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ARTE TERAPIA

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1 
 
Disciplina: Arteterapia 
Autores: D.ra Jezuina Kohls Schwanz 
Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Jezuina Kohls Schwanz 
 
 
 
ARTETERAPIA 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
SCHWANZ, Jezuina Kohls. 
 Arteterapia / Jezuina Kohls Schwanz – Curitiba, 2017. 
41 p. 
Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Arteterapia – Faculdade São Braz 
(FSB), 2017. 
 ISBN: 978-85-94439-27-7 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Esta disciplina abordará diversos temas que abrangem os estudos da Arte, 
tendo como foco principal a Arteterapia, passando pelos conceitos de criatividade e 
de imaginação e a importância dos mesmos para a formação do sujeito. Conforme 
você verá a seguir, a Arteterapia ultrapassou os consultórios e cada vez mais vem 
atuando em parceria com outras áreas, em prol da melhoria da qualidade de vida 
dos sujeitos. 
 
 
6 
 
Aula 1 – Arteterapia, definindo conceitos 
Apresentação da aula 
Nesta aula será abordado o que se entende por Arte e suas múltiplas 
linguagens, buscando reconhecer a importância da mesma no cotidiano das 
pessoas. 
1. O que é Arterapia 
A arte está presente em todos os momentos da vida das pessoas. A 
maneira com que cada sujeito percebe a arte é única e subjetiva. Nesse sentido, 
ela passa a ter um papel importante na maneira como o sujeito concebe o mundo 
a sua volta. É a partir da visão de mundo de cada um, que o envolvimento com 
determinada linguagem artística será maior ou menor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. O Grito. Obra de arte expressionista da autoria do pintor norueguês Edvard 
Munch. 1893. Óleo sobre tela 
Fonte:https://www.significados.com.br/quadro-o-grito-de-edvard-munch/ 
 
 
O quadro retratado na figura 1, é uma das obras mais icônicas dos últimos 
séculos. A obra em questão revela uma força expressiva em suas linhas, sem 
falar nas cores utilizadas que estão carregadas de valor simbólico. Munch, em 
suas pinturas, procurava retratar um pouco da emoção humana, demonstrando 
em seu trabalho um forte teor psicológico. 
 
7 
 
A arte tem o poder de trazer a tona emoções e desejos que outro tipo de 
linguagem não consegue traduzir. Isso acontece tanto por parte do autor da obra 
quanto por parte do receptor, cada um no seu nível de entendimento. 
 
1.1 Pioneiros da arteterapia 
 
A Arteterapia originou-se na Inglaterra na década de 1940, e tem como 
objetivo primordial, colaborar para o crescimento e descoberta de caminhos para 
a expansão da criatividade do ser humano. Nesse sentido, Valladares (2004, 
p.109) complementa: 
 
[...] a arteterapia é uma modalidade terapêutica e expressiva que 
trabalha com três enfoques básicos: a produção de imagens 
(efetivada pela linguagem das artes plásticas ou corporais); o 
processo criativo da arte; a relação da pessoa com a obra, já que cada 
imagem tem um significado singular e específico para cada ser 
humano trabalhado. 
 
 
É uma área de atuação que tem nos recursos artísticos a principal 
ferramenta do seu trabalho terapêutico. Conforme a definição da Associação 
Brasileira de Arteterapia tem-se: 
 
[...] é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base 
da comunicação cliente/profissional. Sua essência é a criação estética 
e a elaboração artística em prol da saúde[...]. 
 
 
De acordo com o exposto, a arteterapia é uma especialização destinada a 
profissionais graduados em áreas da saúde, como Psicologia, Enfermagem e 
Fisioterapia, embora possa ser utilizada por pessoas formadas nas áreas das 
artes e da educação, mas sempre com objetivo clínico. Sendo assim, além do 
contexto clínico voltado para a área da saúde, atualmente a arteterapia tem sido 
muito utilizada no cenário educacional. 
Seu desenvolvimento ocorreu primeiramente no campo da Psicologia, 
ligado as questões que envolviam a saúde mental. A partir da psicanálise de 
Jung, tem-se o início do trabalho psicanalítico a partir da linguagem artística. 
Jung passa a sugerir que seus pacientes se expressem através do desenho 
ou da pintura, trazendo a tona seus medos, anseios, seus sonhos mais obscuros. 
 
8 
 
Essas imagens passavam a ser analisadas a partir de uma simbolização do 
inconsciente desses indivíduos. Conforme Andrade (2000, p.50): 
 
Jung utilizava o desenho livre para facilitar a interação verbal com o 
paciente e porque acreditava na possibilidade de o homem organizar 
seu caos interior utilizando-se da arte. 
 
 
A partir do trabalho da americana Margareth Naumburg em 1941, a 
arteterapia é então sistematizada em sua obra Arteterapia de Orientação 
Dinâmica, baseada na teoria psicanalítica. 
No cenário brasileiro, a arte terapia surge em meados do século XIX, 
bastante influenciada pela psiquiatria e pela psicanálise de Jung. Dentre as 
figuras mais representativas, temos Osório Cesar e Nise da Silveira, que tiveram 
na arte, sua principal ferramenta de trabalho em prol da saúde mental (REIS, 
s/data). 
É preciso ter em mente, que no Brasil, durante os séculos XIX e XX, a 
loucura era tratada com isolamento e métodos agressivos de contenção como 
os eletrochoques. Nesse cenário bastante agressivo, surge à possibilidade de 
expressão da loucura e de sua eventual cura através da arte. 
De acordo com Silveira (2001), Osório e Nise abriram espaço para um 
tratamento mais humanizado, resultando em melhoras e até na reabilitação dos 
pacientes, promovendo “[...] a recuperação do indivíduo para a comunidade em 
nível até mesmo superior àquele em que se encontrava antes da experiência 
psicótica” (p.19). 
Em 1925, Osório inaugura a Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri 
e seu trabalho de arte com pacientes psicóticos, passa a ser reconhecido, no 
ano de 1929, e publica A Expressão Artística nos Alienados, em que 
apresenta seu método de classificação e de análise de obras de arte de 
pacientes psiquiátricos. Seus feitos a partir da arteterapia viriam a contribuir para 
a formação do campo da Psicologia da arte no Brasil. 
De acordo com Carvalho e Andrade (1995), Osório teve um papel 
preponderante para a história da arteterapia, articulandoos conceitos de Freud 
à análise da arte. 
Para Andrade (2000), o trabalho de Osório valorizou como nenhum outro a 
arteterapia no país, e através de inúmeras exposições de arte por ele 
 
9 
 
organizadas, pode dar visibilidade ao trabalho de “doentes mentais”, conferindo-
lhes dignidade. Sua metodologia de trabalho baseava-se na espontaneidade, 
acreditando que “[...] o fazer arte já propiciava a ‘cura por si’, por ser um veículo 
de acesso ao conhecimento do mundo interior [...]” (ANDRADE,1995, p.34). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2- Nise da Silveira (1905-1999) na velhice 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira 
 
 
No final da primeira metade do século XX, entra em cena a psiquiatra Nise 
da Silveira, que, até então atuava no Centro Psiquiátrico D.Pedro II no Rio de 
Janeiro. No ano de 1946, Nise assume a Seção de Terapêutica Ocupacional. A 
partir daí, seus pacientes passaram a realizar atividades expressivas 
relacionadas com a arte, como a pintura e a modelagem. Para ela essa 
arteterapia não deveria ter a finalidade de apenas distrair, mas sim de colaborar 
para a melhoria e possível cura dos pacientes internos. 
No ano de 1952, Nise cria, no próprio Centro Psiquiátrico, o Museu de 
Imagens do Inconsciente, criado a partir do acervo das obras produzidas pelos 
pacientes internos. Sendo assim, pode-se afirmar que ela colaborou para dar 
visibilidade ao valor terapêutico da atividade criadora. Seu método traz uma 
análise das obras de arte a partir do processo terapêutico dos pacientes, tendo 
como respaldo teórico a teoria de Jung. 
Ví deo 
Assista ao fime Nise – O coração e a loucura no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=irF9k-ON4gw 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira
 
10 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 Sugestão de leitura 
Para saber mais sobre a obra de Nise da 
Silveira, nada melhor que o livro escrito 
por ela mesma: O mundo das imagens, 
onde a autora relata o seu trabalho ao 
longo dos anos. 
 
