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DOENÇAS DO CRISTALINO

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DOENÇAS DO CRISTALINO 
 
BRENO RODRIGUES 
ANATOMIA 
O cristalino é sustentado pelas zônulas 
(fibras de colágeno) que se ligam aos 
músculos ciliares. Quando o músculo ciliar 
se contrai, a zônula relaxa e muda a forma 
do cristalino. É o mecanismo de 
acomodação. 
Características: 
• Lente biconvexa (positiva, gera 
convergência dos raios); 
• Transparente, elástica e avascular; 
• 20 dioptrias; 
• Íris (anteriormente) e corpo vítreo 
(posteriormente); 
• A porção anterior do cristalino e a 
córnea separados por 3,5mm; 
• Forma elipsoide ou arredondada; 
• Volume e tamanho aumentam com 
a idade; 
• Peso: 65mg ao nascimento, 125mg 
com 1 ano e 260mg com 90 anos; 
• Homem possui 7 mg a mais que a 
mulher. 
Componentes: 
• Saco capsular: 
− Envolve o cristalino; 
− Mais espessa membrana 
basal do corpo; 
− Cápsula anterior é mais 
espessa que a cápsula 
posterior; 
− O equador (periferia) é 
mais espesso que o 
centro); 
− Principal componente é o 
colágeno IV. 
− Tem contato com as 
zônulas. 
• Epitélio (presente somente na parte 
anterior do cristalino, gera maior 
resistência); 
• Fibras colágenas: 
− Dispostas em camadas 
concêntricas; 
− Depositam do interior para 
a periferia da lente; 
− Compõem a maior parte do 
cristalino; 
− Características da fibra 
dependem de seu local e 
da época; 
− Vão se tornando 
anucleadas no interior do 
cristalino; 
− As fibras recentes 
circundam o núcleo adulto 
para formar o córtex do 
cristalino. 
A fibras se unem e formam suturas em 
forma de Y no polo anterior e um Y 
invertido no polo posterior. 
CATARATA 
Qualquer opacidade, congênita ou 
adquirida, independente do seu efeito 
visual. 
É a doença mais comum e mais importante 
do cristalino. É a principal causa de 
cegueira no mundo, mas também é a maior 
causa de cegueira reversível. 
Tipos de catarata: 
• Subcapsular: quando a opacidade 
é embaixo da cápsula; 
 
• Nuclear: mais comum. Quando 
todo o núcleo do cristalino se torna 
denso de maneira “homogênea”, 
principalmente pela idade 
(condição natural do 
envelhecimento, 65-70 anos); 
 
• Cortical: acomete as fibras do 
córtex (fibras mais novas do 
cristalino, que estão na periferia). 
BRENO RODRIGUES 
Paciente apresenta opacidade 
linear periférica, podendo não ter 
acometimento do eixo central da 
visão. Se não estiver atrapalhando, 
não é indicada a cirurgia; 
 
• Traumática: trauma perfurante no 
olho (facada, arame) com 
rompimento de cápsula faz com 
que entre humor aquoso e bagunce 
as fibras do cristalino e gere 
opacidade; 
• Induzida por medicamentos: 
geralmente por corticoide, tópico 
ou sistêmico. Pode acometer 
pacientes imunodeprimidos ou em 
terapia de imunossupressão, 
portadores de doenças 
reumatológicas, entre outros que 
necessitam usar corticoide por 
muito tempo. É comum causarem 
catarata subcapsular; 
• Congênita: comum por infecções 
durante a gestação. 
A catarata congênita pode ser causada por 
alterações genéticas (países 
desenvolvidos) e por infecções durante a 
gestação (países pobres), principalmente: 
toxoplasmose, rubéola e sífilis. 
Necessita de intervenção precoce para que 
se evite ambliopia (desenvolvimento 
anormal da visão por perda de estímulos 
visuais durante os primeiros anos de vida). 
! Se uma criança nasce com catarata 
congênita, quando ela deve fazer a 
cirurgia? No momento mais próximo que 
ela tiver condições clínicas para se 
submeter à cirurgia. 
 
