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TCC PLANEJAMENTO TRIBUTARIO - UNIJALES

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1
 
PLANEJAMENTO TRIBUTARIO: A Importância do Planejamento Tributário nas 
Empresas. 
 
1Danilo Gallo dos Santos 
2Edson Alves Feitoza 
3Tatiane Steluti Silva Gançalves Profª (UNIJALES) 
 
 
 
 UNIJALES - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES - CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
RESUMO 
 
O Sistema Tributário Brasileiro apresenta uma característica perversa, pois quase metade de 
sua arrecadação incide sobre o consumo, que atinge toda a população, exercendo um peso 
muito maior sobre as pessoas com menos recursos. Assim, a carga tributária no Brasil é 
extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física. Os 
empresários e executivos estão cientes de que o gerenciamento das obrigações tributárias já 
não pode ser considerado uma necessidade quotidiana, mas algo estratégico dentro das 
organizações. E sendo assim, as empresas necessitam de um planejamento tributário criterioso 
e criativo, pois este é o instrumento mais eficaz na obtenção de um melhor resultado numa 
economia tão instável como a brasileira. 
 
PALAVRAS CHAVE : Contabilidade; Sistema Tributário Nacional; Tributos; Opções 
Tributárias e Planejamento Tributário. 
 
 
 
 
 
1 Danilo Gallo dos Santos (Discente de graduação em Ciências Contábeis – Unijales) . E – mail: 
danilo_adm2008@hotmail.com 
 
2 Edson Alves Feitoza (Discente de graduação em Ciências Contábeis – Unijales) . E – mail: 
edson.alves.feitoza@hotmail.com 
 
3 Tatiana Steluti Silva Gançalves ( Docente . Pós Graduada em Gestão de Negócios e Controladoria, graduada 
em Ciências Contábeis.) E – mail: steluti.silva@hotmail.com 
 
 2
1 – INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho discutiu a urgente mudança do Sistema Tributário Brasileiro e a 
adoção de novos mecanismos para a simplificação das rotinas tributárias. Redução de custos é 
a estratégia mais empregada nos dias atuais, em todo o mundo globalizado. 
Sabemos que: 
O governo existe para promover o bem comum, administrando as diferenças entre os 
habitantes do país, de um estado, de uma cidade. Para tal, cobra (de forma 
compulsória) tributos de toda a sociedade, para realizar essa administração. Por isso 
é que o Sistema Tributário é uma poderosa ferramenta contra a desigualdade social e 
a melhoria na distribuição de renda. 
O Sistema Tributário Brasileiro apresenta uma característica perversa, pois quase 
metade de sua arrecadação incide sobre o consumo, que atinge toda a população, 
exercendo um peso muito maior sobre as pessoas com menos recursos. Mas este 
modelo vem de longa data, tendo sido agravado com a Constituição de 1988, que 
redistribuiu uma quantidade maior de recursos para estados e municípios. 
(FABRETTI, 2005, p.13) 
 
Desde o Plano Real, a carga tributária tem aumentado de forma significativa e os 
tributos alcançam valores cada vez mais exorbitantes, fazendo-se notória a insatisfação 
popular. Os recursos gerados pelo recolhimento desses tributos deveriam ser utilizados de 
forma a atender às demandas sociais, já que o Brasil compreende uma das cargas tributárias 
mais elevadas e um dos sistemas tributários mais complexos do mundo; contudo, não é o que 
acontece. 
Assim, as empresas passam a ser obrigadas a buscarem novas estratégias para 
otimizarem as atividades empresariais, nas quais se inclui a racionalização dos gastos 
tributários. Essa reflexão sobre os gastos tributários ocorrerá através de um planejamento, que 
irá promover o direito da empresas em optarem por alternativas menos onerosas permitidas 
por lei. 
Saudoso tributarista Nilton Latorraca, citado por Martins, descreve: 
 
Costuma-se, então, denominar de Planejamento Tributário a atividade empresarial 
que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos 
administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma 
das opções legais disponíveis. O objeto do planejamento tributário é, em última 
análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o administrador 
obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o 
procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal. (LATORRACA, 2000 apud 
MARTINS et al., 2005, p. 39). 
 
 
 3
 
Desta forma, o planejamento tributário busca proporcionar as empresas, 
procedimentos tributários legais que sustentem sua permanência no mercado cada vez mais 
competitivo. No primeiro capítulo, será abordada a evolução histórica da Contabilidade 
Tributária no Brasil, bem como a criação do Sistema Tributário Brasileiro (STB) e a definição 
dos tributos. No segundo capítulo, será feita uma análise das formas de tributação nas 
empresas e a importância do planejamento tributário das mesmas. 
 
1.2 - Justificativa 
 
A Carga tributária no Brasil é extremamente elevada, principalmente sobre a pessoa 
jurídica. Os empresários e executivos precisam ter consciência de que o gerenciamento das 
obrigações tributárias já não pode ser considerado uma necessidade quotidiana, mas algo 
estratégico dentro das organizações. 
Neste sentido, esta pesquisa justifica-se na medida em que busca destacar a 
importância do planejamento tributário, como fator fundamental na escolha de alternativas 
menos onerosas que contribuam para o crescimento e maximização da lucratividade das 
empresas e também como forma de ampliar o conhecimento dos pesquisadores, empresários e 
sociedade sobre o assunto abordado. 
 
1.3 - Metodologia 
 
Este item descreve a metodologia adotada na presente investigação. Para MARCONI 
e LAKATOS (2009, p.83) “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, 
com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e 
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do 
cientista”. 
O presente trabalho se trata de uma pesquisa descritiva, os meio utilizados para a sua 
realização foram à pesquisa bibliográfica, abordando conteúdos que mostre a importância do 
planejamento tributário para as empresas. 
De acordo com Gil (2009, p.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo 
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o 
estabelecimento de relações entre as variáveis”. 
 4
Assim, para efeito deste trabalho foi utilizada a pesquisa descritiva, pois identifica e 
descreve a importância do planejamento tributário nas empresas 
2 - REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 - Evolução da Contabilidade 
 
2.1.1 - Surgimento da Contabilidade 
 
Acredita-se que, a história da contabilidade é tão antiga quanto à origem e evolução do 
homem desde o inicio das civilizações, evolução esta que se resulta, principalmente, de 
estudos, pesquisas, descobertas e revoluções. Historiadores acreditam que os primeiros 
indícios da existência de contas há aproximadamente 4.000 anos a.C. Em função disso: 
 
Não é descabido afirmar que a noção de conta e, portanto, de Contabilidade seja, 
talvez, tão antiga quanto a origem do Homo sapiens.[...] Entretanto, antes disso, o 
homem primitivo, ao inventar o número de instrumentos de caça e pesca 
disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava 
praticando uma forma rudimentar de contabilidade. Na invenção da escrita, a 
representação dos números normalmente tem sido uma precedência histórica. Logo, 
é possível localizar os primeiros exemplos completos de Contabilidade, seguramente 
no quarto milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério-babilônica. [...] É 
claro que a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da 
moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam 
as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente,tratava-se 
de mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. (IUDÍCIBUS, 1997, 
p. 30). 
 
