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Conceitos básicos de anatomia veterinária: Pele, fáscia e tecido adiposo

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@mskellynunes
Conceitos básicos de anatomia veterinária
Pel�, fásci� � tecid� adip��
A pele (cútis) recobre o corpo e o
protege de injúrias. Desempenha
papel importante no controle da
temperatura corpórea e permite que o
animal responda a vários estímulos
externos graças a suas muitas
terminações nervosas. Existem
diversas modificações cutâneas locais.
Apresenta espessura e flexibilidade
muito variáveis, tanto entre as
espécies quanto no mesmo animal. É
naturalmente mais espessa em
animais de grande porte (embora sem
constante proporção a seu tamanho) e
áreas mais expostas. Embora a pele
tenda a ser moldada pelas estruturas
subjacentes, forma pregas e cristas
que aumentam a área de contato de
determinados locais, permitindo
alterações posturais e dissipação de
calor.
A pele é composta pela epiderme,
externa, e pela derme, interna, e, na
maioria dos casos, repousa sobre um
tecido conjuntivo frouxo, conhecido
como tecido subcutâneo, hipoderme
ou fáscia superficial.
Bloco de pele. 1, Epiderme; 2, derme; 3, tela
subcutânea; 4, glândula sebácea; 5, músculo eretor
do pelo; 6, glândula sudorífera; 7, folículo piloso;
8, redes arteriais.
A epiderme é um epitélio escamoso
estratificado e sua espessura
corresponde ao uso extremo, como
mostram os coxins palmares e
plantares de cães e gatos. Essa
camada sofre muitas modificações,
como o surgimento de glândulas
sebáceas e sudoríferas, bastante
disseminadas, e de pelos. As
glândulas sudoríferas são muito
importantes para a perda de calor por
evaporação superficial, mas também
atuam de forma secundária na
eliminação de resíduos. As glândulas
sebáceas produzem uma secreção
oleosa que torna a superfície
impermeável à água e confere um
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
@mskellynunes
brilho característico a áreas
relativamente desprovidas de pelos,
como a virilha. O pelame,
característica exclusivamente
mamífera, confere proteção mecânica
e é um isolante térmico. O pelame
também tende a ser disseminado.
A derme, composta principalmente
por tramas de fibras de tecido
conjuntivo, é a matéria-prima do
couro. É presa à epiderme por papilas
interligadas, mais pronunciadas onde
o desgaste natural pode causar
fissuras. Na maioria dos casos, a pele
se move com facilidade sobre os
tecidos subjacentes; tal característica
facilita o esfolamento de carcaças. A
derme é mais aderida nos poucos
lugares onde recobre fáscias mais
rígidas; bons exemplos disso são o
escroto e os lábios. Há certo risco de
lesão por pressão quando a derme é
moldada sobre proeminências ósseas,
onde o desenvolvimento eventual de
bolsas sinoviais é mais comum.
Diferentemente da epiderme, a derme
é bem suprida por vasos sanguíneos
e nervos cutâneos.
O tecido conjuntivo que separa e
envolve as estruturas de importância
mais evidente é genericamente
denominado fáscia; muitos de seus
acúmulos maiores, em especial
aqueles de natureza laminar, possuem
nomes específicos. A fáscia tem
funções importantes, já que
normalmente surge em cirurgias.
A fáscia superficial (tela subcutânea)
é um tecido frouxo (areolar) bastante
disseminado abaixo da pele dos
animais que possuem pelame. Um
tecido similar envolve muitos órgãos
profundos e, em ambas as situações, a
fáscia frouxa permite que estruturas
vizinhas mudem de forma e se movam
facilmente umas contra as outras. Sua
lassidão varia de acordo com a
quantidade de fluido que possui e
pode indicar a presença de algum
problema de saúde. A fáscia
superficial é um dos principais locais
de armazenamento de gordura. Em
espécies desprovidas de pelos, a
gordura forma uma camada contínua,
o panículo adiposo.