! A catarata congênita unilateral, faz com 
que o cérebro “esqueça” o olho ruim. 
Portanto, após a cirurgia, o paciente ainda 
terá que usar um tampão no olho bom para 
que o olho ruim receba o máximo de 
estímulo possível e possa se desenvolver 
normalmente. 
! Na cirurgia de catarata congênita na 
criança, deve-se levar em consideração o 
tamanho da lente que irá substituir o 
cristalino pois ainda haverá aumento. Por 
isso, é necessário o uso de óculos após a 
cirurgia para adaptar o crescimento da 
lente. Outra opção é utilizar óculos para 
compensação na criança e, quando estiver 
maior, fazer a cirurgia e substituir o 
cristalino por uma lente em tamanho ideal 
para o olho já desenvolvido. 
Antigamente, por ser uma condição natural 
do envelhecimento, a catarata era 
considerada normal em idosos e não se 
fazia tratamento. Hoje, graças ao 
tratamento, a qualidade de vida dessas 
pessoas aumentou bastante. 
! Uma complicação que acontece 
frequentemente depois da cirurgia de 
catarata é a opacificação da cápsula 
posterior. Ela ocorre quando resquícios de 
proteínas do cristalino se depositam na 
cápsula posterior. O tratamento é feito com 
laser para abrir a cápsula posterior e o 
paciente volta a enxergar. Paciente 
geralmente se queixa de “sujeira na lente”. 
CIRURGIAS DE CATARATA 
❖ Extração extracapsular de 
catarata (EECC) 
Um marco na história das cirurgias de 
catarata. Pela primeira vez, se retirou o 
cristalino e o substituiu por uma lente 
intraocular. Antes, a cirurgia só era feita em 
casos muito graves de cegueira e não era 
colocada a uma lente substitutiva, apenas 
retiravam o cristalino e isso deixava o 
paciente hipermetrope, precisando usar 
óculos catral (fundo de garrafa). Também 
era comum pacientes apresentarem 
astigmatismo após a cirurgia por 
irregularidades na tensão dos pontos para 
fechar a incisão. 
! Durante a cirurgia o cristalino é retirado, 
mas a cápsula é mantida para inserção da 
BRENO RODRIGUES 
lente. Isso garante que o processo de 
acomodação continue funcionando. 
❖ Facoemulsificação 
Nessa cirurgia de catarata, o cristalino é 
removido por um facoemulsificador e 
depois é inserida uma lente intraocular 
dobrável que vai substituir o cristalino. O 
facoemulsificador é um equipamento 
semelhante à uma caneta que quebra 
(através de vibração ultrassônica), aspira o 
cristalino e irriga o saco capsular para que 
ele não feche. 
É necessária uma incisão muito menor que 
a EECC e que geralmente não precisa de 
sutura. Isso reduz as chances de 
astigmatismo durante o fechamento da 
incisão. 
❖ Catarata com laser 
Semelhante à facoemulsificação. A 
diferença é que a abertura da cápsula e 
quebra do cristalino são feitos com o laser. 
Após isso, a caneta é inserida para 
aspiração e substituição com a lente. 
! É cada vez mais comum a substituição do 
cristalino por lentes multifocais, que além 
de solucionar a catarata, também corrige 
erros refrativos. 
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS 
• Rompimento da cápsula posterior; 
• Perda posterior de fragmentos do 
cristalino; 
• Deslocamento posterior de LIO 
(lente intraocular); 
• Hemorragia supracoroidiana 
(principalmente em EECC de 
paciente com pico de pressão 
arterial sistêmica); 
• Endoftalmite pós-operatória 
(condição rara, atinge 1 a cada 
8000 operados); 
• Opacificação capsular pós-
operatória; 
• Edema de córnea (por perda ou 
baixa quantidade de tecido 
endotelial) que pode evoluir para 
uma Ceratopatia bolhosa. 
 
 
ECTOPIA LENTIS 
Desvio do cristalino da sua posição normal. 
• Luxação: completamente 
deslocado (entrou na cavidade 
vítrea, por exemplo) – afácico; 
• Subluxação: permanece 
parcialmente na área pupilar. 
Pacientes com subluxação podem 
apresentar diplopia, com uma região 
hipermetrope (sem cristalino) e uma região 
míope (com cristalino). 
 
1Subluxação 
Pode ser hereditária ou adquirida. Está 
comumente presente, por exemplo, na 
síndrome de Marfan (doença do tecido 
conjuntivo que afeta o colágeno e a 
sustentação da zônula). Pode ser adquirida 
através de trauma.

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