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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA QUÍMICA TECNOLÓGICA E INDUSTRIAL LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA 2 SHAYDY SILVA SANTOS PRÁTICA 1: EXTRAÇÃO LÍQUIDO - LÍQUIDO Maceió - AL 2019 SHAYDY SILVA SANTOS PRÁTICA 1: EXTRAÇÃO LÍQUIDO - LÍQUIDO Relatório de aula prática apresentado ao Curso de Química Tecnológica e Industrial, da Universidade Federal de Alagoas, como requisito para a obtenção de nota da disciplina Laboratório de Química Orgânica 2. Maceió - AL Laboratório de Química Orgânica I Página 2 2019 1. Introdução Uma das técnicas que se destaca pela ampla utilização em Química Orgânica e Química Analítica, assim como sua finalidade de separação de componentes ou compostos orgânicos é a extração líquido-líquido, que é caracterizada pela transferência ou passagem de um composto de interesse (soluto) de polaridade diferente, de um líquido para o outro, ou seja, o solvente. Esta capacidade de transferência do analito está diretamente relacionada a imiscibilidade ou miscibilidade da solução heterogênea formada entre os solventes utilizados na extração, essa solução formada é denominada alimentação, enquanto as matrizes utilizadas com o composto de interesse e a matriz a ser transferida são frequentemente denominados diluentes. (MACHADO, 2007, apud PERRY e GREEN, 1984). Nesse ínterim, outro fator que corrobora com a completa solubilidade do analito desejado na fase orgânica ou fase não aquosa é o coeficiente de partição Kow, ou coeficiente de distribuição, Kd. Esse coeficiente nos permite saber através de uma medida quantitativa, em que solvente o composto de interesse terá uma solubilidade maior, podemos relacionar essa propriedade do soluto nos solventes imiscíveis através da seguinte fórmula: Kow = CA/CB, onde C é a solubilidade ou concentração em equilíbrio do composto em determinado solvente A e B , percebe-se que para maiores valores de K, o composto orgânico é mais suscetível a solubilização no solvente A, assim como para menores valores de K, a matriz B conterá maiores concentrações do soluto. (PANDO, 2019). Há dois tipos de extração líquido-líquido que merecem sua devida atenção, a extração contínua e descontínua, ambas apresentando seus pontos positivos e negativos. Na extração contínua o solvente passa continuamente pelo soluto, nesse experimento, focaremos mais na extração descontínua, que é alvo da prática realizada, nela utilizamos um funil de separação com os solventes, Laboratório de Química Orgânica I Página 3 indicada quando temos um alto valor de Kd, ou grande diferença de solubilidade do soluto nos solventes, além de ser uma técnica considerada simples e de fácil execução, apresentando também suas desvantagens, como: extração parcial em moléculas que contenham grande afinidade por água, impurezas do solvente podendo concentrar-se junto a amostra, etc. (QUEIROZ, COLLINS e JARDIM, 2001). Laboratório de Química Orgânica I Página 4 2. OBJETIVOS Absorver o conhecimento e práticas, relacionadas à extração líquido-líquido, seus funcionamentos assim como todo o conceito teórico do funcionamento da técnica e avaliação do rendimento do composto extraído. 3. MATERIAIS E METODOLOGIA ● Suporte universal ● Argola ● Funil de separação ● Erlenmeyers ● Água destilada ● Solução saturada de NaCl ● Hexano ● (7E)-Dodecan-1-ol Pesou-se 500 mg do (7E)-Dodecan-1-ol obtido de reação prévia em um balão de fundo redondo, adicionando 20 mL de água destilada ao mesmo. Esta solução foi transferida para um funil de separação de 125 mL, ao qual também foi inserido 20 mL de hexano, fechando-o em seguida. Ao agitar levemente o funil para homogeneização dos solventes, o mesmo foi deixado em repouso para separação das fases, feita a separação, a extração deu-se início com a coleta da fase aquosa (mais densa), logo após a fase orgânica também foi coletada, retornando assim a matriz aquosa para o funil, repetindo a mesma extração cerca de 3 vezes com mais 20 mL de hexano a cada extração. Feito isso, uma última extração foi realizada com todas as frações orgânicas coletadas no funil de separação, porém com a adição de solução saturada de NaCl, retirando-se a fração de Hexano, adicionou-se Na2SO4 anidro e foi feita a filtração da solução, para por fim ser secada em evaporador rotatório, inserida em um balão de fundo redondo. O material extraído foi pesado e calculado o rendimento. Laboratório de Química Orgânica I Página 5 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES No experimento realizado, obteve-se um valor de 460 mg do (7E)-Dodecan-1-ol, o que tinha sido utilizado 500mg para extração, com isso podemos observar um rendimento de cerca de 92%. De acordo com Hackbart (2007), conforme citado por Lopes (2012), O valor do coeficiente de partição deve ser sempre maior que 1, pois assim a fração do componente i a ser extraído será maior na fase rica em solvente de extração, do que na fase em que se deseja a menor quantidade possível de soluto. Portanto, quanto maior for o valor do coeficiente de partição, melhor é a migração do soluto para a fase de extração. Assim, com o alto valor de rendimento obtido, podemos determinar que o valor do coeficiente de partição é essencial para uma boa extração, levando em conta que o soluto irá migrar para o solvente de maior afinidade, além disso, outro fator que corroborou para uma boa extração foi a realização de sucessivas extrações em seguida da outra, pois assim aumentamos a eficiência da técnica, e conseguimos extrair materiais que porventura tenham permanecido na matriz aquosa, para a viabilidade da extração utilizada, é normalmente necessário de 1 a 8 estágios de repetição. (OLIVEIRA, 2019, apud PERRY E GREEN, 2008). Além de tudo, ao final dos resultados obtidos, foi possível recuperar o solvente orgânico utilizado, através de rotaevaporação, onde purificamos totalmente nosso analito, separando-o assim do hexano usufruído anteriormente. 