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Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital Autor: Paulo H M Sousa Aula 07 21 de Setembro de 2020 1 17 Sumário Livro IV – Direito de Família ............................................................................................................................... 2 1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 2 Título IV – Tutela, curatela e tomada de decisão apoiada ............................................................................ 3 Capítulo I – Tutela ....................................................................................................................................... 3 Capítulo II – Curatela .................................................................................................................................. 6 Capítulo III – Tomada de decisão apoiada ................................................................................................ 8 2 – Considerações finais ................................................................................................................................. 9 Resumo .............................................................................................................................................................. 10 Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 11 Lista de Questões .............................................................................................................................................. 16 Gabarito ........................................................................................................................................................... 17 Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 2 17 LIVRO IV – DIREITO DE FAMÍLIA 1 – Considerações iniciais Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Na aula de hoje, você verá o tema Direito de Família. Em sua integralidade, o tema ocupa 272 artigos do Código Civil, fora as normas que estão fora do Código! Há ainda interessantes intersecções diretas e óbvias entre o Direito Civil e o Direito Processual Civil, o Direito da Criança e do Adolescente, o Direito das Pessoas com Deficiência, bem como com o Direito Penal (bigamia, abuso do poder familiar etc.), o Direito Constitucional (a Constituição Federal tem o Capítulo VII do Título VIII da Ordem Social voltado exclusivamente sobre família, criança, adolescente, jovem e idoso) e outros tantos. Um tema bastante rico, portanto. No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? Da tutela e curatela: arts. 1.728 a 1.783. Boa aula! Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 3 17 Título IV – Tutela, curatela e tomada de decisão apoiada Tradicionalmente, os institutos da tutela e da curatela foram pensados para a proteção dos incapazes. A Lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência – EPD, porém, mudou esse panorama. Capítulo I – Tutela Seção I – Tutores Em geral, os genitores têm o poder familiar sobre os filhos. Porém, em determinadas situações, os menores, não emancipados, são postos em tutela. Isso ocorrerá com o falecimento ou ausência dos pais ou quando os pais perderem o poder familiar, segundo o art. 1.728 do Código Civil. Quem nomeará o tutor? Dispõe o art. 1.731 do Código Civil que esse poder é dos pais. Caso não o façam, incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor. Primeiro, serão tutores os ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto (avós antes de bisavós). Ausentes estes, serão os colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos (irmãos, tios e sobrinhos), e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais jovens. Em qualquer dos casos, o juiz escolhe entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. Seção II – Incapazes de exercer a tutela Segundo o art. 1.735 do Código Civil, não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam (falta de legitimação): Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens Aqueles que se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 ==ac9b5== 4 17 Seção III – Escusa dos tutores Por outro lado, podem se recusar a exercer a tutela (art. 1.736 do Código Civil): Seção IV – Exercício da tutela Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado (art. 1.745 do Código Civil), num testamento, por exemplo. Trata-se de um inventário dos bens. No exercício da tutela, compete ao tutor, sem autorização do juiz (art. 1.747 do Código Civil): Mulheres casadas ou em união estável Maiores de 60 anos Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 3 filhos Os impossibilitados por enfermidade Aqueles que habitarem longe do lugar do exercício da tutela Aqueles que já exercerem tutela ou curatela Militares em serviço Representar o menor, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte Receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas Fazer-lhe as despesas de subsistência, de educação, de administração, conservação e melhoramentos de seus bens Alienar os bens do menor destinados a venda Promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens imóveis Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 5 17 Outros atos são de competência do tutor, mas ele necessitará de autorização do juiz para exercê-los – outorga judicial (art. 1.748 do Código Civil), como pagar dívidas, transigir, vender bens imóveis etc. Outros atos são proibidos ao tutor, ainda que com a autorização judicial. São atos que gerarão a nulidade (invalidade) do ocorrido, segundo o art. 1.749 do Código Civil: O tutor responde pelos prejuízos que culposamente causar ao tutelado, ou seja, trata-se de caso de responsabilidade civil subjetiva, com afastamento da responsabilidade em situações de caso fortuito ou força maior, por exemplo. Em qualquer caso, são solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano (art. 1.752, §2º, do Código Civil). Seção V – Bens do tutelado Os tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados, além