A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. Há 
indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não 
era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da antiguidade. A atividade de 
troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus 
bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de 
simples registros ou relatórios sobre o fato. 
Até a Revolução Industrial, no século XVIII, quase só existia a Contabilidade Geral, 
que desenvolvida na Era mercantilista, estava bem estruturada para servir às empresas 
comerciais. Para a apuração do resultado de cada período, o mais importante era o 
levantamento dos estoques físicos. 
 5
O desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente associado ao 
surgimento do capitalismo, como forma quantitativa de mensurar os acréscimos ou 
decréscimos dos investimentos inicias alocados a alguma exploração comercial ou industrial. 
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do contador que, 
para levantar um Balanço e apurar o Resultado, não tinham tão facilmente os dados para 
atribuir valor aos estoques; o valor das compras na empresa comercial estava substituído por 
uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. 
 
2.1.2 - Contabilidade no Brasil (os tributos no Brasil) 
 
Desde que o Brasil foi descoberto, e que os portugueses começaram a se apropriar das 
terras brasileiras, uma espécie de tributos já eram cobrados de donatários, que administravam 
suas terras como províncias, e não propriedades privadas. Era o chamado Regime de 
Capitanias Hereditárias, em que o rei dava essas terras para que os donatários a 
administrassem como províncias e, em troca, eram cobrados esses tributos, como forma da 
Coroa portuguesa arrecadar meios financeiros. 
Podemos inferir, com Oliveira (2005) que a estrutura tributária na época do Império 
foi mantida após a proclamação da república, mantendo-se até a Constituição de 1934, que 
introduziu o regime de separação de fontes tributárias, com discriminação dos impostos de 
competência da União e dos estados, e quando começou a cobrança dos impostos internos 
sobre produtos. Logo após, veio a Constituição de 1946, que trouxe importantes mudanças 
para o sistema tributário, que objetivou aumentar a receita dos municípios com a criação do 
sistema de transferência de impostos. 
Oliveira (2005) ainda cita a Reforma Tributária dos anos 1960, a última realizada no 
Brasil, que inovou o sistema tributário brasileiro e o simplificou. Foram cridos o ICM 
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 
E mais importante que esta, foi a Constituição de 1988, que é a atual Constituição Brasileira, 
que trouxe mudanças, principalmente, na redistribuição dos recursos entre os entes 
federativos. 
 
2.2 - Sistema Tributário Brasileiro 
 
 6
2.2.1 - Conceito 
 
O Sistema Tributário é: 
 
[...] o conjunto de tributos ou de normas tributárias caracterizado pela união e 
conexão, mais ou menos conseqüente, dessas normas, que disciplinam o exercício 
do poder impositivo. É a totalidade de tributos arrecadados no país. Conjunto de 
regras jurídicas que disciplinam o exercício do poder impositivo pelos diversos 
órgãos aos quais a Constituição Federal atribui a competência tributária. 
(ALBUQUERQUE, 1997, p. 39). 
 
O Art. 145, § 1º da Constituição Federal, dispõe que: 
 
§ 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos 
e as atividades econômicas do contribuinte. (CTN, 2005, p.72). 
 
Vale ressaltar que o Brasil possui um Sistema Tributário Constitucional, ou seja, as 
normas fundamentais e gerais do Direito Tributário Brasileiro são formadas por princípios 
constitucionais. 
 
2.2.2 - Conceitos fundamentais 
 
2.2.2.1 - Obrigação tributária 
 
Consiste na obrigação dos cidadãos para com o Estado de pagar devidamente os 
tributos exigidos por ele. A obrigação tributária: 
 
É o poder jurídico por força do qual o Estado, sujeito ativo, pode exigir de um 
particular, que é o sujeito passivo, uma prestação positiva ou negativa (objeto da 
obrigação), nas condições definidas pela Lei Tributária (causa da obrigação). A 
obrigação tributária é uma obrigação de direito público. (ALBUQUERQUE, 1997, 
p. 53). 
 
 7
De acordo com o art. 113 do CTN “a obrigação tributária é principal ou acessória”. 
Em seu parágrafo 1º, menciona que a obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente. 
A obrigação acessória inserida no parágrafo 2º, decorrente da legislação tributária tem 
por objeto as prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos. 
Assim, a obrigação tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado 
com o particular. 
 
2.2.2.2 - Fato gerador 
 
É a hipótese que origina a obrigação tributária. Fato gerador “é o fato, conjunto de 
fatos ou estado de fato ao qual o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de 
pagar um tributo determinado.” (FALCÃO, 1987, apud ALBUQUERQUE, 1997). 
 
2.2.2.3 - Competência Tributária 
 
O CTN dispõe sobre a Competência Tributária: 
 
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a 
competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição 
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e 
dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. 
 
Quanto ao tipo de competência da atribuição tributária, temos a competência: 
 
Comum: art. 145 da Constituição Federal - possibilidade de cada entidade - União, 
Estados e Municípios - impor os mesmo tributos, guardando, entretanto, o vínculo 
entre o tributo e o serviço prestado ou a atividade exercida. Ex: taxas e contribuições 
de melhoria. 
Privativa: a nossa Lei Maior atribui nominalmente a cada uma das entidades 
políticas a sua competência exclusiva: 
Competência da União (IR) - arts. 149 e 153 da Constituição Federal; 
Competência dos Estados (ICMS, IPVA) - art. 155 da Carta Magna; 
Competência dos Municípios (IPTU) - art. 156 da Lei Maior. 
Residual: art. 154, I do mesmo diploma legal - Competência para criar outros 
impostos que não estejam previstos. A União tem competência residual para criar 
outros tributos além daqueles que estão relacionados ao art. 153 da Constituição 
Federal, desde que não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos aos 
previstos no mesmo texto constitucional em seus arts. 155 e 156, não podendo ser 
 8
cumulativos e cobrados pela União por pertencerem à competência tributária dos 
Estados e Municípios. 
Extraordinária: art. 154, II da Constituição Federal. Impostos extraordinários. 
Exemplos: guerra externa e sua iminência ou calamidade pública. 
(ALBUQUERQUE, 1997). 
 
