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1 Disciplina: Arteterapia Autores: D.ra Jezuina Kohls Schwanz Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2017 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Jezuina Kohls Schwanz ARTETERAPIA 1ª Edição 2017 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA SCHWANZ, Jezuina Kohls. Arteterapia / Jezuina Kohls Schwanz – Curitiba, 2017. 41 p. Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Arteterapia – Faculdade São Braz (FSB), 2017. ISBN: 978-85-94439-27-7 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da Disciplina Esta disciplina abordará diversos temas que abrangem os estudos da Arte, tendo como foco principal a Arteterapia, passando pelos conceitos de criatividade e de imaginação e a importância dos mesmos para a formação do sujeito. Conforme você verá a seguir, a Arteterapia ultrapassou os consultórios e cada vez mais vem atuando em parceria com outras áreas, em prol da melhoria da qualidade de vida dos sujeitos. 6 Aula 1 – Arteterapia, definindo conceitos Apresentação da aula Nesta aula será abordado o que se entende por Arte e suas múltiplas linguagens, buscando reconhecer a importância da mesma no cotidiano das pessoas. 1. O que é Arterapia A arte está presente em todos os momentos da vida das pessoas. A maneira com que cada sujeito percebe a arte é única e subjetiva. Nesse sentido, ela passa a ter um papel importante na maneira como o sujeito concebe o mundo a sua volta. É a partir da visão de mundo de cada um, que o envolvimento com determinada linguagem artística será maior ou menor. Figura 1. O Grito. Obra de arte expressionista da autoria do pintor norueguês Edvard Munch. 1893. Óleo sobre tela Fonte:https://www.significados.com.br/quadro-o-grito-de-edvard-munch/ O quadro retratado na figura 1, é uma das obras mais icônicas dos últimos séculos. A obra em questão revela uma força expressiva em suas linhas, sem falar nas cores utilizadas que estão carregadas de valor simbólico. Munch, em suas pinturas, procurava retratar um pouco da emoção humana, demonstrando em seu trabalho um forte teor psicológico. 7 A arte tem o poder de trazer a tona emoções e desejos que outro tipo de linguagem não consegue traduzir. Isso acontece tanto por parte do autor da obra quanto por parte do receptor, cada um no seu nível de entendimento. 1.1 Pioneiros da arteterapia A Arteterapia originou-se na Inglaterra na década de 1940, e tem como objetivo primordial, colaborar para o crescimento e descoberta de caminhos para a expansão da criatividade do ser humano. Nesse sentido, Valladares (2004, p.109) complementa: [...] a arteterapia é uma modalidade terapêutica e expressiva que trabalha com três enfoques básicos: a produção de imagens (efetivada pela linguagem das artes plásticas ou corporais); o processo criativo da arte; a relação da pessoa com a obra, já que cada imagem tem um significado singular e específico para cada ser humano trabalhado. É uma área de atuação que tem nos recursos artísticos a principal ferramenta do seu trabalho terapêutico. Conforme a definição da Associação Brasileira de Arteterapia tem-se: [...] é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base da comunicação cliente/profissional. Sua essência é a criação estética e a elaboração artística em prol da saúde[...]. De acordo com o exposto, a arteterapia é uma especialização destinada a profissionais graduados em áreas da saúde, como Psicologia, Enfermagem e Fisioterapia, embora possa ser utilizada por pessoas formadas nas áreas das artes e da educação, mas sempre com objetivo clínico. Sendo assim, além do contexto clínico voltado para a área da saúde, atualmente a arteterapia tem sido muito utilizada no cenário educacional. Seu desenvolvimento ocorreu primeiramente no campo da Psicologia, ligado as questões que envolviam a saúde mental. A partir da psicanálise de Jung, tem-se o início do trabalho psicanalítico a partir da linguagem artística. Jung passa a sugerir que seus pacientes se expressem através do desenho ou da pintura, trazendo a tona seus medos, anseios, seus sonhos mais obscuros. 8 Essas imagens passavam a ser analisadas a partir de uma simbolização do inconsciente desses indivíduos. Conforme Andrade (2000, p.50): Jung utilizava o desenho livre para facilitar a interação verbal com o paciente e porque acreditava na possibilidade de o homem organizar seu caos interior utilizando-se da arte. A partir do trabalho da americana Margareth Naumburg em 1941, a arteterapia é então sistematizada em sua obra Arteterapia de Orientação Dinâmica, baseada na teoria psicanalítica. No cenário brasileiro, a arte terapia surge em meados do século XIX, bastante influenciada pela psiquiatria e pela psicanálise de Jung. Dentre as figuras mais representativas, temos Osório Cesar e Nise da Silveira, que tiveram na arte, sua principal ferramenta de trabalho em prol da saúde mental (REIS, s/data). É preciso ter em mente, que no Brasil, durante os séculos XIX e XX, a loucura era tratada com isolamento e métodos agressivos de contenção como os eletrochoques. Nesse cenário bastante agressivo, surge à possibilidade de expressão da loucura e de sua eventual cura através da arte. De acordo com Silveira (2001), Osório e Nise abriram espaço para um tratamento mais humanizado, resultando em melhoras e até na reabilitação dos pacientes, promovendo “[...] a recuperação do indivíduo para a comunidade em nível até mesmo superior àquele em que se encontrava antes da experiência psicótica” (p.19). Em 1925, Osório inaugura a Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri e seu trabalho de arte com pacientes psicóticos, passa a ser reconhecido, no ano de 1929, e publica A Expressão Artística nos Alienados, em que apresenta seu método de classificação e de análise de obras de arte de pacientes psiquiátricos. Seus feitos a partir da arteterapia viriam a contribuir para a formação do campo da Psicologia da arte no Brasil. De acordo com Carvalho e Andrade (1995), Osório teve um papel preponderante para a história da arteterapia, articulandoos conceitos de Freud à análise da arte. Para Andrade (2000), o trabalho de Osório valorizou como nenhum outro a arteterapia no país, e através de inúmeras exposições de arte por ele 9 organizadas, pode dar visibilidade ao trabalho de “doentes mentais”, conferindo- lhes dignidade. Sua metodologia de trabalho baseava-se na espontaneidade, acreditando que “[...] o fazer arte já propiciava a ‘cura por si’, por ser um veículo de acesso ao conhecimento do mundo interior [...]” (ANDRADE,1995, p.34). Figura 2- Nise da Silveira (1905-1999) na velhice Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira No final da primeira metade do século XX, entra em cena a psiquiatra Nise da Silveira, que, até então atuava no Centro Psiquiátrico D.Pedro II no Rio de Janeiro. No ano de 1946, Nise assume a Seção de Terapêutica Ocupacional. A partir daí, seus pacientes passaram a realizar atividades expressivas relacionadas com a arte, como a pintura e a modelagem. Para ela essa arteterapia