do necessário para as despesas ordinárias com o seu sustento, a sua educação e a administração de seus bens. Ou seja, a função do tutor é administrar os bens (art. 1.753 do Código Civil). Seção VI – Prestação decontas Estabelece o art. 1.755 do Código Civil que os tutores, embora tivessem disposto o contrário os pais dos tutelados, são obrigados a prestar contas da sua administração. As despesas com a prestação das contas serão pagas pelo tutelado, claro. Seção VII – Cessação da tutela Pode cessar a tutela porque o tutelado não precisa mais do regime assistencial (art. 1.763 do Código Civil) ou porque há uma causa que gera a remoção do tutor (art. 1.764 do Código Civil). Adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor Dispor dos bens do menor a título gratuito Constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 6 17 Capítulo II – Curatela Seção I – Interditos A curatela segue, em linhas gerais, o mesmo funcionamento da tutela (art. 1.774 e 1.781 do Código Civil). Porém, diferenciam-se em alguns aspectos, pois a tutela se destina à menoridade, pode ser feita por testamento pelos pais, abrange sempre a pessoa e os bens do tutelado e os poderes do tutor são amplos, à semelhança do poder dos pais (poder familiar). Já a curatela se destina às limitações da vontade, daí ser, em geral, deferida a maiores, conforme a nova redação do art. 1.767 do Código Civil. Esse dispositivo traz um rol taxativo de pessoas a se submeterem à curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. Notou a semelhança para com outro dispositivo? Pois é, as hipóteses do art. 1.767 do Código Civil são exatamente iguais às hipóteses de incapacidade relativa previstas no art. 4º do Código Civil, à exceção da por idade: II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Pode-se resumir a tutela às pessoas absolutamente incapazes e para as relativamente incapazes em razão da idade. A seu turno, a curatela se resume às situações de incapacitação relativa, exceto se a incapacidade relativa resultar da idade, exclusivamente. Quem será o curador da pessoa? Em ordem, segundo o art. 1.775 do Código Civil: Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 7 17 Exige-se que, para a escolha do curador, o juiz leve em conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às circunstâncias da pessoa. Em sendo a curatela voltada a pessoa com deficiência, o juiz pode estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa (art. 1.775-A do Código Civil). Seção II – Curatela do nascituro e do enfermo ou portador de deficiência física Além desses casos, quando mais haverá curatela? Em resumo: O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato Na falta destes O pai ou a mãe Na falta destes O descendente que se demonstrar mais apto, preferindo- se os mais próximos Na falta destes Compete ao juiz a escolha do curador Relativamente incapazes, exceto por idade (pessoas que por causa transitória ou permanente não podem exprimir a vontade; ébrios habitauis; viciados em tóxicos; pródigos) Art. 1.767, incs. I, III e V, e art. 4º, incs. II a IV, do Código Civil Ausentes Art. 22 do Código Civil Nascituro, cujo pai é falecido e a mãe não tem poder familiar Art. 1.779 do Código Civil Pessoas com deficiência, quando necessário Art. 84, §1º, do Estatuto da Pessoa com Deficiência Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 8 17 Seção III – Exercício da curatela Talqualmente a tutela, na qual o tutor pode receber remuneração pelo encargo (art. 1.752 do Código Civil), na curatela o curador também o pode, dado o dispositivo do art. 1.781 do Código Civil, que determina que as regras a respeito do exercício da tutela se aplicam ao da curatela. Para que nomeie curador, é necessário o procedimento de interdição. Em linhas gerais, o procedimento de interdição passou a ser regulamentado especificamente pelo Código de Processo Civil, não mais pelo Código Civil. Em resumo, como se distingue a tutela da curatela? Capítulo III – Tomada de decisão apoiada O Estatuto da Pessoa com Deficiência ainda adicionou mais um interessante dispositivo do Código Civil, a chamada tomada de decisão apoiada. Segundo o art. 1.783-A do Código Civil, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil. Essas pessoas fornecem os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. Antes de se pronunciar sobre o pedido, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio (§3º). Ou seja, a decisão apoiada, solicitada pela pessoa com deficiência, é determinada por decisão judicial. Menores (incapacidade decorrente da idade, ou seja, menos de 16 anos) Pode ser feita por testamento ou por decisão judicial Abrange o tutelado e seus bens, sempre Dá amplos poderes ao tutor, à semelhança do poder familiar dos pais sobre os filhos Tutela Incapazes (maiores e incapazes, nascituros e ausentes) Somente por decretação judicial Abrange o curatelado e os bens ou apenas os bens Delimita especificamente os poderes do curador, deixando o curatelado com alguns poderes, a depender do caso Curatela Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 9 17 2 – Considerações finais Chego ao final de mais uma aula, e, com isso, chegamos ao final do nosso Curso! Esta é uma aula que abrange todos os pontos do seu Edital que tratam sobre o Direito de Família. Assim, é possível estudar tudo a respeito do tema numa aula única. =) Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. Paulo H M Sousa prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 10 17 RESUMO Tutela: com o falecimento ou ausência dos pais ou quando os pais perderem o poder familiar; dá-se por testamento ou por decisão judicial; abrange o tutelado e seus bens, sempre. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam (falta de legitimação): • Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens • Aqueles que se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor • Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela • Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena • As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores • Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela Podem se recusar a exercer a tutela: • Mulheres casadas ou em união estável • Maiores de 60 anos • Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 3 filhos •Os impossibilitados por enfermidade • Aqueles que habitarem longe do lugar do exercício da tutela • Aqueles que já exercerem tutela ou curatela • Militares em serviço O tutor responde pelos prejuízos que culposamente causar ao tutelado, ou seja, trata-se de caso de responsabilidade civil subjetiva. Em qualquer caso, são solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano. Curatela: destina-se às limitações da vontade, daí ser, em geral, deferida a maiores; dá-se somente por decisão judicial; abrange o curatelado e os bens ou apenas os bens. Submetem-se à curatela: • aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; • os ébrios habituais e os viciados em tóxico; • os pródigos. Poderá ser curador (rol preferencial) • O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato • O pai ou a mãe Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 11 17 • O descendente que se demonstrar mais apto, preferindo-se os mais próximos • Compete ao juiz a escolha do curador O procedimento de interdição passou a ser regulamentado especificamente pelo Código de Processo Civil, não mais pelo Código Civil. Tomada de decisão apoiada: o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil. QUESTÕES COMENTADAS FCC DIREITO DE FAMÍLIA – TUTELA, CURATELA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA (1.728 AO 1.783-A) 1. (FCC/ MPE-PE – 2018) De acordo com a atual redação do Código Civil, estão sujeitos à curatela: a) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; os deficientes mentais; e os deficientes visuais. b) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; os filhos menores de dezoito anos. c) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil, desde que não se trate de fato transitório; e os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. d) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os surdos, ainda que possam exprimir sua vontade; e os pródigos. e) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; e os pródigos. Comentários A alternativa A está incorreta, visto que de acordo com a alteração do Código Civil, o Art. 1767 dispõe que deixam de serem sujeitos à curatela os deficientes mentais e visuais. A curatela é o encargo que é conferido a uma pessoa para que cuide dos interesses de alguém que não possa licitamente administrá-lo, de acordo com os parâmetros definidos por lei. Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 12 17 Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. A alternativa B está incorreta, pois, de acordo com o Código Civil, estão sujeitos à curatela apenas: aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; e os pródigos. Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. A alternativa C está incorreta, pois estão sujeitos à curatela aqueles que não puderem exprimir suas vontades, por causa transitória ou permanente, de acordo com o Código Civil: Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. A alternativa D está incorreta, já que os surdos não fazem parte dessa lista e também pelos ébrios habituais e os viciados em tóxicos, sendo estes sujeitos à curatela, não estarem mencionados. Dispõe o Código Civil que: Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. A alternativa E está correta, pois sua redação está de acordo com o Art. 1.767 do Código Civil. Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 13 17 III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. 2. (FCC/ DPE-SC – 2017) Sobre tutela, curatela e tomada de decisão apoiada, é correto afirmar: a) caso algum ascendente do menor se recuse a exercer a sua tutela, o juiz sempre poderá nomeá-lo com ou sem a sua anuência. b) o tutor pode, com autorização judicial, dispor de bens do menor a título gratuito. c) a curatela é instituto social de proteção dos absolutamente incapazes para a prática de atos da vida civil. d) a tomada de decisão apoiada pode ser requerida pela pessoa com deficiência ou por qualquer das pessoas legitimadas para promover a interdição. e) para que o apoiador seja desligado a seu pedido do processo de tomada de decisão apoiada, é imprescindível a manifestação judicial sobre o pedido. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que há alguns casos que a lei permite escusar-se da tutela, como expressa o art. 1.736: Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço. Porém se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer. A alternativa B está incorreta, dado que mesmo obtendo a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade, adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; dispor dos bens do menor a título gratuito; constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor. Conforme art. 1.749, CC: Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 14 17 I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; II - dispor dos bens do menor a título gratuito; III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor. A alternativa C está incorreta, pois estão sujeitos a curatela, de acordo com o disposto pela legislação brasileira, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; os pródigos. Os absolutamente incapazesestão sujeitos à tutela. A alternativa D está incorreta, dado que a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessárias para que possa exercer sua capacidade e o pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio. A alternativa E está correta, dado que é fato que o apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria, conforme Art. 1.783-A. §10, CC. 3. (FCC/ TJ-PI – 2015) Adolfo casou-se em 15/11/2013 com Pedrina, contando os nubentes naquela data setenta e cinco e