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1 PLANEJAMENTO TRIBUTARIO: A Importância do Planejamento Tributário nas Empresas. 1Danilo Gallo dos Santos 2Edson Alves Feitoza 3Tatiane Steluti Silva Gançalves Profª (UNIJALES) UNIJALES - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES - CIÊNCIAS CONTÁBEIS RESUMO O Sistema Tributário Brasileiro apresenta uma característica perversa, pois quase metade de sua arrecadação incide sobre o consumo, que atinge toda a população, exercendo um peso muito maior sobre as pessoas com menos recursos. Assim, a carga tributária no Brasil é extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física. Os empresários e executivos estão cientes de que o gerenciamento das obrigações tributárias já não pode ser considerado uma necessidade quotidiana, mas algo estratégico dentro das organizações. E sendo assim, as empresas necessitam de um planejamento tributário criterioso e criativo, pois este é o instrumento mais eficaz na obtenção de um melhor resultado numa economia tão instável como a brasileira. PALAVRAS CHAVE : Contabilidade; Sistema Tributário Nacional; Tributos; Opções Tributárias e Planejamento Tributário. 1 Danilo Gallo dos Santos (Discente de graduação em Ciências Contábeis – Unijales) . E – mail: danilo_adm2008@hotmail.com 2 Edson Alves Feitoza (Discente de graduação em Ciências Contábeis – Unijales) . E – mail: edson.alves.feitoza@hotmail.com 3 Tatiana Steluti Silva Gançalves ( Docente . Pós Graduada em Gestão de Negócios e Controladoria, graduada em Ciências Contábeis.) E – mail: steluti.silva@hotmail.com 2 1 – INTRODUÇÃO O presente trabalho discutiu a urgente mudança do Sistema Tributário Brasileiro e a adoção de novos mecanismos para a simplificação das rotinas tributárias. Redução de custos é a estratégia mais empregada nos dias atuais, em todo o mundo globalizado. Sabemos que: O governo existe para promover o bem comum, administrando as diferenças entre os habitantes do país, de um estado, de uma cidade. Para tal, cobra (de forma compulsória) tributos de toda a sociedade, para realizar essa administração. Por isso é que o Sistema Tributário é uma poderosa ferramenta contra a desigualdade social e a melhoria na distribuição de renda. O Sistema Tributário Brasileiro apresenta uma característica perversa, pois quase metade de sua arrecadação incide sobre o consumo, que atinge toda a população, exercendo um peso muito maior sobre as pessoas com menos recursos. Mas este modelo vem de longa data, tendo sido agravado com a Constituição de 1988, que redistribuiu uma quantidade maior de recursos para estados e municípios. (FABRETTI, 2005, p.13) Desde o Plano Real, a carga tributária tem aumentado de forma significativa e os tributos alcançam valores cada vez mais exorbitantes, fazendo-se notória a insatisfação popular. Os recursos gerados pelo recolhimento desses tributos deveriam ser utilizados de forma a atender às demandas sociais, já que o Brasil compreende uma das cargas tributárias mais elevadas e um dos sistemas tributários mais complexos do mundo; contudo, não é o que acontece. Assim, as empresas passam a ser obrigadas a buscarem novas estratégias para otimizarem as atividades empresariais, nas quais se inclui a racionalização dos gastos tributários. Essa reflexão sobre os gastos tributários ocorrerá através de um planejamento, que irá promover o direito da empresas em optarem por alternativas menos onerosas permitidas por lei. Saudoso tributarista Nilton Latorraca, citado por Martins, descreve: Costuma-se, então, denominar de Planejamento Tributário a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis. O objeto do planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal. (LATORRACA, 2000 apud MARTINS et al., 2005, p. 39). 3 Desta forma, o planejamento tributário busca proporcionar as empresas, procedimentos tributários legais que sustentem sua permanência no mercado cada vez mais competitivo. No primeiro capítulo, será abordada a evolução histórica da Contabilidade Tributária no Brasil, bem como a criação do Sistema Tributário Brasileiro (STB) e a definição dos tributos. No segundo capítulo, será feita uma análise das formas de tributação nas empresas e a importância do planejamento tributário das mesmas. 1.2 - Justificativa A Carga tributária no Brasil é extremamente elevada, principalmente sobre a pessoa jurídica. Os empresários e executivos precisam ter consciência de que o gerenciamento das obrigações tributárias já não pode ser considerado uma necessidade quotidiana, mas algo estratégico dentro das organizações. Neste sentido, esta pesquisa justifica-se na medida em que busca destacar a importância do planejamento tributário, como fator fundamental na escolha de alternativas menos onerosas que contribuam para o crescimento e maximização da lucratividade das empresas e também como forma de ampliar o conhecimento dos pesquisadores, empresários e sociedade sobre o assunto abordado. 1.3 - Metodologia Este item descreve a metodologia adotada na presente investigação. Para MARCONI e LAKATOS (2009, p.83) “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. O presente trabalho se trata de uma pesquisa descritiva, os meio utilizados para a sua realização foram à pesquisa bibliográfica, abordando conteúdos que mostre a importância do planejamento tributário para as empresas. De acordo com Gil (2009, p.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis”. 4 Assim, para efeito deste trabalho foi utilizada a pesquisa descritiva, pois identifica e descreve a importância do planejamento tributário nas empresas 2 - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 - Evolução da Contabilidade 2.1.1 - Surgimento da Contabilidade Acredita-se que, a história da contabilidade é tão antiga quanto à origem e evolução do homem desde o inicio das civilizações, evolução esta que se resulta, principalmente, de estudos, pesquisas, descobertas e revoluções. Historiadores acreditam que os primeiros indícios da existência de contas há aproximadamente 4.000 anos a.C. Em função disso: Não é descabido afirmar que a noção de conta e, portanto, de Contabilidade seja, talvez, tão antiga quanto a origem do Homo sapiens.[...] Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. Na invenção da escrita, a representação dos números normalmente tem sido uma precedência histórica. Logo, é possível localizar os primeiros exemplos completos de Contabilidade, seguramente no quarto milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério-babilônica. [...] É claro que a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente,tratava-se de mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. (IUDÍCIBUS, 1997, p. 30). A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Até a Revolução Industrial, no século XVIII, quase só existia a Contabilidade Geral, que desenvolvida na Era mercantilista, estava bem estruturada para servir às empresas comerciais. Para a apuração do resultado de cada período, o mais importante era o levantamento dos estoques físicos. 5 O desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente associado ao surgimento do capitalismo, como forma quantitativa de mensurar os acréscimos ou decréscimos dos investimentos inicias alocados a alguma exploração comercial ou industrial. Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do contador que, para levantar um Balanço e apurar o Resultado, não tinham tão facilmente os dados para atribuir valor aos estoques; o valor das compras na empresa comercial estava substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. 2.1.2 - Contabilidade no Brasil (os tributos no Brasil) Desde que o Brasil foi descoberto, e que os portugueses começaram a se apropriar das terras brasileiras, uma espécie de tributos já eram cobrados de donatários, que administravam suas terras como províncias, e não propriedades privadas. Era o chamado Regime de Capitanias Hereditárias, em que o rei dava essas terras para que os donatários a administrassem como províncias e, em troca, eram cobrados esses tributos, como forma da Coroa portuguesa arrecadar meios financeiros. Podemos inferir, com Oliveira (2005) que a estrutura tributária na época do Império foi mantida após a proclamação da república, mantendo-se até a Constituição de 1934, que introduziu o regime de separação de fontes tributárias, com discriminação dos impostos de competência da União e dos estados, e quando começou a cobrança dos impostos internos sobre produtos. Logo após, veio a Constituição de 1946, que trouxe importantes mudanças para o sistema tributário, que objetivou aumentar a receita dos municípios com a criação do sistema de transferência de impostos. Oliveira (2005) ainda cita a Reforma Tributária dos anos 1960, a última realizada no Brasil, que inovou o sistema tributário brasileiro e o simplificou. Foram cridos o ICM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). E mais importante que esta, foi a Constituição de 1988, que é a atual Constituição Brasileira, que trouxe mudanças, principalmente, na redistribuição dos recursos entre os entes federativos. 2.2 - Sistema Tributário Brasileiro 6 2.2.1 - Conceito O Sistema Tributário é: [...] o conjunto de tributos ou de normas tributárias caracterizado pela união e conexão, mais ou menos conseqüente, dessas normas, que disciplinam o exercício do poder impositivo. É a totalidade de tributos arrecadados no país. Conjunto de regras jurídicas que disciplinam o exercício do poder impositivo pelos diversos órgãos aos quais a Constituição Federal atribui a competência tributária. (ALBUQUERQUE, 1997, p. 39). O Art. 145, § 1º da Constituição Federal, dispõe que: § 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. (CTN, 2005, p.72). Vale ressaltar que o Brasil possui um Sistema Tributário Constitucional, ou seja, as normas fundamentais e gerais do Direito Tributário Brasileiro são formadas por princípios constitucionais. 2.2.2 - Conceitos fundamentais 2.2.2.1 - Obrigação tributária Consiste na obrigação dos cidadãos para com o Estado de pagar devidamente os tributos exigidos por ele. A obrigação tributária: É o poder jurídico por força do qual o Estado, sujeito ativo, pode exigir de um particular, que é o sujeito passivo, uma prestação positiva ou negativa (objeto da obrigação), nas condições definidas pela Lei Tributária (causa da obrigação). A obrigação tributária é uma obrigação de direito público. (ALBUQUERQUE, 1997, p. 53). 7 De acordo com o art. 113 do CTN “a obrigação tributária é principal ou acessória”. Em seu parágrafo 1º, menciona que a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação acessória inserida no parágrafo 2º, decorrente da legislação tributária tem por objeto as prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Assim, a obrigação tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado com o particular. 2.2.2.2 - Fato gerador É a hipótese que origina a obrigação tributária. Fato gerador “é o fato, conjunto de fatos ou estado de fato ao qual o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado.” (FALCÃO, 1987, apud ALBUQUERQUE, 1997). 2.2.2.3 - Competência Tributária O CTN dispõe sobre a Competência Tributária: Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Quanto ao tipo de competência da atribuição tributária, temos a competência: Comum: art. 145 da Constituição Federal - possibilidade de cada entidade - União, Estados e Municípios - impor os mesmo tributos, guardando, entretanto, o vínculo entre o tributo e o serviço prestado ou a atividade exercida. Ex: taxas e contribuições de melhoria. Privativa: a nossa Lei Maior atribui nominalmente a cada uma das entidades políticas a sua competência exclusiva: Competência da União (IR) - arts. 149 e 153 da Constituição Federal; Competência dos Estados (ICMS, IPVA) - art. 155 da Carta Magna; Competência dos Municípios (IPTU) - art. 156 da Lei Maior. Residual: art. 154, I do mesmo diploma legal - Competência para criar outros impostos que não estejam previstos. A União tem competência residual para criar outros tributos além daqueles que estão relacionados ao art. 153 da Constituição Federal, desde que não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos aos previstos no mesmo texto constitucional em seus arts. 155 e 156, não podendo ser 8 cumulativos e cobrados pela União por pertencerem à competência tributária dos Estados e Municípios. Extraordinária: art. 154, II da Constituição Federal. Impostos extraordinários. Exemplos: guerra externa e sua iminência ou calamidade pública. (ALBUQUERQUE, 1997). 2.3 - Os Tributos 2.3.1 - Conceito Atualmente o Estado possui dois tipos de receita: a Receita Originária e a Derivada. Os tributos fazem parte da Receita Pública Derivada, ou de Direito Público, que é arrecadada mediante o emprego da soberania do Estado do patrimônio de particulares. Segundo o art. 3º do CTN, o tributo é: “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.