não deveria ter a finalidade de apenas distrair, mas sim de colaborar para a melhoria e possível cura dos pacientes internos. No ano de 1952, Nise cria, no próprio Centro Psiquiátrico, o Museu de Imagens do Inconsciente, criado a partir do acervo das obras produzidas pelos pacientes internos. Sendo assim, pode-se afirmar que ela colaborou para dar visibilidade ao valor terapêutico da atividade criadora. Seu método traz uma análise das obras de arte a partir do processo terapêutico dos pacientes, tendo como respaldo teórico a teoria de Jung. Ví deo Assista ao fime Nise – O coração e a loucura no link: https://www.youtube.com/watch?v=irF9k-ON4gw https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira 10 Amplie Seus Estudos Sugestão de leitura Para saber mais sobre a obra de Nise da Silveira, nada melhor que o livro escrito por ela mesma: O mundo das imagens, onde a autora relata o seu trabalho ao longo dos anos. Nise, apoiada pela psicologia analítica de Jung, utilizou a arteterapia como forma de resgatar da escuridão e do isolamento, pacientes com diversos transtornos psíquicos. Para ela a expressão artística traz elementos esclarecedores a respeito do processo psicótico, principalmente quando as obras de um mesmo autor são examinadas em série, revelam assuntos recorrentes, trazendo a tona um valor terapêutico em si mesmas. Os tratamentos realizados por Nise com a arte, demonstraram a diminuição das recaídas na condição psicótica dos pacientes. Em 1956, cria a Casa das Palmeiras, instituição que visava o atendimento de pacientes não internos. Figura 3. A lenda da Pororoca - Óleo sobre tela - 1998 (70 x 90 cm). Artista José Alberto de Almeida. Fonte:http://www.ccms.saude.gov.br/cinquentenariodomuseu/jose-alberto-almeida.php A figura acima é de José Alberto de Almeida, nascido em 1959 na cidade do Rio de Janeiro. Suas dificuldades em relacionar-se fizeram-no viver pelas 11 ruas do Rio. Em meados dos anos 80, José passou de frequentar os ateliês de pintura e modelagem do Museu de Imagens do Inconsciente. A partir daí não parou mais de produzir. Saindo das ruas, vive de sua arte e de ajudar os mais necessitados. O olhar cuidadoso de psiquiatras como Osório e Nise, fizeram os “loucos” tornarem-se gênios e muitos tiveram sua vida transformada pela arte. De acordo com Frayze (2003), Nise instaurou um novo olhar com relação a arte e a loucura, destacando a importância do Museu de Imagens do Inconsciente que viria a “[...] abrir a passagem entre o hospício e o mundo das imagens, campo que articula Psicologia, arte e política numa trama cultural [...]” (p.198). 1.2 Arteterapia: o desenvolvimento de um campo Para Andrade (2000), o campo da Arteterapia desenvolveu-se primeiramente com a psicóloga clínica Margarida Carvalho, que implantou na década de 80, o primeiro Curso de Arteterapia do Instituto Sedes Sapientae, na cidade de São Paulo. Em 1995, Margarida publica o livro: A Arte Cura? Recursos Artísticos em Psicoterapia. Em 1990, Selma Ciornai inaugura uma especialização em arteterapia gestáltica com o mesmo instituto. A partir daí a arteterapia vem se desenvolvendo cada vez mais, ganhando novos espaços além da clínica, vindo a abarcar novas correntes teóricas. Para Ciornai (1995) a noção central da arteterapia é que a linguagem artística reflete (em muitos casos melhor do que a verbal) experiências interiores, proporcionando um aumento da consciência a respeito dos fenômenos subjetivos. Para Andrade (2000), a arteterapia pode ser definida como “[...] a expressividade ou a arte se torna um instrumento de trabalho quando combinada a um objetivo educacional ou terapêutico [...]”. Nesse sentido Ostrower (2004, p.240) , afirma que “criar é, basicamente, formar. É poder dar uma forma a algo novo, é tanto estruturar quanto comunicar- se, é integrar significados e transmiti-los. Para ele o sentido da arte como ferramenta para o psicólogo vai além da sua função expressiva. 12 1.3 Arteterapia na perspectiva psicanalítica Foi Margaret Naumburg que introduziu a arteterapia com um viés voltado para a psicanálise. Fundamentada na concepção freudiana do determinismo do inconsciente, onde os nossos sentimentos se expressariam melhor através de imagens, a autora considera que a atividade artística favorece a projeção de conteúdos inconscientes, protegidos por uma visão simbólica, entre paciente e terapeuta. Para tanto, as imagens obtidas nas seções passam a serem abordadas através de procedimentos psicanalíticos, podendo estar conectadas a conteúdos de sonhos, fantasias, medos, e conflitos vividos pelo paciente. A arte de maneira particular colabora no processo terapêutico, desbloqueando canais que anteriormente não eram acessíveis ao terapeuta. Na abordagem psicanalítica, expressão artística passa a ser interpretada a partir da relação transferencial, no qual o paciente é estimulado pelo terapeuta a interpretar as suas próprias produções, a fim de que ele demonstre em palavras os sentimentos e sensações retratados nas imagens pictóricas. Nesse sentido, a arteterapia pode auxiliar o paciente em vários aspectos, pois “[...] as imagens objetivadas atuam então como uma comunicação simbólica imediata que sobrepuja as dificuldades inerentes na linguagem verbal” (NUMBURG, 1991, p.389). Para Andrade (2000, p.73), “através do uso da expressão gráfica ou plástica começam a desenvolver a verbalização ao explicar e falar a respeito de suas produções artísticas[...]”. A arteterapia utiliza-se do conceito de sublimação de Freud, trazendo-o como uma característica inerente a concepção de arte. A sublimação desencadearia um processo no qual as pulsões são desviadas de seu objetivo original, de ordem sexual, para serem utilizadas em atividades culturais. 13 Vocabula rio Sublimação - para a psicanálise (Freud), a sublimação designa um mecanismo de defesa do Eu, em que certos impulsos inconscientes são integrados na personalidade, resultando em atitudes positivas. Portanto, é um processo em que a libido é direcionada para atividades aceitáveis e não danosas ao sujeito e a sociedade. É por isso, muito importante na adaptação ao convívio social. 1.4 A Arteterapia junguiana A Arteterapia junguiana no Brasil, teve como principais referências o próprio Jung e também Nise da Silveira. Nesse sentido, a função da atividade artística seria a de mediar à produção de símbolos do nosso inconsciente. Nesse sentido, Jung enfatiza “[...] uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato” (1977, p.20). O Psicólogo Analítico Carl Jung, deixou uma grande contribuição para área, através de conceitos como: funções psicológicas; inconscientes; pessoale coletivo; energia psíquica; estudos dos sonhos; arquétipos; sombra. Para o autor, “a Arte é a expressão mais pura que existe para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão é a sensibilidade, criatividade, é vida.” ( JUNG, 1920, s/p.). 