2.3 - Os Tributos 
 
2.3.1 - Conceito 
 
Atualmente o Estado possui dois tipos de receita: a Receita Originária e a Derivada. 
Os tributos fazem parte da Receita Pública Derivada, ou de Direito Público, que é arrecadada 
mediante o emprego da soberania do Estado do patrimônio de particulares. 
Segundo o art. 3º do CTN, o tributo é: “toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.(CTN, 2005, p. 1). 
 
Eles são classificados em: impostos, taxas e contribuição de melhoria. 
Os tributos, definidos e modificados apenas por lei, entram em vigor antes do início do 
exercício financeiro, sempre no ano seguinte de sua criação. Quanto à vigência dos tributos, o 
art. 104 do CTN define: 
 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele que ocorra a 
sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a 
renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses à incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais 
favorável ao contribuinte, e observado o disposto no art. 178. (CTN, 2005, p. 19) 
 
2.3.2 - Classificação dos tributos 
 
2.3.2.1 - Impostos 
 
Os impostos são: 
 
 9
[...] receitas públicas cobradas pelo Estado ao particular, pelo exercício de uma 
atividade em que se visa, exclusivamente, ao interesse público em geral, sendo 
meramente acidental qualquer vantagem que decorra para o particular. O imposto é 
uma contribuição obrigatória, devida pelo cidadão, para permitir ao Estado a 
execução de serviços que lhe possibilitem cumprir suas finalidades. O imposto 
destina-se a cobrir as necessidades públicas gerais, sem que se possa determinar o 
grande interesse que cada um tenha, individualmente, na existência do serviço como, 
por exemplo, despesas do Exército, da Marinha, como o funcionalismo público, 
cobertas pelo imposto. (ALBUQUERQUE, 1997, p. 31). 
 
Ainda de acordo com o CTN (2005, p. 4) “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação 
tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte”. Eles podem ser classificados em impostos federais, estaduais ou 
municipais. 
 
2.3.2.1.1 - Impostos federais 
 
São impostos federais segundo Machado (2006), aqueles que competem à União 
Federal, entre os quais estão: 
a) Imposto de importação, também conhecido como “tarifa aduaneira”, “direitos de 
importação”, “tarifa das Alfândegas”, “direitos aduaneiros”; 
b) Imposto de exportação; 
c) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, ou simplesmente imposto 
de renda (IR); 
d) Imposto sobre produtos industrializados; 
e) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a 
títulos e valores mobiliários, também conhecido como imposto sobre operações financeiras 
(IOF); 
f) Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR); 
g) Imposto sobre grandes fortunas; 
h) Impostos extraordinários, no caso de iminência ou caso de guerra externa; 
i) Impostos da competência residual; 
 
2.3.2.1.2 - Impostos estaduais 
 
 Machado (2006) classifica-os como: 
a. Imposto sobre heranças e doações; 
 10
b. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços 
(ICMS); 
c. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores; 
 
 
2.3.2.1.3 - Impostos municipais 
 
 Ainda de acordo com Machado (2006), são: 
a. Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU); 
b. Imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis e direitos a eles relativos; 
c. Imposto sobre serviços de qualquer natureza 
 
2.3.2.2 - Taxas 
 
As taxas são definidas como o: 
 
[...] pagamento feito pelo particular ao Estado para atender ao custo de cada serviço, 
que é executado principalmente no interesse público, mas do qual resulta uma 
vantagem particular, individual e mensurável para cada cidadão. A competência de 
cobrança de taxas é comum à União, aos Estados e aos Municípios e esta cobrança 
vai depender do exercício do poder de polícia e da utilização do serviço público. A 
taxa é um tributo e, como tal, é uma imposição de soberania do Estado, sendo o seu 
pagamento obrigatório, pelo menos no valor mínimo, após o requerimento de 
instalação do serviço feito pelo contribuinte. Os serviços são instituídos em 
benefício da coletividade, sendo sua utilização facultativa. Exemplo: serviço de água 
e esgoto. Basta que exista o serviço ou a atividade para que o contribuinte fique 
obrigado ao pagamento da taxa, ainda que dele não se utilize efetivamente. 
(SANTIAGO, 2001) 
 
E ainda, segundo o art. 77 do CTN: 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A Taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos 
que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. 
(CTN, 2005, p. 11). 
 
 
A diferença entre as taxas e os impostos é que a primeira é paga antes mesmo de se 
utilizar de seu serviço, já os impostos são pagos após surgir o fato gerador, ou seja, você 
utiliza o serviço e, somente depois, paga por ele. Outra diferença é que as taxas são cobradas 
 11
na medida em que o contribuinte se utiliza do serviço e, os impostos, por sua vez, não podem 
ser medidos por sua utilização individual. 
 
 
 
2.3.2.3 Contribuições de melhorias 
 
O art.81 do CTN dispõe: 
 
Art.81. A contribuição de melhoria cobrada pela União pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída 
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, 
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de 
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (CTN, 2005, p. 12). 
 
Segundo Albuquerque, (1997, p.33), a contribuição de melhoria é “o pagamento feito 
pelos cidadãos que se beneficiaram pela valorização de seus imóveis, em razão de obras 
públicas, objetivando o pagamento e o ressarcimento ao Estado do custo dos serviços 
realizados”. 
A contribuição de melhoria se difere das taxas, principalmente, pelo fato de que as 
taxas são cobradas periodicamente e a contribuição de melhoria apenas uma vez, em função 
do melhoramento de um local específico. 
 
2.3.3 - Classificação dos tributos quanto à sua objetividade 
 
Segundo Albuquerque (1997), os tributos também podem ser classificados com base 
na finalidade com que são criados. Assim, eles são classificados em: 
a) Fiscais: impostos financeiros, com função fiscal, que visam apenas à arrecadação 
de receitas para que o Estado cubra as suas despesas; 
b) Extrafiscais: impostos com fins fiscais e extrafiscais, que tem por objetivo a 
obtenção de recursos para o Estado, com função política, econômica e social, ou 
seja, não são exclusivamente criados para suprir as despesas do Estado, mas para 
intervir na economia e na assistência social. São exemplos de impostos extrafiscais 
aqueles que são cobrados sobre o cigarro e a bebida alcoólica; 
 12
c) Parafiscais: impostos com função social, para atender despesas não-essenciais, 
ligadas à solidariedade para com os grupos e as pessoas individualmente, como, 
por exemplo, o PIS, PASEP E FGTS. 
 
 
 
 
2.4 - Opções Tributárias Possíveis para as Empresas 
 
O artigo 44 do CTN dispõe que a base de cálculo do imposto é o montante real, 
presumido ou arbitrado, das rendas e proventos tributáveis. 
 