Nise, apoiada pela psicologia analítica de Jung, utilizou a arteterapia como 
forma de resgatar da escuridão e do isolamento, pacientes com diversos 
transtornos psíquicos. Para ela a expressão artística traz elementos 
esclarecedores a respeito do processo psicótico, principalmente quando as 
obras de um mesmo autor são examinadas em série, revelam assuntos 
recorrentes, trazendo a tona um valor terapêutico em si mesmas. 
Os tratamentos realizados por Nise com a arte, demonstraram a diminuição 
das recaídas na condição psicótica dos pacientes. Em 1956, cria a Casa das 
Palmeiras, instituição que visava o atendimento de pacientes não internos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. A lenda da Pororoca - Óleo sobre tela - 1998 (70 x 90 cm). Artista 
José Alberto de Almeida. 
Fonte:http://www.ccms.saude.gov.br/cinquentenariodomuseu/jose-alberto-almeida.php 
 
 
A figura acima é de José Alberto de Almeida, nascido em 1959 na cidade 
do Rio de Janeiro. Suas dificuldades em relacionar-se fizeram-no viver pelas 
 
11 
 
ruas do Rio. Em meados dos anos 80, José passou de frequentar os ateliês de 
pintura e modelagem do Museu de Imagens do Inconsciente. A partir daí não 
parou mais de produzir. Saindo das ruas, vive de sua arte e de ajudar os mais 
necessitados. O olhar cuidadoso de psiquiatras como Osório e Nise, fizeram os 
“loucos” tornarem-se gênios e muitos tiveram sua vida transformada pela arte. 
De acordo com Frayze (2003), Nise instaurou um novo olhar com relação a 
arte e a loucura, destacando a importância do Museu de Imagens do 
Inconsciente que viria a “[...] abrir a passagem entre o hospício e o mundo das 
imagens, campo que articula Psicologia, arte e política numa trama cultural [...]” 
(p.198). 
 
1.2 Arteterapia: o desenvolvimento de um campo 
 
Para Andrade (2000), o campo da Arteterapia desenvolveu-se 
primeiramente com a psicóloga clínica Margarida Carvalho, que implantou na 
década de 80, o primeiro Curso de Arteterapia do Instituto Sedes Sapientae, na 
cidade de São Paulo. Em 1995, Margarida publica o livro: A Arte Cura? Recursos 
Artísticos em Psicoterapia. 
Em 1990, Selma Ciornai inaugura uma especialização em arteterapia 
gestáltica com o mesmo instituto. A partir daí a arteterapia vem se 
desenvolvendo cada vez mais, ganhando novos espaços além da clínica, vindo 
a abarcar novas correntes teóricas. 
Para Ciornai (1995) a noção central da arteterapia é que a linguagem 
artística reflete (em muitos casos melhor do que a verbal) experiências interiores, 
proporcionando um aumento da consciência a respeito dos fenômenos 
subjetivos. Para Andrade (2000), a arteterapia pode ser definida como “[...] a 
expressividade ou a arte se torna um instrumento de trabalho quando combinada 
a um objetivo educacional ou terapêutico [...]”. 
Nesse sentido Ostrower (2004, p.240) , afirma que “criar é, basicamente, 
formar. É poder dar uma forma a algo novo, é tanto estruturar quanto comunicar-
se, é integrar significados e transmiti-los. Para ele o sentido da arte como 
ferramenta para o psicólogo vai além da sua função expressiva. 
 
 
 
12 
 
 
1.3 Arteterapia na perspectiva psicanalítica 
 
Foi Margaret Naumburg que introduziu a arteterapia com um viés voltado 
para a psicanálise. Fundamentada na concepção freudiana do determinismo do 
inconsciente, onde os nossos sentimentos se expressariam melhor através de 
imagens, a autora considera que a atividade artística favorece a projeção de 
conteúdos inconscientes, protegidos por uma visão simbólica, entre paciente e 
terapeuta. 
Para tanto, as imagens obtidas nas seções passam a serem abordadas 
através de procedimentos psicanalíticos, podendo estar conectadas a conteúdos 
de sonhos, fantasias, medos, e conflitos vividos pelo paciente. A arte de maneira 
particular colabora no processo terapêutico, desbloqueando canais que 
anteriormente não eram acessíveis ao terapeuta. 
Na abordagem psicanalítica, expressão artística passa a ser interpretada a 
partir da relação transferencial, no qual o paciente é estimulado pelo terapeuta a 
interpretar as suas próprias produções, a fim de que ele demonstre em palavras 
os sentimentos e sensações retratados nas imagens pictóricas. 
Nesse sentido, a arteterapia pode auxiliar o paciente em vários aspectos, 
pois “[...] as imagens objetivadas atuam então como uma comunicação simbólica 
imediata que sobrepuja as dificuldades inerentes na linguagem verbal” 
(NUMBURG, 1991, p.389). 
Para Andrade (2000, p.73), “através do uso da expressão gráfica ou plástica 
começam a desenvolver a verbalização ao explicar e falar a respeito de suas 
produções artísticas[...]”. A arteterapia utiliza-se do conceito de sublimação de 
Freud, trazendo-o como uma característica inerente a concepção de arte. A 
sublimação desencadearia um processo no qual as pulsões são desviadas de 
seu objetivo original, de ordem sexual, para serem utilizadas em atividades 
culturais. 
 
 
13 
 
Vocabula rio 
Sublimação - para a psicanálise (Freud), a sublimação 
designa um mecanismo de defesa do Eu, em que certos 
impulsos inconscientes são integrados na personalidade, 
resultando em atitudes positivas. Portanto, é um processo em 
que a libido é direcionada para atividades aceitáveis e não 
danosas ao sujeito e a sociedade. É por isso, muito 
importante na adaptação ao convívio social. 
 
1.4 A Arteterapia junguiana 
A Arteterapia junguiana no Brasil, teve como principais referências o próprio 
Jung e também Nise da Silveira. Nesse sentido, a função da atividade artística 
seria a de mediar à produção de símbolos do nosso inconsciente. Nesse sentido, 
Jung enfatiza “[...] uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica 
alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato” (1977, p.20). 
O Psicólogo Analítico Carl Jung, deixou uma grande contribuição para área, 
através de conceitos como: 
 funções psicológicas; 
 inconscientes; 
 pessoale coletivo; 
 energia psíquica; 
 estudos dos sonhos; 
 arquétipos; 
 sombra. 
Para o autor, “a Arte é a expressão mais pura que existe para a 
demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão é a 
sensibilidade, criatividade, é vida.” ( JUNG, 1920, s/p.). 
 