14 Vocabula rio Arquétipos - de acordo com Jung, são imagens que originam-se de uma repetição constante de uma determinada experiência, durante diferentes gerações. Para Silveira (2001), os temas míticos, criados a partir de imagens arquetípicas, expressam experiências fundamentais dos homens. A autora explica que, para Jung, o simbólico é um importante catalisador de energia psíquica e aí está a sua contribuição para a arteterapia. Amplie Seus Estudos Para saber mais sobre arquétipos O conceito de arquétipo, surgiu no ano de 1919 com Carl Gustav Jung, um famoso discípulo de Freud. Para ele, os arquétipos constituem-se em conjuntos de imagens primordiais originadas de uma repetição progres- siva de uma dada experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo. Os arquétipos da Morte, do Herói e do Fora de Lei, são alguns exemplos de figuras que todos nós temos no imaginário desde tenra infância. Independente de onde fomos criados, do país que vivemos e das nossas religiões e crenças, essas imagens são muito semelhantes. Sendo assim os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas e contos. São eles que dão o significado para as estórias que passamos através de gerações. Atualmente os arquétipos podem ser encontrados em filmes, na publicida- de e em quase tudo que está nossa volta. Os arquétipos nos ajudam a satisfazer algumas de nossas principais necessidades, como a necessidade de realiza- ção, pertença, independência e estabilidade. Fonte: https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente_coletivo https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/ 15 Resumo da Aula Nesta aula estudou-se os fundamentos teóricos e bases filosóficas da Arteterapia. No Brasil, os principais expoentes foram Nise e Osório, que no início do século XX passaram a ver a arte como ferramenta de trabalho e de inclusão social de pacientes internos. Além de outras vertentes teóricas da arteterapia, viu-se aqui a contribuição de Jung para o campo. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância da Arteterapia na educação. Aula 2 - A Arteterapia e a Educação Inclusiva Apresentação da aula Ao longo dos anos, a arteterapia saiu dos consultórios e clínicas psiquiátricas, ganhando novos espaços de atuação. Nesta aula será discutida a importância da arte para a formação do sujeito e como a arteterapia vem colaborando com a inclusão escolar de crianças e jovens. 2.1 A contribuição da arte para a formação do sujeito Figura 2. Arte para todas as idades Fonte:https://www.iped.com.br/materias/educacao-e-pedagogia/arteterapeuta.html 16 Pode-se considerar a arteterapia como sendo um processo terapêutico, resultante da utilização de técnicas expressivas diversas, que visam à materialização de símbolos por parte do sujeito. Nela o uso da Arte é utilizado dentro de um processo terapêutico, é através da expressão verbal e não verbal, que o arteterapeuta trabalha com diferentes formas de autoconhecimento, auxiliando no crescimento pessoal e na superação de obstáculos. De acordo com Cionari (2000), a arteterapia auxilia o sujeito a criar o belo, a se reconectar com seu próprio eu, a expressar sua raiva, e seus sentimentos em geral. Através dela, a arte é utilizada como um instrumento de expressão simbólica, apropriando-se de distintas modalidades expressivas, que visam à transformações psíquicas. O uso de diferentes materiais aliados a técnicas artísticas como o desenho, a colagem, a pintura, a escultura entre outros tantos possíveis, permitem a materialização de conteúdos simbólicos. Essas criações podem representar o acesso a níveis profundos da psique, o que auxilia o arteterapeuta a acessar conteúdos mais interiorizados, que vão gradativamente sendo decodificados pelo sujeito, permitindo assim, novos mecanismos de exploração e elaboração dos mesmos. 2.1 A criatividade em forma de arte Figura 2.1 Quadro "Abaporu" (1928) de Tarsila do Amaral Fonte: http://tarsiladoamaral.com.br/obra/antropofagica-1928-1930/ https://www.todamateria.com.br/tarsila-do-amaral/ http://tarsiladoamaral.com.br/obra/antropofagica-1928-1930/ 17 A criatividade humana vem sido discutida nas mais diferentes áreas, demonstrando sua natureza dialética. O desenvolvimento do lado criativo dos estudantes tem se caracterizado como um dos objetivos educacionais no planejamento dos currículos. Isso fez com que educadores e pesquisadores viessem a se questionar a respeito da natureza do pensamento criativo e de como ele pode ser estimulado. De acordo com pesquisadores, a criatividade pode acontecer em diferentes áreas da educação escolar, mas de forma mais expressiva, naquelas ligadas a criação artística. Nesse sentido, a área de Arte transforma-se num importante espaço para se desenvolver a criatividade. O conceito de criatividade está intimamente ligado com as seguintes relações: natureza/cultura; sensibilidade/inteligência; inato/adquirido. Fortemente ligada às pesquisas das estruturas do conhecimento, a criatividade opera como um elemento constitutivo e operativo, manifestando-se, na arte, como uma atividade criadora. Historicamente falando, o conceito de criatividade nasceu na Idade Antiga, e estava relacionado à loucura, pelo seu caráter irracional (por não ser compreendido). Outra interpretação para o termo tem origem no século XVIII, quando era comum associar a capacidade criativa à imaginação. A palavra imaginação também surge no século XVIII, sendo um termo que abarcava diversos processos mentais, correlatos da criatividade. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.41): A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, idéias e sentimentos que se realizam como imagens internas [...]. É a capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas que podem vir a existir, abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata. (BRASIL, 1997, p.41) Dessa forma, a imaginação é inserida na base da criação artística, atuando como mediadora entre o real e imaginário, permitindo estabelecer relações entre 18 o mundo dos sentidos e o objeto artístico. Este cenário imaginário, estaria fortemente ligado a loucura. Na verdade, a imaginação, base de toda atividade criadora, manifesta- se, sem dúvida em todos os campos da vida cultural, tornando-se também, possível a criação artística, a científica e a técnica. Nesse sentido, necessariamente, tudo o que nos cerca e foi feito pelas mãos do homem, todo o mundo da cultura, diferentemente do mundo da natureza, tudo isso é produto da imaginação e da criação humana que nela se baseia (VYGOTSKY, 2009, p.14). Vygotsky, importante pesquisador da infância e da mente humana, traz a imaginação como sendo a base da atividade humana, portanto, fundamental para a vida social e cultural do homem. 