2.4.1 - Lucro real 
 
O resultado de uma empresa é apurado através da contabilização de suas receitas e 
despesas, sendo que o objetivo de qualquer empresa é ter receita maior que despesa, para 
obter lucro. 
Assim, o lucro real é aquele realmente apurado pela contabilidade, com base na 
completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância dos princípios 
fundamentais de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais. 
Sobre o lucro real trimestre Pêgas (2006) afirma: 
O lucro real trimestral representa a tributação sobre o lucro feita a cada trimestre.Então, no mesmo ano fiscal, a pessoa jurídica encerra quatro períodos distintos, 
sendo devido IR e CSL apenas, a cada três meses e de forma definitiva. Com isso, a 
empresa é obrigada a efetuar quatro recolhimentos no ano, não sendo necessário 
acompanhamento mensal, pois a exigência só acontece trimestralmente. (PÊGAS, 
2006, p.461) 
 
Entende-se que a apuração do lucro real envolve maior complexidade na execução das 
rotinas contábeis e tributárias, para a completa escrituração das atividades e posterior 
apuração do lucro real, que é a base para cálculo dos tributos como o Imposto de Renda e 
contribuição social sobre o lucro das empresas que não podem optar pelo lucro presumido. 
De acordo com Oliveira (2005) o lucro real é apurado com base na escrituração 
mercantil das organizações, o que compreende a adoção de um conjunto de procedimentos 
corriqueiros no ambiente profissional do contabilista, tais quais: 
rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade; 
 13
constituição das provisões necessárias; 
completa escrituração contábil e fiscal; 
escrituração de um conjunto de livros fiscais e contábeis, incluindo o Registro de 
Inventário e o Lalur4. 
Preparação das demonstrações contábeis etc. 
 Desta forma, o Lucro Real é visto por muitas empresas, como uma forma de tributação 
bastante complicada, uma vez que a sua opção (ou obrigatoriedade) exige mais, em relação à 
apresentação de documentos de comprovação, como o Balanço Patrimonial (podendo ser 
realizado no final de cada trimestre ou de cada ano) e o LALUR, e sendo assim, passa a 
cobrar mais das pessoas jurídicas, que devem ficar atentos as normas e documentos e também 
exigem dos contadores, que tem o dever de orientar seus clientes sobre todas as vantagens, 
desvantagens e formas de apuração do Lucro Real. 
 Com relação aos contadores, esses muitas vezes estão despreparados e não sabem 
como agir e informar seus clientes de maneira correta, mas é claro que não podemos deixar de 
destacar a absurda quantidade de leis, decretos e resoluções que existem no Brasil, as quais 
muitas vezes são de difícil interpretação, e por isso acabam se tornando confusas, sem falar 
que mudam constantemente, ocasionando muitos transtornos para todos que se utilizam 
dessas leis. 
 
2.4.1.1 - Comparação entre opção trimestral e anual 
 
As pessoas jurídicas têm duas opções de enquadramento: a) lucro real trimestral ou b) 
lucro real anual com antecipações mensais em bases estimadas. 
 Se o contribuinte fizer a opção trimestral, o IRPJ e a CSLL devem ser calculados de 
acordo com o resultado do lucro liquido obtido no trimestre, sendo os períodos de apuração 
encerrados respectivamente em: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. 
 É interessante salientar que o lucro real do trimestre não se soma ao prejuízo fiscal de 
trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário, o prejuízo fiscal de um 
trimestre só poderá deduzir até o limite de 30% do lucro real dos trimestres seguintes. 
Segundo Pegas (2006, p.461), “o lucro real trimestral representa a tributação sobre o 
lucro feita a cada trimestre. Então, no mesmo ano fiscal, a pessoa jurídica, encerra quatro 
períodos distintos, sendo devidos IR e CSL apenas a cada três meses e de forma definitiva”. 
 14
Dessa forma, a empresa é obrigada a efetuar quatro recolhimentos ao ano, não sendo 
necessário acompanhamento mensal, visto que a exigência só acontece trimestralmente. 
Ademais, a empresa se desejar, poderá parcelar o IR e CSL devidos em até três cotas 
iguais e sucessivas, nas mesmas regras adotadas para o lucro presumido. 
A opção do lucro real anual refere-se ao pagamento mensal, calculado com base no 
faturamento, e de acordo com um percentual de lucro estipulado pelo Governo Federal. Nesse 
modelo aplicam-se as alíquotas do IRPJ e CSLL. 
 
2.4.1.2 - Lucro estimado 
 
A apuração da Receita Federal – SRF exige das empresas que optam pelo lucro real o 
pagamento do imposto de renda e da contribuição social mensalmente através de antecipação 
mensal. Esta antecipação pode ser feita de duas formas: por estimativa, com base nas receitas, 
numa base muito similar ao lucro presumido; ou através do lucro real, pelos balancetes de 
suspensão ou redução. 
O cálculo do imposto de renda e da contribuição social por estimativa segue a mesma 
estrutura do lucro presumido, ou seja, são aplicados percentuais específicos sobre a receita 
bruta, exceto os rendimentos ou ganhos tributados, como os de aplicações financeiras, que são 
acrescidos apenas na base da CSL. 
Os percentuais que devem ser aplicados sobre a receita bruta para calculo do IRPJ são 
os que constam no art.15 § 1º da Lei 9.249/1995, e da CSLL os que constam no artigo 22 da 
Lei 10.684/2003. 
 
2.4.2 - Lucro presumido 
 
O lucro presumido se diferencia do lucro real, visto que se trata de uma presunção por 
parte do fisco do que seria o lucro das organizações caso não houvesse a contabilidade. 
Assim, facilita a apuração da base de cálculo para algumas empresas, para apuração e 
recolhimento dos tributos de imposto de renda e contribuição social. 
 
O lucro presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da 
empresa para apuração do resultado tributável de IR e CSL. Com isso, estes tributos 
 
4 O Livro de Apuração do Lucro Real, conhecido como LALUR, é um livro eminentemente fiscal, cujo objetivo 
principal é demonstrar a passagem do lucro contábil para o lucro fiscal. 
 15
são calculados através de um resultado estimado, encontrado através de percentuais 
definidos pela lei. (PÊGAS, 2006, p.466) 
 
 
A apuração do Lucro Presumido é realizada trimestralmente, sendo encerrados, 
portanto, os períodos de apuração em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de 
dezembro. 
Atualmente o Lucro presumido é o sistema mais utilizado pelas empresas, no entanto, 
algumas delas optam por este sistema de maneira errônea, muitas vezes influenciada pelos 
seus contadores que, além de não informarem suficientemente as vantagens e as desvantagens 
da opção, não realizam uma analise na empresa para saber qual a forma menos onerosa para 
aquela empresa em questão e como conseqüência o empresário acaba pagando mais impostos 
devido à má informação por parte de seus contadores e até administradores que não realizam 
um planejamento tributário, que alias não é apenas um direito garantido pela CF/ 88 mais sim 
um dever imposto pela Lei 6404/76, onde se lê: 
 
Art.153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o 
cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos 
seus próprios negócios. 
 