(CTN, 2005, p. 1). Eles são classificados em: impostos, taxas e contribuição de melhoria. Os tributos, definidos e modificados apenas por lei, entram em vigor antes do início do exercício financeiro, sempre no ano seguinte de sua criação. Quanto à vigência dos tributos, o art. 104 do CTN define: Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses à incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no art. 178. (CTN, 2005, p. 19) 2.3.2 - Classificação dos tributos 2.3.2.1 - Impostos Os impostos são: 9 [...] receitas públicas cobradas pelo Estado ao particular, pelo exercício de uma atividade em que se visa, exclusivamente, ao interesse público em geral, sendo meramente acidental qualquer vantagem que decorra para o particular. O imposto é uma contribuição obrigatória, devida pelo cidadão, para permitir ao Estado a execução de serviços que lhe possibilitem cumprir suas finalidades. O imposto destina-se a cobrir as necessidades públicas gerais, sem que se possa determinar o grande interesse que cada um tenha, individualmente, na existência do serviço como, por exemplo, despesas do Exército, da Marinha, como o funcionalismo público, cobertas pelo imposto. (ALBUQUERQUE, 1997, p. 31). Ainda de acordo com o CTN (2005, p. 4) “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Eles podem ser classificados em impostos federais, estaduais ou municipais. 2.3.2.1.1 - Impostos federais São impostos federais segundo Machado (2006), aqueles que competem à União Federal, entre os quais estão: a) Imposto de importação, também conhecido como “tarifa aduaneira”, “direitos de importação”, “tarifa das Alfândegas”, “direitos aduaneiros”; b) Imposto de exportação; c) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, ou simplesmente imposto de renda (IR); d) Imposto sobre produtos industrializados; e) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, também conhecido como imposto sobre operações financeiras (IOF); f) Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR); g) Imposto sobre grandes fortunas; h) Impostos extraordinários, no caso de iminência ou caso de guerra externa; i) Impostos da competência residual; 2.3.2.1.2 - Impostos estaduais Machado (2006) classifica-os como: a. Imposto sobre heranças e doações; 10 b. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços (ICMS); c. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores; 2.3.2.1.3 - Impostos municipais Ainda de acordo com Machado (2006), são: a. Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU); b. Imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis e direitos a eles relativos; c. Imposto sobre serviços de qualquer natureza 2.3.2.2 - Taxas As taxas são definidas como o: [...] pagamento feito pelo particular ao Estado para atender ao custo de cada serviço, que é executado principalmente no interesse público, mas do qual resulta uma vantagem particular, individual e mensurável para cada cidadão. A competência de cobrança de taxas é comum à União, aos Estados e aos Municípios e esta cobrança vai depender do exercício do poder de polícia e da utilização do serviço público. A taxa é um tributo e, como tal, é uma imposição de soberania do Estado, sendo o seu pagamento obrigatório, pelo menos no valor mínimo, após o requerimento de instalação do serviço feito pelo contribuinte. Os serviços são instituídos em benefício da coletividade, sendo sua utilização facultativa. Exemplo: serviço de água e esgoto. Basta que exista o serviço ou a atividade para que o contribuinte fique obrigado ao pagamento da taxa, ainda que dele não se utilize efetivamente. (SANTIAGO, 2001) E ainda, segundo o art. 77 do CTN: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A Taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. (CTN, 2005, p. 11). A diferença entre as taxas e os impostos é que a primeira é paga antes mesmo de se utilizar de seu serviço, já os impostos são pagos após surgir o fato gerador, ou seja, você utiliza o serviço e, somente depois, paga por ele. Outra diferença é que as taxas são cobradas 11 na medida em que o contribuinte se utiliza do serviço e, os impostos, por sua vez, não podem ser medidos por sua utilização individual. 2.3.2.3 Contribuições de melhorias O art.81 do CTN dispõe: Art.81. A contribuição de melhoria cobrada pela União pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (CTN, 2005, p. 12). Segundo Albuquerque, (1997, p.33), a contribuição de melhoria é “o pagamento feito pelos cidadãos que se beneficiaram pela valorização de seus imóveis, em razão de obras públicas, objetivando o pagamento e o ressarcimento ao Estado do custo dos serviços realizados”. A contribuição de melhoria se difere das taxas, principalmente, pelo fato de que as taxas são cobradas periodicamente e a contribuição de melhoria apenas uma vez, em função do melhoramento de um local específico. 2.3.3 - Classificação dos tributos quanto à sua objetividade Segundo Albuquerque (1997), os tributos também podem ser classificados com base na finalidade com que são criados. Assim, eles são classificados em: a) Fiscais: impostos financeiros, com função fiscal, que visam apenas à arrecadação de receitas para que o Estado cubra as suas despesas; b) Extrafiscais: impostos com fins fiscais e extrafiscais, que tem por objetivo a obtenção de recursos para o Estado, com função política, econômica e social, ou seja, não são exclusivamente criados para suprir as despesas do Estado, mas para intervir na economia e na assistência social. São exemplos de impostos extrafiscais aqueles que são cobrados sobre o cigarro e a bebida alcoólica; 12 c) Parafiscais: impostos com função social, para atender despesas não-essenciais, ligadas à solidariedade para com os grupos e as pessoas individualmente, como, por exemplo, o PIS, PASEP E FGTS. 2.4 - Opções Tributárias Possíveis para as Empresas O artigo 44 do CTN dispõe que a base de cálculo do imposto é o montante real, presumido ou arbitrado, das rendas e proventos tributáveis. 