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VA 1 Disciplina: Direito do Consumidor Professor: Matheus Marques Dutra Trabalho realizado pelas alunas: Cristielly Danieta Nunes Reis; Natália Bomfim Pereira Fontes; 7º período/Noite ➢ INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS X CLIENTES Tribunal de Justiça de Rondônia TJ-RO - Apelação: APL 0088922-95.2009.822.0007 RO 0088922-95.2009.822.0007 EMENTA APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RELAÇÃO ENTRE BANCO E CLIENTE. CONSUMO. CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO. INFORMAÇÕES FALHAS. DÍVIDA DEVIDAMENTE QUITADA PELO CONSUMIDOR. É direito básico do consumidor receber das instituições financeiras informações adequadas e claras sobre os diferentes serviços oferecidos. A violação dos deveres estabelecidos no CDC, tais como a cláusula geral de boa-fé objetiva, dever geral de lealdade e confiança recíproca entre as partes, implica responsabilidade civil contratual. Decisão RECURSO NÃO PROVIDO NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR, À UNANIMIDADE. Acórdão POR UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. • SÚMULA: Súmula 297/STJ - 09/09/2004. Consumidor. Banco. Contrato bancário. Instituição financeira. Hermenêutica. Código de Defesa do Consumidor. Aplicabilidade. CDC, art. 3º, § 2º. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se posicionou quanto à responsabilidade dos bancos com seus clientes, ao editar a Súmula 297[10], de 12/05/2004, afirmando que “o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”. ➢ PLANOS DE SAÚDE X CLIENTES O site do TJDFT nos diz que se aplica o CDC em contrato de plano de saúde com entidades diferenciadas daquelas de autogestão, nessa hipótese a relação existente entre as partes é consumerista. E se aplica a Súmula 608 do STJ. Súmula 608-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. STJ. Dentro dessa perspectiva segue abaixo um exemplo de decisão STJ sobre o tema: RECURSO ESPECIAL Nº 1.133.338 - SP (2009/0065099-4) RELATOR: MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO RECORRENTE: SABRINA LOUREIRO BIERMEIER E OUTRO ADVOGADO: RONALDO LOBATO E OUTRO(S) https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=stj&num=297#topo https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00080781990-3 RECORRIDO: BRADESCO SAÚDE S/A ADVOGADO: ALUÍSIO BEREZOWSKI E OUTRO(S) EMENTA RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. SEGURO DE SAÚDE. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. INVIABILIDADE. INCLUSÃO DE DEPENDENTE. INAPLICABILIDADE DO § 5º DO ART. 35 DA LEI 9.656/98. OPORTUNIDADE DE ADAPTAÇÃO AO NOVO SISTEMA. NÃO CONCESSÃO. CLÁUSULA CONTRATUAL. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO DE QUALQUER PESSOA COMO DEPENDENTE. EXCLUSÃO DE COBERTURA DE LESÕES DECORRENTES DE MÁ-FORMAÇÃO CONGÊNITA. EXCEÇÃO. FILHO DE SEGURADA NASCIDO NA VIGÊNCIA DO SEGURO. INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR ADERENTE. ABUSIVIDADE DA NEGATIVA DE COBERTURA DE SITUAÇÃO DE URGÊNCIA. {...} "2. Inaplicabilidade da regra do § 5º do art. 35 da Lei n. 9.656/98 quando ao consumidor não foi dada a oportunidade de optar pela adaptação de seu contrato de seguro de saúde ao novo sistema. 3. Afastada a restrição legal à inclusão de dependentes, permanece em plena vigência a cláusula contratual que prevê a possibilidade de inclusão de qualquer pessoa como dependente em seguro de saúde. 4. Obrigação contratual da seguradora de oferecer cobertura as lesões decorrentes de má-formação congênita aos filhos das seguradas nascidos na vigência do contrato.5 Cláusulas contratuais devem ser interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, mormente quando se trata de contrato de adesão. Inteligência do art. 47 do CDC. 6. Cobertura que não poderia, de qualquer forma, ser negada pela seguradora por se tratar de situação de urgência, essencial à manutenção da vida do segurado, sob pena de se configurar abusividade contratual." ➢ ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA PRIVADA X CLIENTES CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO MONITÓRIA. MÚTUO FENERATÍCIO REALIZADO POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. NÃO INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DISSONÂNCIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM PARA NOVA ANÁLISE DO RECURSO DE APELAÇÃO. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC. 2. As regras do Código de Defesa do Consumidor não se aplicam às relações de direito civil envolvendo participantes e/ou beneficiários e entidades fechadas de previdência complementar. 3. Nos termos da Súmula 563 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 4. Retorno dos autos à origem para reapreciação do recurso de apelação. 5. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp 1714807/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/2020, DJe 04/06/2020). • SÚMULA: Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. (STJ. 2ª Seção. Aprovada em 24/02/2016. DJe 29/02/2016). ➢ RELAÇÃO CLIENTE X ADVOGADO Conforme descrito abaixo, a relação entre cliente e advogado deve seguir especificamente o Estatuto da OAB, não cabendo a aplicabilidade do CDC, assim temos: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. FORO DE ELEIÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. EXCEÇÃO DE COMPETÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. DECISÃO DEFINITIVA DO TRIBUNAL DE ORIGEM. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. 1 - As relações contratuais entre clientes e advogados são regidas pelo Estatuto da OAB, aprovado pela Lei n. 8.906/94, a elas não se aplicando o Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. (REsp.539077/MS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 26/04/2005, DJ 30/05/2005 p. 383; REsp 914105/GO, Rel.Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 09/09/2008, DJe 22/09/2008). 2 - O Superior Tribunal de Justiça entende que a exceção de competência suspende o curso do processo até a decisão definitiva na origem, subsistindo, somente, o efeito devolutivo ao recurso especial. 3 - Recurso Especial não conhecido. (REsp 1134889/PE, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 08/04/2010). ➢ CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS X USUÁRIOS De acordo com o site do TJDFT, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica existente entre o concessionário de serviço público e o usuário final se valendo dos artigos 3º e 2º do CDC - independe de garantia constitucional que assegure responsabilização objetiva daquele por danos causados a este, em virtude de falhas em suas atividades de rotina. Nessa perspectiva temos como exemplo: ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE PÚBLICO. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL A PASSAGEIRA DO METRÔ. AUSÊNCIA DE ADEQUADO ATENDIMENTO E ASSISTÊNCIA PELA COMPANHIA DO METROPOLITANO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR DA INDENIZAÇÃO - REDUÇÃO - CONDUTA ABJETA DE TERCEIROS. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Trata-se de relação de consumo, haja vista as partes estarem inseridas nos conceitos de fornecedor e consumidor previstos no Código de Defesa do Consumidor. Aplicam-se ao caso em exameas regras de proteção do consumidor, inclusive as pertinentes à responsabilidade objetiva na prestação dos serviços (art. 2º, 3º e 14 do CDC). 2. Narram os autos situação de assédio sexual vivenciada por usuária do serviço da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, Metro, DF, que não obteve no momento e logo após o fato ocorrido, o devido e adequado atendimento e auxílio por parte dos funcionários da companhia, que nada fizeram ao tomar conhecimento dos fatos ocorridos, por alegada insuficiência de servidores e ausência de seguranças. (...) 5. Tratando-se de serviço público ut singuli, caracterizado pela individualidade da sua prestação e contraprestação, ainda quando ofertado por ente paraestatal, são aplicadas as normas protetivas do CDC, entre as quais a segurança que razoavelmente se pode esperar para o modelo de transporte de que se cuida.” Acórdão 1117085, 07271093520178070016, Relator: ASIEL HENRIQUE DE SOUSA, 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do DF, data de julgamento: 14/8/2018, publicado no DJe: 21/8/2018. STJ RECURSO ESPECIAL Nº 1.789.647 - RS (2018/0345299-3) RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE: RIO GRANDE ENERGIA S/A ADVOGADOS: JOSÉ MAURO BARBIERI - RS017169 MARCOANTONIO FRANZEN - RS040432 MOISES GRAFFUNDER DE VARGAS - RS066619 RECORRIDO: SILIO MOACIR SEGATTO ADVOGADOS: LEANDRO DO NASCIMENTO LAMAISON - RS045081 ANDREIA CZICHOCKI - RS057760 EMENTA ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INTERRUPÇÃO INDEVIDA DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. DEMORA NO RESTABELECIMENTO DO SERVIÇO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REVISÃO. CONTROVÉRSIA RESOLVIDA À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS. PRETENSÃO DE REEXAME DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL PREJUDICADO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. PRESCRIÇÃO. CINCO ANOS. ART. 27 DO CDC. {...} “4. Conforme entendimento pacificado no STJ, ‘a relação entre concessionária de serviço público e o usuário final, para o fornecimento http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=TURMAS_RECURSAIS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1117085 de serviços públicos essenciais, tais como água e energia, é consumerista, sendo cabível a aplicação do Código de Defesa do Consumidor’(...). 5. Em se tratando de matéria relacionada a danos oriundos de produtos ou serviços de consumo, é afastada a aplicação do Código Civil, tendo em vista o regime especial do Código de Defesa do Consumidor. Só excepcionalmente aplica-se o Código Civil, ainda assim quando não contrarie o sistema e a principiologia do CDC.” REsp 1789647/RS. https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/inteiroteor/?num_registro=201803452993&dt_publicacao=29/05/2019
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