A explicação da influência existente por parte dos contadores e administradores sobre 
os empresários, para a escolha pelo Lucro Presumido, pode ser explicada por que a tributação 
baseada neste sistema é considerada mais simplificada e, portanto exige menos do contador na 
hora de realizar a contabilidade em si, e exige menos até da empresa, já que o fisco não exige 
escrituração contábil para empresas optantes pelo Lucro Presumido. Porém as pessoas que 
estão se deixando influenciar sem tomar conhecimento necessário, correm o risco de terem 
grandes prejuízos. 
Nos arts. 516 a 528 do Decreto nº. 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), o 
lucro presumido apresenta suas regras básicas. Contudo, o lucro presumido não apresenta uma 
forma de tributação obrigatória, podendo o contribuinte, se assim desejar, ser tributado pelo 
lucro real, mesmo com valor de receita bem reduzido. 
A priori todas as empresas podem optar pelo lucro presumido. As empresas obrigadas 
ao lucro real são aquelas enquadradas nos seguintes casos, de acordo com o artigo 14 da Lei 
9.718de 27 de Novembro de 1998 determina essas situações: 
 
 16
I – “Cuja receita bruta total, na ano-calendario anterior, seja superior a R$ 
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro 
milhões de reais), multiplicado pelo numero de meses de atividade do ano-
calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses;”. 
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e 
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, 
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto; 
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo 
regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96; 
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
VII – que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, 
financeiros e do agronegócio. (Lei nº 12.249/2010, art. 139, inc I, d). 
 
2.4.2.1 - Comparativo tributário entre lucro real e lucro presumido 
 
Abaixo, demonstramos a comparação de impostos federais, entre uma empresa optante 
pelo Lucro Real e a optante pelo Lucro Presumido, durante o exercício de 2007. 
 
LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO 
IMPOSTO DE 
RENDA - IRPJ 
15% S/ LUCRO LÍQUIDO 
=Total das Receitas - Total das 
Despesas dedutíveis e 
permitidas. 
IMPOSTO DE 
RENDA - IRPJ 
15% S/ o Lucro Presumido 
calculado da seguinte forma: 
8% para Indústria e/ou 
Comércio, 16% para 
Transportes e 32% para 
prestadoras de serviços. 
PIS/PASEP 
1,65% sobre o faturamento total 
(vendas + serviços + receitas 
financeiras, etc.). 
PIS/PASEP 
0,65% sobre o faturamento 
total (vendas + serviços + 
receitas financeiras, etc.). 
COFINS 
7,6% sobre o faturamento total 
(vendas + serviços + receitas 
financeiras, etc.). Não 
COFINS 
3% sobre o faturamento total 
(vendas + serviços + receitas 
financeiras, etc.). 
 17
cumulativo no caso de empresas 
industriais e comerciais. 
CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL - CSLL 
9% S/ LUCRO LÍQUIDO 
=Total das Receitas - Total das 
Despesas dedutíveis e 
permitidas. 
CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL - CSLL 
1,08% sobre o faturamento de 
comércio e indústria 
2,88% sobre o faturamento da 
prestadora de serviços (exceto 
serv. hospitalares, transp. 
cargas e passageiros que é de 
1,08%).* 
IMPOSTO DE 
RENDA - 
ADICIONAL 
10% aplicado sobre a diferença, 
quando o lucro líquido 
ultrapassar a r$ 60 mil no 
trimestre. 
Imposto de Renda - 
adicional 
10% aplicado sobre a 
diferença, quando o lucro 
presumido ultrapassar a r$ 60 
mil no trimestre. 
Quadro 1 - Impostos Federais: Lucro Real x Lucro Presumido 
Fonte: Disponível em http://www.ecin.com.br/realpresumido.html. Acesso em 19 jul. 2008. 
 
Após apurado o valor a recolher do PIS/PASEP e COFINS no lucro real, os 
percentuais de 1,65% e 7,6% aplicados sobre as Notas Fiscais de entrada de insumos e 
materiais para revenda (e de despesas de energia elétrica para indústrias), podem ser 
descontados dos valores a pagar. 
A partir de setembro/2003, a base de cálculo da Contribuição - CSLL corresponde a 
32% da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-
calendário, para as pessoas jurídicas que exerçam as seguintes atividades (art. 22 da Lei nº 
10.684/2003): 
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares, transportes de 
cargas e passageiros; 
b) intermediação de negócios; 
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer 
natureza; 
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria científica, mercadológica, 
gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de 
direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços 
(factoring); 
e) serviços de profissão regulamentada; 
f) construção por administração ou por empreitada, com fornecimento unicamente de 
mão-de-obra. 
 
 18
 
2.4.3 - Lucro Arbitrado 
 
O artigo 530 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999) detalha 
as hipóteses em que o lucro da pessoa jurídica será arbitrado: 
Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será 
determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 
1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º): 
I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de 
fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: 
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou 
b) determinar o lucro real; 
III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e 
documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do 
parágrafo único do art. 527; 
IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro 
presumido; 
V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar 
e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou 
domiciliado no exterior (art. 398); 
VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta 
ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. (Regulamento do Imposto de 
Renda, art. 530, Decreto 3.000/99) 
 
O lucro pode ser arbitrado pela própria pessoa jurídica, quando conhecida sua receita 
bruta e em caso excepcional, fortuito. A maior freqüência de arbitramento de lucro por 
iniciativa do fisco ocorre por falta de contabilização das operações bancárias referentes a 
depósitos e emissões de cheques. 
Existem duas formas para arbitramento de lucro: quando conhecida à receita bruta e 
quando esta não for conhecida. 
Na hipótese da receita bruta ser conhecida, o lucro arbitrado será determinado 
mediante a aplicação sobre ela, dos percentuais utilizados no lucro presumido, acrescido de 
20%. 
Dessa forma uma empresa comercial que tenha seu lucro arbitrado, deverá chegar à 
base de cálculo do IR, aplicando sobre a receita bruta o percentual de 9.6%, referentes aos 8% 
da atividade mais 20% sobre 8%, que dá 1,6%. As empresas utilizam 38,4% (32% mais 20% 
sobre 32%, que dá 6,4%). As instituições financeiras devem aplicar o percentual de 45%. 
De acordo com Pegas (2006) quando a receita bruta não for conhecida, o fisco admite 
a utilização de uma entre oito alternativas conhecidas: 
 19
a) 1,5 do lucro relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve 
escrituração, atualizado monetariamente. Caso o lucro real seja decorrente do período-base 
anual, o valor que será a base para o arbitramento será proporcional ao número de meses do 
período-base considerado; 
b) 0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável em longo prazo e 
permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente; 
c) 0,07 do valor do capital, incluindo aí a correção monetária do balanço que era 
contabilizada como reserva de capital,constante do último balanço patrimonial conhecido ou 
registrado nos atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado monetariamente; 
d) 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial 
conhecido, atualizado monetariamente; 
e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês; 
f) 0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das 
compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem; 
g) 0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados; ou 
h) 0,9 do valor mensal do aluguel devido. 
A partir de 01 de janeiro de 1997, conforme o artigo 535 do RIR, os índices devem ser 
multiplicados pelo número de meses do período de apuração. 
 