5. CONCLUSÃO Laboratório de Química Orgânica I Página 6 Através do experimento realizado, além de técnicas usufruídas, foi possível observar minuciosamente o funcionamento e etapas de uma extração líquido-líquido, outrossim a utilização de equipamentos como rotaevaporador. Através dos resultados obtidos do composto extraído, pode-se ter um bom resultado de rendimento, ademais a isso, como previsões futuras podemos caracterizar o (7E)-Dodecan-1-ol por variadas técnicas, dentre elas: Espectroscopia de Massas, Ressonância Magnética Nuclear, etc. 6. REFERÊNCIAS MACHADO, Alex Barreto. Estudos do Processo de Extração Líquido-Líquido para a Purificação do Ácido Acrílico. 2007. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/267256/1/Machado_Alex Barreto_M.pdf. Acesso em: 08 jul. 2021. PANDO, Cláudia Raquel Fernandes. Estudos de Solubilidade e Coeficientes de Partição de Compostos de Relevo Ambiental. 2019. Disponível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/21095/1/pauta-relatorio-11.pdf. Acesso em: 08 jul. 2021. QUEIROZ, Sonia C. N.; COLLINS, Carol H.; JARDIM, Isabel C. S. F.. MÉTODOS DE EXTRAÇÃO E/OU CONCENTRAÇÃO DE COMPOSTOS ENCONTRADOS EM FLUIDOS BIOLÓGICOS PARA POSTERIOR DETERMINAÇÃO CROMATOGRÁFICA. Química Nova, [s. l], v. 01, n. 24, p. 68-76, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/GqB7NmLvrNqNYwVdXqj7hjq/?format=pdf&lang=pt . Acesso em: 10 jul. 2021. LOPES, Flávio Marcio Pereira. ESTUDOS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO NA EXTRAÇÃO DE POLIAROMÁTICOS. 2012. Disponível em: Laboratório de Química Orgânica I Página 7 https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11811/1/ESTUDOS%20DE%20 EQUIL%C3%8DBRIO%20L%C3%8DQUIDO-L%C3%8DQUIDO%20NA%20EX TRA%C3%87%C3%83O%20DE%20POLIAROM%C3%81TICOS%20-%20diss erta%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021. OLIVEIRA, Katherine Carrilho de. PROCESSOS DE OXIDAÇÃO E EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO UTILIZANDO TENSOATIVOS PARA REMOÇÃO DE ENXOFRE DO DIESEL. 2019. Disponível em: http://www.nupeg.ufrn.br/documentos_finais/teses_de_doutorado/teses/katherinedout.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021. Laboratório de Química Orgânica I Página 8 QUESTIONÁRIO: 1. O que é coeficiente de partição? O coeficiente de partição (k) é definido como a relação das concentrações da substância em um solvente orgânico e em água, dado que ambos os solventes são necessariamente imiscíveis 2. O que acontece se a torneira do funil de separação for aberta e a tampa for mantida fechada? A pressão interna em dado momento não permitirá mais a saída do solvente pela torneira, sendo necessário assim, abrir a tampa superior do funil. 3. Um composto X tem KD 4 entre os solventes A e B. Considere que as extrações são feitas com quantidades iguais de cada solvente: a. Qual é a proporção do composto X dissolvido em cada solvente depois da primeira extração? 80% b. E da segunda? 16% dos 20% restantes, totalizando 96% c. Quantas extrações são necessárias para que 99% de X passe para o solvente A? 3 extrações 4. Por que se coloca Na2SO4 à fase orgânica depois da extração? Para absorver em seus retículos cristalinos qualquer molécula de água que possa ter ficado na fase orgânica. 5. O composto usado na prática foi um álcool primário com 12 átomos de carbono. Você esperaria que outro composto da mesma classe, mas com 4 átomos de Laboratório de Química Orgânica I Página 9 carbono, tivesse rendimento de extração, nas mesmas condições, maior ou menor do que o obtido no presente experimento? Justifique sua resposta. Analisando o tamanho da cadeia carbônica, ou seja, sua parte hidrofóbica e apolar, que não é solúvel em água, podemos perceber que o dodecano por ter 12 carbonos proporcionou um maior rendimento devido sua cadeia ser maior, sendo assim mais insolúvel em água, Já um composto de mesma classe com 4 carbonos, tendo uma cadeia menor, é mais solúvel em água, portanto na extração líquido - líquido, teríamos um menor rendimento para ele, por ter uma parte apolar (hidrofóbica) menor. 6. Na prática demonstrada, a fase orgânica (hexano) fica acima e a aquosa, abaixo, no funil de separação. O que aconteceria de se, no lugar de hexano, fosse usado diclorometano? Por quê? Diclorometano ficaria abaixo da água, pois é mais denso que a mesma. Laboratório de Química Orgânica I Página 10
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