2.2 Conceituando a criatividade As palavras criatividade, criador e criar, estão ligadas ao mito da criação, como algo que ainda não existe e que vai além da expectativa humana. Nesse sentido o criador é o ser capaz de gerar o novo, o autor. Interessa-nos aqui a questão da criatividade na educação e como podemos estimular esse processo criativo em nossos alunos. No ensino de Arte, o conceito de criatividade nem sempre é utilizado adequadamente, muitas vezes se distanciando da idéia inicial da livre expressão. Nessesentido, Saunders (1984, p.19) afirma: Por conseguinte, criar livremente não significa poder fazer tudo e qualquer coisa a qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e de qualquer maneira. Vemos o ser livre como uma condição estruturada e altamente seletiva, como condição sempre vinculada a uma intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a valores há um tempo individuais e sociais. Ao se criar, defini-se algo até então desconhecido. Interligam-se aspectos múltiplos e talvez divergentes entre si que a uma nova síntese se integram. Ainda de acordo com o tema, Ana Mae Barbosa (1998), destaca que a ideia de livre expressão na ação pedagógica, sugere a atividade livre e a criação espontânea como sendo uma reação aos modelos rígidos do ensino de arte do final do século XIX. Sendo assim, toda atividade considerada tradicional, era vista com maus olhos pelos educadores influenciados pelo Movimento da Escola Nova. 19 Desde o começo do século e, principalmente, a partir da década de 50, muitos estudiosos têm-se dedicado ao problema da criatividade humana, observando-a de diferentes pontos de vista, como o que a relaciona com a personalidade ou a abordagem cognitiva ou, ainda, o que vê criatividade como solução de problemas. A educação através da arte, teria como função primordial, estimular a imaginação e a criatividade nos educandos, contribuindo assim para o seu desenvolvimento cognitivo, social e intelectual. De acordo com Herbert Read (1986, p.30): [...] precisamos tomar muito cuidado, para não atribuir valor terapêutico demasiado a essas formas de expressão livre, que desejamos incentivar como parte de nossos métodos educacionais.[...] À parte qualquer outro aspecto da questão, os desenhos de uma criança, produzidos como uma atividade espontânea, são evidências diretas de sua disposição fisiológica e psicológica [...]. A partir de suas investigações, realizadas especialmente com crianças, Read (1986), ressalta a importância da imaginação e da criatividade para a formulação do pensamento infantil. Para o autor a imaginação compõe a base de diferentes processos do pensamento. E ainda: Sabemos que uma criança absorvida num desenho ou em outra atividade criativa qualquer é uma criança feliz. Sabemos, pela simples experiência diária, que auto-expressão é auto-desenvolvimento. Por essa razão é nosso dever reivindicar uma grande parcela do tempo da criança para as atividades artísticas [...] (READ, 1986, p.29). Nesse sentido, Lowenfeld (1970) ressalta: A arte e capacidade criadora sempre estiveram intimamente ligadas. Durante anos, o programa artístico nas escolas públicas, tem sido o baluarte da criatividade e, com freqüência, as experiências de arte e a atividade criadora significam a mesma coisa. Entretanto, com o interesse crescente na criatividade e o grande número de pesquisas nessa área, tornou-se muito claro que é possível ter um programa artístico nas escolas, o qual não seja, automaticamente de natureza criadora. A criatividade está se tornando uma preocupação vital para muitas pessoas: precisamos compreender o processo que envolve a evolução da capacidade do pensamento criador das crianças (LOWENFELD, 1970, p.61). 2.3 Arte, educação e criatividade Os estudos realizados a cerca da natureza social da criatividade, são fundamentais para a análise do papel da educação escolar no desenvolvimento 20 e na formação do homem, trazendo a tona uma questão importante, ligada à interdependência entre o ensino e a criatividade. Uma das questões mais debatidas certamente é com relação à possibilidade de estimularmos a criatividade nas crianças através da educação. A criatividade como um fenômeno inerente todos, apenas se desenvolverá se for estimulada através de processos educativos que visem essa formação. Para que haja desenvolvimento, seja ele criativo e ou intelectual, faz-se necessária a aprendizagem em condições definidas. O que, de acordo com Vygotsky (2012, p.115): [...] aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não-naturais, mas formadas historicamente. Sendo assim, a aprendizagem é essencial ao desenvolvimento humano, mas sozinha não leva ao desenvolvimento. É através da educação que se dá a apropriação do conhecimento. Portanto, ensino e aprendizagem são processos distintos e dependentes à medida que a atividade de ensino produz a atividade de aprendizagem. Para Pasqualini (2006, p.193): [...] não é possível pensar se pensar o papel do educador como alguém que apenas estimula e acompanha a criança em seu desenvolvimento. O professor é compreendido como alguém que transmite à criança os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana objetivada e cristalizada nos objetos da cultura e organiza a atividade da criança. Dessa forma, a criatividade pode sim ser estimulada através da educação escolar, e a arte é uma importante ferramenta nesse processo de criação e imaginação do aluno. Mas a definição de arteterapia que mais interessa aqui é a que baseia-se na crença de que o processo criativo estimulado pela Arte pode curar, melhorando a qualidade de vida de sujeitos com problemas específicos. Sendo assim, o sujeito pode enfrentar os seus sintomas e suas experiências. 21 2.4 Educação Inclusiva Imagem 2.2: Educação inclusiva Fonte:https://www.organicsnewsbrasil.com.br/videos/voce-sabe-o-que-e-educacao- inclusiva/ O conceito de Educação Inclusiva surgiu no ano de 1994 durante a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, realizada na cidade de Salamanca na Espanha, através da criação de um documento que tinha como intuito, estabelecer diretrizes para a formulação de políticas públicas em prol da inclusão e acesso de pessoas com necessidades especiais nos sistemas educacionais, incentivando a orientação inclusiva em escolas regulares como estratégia contra atitudes discriminatórias. [...] escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos desvantajados ou marginalizados (Declaração de Salamanca, 1994, s/p.). Historicamente, a educação de pessoas portadoras de necessidades especiais passou por diferentes momentos. Mas na grande maioria das vezes foi tratado de maneira discriminatória. No Brasil, em meados do século XIX, surgiram instituições educacionais especializadas para atender as demandas dessa parcela da população, como as APAEs - Associação de Pais e Amigos de Excepionais (1954), onde eram realizadas atividades de vida diária. 