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RESENHA LIVRO OLHOS D'AGUA

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Olhos D’águas é um livro que traz quinze contos escritos por Conceição Evaristo, retratam histórias de mulheres negras com temas sociais e existentes em nossa sociedade. A dureza da vida, a fome, a violência, os abusos, a difícil escolha de viver, a morte.
O primeiro conto dessa obra é o que se dá o título do livro, narrada pela primeira filha entre sete, relatando o sofrimento da mãe negra e pobre, que fazia sacrifícios para cuidar dos filhos, e ela como a mais velha acabará tendo que ajudá-la e crescer antecipadamente, pulando as principais fases de sua vida. Tendo uma grande questão que atormentará sempre: “de que cor eram os olhos da minha mãe?”. Por passar um bom tempo ao lado de sua mãe, conhecerá bem quando estavam passando por dificuldades, mas sua dúvida era pertinente, como uma metáfora. Estamos aos lados das pessoas, conhecemos bens quando estão passando por algo, mas será que conseguimos olharmos bem para os olhos dessas pessoas que amamos?
O segundo conto Ana Davenga, Ana que acaba se envolvendo com um fora da lei, chamado Davenga, mas não interessava o que ele era ou fazia, só queria ser dele, e nomeia-se como Ana Davenga, partindo a morar com este homem que diversas vezes no ápice do ato do amor entre os dois, caia em seus braços a chorar. Ana nunca entendia o que passará em sua cabeça e sentia uma certa angústia ao se debruçar nos braços do seu homem e vê-lo em sequência chorar. Aprendeu a conviver em meio dos homens que iam ao seu barraco para se reunirem, conhecia as batidas em sua porta que traziam alguma notícia boa e ruim, e no dia de seu aniversário, começa uma angústia sem fim, a espera de seu homem que não se encontrara em seu barraco junto com os outros homens, Davenga aparece organizando uma festa para sua mulher, mas naquela noite um fim trágico ocorrerá, o fim de três vidas: de Ana, Davenga e o fruto daquele amor ainda no ventre de Ana.
O terceiro conto Duzu-Querença conta a história de uma velha moradora de rua que por instante relembrar sua vida antes da cidade, quando criança, o sonho de seu pai era que sua filha tivesse um bom futuro. Acabará a levando para a cidade, onde senhoras empregavam jovens, pensando que sua filha pudesse trabalhar e ao mesmo tempo estudar e fazer um futuro diferente, mas nesse novo ambiente Duzu conhece um outro mundo, o sexo, a prostituição, os abusos e desde então, tem sua vida totalmente diferente a qual o pai sonhará. 
O quarto conto Maria conta a história de uma mãe que busca sustentar seus dois filhos com trabalho doméstico, em um dia de sua rotina cansada retornando para casa com comida e remédio para seus filhos, acabará encontrando o pai de seu primeiro filho dentro do ônibus preste a assaltar. O maior temor de Maria era de um dos comparsas levarem o pouco que tinha, mas não imaginava o quão a sociedade era má, que o maior que tinha poderia acabar de uma outra forma. As pessoas dos ônibus ao perceberem um diálogo entre Maria e seu ex, começaram aponta-la de NEGRA SAFADA, e assim, sua vida cessa ali, por um linchamento coletivo injusto, deixando seus três filhos sem mãe e sem a comida e o remédio que levará.
O quinto conto Quantos filhos Natalina teve? conta a história de uma jovem negra do subúrbio feliz com sua gestação, mas não era sua primeira e nas outras não foram assim. Sua primeira gestação foi aos treze anos com seu namorado Bilico, mas ao medo e opção de sua mãe acabará fazendo um aborto na casa de Sá Praxades, a qual ela desde pequena ouvia histórias e criou um medo com sua ingenuidade em pensar que essa senhora comia os recém-nascidos, mas a verdade era uma casa de aborto clandestino. Por medo, Natalina foge de casa e dar seu primogênito a uma enfermeira, ela não queria seu namorado Tonho que sonhava em ter um filho e uma família, mas esse não era o plano de Natalina, então, deixa seu filho ao realizar o sonho de seu namorado e vai embora. Sua terceira gravidez foi cedida como barriga solidária aos seus patrões que vinha há tempos tentando uma gravidez que nunca sucedia, então, sua patroa a pede para que se deitasse com seu marido e fizessem um filho, e assim foi feito. Sua quarta gravidez, foi mais intensa, e é a qual dar início a este conto. Foi resultado de um sequestro e estupro, Natalina consegue matar o abusador com a própria arma que o deixará no chão, enquanto curte o gozo. Nessa gravidez, ela não levou como uma ferida, pelo o contrário, seria só seu filho, sem dor, sem dívida, sem medo.
O sexto conto Beijo na face conta a história de uma mulher que vivia em um relacionamento tóxico e abusivo, inicia-se com Salinda relembrando os carinhos da noite anterior e o beijo na testa, de um amor que guardará há quase um ano, fingindo sua habitual rotina para que seu marido não percebesse a tamanha felicidade que estava a ponto de explodir. Seu marido a perseguia, a ponto de contratar um detetive particular, por suspeitar que o traia com um colega de trabalho. Frequentemente seu marido ameaçava em tirar seus filhos ou cometer um suicídio, aspectos de um abusador.
