogranulomatosa Ana Fernanda Leal - @Medicina.Resume 3. Colesterolose: - acumulo de colesterol nos macrófagos subepteliais e cels epiteliais → alteração do transporte lipidico da mucosa → predomínio mulheres 50-60 - macro: numerosos depositos puntiformes difusos na mucosa → vesícula em morango // pólipos de colesterol - micro: mucosa hiperplasica com agregados de macrófagos xantomizados NEOPLASIAS a. benignas: - raras - adenoma de ves. biliar - pedúnculado ou séssil - tubular, viloso ou tubulo-viloso b. neoplasias malignas - incomuns - carcinoma de ves. biliar → neoplasia maligna mais frequente do trato biliar - comum mulheres (70 anos) - risco aumentado: vesícula em porcelana - diagnóstico normalmente tardio (pouco sintoma) A. Adenocarcinoma de vesícula biliar: - exofítico: cresce de dentro da luz como massa irregular e ao mesmo tempo invade a parede subjacente - infiltrativo (mais comum): placa neoplásica de limites imprecisos → endurecimento difuso da parede da vesicula biliar ● Padrão glandular/papilar, podem induzir desmoplasia acentuada ● • Diferenciação: bem diferenciados, moderadamente diferenciados e pouco diferenciados ● Fator de risco: a. litiase b. colecistite cronica
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