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1 Débora Oléa Braga com auxílio de Celso Lopes - TXXII ANATOMIA DA FARINGE A faringe é um tubo de passagem respiratório e digestivo. Limite superior: base do crânio. Limite anterior: cavidades nasal e oral. Limite posterior: músculos constritores da faringe (superiores, médios e inferiores). Limite inferior: laringe e esôfago. Rinofaringe: comunicação faringe e ouvido médio pelo óstio faríngeo da tuba auditiva. DIVIDIDA EM 3 PORÇÕES Nasofaringe: continua com a cavidade nasal, com revestimento pseudoestratificado ciliar semelhante, limitado pelo palato mole. Comunica- se com a cavidade nasal pelas coanas (abertura narinária posterior) Aqui também há uma comunicação entre a nasofaringe e orelha média, que é feito pelo óstio da tuba auditiva. Orofaringe: do palato à epiglote, limite posterior 2ª e 3ª vértebras cervicais. É onde se localizam as tonsilas palatinas- nas lojas amigdalianas (pilar anterior- m.glossofaringeo e pilar posterior – palatafaríngeo). O epitélio é pseudoestratificado pavimentoso. Hipofaringe: borda superior da epiglote à abertura da laringe/ esôfago – até a cricóide – posteriormente é o esôfago. O epitélio é pseudoestratificado pavimentoso. MÚSCULOS Músculos constrictores: superior, médio e inferior. M. estilofaríngeo: do processo estiloide até faringe. M. salpingofaríngeo: tuba auditiva à faringe. M. palatofaríngeo: palato à faringe. Os 3 últimos músculos acima são elevadores da faringe. Durante a alimentação, na deglutição, a contração dos músculos é extremamente importante para que, na deglutição, esse alimento não reflua ao nariz. Na insuficiência do véu palatino, o indivíduo não tem força para contração do véu palatino, não havendo fechamento da úvula na parede da faringe para impedir que o conteúdo reflua para o nariz. Inervação faríngea: principalmente IX e X pares, com participação do V. Sensibilidade dolorosa, tátil e térmica= feita pelo plexo faríngeo, o qual possui ramos do nervo vago (x), ramo faríngeo e do glossofaríngeo (o ramo tonsilar desse nervo faz a sensibilidade das amígdalas), além de partes de fibras do trigêmeo. Inervação motora = o nervo vago inerva todos os músculos faríngeos, exceto o estilofaríngeo que é inervado pelo Glossofaríngeo. Irrigação: ramos da carótida externa (parte superior - faríngea ascendente e parte inferior - tireóidea superior e inferior) e drenagem acontece ppela formação de um plexo na superfície pelas veias faríngeas, o qual drena para veias jugular interna, lingual e facial. PALATO MOLE Superfície oral: músculo palatoglosso, que age no palato e língua para estreitamento faríngeo. Superfície faríngea: músculo palatofaríngeo, ação na faringe para fechamento faríngeo. Músculo levantador do véu palatino: fechamento faríngeo para deglutição e fala. Tensor do véu palatino: participa da abertura da tuba auditiva. Músculo da úlvula: age somente na úlvula com movimentos para cima e para frente. Inervação: tensor do véu palatino pelo ramo mandibular do trigêmeo, os demais pelo plexo faríngeo (V, IX e X). Irrigação: palatinas menores e ramos, drenagem pelo plexo faríngeo. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 2 ANEL LINFÁTICO DE WALDEYER Formado por estruturas linfoepiteliais que promovem um anel de proteção imunológica na abertura tanto do trato aéreo quanto do digestivo. Não possuem vasos aferentes linfáticos, ou seja, é uma estrutura de processamento e apresentação de antígenos. Cresce até os 11 anos, seguindo diminuição espontânea. Tonsilas: nasofaríngea (adenoide), tubárias, palatinas e linguais. Faringe: sua mucosa contém coleções pequenas, subepiteliais de tecido linfoide, completando, assim, o anel circular. Função: imunidade regional. TONSILAS PALATINAS (AMIGDALAS) Localização: fossa tonsilar entre os pilares tonsilares anterior (palatoglosso) e posterior (palatofaríngeo), nas lojas amigdalianas. Constituição: recobertas por cápsula de fáscia faringobasilar, separada da loja por tecido conjuntivo frouxo- pode haver coleção de pus/ abcesso periamigdaliano em processo infeccioso (amigdalite). Contêm de 10 a 20 criptas que penetram a superfície para o interior do tecido tonsilar (pontos amarelados – neutrófilos, restos de alimentos). Carótida interna: lateroposteriormente à amigdala, pode estar a 2,5cm da loja amigdaliana, por isso deve-se raspar as amigdalas da loja. CLASSIFICAÇÃO DE BRODSKY: classificada pelo espaço que a tonsila ocupa na oroscopia. Grau 0: tonsilas na fossa tonsilar sem causar obstrução de via aérea ou orofaringe. Tonsila muito pequena ou já operada. Grau 1: tonsilas situadas levemente fora da fossa tonsilar, com <25% de obstrução da via aérea. Grau 2: tonsilas prontamente visíveis, causando 25 a 50% de obstrução da via aérea. Grau 3: tonsilas obstruindo 50 a 75% da via aérea. Grau 4: tonsilas causam mais de 75% de obstrução da via aérea. Criptas: epitélio espesso com células de defesa, membrana basal descontínua, favorecendo a entrada e saída de partículas. Possui a área extrafolicular, em que predomina a apresentação de antígenos (IgG e IgA) e produção de anticorpos e células de memória e área folicular, em que predominam LB e produção de IgG e IgM. Inervação: glossofaríngeo- gera sensibilidade dolorosa das amigdalas, é a causa de otalgia pós- tonsilectomia por também ser responsável pela inervação de membrana timpânica e orelha média. Irrigação: artérias faciais, faríngea ascendente, lingual e maxilar interna. Drenagem por veias tonsilares (veias palatinas são a principal causa de sangramento na cirurgia). Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 3 TONSILA NASOFARÍNGEA (ADENÓIDE) A adenoide consiste em uma massa de tecido solitária, lobulada, localizada no teto da nasofaringe. Aumenta rapidamente de tamanho nos primeiros 6 a 7 anos de vida e geralmente atrofia na adolescência, infrequente acima de 14 anos de idade. Em bebês e crianças pequenas, pode se hipertrofiar e preencher a nasofaringe com subsequente obstrução da via aérea nasal e obstrução da entrada nasofaríngea da tuba auditiva. Pode repercutir com apneia do sono, recorrência de infecções (aumento de secreção) e outros sinais de obstrução. Crianças não possuem seios da face aerados, assim, raio-x não faz diagnóstico de sinusite, importante diagnóstico diferencial, mas contribuem para identificar hipertrofia adenoidiana. Diagnóstico: raio x de Cavum (não há visualização normal da coluna aérea) e nasofibroscopia (padrão ouro – mas não é sempre que faz) Tratamento: apenas corticoide nasal ou cirurgia. TONSILAS TUBÁREAS Localizadas atrás da abertura faríngea da tuba auditiva, contínua com a porção lateral da adenoide. Importância clínica na fisiopatologia das otites médias, pois pode haver um crescimento lateral dessa tonsila. TONSILAS LINGUAIS Situadas na base da língua e são dividias na linha média pelo ligamento glossoepiglótico mediano. Desenvolvem-se mais tarde que as outras tonsilas oronasais, persistindo na vida adulta – imunologicamente mais ativa na meia-idade. Muitos adultos com queixa de amigdalites de repetição podem na verdade estar tendo tonsilites (DRGE, rinite alérgica descompensada com predomínio da respiração oral) e a retirada da amígdala não resolveria. Consiste em numerosas elevações arredondadas de tecido linfoide, no centro das quais se abrem ductos de glândulas mucosas, com grande produção mucosa. INDICAÇÕES CIRÚRGICAS ADENOIDECTOMIA Adenoidites de repetição/ sinusites recorrentes. Respirador bucal crônico, fácies/má oclusão (boca aberta, lábio evertido, mordida aberta) Anomalias crescimento crânio-facial. SAOS (apnéia) – na criança o sono é muito importante e um distúrbio desse período vai levar à diversos problemas e um deles é problemas na escola, não consegue concentrar, enurese, etc. OMA recorrente. OMS persistente (otite média secretora) - principal causa de cirurgia em crianças no mundo tubo de aeração – tuba auditiva obstruiu o óstio de drenagem da orelha média e o muco fica retido lá, gerando causas de otite. INDICAÇÕES CIRÚRGICAS AMIGDALECTOMIA ABSOLUTAS Suspeita de malignidade (mesmo que unilateral, faz-se bilateralmente); SAOS; Disfagia severa pelo grau de obstrução de amígdalas (grau 4); Sangramento na amígdala; Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 4 Crises convulsivas febris; Abcessos recorrentes – 2 episódios de abcesso periamigdaliano já é indicação. Alterações desenvolvimento. RELATIVAS Amigdalites agudas recorrentes (verificar se realmente é da amigdala): Critérios de Paradise: 7 episódios em 1 ano/ 5 episódios em 2 anos consecutivos ou 3 episódios por ano em 3 anos consecutivos. Além disso, cada episódio deve apresentar: febre maior que 38,5, exsudato tonsilar, ausência de sintomas respiratórios, linofonodomegalia cervical maior que 2 cm e/ou doloroso e positividade em cultura ou teste rápido para SBHG – A. Além disso, deve ter ausência de sintomas respiratórios associados, pois isso fala a favor de infecção viral ao invés de bacteriana. Amigdalite crônica refratária ao tratamento; Amigdalite caseosa refratária (acúmulo de neutrófilos, alimentos, gerando mau hálito, sensação de corpo estranho). Pós operatório de amidalectomia: forma uma placa esbranquiçada de tecido cicatricial. CONTRA-INDICAÇÕES CIRÚRGICAS Distúrbios de coagulação. Insuficiência velo-faríngea (paciente não consegue fechar o palato da faringe, refluindo alimento pelo nariz – a retirada pode piorar o quadro, pois a hipertrofia da adenóide ajuda no fechamento do palato). Anemia (requer-se Hb de 12 pois em uma cirurgia normal espera-se que a Hb caia 2 pontos). Infecção aguda (intervalo de pelo menos 15 dias). Risco cirúrgico elevado. ANGINAS FARÍNGEAS/FARINGOTONSILITES Processo inflamatório da mucosa faríngea do tecido linfoide do anel linfático de Waldeyer: adenoidite ou rinofaringite; tonsilite ou amigdalite; tonsilite lingual; faringite. Classificação anatomo-clínica: inespecíficas (quando não há especificidade entre agente etiológico e quadro clínico) e específicas. Principais etiologias: infeciosas (vírus, bactérias, fungos), hiperplásicas, tumorais, hematológicas. FARINGOTONSILITES VIRAIS INESPECÍFICAS Correspondem a 75% dos casos em crianças menores de 2 anos e diminui após a puberdade tanto nos casos isolados quanto nas recorrências. Principal agente: adenovírus (20%). Outros: rinovírus, coronavírus, influenza, parainfluenza e vírus sincicial respiratório. Clínica: febre, exsudato mucóide na faringe e tonsilas, mialgia, coriza e obstrução nasal (esses últimos falam contra infecção bacteriano). Tratamento: suporte com sintomáticos. FARINGOTONSILITES VIRAIS ESPECÍFICAS Mononucleose infecciosa (EBV); Herpes (Herpex simplex); Herpangina (Coxsackie); Sarampo (Paramixovírus). MONONUCLEOSE INFECCIOSA Agentes: Epstein-Barr, citomegalovírus, toxoplasma, adenovírus ou vírus da hepatite. Pode ser recorrente e causar hipertrofia na criança. Transmissão: troca de saliva (doença do beijo) – mononucleose infecciosa. Fisiopatologia: EBV infecta LB e replica após um período de incubação de 2 a 7 semanas, a replicação de LB infectadas aumentam a resposta imune celular (LT citotóxicos atípicos). Em Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 5 imunossuprimidos a resposta imune é supressa, podendo haver proliferação intensa de LB com subsequentes hipertrofias no anel de Waldeyer, podendo gerar linfomas (Hodgkin, Burkitt, etc). É uma doença sistêmica. Além disso, é muito associado a quadros recorrentes de faringotonsilite em crianças, pelo fato dele ficar “armazenado” nos LB. QUADRO CLÍNICO: Pródromo: mal-estar e fadiga, com início agudo de febre e dor de garganta. Alterações faríngeas: eritema de mucosa, edema de úlvula e palato, tonsilas com pseudomembrana (parte amarelada, esbranquiçada, não é pus, é aderida na tonsila - placa) que poupa a úvula, petéquias palatais. Alterações sistêmicas: adenopatia cervical, esplenomegalaia (muito comum), hepatomegalia, rash cutâneo (aparece em casos de diagnóstico errado em que se entra com ATB – principalmente amoxicilina - e isso é patognomônico), dor abdominal. Febre e faringite: geralmente persistentes, 2 semanas, podendo persistir por 6 semanas. O vírus pode permanecer na faringe, tornando o indivíduo um foco de infecção. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Hemograma: linfocitose (atipia), monocitose, neutropenia (é o que diferencia da bacteriana, a qual teria neutrofilia – caso não diagnosticado como momoucleose e der amoxicilida, vai gerar hash cutâneo, o que é patognomônico dessa doença e muitos diagnósticos acontecem por aqui). Reação de Paul-Bunnel-Davidson: pesquisa de IgM- positivo após 10 a 20 dias. TRATAMENTO: suporte com hidratação, analgésicos e repouso (importante pelo risco de ruptura esplênica). FARINGOTONSILITE HERPÉTICA Herpes Simplex tipo 1 e 2. Infecção primária: gengivoestomatite, e 15 a 30% dos pacientes pode evoluir com faringite. Lesão: vesículas sangrantes ao toque ou úlceras com exsudato acinzentado + linfadenopatia cervical. Diagnóstico: clínico (paciente com muitas infecções, por mostrar imunodeficiência, o que torna sugestivo), microbiológico, microscopia eletrônica e imunológico- anticorpo fluorescente e ELISA de todos tecidos acometidos. Tratamento: sintomáticos + aciclovir. HERPANGINA Etiologia: vírus coxsackie A, transmissão fecal-oral ou respiratória. Comum em crianças, principalmente no verão. Causa a doença mão-pé-boca – além da boca, vai ter alterações como prurido no pé e na boca, podendo entrar com anti-histamínico caso necessário. Clínica: febre, cefaleia, micropoliadenopatia cervical, disfagia e vômitos. Lesão: angina eritematosa, vesículas pequenas em palato mole, úlvula e pilares amigdalianos (poupa mucosa jugal, diferentemente do herpes), após se romperem, formam ulcerações esbranquiçadas. Tratamento: sintomático com medidas analgésicas e hidratação via oral. Cuidado com outras co- infecções. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 6 SARAMPO Paramixovírus. Disseminação: gotículas de saliva ou secreção trato respiratório (2hs). Clínica: febre, prostração, coriza, tosse e fotofobia (conjuntivite). Manchas exantemáticas na pele. Lesões: manchas eritematosas com pequenas áreas esbranquiçadas ou levemente azuladas mucosa jugal- manchas de Koplik- focos de necrose epitelial. Diagnóstico: clínico e sorológico. Terapia de suporte: repouso, ingestão de água, analgésicos para controle da dor e da febre. Pacientes imunocomprometidos podem precisar de outras terapias, como uso de interferon, imunoglobulina e vitamina A. FARINGOTONSILITES BACTERIANAS INESPECÍFICAS 20 a 40% dos casos de faringotonsilites Duração de 3 a 6 dias no adulto e 6 a 10 dias nas crianças. Agentes: Streptcoccus pyogenes do grupo A (único que causa doença grave – febre reumática, glomérulo nefrite). Mycoplasma pneumoniae, Chlamydua pneumoniae. S. aureus, Haemophilus spp, Moraxella catarrhalis: associado a quadros de recaídas de infecções streptpcócicas. Quadro clínico: início brusco, febre alta, dor de garganta intensa, adenopatia em cadeia jugulo- digástricae ausência de sintomatologia nasal ou laringo-traqueal. Hiperemia, aumento de tonsilas e exsudato purulento. O padrão de acometimento é dividido em 2: Eitematopultácea (primeira imagem) - tonsila astante hiperemiada e pontos de secreção; Aspecto difteróide (segunda imagem) – formação de mais placas e exsudato ao invés de pontos; Diagnóstico laboratorial: cultura, detecção de anticorpos, hemograma (leucocitose com desvio à esquerda e neutrofilia. O teste sorológico anti-streptococcus é o ASLO, o qual detecta streptolisina O (substância produzyda pelo pyogenes). Entretanto, o diagnóstico por esse método é tardio e não espera seu resultado para iniciar o tratamento pelo risco das complicações sistêmicas. Tratamento: sintomático + antimicrobiano: penicilinas (injetável, amoxicilina, amoxicilina+ clavulanato), macrolídeos (eritromicina, azitromicina- alergia à penicilina ou recaída) ou cefalosporinas (complicações), sendo que geralmente a antibioticoterapia é por 7-10 dias. Complicações não supurativas: hemorragia, escarlatina, febre reumática (cardite, poliartrite, valvulite), glomerulonefrite, síndrome do choque tóxico estreptocócico. Complicações supurativas: abcesso periamigdaliano (geralmente evoluem para parafaríngeo devendo ser tratados com urgência – geralmente nesses casos há piora do quadro e prismo, que é a dificuldade em abrir a boca), abcesso parafaríngeo, infecções no espaço retrofaríngeo – pode levar ao óbito. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 7 FARINGOTONSILITES BACTERIANAS ESPECÍFICAS Escarlatina (Streptococcus). Difteria (Corynebacterium diphteriae). Plaut-Vicent (bacilo fusiforme Fusobacterium plautvicenti + espirilo Spirochaeta dentuim). Sífilis (Treponema pallidum). Gonorreia (Neisseria gonorrhae). ESCARLATINA Complicação da faringite Streptocócica- endotoxinas. Clínica: rash cutâneo em troncos e face – preserva áreas plantares. Gera dor severa, odinofagia, eritema de amígdalas e orofaringe, palidez perioral, língua em framboesa, linfadenopatia, vômitos, cefaleia, febre, a mucosa oral pode estar mais pálida também. Diagnóstico: clínico + confirmação por teste laboratorial. Tratamento: penicilina, clavulim, benzetacil. DIFTERIA Corynebacterium diphteriae (Gram + anaeróbio). Notificação compulsória imediata (notifica já na suspeita). Atualmente é rara devido à vacinação. Mais comum em crianças até 10 anos, principalmente no outono e inverno. Clínica: febre baixa, toxemia, prostração e palidez. Odinofagia pouco intensa, placas pseudomembranosas branco-acinzentadas aderentes às tonsilas, pilares e úvula (não poupa úvula e palato e pode evoluir para laringe), além de linfadenopatia cervical e submandibular. Além disso, essas placas são resistentes, sendo que tentar mexer nelas pode sangrar e causar obstrução de via aérea– contraindicado . Complicações: a membrana pode se estender e ocupar TGI, impedindo eliminação de secreção, obstruir via aérea. Diagnóstico: bacterioscópico direto e cultura de exsudatos faríngeos ou até da pseudomembrana. Tratamento: internação, soroterapia + penicilina ou eritromicina complementares. Comunicantes: vacina anti-diftérica e quimioprofilaxia com eritromicina. PLAUT-VICENT Simbiose entre o bacilo fusiforme Fusobacterium plautvincenti e o espirilo Spirocheta dentuim – patogênicos em condições de má higiene oral, desnutrição e mau estado dos dentes moradores de rua, andarilhos. É rara. Acomete principalmente adulto jovem e adolescente. Clínica: disfagia dolorosa unilateral, sem elevação de temperatura e queda importante do estado geral. Ulceração da amígdala + pseudomembrana friável, pontos de necrose e exsudato de odor fétido. Diagnóstico: clínico + exame bacteriológico. Tratamento: penicilina via parenteral ou metronidazol + gargarejos com soluções anti- sépticas para higiene bucal e dentária + sintomáticos. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 8 ANGINA LUÉTICA- SÍFILIS Treponema pallidum. Primária: úlcera única endurecida, indolor, não purulenta, de base limpam, cancro duro no local de inoculação (regride em 2 a 8 semanas espontaneamente). Secundária: úlceras rasas muito dolorosas em faringe e mucosa oral. Terciárias: lesões destrutivas em palato e faringe com cicatrizes importantes. Diagnóstico: coleta de amostras para microscopia de campo escuro, provas sorológicas (FTA-ABS que é mais sensível, específica, e a 1ª a positivar, permanecendo + até posteriormente a cura e VDRL, que fica + após 1 semana do aparecimento do cancro mas negativa após 9 semanas do tratamento). Tratamento: penicilina benzatina. FARINGITE GONOCÓCICA Neisseria gonorrheae (diplococo gram -) de transmissão sexual. Manifestação faríngea acomete em média 10 a 20% dos indivíduos que praticam sexo oral em portadores de uretrite gonocócica. Forma placas de pus, vesículas. Mulheres geralmente assintomáticas. Diagnóstico: amostras para identificação da bactéria, testes sorológicos e moleculares. Tratamento: ceftriaxone IM ou doxiciclina VO. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DAS ANGINAS Amigdalite crônica caseosa: formação de caseos nas criptas, não é pus. Não há febre, prostração, pode haver linfonodopatia. Pesquisar refluxo, respiração oral. Paciente tabagista, etilista, alteração unilateral, entretanto quando esse crescimento é muito rápido unilateralmente e o paciente tem fatores de risco, podemos pensar em um linfoma – diagnóstico diferencial. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 9 o Ouvido transforma um som em um impulso elétrico. o Disacusia: Perda da audição. 1. Classificadas em: - Condução: Paciente possui um problema de orelha externa e média. - Sensório-Neural: Paciente possui um problema na cóclea e no nervo. - Mista: Problema na orelha externa + média + cóclea/nervo. 2. Intensidade: Fazemos um método de autometria. - Leve. - Moderada. - Grave. - Severa ou profunda. o Anacusia: Pessoa não ouve ruídos. o Hipoacusia: Diminuição da audição. Orelha externa: Pavilhão, meato acústico externo (pele). Orelha média: Membrana timpânica (3 camadas: pele, elástica – deixa a membrana tensa, óssea). A membrana timpânica é revestida por um epitélio respiratório. Orelha interna: Labirinto (cóclea + canais semicirculares e vestíbulo). TRANSFORMAÇÃO DO SOM EM IMPULSO NERVOSO Energia sonora Membrana timpânica Energia mecânica. Precisa da movimentação dos ossículos (bigorna, estribo e martelo) para ocorrer essa transformação. Transformação da energia mecânica em hidráulica: Ossículos movimentam um líquido encontrado na JANELA OVAL (ligada ao estribo). . O líquido (ENDO e PERILINFA) que estão na CÓCLEA escorre em todo o labirinto chegando na JANELA REDONDA (permite o movimento do líquido). . O líquido circula na CÓCLEA estimulando o ÓRGÃO DE CORTE: Possuem células ciliadas e a Membrana tectorial Desencadeiam um potencial de ação elétrico: Transformação da energia hidráulica em elétrica. Através do VIII par a energia elétrica (impulsos nervosos) é levada para o CÓRTEX TEMPORAL. Córtex temporal – lobo temporal recebe a informação e o córtex frontal elabora a resposta. . Os impulsos nervosos são produzidos pelas células ciliares e são recobertas pelas células tectoriais. Orelha interna: . O labirinto possui uma estrutura óssea e internamente é membranosa. Entre a parte óssea e a membranosa = Perilinfa. Dentro da parte membranosa = Endolinfa. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 10 As linfas são empurradas pelo estribo para formar um potencial de ação. . Ambos aslinfas chegam nos cílios Membrana tectórica . EXAME CLÍNICO Inspeção estática: Inspeção/exame física: Otoscópico (vemos a orelha externa e parte da orelha média). Inspeção funcional: Exames para ver a função do ouvido. 1. AUDIOMETRIA: Colocamos um fone no paciente para medir a audição. - Paciente com deficiência neurológica não responde a audiometria. - Mostra PERDA CONDUTIVA e NEUROSSENSORIAL. Do 25 DB pra cima é normal, do 25 pra baixo é ruim. 25 – 40 perda leve 40 – 60 perda moderada 60 – 90 perda grave Acima de 90 – perda profunda 2. IMPEDANCIOMETRIA: Vê como está a orelha média, se há presença de catarro. 3. EMISSÕES OTO ACÚSTICAS = TESTE DA ORELHINHA: A partir de um som vemos se há a contração das células ciliadas. 4. POTENCIAL AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO: - Vê a audição do paciente a partir de um som. - O som deve ser transmitido para o computador. - Colocamos eletrodos Captamos a atividade elétrica do nervo auditivo. Teste de Webber e Rinnie. Doenças das 3 partes da orelha podem atrapalhar a funcionalidade. LESÃO NA ORELHA INTERNA: - Doenças que destruam as células ciliadas são deletérias e o paciente perde a audição. - Células ciliadas NÃO REGENERAM = São células neurológicas. - Sintomas: Perda auditiva de origem sensório- neural (hipoacusia), zumbido, tontura. PATOLOGIAS QUE INTERFEREM NAS CÉLULAS CILIADAS: PERDA AUDITIVA SURDEZ NA ORELHA EXTERNA Cerume Deficiência do primeiro arco branquial pessoa sem orelha, conduto auditivo fundo cego, martelo e bigorna com fusão. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 11 PERDA DE ORELHA MÉDIA Perfuração de tímpano. Tumor – por exemplo da veia jugular que impede que a membrana vibre. Otite média migração de bactérias e secreção da parte respiratória pela tuba auditiva para a orelha média. Quadros infecciosos. PERDA DA ORELHA INTERNA Presbiacusia perda da audição pela idade. Perda Metabólica – diabetes. Hipotireoidismo. Arrtmia. Antibióticos tipo cisplatina. 1. Doenças inflamatórias/infecciosas: - Artrite reumatoide. - Herpes. - Caxumba. - Sífilis. - Citomegalovírus. São doenças principalmente do período intra-útero. 2. Antibióticos ototóxicos: - Aminoglicosídeos. - Quimioterápico (cisplatina). - Diuréticos de alça. 3. Doença autoimune. 4. Doença metabólica: - DIABETES As linfas aumentam a osmolaridade = Retira H20 da célula = Células ciliciadas ficam murcham e morrem. - Hipotireoidismo. - Dislipidemias: Um paciente com colesterol faz com que pouco sangue chegue na orelha (artéria labiríntica. 5. Traumas sonoros: o Físico. o Sonoro: PAIR = Perda auditiva induzida por ruído. Exemplo: Trabalhadores de minas. . Orelho humano houve bem até 80 Db. . Acima de 80 dB = Sofrimento Lesão nas células ciliadas. 6. Tumores: SCHAWNOMA/ NEURINOMA: Tumor na bainha de Schaw: Despolariza = Leva o impulso elétrico. Pode começar com um zumbido ou mesmo com uma perda súbita da audição. Perda neurossensorial. 7. Presbiacusia: - ‘’ Do vovô ’’ Idade avançada. - Degeneração de células ciliadas. - Base da cóclea: SOM AGUDO Começam a morrer. . Perda em rampa = Presbiacusia: Perda 1º do som agudo e depois do grave (‘’Pessoa escuta, mas não compreende’’). - Presbiacusia pode ser precursor de Depressão. - Muito comum em pacientes com Alzheimer: Esforço cerebral muito grande para entender o que é falado. 8. Doenças vasculares: - Hipertensão arterial (↓ fluxo sanguíneo para o ouvido). - Trombo. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 12 9. Genética: - Ausência do gene gjb12 = Surdez. TRATAMENTO DA SURDEZ 1. AASI: Aparelho de amplificação sonora individual. Amplifica o som. 2. Reabilitação auditiva: - Ler lábios. - Libras. 3. Implante coclear: - Aparelho capta o som e transforma em um pulso elétrico. - Eletrodo leva para o VIII par a informação elétrica. MEMBRANA TIMPÂNICA NORMAL: Transparente. Sem hiperemia. Sem abalaumento. Trígono luminoso (reflexo da luz do otoscopio). Som de altas frequências ou agudas produzem vibrações rápidas. Som de baixa frequência e amplitude produzem vibrações lentas. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 13 Trompa de Eustáquio: Canal ósteo- cartilaginoso que comunica a nasofaringe com a orelha média e mastoides, possui revestimento epitelial semelhante ao nariz (influência em processos naso-sinusais). Praticamente sempre fechada/colabada. Quando precisamos da abertura da tuba auditiva a porção cartilaginosa sofre influência da musculatura permitindo esse controle. - Situações: Deglutição ou equalizar a pressão - A abertura faz a drenagem da secreção para a rinofaringe. TUBA AUDITIVA: Criança: Tuba auditiva = Mais horizontalizada e curta: - Maior comunicação de patógenos da rinofaringe com a cavidade nasal. - Comum: OTITES DE REPETIÇÃO. Adulto: Tuba é mais longa. 