2.4.4 - Simples Nacional 
 
Na Constituição Federal de 1988, o artigo 179 menciona que: 
 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresa e às empresa de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento 
jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou 
redução destas por meio de lei. 
 
Ademais, o assunto foi regulamentado na Lei nº 9.841/99, onde foi instituído o 
estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, onde assegura tratamento jurídico 
diferenciado e simplificado nos campos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, 
creditício e de desenvolvimento empresarial. 
A Lei complementar 123/2006 instituiu o regime especial unificado de arrecadação de 
tributos e contribuições devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte: O 
Simples Nacional. 
 20
Assim, a Lei 9.841/99, que tratava da microempresa e da empresa de pequeno porte, 
agora foi revogada pela Lei Complementar 123/06, que instituiu o Estatuto Nacional da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (art. 1º). Denomina-se estatuto, em linguagem 
técnica-jurídica, qualquer lei que disciplina direitos e deveres de uma específica categoria de 
determinadas pessoas. 
Para que tal lei possa ser aplicada Sales (2007) afirma que é necessário estabelecer o 
que é microempresa e o que é empresa de pequeno porte. A definição é dada pelo art. 3º da 
Lei Complementar 123/06, e tem relação direta com o faturamento da empresa: consideram-se 
microempresa ou empresa de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples ou o 
empresário individual, sendo que: 
- Microempresa é a empresa que tem receita bruta anual igual ou inferior a R$ 
240.000,00; 
- Empresa de pequeno porte é a que tem receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e 
inferior ou igual a R$ 2.400.000,00. 
Somente os empresários, as sociedades empresárias e as sociedades simples que se 
enquadrem em tais situações serão consideradas microempresa ou empresa de pequeno porte, 
conforme o caso, e poderão se valer das disposições constantes da Lei Complementar 123/06, 
em razão do princípio da especificidade. 
Concluímos que o simples nacional apelidado de supersimples, a partir de 01/07/2007 
substituiu o simples federal (lei 9.317/96), e é um regime de arrecadação, de caráter 
facultativo para o contribuinte. 
O simples nacional implica o recolhimento mensal, dos seguintes impostos e 
contribuições inseridos no art. 13, do CTN: 
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento 
único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
 
I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
II – Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso 
XII do § 1o deste artigo; 
III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado 
o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste 
artigo; 
VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o 
art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e 
da empresa de pequeno porte que se dediquem às atividades de prestação de serviços 
previstas nos incisos XIII e XV a XXVIII do § 1o do art. 17 e no inciso VI do § 5o 
do art. 18, todos desta Lei Complementar; 
 21
VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação - ICMS; 
VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 
Dessa forma, o simples nacional é uma parte do Estatuto nacional da microempresa e 
empresa de pequeno porte, também conhecido como lei geral da micro e pequena empresa. 
Pelo novo regime as empresas com receita bruta anual de até dois milhões e 
quatrocentos mil reais poderão recolher, em um único documento de arrecadação, uma série 
de tributos federais, além de um tributo estadual e um tributo municipal, o que significa 
economia de tempo e de gastos com o recolhimento de cada tributo. 
 
2.5 – Planejamento Tributário 
 
2.5.1 Elisão Fiscal e Evasão Fiscal 
 
2.5.1.1 – Elisão Fiscal 
 
Ultrapassado o estudo dos conceitos básicos necessários para o êxito de um bom 
planejamento tributário, é importante passar à análise da distinção entre evasão (sonegação) 
fiscal e elisão fiscal (planejamento tributário), vez que há uma sensível distinção entre ambos, 
que, não raras vezes, confunde o planejamento tributário lícito com a sonegação criminosa. 
 
Para Fabretti (2003, p.133), “... a elisão fiscal é lícita, pois é alcançada por 
escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa 
legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas na lei.”, sem um bom 
planejamento tributário e com a crescente e difícil competição no mercado 
globalizado, as empresas têm que buscarem reduzir os custos mantendo sua 
permanência no mercado e garantindo um bom retorno para o capital investido. 
A Elisão fiscal, representa a execução de procedimentos, antes do fato gerador, 
legítimo, etico, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação 
tributária, caracterizando assim, a legitimidade do planejamento tributário. 
Segundo SOUZA apud COÊLHO (1998. p. 174) O Unico critério seguro ( para 
distinguir a fraudi da elisão ), é verificar se os atos praticados pelo contribuinte para 
evitar, retardar ou reduzir o pagameento de um tributo foram praticado antes ou 
depois da ocorrência dos respectivos fatos gerador. 
 
Como já citado, muitas vezes a elisão fiscal surge de brechas encontradas na 
legislação, e por isso mesmo, há defensores de que o sistema tributário deveria ser bem mais 
simples. Exemplificando essa situação podemos citar uma empresa optante pelo lucro 
presumido e que tenha faturamento relevante a prazo, é viável optar por calcular e recolher os 
 22
tributos federais pelo regime de caixa uma vez que assim procedendo somente pagaria pela 
receita efetivamente recebida. 
 
Conforme o International Bureau of Fiscal Documentation – IBFD (1998. P 22 e 101): 
 
Elisão Fiscal, Este termo é utilizado para denotar a redução dos encargos tributários 
por meios legais. Frequentemente é utilizado em sentido pejorativo, como quando é 
utilizado para descrever a economia de impostos atingida atraves de arranjos 
artificiais dos negócios pessoais e empresariais, aproveitando as existências das 
lacunas, anomalias ou outras deficiências no direito tributário. Em contraste com a 
elisão e a evasão fiscal é a redução de imposto por meio ilícitos. 
 