14 
 
Vocabula rio 
Arquétipos - de acordo com Jung, são imagens que 
originam-se de uma repetição constante de uma 
determinada experiência, durante diferentes gerações. 
 
Para Silveira (2001), os temas míticos, criados a partir de imagens 
arquetípicas, expressam experiências fundamentais dos homens. A autora 
explica que, para Jung, o simbólico é um importante catalisador de energia 
psíquica e aí está a sua contribuição para a arteterapia. 
Amplie Seus Estudos 
Para saber mais sobre arquétipos 
O conceito de arquétipo, surgiu no ano de 1919 com Carl 
Gustav Jung, um famoso discípulo de Freud. 
Para ele, os arquétipos constituem-se em conjuntos de 
imagens primordiais originadas de uma repetição progres-
siva de uma dada experiência durante muitas gerações, 
armazenadas no inconsciente coletivo. 
Os arquétipos da Morte, do Herói e do Fora de Lei, são 
alguns exemplos de figuras que todos nós temos no 
imaginário desde tenra infância. Independente de onde 
fomos criados, do país que vivemos e das nossas religiões 
e crenças, essas imagens são muito semelhantes. 
Sendo assim os arquétipos estão presentes nos mitos, 
lendas e contos. São eles que dão o significado para as 
estórias que passamos através de gerações. Atualmente os 
arquétipos podem ser encontrados em filmes, na publicida-
de e em quase tudo que está nossa volta. 
Os arquétipos nos ajudam a satisfazer algumas de nossas 
principais necessidades, como a necessidade de realiza-
ção, pertença, independência e estabilidade. 
Fonte: https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/ 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente_coletivo
https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/
 
15 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula estudou-se os fundamentos teóricos e bases filosóficas da 
Arteterapia. No Brasil, os principais expoentes foram Nise e Osório, que no início 
do século XX passaram a ver a arte como ferramenta de trabalho e de inclusão 
social de pacientes internos. Além de outras vertentes teóricas da arteterapia, 
viu-se aqui a contribuição de Jung para o campo. 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância da Arteterapia na educação. 
 
Aula 2 - A Arteterapia e a Educação Inclusiva 
 
Apresentação da aula 
 
Ao longo dos anos, a arteterapia saiu dos consultórios e clínicas 
psiquiátricas, ganhando novos espaços de atuação. Nesta aula será discutida a 
importância da arte para a formação do sujeito e como a arteterapia vem 
colaborando com a inclusão escolar de crianças e jovens. 
 
2.1 A contribuição da arte para a formação do sujeito 
 
 
 
 
Figura 2. Arte para todas as idades 
Fonte:https://www.iped.com.br/materias/educacao-e-pedagogia/arteterapeuta.html 
 
 
16 
 
Pode-se considerar a arteterapia como sendo um processo terapêutico, 
resultante da utilização de técnicas expressivas diversas, que visam à 
materialização de símbolos por parte do sujeito. Nela o uso da Arte é utilizado 
dentro de um processo terapêutico, é através da expressão verbal e não verbal, 
que o arteterapeuta trabalha com diferentes formas de autoconhecimento, 
auxiliando no crescimento pessoal e na superação de obstáculos. 
De acordo com Cionari (2000), a arteterapia auxilia o sujeito a criar o belo, 
a se reconectar com seu próprio eu, a expressar sua raiva, e seus sentimentos 
em geral. Através dela, a arte é utilizada como um instrumento de expressão 
simbólica, apropriando-se de distintas modalidades expressivas, que visam à 
transformações psíquicas. 
O uso de diferentes materiais aliados a técnicas artísticas como o desenho, 
a colagem, a pintura, a escultura entre outros tantos possíveis, permitem a 
materialização de conteúdos simbólicos. Essas criações podem representar o 
acesso a níveis profundos da psique, o que auxilia o arteterapeuta a acessar 
conteúdos mais interiorizados, que vão gradativamente sendo decodificados 
pelo sujeito, permitindo assim, novos mecanismos de exploração e elaboração 
dos mesmos. 
 
2.1 A criatividade em forma de arte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 Quadro "Abaporu" (1928) de Tarsila do Amaral 
Fonte: http://tarsiladoamaral.com.br/obra/antropofagica-1928-1930/ 
 
 
https://www.todamateria.com.br/tarsila-do-amaral/
http://tarsiladoamaral.com.br/obra/antropofagica-1928-1930/
 
17 
 
A criatividade humana vem sido discutida nas mais diferentes áreas, 
demonstrando sua natureza dialética. O desenvolvimento do lado criativo dos 
estudantes tem se caracterizado como um dos objetivos educacionais no 
planejamento dos currículos. Isso fez com que educadores e pesquisadores 
viessem a se questionar a respeito da natureza do pensamento criativo e de 
como ele pode ser estimulado. 
De acordo com pesquisadores, a criatividade pode acontecer em diferentes 
áreas da educação escolar, mas de forma mais expressiva, naquelas ligadas a 
criação artística. Nesse sentido, a área de Arte transforma-se num importante 
espaço para se desenvolver a criatividade. 
O conceito de criatividade está intimamente ligado com as seguintes 
relações: 
 natureza/cultura; 
 sensibilidade/inteligência; 
 inato/adquirido. 
Fortemente ligada às pesquisas das estruturas do conhecimento, a 
criatividade opera como um elemento constitutivo e operativo, manifestando-se, 
na arte, como uma atividade criadora. 
Historicamente falando, o conceito de criatividade nasceu na Idade Antiga, 
e estava relacionado à loucura, pelo seu caráter irracional (por não ser 
compreendido). Outra interpretação para o termo tem origem no século XVIII, 
quando era comum associar a capacidade criativa à imaginação. 
A palavra imaginação também surge no século XVIII, sendo um termo que 
abarcava diversos processos mentais, correlatos da criatividade. De acordo com 
os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.41): 
 
A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, 
fatos, idéias e sentimentos que se realizam como imagens internas 
[...]. É a capacidade de formar imagens que torna possível a evolução 
do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que 
não existem, mas que podem vir a existir, abre o acesso a 
possibilidades que estão além da experiência imediata. (BRASIL, 
1997, p.41) 
 
Dessa forma, a imaginação é inserida na base da criação artística, atuando 
como mediadora entre o real e imaginário, permitindo estabelecer relações entre 
 
18 
 
o mundo dos sentidos e o objeto artístico. Este cenário imaginário, estaria 
fortemente ligado a loucura. 
 
Na verdade, a imaginação, base de toda atividade criadora, manifesta-
se, sem dúvida em todos os campos da vida cultural, tornando-se 
também, possível a criação artística, a científica e a técnica. Nesse 
sentido, necessariamente, tudo o que nos cerca e foi feito pelas mãos 
do homem, todo o mundo da cultura, diferentemente do mundo da 
natureza, tudo isso é produto da imaginação e da criação humana que 
nela se baseia (VYGOTSKY, 2009, p.14). 
 
Vygotsky, importante pesquisador da infância e da mente humana, traz a 
imaginação como sendo a base da atividade humana, portanto, fundamental 
para a vida social e cultural do homem. 
2.2 Conceituando a criatividade 
As palavras criatividade, criador e criar, estão ligadas ao mito da criação, 
como algo que ainda não existe e que vai além da expectativa humana. Nesse 
sentido o criador é o ser capaz de gerar o novo, o autor. 
Interessa-nos aqui a questão da criatividade na educação e como podemos 
estimular esse processo criativo em nossos alunos. No ensino de Arte, o conceito 
de criatividade nem sempre é utilizado adequadamente, muitas vezes se 
distanciando da idéia inicial da livre expressão. 
Nessesentido, Saunders (1984, p.19) afirma: 
 
Por conseguinte, criar livremente não significa poder fazer tudo e 
qualquer coisa a qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e 
de qualquer maneira. Vemos o ser livre como uma condição 
estruturada e altamente seletiva, como condição sempre vinculada a 
uma intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a 
valores há um tempo individuais e sociais. Ao se criar, defini-se algo 
até então desconhecido. Interligam-se aspectos múltiplos e talvez 
divergentes entre si que a uma nova síntese se integram. 
 
