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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA Sindicato dos Servidores Públicos do Estado Beta, Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no Ministério do Trabalho sob n. _______, com sede à ________; vem, mui respeitosamente perante V. Exa., por meio de seu advogado que esta subscreve, com procuração e endereço anexos, nos termos do Art. 5º, LXXI, da Constituição Federal, e na Lei 13.300/2016, impetrar o presente: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO Em face do GOVERNADOR DO ESTADO BETA, integrante do ESTADO BETA, Pessoa Jurídica de Direito Público, pelas razões de fato e de direito que se passa a expor: I – DOS FATOS Os servidores públicos do Estado Beta que trabalham no período da noite não recebem adicional noturno. O Estado se recusa a fazer o pagamento desse direito constitucional protegido, alegando ausência de norma regulamentadora. Trata-se de evidente sintoma da síndrome de inefetividade de norma constitucional. Isso porque, apesar de tal direito ser expressamente previsto no Art. 39, § 3º da CF/88 combinado com o Art. 7º, IX, da CF/88; verifica-se pelo Art. 39, caput, que seu estabelecimento depende de edição de norma integrativa para que seja eficaz, posto tratar-se de uma norma de eficácia limitada. Nesse contexto, o Estado Beta manteve-se inerte ao preceito da Lei Maior, dando causa à uma inconstitucionalidade por omissão. Desse modo, não restou outra alternativa a este sindicato, na defesa de seus filiados, senão impetrar o presente remédio constitucional, visando sanar a referida omissão. II – DA LEGITIMIDADE ATIVA A legitimidade do Sindicato para a impetração de mandado de injunção coletivo é dada pelo Art. 12, III, da Lei 13.300/2016, para assegurar o exercício de direito, liberdades e prerrogativas de seus membros, independentemente de qualquer autorização especial de seus filiados. III – DA LEGITIMIDADE PASSIVA Por sua vez, o legitimado passivo é o Poder, órgão ou autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora, segundo o Art. 3º, da Lei 13.300/2016. Conforme dispõe o Art. 61, § 1º, II, a), da Constituição Federal, é de iniciativa privativa do chefe do executivo da União – o Presidente da República – a competência para conceder aumento da remuneração aos cargos, funções ou empregos da administração pública direta ou indireta. Nesse sentido, quando a Constituição Federal não dispuser de outra forma, vale o Princípio da Simetria Constitucional, pelo qual deve haver uma simetria entre os institutos jurídicos dispostos na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Isto é, entre a organização da União e dos Estados federados. Desse modo, é de se reconhecer que cabe ao chefe do Executivo estadual – o Governador do Estado – a mesma função. Portanto, considerada a jurisdição estadual, tem-se que o Governador do Estado Beta é o legitimado passivo desta lide. V – DO DIREITO Segundo o Art. 5º, LXXI, da Carta Magna ou ainda o Art. 2º, da Lei 13.300/2016, que remete ao primeiro: Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Ora Excelência, é justamente esse o caso. Muito embora a Constituição Federal garanta aos servidores públicos o direito ao adicional noturno, segundo consta do Art. 39, § 3º da CF/88 combinado com o Art. 7º, IX, da CF/88; para que tal comando seja efetivo, é necessário que haja uma norma integrativa para dar efetividade ao preceito constitucional. Isso porque se trata se norma constitucional de eficácia limitada, que quando diante da inércia, da mora, ou ainda, da omissão do Poder Público, configura a inconstitucionalidade por omissão. Nesses caso, o remédio apto a sanar o problema é o mandado de injunção. Portanto, uma vez constatado que os servidores públicos do Estado Beta que trabalham no período noturno não gozam do referido direito constitucional, por conta de omissão legislativa; é dever deste sindicato velar pela proteção dos direitos constitucionais de seus filiados, a fim de que sejam efetivamente concretizados, conforme manda a Constituição. Por último, vale lembrar que o mínimo garantido aos trabalhadores, a título de adicional noturno, conforme dispõe o Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, é de 20% (vinte por cento). Assim sendo, este valor deverá ser a referência mínima a ser garantida aos impetrantes. VII – PEDIDO Por todo o exposto, requer de V. Excelência: a) A intimação do representante do Ministério Público no prazo legal contido no Art. 7º, da Lei 13.300/2016; b) Seja julgado procedente o pedido para reconhecer o estado de mora legislativa, e portanto a omissão do Poder Público, a fim de ver deferida a ordem de injunção coletiva, conforme Art. 8º, caput, da Lei 13.300/2016; c) Seja determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição de norma regulamentadora, nos termos do Art. 8º, I, da Lei 13.300/2016; d) Seja estabelecida condições, nos termos do Art. 8º, II, da Lei 13.300/2016, para suprimir a omissão normativa e garantir o exercício do direito reclamado, no percentual não inferior à 20% (vinte por cento), consoante disposição do Art. 73, da CLT. Para fins de formalidade do Art. 319, do Novo Código de Processo Civil, dá-se à causa o valor de R$ 1000,00. Nestes termos, Pede deferimento Local e Data Advogado/OAB
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