2.4.1 - Lucro real O resultado de uma empresa é apurado através da contabilização de suas receitas e despesas, sendo que o objetivo de qualquer empresa é ter receita maior que despesa, para obter lucro. Assim, o lucro real é aquele realmente apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais. Sobre o lucro real trimestre Pêgas (2006) afirma: O lucro real trimestral representa a tributação sobre o lucro feita a cada trimestre.Então, no mesmo ano fiscal, a pessoa jurídica encerra quatro períodos distintos, sendo devido IR e CSL apenas, a cada três meses e de forma definitiva. Com isso, a empresa é obrigada a efetuar quatro recolhimentos no ano, não sendo necessário acompanhamento mensal, pois a exigência só acontece trimestralmente. (PÊGAS, 2006, p.461) Entende-se que a apuração do lucro real envolve maior complexidade na execução das rotinas contábeis e tributárias, para a completa escrituração das atividades e posterior apuração do lucro real, que é a base para cálculo dos tributos como o Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro das empresas que não podem optar pelo lucro presumido. De acordo com Oliveira (2005) o lucro real é apurado com base na escrituração mercantil das organizações, o que compreende a adoção de um conjunto de procedimentos corriqueiros no ambiente profissional do contabilista, tais quais: rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade; 13 constituição das provisões necessárias; completa escrituração contábil e fiscal; escrituração de um conjunto de livros fiscais e contábeis, incluindo o Registro de Inventário e o Lalur4. Preparação das demonstrações contábeis etc. Desta forma, o Lucro Real é visto por muitas empresas, como uma forma de tributação bastante complicada, uma vez que a sua opção (ou obrigatoriedade) exige mais, em relação à apresentação de documentos de comprovação, como o Balanço Patrimonial (podendo ser realizado no final de cada trimestre ou de cada ano) e o LALUR, e sendo assim, passa a cobrar mais das pessoas jurídicas, que devem ficar atentos as normas e documentos e também exigem dos contadores, que tem o dever de orientar seus clientes sobre todas as vantagens, desvantagens e formas de apuração do Lucro Real. Com relação aos contadores, esses muitas vezes estão despreparados e não sabem como agir e informar seus clientes de maneira correta, mas é claro que não podemos deixar de destacar a absurda quantidade de leis, decretos e resoluções que existem no Brasil, as quais muitas vezes são de difícil interpretação, e por isso acabam se tornando confusas, sem falar que mudam constantemente, ocasionando muitos transtornos para todos que se utilizam dessas leis. 2.4.1.1 - Comparação entre opção trimestral e anual As pessoas jurídicas têm duas opções de enquadramento: a) lucro real trimestral ou b) lucro real anual com antecipações mensais em bases estimadas. Se o contribuinte fizer a opção trimestral, o IRPJ e a CSLL devem ser calculados de acordo com o resultado do lucro liquido obtido no trimestre, sendo os períodos de apuração encerrados respectivamente em: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. É interessante salientar que o lucro real do trimestre não se soma ao prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário, o prejuízo fiscal de um trimestre só poderá deduzir até o limite de 30% do lucro real dos trimestres seguintes. Segundo Pegas (2006, p.461), “o lucro real trimestral representa a tributação sobre o lucro feita a cada trimestre. Então, no mesmo ano fiscal, a pessoa jurídica, encerra quatro períodos distintos, sendo devidos IR e CSL apenas a cada três meses e de forma definitiva”. 14 Dessa forma, a empresa é obrigada a efetuar quatro recolhimentos ao ano, não sendo necessário acompanhamento mensal, visto que a exigência só acontece trimestralmente. Ademais, a empresa se desejar, poderá parcelar o IR e CSL devidos em até três cotas iguais e sucessivas, nas mesmas regras adotadas para o lucro presumido. A opção do lucro real anual refere-se ao pagamento mensal, calculado com base no faturamento, e de acordo com um percentual de lucro estipulado pelo Governo Federal. Nesse modelo aplicam-se as alíquotas do IRPJ e CSLL. 2.4.1.2 - Lucro estimado A apuração da Receita Federal – SRF exige das empresas que optam pelo lucro real o pagamento do imposto de renda e da contribuição social mensalmente através de antecipação mensal. Esta antecipação pode ser feita de duas formas: por estimativa, com base nas receitas, numa base muito similar ao lucro presumido; ou através do lucro real, pelos balancetes de suspensão ou redução. O cálculo do imposto de renda e da contribuição social por estimativa segue a mesma estrutura do lucro presumido, ou seja, são aplicados percentuais específicos sobre a receita bruta, exceto os rendimentos ou ganhos tributados, como os de aplicações financeiras, que são acrescidos apenas na base da CSL. Os percentuais que devem ser aplicados sobre a receita bruta para calculo do IRPJ são os que constam no art.15 § 1º da Lei 9.249/1995, e da CSLL os que constam no artigo 22 da Lei 10.684/2003. 2.4.2 - Lucro presumido O lucro presumido se diferencia do lucro real, visto que se trata de uma presunção por parte do fisco do que seria o lucro das organizações caso não houvesse a contabilidade. Assim, facilita a apuração da base de cálculo para algumas empresas, para apuração e recolhimento dos tributos de imposto de renda e contribuição social. O lucro presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável de IR e CSL. Com isso, estes tributos 4 O Livro de Apuração do Lucro Real, conhecido como LALUR, é um livro eminentemente fiscal, cujo objetivo principal é demonstrar a passagem do lucro contábil para o lucro fiscal. 15 são calculados através de um resultado estimado, encontrado através de percentuais definidos pela lei. (PÊGAS, 2006, p.466) A apuração do Lucro Presumido é realizada trimestralmente, sendo encerrados, portanto, os períodos de apuração em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. Atualmente o Lucro presumido é o sistema mais utilizado pelas empresas, no entanto, algumas delas optam por este sistema de maneira errônea, muitas vezes influenciada pelos seus contadores que, além de não informarem suficientemente as vantagens e as desvantagens da opção, não realizam uma analise na empresa para saber qual a forma menos onerosa para aquela empresa em questão e como conseqüência o empresário acaba pagando mais impostos devido à má informação por parte de seus contadores e até administradores que não realizam um planejamento tributário, que alias não é apenas um direito garantido pela CF/ 88 mais sim um dever imposto pela Lei 6404/76, onde se lê: Art.153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios. A explicação da influência existente por parte dos contadores e administradores sobre os empresários, para a escolha pelo Lucro Presumido, pode ser explicada por que a tributação baseada neste sistema é considerada mais simplificada e, portanto exige menos do contador na hora de realizar a contabilidade em si, e exige menos até da empresa, já que o fisco não exige escrituração contábil para empresas optantes pelo Lucro Presumido. Porém as pessoas que estão se deixando influenciar sem tomar conhecimento necessário, correm o risco de terem grandes prejuízos. Nos arts. 516 a 528 do Decreto nº. 