22 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-96), diz que é dever do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996), mas da teoria à prática, temos um caminho muito longo a percorrer. Após mais de um século de segregação, o Plano Nacional de Educação- PNE (2011-2020), passa a considerar como público-alvo da educação inclusiva, os educandos com deficiência intelectual, auditiva, física, visual e múltipla. Além de alunos com transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. A partir daí a Educação Especial passa a ser vista como modalidade de ensino que engloba todos ossegmentos da escolarização, realizando atendimento educacional especializado (AEE), disponibilizando serviços e recursos próprios e orientando professores. Portanto temos como direito do aluno da educação especial: receber apoio de caráter especializado; recursos diferenciados; ensino de linguagens e códigos de comunicação e sinalização (deficiência visual e auditiva); atividades voltadas para o desenvolvimento de estratégias de pensamento (deficiência intelectual); adaptação de material e ambiente físico (deficiência física); ampliação de recursos ou conteúdos (transtorno global e altas habilidades). Nesse sentido, a educação inclusiva passa a ser considerada como uma modalidade do ensino regular, que deverá ofertar recursos especializados e de caráter diferenciado para o efetivo desenvolvimento da aprendizagem do educando. É importante que você entenda a diferença entre normalização e inclusão. A normalização tem como princípio, uma colocação seletiva do indivíduo portador de necessidade especial em classe comum do ensino regular. Sendo assim, o educador não receberia nenhum apoio do professor da área de educação especial. http://www.infoescola.com/pedagogia/educacao-especial/ 23 Já o processo de inclusão, refere-se a todo um processo educacional que tem como premissa, ampliar ao máximo a capacidade do aluno portador de algum tipo de deficiência na escola e na classe regular envolvendo o apoio de profissionais da área de Educação Especial. [...] uma vida plena e saudável é uma vida criativa e o viver artístico não é algo extraordinário, restrito a algumas pessoas socialmente reconhecidas como artistas, mas um aspecto intrínseco da humanidade do ser humano. [...] Tanto na arte como nos processos terapêuticos se manifesta a capacidade humana de perceber, figurar e reconfigurar suas relações consigo, com os outros e com o mundo. (CARVALHO, 1995, p. 61): Nesse sentido, a Arteterapia encontra no campo da educação inclusiva, um grande cenário para sua aplicação, não se restringindo apenas à clínica psicoterápica e hospitalar. Visando favorecer os estudantes a se reconhecerem através de práticas criativas distintas, confrontando seus medos e anseios. Resumo da Aula Nesta aula estudou-se sobre as diferentes linguagens artísticas e sua importância para a formação de um sujeito criativo e sensibilidade frente ao mundo. Viu-se também um breve histórico a respeito da Arteterapia e da Educação Inclusiva. Atividade de Aprendizagem A linguagem artística é fundamental para a construção do sujeito. Comente essa afirmação: 24 Aula 3- Arteterapia: aprofundando conceitos Apresentação da aula Nesta aula será estudado que a Arteterapia tem na atividade artística seu principal instrumento de trabalho, visando à promoção da saúde e a qualidade de vida. Atualmente, abrange diversas linguagens como: a plástica, a sonora, a literária, a dramática e a corporal, utilizando-se de técnicas expressivas como desenho, pintura, modelagem, música, poesia, dramatização e dança. 3.1 A Arteterapia contribuindo para a inclusão social Figura 3.:Arte com tinta Fonte:http://discoverityourself.tumblr.com/post/102597225848/top-ten-tips-for-good- parenting Diversos pensadores são unânimes em salientar que a arte pode ser um instrumento terapêutico bastante eficaz, em diferentes casos, e a Educação Inclusiva é um deles. Desde a antiguidade o homem faz uso de diferentes formas de arte, como a música, a dança, as artes plásticas e cênicas, a fim de dar sentido àquilo que não pode ser dito através de palavras. Sendo assim, a expressão artística tem sido utilizada como ferramenta capaz de conduzir o indivíduo a um diálogo com seu mundo interior, auxiliando- o na resolução de problemas, e como fonte de autoconhecimento do sujeito. O uso da arteterapia em processos psicoterapêuticos, além de estimular a criatividade, pode relaxar as tensões, resolução de problemas internos entre outros tantos benefícios. Se utilizada como um apoio para a educação inclusiva pode ser um excelente recurso. 25 A Arteterapia tem como função, unir criatividade e liberdade da expressão artística a fim de estimular a mente e ou o intelecto conduzindo a experiências significativas e valiosas para a integração do sujeito. De acordo com Carvalho (1995): O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a autopercepção e o desenvolvimento pessoal. (CARVALHO, 1995, p. 24) A criatividade artística utilizada como instrumento de intervenção profissional para a promoção da saúde e a qualidade de vida, abrange distintas linguagens: Linguagem plástica; Linguagem sonora; Linguagem literária; Linguagem dramática; Linguagem corporal. Essas linguagens podem ser estimuladas através de diferentes técnicas expressivas como: O desenho; A pintura; A modelagem; A música; A poesia; A dramatização; A dança. O arteterapeuta não encontra-se mais isolado em seu consultório, passando a atuar em conjunto com instituições educativas, trazendo uma grande contribuição para a área da educação em geral. Atualmente, seu uso abarca diferentes aplicações, atuando: Na avaliação, prevenção, tratamento e reabilitação, voltados para a saúde e para a educação, servindo como ferramenta pedagógica na educação e como meio para o desenvolvimento (inter) pessoal através do estímulo da criatividade. 26 Nesse sentido, a arteterapia tem se ampliado, abrangendo além do contexto clínico e o educacional, o comunitário e o organizacional, revelando-se uma importante ferramenta para intervenções nas áreas da Psicologia social, Psicologia escolar, Psicologia organizacional, da saúde e também hospitalar. Em Arteterapia pode-se abordar uma gama de temas, como: traumas e conflitos emocionais, aspectos das relações interpessoais em um grupo, expectativas profissionais, gênero e sexualidade, identidade, autoestima, entre outros tantos, possibilitando aos alunos com algum tipo de necessidades especiais, uma integração maior com o mundo a sua volta. Amplie Seus Estudos Para saber mais sobre o papel da arte no desenvolvimento cultural no Brasil, leia o livro de Ana Mae Barbosa, Arte, Educação e Cultura. Para ler na íntegra. acesse http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre0000 79.pdf 3.2 A Arteterapia Gestaltica Figura 3.1: Arte com feutro Fonte: https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo/ http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000079.pdf http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000079.pdf https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo/ 27 A Arteterapia possui diferentes referenciais teóricos, mas, em todos eles tem-se uma definição comum: o uso da arte como meio à expressão da subjetividade. De acordo com Ciornai (1995), a expressão artística tem o poder de refletir experiências interiores, resultando numa ampliação da consciência a respeito dos fenômenos subjetivos. Conforme Andrade: a) a expressão ‘artística’ revela a interioridade do homem, fala do modo de ser e a visão de cada um e seu mundo. Esse ato revela um suposto sentido, e cada teoria e método em arte- terapia e terapia expressiva se