Por outro lado, a elisão fiscal (lícita), é instrumento de maior utilidade, tanto para 
pessoa natural quanto para jurídica, podendo assumir as seguintes formas. 
Elisão induzida pela lei: os próprios ordenados jurídico contem disposição no sentido 
de reduzir a tributação de empresas que atendam a certos requisitos, sendo estes, via de 
regras, exigida peloprol do interesse nacional ou regional. São os casos de isenção concedida 
a empresas instaladas em regiões pouco desenvolvidas como, por exemplo, a Zona Franca de 
Manaus. 
Elisão por lacuna da lei: esta é típica elisão fiscal, que encontra forte resistência do 
fisco e de certas correntes doutrinárias. Como a carta magna prevê que ninguém é obrigado a 
fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei, a existência da lacuna nesta última 
possibilita ao contribuinte utilizar-se de eventuais “falhas legislativas” para obter economia de 
tributos. 
Diante do princípio da legalidade e especificidade conceitual fechada, informadores do 
direito tributário brasileiro, será lícita toda conduta que busque a economia de imposto, desde 
que não vedada pelo legislador. 
 
 
2.5.1.2 – Evasão Fiscal 
 
A Evasão fiscal é o ato ilegítimo que tem por desígnio evitar a tributação, ou seja, é 
um artifício doloso do qual se vale o agente para subtrair suprimir, reduzir ou retardar a 
obrigação tributária, geralmente é cometida após o fato gerador. Assim, a evasão consiste em 
utilizar procedimentos que violem diretamente a lei ou o regulamento fiscal, tudo com o 
 23
objetivo final de minorar o peso da tributação, sendo, aliás, uma fraude imperdoável porque o 
contribuinte burla conscientemente a legislação. 
È comum casos típicos de evasão a falta de emissão de nota fiscal, a emissão de nota 
fiscal "calçada" (primeira via com um valor diferente das vias arquivadas na contabilidade), 
os lançamentos contábeis de despesas inexistentes etc. 
Alem do mais a evasão fiscal causa enormes prejuízos aos negócios, ao governo e por 
extensão à sociedade como todo. Trata-se de procedimentos adotado após o fato gerador 
ocorrido, e nesse campo, por exemplos, destacamos a omissão de registros em livros fiscais 
próprios, utilização de documentos inidôneos na escrituração contábil e a falta de 
recolhimento de tributos apurados. 
Na obra de Contabilidade Tributária de Fabretti (2003), é citado que a evasão fiscal 
está prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária Econômica e Contra Relação de 
Consumo (Lei 8.137/90) conforme algumas condutas ilegais, entre elas: 
I - omitir informações ou prestar declaração falsa a Receita federal; 
II - fraudar fiscalização tributária inserindo ou omitindo operações de natureza em 
livro ou documento exigido pela Lei fiscal; e 
III - falsificar ou alterar nota fiscal. 
 A Evasão Fiscal também é caracterizada pelas seguintes práticas: 
Sonegação: ocultação (de rendimentos na declaração de imposto de renda,) que leva o 
pagamento do tributo a menor; 
Fraude: (má-fé, engano), corresponde a atos tais como adulteração ou falsificações de 
documentos, através dos quais o contribuinte furta-se ao pagamento de tributos devido por 
leis; 
Simulação: Pode ser absoluta (finge-se que não existe) ou relativa, ato jurídico 
inexistente, ilusório, fictício, ou que não corresponde a uma realidade total ou parcialmente, 
mas uma declaração de vontade falsa, (dissimilação: sob o ato ou negócio praticado jaz outro 
negócio, oculto, que corresponde a real vontade das partes). 
Demonstra a prática de atos ilícitos pelo contribuinte, caracterizando a evasão fiscal, 
inadmitida e reprimida pelos ordenados jurídicos. È dever do profissional na área contábil, 
elaborar um ótimo planejamento tributário, para que as autoridades administrativas e 
judiciárias a investigação, autuação, abertura de inquéritos policiais e processos criminais, 
quando necessário, para apuração e punição dos que se utilizam os meio ilícitos para lesar a 
Fazenda Publica. As práticas abusivas (sonegação, fraudes, simulação), devem ser duramente 
 24
repreendidas pela ação estatal, de modo não prejudicar os demais cidadãos, fazendo valer a 
prática os princípios da isonomia e capacidade contributiva. 
 
2.5.2 – Planejamento tributário em um âmbito específico 
 
O Planejamento tributário tem como relevância atingir as empresa de forma que a 
mesma trabalhe objetivando lucros e não lesando o fisco, ou seja, tem como fator de análise o 
tributo e visa identificar e projetar os atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando-se os 
resultados prováveis, para os diversos procedimentos passíveis de serem adotados, de tal 
forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da 
licitude. 
O planejamento tributário é, na verdade, uma atividade empresarial estritamente 
preventiva. O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não se poder 
escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, 
via de regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação 
jurídico-tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como 
fato gerador. A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a 
empresa à ação punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. 
A natureza ou essência do Planejamento Tributário consiste em organizar os 
empreendimentos econômico-mercantis da empresa, mediante o emprego de estruturas e 
formas jurídicas capazes de bloquear a concretização da hipótese de incidência fiscal ou, 
então, de fazer com que sua materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais 
propícios. 
Para se ter uma noção de como é a carga tributária, no Brasil, Andrade Filho (2009) 
relata que, existe mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições. Toda a sociedade, 
direta ou indiretamente, é contribuinte destes encargos. Por exemplo, quando nós compramos 
uma mercadoria qualquer no supermercado, pode estar embutido no preço até 27,25%, 
dependendo do Estado em que à compra está sendo feita, em tributos pagos pelo comerciante, 
somente a título de ICMS, PIS e COFINS. Além disso, em média, 33% do faturamento 
empresarial são dirigidos ao pagamento de tributos. Do lucro, até 47% vai para o governo. Da 
somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada pelos tributos. 
Assim, imprescindível à adoção de um sistema de economia legal, onde muitos partem para 
sonegação. 
 25
Portanto, o planejamento tributário é uma ferramenta que poderá ser utilizada em 
qualquer ramo empresarial, auxiliando na redução dos encargos diretos, dos custos dos bens e 
serviços adquiridos ou do montante dos recursos que são necessários para atender a 
burocracia imposta pelas leis tributárias. 
Planejamento Tributário é uma atividade técnica – realizada no universo da gestão 
empresarial da tributação - que visa projetar as atividades econômicas da empresa, para 
conhecer as suas validas e legítimas alternativas estruturais e formais, assim como suas 
respectivas obrigações e encargos fiscais, para daí então, mediante meios e instrumentos 
adequados, avaliá-las com vistas à adoção daquela alternativa que possibilita a anulação, 
maior redução ou o mais extenso adiantamento do ônus tributário pertinente, e, por outro lado, 
que se integra harmonicamente à planificação global dos negócios (BORGES, 2004, p.69). 
O sistema jurídico brasileiro da à oportunidade para o contribuinte a possibilidade de 
planejar seus atos de forma a escolher a melhor alternativa para não pagar um tributo a mais 
ou incidir na menor carga tributaria, muitas das vezes, o contribuinte carrega uma carga 
tributário elevada, devido à falta de conhecimento. A utilização de uma metodologia jurídica 
preventiva tem auxiliado muitos empresários a ter uma visão geral da administração 
empresarial, operacional ou estratégica, que se demonstra fundamental para o crescimento, 
haja vista que um dos aspectos de sustentação dos negócios é a gestão jurídica, que evita 
passivos desnecessários, levantando os já existentes e encontrando formas corretas de se 
antecipar os problemas. 
Planejar os atos que não produzirão tributação, ou que reduzirão a obrigaçãotributária 
é aberto a todos. Logo, é necessário escolher a maneira legal para se poupar de possíveis 
problemas. Sendo o mais importante focar que o planejamento tributário não é uma forma de 
sonegação fiscal, o mesmo propõe atitudes que se realizadas adequadamente reduzirão o valor 
do tributo. 
Segundo SOUZA (1997) ‘Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a 
impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 
I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou 
circunstâncias materiais; II - das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a 
obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. 
Como já foi citada no trecho acima a elisão fiscal ocorre antes do fato gerador da 
obrigação tributaria, já a evasão são medidas ilícitas tomadas após a ocorrência do fato 
gerador para fugir da obrigação tributária. 
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Obrigação tributária é o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma chamada sujeito 
ativo (Fisco) e o outro sujeito passivo (contribuinte), que, em vista de esta ultima ter praticado 
um fato gerador tributário, deve pagar aquela certa quantia em dinheiro denominado tributo. 
(CASSONE, 2004, p. 276). 
É importante frisar que o intuito de economizar tributos, além de não ser ilegal, faz-se 
necessário para sobrevivência das empresas de hoje, tornando a obrigação dos contadores 
procurarem formas de gerir os negócios de forma que traz rentabilidade, aplicando um 
planejamento tributário correto, e automaticamente estará atingindo objetivo que é o lucro 
para as empresas. O estudo do planejamento Tributário concede a fundamentação necessária 
para aqueles quem desejam desenvolver um planejamento, como forma de minimizar o ônus 
tributário. No entanto, antes de elaborar um processo, faz-se necessário um prévio 
 