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), o lucro presumido apresenta suas regras básicas. Contudo, o lucro presumido não apresenta uma forma de tributação obrigatória, podendo o contribuinte, se assim desejar, ser tributado pelo lucro real, mesmo com valor de receita bem reduzido. A priori todas as empresas podem optar pelo lucro presumido. As empresas obrigadas ao lucro real são aquelas enquadradas nos seguintes casos, de acordo com o artigo 14 da Lei 9.718de 27 de Novembro de 1998 determina essas situações: 16 I – “Cuja receita bruta total, na ano-calendario anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), multiplicado pelo numero de meses de atividade do ano- calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses;”. II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII – que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Lei nº 12.249/2010, art. 139, inc I, d). 2.4.2.1 - Comparativo tributário entre lucro real e lucro presumido Abaixo, demonstramos a comparação de impostos federais, entre uma empresa optante pelo Lucro Real e a optante pelo Lucro Presumido, durante o exercício de 2007. LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO IMPOSTO DE RENDA - IRPJ 15% S/ LUCRO LÍQUIDO =Total das Receitas - Total das Despesas dedutíveis e permitidas. IMPOSTO DE RENDA - IRPJ 15% S/ o Lucro Presumido calculado da seguinte forma: 8% para Indústria e/ou Comércio, 16% para Transportes e 32% para prestadoras de serviços. PIS/PASEP 1,65% sobre o faturamento total (vendas + serviços + receitas financeiras, etc.). PIS/PASEP 0,65% sobre o faturamento total (vendas + serviços + receitas financeiras, etc.). COFINS 7,6% sobre o faturamento total (vendas + serviços + receitas financeiras, etc.). Não COFINS 3% sobre o faturamento total (vendas + serviços + receitas financeiras, etc.). 17 cumulativo no caso de empresas industriais e comerciais. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CSLL 9% S/ LUCRO LÍQUIDO =Total das Receitas - Total das Despesas dedutíveis e permitidas. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CSLL 1,08% sobre o faturamento de comércio e indústria 2,88% sobre o faturamento da prestadora de serviços (exceto serv. hospitalares, transp. cargas e passageiros que é de 1,08%).* IMPOSTO DE RENDA - ADICIONAL 10% aplicado sobre a diferença, quando o lucro líquido ultrapassar a r$ 60 mil no trimestre. Imposto de Renda - adicional 10% aplicado sobre a diferença, quando o lucro presumido ultrapassar a r$ 60 mil no trimestre. Quadro 1 - Impostos Federais: Lucro Real x Lucro Presumido Fonte: Disponível em http://www.ecin.com.br/realpresumido.html. Acesso em 19 jul. 2008. Após apurado o valor a recolher do PIS/PASEP e COFINS no lucro real, os percentuais de 1,65% e 7,6% aplicados sobre as Notas Fiscais de entrada de insumos e materiais para revenda (e de despesas de energia elétrica para indústrias), podem ser descontados dos valores a pagar. A partir de setembro/2003, a base de cálculo da Contribuição - CSLL corresponde a 32% da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano- calendário, para as pessoas jurídicas que exerçam as seguintes atividades (art. 22 da Lei nº 10.684/2003): a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares, transportes de cargas e passageiros; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria científica, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); e) serviços de profissão regulamentada; f) construção por administração ou por empreitada, com fornecimento unicamente de mão-de-obra. 18 2.4.3 - Lucro Arbitrado O artigo 530 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999) detalha as hipóteses em que o lucro da pessoa jurídica será arbitrado: Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º): I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido; V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398); VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. (Regulamento do Imposto de Renda, art. 530, Decreto 3.000/99) O lucro pode ser arbitrado pela própria pessoa jurídica, quando conhecida sua receita bruta e em caso excepcional, fortuito. A maior freqüência de arbitramento de lucro por iniciativa do fisco ocorre por falta de contabilização das operações bancárias referentes a depósitos e emissões de cheques. Existem duas formas para arbitramento de lucro: quando conhecida à receita bruta e quando esta não for conhecida. Na hipótese da receita bruta ser conhecida, o lucro arbitrado será determinado mediante a aplicação sobre ela, dos percentuais utilizados no lucro presumido, acrescido de 20%. Dessa forma uma empresa comercial que tenha seu lucro arbitrado, deverá chegar à base de cálculo do IR, aplicando sobre a receita bruta o percentual de 9.6%, referentes aos 8% da atividade mais 20% sobre 8%, que dá 1,6%. As empresas utilizam 38,4% (32% mais 20% sobre 32%, que dá 6,4%). As instituições financeiras devem aplicar o percentual de 45%. De acordo com Pegas (2006) quando a receita bruta não for conhecida, o fisco admite a utilização de uma entre oito alternativas conhecidas: 19 a) 1,5 do lucro relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração, atualizado monetariamente. Caso o lucro real seja decorrente do período-base anual, o valor que será a base para o arbitramento será proporcional ao número de meses do período-base considerado; b) 0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável em longo prazo e permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente; c) 0,07 do valor do capital, incluindo aí a correção monetária do balanço que era contabilizada como reserva de capital,constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado monetariamente; d) 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente; e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês; f) 0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem; g) 0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados; ou h) 0,9 do valor mensal do aluguel devido. A partir de 01 de janeiro de 1997, conforme o artigo 535 do RIR, os índices devem ser multiplicados pelo número de meses do período de apuração. 