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Análise do filme - O quarto de Jack

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O QUARTO DE JACK SOBRE UM OLHAR PSICOLÓGICO 
 
O filme “O quarto de Jack” é uma adaptação do livro da autora irlandesa Emma Donoghue. A 
história é baseada em fatos reais, e casos como esses já foram noticiados por todo o mundo. 
Joy é uma moça de 17 anos, sequestrada e mantida em um cativeiro com cerca de 10m², sem 
janelas e a prova de som por cerca de 8 anos. Regularmente é estuprada pelo seu sequestrador, 
o qual ela chamava de velho Nick, nesse contexto de abusos, privações, violência física e 
psicológica, a jovem moça engravida e tem um filho, o pequeno Jack, que também se torna um 
refém do quarto. 
Para que Jack não perceba e consequentemente não sinta as dores desse prisão, Joy com muita 
criatividade, instinto de proteção e amor de mãe, cria um mundo paralelo. O quarto de 10m² se 
torna todo o planeta, o universo do pequeno Jack, e tudo que ele via na TV eram coisas que 
aconteciam em um espaço sideral. A infância do menino foi preservada mesmo em um pequeno 
mundo, nesse universo de fantasias, eles brincavam, faziam exercícios físicos, se divertiam, 
estudavam e liam. 
Apesar de todo empenho para preservar a infância do pequeno Jack, Joy sentia diariamente a 
dor da vida que lhe foi roubada, do afastamento dos pais, da culpa por acreditar no velho Nick 
pedindo ajuda na rua, dos abusos sofridos, do mundo real que o filho talvez não conhecesse. O 
quarto fazia sentido para o filho, ao contrário dela ele não tinha referências de qualquer outra 
experiência. 
Quando o velho Nick vinha ao quarto, o menino dormia no armário, e era orientado a ficar quieto 
e não sair de lá de forma alguma. O sequestrador não conhecia o menino, Joy o protegia a 
qualquer custo, tamanho era o medo de que ele destruisse o planeta, o universo de Jack. 
Quando Jack completou 5 anos, Joy decide revelar o mundo que criou para protegê-lo. Ela tinha 
planos para escapar do quarto, porém dependia da ajuda dele para realizá-los. O menino se 
revolta, a acusa de mentir, e não quer ouvir o que ela tem a dizer, uma vez que não fazia sentido 
para ele que algo existia além do quarto. Aos poucos o menino começa a questionar a mãe sobre 
o que poderia existir além do quarto, como as pessoas viviam, e como eles poderiam viver fora 
daquele lugar. 
A moça planeja a saída do menino do quarto, ela o instrui sobre o que ele deve fazer ao sair do 
quarto, correr e pedir ajudar. O velho Nick acredita na morte do pequeno por conta de uma alta 
febre provocada pela mãe no dia anterior, assim o corpo do menino é enrolado em um tapete 
e colocado na camionete, e assim que o carro para em um sinal ele salta e começa a correr, Nick 
ainda tenta pegá-lo, mas um homem o aborda, ele foge e a polícia é acionada, Joy é libertada e 
o sequestrador preso. O menino fica encantado com a sua primeira visão do mundo. 
O filme se divide em duas partes, dento e fora do quarto, prisão e liberdade. Apesar do desejo 
de liberdade, do sonho de voltar para casa, ver os seus pais, mostrar um mundo novo para Jack, 
ela não se sente feliz, fica paralisada diante de seus conflitos, se revolta contra os pais, velhos 
amigos, entra em um processo depressivo profundo e tenta o suicídio. Jack fica aos cuidados 
dos avós e laços são fortalecidos com eles, mas ele sente falta da mãe que está internada para 
tratamento. Aos poucos, dia a dia, o menino vai se adaptando ao contato com avó, o marido da 
avó, ganha um cachorrinho do avó e até brinca com outra criança, e também num gesto 
voluntário pede para a avó cortar o seu cabelo e mandá-lo para dar força a sua mãe. 
Joy após voltar para casa recebe uma jornalista para contar a sua história, e nesse momento ela 
é confrontada por perguntas que a incomoda muito, como por exemplo, “você não pensou em 
dar uma vida livre ao menino, encaminhá-lo a adoção?”. Ela sabia que não era somente Jack que 
precisava dela, mas ele precisou dele para suportar a vida naquele lugar. 
Quando se sentindo muito angustiado e tentando voltar a se sentir feliz como era no quaerto 
ele pede para mamar no seio da mãe, e ela diz que o leite acabou, naquele momento ele sente 
que já não é mais como antes. 
Os dias se passam e o menino pede para voltar ao quarto, ele havia saído do quarto, porém o 
quarto não tinha saído dele. Eles voltam ao cativeiro acompanhado pela polícia, Jack entra no 
quarto, e pergunta “ele diminuiu?”, ele diz “está tão pequeno, deve ser porque a porta está 
aberta”, e então a mãe pergunta “você quer que fecha a porta?”, ele diz “não, e começa a se 
despedir de todos os objetos do quarto, e complementa dizendo, mom, é hora de se despedir 
do quarto. 
Ela teve que enfrentar o desafio de 
reaprender a conviver com a sua 
própria família, o pequeno Jack de 
aprender a viver com pessoas que 
não somente a mãe. 
 
 
 
 
 
 
Análise: segundo a teoria de Melaine Klein e Donalds Woods Winnicout 
Manteremos o foco da análise sobre Joy e Jack, mas vale ressaltar que muitos outros 
comportamentos podem ser explorados do ponto de vista psicológico com relação as histórias 
do velho Nick e dos pais da Joy. 
 
Melaine Klein: 
 
 
Donalds Woods Winnicout 
 
 
 
 
Análise por Alexsandro Nobres e Larissa 
A infância de Jack foi preservada, uma vez que não existia para ele referências externas, como 
família, escola, amigos, liberdade, entre outras interações humanas. No mundo fantioso que 
Joy criou, era um mundo totalmente real para o seu filho. 
Um dos momentos mais especiais do filme, é quando Jack retorna ao quarto e nos ensina uma 
grande lição. Naquele momento ele percebe que já não cabe mais naquele lugar, que aquilo que 
antes era um planeta agora é somente um quarto pequeno. Na nossa vida quando voltamos a 
casa dos nossos avós o quintal já não é tão grande como lembravamos quando criança, e a 
distância que faziamos até a escola ficou tão curta. O mesmo pode ser considerado quando 
quanto aos nossos sentimentos, traumas, complexos, situações dolorosas que passamos, 
porpem muitas vezes não nos dispomos a voltar ao “quarto”, e assim ele continua imenso, um 
univero vasto e profundo, e perdemos a oportunidade de nos despedir, de ver que hoje ele é 
bem menor do que já foi um dia. 
Quando Joy enfim está livre, ela não vive a felicidade que vivia ao pensar como seria estar livre. 
Reflito sobre o que acreditamos que se mudassemos nos tornariamos pessoas mais felizes, como 
sair de um relacionamento, ficar independente e sair da casa dos pais, mudar de emprego, ou 
nos libertamos de algo que nos mantém presos. Sim precisamos buscar o que nos deixa feliz, 
porém uma felicidade nçao vivida somente na mente, mas nas ações, na interação do dia a dia, 
no humano que somos. No caso do filme, Joy teve sua vida roubada e foi aprisionada. Para a 
nossa vida vale a reflexão, “quem criou a prisao em que me encontro? quem escolheu o lugar 
que estou? As minhas atitudes e decisões me libertam ou me aprisionam em um lugar pequeno 
que não consigo sair?”.

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