Mesmo com tamanha vigilância Salinda tinha sua tia Dona Vandu como cumplice, que acobertava suas fugitivas para encontrar a sua amada, enquanto acreditava que o marido acharia que não teria nada demais ela com as crianças indo visitar a tia, concretizando os pensamentos de seu marido: ela o traía, mas não era seu colega de trabalho. Em um dia ficou martirizada com a demora dele, e se perguntava sobre o seu segredo ser descoberto, pois seu marido obrigava os filhos a narrarem tudo, e realmente seu segredo foi descoberto, recebe o telefonema e era ele debochando do descuido dela e de sua tia: “Perguntou se ela havia esquecido de que os olhos da noite podem não ser somente estrelas. Outros olhos existem; humanos vigiam.”, Salinda recebeu um baque, pois tudo que ele queria era tirar seus filhos, sentiu medo, e conseguiu um equilíbrio entre a dor e o susto se contemplando no espelho, subitamente ver sua amada do outro lado dando força a esse amor que estava impregnado eternamente em sua memória.
O sétimo conto Luamanda conta a história de uma senhora que não aparentava ter a idade que tinha, sempre davam uma idade mais nova do que ela era, e há dias vivia uma nostalgia de sua vida a qual desde nova se questionava sobre o amor: O amor dói? O amor é terra morta? O amor é terremoto? O amor é um poço misterioso onde se acumulam águas-lágrimas? O amor se guarda só na ponta de um falo ou nasce também dos lábios vaginais de um coração de uma mulher para outra? O amor não cabe em um corpo? O amor é um tempo de paciência? O amor comporta variantes sentimentos? Em cada questionamento sobre o amor, era uma descoberta sobre a vida, sobre si mesma, sobre a dor de ser mulher e possuir uma vagina do qual um homem violento não seria capaz de compreender a sua liberdade, a perfurando e deixando sua vagina adormecida com uma cicatriz que faria relembrar o árduo de sofrimento, mas persistente em encontrar seu próprio gozo. Naquele momento lembra-se de um encontro e por fim traz sua última reflexão sobre o amor: “Podia ser que o amor já não suportasse um tempo de longa espera”.
O oitavo conto O cooper de Cida conta a história da personagem Cida que desde nova tem uma vida corriqueira e para frente de sua idade, sem observar o que está ao seu redor. Em uma manhã, percebe a rapidez que seus passos deram desde o momento, e resolveu diminuir, observando e refletindo sobre uma vida monótona que havia construído sem perceber. E depois de ter uma vida remota e monótona, resolve parar e observar as coisas ao seu redor, ter um tempo só para si. Muitas vezes não enxergamos o lado bom ao nosso redor, e construímos nossa vida sobre uma estrada monótona e acelerada, sem aproveitar as outras coisas que nos cercam, como a simplicidade de parar e admirar o mar. Precisamos de vez em quando dar uma pausa, e ter um tempo para olhar com reflexibilidade as coisas que nos cercam, e podermos melhorar nosso estado de vida e emocional. 
O nono conto Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos, conta a história deduas irmãs gêmeas Zaíta e Naíta que moravam na favela, sua mãe tinham mais dois filhos, mais velhos. As gêmeas tinham uma recomendação da mãe de nunca largar os brinquedos atoa, e na certa elas saberiam o quanto a mãe odiava e surtava, além de levar uma surra. Um dia Zaíta não encontrou sua figurinha preferida, e não pude contar a mãe e resolveu buscá-la por conta própria, até que lembrou que no dia anterior Naíta havia pedido uma troca da figurinha por uma boneca, mas foi recusada. E então, vai procurar sua irmã para saber do paradeiro de sua figurinha, mas durante o caminho se depara com um tiroteio e é atingida. A pedidos de sua mãe, Naíta, que estava escondida na casa da vizinha vai a procura de sua irmã, e acaba a encontrando morta no chão e se lamenta por não ter guardado os brinquedos. A morte está sendo tão normalizada, que as pessoas se preocupam mais com os objetos do que com a alma do humano que acaba indo para uma outra dimensão, tornando a presença desse ser banal. 
O décimo conto Di Lixão conta a história de um menino em situação de rua que ganhará esse apelido por sempre revirar latas de lixo. Em um dia acorda com uma dor no dente e uma dor enorme em seu pênis, há dias estava com um tumor na boca, e nesse dia em meio a dor relembra as dores que passará quando criança, sempre que mijava na roupa, sua mãe o castigava, sentiu um ódio dela por esse trauma que o carregará. E infelizmente, seu fim cessa ali com essas dores antigas e atuais, deitado como um feto.
	O décimo primeiro conto Lumbiá conta a história de um menino que era um vendedor ambulante, vendia rosas a casais, sempre tinha uma estratégia para vende-las, como tentava comover as pessoas com choro falso, até o choro torna-se real, Lumbiá descobrirá o qual triste era, mas em dias de Natal sua felicidade resplandecia.
O menino era encantado pelo Natal, amava ver o menino Jesus no presépio. Em um desses, pôde sentir a representatividade no boneco de Jesus, ficou tão emocionado de ver aquela imagem que acabou roubando, mas ao atravessar a rua enquanto fugia acaba sendo atropelado e morre com a imagem em seus braços. Naquele boneco pôde ter a empatia de sentir sua imagem, um menino nu, pobre de braços abertos a espera de um acalanto.
	O décimo segundo conto Os amores de Kimbá conta a história de um jovem negro da favela que vivia se lamentando com a vida que levava. Nessa caminhada acaba conhecendo um amigo rico que o apelida por Kimbá, por lembrar de um amado que deixará na Nigéria. Kimbá acaba participando de ménage com esse amigo e Beth, uma amiga de seu amigo, acaba se apaixonando por Beth e seu amigo apaixonado por ele, vivendo em um triângulo amoroso. Divididos nesse amor, todos resolvem poupar a dor de um e acabam se suicidando, ingerindo veneno e os três morrem ali no chão do apartamento, cessando aquele amor dividido.
	O décimo terceiro conto Ei, Ardoca

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