 
Ainda de acordo com o tema, Ana Mae Barbosa (1998), destaca que a ideia 
de livre expressão na ação pedagógica, sugere a atividade livre e a criação 
espontânea como sendo uma reação aos modelos rígidos do ensino de arte do 
final do século XIX. Sendo assim, toda atividade considerada tradicional, era 
vista com maus olhos pelos educadores influenciados pelo Movimento da Escola 
Nova. 
 
19 
 
Desde o começo do século e, principalmente, a partir da década de 50, 
muitos estudiosos têm-se dedicado ao problema da criatividade humana, 
observando-a de diferentes pontos de vista, como o que a relaciona com a 
personalidade ou a abordagem cognitiva ou, ainda, o que vê criatividade como 
solução de problemas. 
A educação através da arte, teria como função primordial, estimular a 
imaginação e a criatividade nos educandos, contribuindo assim para o seu 
desenvolvimento cognitivo, social e intelectual. 
De acordo com Herbert Read (1986, p.30): 
[...] precisamos tomar muito cuidado, para não atribuir valor 
terapêutico demasiado a essas formas de expressão livre, que 
desejamos incentivar como parte de nossos métodos 
educacionais.[...] À parte qualquer outro aspecto da questão, os 
desenhos de uma criança, produzidos como uma atividade 
espontânea, são evidências diretas de sua disposição fisiológica e 
psicológica [...]. 
A partir de suas investigações, realizadas especialmente com crianças, 
Read (1986), ressalta a importância da imaginação e da criatividade para a 
formulação do pensamento infantil. Para o autor a imaginação compõe a base 
de diferentes processos do pensamento. E ainda: 
Sabemos que uma criança absorvida num desenho ou em outra 
atividade criativa qualquer é uma criança feliz. Sabemos, pela simples 
experiência diária, que auto-expressão é auto-desenvolvimento. Por 
essa razão é nosso dever reivindicar uma grande parcela do tempo da 
criança para as atividades artísticas [...] (READ, 1986, p.29). 
 
Nesse sentido, Lowenfeld (1970) ressalta: 
A arte e capacidade criadora sempre estiveram intimamente ligadas. 
Durante anos, o programa artístico nas escolas públicas, tem sido o 
baluarte da criatividade e, com freqüência, as experiências de arte e 
a atividade criadora significam a mesma coisa. Entretanto, com o 
interesse crescente na criatividade e o grande número de pesquisas 
nessa área, tornou-se muito claro que é possível ter um programa 
artístico nas escolas, o qual não seja, automaticamente de natureza 
criadora. A criatividade está se tornando uma preocupação vital para 
muitas pessoas: precisamos compreender o processo que envolve a 
evolução da capacidade do pensamento criador das crianças 
(LOWENFELD, 1970, p.61). 
 
2.3 Arte, educação e criatividade 
Os estudos realizados a cerca da natureza social da criatividade, são 
fundamentais para a análise do papel da educação escolar no desenvolvimento 
 
20 
 
e na formação do homem, trazendo a tona uma questão importante, ligada à 
interdependência entre o ensino e a criatividade. 
Uma das questões mais debatidas certamente é com relação à 
possibilidade de estimularmos a criatividade nas crianças através da educação. 
A criatividade como um fenômeno inerente todos, apenas se desenvolverá se for 
estimulada através de processos educativos que visem essa formação. 
Para que haja desenvolvimento, seja ele criativo e ou intelectual, faz-se 
necessária a aprendizagem em condições definidas. O que, de acordo com 
Vygotsky (2012, p.115): 
[...] aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma 
correta organização da aprendizagem conduz ao desenvolvimento 
mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta 
ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a 
aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal 
para que se desenvolvam na criança essas características humanas 
não-naturais, mas formadas historicamente. 
 
Sendo assim, a aprendizagem é essencial ao desenvolvimento humano, 
mas sozinha não leva ao desenvolvimento. É através da educação que se dá a 
apropriação do conhecimento. Portanto, ensino e aprendizagem são processos 
distintos e dependentes à medida que a atividade de ensino produz a atividade 
de aprendizagem. 
Para Pasqualini (2006, p.193): 
[...] não é possível pensar se pensar o papel do educador como alguém 
que apenas estimula e acompanha a criança em seu desenvolvimento. 
O professor é compreendido como alguém que transmite à criança os 
resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade 
humana objetivada e cristalizada nos objetos da cultura e organiza a 
atividade da criança. 
 
Dessa forma, a criatividade pode sim ser estimulada através da educação 
escolar, e a arte é uma importante ferramenta nesse processo de criação e 
imaginação do aluno. 
Mas a definição de arteterapia que mais interessa aqui é a que baseia-se 
na crença de que o processo criativo estimulado pela Arte pode curar, 
melhorando a qualidade de vida de sujeitos com problemas específicos. Sendo 
assim, o sujeito pode enfrentar os seus sintomas e suas experiências. 
 
 
 
21 
 
2.4 Educação Inclusiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 2.2: Educação inclusiva 
Fonte:https://www.organicsnewsbrasil.com.br/videos/voce-sabe-o-que-e-educacao-
inclusiva/ 
 
 O conceito de Educação Inclusiva surgiu no ano de 1994 durante a 
Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, realizada na 
cidade de Salamanca na Espanha, através da criação de um documento que 
tinha como intuito, estabelecer diretrizes para a formulação de políticas públicas 
em prol da inclusão e acesso de pessoas com necessidades especiais nos 
sistemas educacionais, incentivando a orientação inclusiva em escolas regulares 
como estratégia contra atitudes discriminatórias. 
 
[...] escolas deveriam acomodar todas as crianças 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, 
emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças 
de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a 
minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos 
desvantajados ou marginalizados (Declaração de Salamanca, 1994, 
s/p.). 
 
Historicamente, a educação de pessoas portadoras de necessidades 
especiais passou por diferentes momentos. Mas na grande maioria das vezes 
foi tratado de maneira discriminatória. No Brasil, em meados do século XIX, 
surgiram instituições educacionais especializadas para atender as demandas 
dessa parcela da população, como as APAEs - Associação de Pais e Amigos de 
Excepionais (1954), onde eram realizadas atividades de vida diária. 
 