2.4.4 - Simples Nacional Na Constituição Federal de 1988, o artigo 179 menciona que: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresa e às empresa de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Ademais, o assunto foi regulamentado na Lei nº 9.841/99, onde foi instituído o estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, onde assegura tratamento jurídico diferenciado e simplificado nos campos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. A Lei complementar 123/2006 instituiu o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte: O Simples Nacional. 20 Assim, a Lei 9.841/99, que tratava da microempresa e da empresa de pequeno porte, agora foi revogada pela Lei Complementar 123/06, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (art. 1º). Denomina-se estatuto, em linguagem técnica-jurídica, qualquer lei que disciplina direitos e deveres de uma específica categoria de determinadas pessoas. Para que tal lei possa ser aplicada Sales (2007) afirma que é necessário estabelecer o que é microempresa e o que é empresa de pequeno porte. A definição é dada pelo art. 3º da Lei Complementar 123/06, e tem relação direta com o faturamento da empresa: consideram-se microempresa ou empresa de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples ou o empresário individual, sendo que: - Microempresa é a empresa que tem receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00; - Empresa de pequeno porte é a que tem receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e inferior ou igual a R$ 2.400.000,00. Somente os empresários, as sociedades empresárias e as sociedades simples que se enquadrem em tais situações serão consideradas microempresa ou empresa de pequeno porte, conforme o caso, e poderão se valer das disposições constantes da Lei Complementar 123/06, em razão do princípio da especificidade. Concluímos que o simples nacional apelidado de supersimples, a partir de 01/07/2007 substituiu o simples federal (lei 9.317/96), e é um regime de arrecadação, de caráter facultativo para o contribuinte. O simples nacional implica o recolhimento mensal, dos seguintes impostos e contribuições inseridos no art. 13, do CTN: Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; II – Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII e XV a XXVIII do § 1o do art. 17 e no inciso VI do § 5o do art. 18, todos desta Lei Complementar; 21 VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. Dessa forma, o simples nacional é uma parte do Estatuto nacional da microempresa e empresa de pequeno porte, também conhecido como lei geral da micro e pequena empresa. Pelo novo regime as empresas com receita bruta anual de até dois milhões e quatrocentos mil reais poderão recolher, em um único documento de arrecadação, uma série de tributos federais, além de um tributo estadual e um tributo municipal, o que significa economia de tempo e de gastos com o recolhimento de cada tributo. 2.5 – Planejamento Tributário 2.5.1 Elisão Fiscal e Evasão Fiscal 2.5.1.1 – Elisão Fiscal Ultrapassado o estudo dos conceitos básicos necessários para o êxito de um bom planejamento tributário, é importante passar à análise da distinção entre evasão (sonegação) fiscal e elisão fiscal (planejamento tributário), vez que há uma sensível distinção entre ambos, que, não raras vezes, confunde o planejamento tributário lícito com a sonegação criminosa. Para Fabretti (2003, p.133), “... a elisão fiscal é lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas na lei.”, sem um bom planejamento tributário e com a crescente e difícil competição no mercado globalizado, as empresas têm que buscarem reduzir os custos mantendo sua permanência no mercado e garantindo um bom retorno para o capital investido. A Elisão fiscal, representa a execução de procedimentos, antes do fato gerador, legítimo, etico, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária, caracterizando assim, a legitimidade do planejamento tributário. Segundo SOUZA apud COÊLHO (1998. p. 174) O Unico critério seguro ( para distinguir a fraudi da elisão ), é verificar se os atos praticados pelo contribuinte para evitar, retardar ou reduzir o pagameento de um tributo foram praticado antes ou depois da ocorrência dos respectivos fatos gerador. Como já citado, muitas vezes a elisão fiscal surge de brechas encontradas na legislação, e por isso mesmo, há defensores de que o sistema tributário deveria ser bem mais simples. Exemplificando essa situação podemos citar uma empresa optante pelo lucro presumido e que tenha faturamento relevante a prazo, é viável optar por calcular e recolher os 22 tributos federais pelo regime de caixa uma vez que assim procedendo somente pagaria pela receita efetivamente recebida. Conforme o International Bureau of Fiscal Documentation – IBFD (1998. P 22 e 101): Elisão Fiscal, Este termo é utilizado para denotar a redução dos encargos tributários por meios legais. Frequentemente é utilizado em sentido pejorativo, como quando é utilizado para descrever a economia de impostos atingida atraves de arranjos artificiais dos negócios pessoais e empresariais, aproveitando as existências das lacunas, anomalias ou outras deficiências no direito tributário. Em contraste com a elisão e a evasão fiscal é a redução de imposto por meio ilícitos. Por outro lado, a elisão fiscal (lícita), é instrumento de maior utilidade, tanto para pessoa natural quanto para jurídica, podendo assumir as seguintes formas. Elisão induzida pela lei: os próprios ordenados jurídico contem disposição no sentido de reduzir a tributação de empresas que atendam a certos requisitos, sendo estes, via de regras, exigida peloprol do interesse nacional ou regional. São os casos de isenção concedida a empresas instaladas em regiões pouco desenvolvidas como, por exemplo, a Zona Franca de Manaus. Elisão por lacuna da lei: esta é típica elisão fiscal, que encontra forte resistência do fisco e de certas correntes doutrinárias. Como a carta magna prevê que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei, a existência da lacuna nesta última possibilita ao contribuinte utilizar-se de eventuais “falhas legislativas” para obter economia de tributos. Diante do princípio da legalidade e especificidade conceitual fechada, informadores do direito tributário brasileiro, será lícita toda conduta que busque a economia de imposto, desde que não vedada pelo legislador. 