30 a 60mm no adulto e 18mm em crianças, mais horizontalizada na criança (10°), o que facilita a recorrência de infecções pela passagem de agentes da rinofaringe para orelha média, que no adulto (30° a 40° de inclinação). Musculatura adjacente Abertura das tuba: Responsáveis pela abertura da tuba auditiva quando precisamos. - Músculo tensor do véu palatino. - M. elevador do véu palatino. - M. salpingofaríngeo. - M. tensor do tímpano. Funções tuba auditiva: Levar ar para o ouvido, para que os ossículos da membrana se movam e ocorra a transformação da energia. - Proteção da orelha média. - Drenagem de secreções da orelha média (batimento ciliar unidirecional, há secreção por glândulas caliciformes, segue da orelha média para rinofaringe); proteção da orelha média contra o refluxo de líquidos da rinofaringe. EQUALIZAÇÃO DAS PRESSÕES Visa equalizar a pressão entre orelha média e rinofaringe (Lei de Boyle- volume de gás é inversamente proporcional à sua pressão em temperatura constante). Na subida de voo ou mergulho: - Diminuimos a pressão atmosférica. - O ar da orelha média sai de maneira difusa/passiva para a rinofaringe. Já na descida do voo ou de mergulho: - Estamos aumentando a pressão atmosférica. - Há redução do volume do ar, com retração da membrana timpânica, necessitando abertura voluntária da tuba por deglutição/valsava. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 14 OTITE EXTERNA AGUDA: Pega a pele do conduto auditivo externo. Desencadeadas por um processo infeccioso devido a retenção de água no meato acústico externo, permanência de corpos estranhos, ferimentos ou escoriações do epitélio em consequência de instilações causticas, de atrito no ato de coçar o ouvido. Retenção de H20 no ouvido, corpo estranho pode fazer com que a pessoa coce e desencadeiem um processo de inflamação. Dor intensa, com hiperemia difusa do meato acústico externo. TRATAMENTO: curativos, a base de antibióticos (S. aureus e P. aeruginosas). Coça ouvido e elas entram. Como PROFILAXIA é aconselhável: - Evitar limpeza do canal auditivo com cotonete ou qualquer outro instrumento. - Secar bem o ouvido, após entrada de H20. - Nos indivíduos com otite externas de repetição, pode-se recorrer ao uso de protetores auriculares. OTITE EXTERNA ECZEMATOSA: Exprime reação de hipersensibilidade alérgica da pele do meato acústico externo e/ou do pavilhão da orelha, em consequência de alergização alimentar. Conduto estenosado, com edema. DIAGNÓSTICO: prurido e corrimento auricular. Descamação epitelial difusa. Pode evoluir para infecção secundária. TRATAMENTO: Curativos, corticoides,antibióticos. FURÚNCULO DO MEATO ACÚSTICO (OTITE EXTERNA CIRCUNSCRITA): Otite média localizada. Localiza-se geralmente no terço externo do meato acústico, onde existem glândulas sebáceas e folículos pilosos. “Sinal da teta de vaca”, dolorosas. TRATAMENTO: analgésicos, pomadas a base de antibiótico e corticoide. Se infecção intensa podemos utilizar antibioticoterapia. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 15 OTITE EXTERNA MALIGNA OU NECROSANTE: É uma forma especial, grave, de otite externa, que geralmente ocorre em paciente diabético, ou muito debilitado (imunodeprimidos) Agente etiológico é o pseudomonas aeruginosa. Essa infecção pode descer para o osso ou ir para o SNC. Forma um abscesso, que drena para o SNC, processo mastoide > óbito. CASO: otalgia + idoso + DM + glicemia elevada. OUTRAS PATOLOGIAS: Pericondrite do pavilhão: - Inflamação da cartilagem. - Uso de piercings. Erisipela do pavilhão: - Picada > coça. Otomicose (ouvido úmido favorece): provocada por fungos. - Aspergillus flavus, amarelado. Exostoses: Formações ósseas arredondadas, múltiplas e bilateriais. Podem decorrer da prática prolongada de mergulho em H20 fria. Corpos estranhos e rolha ceruminosa (dor e impede a passagem da rolha sonora). NEOPLASIA: Carcinoma baso e espinocelular = Exposição solar. Melanomas. ALTERAÇÃO CONGÊNITA: Microtia: Deformidade congênita, na qual o pavilhão auricular (orelha externa) é subdesenvolvido. Ausência do pavilhão auditivo. Mau posicionamento do pavilhão. Mais prevalentes no inverno Posicionamento: A orelha média é um prolongamento do nariz. Tuba auditiva: Leva ar do nariz para o ouvido. Relacionados a alérgenos nasais: Relacionada a patologias do s. respiratório (Rinite, Adenoide, Sinusite). Tudo isso é criado para que haja formação de PA. Movimentos da energia sonora se transformando em elétrica. A tuba auditiva tem 3 funções principais em relação à orelha média: 1. Proteção contra secreção e gradiente de pressão da nasofaringe. 2. Drenagem e clearance de secreção da orelha média para a nasofaringe. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 16 3. Ventilação da orelha média para equalizar sua pressão com a pressão atmosférica. Esta é a função mais importante, porque a audição é melhor quando a pressão da orelha média é semelhante à pressão do conduto auditivo externo. OTITE MÉDIA AGUDA As otites médias agudas traduzem processos inflamatórios agudos da orelha médio. São desencadeadas, na sua quase totalidade, em virtude de infecções das fossas nasais, cavidades sinusais paranasais e rinofaringe, propagadas ao ouvido médio através da tuba auditiva. Pneumococo, H. Influenzae, estreptococo e moraxela. Quadros de repetição: Criança: Tuba auditiva horizontalizada (favorece a ascensão de microrganismos) Principalmente < 3 anos. *Adultos a tuba é verticalizada. Rinite aduda, hipertrofia da Adenoide, DRGE (ácido do estomago vai até a rinofaringe e edemacia a tuba auditiva, possuindo uma maior chande de infecção. O QUE FAVORECE A INFECÇÃO: 1. Posição da mamada. 2. Pobre aleitamento materno (↓ anticorpos). 3. Imunodeficiência. 4. Falta de vacinação (pneumococo e H. influenzae). 5. Dimorfismo craniofacial. 6. Intolerância ao leite. 7. Síndrome dos cílios imóveis (doenças que atrapalham a doenças das células ciliadas do sistema respiratório). 8. Creches. OTITE MÉDIA AGUDA SIMPLES É desencadeada pela obstrução da tuba auditiva (decorrente de hipertrofia das vegetações adenoides e de reações alérgias), e ou, por processos inflamatórios agudos das fossas nasais e rinofaringe. Sintomas: - Otalgia súbita, acompanhada ou não de elevação de temperatura. - Hipoacusia (tímpano inflamado não vibra). - Sensação de plenitude auricular. Acontece mais em pacientes com alteração respiratória, como resfriados. Principalmente em crianças. Exame otoscópico Fase inicial: Membrana timpânica hiperemiada. Posteriormente edemaciada, abaulada e evolui para perfuração punticforme. Abaulamento Sinal mais importante = Sinal de um processo infeccioso Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 17 Abaulamento Perde a transparência, abaulada, sem trígono luminoso Canal auditivo externo está íntegro, diferentemente da otite externa, que o canal estava hiperemiado, quase não o vê. TRATAMENTO Antibióticos Amoxacilina + Clavulanato. OTITE MÉDIA AGUDA NECROSANTE Caracterizada por dor, ampla perfuração da membrana timpânica, otorreia purulenta e lesões mucosas irreversíveis. *Vaza pus dentro do ouvido. Pode ocorrer destruição óssea e até sequestração de toda a cadeia ossicular. Evolui para cura ou para otite média crônica simples (perfuração que não se fecha). TRATAMENTO: Antibióticos. OTITE MÉDIA LATENTE Ocorre no lactente. Sintomas de: → Temperatura elevada. → Diarreia aquosa e rebelde ao tratamento. → Vômitos. → Perda de peso. → Irritação meníngea. OTOSCOPIA: membrana timpânica normal ou opaca. TRATAMENTO: antibiótico. OTITE MEDIA CRÔNICA SUPURATIVA Perfuração da membrana timpânica. o Ocorre após meses ou anos da otite média aguda necrosante. o Pode ter saída de catarro. o Não pode entrar H20 na orelha Edemacia a orelha média. Assinalam-se pela persistência de uma perfuração da membrana timpânica através dos anos pela presença de exsudato mucocatarral, purulento, oriundo do ouvido médio e drenando através do meato acústico externo. OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES Caracteriza como sequela de uma perfuração da parte tensa da membrana timpânica. Pode haver pequena perda de substância óssea (pedaço do Martelo). O fechamento espontâneo da perfuração pode ser verificado. o Consequências: Deposição calcária. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 18 PERFURAÇÃO EM forma de “rim ou feijão” É visível a perfuração da membrana timpânica. Deposição calcária faz com que a membrana timpânica feche Cicatrização = placa de tímpanosclerose (são deposições calcárias). Pode dar rigidez, membrana não vibra. Perda de audição. TRATAMENTO: . Não deixar cair água no ouvido, cuidados gerais. . Cirurgia Timpanoplastia: Fechamento da membrana timpânica. OTITE MÉDIA COLESTEATOMATOSA Pele cresce dentro da orelha média. Destruí a orelha média. Pode destruir os ossículos e o nervo facial (paralisia). Esses pacientes podem dar meningites. O colesteatoma é uma bolsa cística composta de lâminas epiteliais uma sobre as outras como um bulbo de cebola, limitada por uma matriz. Crescimento de pele em local errado, composta de todas as suas camadas epiteliais, tendo a camada basal, contato com a parede do ouvido médio e tecido de granulação que se forma. Conforme o tumor cresce ele solta debris: Algumas pseudômonas podem colonizar nesses debris tendo um odor fétido característico Processo infeccioso.. O epitélio do meato acústico externo cresce para o interior da cavidade timpânica através dessa perfuração. A deficiência auditiva é em geral acentuada, devido às lesões osteíticas do elo ossicular e sua consequente rotura. Debris: lâmina branca Patologia benigna, não dá metástases. Mas o comportamento é ruim, podendo chegar ao nervo facial, evoluindo como meningite. QUADRO CLÍNICO: - Otorreia (dor indica retenção de exsudatos). - Odor fétido. - Vertigem (sugere fístula labiríntica). - Perda auditiva. - Paralisia facial (destruição do canal de Falópio). OTOSCOPIA: Tudo destruído, não vê nada, só o cisto, que solta lâminas de tecido necrótico/debris/morto. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 19 TRATAMENTO cirúrgico. OTITE MÉDIA SEROSA OU SECRETORA: SECREÇÃO CATARRO DENTRO DO OUVIDO. Mucosa da orelha média produzindo um muco/catarro. Esse atrapalha a movimentação da membrana timpânica. Não há processo infeccioso Não tem dor e febre. Paciente ouve de maneira errada/atrapalha a audição Acaba falando de maneira errada. Prevalente em crianças até 10 anos de idade Vão mal na escola. Trata-se de uma instalação silenciosa, que se caracteriza pelo acúmulo de um líquido seroso/mucoso. Ocorre a formação de BOLHAS de líquido Não há abaulamento, hiperemia ou perfuração. Epitélio cilíndrico ciliado secreta muco Ausência de O2 = Aumenta muco. Pode ser contaminado pela bactéria ou não (catarro seroso). Por que não vai ar? Algum processo atrapalhando. ETIOPATOGENIA: → Teoria MECÂNICA: Obstrução da adenoide. → INFECCIOSA: Adenoide não deixa ir ar Funciona como reservatório de bactéria e vírus e mandaria p/ orelha média provocando processo inflamatório; → HIPOVENTILAÇÃO. → ALÉRGICA. → FENDA PALATINA e LÁBIO LEPORINO. Audiometria (escuta mais) e imitanciometria (membrana timpânica não possui mobilidade). SINTOMAS: - Ausência de dor. - Plenitude auricular (ouvido cheio, copo em cada lado do ouvido). - Autofonia (o som parece que está cheio na cabeça – parece um eco), plenitude auricular. DIAGNÓSTICO: Exame físico e Impedânciometria. OTOSCOPIA: Nível líquido com presença de bolhas de ar. TRATAMENTO: → CLÍNICO + MEDICAMENTOSO. → Corticoide nasal. Se não melhorar Tubo de ventilação: furo em membrana timpânica e coloca carretel Ar vem pela orelha externa Normaliza produção de muco. Após um tempo o tímpano se regera e ele é expulso. Furamos o tímpano Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 20 (meringoscentese/paracentese/timpanocentese), colocamos um tubo de aspiração, aspiramos o catarro. - Tiramos a adenoide. COMPLICAÇÕES DAS OTITES MÉDIAS: Complicações locais e sistêmicas. EXTRACRANIANAS: - Paralisia facial (nervo facial passa dentro do ouvido). - Labirintite. - Osteomielite do osso temporal/mastoidite. INTRACRANIANAS: - Abscessos. - Meningites otogênicas. - Tromboflebite. OTOSCLEROSE É a enfermidade que se caracteriza, sob o ponto de vista anatomopatológico, por OSTEODISTROFIA da cápsula óssea labiríntica e subsequente ANQUILOSE da platina do estribo na janela oval. Estribo não se movimenta Estribo se ossifica e para de “mexer”. Essa ossificação pode caminhar para dentro da cóclea. Etiologia desconhecida. Anquilose (articulação que não se mexe = rígida) do estribo = fica rígido e não se mexe, por alguma razão. Ocorre mais em mulheres (50% mais), causa familiar. 90% = Bilateral. 8-10% dos casos = Otoesclerose estapédica unilateral. SINTOMAS: Zumbidos e hipoacusia. OTOSCOPIA: Normal. Tratamento: Cirúrgico (prótese de titânio): Levantamos o tímpano e colocamos uma prótese. Colocação de aparelho auditivo Estapedectomia. PARALIASIA FACIAL ENDOTEMPORAL: Nervo facial passa dentro da Mastoide. Decorre de interrupção do influxo nervoso do nervo facial em seu trajeto pelo interior do osso temporal. Conduto auditivo interno: 2 nervos Vestibo coclear e facial. Nervo misto (sensitivo e motor). No fundo do meato acústico interno, o nervo facial penetral no seu canal ósseo (AQUEDUTO DE FALÓPIO) e atravessa todo o osso temporal, emergindo do crânio pelo forâmen estilomastoideo. Decorre de interrupção do influxo nervoso do nervo facial em seu trajeto pelo interior do osso temporal. Ramificação intrapétrea do nervo facial: Glândulas lacrimais (sensitiva), palatinas e nasal. 3 ramos: 1) GRANDE PÉTREO SUPERFICIAL, conduzindo fibras parassimpáticas vasodilatadoras e secretoras que vão até a glândula lacrimal (olho Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 21 seco) e às glândulas palatinas e nasais. Lágrima é feita pela parte sensitiva do nervo facial. 2) Ramo estapédio, para o MÚSCULO ESTAPÉDIO (do estribo). 3) CORDA DO TÍMPANO, que se origina cerca de 5 mm acima do óstio estilo-mastoídeo, onde se incorpora ao lingual, e vai ser responsável pela SENSAÇÃO GUSTATÓRIA dos 2/3 anteriores da língua e nas glândulas salivares, submandibular e sublingual. O nervo sai pelo forame estilo-mastoideo para inervar a musculatura da mimica da face: a) Ramos SENSITIVOS para o pavilhão da orelha, meato acústico externo e membrana do tímpano. *Arrepio na orelha. b) Ramos MOTORES para os músculos auriculares posterior e occipital. c) Ramos MOTORES para os músculos estilioideo e digástrico. d) Após penetrar na glândula parótida, o cérvico-facial e o cérvico-temporal fornece ramos MOTORES terminais para todos os músculos mímicos da face e platisma. CONSEQUÊNCIAS: Não tem lágrima. Estribo não funciona. Zumbido. Interfere no gosto da comida. Saliva. Perde sensibilidade da orelha. Não fecha os olhos: Homolateral a paralisia. Não enruga a testa. Não conseguem fazer a ruga do platisma. Paralisa de Bell: bom estado geral, anda normal, s/ parestesia de MMII, consciente, orientado, não consegue beber água, não consegue enrugar a testa; AVC: tontura, paresia e parestesia de MMII, alteração da consciência, tontura, dor de cabeça, torporisidade. Quem trata paralisia facial periférica é o ORL. ETIOLOGIAS TRAUMÁTICAS: Cirúrgica: - Mastoidectomia (colesteatoma). - Estapedectomia (retira estribo e pode lesar n. facial). - Fraturas do crânio: Longitudinais e transversais. - Ferimentos com arma de fogo. INFECCIOSAS: - Otite média aguda simples: complicações extracranianas paralisia facial. - Mastoidite e labirintite. - Herpes zoster oticus: Vesículas herpéticas na orelha + Paralisia facial. - Sd. de Hamsey Hunt. BLASTOMAS: - Carcinoma. - Adenocarcinoma. - Sarcoma. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 22 VASCULARES: → Encefalopatia hipertensiva: leva a hemorragia no interior do canal de Falópio ou HAS. DIAGNÓSTICO Apagamento dos sulcos e rugas do lado doente. Piscamento não acompanha o da hemiface. Olho não se fecha tanto quanto o paralisado. Comissura bucal desvia-se para baixo (devido as expirações profundas). Sinal de Bell – não fecha o lado lesado (vemos o branco do olho – esclera -, o olho vira para cima). *Desvio do globo ocular ruim para cima e para fora. Pedir para o paciente: - Franzir a testa. - Aproximar um supercílio do outro. - Fechar os olhos: olho bom fecha, o ruim não fecha, pupila vai p/ cima, fica vendo o brancão do olho. - Abrir a boca. - Fazer caretas. - Insulflar bochechas. - Assobiar. - Contrair lábio inferior para baixo (platisma deveria se contrair e formar “rugas”) REFLEXOS AUSENTES: REFLEXO NASOPLAPEBRAL: Bater na glabela. REFLEXO CÓCLEO-PLAPEBRAL: Tapa, barulho Paciente pisca. REFLEXO VÍSUO-PALPEBRAL: Luz. REFLEXO CÓRNEO-PALPEBRAL: Córnea, através do nervo facial, fecha seu olho, bichinho não entra. Localização da paralisia facial: DISTÚRBIO DO LACRIMEJAMENTO: papel p/ ver se está tendo lágrima Acima do 1º RAMO. REFLEXO DO ESTAPÉDIO: impedanciometria Problema no 2º RAMO. DISTÚRBIO DO PALADAR: Problema no 3º RAMO ELETROMIOGRAFIA. TESTE DE EXCITABILIDADE ELÉTRICA: Reatividade do nervo. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO (dependendo da causa de base): Inflamação (Herpes/Otite média), hipertensão. FISIOTERÁPICO: Estimular musculatura para que o nervo volte a funcionar o quanto antes. Descompressão do nervo facial através da CIRURGIA. Trauma > nervo dentro do canal de falópio > nervo edemaciado > Descompressão, abre o canal. PARALISIA DE BELL Não temos uma etiologia definida Variada. A exposição ao frio pode ser o fator etiológico. Débora Oléa Braga – TXXII -Otorrino 23 É a mais frequente das paralisias faciais. O diagnóstico é feito por exclusão Possui início súbito e pode ser acompanhada de dor retroauricular. O prognóstico é bom. Em 80% dos casos, a paralisia de Bell regride sem deixar sequelas, uma vez que se trata de simples bloqueio fisiológico ou neuropraxia. TRATAMENTO: 1. Medicamentoso: Corticoide ou inflamatatório. 2. Fisioterapia. 3. Se não resolver depois de 2 meses: Cirurgia de descompressão do nervo facial. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 24 GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES • Parótida: Região pré-auricular. • Submandibular. • Sublingual. GLANDULAS SALIVARES MENORES Milhares de glândulas em todo trato aerodigestivo superior e nos seios paranasais. PARÓTIDA Localizada da região pré-auricular (anterior). A divisão do lóbulo superior e profundo é feita pelo nervo facial, tendo intima relação com a artéria carótida. Ducto de Stenon: Corre pela glândula e cruza o masseter, penetra pelo bucinador, e, aparece intraoral na frente do 2 molar superior. Último dente se não tiver o siso. SUBMANDIBULAR 2ª maior glândula salivar localizada abaixo do corpo da mandíbula um pouco à frente do ângulo. Possui relação com artéria facial. Provoca muitos cálculos (SIALOLITÍASE) Saliva tem que vencer a gravidade. - Para quem bebe pouca H20 e a saliva fica mais espessa e grossa e forma cálculo. - Ducto de Wharton: Ducto que sai a saliva Abre-se anteriormente no assoalho da boca, lateral à base do freio lingual. Corre desde a parte anterior da glândula profundamente ao musculo milohioideo, dirigindo-se até o assoalho da boca, em frente ao frênulo lingual. → Provoca litíase/cálculo > saliva sai de baixo para cima > pode precipitar. SUBLINGUAL É a menor, localizada profundamente por de baixo da mucosa do piso anterolateral da boca. Possui vários ductos que saem da glândula e direcionam ao assoalho da boca em muitos locais. Glândulas salivares menores não tem um tipo específico de secreção. A secreção das glândulas salivares maiores e menores é controlada por estimulo físico ou alimentar ou outros materiais na cavidade oral. Também existem componentes psíquicos de estímulos sugeridos pelo gosto, olfato e visão. (Sistema nervoso autônomo) preparação p/ alimentar. HALITOSE Principal causa: Saliva envelhecida Intervalos grandes entre a alimentação. SALIVA ENVELHECIDA (pessoas que não se alimentam constantemente não têm renovação de saliva). Outras causas: - Rinite/sinusite. - Má higiene. - Amigdala caseosa. - Refluxo. - Durante o sono não tem produção salivar, o aumento da produção de saliva é progressiva ao longo do dia. - ESCOVA OS DENTES: estímulo físico > faz com que as glândulas salivares produzam saliva > troca saliva. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 25 FUNÇÕES DAS GLÂNDULAS SALIVARES Lubrifica o bolo alimentar. Proteção dos dentes. Atividade antibacteriana. Presença de IgA secretora facilita fagocitose bacteriana. Possuem lisozimas que ajudam a destruir a parede bacteriana. Medicamentos (BZP), radioterapia e enfermidades sistêmicas (HAS) influenciam na quantidade de saliva. - 90% parótida e submandibular. - 10% sublingual e glândulas salivares menores. INERVAÇÃO Parótida: - Parassimpática: Ramo V. - Simpática: Surge do plexo carotídeo. Submandibular: - Parassimpático: Corda do Tímpano (VII). - Simpática: Plexo carotídeo. TC: tamanho da massa intraglandular > tumor. DIAGNÓSTICO 1. SIALOGRAFIA: Cateter no ducto da glândula + substância radiopaca. RX Analisar se há cálculos. Utilizada em patologias inflamatórias. 2. CINTILOGRAFIA RADIOISOTÓPICA: Injeção intravenosa de radioisótopo, substância radioativa. Fazemos RX Vemos o desenho da glândula. . Quando há suspeita de neoplasias. 3. US de glândula salivar. 4. TM: Determinar o tamanho da massa intraglandular. 5. RM. 6. Punção biópsia aspirativa: Diagnóstico histológico da neoplasia. DOENÇAS QUE ATACAM AS GLÂNDULAS SALIVARES INFLAMATÓRIAS Siloadenites (bacterianas ou virais). SILOADENITE BACTERIANA AGUDA . Pode acometer a parótida e a submandibular. . S. aureus é o patógeno mais comum. . Abcesso é uma evolução comum: Necessitando de drenagem. QUADRO CLÍNICO. - Edema e dor. - Febre. - Aumento no número de glóbulos brancos. - Pressão sobre a glândula libera liquido purulento pelo ducto da glândula afetada. Na patologia bacteriana se você fizer a ordenha da glândula há saída de pus dentro da boca do paciente. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 26 TRATAMENTO: - Antibiótico. - Corticoide. - AINE. SIALOADENITE VIRAL Atinge adultos, jovens e crianças. Drenagem salivar é clara Sai um líquido claro/transparente. QUADRO CLÍNICO: Febre, cefaleia e edema. Febre mais baixa que o quadro bacteriano. Não há exsudato purulento na ordenha. Vírus da Caxumba. Complicações auditivas e reprodutivas: Podemos ter problemas a esterilidade. A criança pode nascer surda (vírus migra p/ cóclea = perda auditiva sensório neural), e no adulto jovem o homem pode ter orquite e até se tornar estéril. OBS: Usamos o hemograma para diferenciar se o quadro é viral ou bacteriano. SIALOADENITES GRANULOMATOSA TB. Sarcoidose – síndrome Heer-fordt. Síndrome da arranhadura do gato. Síndrome de sjogren: Xerostomia/ceratoconjuntivite. LITÍASES SALIVARES = SIALOLITÍASE A litíase possui complexa inter-relação entre doenças inflamatórias agudas e crônicas Predispões a formação de cálculos dentro dos ductos da glândua parótida e submandubular. Entope as glândulas. Salivas precipitam, uma vez que tem muitos minerais. Qualquer estase que altere a qualidade das secreções pode formar cálculo. Beber pouca água > menos viscosa, mais densa > precipita e forma cálculo. Submandibular é a mais afetada porque a glândula produz secreção mucosa espessa, que deve atravessar um ducto orientado de baixo para cima até a sua saída Então ela tem que vencer a força de gravidade, assim o fluxo salivar fica mais LENTO. Por isso qualquer estreitamento do ducto e/ou alteração da consistência das secreções, aumenta a possibilidade da formação de cálculos por precipitação dos minerais contidos na saliva. QUADRO CLÍNICO: Tumefação + edema toda vez que estimula (alimentação Glândula contrai p/ jogar saliva Cálculo não deixa saliva sair = incha e da dor). Pode ocorrer infecção secundária pelo cálculo. DIAGNOSTICO: Sialografia, US, raio X. DIAGNÓSTICO: US é muito bom, dá para ver até o tamanho do cálculo. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 27 TRATAMENTO: - ATB: Se houver infecção. - Remoção do cálculo. NEOPLASIAS Paciente com abaulamento. Pode afetar qualquer glândula (maior ou menor). Surgem como: Aumento glandular indolor, e, com evolução do tumor atacam estruturas adjacentes (pele e nervo facial). PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA: DX histológico da neoplasia. PADRÃO-OURO BENIGNA: Adenoma pleomófico. Adenoma de células acidófilas. Cistoadenoma papilar. MALIGNA: - Carcinoma mucoepidermoide: Muito agressivo e propenso à recorrência e metástases locais e distantes. *Tratamento cirúrgico, radioterapia e quimioterapia. - Carcinoma cístico. NEOPLASIAS INFANTIS Vasculares: Linfagiomas e Hemangiomas. Malignas: Carcinoma mucoepidermoide. QUADRO CLÍNICO: Inchaço endurecido + dor. DIAGNÓSTICO: US com punção, sempre fazer. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 28 Nariz externo: - Saliência em centro da face, formando a pirâmide nasal. - Esqueleto de constituição ósteo-catilaginosa.- Base da pirâmide: Abertura piriforme. - Vértice: Ponta nasal. - Cartilagens: Alar maiores (possui porção medial e lateral) e menores. - Vestíbulo nasal é coberto por pelas vibrissas (1ª barreira para a filtração do ar). - Válvula nasal interna: Responsável por 50% da resistência do ar. *Entre as cartilagens e o septo. Porção medial: Formado pelos septos nasais. Porção lateral: Formado pelos cornetos. Assoalho nasal é mais alargado que o ápice. Cornetos: - Trata-se de uma estrutura óssea. - Corneto inferior é um osso próprio. - Concha superior faz parte do osso etmoidal. - Corneto inferior possui maior importância para fisiologia nasal Rede vascular subcosa muito importante Pode causar congestação e retração do corneto. Participa do ciclo nasal: Determina se o nosso nariz está respirando mais ou menos. A função do nariz vai alternar a regulação entre uma função e outra Uma narina estará mais congesta (entupida) e contra lateralmente mais retrátil e com maior fluxo de ar. *O ciclo nasal ocorre em torno de 4 horas. Depois das 4 horas ocorre uma inversão. . Trata-se de um mecanismo de proteção para não perder a capacidade de clearance e bloquear substâncias que estão entrando em contato com a mucosa. . O sistema nervoso autônomo simpático faz a retração de cornetos e parte respiratória, enquanto a parassimpática faz a depuração e limpeza da cavidade nasal. Meatos: Espaços entre os cornetos. - Importante local e drenagem. - Meato inferior: Drena Ducto nasolacrimal. - Meato médio: Drena Seios da face anteriores: Frontais, maxilares e etmoidais anterior. *Seios posteriores (esfenoide e etmoide posterior) drenam no recesso esfenoetmoidal no meato superior. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 29 Coana: Abertura posterior para a cavidade nasal = Coana. - Comunicação cavidade nasal- rinofaringe (separadas pelo vômer, formadas pelo esfenoide). Ducto nasolacrimal: Terço anterior do meato inferior (por isso há secreção com o choro). Septo nasal: Vômer, cartilagem quadrangular e parte do osso etimoidal. Revestido por periósteo e pericôndrio. - Crescimento grande no estirão de crescimento. Depois da adolescência há uma parada do crescimento. - Desvio de septo: Pode causar cefaleia, síndrome da apneia do sono. *Cirurgia de septo: Criança: Junção ósteo-cartilaginosa não mexemos na criança Cirurgia conservadora. Área olfatória: Lâmina cribiforme. - Responsável pelo olfato. - Nervo olfatório possui ramos terminais no teto nasal. - Bulbo olfatório passa a informação para o SNC. o Captação de partículas olfativas. o Paciente com alteração no olfato (hiposmia) e paladar: Pode ser causado por - Alterações nasais Desvio de septo, rinite alérgica, polipose e congestão nasal crônica. - Alterações no bulbo ou via olfatória Trauma, lesão inflamatória e tumor. Irrigação: o Pirâmide nasal: Artéria facial, supra- orbitária e nasal lateral (principal da região cartilaginosa e dorso). o Intra-nasal: Nariz recebe ramos da carótida externa (artéria labial superior e palatina) , carótida interna (ramos etmoidal posterior e anterior) e maxilar (ao passar o forma esfeno-palatina chama artéria esfeno palatina irriga a porção posterior do septo nasal e parede lateral: concha média e inferior). São 3 origens vasculares que se encontram na região denominada Plexo de Klesselbach Local de maior sangramento (em termos de frequência). *Queixa de sangramento anterior. Circulação dentro dos cornetos = Formação de plexos cavernosos: Vão modificar o volume das conchas (ciclo nasal). INFLUENCIAM NO CICLO NASAL DEVIDO AO ESTÍMULO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO: . Atividade física. . Alérgenos. . Inflamatório. . Psicogêncico (estresse e medo – liberação de adrenalina). Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 30 Inervação: - Trigêmio ( 5º par craniano). + Sistema nervoso autônomo (irrigação da mucosa e regulação do ciclo nasal). - V1 e V2 nervo facial. Mucosa nasal e barreira mucociliar: - Funciona como uma barreia para os alérgenos. o Epitélio colunar pseudoestratificado com células ciliadas cobertas por muco. Muco: 2 camadas diferntes 95% de H20, glicoproteínas, mucinas e enzimas = ‘’fase sol’’ Na submucosa teremos glândulas que constituem a ‘’fase gel’’ Formação de Sialomucinas e Sulfomucinas. No epitélio da mucosa nasal temos células basais, colunares, LTB e LT, mastócitos, monócitos, etc. A viscoelaticidade do muco é essencial para o transporte de substâncias. Assim como os cílios devem estar com a sua estrutura preservada. Gel + Cílios se acolplam para fazer o transporte de substância. Batimento ciliar é UNIDIRECIONAL (Anteroposterior: Tudo que entra é levado para a rinofaringe). Na rinofaringe os cílios batem em direção ao ósteo de drenagem natural que cai na fossa nasal. Objetivo do transporte de muco: Leva partículas para a rinofaringe onde será absorvida e vamos deglutir = DEPURAÇÃO MUCOCILIAR. Doenças que cursam com problemas no cílios (rinossinusite crônica, fibrose cística, medicações, etc) Alteração no clearance nasal. o Em algumas áreas esse epitélio pode sofrer uma metaplasia e se tornar estratificado. o Epitélio olfatório (no teto da cavidade nasal). ULTRAESTRUTURA Junções intercelulares formam cinturões que juntam as células e deixam com que os espaços intercelulares estejam grudados entre si. - A junção faz parte da seletividade permeável da mucosa nasal Para as substâncias do meio externo. - Disfunção na junção Fatores associados na rinite alérgena Alérgenos podem degradar essa proteínas entre as junções = Epitélio mais permeável e maior sintomas quando entra em contato com um alérgeno que o paciente é sensibilidade. Maior permeabilidade: Maior sinal inflamatório e maior chance de doenças. o Junções firmes (TJ): Formado por proteínas (ocludinas e claudinas). *Na rinite os alérgenos podem degradar essas proteínas. o Ligações compostas por zônulas de adesão, desmossomos, hemidesmossomos, junção gap e junção firme. o Função: Manter a integridade do epitélio e controlar entre os ambientes intra e extracelular. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 31 FUNÇÕES DO NARIZ: - Reflexógena (SN autônomo ciclo nasal). - Transporte de muco para nasofaringe. - Função tubular aérea (local por onde passa o ar). - Aquecimento, umidificação e filtração do ar inspirado. - Olfação. - Fonação. - Estética. FUNÇÃO REFLEXÓGENA: Sistema nervoso autônomo: Ciclo nasal. Simpático: Alfa e beta adrenérgico. Parassimpático: Colinérgico. Mediadores peptídicos: - Substância P. - Neuropeptídeo Y. - VIP (peptídeo vasoativo intestinal). Controle neuroendócrino da mucosa: - Hormônios gonadais (estrógeno, progesterona e andrógenos) podem ativar o SNA parassimpático Aumento do batimento ciliar. - Neurotransmissores. Fatores que influenciam na resposta vasomotora nasal: - Espirros. - Aferência do Trigêmio e Vago. - Reflexo naso-pulmonar: Tórax comprimido Não adianta respirar muito pelo nariz. Causado dependendo do decúbito, roupas justas e doenças obstrutivas. - Aspectos psicomotores. TRANSPORTE DE MUCO E FUNÇÃO TUBULAR: - Corredor de passagem: Unidirecional em direção a Faringe (estamos sempre deglutindo). - Clearance nasal: Limpeza da fossa nasal Mecanismo de proteção: Funciona de 4 a 5 minutos. Teste da sacarina: Feito em pacientes com rinite alérgica e crônica pois nesses pacientes o clearance estar diminuída. A partícula que fica em contato com o antígeno mais tempo = Estimulação com a substância alérgena.*Importância de lavar o nariz com soro fisiológico. FUNÇÃO TUBULAR: o Direcionamento do fluxo aéreo inspirado. Desvios do septo podem alterar o fluxo tubular. o Turbilhonamento do ar inspirado: Ocorre devido os cornetos/lamelas O fluxo não é livre Bate nas estruturas. Função: Sensibilidade = Sensação de que estamos respiramos. *Pacientes que possuem retirada de concha por cirurgia perde a capacidade de turbilhonamento e o paciente sente que não está respirando (Síndrome do nariz vazio). o Sensibilidade ao ar inspirado. AQUECIMENTO DO AR: Capilares do corneto inferior X Shunt arterio- venoso. o Shunt arterio-venoso = Aquecem menos o ar. o Presença dos capilares no corneto inferior fazem o aquecimento do ar. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 32 UMIDIFICAÇÃO DO AR O ar quente que expiramos sofre um choque com o ar frio que entra na inspiração = Sofre condensação = Umidade. Além disso, há a presença de secreções glandulares, produção de lágrima e água do ar ambiente (umidade) influenciam na umidificação. o Soro fisiológico: Umidifica e melhora a sensação de respirar. FILTRAÇÃO Macrofiltração: Feita pelas vibrissas Partículas maiores. Turbilhonamento Partículas mais pesadas. Microfiltração: Neutraçização de partículas menores pelo sistema de defesa (IgA, mucinas, etc). Olfação, fonação e estética: FONAÇÃO Comunicação entre as cavidades nasal e oral. Pode causar alteração da ressonância vocal (hipernasal e hiponasal). OLFAÇÃO Situações que podem levar a alteração dessa função: Perda, diminuição ou degeneração. o Bloqueios físicos Desvio do septo, corpo estranho, secreção, etc. o Rinossinusites. o Alteração do tipo de voz. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 33 Inflamação ou disfunção da mucosa nasal caracterizada por obstrução nasal, rinorréia anterior e posterior, espirros, prurido nasal e hiposmia. Geralmente ocorrem durante 2 ou + dias consecutivos por mais de 1hr na maioria dos dias. CLASSIFICAÇÃO POR AGENTES ETIOLÓGICOS 1. Rinites infecciosas: - Agudas, autolimitadas, causadas por vírus e menor frequentemente por bactérias. *Resfriado, gripe. 2. Rinite alérgica: Induzida por inalação de alérgenos em indivíduos sensibilizados. - Rinite crônica mais comum. Rinite do idoso (atrofia da mucosa nasal, diminuição de glândulas). Rinite da gestação (hormonal – estrógeno altera a mucosa). Rinite gustatória: Dependendo do alimento Rinite. Mista: Alérgica + outras causas. Classificação por agentes etiológicos. RINITE ALÉRGICA Diagnóstico a partir da história clínica (sintomas, o que desencadeia, etc), antecedentes pessoais e familiares de atopia, exame físico e exames complementares. SINTOMAS CARDINAIS: o Espirros em salvas = Sequência. o Prurido nasal intenso. o Coriza clara (hialina) e abundante. o Obstrução nasal: Congesto e hipertrofia de cornetos. Identificação do possível alérgeno desencadeante pelo teste cutâneo de hipersensibilidade imediata ou IgE específica. Saudação alérgica Coçar o nariz Prurido nasal com hábito de fricção frequente do nariz. A fricção faz com que o paciente possua muita epistaxe Friabilidade da muscosa, espirros ou ao ato de assoar o nariz vigorosamente. Mucosa nasal pálida, edemaciada e com abundante secreção clara ou mucoide. Em casos crônicos observa-se hipertrofia das conchas inferiores. Sintomas oculares: - Prurido. - Hiperemia conjuntival. - Lacrimejamento. - Fotofobia. - Dor local. Linhas duplas de Dennie-Morgan: Edema na região infra-palpebral. Podemos ter prurido na garganta, ocular (conjuntivite alérgica) e no ouvido. CLASSIFICAÇÃO: 1. Temporal: Intermitente (sazonal): Sintomas menos de 4 dias na semana OU menos de 4 semanas ao longo do ano. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 34 Persistente (perene): Sintomas em + de 4 dias na semana E + de 4 semanas no ano. Tempo com fator etiológico: o Sintomas frequentes Pensar por exemplo em poeira doméstica. o Intermitente Laboral, pólen. 2. Gravidade: LEVE: Pouco incômodo com sintomas. - Não há alteração de sono, trabaçho, escola e afazeres diários. MODERADA/GRAVE: Muito incômodo com sintomas. - Sintomas afetam o sono, trabalho, escola e afazeres diários. FATORES DESENCADEANTES - Paciente hipersensibilidado Não vai ter rinite somente com o alérgeno que causa. - Possui exacerbação da resposta. Aeroalérgenos: . Ácaros pó domiciliar (Dermatophogoides pteronyssus, Dermatophagoides farínae, Blomiatropicalis). Baratas (Blatella germânica, Periplaneta americana). Fungos (Aspergillus sp, Cladosporium sp, Animais de pelo (cão, gato, coelho, cavalo, roedores). Pólens (gramíneas, Pheleum pratense). POLUENTES: Intradomiciliares (fumaça de cigarro, derivados da combustão do gás de cozinha ou fogão a lenha). Extra-domiciliares (ozoônio, NO2 e dióxido de enxofre). IRRITANTES: Odores fortes, perfumes, ar condicionado, produtos de limpeza. FISIOPATOLOGIA: Reação inflamatória de hipersensibilidade com participação de anticorpos IgE a alérgenos específicos decorrentes de sensibilização alérgica prévia. Normalmente inicia-se na infância e desde então se integra à asma na hipótese de vias aéreas unidas. Desequilíbrio entre imunidade inata e adaptativa, junto com fatores ambientais são críticos para o desenvolvimento da reação alérgica. Fatores ambientais + Desequilíbrio imune. O que faz com que uma pessoa tenha uma alergia e uma sensibilização a um alérgeno: FATOR GENÉTICO Perguntar sobre história familiar. 