apodera desse ato diferentemente; b) por intermédio desse ‘fazer arte’, expressar-se, o terapeuta pode estabelecer um contato com o cliente, possibilitando a este último, o autoco- nhecimento, a resolução de conflitos pessoais e de relacionamento e o desenvolvimento geral da personalidade. (ANDRADE, 2000, p. 18) O uso da gestaltica em Arteterapia foi desenvolvido, primeiramente, por Janie Rhyne, no livro The Gestalt Art Experience, escrito em 1973 e publicadono Brasil com o título Arte e Gestalt: Padrões que Convergem (Rhyne, 2000). Em sua obra Janie mescla conceitos da Psicologia da Gestalt a outras técnicas que utilizam materiais artísticos no cenário psicoterapêutico e também no educacional. Basicamente a teoria de Gestalt, pode ser considerada uma teoria da percepção, sendo essa a premissa básica do seu uso em arteterapia, que tem a vivência artística como finalidade de ampliar a percepção do sujeito sobre si mesmo e sobre o mundo. Vocabula rio De acordo com Perls (1977, p.19) Gestalt é uma palavra de origem alemã que quer dizer “forma, uma configuração, o modo particular de organização particular das partes individuais que entram em sua composição”. Nesse sentido têm-se o destaque para a vivência em arteterapia, que significa experienciar algo, envolvendo o paciente pessoal e emocionalmente. 28 Portanto, a vivência de arte em Gestalt é um meio para o contato do sujeito consigo mesmo. 3.3 A Arte como instrumento de Inclusão social Figura 3.2: Inclusão Fonte: http://www.joaoestevao.com.br/tag/educacao-inclusiva/ A Arte como ferramenta de inclusão social, deve ser entendida como apoio nas diversas formas de desenvolver aprendizagens ligadas a diferentes áreas do conhecimento. Nesse sentido, o diálogo interdisciplinar pode solidificar a aprendizagem através de distintas maneiras de entender e contextualizar os conteúdos escolares. A educação inclusiva deve estar a serviço da formação do sujeito na sua totalidade, explorando ao máximo as suas potencialidades. Mas esse desenvolvimento de potencialidades em estudantes com necessidades especiais requer, além de esforço por parte do professor, compromisso ético, e conhecimento a respeito do tipo de necessidade que irá enfrentar. Ou seja, na educação inclusiva é necessário que o educador compreenda as necessidades específicas de cada educando, e quando se trata de alunos especiais, é necessário que o educador se supere, buscando meios e mecanismos que atendam a cada um de acordo com as suas particularidades. De acordo com Gardner, autor da Teoria das inteligências múltiplas, “[...] a educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano”, para ela, a escola não pode refrear as aptidões dos estudantes, e sim buscar canalizar as potencialidades de cada um, adequando-as ao processo de ensino- aprendizagem, pois, “[...] todos os indivíduos tem potencial para ser criativo, mas só serão se quiserem e forem estimulados [...]”. http://www.joaoestevao.com.br/tag/educacao-inclusiva/ 29 De acordo com o exposto até aqui, a Arte na Educação Inclusiva propicia um cenário multiplicador de aprendizagens, acentua a vontade de aprender através do prazer proporcionado por ela. As diferentes linguagens artísticas como: o artesanato, a culinária, a pintura, a dança, podem colaborar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, além de aumentar os conhecimentos a respeito de cultura e valores. Sendo assim, o ensino das artes na educação inclusiva, de acordo com Read (1976), visa remover barreiras com relação à aprendizagem junto aos estudantes com necessidade especiais, pois funciona como forma de redescoberta prazerosa, pelo educador e pelo educando. É importante saber abordar as diferenças culturais a partir do pensamento de que toda pessoa tem uma cultura e todas as culturas são importantes. Para Stainback (1999) “[...] a educação multicultural desde o inicio não é um currículo; é uma perspectiva e um compromisso com a equidade, com a sensibilidade e com a capacitação da inclusão. De acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 1999), a educação inclusiva deve ser bem mais que um conceito, pois sugere uma postura da escola e deve deixar claras suas intenções, tanto no projeto político- pedagógico, no currículo base, na metodologia de ensino, na maneira de avaliar, enfim deve agir de forma a favorecer a integração desses estudantes. Conforme Montoan (2005), a forma como o educador direciona os conteúdos de Artes, faz toda a diferença na motivação e na inclusão dos sujeitos com necessidades especiais, proporcionando reforço verbal e não-verbal, de forma positiva. Para Carvalho (2004, p.15), o teatro na educação inclusiva deve contribuir para: O reconhecimento e integração com os colegas na elaboração de cenas e na improvisação teatral; Reconhecimentos e exploração do espaço de encenação com os outros participantes do jogo teatral; A interação ator-espectador na criação dramatizada. A compreensão dos significados expressivos corporais, textuais, visuais, sonoros da criação teatral; 30 A participação e desenvolvimento nos jogos de atenção, observação, improvisação, etc.; A experimentação e articulação entre as expressões corporal, plástica e sonora. Dessa forma, tem-se o exemplo de uma linguagem artística que pode agradar a diferentes estudantes e integrá-los a turma regular. Na atividade artística o sujeito tem uma possibilidade efetiva de expressar não só aquilo que ele é, mas também o que ainda pode vir a ser. De acordo com Reis (2011, p. 85): [...] a experiência estética proporciona ao sujeito o contato com a alteridade, com o diferente, com o inesperado, com o novo, engajando o sujeito em uma forma de percepção diferente da cotidiana, uma percepção sensível e criativa [...]. (REIS, 2011. P. 85) Portanto, a arte como uma ferramenta que auxilia a reconstrução de si mesmo, perpassa as diferentes práticas de Arteterapia, porque, sem isso, ela teria apenas uma finalidade lúdica, e não terapêutica. Amplie Seus Estudos Sugestão de leitura Para saber mais a respeito da Arteterapia leia o livro Percursos da Arteterapia de Selma Ciornai. Ví deo Para aprofundar seus conhecimentos sobre o papel da arte na educação, assista ao vídeo Percursos da Arte na Educação - Ana Mae Barbosa produzido por (ECA/USP, São Paulo/SP). Disponível em: https://youtu.be/2XsbvPdVZHo https://youtu.be/2XsbvPdVZHo 31 Resumo da Aula Nesta aula abordou-se a importância da Arteterapia para a inclusão social de sujeitos com algum tipo de necessidade especial. Viu-se também, a importância da Arteterapia para esse processo de inclusão. Nesse sentido apontou-se para a importância do educador estar amparado por diferentes profissionais para auxiliarem nesse processo, inclusive o Arteterapeuta, que atualmente não atua apenas no consultório, mas que pode fazer a diferença no ambiente escolar. Atividade de Aprendizagem A arteterapia, apesar de recente, vem ganhando espaço em diferentes campos. Procure pesquisar a respeito desses novos campos de atuação e discorra sobre o resultado de sua pesquisa. Aula 4 - Procedimentos e Materiais expressivos em Arteterapia Nesta aula será discutido sobre as características, função e possiblidades de atuação do Arterapeuta no mercado de trabalhos. O arteterapeuta é um profissional com formação em um curso superior, geralmente nas áreas de saúde ou ciências humanas e com especialização em Arteterapia. O cuidado com o seu trabalho começa no espaço onde ocorrerá a intervenção, desde sua localização, passando pelo acolhimento e preenchimento da ficha para conhecer os hábitos de seu cliente, o contato sistemático com outros profissionais que integram a equipe de atendimento e até escolha dos materiais expressivos que comporão sua intervenção terapêutica. 