22 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-96), diz que é dever 
do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos 
educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de 
ensino” (BRASIL, 1996), mas da teoria à prática, temos um caminho muito longo 
a percorrer. 
Após mais de um século de segregação, o Plano Nacional de Educação-
PNE (2011-2020), passa a considerar como público-alvo da educação inclusiva, 
os educandos com deficiência intelectual, auditiva, física, visual e múltipla. Além 
de alunos com transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. 
A partir daí a Educação Especial passa a ser vista como modalidade de 
ensino que engloba todos ossegmentos da escolarização, realizando 
atendimento educacional especializado (AEE), disponibilizando serviços e 
recursos próprios e orientando professores. 
Portanto temos como direito do aluno da educação especial: 
 receber apoio de caráter especializado; 
 recursos diferenciados; 
 ensino de linguagens e códigos de comunicação e sinalização 
(deficiência visual e auditiva); 
 atividades voltadas para o desenvolvimento de estratégias de 
pensamento (deficiência intelectual); 
 adaptação de material e ambiente físico (deficiência física); 
 ampliação de recursos ou conteúdos (transtorno global e altas 
habilidades). 
Nesse sentido, a educação inclusiva passa a ser considerada como uma 
modalidade do ensino regular, que deverá ofertar recursos especializados e de 
caráter diferenciado para o efetivo desenvolvimento da aprendizagem do 
educando. 
É importante que você entenda a diferença entre normalização e inclusão. 
A normalização tem como princípio, uma colocação seletiva do indivíduo 
portador de necessidade especial em classe comum do ensino regular. Sendo 
assim, o educador não receberia nenhum apoio do professor da área de 
educação especial. 
http://www.infoescola.com/pedagogia/educacao-especial/
 
23 
 
 Já o processo de inclusão, refere-se a todo um processo educacional que 
tem como premissa, ampliar ao máximo a capacidade do aluno portador de 
algum tipo de deficiência na escola e na classe regular envolvendo o apoio de 
profissionais da área de Educação Especial. 
 
 [...] uma vida plena e saudável é uma vida criativa e o viver artístico não 
é algo extraordinário, restrito a algumas pessoas socialmente 
reconhecidas como artistas, mas um aspecto intrínseco da humanidade 
do ser humano. [...] Tanto na arte como nos processos terapêuticos se 
manifesta a capacidade humana de perceber, figurar e reconfigurar suas 
relações consigo, com os outros e com o mundo. (CARVALHO, 1995, p. 
61): 
 
Nesse sentido, a Arteterapia encontra no campo da educação inclusiva, um 
grande cenário para sua aplicação, não se restringindo apenas à clínica 
psicoterápica e hospitalar. Visando favorecer os estudantes a se reconhecerem 
através de práticas criativas distintas, confrontando seus medos e anseios. 
Resumo da Aula 
Nesta aula estudou-se sobre as diferentes linguagens artísticas e sua 
importância para a formação de um sujeito criativo e sensibilidade frente ao 
mundo. Viu-se também um breve histórico a respeito da Arteterapia e da 
Educação Inclusiva. 
Atividade de Aprendizagem 
A linguagem artística é fundamental para a construção do 
sujeito. Comente essa afirmação: 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Aula 3- Arteterapia: aprofundando conceitos 
Apresentação da aula 
Nesta aula será estudado que a Arteterapia tem na atividade artística seu 
principal instrumento de trabalho, visando à promoção da saúde e a qualidade 
de vida. Atualmente, abrange diversas linguagens como: a plástica, a sonora, a 
literária, a dramática e a corporal, utilizando-se de técnicas expressivas como 
desenho, pintura, modelagem, música, poesia, dramatização e dança. 
 
3.1 A Arteterapia contribuindo para a inclusão social 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.:Arte com tinta 
Fonte:http://discoverityourself.tumblr.com/post/102597225848/top-ten-tips-for-good-
parenting 
 
Diversos pensadores são unânimes em salientar que a arte pode ser um 
instrumento terapêutico bastante eficaz, em diferentes casos, e a Educação 
Inclusiva é um deles. Desde a antiguidade o homem faz uso de diferentes formas 
de arte, como a música, a dança, as artes plásticas e cênicas, a fim de dar 
sentido àquilo que não pode ser dito através de palavras. 
Sendo assim, a expressão artística tem sido utilizada como ferramenta 
capaz de conduzir o indivíduo a um diálogo com seu mundo interior, auxiliando-
o na resolução de problemas, e como fonte de autoconhecimento do sujeito. 
O uso da arteterapia em processos psicoterapêuticos, além de estimular a 
criatividade, pode relaxar as tensões, resolução de problemas internos entre 
outros tantos benefícios. Se utilizada como um apoio para a educação inclusiva 
pode ser um excelente recurso. 
 
25 
 
A Arteterapia tem como função, unir criatividade e liberdade da expressão 
artística a fim de estimular a mente e ou o intelecto conduzindo a experiências 
significativas e valiosas para a integração do sujeito. 
De acordo com Carvalho (1995): 
 
O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um 
meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a 
autopercepção e o desenvolvimento pessoal. (CARVALHO, 1995, p. 24) 
 
A criatividade artística utilizada como instrumento de intervenção 
profissional para a promoção da saúde e a qualidade de vida, abrange distintas 
linguagens: 
 Linguagem plástica; 
 Linguagem sonora; 
 Linguagem literária; 
 Linguagem dramática; 
 Linguagem corporal. 
Essas linguagens podem ser estimuladas através de diferentes técnicas 
expressivas como: 
 O desenho; 
 A pintura; 
 A modelagem; 
 A música; 
 A poesia; 
 A dramatização; 
 A dança. 
O arteterapeuta não encontra-se mais isolado em seu consultório, 
passando a atuar em conjunto com instituições educativas, trazendo uma grande 
contribuição para a área da educação em geral. Atualmente, seu uso abarca 
diferentes aplicações, atuando: 
 Na avaliação, prevenção, tratamento e reabilitação, voltados para a 
saúde e para a educação, servindo como ferramenta pedagógica na 
educação e como meio para o desenvolvimento (inter) pessoal 
através do estímulo da criatividade. 
 
26 
 
Nesse sentido, a arteterapia tem se ampliado, abrangendo além do 
contexto clínico e o educacional, o comunitário e o organizacional, revelando-se 
uma importante ferramenta para intervenções nas áreas da Psicologia social, 
Psicologia escolar, Psicologia organizacional, da saúde e também hospitalar. 
Em Arteterapia pode-se abordar uma gama de temas, como: traumas e 
conflitos emocionais, aspectos das relações interpessoais em um grupo, 
expectativas profissionais, gênero e sexualidade, identidade, autoestima, entre 
outros tantos, possibilitando aos alunos com algum tipo de necessidades 
especiais, uma integração maior com o mundo a sua volta. 
 
Amplie Seus Estudos 
Para saber mais sobre o papel da arte no desenvolvimento 
cultural no Brasil, leia o livro de Ana Mae Barbosa, Arte, 
Educação e Cultura. Para ler na íntegra. acesse 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre0000
79.pdf 
 
3.2 A Arteterapia Gestaltica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.1: Arte com feutro 
Fonte: https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo/ 
 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000079.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000079.pdf
https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo/
 
27 
 
A Arteterapia possui diferentes referenciais teóricos, mas, em todos eles 
tem-se uma definição comum: o uso da arte como meio à expressão da 
subjetividade. De acordo com Ciornai (1995), a expressão artística tem o poder 
de refletir experiências interiores, resultando numa ampliação da consciência a 
respeito dos fenômenos subjetivos. 
Conforme Andrade: 
a) a expressão ‘artística’ revela a interioridade do homem, fala do 
modo de ser e a visão de cada um e seu mundo. Esse ato revela um 
suposto sentido, e cada teoria e método em arte- terapia e terapia 
expressiva se apodera desse ato diferentemente; b) por intermédio 
desse ‘fazer arte’, expressar-se, o terapeuta pode estabelecer um 
contato com o cliente, possibilitando a este último, o autoco-
nhecimento, a resolução de conflitos pessoais e de relacionamento e 
o desenvolvimento geral da personalidade. (ANDRADE, 2000, p. 18) 
 
O uso da gestaltica em Arteterapia foi desenvolvido, primeiramente, por 
Janie Rhyne, no livro The Gestalt Art Experience, escrito em 1973 e publicadono Brasil com o título Arte e Gestalt: Padrões que Convergem (Rhyne, 2000). 
Em sua obra Janie mescla conceitos da Psicologia da Gestalt a outras técnicas 
que utilizam materiais artísticos no cenário psicoterapêutico e também no 
educacional. 
Basicamente a teoria de Gestalt, pode ser considerada uma teoria da 
percepção, sendo essa a premissa básica do seu uso em arteterapia, que tem 
a vivência artística como finalidade de ampliar a percepção do sujeito sobre si 
mesmo e sobre o mundo. 
Vocabula rio 
De acordo com Perls (1977, p.19) Gestalt é uma palavra de 
origem alemã que quer dizer “forma, uma configuração, o 
modo particular de organização particular das partes 
individuais que entram em sua composição”. 
 
