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Aula 07
Direito Civil p/ TJ-RS (Oficial de Justiça -
PJ-H) 2020.2 Pré-Edital
Autor:
Paulo H M Sousa
Aula 07
21 de Setembro de 2020
 
 
 
 
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Sumário 
Livro IV – Direito de Família ............................................................................................................................... 2 
1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 2 
Título IV – Tutela, curatela e tomada de decisão apoiada ............................................................................ 3 
Capítulo I – Tutela ....................................................................................................................................... 3 
Capítulo II – Curatela .................................................................................................................................. 6 
Capítulo III – Tomada de decisão apoiada ................................................................................................ 8 
2 – Considerações finais ................................................................................................................................. 9 
Resumo .............................................................................................................................................................. 10 
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 11 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 16 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 17 
 
 
Paulo H M Sousa
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LIVRO IV – DIREITO DE FAMÍLIA 
1 – Considerações iniciais 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
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Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Na aula de hoje, você verá o tema Direito de Família. Em sua integralidade, o tema ocupa 272 artigos do 
Código Civil, fora as normas que estão fora do Código! Há ainda interessantes intersecções diretas e óbvias 
entre o Direito Civil e o Direito Processual Civil, o Direito da Criança e do Adolescente, o Direito das Pessoas 
com Deficiência, bem como com o Direito Penal (bigamia, abuso do poder familiar etc.), o Direito 
Constitucional (a Constituição Federal tem o Capítulo VII do Título VIII da Ordem Social voltado 
exclusivamente sobre família, criança, adolescente, jovem e idoso) e outros tantos. Um tema bastante rico, 
portanto. 
No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) 
Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? 
Da tutela e curatela: arts. 1.728 a 1.783. 
Boa aula! 
 
Paulo H M Sousa
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Título IV – Tutela, curatela e tomada de decisão apoiada 
Tradicionalmente, os institutos da tutela e da curatela foram pensados para a proteção dos incapazes. A Lei 
13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência – EPD, porém, mudou esse panorama. 
Capítulo I – Tutela 
Seção I – Tutores 
Em geral, os genitores têm o poder familiar sobre os filhos. Porém, em determinadas situações, os menores, 
não emancipados, são postos em tutela. Isso ocorrerá com o falecimento ou ausência dos pais ou quando 
os pais perderem o poder familiar, segundo o art. 1.728 do Código Civil. 
Quem nomeará o tutor? Dispõe o art. 1.731 do Código Civil que esse poder é dos pais. Caso não o façam, 
incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor. 
Primeiro, serão tutores os ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto 
(avós antes de bisavós). Ausentes estes, serão os colaterais até o terceiro grau, preferindo os 
mais próximos aos mais remotos (irmãos, tios e sobrinhos), e, no mesmo grau, os mais velhos 
aos mais jovens. 
Em qualquer dos casos, o juiz escolhe entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. 
Seção II – Incapazes de exercer a tutela 
Segundo o art. 1.735 do Código Civil, não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam 
(falta de legitimação): 
 
Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens
Aqueles que se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem
que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem
demanda contra o menor
Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente
excluídos da tutela
Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou
os costumes, tenham ou não cumprido pena
As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso
em tutorias anteriores
Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da
tutela
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Seção III – Escusa dos tutores 
Por outro lado, podem se recusar a exercer a tutela (art. 1.736 do Código Civil): 
 
Seção IV – Exercício da tutela 
Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que 
os pais o tenham dispensado (art. 1.745 do Código Civil), num testamento, por exemplo. Trata-se de um 
inventário dos bens. 
No exercício da tutela, compete ao tutor, sem autorização do juiz (art. 1.747 do Código Civil): 
 