32 4.1 O Arteterapeuta Arteterapia não deve ser vista somente como uma forma de expressão e, sim, como um recurso no tratamento das doenças psíquicas e crônicas através do uso das técnicas expressivas das linguagens verbais e não verbais com a produção de imagens simbólicas. A Arteterapia também pode ser um suporte nas salas de atendimento especial (AAE) auxiliando pessoas com necessidadesespeciais no campo do ensino e aprendizagem sempre amparado pelos conhecimentos de um profissional, o arteterapeuta. Figura 4: Arte em tela Fonte: http://arteterapia.webs.upv.es/?p=489 Atualmente, os pacientes com transtornos psíquicos severos de faixas etárias distintas e dependentes químicos (álcool e outras drogas), são atendidos no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade ou da cidade mais próxima que ofereça esse serviço. Podemos notar que a partir dos CAPS, a demanda por profissionais qualificados e especializados em Arteterapia tem sido exigida em concursos públicos. Grande parte desses profissionais possui formação superior em Artes Visuais Cênicas e ou Dança e optam por cursar pós-graduação lato sensu em Arteterapia. 33 O Arteterapeuta ao trabalhar em uma unidade de saúde básica, atuará em uma equipe multidisciplinar, juntamente com diversos profissionais como psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, enfermeiras, assistentes social, e educador físico, etc. Cada um com sua especialidade contribuirá para que esta pessoa alcance sua autonomia e bem-estar, assim como colaborará por meio das reuniões da equipe multidisciplinar, dos próximos procedimentos na sua área, para as próximas intervenções do paciente. Percebe-se que o trabalho terapêutico é alicerçado com profissionais de outras áreas do conhecimento e por isso é necessário à interlocução com esses profissionais que atuam junto ao paciente. Duas das preocupações que o Arteterapeuta deve ter, mesmo que atue no na rede pública ou privada é como será o seu espaço de atuação profissional: o ateliê terapêutico e manter-se informado dos procedimentos de outras especialidades médicas ou educacionais em relação ao seu cliente, isto é, o arteterapeuta não atua sozinho, sempre estará em comunicação com outros profissionais que constituem a rede de apoio, isto é, a equipe multidisciplinar e ou de atendimento do seu cliente. 4.2 Ateliê terapêutico Figura 2 - Ateliê terapêutico Figura 4.1:Trabalhos manuais Fonte: https://www.eusemfronteiras.com.br/arteterapia-em-grupo O arteterapeuta ao pensar em um espaço para atuar, deverá ter várias indagações. A primeira indagação está nos autores Pain e Jarreau (1996, p. 56), que diz: “Para poder conduzir um ateliê tendo como objetivo o tratamento 34 psicoterapêutico de e para a representação, é preciso definir um profissional que tenha disposição e conhecimentos específicos”. Considera-se que a principal indagação para montar um espaço seja: saber se o arteterapeuta tem habilidades e conhecimento em arte e psicologia. Acrescenta-se outras como o público que atenderá (deve pensar que nem todos os pacientes gostam da mesma atividade); se atenderá em grupo e ou individualmente; quais os materiais expressivos e a linguagem que serão usados na intervenção. Os materiais expressivos devem ser acondicionados em caixas transparentes com tampas e etiquetados com o nome. Observa-se que os materiais pontiagudos ou quaisquer outros que ofereçam perigo para o cliente e profissional, devem ficar sob tutela do arteterapeuta e oferecidos sob supervisão do mesmo ao cliente. Na tabela abaixo, estão alguns apontamentos para o profissional de arteterapia ter o mínimo de estrutura em que deverá dispor no ateliê, para começar um atendimento efetivo: Sala ou casa com aberturas ( com espaço para atender também as atividades expressivas como dança e teatro e ou teatro de fantoche) 01 mesa e cadeiras ( o tamanho da cadeira e mesa deverão estar de acordo com o público-alvo especificado para o atendimento) 01 armário ou estante metal para guardar os materiais em caixa transparente 01 armário com portas para guardar os materiais cortantes 01 banheiro adaptado para cadeirante lápis de cera e de cor réguas de diferentes tamanhos caixas papelão de diferentes tamanhos como remédios, pasta de dente deite e outras garrafas pet de diferentes tamanhos jogos didáticos ( números separação silábica letras quebra-cabeça encontro de imagens) cordões coloridos fios de nylon e silicone papéis de diferentes gramaturas cores e tamanhos argila 35 tesoura corantes nas cores primárias retalhos de todos os tipos de tecido canetas hidrográficas e esferográficas de diversas cores papelão cadernos pautados pregos martelos pedaços de madeira colheres de plástico e palitos de madeira (churrasquinho) 01 lata de PVA panos de diversos tamanhos folhas de ofício A4 rolo de papel Kraft copos de plástico e bandejas de isopor de diferentes tamanho (podem ser usados) pincéis de diferente numeração ferramentas de jardinagem material de fantasias (colar, máscaras e roupas) bonecos de fantoche material de bijuteria panos brancos de algodão instrumentos musicais fabricados com material reciclado (chocalho, tambor etc.) aventais novelos de lã, linhas de bordar e de costurar (cores e texturas diversas); agulhas de tricô, costurar e bordar (numeração diferente) varal e prendedores para os trabalhos de pintura Pigmento em pó de cores diversas cores pastas grandes para guardar os trabalhos (ordem cronológica especificar a data nome e horário na parte atrás do trabalho pedaços de EVA de cores diferentes Fonte: Elaborado pelo autor (2017) Ao iniciar um trabalho terapêutico com um novo cliente o primeiro passo é o acolhimento. 36 Vocabula rio Segundo o dicionário Aurélio (2016) acolher significa: 1- Receber em sua casa; recolher. 2 - Receber com agrado. 