Nesse sentido têm-se o destaque para a vivência em arteterapia, que 
significa experienciar algo, envolvendo o paciente pessoal e emocionalmente. 
 
28 
 
Portanto, a vivência de arte em Gestalt é um meio para o contato do sujeito 
consigo mesmo. 
 
3.3 A Arte como instrumento de Inclusão social 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.2: Inclusão 
Fonte: http://www.joaoestevao.com.br/tag/educacao-inclusiva/ 
 
 
 A Arte como ferramenta de inclusão social, deve ser entendida como 
apoio nas diversas formas de desenvolver aprendizagens ligadas a diferentes 
áreas do conhecimento. Nesse sentido, o diálogo interdisciplinar pode solidificar 
a aprendizagem através de distintas maneiras de entender e contextualizar os 
conteúdos escolares. 
 A educação inclusiva deve estar a serviço da formação do sujeito na sua 
totalidade, explorando ao máximo as suas potencialidades. Mas esse 
desenvolvimento de potencialidades em estudantes com necessidades 
especiais requer, além de esforço por parte do professor, compromisso ético, e 
conhecimento a respeito do tipo de necessidade que irá enfrentar. 
 Ou seja, na educação inclusiva é necessário que o educador compreenda 
as necessidades específicas de cada educando, e quando se trata de alunos 
especiais, é necessário que o educador se supere, buscando meios e 
mecanismos que atendam a cada um de acordo com as suas particularidades. 
De acordo com Gardner, autor da Teoria das inteligências múltiplas, “[...] a 
educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano”, para ela, a 
escola não pode refrear as aptidões dos estudantes, e sim buscar canalizar as 
potencialidades de cada um, adequando-as ao processo de ensino-
aprendizagem, pois, “[...] todos os indivíduos tem potencial para ser criativo, mas 
só serão se quiserem e forem estimulados [...]”. 
http://www.joaoestevao.com.br/tag/educacao-inclusiva/
 
29 
 
 De acordo com o exposto até aqui, a Arte na Educação Inclusiva propicia 
um cenário multiplicador de aprendizagens, acentua a vontade de aprender 
através do prazer proporcionado por ela. As diferentes linguagens artísticas 
como: o artesanato, a culinária, a pintura, a dança, podem colaborar para a 
melhoria do processo de ensino-aprendizagem, além de aumentar os 
conhecimentos a respeito de cultura e valores. 
 Sendo assim, o ensino das artes na educação inclusiva, de acordo com 
Read (1976), visa remover barreiras com relação à aprendizagem junto aos 
estudantes com necessidade especiais, pois funciona como forma de 
redescoberta prazerosa, pelo educador e pelo educando. 
 É importante saber abordar as diferenças culturais a partir do pensamento 
de que toda pessoa tem uma cultura e todas as culturas são importantes. Para 
Stainback (1999) “[...] a educação multicultural desde o inicio não é um currículo; 
é uma perspectiva e um compromisso com a equidade, com a sensibilidade e 
com a capacitação da inclusão. 
 De acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 1999), a 
educação inclusiva deve ser bem mais que um conceito, pois sugere uma 
postura da escola e deve deixar claras suas intenções, tanto no projeto político-
pedagógico, no currículo base, na metodologia de ensino, na maneira de 
avaliar, enfim deve agir de forma a favorecer a integração desses estudantes. 
Conforme Montoan (2005), a forma como o educador direciona os 
conteúdos de Artes, faz toda a diferença na motivação e na inclusão dos sujeitos 
com necessidades especiais, proporcionando reforço verbal e não-verbal, de 
forma positiva. 
Para Carvalho (2004, p.15), o teatro na educação inclusiva deve contribuir 
para: 
 O reconhecimento e integração com os colegas na elaboração de 
cenas e na improvisação teatral; 
 Reconhecimentos e exploração do espaço de encenação com os 
outros participantes do jogo teatral; 
 A interação ator-espectador na criação dramatizada. 
 A compreensão dos significados expressivos corporais, textuais, 
visuais, sonoros da criação teatral; 
 
30 
 
 A participação e desenvolvimento nos jogos de atenção, 
observação, improvisação, etc.; 
 A experimentação e articulação entre as expressões corporal, 
plástica e sonora. 
Dessa forma, tem-se o exemplo de uma linguagem artística que pode 
agradar a diferentes estudantes e integrá-los a turma regular. Na atividade 
artística o sujeito tem uma possibilidade efetiva de expressar não só aquilo que 
ele é, mas também o que ainda pode vir a ser. De acordo com Reis (2011, p. 
85): 
[...] a experiência estética proporciona ao sujeito o contato com a 
alteridade, com o diferente, com o inesperado, com o novo, engajando 
o sujeito em uma forma de percepção diferente da cotidiana, uma 
percepção sensível e criativa [...]. (REIS, 2011. P. 85) 
 
Portanto, a arte como uma ferramenta que auxilia a reconstrução de si 
mesmo, perpassa as diferentes práticas de Arteterapia, porque, sem isso, ela 
teria apenas uma finalidade lúdica, e não terapêutica. 
Amplie Seus Estudos 
Sugestão de leitura 
 
Para saber mais a respeito da 
Arteterapia leia o livro Percursos 
da Arteterapia de Selma Ciornai. 
 
 
Ví deo 
 Para aprofundar seus conhecimentos sobre o papel da arte 
na educação, assista ao vídeo Percursos da Arte na 
Educação - Ana Mae Barbosa produzido por (ECA/USP, 
São Paulo/SP). 
Disponível em: https://youtu.be/2XsbvPdVZHo 
 
https://youtu.be/2XsbvPdVZHo
 
31 
 
Resumo da Aula 
Nesta aula abordou-se a importância da Arteterapia para a inclusão social 
de sujeitos com algum tipo de necessidade especial. Viu-se também, a 
importância da Arteterapia para esse processo de inclusão. Nesse sentido 
apontou-se para a importância do educador estar amparado por diferentes 
profissionais para auxiliarem nesse processo, inclusive o Arteterapeuta, que 
atualmente não atua apenas no consultório, mas que pode fazer a diferença no 
ambiente escolar. 
 
Atividade de Aprendizagem 
A arteterapia, apesar de recente, vem ganhando espaço em 
diferentes campos. Procure pesquisar a respeito desses 
novos campos de atuação e discorra sobre o resultado de 
sua pesquisa. 
 