Mulheres casadas ou em união estável
Maiores de 60 anos
Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 3 filhos
Os impossibilitados por enfermidade
Aqueles que habitarem longe do lugar do exercício da tutela
Aqueles que já exercerem tutela ou curatela
Militares em serviço
Representar o menor, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após
essa idade, nos atos em que for parte
Receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas
Fazer-lhe as despesas de subsistência, de educação, de administração,
conservação e melhoramentos de seus bens
Alienar os bens do menor destinados a venda
Promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens imóveis
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Outros atos são de competência do tutor, mas ele necessitará de autorização do juiz para exercê-los – 
outorga judicial (art. 1.748 do Código Civil), como pagar dívidas, transigir, vender bens imóveis etc. 
Outros atos são proibidos ao tutor, ainda que com a autorização judicial. São atos que gerarão a nulidade 
(invalidade) do ocorrido, segundo o art. 1.749 do Código Civil: 
 
O tutor responde pelos prejuízos que culposamente causar ao tutelado, ou seja, trata-se de caso de 
responsabilidade civil subjetiva, com afastamento da responsabilidade em situações de caso fortuito ou 
força maior, por exemplo. Em qualquer caso, são solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas 
às quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano (art. 1.752, §2º, do 
Código Civil). 
Seção V – Bens do tutelado 
Os tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados, além do necessário 
para as despesas ordinárias com o seu sustento, a sua educação e a administração de seus 
bens. Ou seja, a função do tutor é administrar os bens (art. 1.753 do Código Civil). 
Seção VI – Prestação decontas 
Estabelece o art. 1.755 do Código Civil que os tutores, embora tivessem disposto o contrário os pais 
dos tutelados, são obrigados a prestar contas da sua administração. As despesas com a prestação 
das contas serão pagas pelo tutelado, claro. 
Seção VII – Cessação da tutela 
Pode cessar a tutela porque o tutelado não precisa mais do regime assistencial (art. 1.763 do Código Civil) 
ou porque há uma causa que gera a remoção do tutor (art. 1.764 do Código Civil). 
Adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato
particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor
Dispor dos bens do menor a título gratuito
Constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor
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Capítulo II – Curatela 
Seção I – Interditos 
A curatela segue, em linhas gerais, o mesmo funcionamento da tutela (art. 1.774 e 1.781 do 
Código Civil). Porém, diferenciam-se em alguns aspectos, pois a tutela se destina à 
menoridade, pode ser feita por testamento pelos pais, abrange sempre a pessoa e os bens 
do tutelado e os poderes do tutor são amplos, à semelhança do poder dos pais (poder 
familiar). 
Já a curatela se destina às limitações da vontade, daí ser, em geral, deferida a maiores, conforme a nova 
redação do art. 1.767 do Código Civil. Esse dispositivo traz um rol taxativo de pessoas a se submeterem à 
curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
Notou a semelhança para com outro dispositivo? Pois é, as hipóteses do art. 1.767 do Código Civil são 
exatamente iguais às hipóteses de incapacidade relativa previstas no art. 4º do Código Civil, à exceção da 
por idade: 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Pode-se resumir a tutela às pessoas absolutamente incapazes e para as relativamente 
incapazes em razão da idade. A seu turno, a curatela se resume às situações de incapacitação 
relativa, exceto se a incapacidade relativa resultar da idade, exclusivamente. 
Quem será o curador da pessoa? Em ordem, segundo o art. 1.775 do Código Civil: 
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Exige-se que, para a escolha do curador, o juiz leve em conta a vontade e as preferências do interditando, 
a ausência de conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às 
circunstâncias da pessoa. Em sendo a curatela voltada a pessoa com deficiência, o juiz pode estabelecer 
curatela compartilhada a mais de uma pessoa (art. 1.775-A do Código Civil). 
Seção II – Curatela do nascituro e do enfermo ou portador de deficiência física 
Além desses casos, quando mais haverá curatela? Em resumo: 
 