3 - Recolher-se, refugiar-se. O acolhimento no espaço terapêutico consiste em acolher a pessoa que chega através de um afeto, da escuta atenta, da conversa na qual se ficará sabendo, quais os motivos que aquele cliente está diante de nós, suas vontades, suas angústias, suas preferências, etc. Este momento é precioso para os arteterapeutas, pois se faz a primeira intervenção. Tanto quanto precioso, deve-se ter cautela em perguntar apenas o que a conversa sugere, para que se possa anotar e programar as atividades do próximo encontro. Portanto é o momento de escutá-lo. Neste mesmo encontro se deve começar com o preenchimento da ficha de acompanhamento, principalmente os dados de identificação, a medicação (se tiver), e no decorrer dos encontros as outras atividades que o cliente faz, assim como os procedimentos de cada sessão terapêutica com algumas observações. Outro fato é, solicitar ao cliente ou ao responsável que comunique aos demais integrantes da equipe de atendimento multidisciplinar, que é um integrante da equipe e está à disposição dentro dos horários estipulados para conversar sobre as observações nas intervenções terapêuticas. É importante que o futuro arterapeuta atente para anotar cada encontro na ficha de acompanhamento após a saída do cliente. Ao final do mês ou no espaço de quinze dias, poderá fazer uma pré-avaliação ao responsável ou ao cliente, como também a equipe multidisciplinar (educador físico, médico especialista, professor, etc.) que o acompanha. A seguir, um exemplo de ficha de acompanhamento que pode ser adaptada conforme as características do trabalho desenvolvido e as necessidades de cada atendimento. 37 FICHA DE ACOMPANHAMENTO IDENTFICAÇÃO Nome: Data de nascimento: Estado Civil: Endereço completo: Telefones: Nível de escolaridade: Responsável: MEDICAÇÃO Médico: Telefone: Nome do medicamento: Posologia: Observações: Médico: Telefone: Nome do medicamento: Posologia: Observações: Médico: Telefone: Nome do medicamento: Posologia: Observações: Outras atividades paralelas: Tipo: Nome: Telefone: Responsável:Local: Período: Horário: Dia Horário Atividade Observação 01out 14hás15h Pintura em tecido e música O (nome do paciente) estava alterado e comentou em boa parte da sessão sobre suas angústias em relação às provas finais do semestre. Fonte: Elaborado pelo autor (2017) com base em Philippini (2009) 38 4.3 Linguagens e Materiais expressivos No processo terapêutico, a produção visual é atrelada a fala e a conversação. Dessa comunicação surgem os símbolos nas intervenções plásticas que compõem a produção imagética do sujeito. Segundo Philippini (2009): Algumas linguagens e materiais estarão a serviço do desbloqueio liberação de conteúdos inconscientes e fluência do processo criativo. Outros estarão favorecendo a comunicação e a configuração das informações objetivas enquanto outras permitem as do plano fugidio das ideias sensações e emoções para o campo concreto da densidade, peso, volume e textura [...]. (PHILIPPINI, 2009, p.18) O arteterapeuta durante a intervenção terapêutica, deve utilizar os materiais e as técnicas específicas que correspondem aos anseios, as habilidades e características próprias de cada sujeito. Além de utilizar as linguagens e suas características, devemos combiná- las com outras técnicas e meios expressivos; como a fotografia e a pintura; o bordado, a pintura e o desenho; a arte mural e mapas; as narrativas e desenhos, as fotografias, etc. Cita-se a seguir, algumas possiblidades dos procedimentos técnicos e sua linguagem. Salienta-se que é necessário interseccionar e experimentar as linguagens com as técnicas e os materiais. A experimentação não tem receitas prontas/dicas e, sim, descobertas no fazer, na comunicação e nas leituras. Desenho Materiais: lápis de cera, grafite, lápis de cor, carvão, nanquim, pastel seco e oleoso, canetas hidrocor e esferográficas. Suporte: papel e tecido. Habilidades trabalhadas: coordenação motora e cognição. Desenho livre ou desenho focado Tramas. Material: fios e fitas coloridos. Suporte: papelão para confeccionar o tear. Habilidades trabalhadas: coordenação motora concentração . 39 Colagem Material: pós coloridos, revistas, jornas, grãos, serragem e tecidos. Suporte: tecido e papel. Habilidades trabalhadas: coordenação motora, sentimentos como emoções e equilíbrio. Modelagem Material: argila, massa de modelar ou papel machê (fabricado pelo arteterapeuta e o cliente). Suporte: própria modelagem. Habilidades: coordenação física sentimentos e cognição. Resumo da aula Nesta aula estudou-se sobre as características, função e possiblidades de atuação do Arterapeuta no mercado de trabalho. Abordou-se ainda como montar um ateliê de Arteterapia, sua estrutura física e como acolher os clientes. Ainda foi ensinado como fazer uma ficha de acompanhamento do cliente, as linguagens e os materiasi expressivos a serem utilizados. 40 Resumo da disciplina Nesta disciplina foram identificadas as relações da arte com a psique humana e como ela pode vir a colaborar para a melhoria de vida de pacientes com algum distúrbio psíquico. Na primeira aula abordou-se os fundamentos históricos e bases teóricas da Arteterapia no Brasil, com destaque para Nise da Silveira e Osório, bem como as contribuições de Jung e seus arquétipos. Na segunda aula, a importância da criatividade e da imaginação para o desenvolvimento dos sujeitos e também para a melhoria de alguns quadros psicóticos. A arteterapia é fundamental nesse processo. Na aula 3, uma abordagem da Arteterapia, acrescendo a ampliação do campo de atuação do arteterapeuta, que atualmente não está restrito a consultórios, vindo a colaborar com instituições de ensino entre outras. Na última aula, no primeiro momento buscou-se esclarecer a formação e o campo de atuação do arteterapeuta; no segundo momento passou-se para os procedimentos de arteterapia propriamente ditos, visando nortear o trabalho futuro do arteeducador. 41 REFERÊNCIAS ANDRADE et all. A importância do ensino da arte na formação: uma abordagem sobre cognição. UEMG-Openjornal. 2014. BARBOSA, Ana Mae. Entrevista Portal Aprendiz, 2016. Disponível em: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana- mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/ CIORNAI, Selma. Percursos em arteterapia arteterapia gestáltica, arte em psicoterapia, supervisão em arteterapia. Summus Editorial, 2000. OLIVEIRA, Marta Kohl de. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LA TAILLE, Ives de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. PAIN,S. e JARREAU,G. Teoria e Técnica da Arteterapia. Porto Alegre. Artes Médicas. 1996 PERLS, F.. Gestalt-Terapia Explicada (10. ed.). Col. Novas Buscas em Psicoterapia. São Paulo: Summus, 1977. PHILIPPINI, A.. Linguagens e Materiais Expressivos em Arteterapia: Uso, indicações e Propriedades. Rio de Janeiro. WoK. 2009. REIS, Alice Casanova dos. Arteterapia: a arte como instrumento no trabalho do psicólogo. Disponível em: https://psibr.com.br/leituras/psicologia- clinica/arteterapia-a-arte-como-instrumento-no-trabalho-do-psicologo SILVEIRA, Nise. O mundo das imagens. Editora Vozes. 2015. STEIN, Murray. Jung. O Mapa da Alma. Cultrix, 2000. VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem Lev Vygotsky (1896-1934). Edição Ridendo Castigat Mores.Versão para eBook: eBooksBrasil.org http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana-mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/ http://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/08/12/pioneira-da-arte-educacao-ana-mae-barbosa-reforca-todo-artista-tem-o-que-ensinar/
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