 
 
Aula 4 - Procedimentos e Materiais expressivos em Arteterapia 
 
Nesta aula será discutido sobre as características, função e possiblidades 
de atuação do Arterapeuta no mercado de trabalhos. O arteterapeuta é um 
profissional com formação em um curso superior, geralmente nas áreas de 
saúde ou ciências humanas e com especialização em Arteterapia. O cuidado 
com o seu trabalho começa no espaço onde ocorrerá a intervenção, desde sua 
localização, passando pelo acolhimento e preenchimento da ficha para 
conhecer os hábitos de seu cliente, o contato sistemático com outros 
profissionais que integram a equipe de atendimento e até escolha dos materiais 
expressivos que comporão sua intervenção terapêutica. 
 
 
 
32 
 
4.1 O Arteterapeuta 
 
Arteterapia não deve ser vista somente como uma forma de expressão e, 
sim, como um recurso no tratamento das doenças psíquicas e crônicas através 
do uso das técnicas expressivas das linguagens verbais e não verbais com a 
produção de imagens simbólicas. A Arteterapia também pode ser um suporte 
nas salas de atendimento especial (AAE) auxiliando pessoas com necessidadesespeciais no campo do ensino e aprendizagem sempre amparado pelos 
conhecimentos de um profissional, o arteterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Arte em tela 
Fonte: http://arteterapia.webs.upv.es/?p=489 
 
 Atualmente, os pacientes com transtornos psíquicos severos de faixas 
etárias distintas e dependentes químicos (álcool e outras drogas), são atendidos 
no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS) 
da cidade ou da cidade mais próxima que ofereça esse serviço. Podemos notar 
que a partir dos CAPS, a demanda por profissionais qualificados e 
especializados em Arteterapia tem sido exigida em concursos públicos. 
Grande parte desses profissionais possui formação superior em Artes 
Visuais Cênicas e ou Dança e optam por cursar pós-graduação lato sensu em 
Arteterapia. 
 
33 
 
O Arteterapeuta ao trabalhar em uma unidade de saúde básica, atuará em 
uma equipe multidisciplinar, juntamente com diversos profissionais como 
psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, enfermeiras, assistentes social, e 
educador físico, etc. Cada um com sua especialidade contribuirá para que esta 
pessoa alcance sua autonomia e bem-estar, assim como colaborará por meio 
das reuniões da equipe multidisciplinar, dos próximos procedimentos na sua 
área, para as próximas intervenções do paciente. 
Percebe-se que o trabalho terapêutico é alicerçado com profissionais de 
outras áreas do conhecimento e por isso é necessário à interlocução com esses 
profissionais que atuam junto ao paciente. 
 Duas das preocupações que o Arteterapeuta deve ter, mesmo que atue no 
na rede pública ou privada é como será o seu espaço de atuação profissional: o 
ateliê terapêutico e manter-se informado dos procedimentos de outras 
especialidades médicas ou educacionais em relação ao seu cliente, isto é, o 
arteterapeuta não atua sozinho, sempre estará em comunicação com outros 
profissionais que constituem a rede de apoio, isto é, a equipe multidisciplinar e 
ou de atendimento do seu cliente. 
 
4.2 Ateliê terapêutico 
 
 
Figura 2 - Ateliê terapêutico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.1:Trabalhos manuais 
Fonte: https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo 
 
O arteterapeuta ao pensar em um espaço para atuar, deverá ter várias 
indagações. A primeira indagação está nos autores Pain e Jarreau (1996, p. 56), 
que diz: “Para poder conduzir um ateliê tendo como objetivo o tratamento 
 
34 
 
psicoterapêutico de e para a representação, é preciso definir um profissional que 
tenha disposição e conhecimentos específicos”. 
Considera-se que a principal indagação para montar um espaço seja: saber se 
o arteterapeuta tem habilidades e conhecimento em arte e psicologia. 
Acrescenta-se outras como o público que atenderá (deve pensar que nem todos 
os pacientes gostam da mesma atividade); se atenderá em grupo e ou 
individualmente; quais os materiais expressivos e a linguagem que serão usados 
na intervenção. 
Os materiais expressivos devem ser acondicionados em caixas 
transparentes com tampas e etiquetados com o nome. Observa-se que os 
materiais pontiagudos ou quaisquer outros que ofereçam perigo para o cliente e 
profissional, devem ficar sob tutela do arteterapeuta e oferecidos sob supervisão 
do mesmo ao cliente. 
Na tabela abaixo, estão alguns apontamentos para o profissional de 
arteterapia ter o mínimo de estrutura em que deverá dispor no ateliê, para 
começar um atendimento efetivo: 
 
Sala ou casa com aberturas ( com 
espaço para atender também as 
atividades expressivas como dança e 
teatro e ou teatro de fantoche) 
01 mesa e cadeiras ( o tamanho da 
cadeira e mesa deverão estar de 
acordo com o público-alvo 
especificado para o atendimento) 
01 armário ou estante metal para 
guardar os materiais em caixa 
transparente 
01 armário com portas para guardar 
os materiais cortantes 
 01 banheiro adaptado para 
cadeirante 
lápis de cera e de cor réguas de diferentes tamanhos 
caixas papelão de diferentes 
tamanhos como remédios, pasta de 
dente deite e outras 
garrafas pet de diferentes tamanhos 
 
jogos didáticos ( números separação 
silábica letras quebra-cabeça 
encontro de imagens) 
cordões coloridos fios de nylon e 
silicone 
papéis de diferentes gramaturas 
cores e tamanhos 
argila 
 
35 
 
tesoura corantes nas cores primárias 
 
retalhos de todos os tipos de tecido canetas hidrográficas e 
esferográficas de diversas cores 
papelão 
 
cadernos pautados 
pregos martelos 
 
 
pedaços de madeira 
 
colheres de plástico e palitos de 
madeira (churrasquinho) 
01 lata de PVA 
panos de diversos tamanhos folhas de ofício A4 
rolo de papel Kraft copos de plástico e bandejas de 
isopor de diferentes tamanho (podem 
ser usados) 
pincéis de diferente numeração ferramentas de jardinagem 
material de fantasias (colar, 
máscaras e roupas) 
bonecos de fantoche 
material de bijuteria panos brancos de algodão 
instrumentos musicais fabricados 
com material reciclado (chocalho, 
tambor etc.) 
aventais 
 
novelos de lã, linhas de bordar e de 
costurar (cores e texturas diversas); 
agulhas de tricô, costurar e bordar 
(numeração diferente) 
varal e prendedores para os 
trabalhos de pintura 
Pigmento em pó de cores diversas 
cores 
pastas grandes para guardar os 
trabalhos (ordem cronológica 
especificar a data nome e horário na 
parte atrás do trabalho 
pedaços de EVA de cores diferentes 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) 
 
Ao iniciar um trabalho terapêutico com um novo cliente o primeiro passo é 
o acolhimento. 
 
36 
 
Vocabula rio 
Segundo o dicionário Aurélio (2016) acolher significa: 1- 
Receber em sua casa; recolher. 2 - Receber com agrado. 3 
- Recolher-se, refugiar-se. 
 