5.1 Considerações Finais 
 
Este trabalho verificou alguns aspectos da tributação e analisou o atual sistema 
tributário brasileiro, buscando fontes para o desenvolvimento de um bom planejamento 
tributário, visando sempre o lucro. Assumiu a perspectiva teórica de que o sistema tributário 
possível é diferente de um sistema tributário ideal em razão das restrições políticas, 
econômicas e de informação a que o governo se submete ao implementar qualquer política. 
Atualmente tem sido muito discutido a urgência em mudanças no Sistema Tributário 
Nacional, e conseqüentemente a adoção de novos mecanismos para a simplificação das 
rotinas tributárias. Redução de custos é a estratégia que mais se ouve ser empregada nos dias 
atuais, em todo o mundo globalizado. 
A carga tributária tem aumentado de forma significativa e os tributos alcançam valores 
cada vez mais exorbitantes, fazendo-se notória a insatisfação popular. Os recursos gerados 
pelo recolhimento desses tributos deveriam ser utilizados para atender às demandas sociais, já 
que o Brasil compreende uma das cargas tributárias mais elevadas e um dos sistemas 
tributários mais complexos do mundo. 
No Brasil, vivemos com uma carga tributária extremamente elevada, tanto sobre a 
pessoa jurídica como sobre a pessoa física. Os empresários e executivos estão cientes de que o 
gerenciamento das obrigações tributárias já não pode ser considerado como apenas uma 
necessidade quotidiana, mas algo estratégico dentro das organizações. Tendo em vista que, o 
ponto mais estratégico, é a elaboração de um planejamento tributário criterioso e criativo. 
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Sem dúvida, ele é o instrumento mais eficaz na obtenção de um melhor resultado numa 
economia tão instável como a brasileira. 
O Brasil tem uma estrutura tributária muito complexa, com muitos tributos incidentes 
sobre a mesma base. O problema é especialmente relevante no caso dos tributos indiretos 
sobre bens e serviços. Enquanto a maior parte dos países tem um ou dois tributos indiretos, o 
Brasil tem mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições, com grande diversidade de 
legislações, que estão em permanente alteração e na maioria das vezes essa alteração não é 
benéfica aos contribuintes. 
 Nosso sistema é complexo, não é neutro e nem transparente e suas principais 
distorções são causadas pela diversidade dos tributos indiretos sobre bens e serviços. E por 
causa dessa complexidade no sistema tributário, o contribuinte parte pelo lado da evasão 
fiscal, fatos ilícitos gerado pelas empresas, para tentar reduzir ou retardar a carga tributária do 
seu ramo de atividade sendo que muitas das vezes, ocorre a falta de emissão de documento 
fiscal, para não gerar impostos elevados, e é nesse aspecto que ocorre fraude sonegação ao 
sistema tributário. Sendo assim poderia entrar em vigor a simplificação do sistema. 
Atualmente, o mais importante que reduzir é tornar o sistema mais simples, menos complexo. 
O número de tributos e de normativos é um absurdo. De acordo com o Instituto Brasileiro de 
Planejamento Tributário, existem mais de 3.000 normativos em vigor no Brasil referente às 
normas tributárias. 
Parece ironia que o Brasil tenha sido um dos primeiros países a implantar uma 
tributação sobre o valor adicionado na década de 70, quando criou o IPI e o ICM. Contudo, 
esse sistema acabou sendo transformado em uma fonte de distorções que reduzem a 
competitividade dos produtos brasileiros e dificultam a operação quotidiana das empresas. 
Com a Constituição Federal de 1988, houve profundas mudanças no sistema tributário 
nacional, especialmente em relação à redistribuição dos recursos entre os entes federativos. 
Ademais teve uma preocupação excessiva com a aplicação dos direitos trabalhistas e 
previdenciários. 
Apesar de terem ocorrido essas mudanças nos sistema tributário, ainda não é viável. O ideal 
seria que o cidadão conseguisse enxergar retorno econômico, ou seja, pagar o tributo e 
receber o retorno para poder trabalhar e produzir, e é neste foco, onde o planejamento 
tributário possa entrar em ação, para que a empresa repasse sua contribuição ao governo de 
forma que não lese o mesmo, e em contrapartida possa seguir em busca de um bom 
desenvolvimento sem maiores prejuízos e conseqüentemente maior lucro. 
 
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