3 FASES 1. Sensibilização: 1º contato do indivíduo com o alérgeno desencadeando reação tipo Th2 (produção de imunoglobulina E), que é mediada principalmente por IL-4 e IL-13. Envolve células inflamatórias como mastócitos, basófilos, linfócitos B e T. - Alérgeno Célula dendrítica (processamento da molécula) Resposta TH2. - IgE se liga aos mastócitos. *Pessoa não alérgica: Resposta Th1. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 35 2. Reexposição a alérgeno específico Fase imediata: Degranulação de mastócitos com liberação de IgE, prostaglandinas, leucotrienos e mediadores inflamatório = Gera os sintomas. Acontece segundos a minutos após o contato gerando coriza, lacrimejamento, obstrução nasal, etc. 3. Reexposição a alérgeno específico Fase tardia: Algumas horas após o contato (4 a 6 horas) ocorre a expressão de moléculas de adesão epitelial (IPAM, PCAM), que fazem o recrutamento dos eosinófilos perpetuando o quadro imediato e podendo já haver hiposmia. Ocorre uma produção de EROS e proteínas catiônicas ocorre uma LESÃO do epitélio da mucosa nasal. . IL4 Sinalizadora da sinalização e recrutamento de eosinófilos. Anti-histamínico: Atua na fase imediata Mastócito já sofreu a degranulação e estamos atuando na consequência da degranulação. Medicação Estabilizadora da membrana de mastócitos Prevenção ao alérgeno. DIAGNÓSTICO É clínico Através da anamnese e exame físico. Se quisermos pedir exames é para sabermos a causa ou em um paciente que não está respondendo ao tratamento. Diagnóstico etiológico: - Intervenções preventivas dirigidas para controle ambiental, opções de tratamento fármaco, imunoterapia específica com alérgenos. EXAMES 1. Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TCHI): - Possui alta sensibilidade e especificidade, conhecido como prick test. - Reatividade cutânea a alérgenos é menos intensa nos extremos da vida (crianças e idosos). - Altovalor preditivo negativo =Usado para excluir alergia como possível causa de sintomas nasais. - Contraindicações: Eczema extenso ou dermatografismo, uso de anti-histamínicos orais, uso de corticosteroides tópicos por mais de 7 dias. 2. Determinação de IgE sérica e específica: IgE sérica total: - Limitado. - Inespecífica: Muitas coisas aumentam a IGE sérica. - Descartamos outras causas: Infecção pelo HIV, aspergilose pulmonar alérgica, sinusite fungica alérgica, linfomas, tuberculose, parasitoses do ciclo pulmonar. IgE específica: - Não conseguimos pedir pelo SUS. - Sensibilidade e especifidade semelhante ao prick teste. - Mais dispendiosos, requerem punção venosa, laboratório especializado e maior tempo para obtenção do resultado. - Não há interferência de medicações e condições da pele, ausência de risco para reações alérgicas graves, possibilitando um maior número de alérgenos padronizados. 3. Teste de provocação nasal: - Maior emprego na área de pesquisa. - Relevância na prática clínica pela possibilidade do diagnóstico de rinite alérgica no local. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 36 - Úteis no diagnóstico da rinite ocupacional. - Devem ser realizados por médicos especializados. . Não possui resposta de TH2 sistêmica e IgE. Somente local (fazemos uma análise de citologia nasal). 4. Citologia nasal: - Diagnóstico diferencial das rinites eosinofílicas - predominância de eosinófilos na secreção nasal superior a 10% e não eosinofílicas. - RENA: Diagnóstico de rinite eosinofílica não alérgica Não tem resposta Th2 e IgE. *Esse diagnóstico pode prevenir o paciente de desenvolver uma rinossinusite crônica. - Diagnóstico de rinite local. - Eosinofilia nos processos inflamatórios nasossinusais, alérgicos e não alérgicos, é fator de pior prognóstico clínico. - Citologia nasal com predomínio de neutrófilos indica rinite infecciosa. o Conseguimos medir neutrófilos (rinite infecciosa). 5. Exame bacteriológico e bacterioscópico: Usualmente não é necessário para o diagnóstico da rinite alérgica. Solicitados para pesquisa do agente etiológico das rinites infecciosas, com o objetivo de orientar a prescrição do antimicrobiano. 6. Testes de avaliação do olfato: Pouco usado na rotina clínica, alto custo. Documentar se o paciente possui hiposmia ou anosmia relacionado a rinite. 7. Testes específicos de permeabilidade nasal: Pico de fluxo nasal= tem correlação significativa com a gravidade da rinite alérgica, é um dispositivo portátil, mas não consegue avaliar as narinas separadamente. Rinomanometria= Considerada método de referência para a avaliação objetiva da obstrução e função nasal. É um teste dinâmico da permeabilidade nasal baseado nos fluxos ventilatórios da inspiração e expiração. Rinometria acústica: Teste estático que calcula as áreas de secção transversal do nariz e o volume nasal desde a narina até a rinofaringe. Não invasivo, se baseia na análise de ecos refletidos pelas fossas nasais diante da exposição a um estímulo sonoro. AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR Questionário de distúrbios do sono: Distúrbios relacionados ao sono (DRS) são frequentes, com prevalência entre 25% e 40% em crianças. CSHQ: Questionário: Pergunta-se sobre resistência para dormir, duração do sono, ansiedade para dormir, despertar noturno, parasonia, alteração da respiração do sono e sonolência diurna. Trata-se de um escore. Questionário de qualidade de vida: Questionários fáceis e simples. Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 37 TRATAMENTO Medidas não farmacológicas: Reduzir a exposição aos agentes irritantes e/ou aos que é sensibilizado. o Manter ambientes bem ventilados. o Evitar tapetes e pelúcias. o Identificar e eliminar mofo ou umidade. o Evitar animais com pelos ou penas. o Evitar atividades externas nos períodos com alta contagem de pólens. Depende do número de alérgenos aos quais o indivíduo está sensibilizado. Essas medidas de controle devem ser mantidas pelo menos 3 a 6 meses para que algum benefício gradual possa ser observado. FARMACOLÓGICA: Solução fisiológica 0,9% para lavagem nasal Ajuda no clearance nasal. Anti-histamínicos: Clássicos são polaramina, hidroxizine. Prometazina e cetotifeno Sedação. Segunda geração cetirizina, desloratadina, ebastins, fexofenadina, levocetirazina, loratadina, etc. *Atuam na fase de degranulação de mastócitos, nos primeiros minutos da reação. Descongestionantes nasais (simpaticomiméticos): Tópicos como nafazolina, oximetazolina ou sistêmicos como a fenilefrina ou pseudoefedrina. São sintomáticos. Não recomendamos Somente nas crises. Corticoides: Tópicos ou sistêmicos (oral, EV, IM). Padrão ouro para tratamento de rinites. Usado para controle da doença – estabiliza a hiper-reatividade de mucosa. Anticolinérgicos: Pouco usado atualmente. Estabilizadores de mastócitos (cromoglicatos): Previnem o quadro Exemplo: Paciente vai para algum lugar que sabe que vai ocorrer o quadro. Intranasal 3x ao dia. Usado em crianças abaixo de 2 anos. Antileucotrienos: . Montelucaste de sódio. - Só recomendamos para os pacientes que possuem o quadro de asma em conjunto com rinite. - Reações adversas: Dor abdominal, cefaleia, sonolência, agitação. Imunoterapia: - Boa resposta para poucos alérgenos sensibizados. - Recomendado no tratamento de adultos e crianças (> 5 anos) com RA intermitente moderada/grave e em todas as formas persistentes. - Geralmente para pacientes graves e rinite persistente. - Tratamento caro e duradouro. - Boa para pacientes com poucos alérgenos sensibilizados. Novas terapêuticas: - Não utilizados na prática clínica. - Antagonistas IgE (omalizumabe, anti IL4 e anti IL5). Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 38 OUTRAS RINITES: RINITES INFECCIOSAS Agudas ou crônicas. Vírus são agentes mais comuns: - Rinovírus, coronavírus, vírus da parainfluenza, adenovírus, enterovírusm vírus da influenza e sincial respiratório. *Rinovírus lesa a mucosa nasal. Tratamento sintomático Doenças autolimitadas. Campanhas de vacinação. RINITE IDIOPÁTICA OU VASOMOTORA Hiperreatividade nasal: - Irritantes ambientais. - Poluição. - Mudança climática. - Emocional. Corticoisteroides tópicos e descongestionantes. RENA = EUSINOFÍLICA NÃO ALÉRGICA Eosinofilia nasal + Teste cutâneo e RAST negativos. - Adultos jovens e mulheres. - Relacionado ao desenvolvimento de polipose nasal e asma. DREA (doença ambiental exacerbada pela aspirina) Paciente é sensibilizado a aspirina A RENA está relacionada a DREA: polipose nasal e asma. RENA controlada evita asma e rinossinusite crônica. RINITE MEDICAMENTOSA . Uso crônico de descongestionantes tópicos Principal causa. Hiper-reatividade da mucosa nasal: Perde- se a sensibilidade do ciclo nasal. Receptores ficam menos responsivos. Vasodilatação e congestão nasal. Tratamento com desmame, corticoide tópico/sistêmico e descongestionante oral. RINITE HORMONAL Ação do estrógeno nas terminações nervosas das glândulas e vasos Estímulo parassimpático. Menstruação, climatério, gravidez, relação sexual e hipotireoidismo. Tratamento: - Corticoide tópico. - Soro fisiológico. RINITE DO IDODO Mudanças fisiológicas nos vasos e mucosa nasal ATROFIA da mucosa e produz menos muco (↓ glândulas). É comum rinorreia ao ingerir alimentos quentes OU ao deitar. Tratamento: - Corticoide nasal tópico. - Descongestionantes (não usamos). Débora Oléa Braga – TXXII - Otorrino 39 RINITE IRRITATIVA Devemos excluir a alérgica Excluir
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