 
O acolhimento no espaço terapêutico consiste em acolher a pessoa que 
chega através de um afeto, da escuta atenta, da conversa na qual se ficará 
sabendo, quais os motivos que aquele cliente está diante de nós, suas vontades, 
suas angústias, suas preferências, etc. 
Este momento é precioso para os arteterapeutas, pois se faz a primeira 
intervenção. Tanto quanto precioso, deve-se ter cautela em perguntar apenas o 
que a conversa sugere, para que se possa anotar e programar as atividades do 
próximo encontro. Portanto é o momento de escutá-lo. 
 Neste mesmo encontro se deve começar com o preenchimento da ficha 
de acompanhamento, principalmente os dados de identificação, a medicação (se 
tiver), e no decorrer dos encontros as outras atividades que o cliente faz, assim 
como os procedimentos de cada sessão terapêutica com algumas observações. 
 Outro fato é, solicitar ao cliente ou ao responsável que comunique aos 
demais integrantes da equipe de atendimento multidisciplinar, que é um 
integrante da equipe e está à disposição dentro dos horários estipulados para 
conversar sobre as observações nas intervenções terapêuticas. 
É importante que o futuro arterapeuta atente para anotar cada encontro na 
ficha de acompanhamento após a saída do cliente. Ao final do mês ou no espaço 
de quinze dias, poderá fazer uma pré-avaliação ao responsável ou ao cliente, 
como também a equipe multidisciplinar (educador físico, médico especialista, 
professor, etc.) que o acompanha. 
A seguir, um exemplo de ficha de acompanhamento que pode ser adaptada 
conforme as características do trabalho desenvolvido e as necessidades de cada 
atendimento. 
 
 
 
37 
 
FICHA DE ACOMPANHAMENTO 
IDENTFICAÇÃO 
Nome: 
Data de nascimento: 
Estado Civil: 
Endereço completo: 
Telefones: 
Nível de escolaridade: 
Responsável: 
MEDICAÇÃO 
Médico: 
Telefone: 
Nome do medicamento: 
Posologia: 
Observações: 
Médico: 
Telefone: 
Nome do medicamento: 
Posologia: 
Observações: 
Médico: 
Telefone: 
Nome do medicamento: 
Posologia: 
Observações: 
Outras atividades paralelas: 
Tipo: 
Nome: Telefone: 
Responsável:Local: 
Período: 
Horário: 
Dia Horário Atividade Observação 
01out 14hás15h Pintura em tecido e música O (nome do paciente) 
estava alterado e comentou 
em boa parte da sessão 
sobre suas angústias em 
relação às provas finais do 
semestre. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) com base em Philippini (2009) 
 
38 
 
4.3 Linguagens e Materiais expressivos 
 
 No processo terapêutico, a produção visual é atrelada a fala e a 
conversação. Dessa comunicação surgem os símbolos nas intervenções 
plásticas que compõem a produção imagética do sujeito. 
 Segundo Philippini (2009): 
 
Algumas linguagens e materiais estarão a serviço do desbloqueio 
liberação de conteúdos inconscientes e fluência do processo criativo. 
Outros estarão favorecendo a comunicação e a configuração das 
informações objetivas enquanto outras permitem as do plano fugidio 
das ideias sensações e emoções para o campo concreto da densidade, 
peso, volume e textura [...]. (PHILIPPINI, 2009, p.18) 
 
 O arteterapeuta durante a intervenção terapêutica, deve utilizar os 
materiais e as técnicas específicas que correspondem aos anseios, as 
habilidades e características próprias de cada sujeito. 
 Além de utilizar as linguagens e suas características, devemos combiná-
las com outras técnicas e meios expressivos; como a fotografia e a pintura; o 
bordado, a pintura e o desenho; a arte mural e mapas; as narrativas e desenhos, 
as fotografias, etc. 
 Cita-se a seguir, algumas possiblidades dos procedimentos técnicos e sua 
linguagem. Salienta-se que é necessário interseccionar e experimentar as 
linguagens com as técnicas e os materiais. 
 A experimentação não tem receitas prontas/dicas e, sim, descobertas no 
fazer, na comunicação e nas leituras. 
 Desenho 
 Materiais: lápis de cera, grafite, lápis de cor, carvão, nanquim, pastel seco 
e oleoso, canetas hidrocor e esferográficas. 
 Suporte: papel e tecido. 
 Habilidades trabalhadas: coordenação motora e cognição. 
 Desenho livre ou desenho focado 
 Tramas. 
 Material: fios e fitas coloridos. 
 Suporte: papelão para confeccionar o tear. 
 Habilidades trabalhadas: coordenação motora concentração . 
 
39 
 
 Colagem 
 Material: pós coloridos, revistas, jornas, grãos, serragem e tecidos. 
 Suporte: tecido e papel. 
 Habilidades trabalhadas: coordenação motora, sentimentos como 
 emoções e equilíbrio. 
 Modelagem 
Material: argila, massa de modelar ou papel machê (fabricado pelo 
arteterapeuta e o cliente). 
Suporte: própria modelagem. 
Habilidades: coordenação física sentimentos e cognição. 
 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula estudou-se sobre as características, função e possiblidades 
de atuação do Arterapeuta no mercado de trabalho. Abordou-se ainda como 
montar um ateliê de Arteterapia, sua estrutura física e como acolher os clientes. 
Ainda foi ensinado como fazer uma ficha de acompanhamento do cliente, as 
linguagens e os materiasi expressivos a serem utilizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Resumo da disciplina 
 
 Nesta disciplina foram identificadas as relações da arte com a psique 
humana e como ela pode vir a colaborar para a melhoria de vida de pacientes 
com algum distúrbio psíquico. 
 Na primeira aula abordou-se os fundamentos históricos e bases teóricas 
da Arteterapia no Brasil, com destaque para Nise da Silveira e Osório, bem como 
as contribuições de Jung e seus arquétipos. 
 Na segunda aula, a importância da criatividade e da imaginação para o 
desenvolvimento dos sujeitos e também para a melhoria de alguns quadros 
psicóticos. A arteterapia é fundamental nesse processo. 
 Na aula 3, uma abordagem da Arteterapia, acrescendo a ampliação do 
campo de atuação do arteterapeuta, que atualmente não está restrito a 
consultórios, vindo a colaborar com instituições de ensino entre outras. 
 Na última aula, no primeiro momento buscou-se esclarecer a formação e 
o campo de atuação do arteterapeuta; no segundo momento passou-se para os 
procedimentos de arteterapia propriamente ditos, visando nortear o trabalho 
futuro do arteeducador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANDRADE et all. A importância do ensino da arte na formação: uma 
abordagem sobre cognição. UEMG-Openjornal. 2014. 
BARBOSA, Ana Mae. Entrevista Portal Aprendiz, 2016. Disponível em: 
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana-
mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/ 
CIORNAI, Selma. Percursos em arteterapia arteterapia gestáltica, arte em 
psicoterapia, supervisão em arteterapia. Summus Editorial, 2000. 
OLIVEIRA, Marta Kohl de. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LA 
TAILLE, Ives de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 
São Paulo: Summus, 1992. 
PAIN,S. e JARREAU,G. Teoria e Técnica da Arteterapia. Porto Alegre. Artes 
Médicas. 1996 
PERLS, F.. Gestalt-Terapia Explicada (10. ed.). Col. Novas Buscas em 
Psicoterapia. São Paulo: Summus, 1977. 
PHILIPPINI, A.. Linguagens e Materiais Expressivos em Arteterapia: Uso, 
indicações e Propriedades. Rio de Janeiro. WoK. 2009. 
REIS, Alice Casanova dos. Arteterapia: a arte como instrumento no trabalho 
do psicólogo. Disponível em: https://psibr.com.br/leituras/psicologia-
clinica/arteterapia-a-arte-como-instrumento-no-trabalho-do-psicologo 
SILVEIRA, Nise. O mundo das imagens. Editora Vozes. 2015. 
STEIN, Murray. Jung. O Mapa da Alma. Cultrix, 2000. 
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem Lev Vygotsky 
(1896-1934). Edição Ridendo Castigat Mores.Versão para eBook: 
eBooksBrasil.org 
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana-mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana-mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/

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