2.5.1.2 – Evasão Fiscal A Evasão fiscal é o ato ilegítimo que tem por desígnio evitar a tributação, ou seja, é um artifício doloso do qual se vale o agente para subtrair suprimir, reduzir ou retardar a obrigação tributária, geralmente é cometida após o fato gerador. Assim, a evasão consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei ou o regulamento fiscal, tudo com o 23 objetivo final de minorar o peso da tributação, sendo, aliás, uma fraude imperdoável porque o contribuinte burla conscientemente a legislação. È comum casos típicos de evasão a falta de emissão de nota fiscal, a emissão de nota fiscal "calçada" (primeira via com um valor diferente das vias arquivadas na contabilidade), os lançamentos contábeis de despesas inexistentes etc. Alem do mais a evasão fiscal causa enormes prejuízos aos negócios, ao governo e por extensão à sociedade como todo. Trata-se de procedimentos adotado após o fato gerador ocorrido, e nesse campo, por exemplos, destacamos a omissão de registros em livros fiscais próprios, utilização de documentos inidôneos na escrituração contábil e a falta de recolhimento de tributos apurados. Na obra de Contabilidade Tributária de Fabretti (2003), é citado que a evasão fiscal está prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária Econômica e Contra Relação de Consumo (Lei 8.137/90) conforme algumas condutas ilegais, entre elas: I - omitir informações ou prestar declaração falsa a Receita federal; II - fraudar fiscalização tributária inserindo ou omitindo operações de natureza em livro ou documento exigido pela Lei fiscal; e III - falsificar ou alterar nota fiscal. A Evasão Fiscal também é caracterizada pelas seguintes práticas: Sonegação: ocultação (de rendimentos na declaração de imposto de renda,) que leva o pagamento do tributo a menor; Fraude: (má-fé, engano), corresponde a atos tais como adulteração ou falsificações de documentos, através dos quais o contribuinte furta-se ao pagamento de tributos devido por leis; Simulação: Pode ser absoluta (finge-se que não existe) ou relativa, ato jurídico inexistente, ilusório, fictício, ou que não corresponde a uma realidade total ou parcialmente, mas uma declaração de vontade falsa, (dissimilação: sob o ato ou negócio praticado jaz outro negócio, oculto, que corresponde a real vontade das partes). Demonstra a prática de atos ilícitos pelo contribuinte, caracterizando a evasão fiscal, inadmitida e reprimida pelos ordenados jurídicos. È dever do profissional na área contábil, elaborar um ótimo planejamento tributário, para que as autoridades administrativas e judiciárias a investigação, autuação, abertura de inquéritos policiais e processos criminais, quando necessário, para apuração e punição dos que se utilizam os meio ilícitos para lesar a Fazenda Publica. As práticas abusivas (sonegação, fraudes, simulação), devem ser duramente 24 repreendidas pela ação estatal, de modo não prejudicar os demais cidadãos, fazendo valer a prática os princípios da isonomia e capacidade contributiva. 2.5.2 – Planejamento tributário em um âmbito específico O Planejamento tributário tem como relevância atingir as empresa de forma que a mesma trabalhe objetivando lucros e não lesando o fisco, ou seja, tem como fator de análise o tributo e visa identificar e projetar os atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando-se os resultados prováveis, para os diversos procedimentos passíveis de serem adotados, de tal forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da licitude. O planejamento tributário é, na verdade, uma atividade empresarial estritamente preventiva. O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não se poder escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, via de regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico-tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato gerador. A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a empresa à ação punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. A natureza ou essência do Planejamento Tributário consiste em organizar os empreendimentos econômico-mercantis da empresa, mediante o emprego de estruturas e formas jurídicas capazes de bloquear a concretização da hipótese de incidência fiscal ou, então, de fazer com que sua materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais propícios. Para se ter uma noção de como é a carga tributária, no Brasil, Andrade Filho (2009) relata que, existe mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições. Toda a sociedade, direta ou indiretamente, é contribuinte destes encargos. Por exemplo, quando nós compramos uma mercadoria qualquer no supermercado, pode estar embutido no preço até 27,25%, dependendo do Estado em que à compra está sendo feita, em tributos pagos pelo comerciante, somente a título de ICMS, PIS e COFINS. Além disso, em média, 33% do faturamento empresarial são dirigidos ao pagamento de tributos. Do lucro, até 47% vai para o governo. Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada pelos tributos. Assim, imprescindível à adoção de um sistema de economia legal, onde muitos partem para sonegação. 25 Portanto, o planejamento tributário é uma ferramenta que poderá ser utilizada em qualquer ramo empresarial, auxiliando na redução dos encargos diretos, dos custos dos bens e serviços adquiridos ou do montante dos recursos que são necessários para atender a burocracia imposta pelas leis tributárias. Planejamento Tributário é uma atividade técnica – realizada no universo da gestão empresarial da tributação - que visa projetar as atividades econômicas da empresa, para conhecer as suas validas e legítimas alternativas estruturais e formais, assim como suas respectivas obrigações e encargos fiscais, para daí então, mediante meios e instrumentos adequados, avaliá-las com vistas à adoção daquela alternativa que possibilita a anulação, maior redução ou o mais extenso adiantamento do ônus tributário pertinente, e, por outro lado, que se integra harmonicamente à planificação global dos negócios (BORGES, 2004, p.69). O sistema jurídico brasileiro da à oportunidade para o contribuinte a possibilidade de planejar seus atos de forma a escolher a melhor alternativa para não pagar um tributo a mais ou incidir na menor carga tributaria, muitas das vezes, o contribuinte carrega uma carga tributário elevada, devido à falta de conhecimento. A utilização de uma metodologia jurídica preventiva tem auxiliado muitos empresários a ter uma visão geral da administração empresarial, operacional ou estratégica, que se demonstra fundamental para o crescimento, haja vista que um dos aspectos de sustentação dos negócios é a gestão jurídica, que evita passivos desnecessários, levantando os já existentes e encontrando formas corretas de se antecipar os problemas. Planejar os atos que não produzirão tributação, ou que reduzirão a obrigaçãotributária é aberto a todos. Logo, é necessário escolher a maneira legal para se poupar de possíveis problemas. Sendo o mais importante focar que o planejamento tributário não é uma forma de sonegação fiscal, o mesmo propõe atitudes que se realizadas adequadamente reduzirão o valor do tributo. Segundo SOUZA (1997) ‘Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II - das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Como já foi citada no trecho acima a elisão fiscal ocorre antes do fato gerador da obrigação tributaria, já a evasão são medidas ilícitas tomadas após a ocorrência do fato gerador para fugir da obrigação tributária. 