A fáscia profunda é geralmente
organizada em lâminas fibrosas muito
mais resistentes. Uma camada abaixo
da fáscia superficial se estende pela
maior parte do corpo e se funde às
proeminências ósseas. Em muitos
locais, emite septos que penetram
entre os músculos, envolvendo-os
individualmente ou em grupos; às
vezes, o periósteo, revestimento
fibroso dos ossos, participa do
delineamento desses envoltórios. A
divisão em compartimentos fasciais ou
osteofasciais é bastante proeminente
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
@mskellynunes
no antebraço e na perna e atua na
circulação, auxiliando o retorno do
sangue e da linfa ao coração. A
contração dos músculos pressiona as
estruturas, como as veias com valvas,
contidas em suas paredes inflexíveis
para levar o sangue para o coração.
Por causa disso, a paralisia muscular e
a inatividade prolongada podem
provocar a estase*(estagnação) do
fluxo de sangue e linfa. As artérias e
os nervos cujas funções não podem
ser auxiliadas pela compressão
geralmente trafegam por pequenos
túneis no interior dos septos.
Compartimentos osteofasciais do antebraço de
cavalo. 1, Fáscia superficial; 2, veia cefálica; 3,
rádio; 4, septos de fáscia profunda envolvendo
músculos individuais ou grupos musculares; 5,
fáscia profunda. (A direção cranial [Cr.] e a direção
medial [Med.] são indicadas em secções
transversais dos membros).
Uma vez que a fáscia densa é
relativamente impermeável, ela
determina a direção tomada pelos
fluidos dispersos, como o pus, que, às
vezes, segue pela lâmina fascial antes
de irromper em local distante de sua
origem. Os cirurgiões exploram a
resistência da fáscia profunda para a
ancoragem segura de suturas e seus
planos de clivagem para acesso
cirúrgico a porções mais profundas
com sangramento mínimo.
Em sua maioria, os depósitos de
gordura (tecido adiposo) podem ser
considerados primariamente reservas
alimentares. Pequenas quantidades de
gordura estão amplamente
distribuídas pelo corpo, mas a maior
parte está em três ou quatro lugares:
na fáscia superficial; entre os
músculos e em seu interior; abaixo
do peritônio (a delicada membrana
que reveste a cavidade abdominal); e
nas cavidades medulares dos ossos
longos. Os depósitos subcutâneos de
tecido adiposo ajudam a moldar os
contornos corpóreos, geralmente com
diferenças específicas e de gênero
quanto à localização e
desenvolvimento. Animais adaptados
a habitat quentes tendem a
apresentar depósitos localizados (p.
ex., o cupim dos zebuínos, as corcovas
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
@mskellynunes
dos camelos, as caudas dos ovinos),
deixando que o restante da superfície
corpórea perca calor para o ambiente.
Alguns depósitos de gordura, como
aquele envolto em uma rede fibrosa
nos coxins de cães, funcionam como
amortecedores mecânicos. A gordura
com função mecânica geralmente
resiste à mobilização durante o jejum.
As diferenças na natureza química e
física da gordura podem refletir tanto
a dieta quanto fatores genéticos
específicos. A gordura de equinos e de
bovinos de raças desenvolvidas nas
Ilhas do Canal (Jersey, Guernsey e
Alderney) é amarela; a de ovinos,
firme e branca; e a de suínos, macia e
acinzentada. Deve-se lembrar também
que, à temperatura corpórea, a
gordura é mais macia (semifluida) do
que quando exposta a ambientes mais
frios.
Todas as considerações feitas se
referem ao tecido adiposo comum.
Uma segunda categoria, a gordura
marrom, tem distribuição temporal e
espacial muito mais restrita. Possui
estrutura, função e coloração
diferentes. Nas espécies domésticas, é
encontrada principalmente durante os
períodos fetal e neonatal; em animais
silvestres, é mais proeminente em
espécies que hibernam. O adipócito
marrom contém numerosas gotículas
menores e uma quantidade muito
maior de mitocôndrias. O tecido é
ricamente vascularizado. Assim, nos
dois grupos em que é encontrado, há
uma fonte imediata de calor,
igualmente útil em neonatos com
termorregulação imperfeita e em
animais que hibernam e devem
acordar rapidamente após o sono
profundo do inverno.
Células de tecido adiposo branco (à esquerda) e
marrom (à direita). No tecido adiposo branco, um
único vacúolo grande de gordura desloca o
citoplasma e o núcleo para a periferia da célula.
Pequenos vacúolos de gordura são uniformemente
distribuídos pelas células do tecido adiposo
marrom. 1, Núcleos; 2, vacúolos de gordura; 3,
capilares.
Referência: Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.

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