O cônjuge ou companheiro, não
separado judicialmente ou de fato
Na falta
destes
O pai ou a mãe
Na falta
destes
O descendente que se
demonstrar mais apto, preferindo-
se os mais próximos
Na falta
destes
Compete ao juiz a escolha do
curador
Relativamente incapazes, exceto por idade (pessoas que por causa
transitória ou permanente não podem exprimir a vontade; ébrios
habitauis; viciados em tóxicos; pródigos)
Art. 1.767, incs. I, III e V, e art. 4º, incs. II a IV, do Código
Civil
Ausentes
Art. 22 do Código Civil
Nascituro, cujo pai é falecido e a mãe não tem poder familiar
Art. 1.779 do Código Civil
Pessoas com deficiência, quando necessário
Art. 84, §1º, do Estatuto da Pessoa com Deficiência
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Seção III – Exercício da curatela 
Talqualmente a tutela, na qual o tutor pode receber remuneração pelo encargo (art. 1.752 do 
Código Civil), na curatela o curador também o pode, dado o dispositivo do art. 1.781 do Código 
Civil, que determina que as regras a respeito do exercício da tutela se aplicam ao da curatela. 
Para que nomeie curador, é necessário o procedimento de interdição. Em linhas gerais, o 
procedimento de interdição passou a ser regulamentado especificamente pelo Código de 
Processo Civil, não mais pelo Código Civil. 
Em resumo, como se distingue a tutela da curatela? 
 
Capítulo III – Tomada de decisão apoiada 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência ainda adicionou mais um interessante dispositivo do Código Civil, a 
chamada tomada de decisão apoiada. 
Segundo o art. 1.783-A do Código Civil, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo 
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de 
decisão sobre atos da vida civil. Essas pessoas fornecem os elementos e informações 
necessários para que possa exercer sua capacidade. 
Antes de se pronunciar sobre o pedido, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério 
Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio (§3º). Ou seja, a decisão 
apoiada, solicitada pela pessoa com deficiência, é determinada por decisão judicial. 
Menores (incapacidade decorrente da idade, ou seja, menos de 
16 anos)
Pode ser feita por testamento ou por decisão judicial
Abrange o tutelado e seus bens, sempre
Dá amplos poderes ao tutor, à semelhança do poder familiar dos 
pais sobre os filhos
Tutela
Incapazes (maiores e incapazes, nascituros e ausentes)
Somente por decretação judicial
Abrange o curatelado e os bens ou apenas os bens
Delimita especificamente os poderes do curador, deixando o 
curatelado com alguns poderes, a depender do caso
Curatela
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2 – Considerações finais 
Chego ao final de mais uma aula, e, com isso, chegamos ao final do nosso Curso! Esta é uma aula que abrange 
todos os pontos do seu Edital que tratam sobre o Direito de Família. Assim, é possível estudar tudo a respeito 
do tema numa aula única. =) 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas 
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. 
Paulo H M Sousa 
 