26 Obrigação tributária é o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma chamada sujeito ativo (Fisco) e o outro sujeito passivo (contribuinte), que, em vista de esta ultima ter praticado um fato gerador tributário, deve pagar aquela certa quantia em dinheiro denominado tributo. (CASSONE, 2004, p. 276). É importante frisar que o intuito de economizar tributos, além de não ser ilegal, faz-se necessário para sobrevivência das empresas de hoje, tornando a obrigação dos contadores procurarem formas de gerir os negócios de forma que traz rentabilidade, aplicando um planejamento tributário correto, e automaticamente estará atingindo objetivo que é o lucro para as empresas. O estudo do planejamento Tributário concede a fundamentação necessária para aqueles quem desejam desenvolver um planejamento, como forma de minimizar o ônus tributário. No entanto, antes de elaborar um processo, faz-se necessário um prévio 5.1 Considerações Finais Este trabalho verificou alguns aspectos da tributação e analisou o atual sistema tributário brasileiro, buscando fontes para o desenvolvimento de um bom planejamento tributário, visando sempre o lucro. Assumiu a perspectiva teórica de que o sistema tributário possível é diferente de um sistema tributário ideal em razão das restrições políticas, econômicas e de informação a que o governo se submete ao implementar qualquer política. Atualmente tem sido muito discutido a urgência em mudanças no Sistema Tributário Nacional, e conseqüentemente a adoção de novos mecanismos para a simplificação das rotinas tributárias. Redução de custos é a estratégia que mais se ouve ser empregada nos dias atuais, em todo o mundo globalizado. A carga tributária tem aumentado de forma significativa e os tributos alcançam valores cada vez mais exorbitantes, fazendo-se notória a insatisfação popular. Os recursos gerados pelo recolhimento desses tributos deveriam ser utilizados para atender às demandas sociais, já que o Brasil compreende uma das cargas tributárias mais elevadas e um dos sistemas tributários mais complexos do mundo. No Brasil, vivemos com uma carga tributária extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física. Os empresários e executivos estão cientes de que o gerenciamento das obrigações tributárias já não pode ser considerado como apenas uma necessidade quotidiana, mas algo estratégico dentro das organizações. Tendo em vista que, o ponto mais estratégico, é a elaboração de um planejamento tributário criterioso e criativo. 27 Sem dúvida, ele é o instrumento mais eficaz na obtenção de um melhor resultado numa economia tão instável como a brasileira. O Brasil tem uma estrutura tributária muito complexa, com muitos tributos incidentes sobre a mesma base. O problema é especialmente relevante no caso dos tributos indiretos sobre bens e serviços. Enquanto a maior parte dos países tem um ou dois tributos indiretos, o Brasil tem mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições, com grande diversidade de legislações, que estão em permanente alteração e na maioria das vezes essa alteração não é benéfica aos contribuintes. Nosso sistema é complexo, não é neutro e nem transparente e suas principais distorções são causadas pela diversidade dos tributos indiretos sobre bens e serviços. E por causa dessa complexidade no sistema tributário, o contribuinte parte pelo lado da evasão fiscal, fatos ilícitos gerado pelas empresas, para tentar reduzir ou retardar a carga tributária do seu ramo de atividade sendo que muitas das vezes, ocorre a falta de emissão de documento fiscal, para não gerar impostos elevados, e é nesse aspecto que ocorre fraude sonegação ao sistema tributário. Sendo assim poderia entrar em vigor a simplificação do sistema. Atualmente, o mais importante que reduzir é tornar o sistema mais simples, menos complexo. O número de tributos e de normativos é um absurdo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, existem mais de 3.000 normativos em vigor no Brasil referente às normas tributárias. Parece ironia que o Brasil tenha sido um dos primeiros países a implantar uma tributação sobre o valor adicionado na década de 70, quando criou o IPI e o ICM. Contudo, esse sistema acabou sendo transformado em uma fonte de distorções que reduzem a competitividade dos produtos brasileiros e dificultam a operação quotidiana das empresas. Com a Constituição Federal de 1988, houve profundas mudanças no sistema tributário nacional, especialmente em relação à redistribuição dos recursos entre os entes federativos. Ademais teve uma preocupação excessiva com a aplicação dos direitos trabalhistas e previdenciários. Apesar de terem ocorrido essas mudanças nos sistema tributário, ainda não é viável. O ideal seria que o cidadão conseguisse enxergar retorno econômico, ou seja, pagar o tributo e receber o retorno para poder trabalhar e produzir, e é neste foco, onde o planejamento tributário possa entrar em ação, para que a empresa repasse sua contribuição ao governo de forma que não lese o mesmo, e em contrapartida possa seguir em busca de um bom desenvolvimento sem maiores prejuízos e conseqüentemente maior lucro. 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Valéria Medeiros de. Curso de direito tributário simplificado . Belo Horizonte. Inédita, 1997. ANDRADE FILHO, E. O. Planejamento tributário e inteligência empresarial tributária , 2009. Disponível em http://www.apet.org.br/artigos/. Acesso em 15 de maio de 2011. BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento tributário: IPI, ICMS, ISS E IR, economia de impostos e racionalização de procedimentos fiscais. São Paulo: Atlas, 2004. CASSONE, Vittorio. Direito tributário. 16. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. 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