quarenta e cinco anos de idade, respectivamente. Adolfo possuía grande patrimônio, e em seguida, firmou testamento deixando para Pedrina um valioso imóvel rural, e o usufruto vitalício de um imóvel urbano, os quais não representavam mais do que 10% (dez por cento) de seu patrimônio. O restante dos bens destinou a seus filhos. Adolfo faleceu em 10/01/2015. Nesse caso, a) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação de bens, mas Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá optar entre a herança testamentária e os aquestos, se o patrimônio de Adolfo foi acrescido depois do casamento, mas, caso não tenha havido esse acréscimo, terá direito à deixa testamentária. b) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo nos bens adquiridos depois do casamento, qualquer que tenha sido o regime de bens sob o qual se realizou, mas não poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. c) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. d) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo se o casamento não tiver sido realizado sob o regime de comunhão parcial ou comunhão universal de bens, podendo receber os bens que lhe foram deixados por testamento. e) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina não concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima; entretanto, poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. Comentários Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 15 17 A alternativa A está incorreta, dado que conflita com o § 1º do art. 1.829 do Código Civil. Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; A alternativa B está incorreta, dado que o cônjuge sobrevivente não concorrerá com os filhos, dado que é fato que na separação obrigatória não há herança, apenas meação em relação aos bens adquiridos na constância da sociedade conjugal, de acordo com o disposto pela Súmula 377 do STF: Súmula 377 - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. A alternativa C está incorreta, conforme disposto pelo art. 1.829 do Código Civil, Pedrina não concorrerá com os filhos. Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; A alternativa D está incorreta, pois, o regime dar-se-á da separação obrigatória/legal de bens, previsto no art. 1.641, II do CC). Ainda, só não concorrerá se na comunhão parcial não tiver o falecido deixado bens particulares, conforme art. 1.829 do Código Civil. A alternativa E está correta, pois poderá receber os bens concebidos mediante testamento, desde que este respeitou a legítima. Vide art. 1.846, 1.641 e 1.829 do Código Civil. Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 16 17 LISTA DE QUESTÕES FCC DIREITO DE FAMÍLIA – TUTELA, CURATELA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA (1.728 AO 1.783-A) 1. (FCC/ MPE-PE – 2018) De acordo com a atual redação do Código Civil, estão sujeitos à curatela: a) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; os deficientes mentais; e os deficientes visuais. b) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; os filhos menores de dezoito anos. c) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil, desde que não se trate de fato transitório; e os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. d) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os surdos, ainda que possam exprimir sua vontade; e os pródigos. e) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; e os pródigos. 2. (FCC/ DPE-SC – 2017) Sobre tutela, curatela e tomada de decisão apoiada, é correto afirmar: a) caso algum ascendente do menor se recuse a exercer a sua tutela, o juiz sempre poderá nomeá-lo com ou sem a sua anuência. b) o tutor pode, com autorização judicial, dispor de bens do menor a título gratuito. c) a curatela é instituto social de proteção dos absolutamente incapazes para a prática de atos da vida civil. d) a tomada de decisão apoiada pode ser requerida pela pessoa com deficiência ou por qualquer das pessoas legitimadas para promover a interdição. e) para que o apoiador seja desligado a seu pedido do processo de tomada de decisão apoiada, é imprescindível a manifestação judicial sobre o pedido. 3. (FCC/ TJ-PI – 2015) Adolfo casou-se em 15/11/2013 com Pedrina, contando os nubentes naquela data setenta e cinco e quarenta e cinco anos de idade, respectivamente. Adolfo possuía grande patrimônio, e em seguida, firmou testamento deixando para Pedrina um valioso imóvel rural, e o usufruto vitalício de um imóvel urbano, os quais não representavam mais do que 10% (dez por cento) de seu patrimônio. O restante dos bens destinou a seus filhos. Adolfo faleceu em 10/01/2015. Nesse caso, a) O casamentoteve de realizar-se pelo regime de separação de bens, mas Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá optar entre a herança testamentária e os aquestos, se o patrimônio de Adolfo foi acrescido depois do casamento, mas, caso não tenha havido esse acréscimo, terá direito à deixa testamentária. Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 17 17 b) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo nos bens adquiridos depois do casamento, qualquer que tenha sido o regime de bens sob o qual se realizou, mas não poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. c) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. d) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo se o casamento não tiver sido realizado sob o regime de comunhão parcial ou comunhão universal de bens, podendo receber os bens que lhe foram deixados por testamento. e) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina não concorrerá com os filhos de Adolfo na sucessão legítima; entretanto, poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. GABARITO FCC 1. FCC/ MPE-PE – 2018 E 2. FCC/ DPE-SC – 2017 E 3. FCC/ TJ-PI – 2015 E Paulo H M Sousa Aula 07 Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - PJ-H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997
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