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RESUMO 
 Tutela: com o falecimento ou ausência dos pais ou quando os pais perderem o poder familiar; dá-se por 
testamento ou por decisão judicial; abrange o tutelado e seus bens, sempre. 
 Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam (falta de legitimação): 
• Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens 
• Aqueles que se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer 
valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o 
menor 
• Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos 
da tutela 
• Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os 
costumes, tenham ou não cumprido pena 
• As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias 
anteriores 
• Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela 
 Podem se recusar a exercer a tutela: 
• Mulheres casadas ou em união estável 
• Maiores de 60 anos 
• Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 3 filhos 
•Os impossibilitados por enfermidade 
• Aqueles que habitarem longe do lugar do exercício da tutela 
• Aqueles que já exercerem tutela ou curatela 
• Militares em serviço 
 O tutor responde pelos prejuízos que culposamente causar ao tutelado, ou seja, trata-se de caso 
de responsabilidade civil subjetiva. Em qualquer caso, são solidariamente responsáveis pelos prejuízos as 
pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano. 
 Curatela: destina-se às limitações da vontade, daí ser, em geral, deferida a maiores; dá-se somente por 
decisão judicial; abrange o curatelado e os bens ou apenas os bens. 
 Submetem-se à curatela: 
• aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
• os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
• os pródigos. 
 Poderá ser curador (rol preferencial) 
• O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato 
• O pai ou a mãe 
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• O descendente que se demonstrar mais apto, preferindo-se os mais próximos 
• Compete ao juiz a escolha do curador 
 O procedimento de interdição passou a ser regulamentado especificamente pelo Código de 
Processo Civil, não mais pelo Código Civil. 
 Tomada de decisão apoiada: o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas 
pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na 
tomada de decisão sobre atos da vida civil. 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
FCC 
DIREITO DE FAMÍLIA – TUTELA, CURATELA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA (1.728 AO 1.783-A) 
1. (FCC/ MPE-PE – 2018) De acordo com a atual redação do Código Civil, estão sujeitos à curatela: 
a) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais 
e os viciados em tóxico; os deficientes mentais; e os deficientes visuais. 
b) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes 
mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento 
mental; os filhos menores de dezoito anos. 
c) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil, desde que não se trate de fato transitório; e os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. 
d) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; aqueles que, por outra causa duradoura, não 
puderem exprimir a sua vontade; os surdos, ainda que possam exprimir sua vontade; e os pródigos. 
e) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais 
e os viciados em tóxico; e os pródigos. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, visto que de acordo com a alteração do Código Civil, o Art. 1767 dispõe que 
deixam de serem sujeitos à curatela os deficientes mentais e visuais. 
A curatela é o encargo que é conferido a uma pessoa para que cuide dos interesses de alguém que não possa 
licitamente administrá-lo, de acordo com os parâmetros definidos por lei. 
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Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
A alternativa B está incorreta, pois, de acordo com o Código Civil, estão sujeitos à curatela apenas: aqueles 
que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os 
viciados em tóxico; e os pródigos. 
Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
A alternativa C está incorreta, pois estão sujeitos à curatela aqueles que não puderem exprimir suas 
vontades, por causa transitória ou permanente, de acordo com o Código Civil: 
Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
A alternativa D está incorreta, já que os surdos não fazem parte dessa lista e também pelos ébrios habituais 
e os viciados em tóxicos, sendo estes sujeitos à curatela, não estarem mencionados. Dispõe o Código Civil 
que: 
Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
A alternativa E está correta, pois sua redação está de acordo com o Art. 1.767 do Código Civil. 
Art. 1.767 – Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
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III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
V - os pródigos. 
2. (FCC/ DPE-SC – 2017) Sobre tutela, curatela e tomada de decisão apoiada, é correto afirmar: 
a) caso algum ascendente do menor se recuse a exercer a sua tutela, o juiz sempre poderá nomeá-lo com ou 
sem a sua anuência. 
b) o tutor pode, com autorização judicial, dispor de bens do menor a título gratuito. 
c) a curatela é instituto social de proteção dos absolutamente incapazes para a prática de atos da vida civil. 
d) a tomada de decisão apoiada pode ser requerida pela pessoa com deficiência ou por qualquer das pessoas 
legitimadas para promover a interdição. 
e) para que o apoiador seja desligado a seu pedido do processo de tomada de decisão apoiada, é 
imprescindível a manifestação judicial sobre o pedido. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que há alguns casos que a lei permite escusar-se da tutela, como 
expressa o art. 1.736: 
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: 
 I - mulheres casadas; 
II - maiores de sessenta anos; 
 III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; 
IV - os impossibilitados por enfermidade; 
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; 
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
VII - militares em serviço. 
Porém se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver 
provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer. 
A alternativa B está incorreta, dado que mesmo obtendo a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena 
de nulidade, adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis 
pertencentes ao menor; dispor dos bens do menor a título gratuito; constituir-se cessionário de crédito ou 
de direito, contra o menor. Conforme art. 1.749, CC: 
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: 
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I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis 
pertencentes ao menor; 
II - dispor dos bens do menor a título gratuito; 
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor. 
A alternativa C está incorreta, pois estão sujeitos a curatela, de acordo com o disposto pela legislação 
brasileira, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios 
habituais e os viciados em tóxico; os pródigos. Os absolutamente incapazesestão sujeitos à tutela. 
A alternativa D está incorreta, dado que a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com 
deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua 
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os 
elementos e informações necessárias para que possa exercer sua capacidade e o pedido de tomada de 
decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a 
prestarem o apoio. 
A alternativa E está correta, dado que é fato que o apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua 
participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à 
manifestação do juiz sobre a matéria, conforme Art. 1.783-A. §10, CC. 
3. (FCC/ TJ-PI – 2015) Adolfo casou-se em 15/11/2013 com Pedrina, contando os nubentes naquela 
data setenta e cinco e quarenta e cinco anos de idade, respectivamente. Adolfo possuía grande 
patrimônio, e em seguida, firmou testamento deixando para Pedrina um valioso imóvel rural, e o usufruto 
vitalício de um imóvel urbano, os quais não representavam mais do que 10% (dez por cento) de seu 
patrimônio. O restante dos bens destinou a seus filhos. Adolfo faleceu em 10/01/2015. Nesse caso, 
a) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação de bens, mas Pedrina concorrerá com os filhos 
de Adolfo na sucessão legítima e poderá optar entre a herança testamentária e os aquestos, se o patrimônio 
de Adolfo foi acrescido depois do casamento, mas, caso não tenha havido esse acréscimo, terá direito à deixa 
testamentária. 
b) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo nos bens adquiridos depois do casamento, qualquer que tenha 
sido o regime de bens sob o qual se realizou, mas não poderá receber os bens que lhe foram deixados por 
testamento. 
c) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina concorrerá com 
os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. 
d) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo se o casamento não tiver sido realizado sob o regime de 
comunhão parcial ou comunhão universal de bens, podendo receber os bens que lhe foram deixados por 
testamento. 
e) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina não concorrerá 
com os filhos de Adolfo na sucessão legítima; entretanto, poderá receber os bens que lhe foram deixados 
por testamento. 
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A alternativa A está incorreta, dado que conflita com o § 1º do art. 1.829 do Código Civil. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide 
Recurso Extraordinário nº 878.694) 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no 
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, 
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
A alternativa B está incorreta, dado que o cônjuge sobrevivente não concorrerá com os filhos, dado que é 
fato que na separação obrigatória não há herança, apenas meação em relação aos bens adquiridos na 
constância da sociedade conjugal, de acordo com o disposto pela Súmula 377 do STF: 
Súmula 377 - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do 
casamento. 
A alternativa C está incorreta, conforme disposto pelo art. 1.829 do Código Civil, Pedrina não concorrerá 
com os filhos. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide 
Recurso Extraordinário nº 878.694) 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no 
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, 
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
A alternativa D está incorreta, pois, o regime dar-se-á da separação obrigatória/legal de bens, previsto no 
art. 1.641, II do CC). Ainda, só não concorrerá se na comunhão parcial não tiver o falecido deixado bens 
particulares, conforme art. 1.829 do Código Civil. 
A alternativa E está correta, pois poderá receber os bens concebidos mediante testamento, desde que este 
respeitou a legítima. Vide art. 1.846, 1.641 e 1.829 do Código Civil. 
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo 
a legítima. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no 
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, 
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
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LISTA DE QUESTÕES 
FCC 
DIREITO DE FAMÍLIA – TUTELA, CURATELA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA (1.728 AO 1.783-A) 
1. (FCC/ MPE-PE – 2018) De acordo com a atual redação do Código Civil, estão sujeitos à curatela: 
a) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais 
e os viciados em tóxico; os deficientes mentais; e os deficientes visuais. 
b) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes 
mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento 
mental; os filhos menores de dezoito anos. 
c) aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil, desde que não se trate de fato transitório; e os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. 
d) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; aqueles que, por outra causa duradoura, não 
puderem exprimir a sua vontade; os surdos, ainda que possam exprimir sua vontade; e os pródigos. 
e) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais 
e os viciados em tóxico; e os pródigos. 
2. (FCC/ DPE-SC – 2017) Sobre tutela, curatela e tomada de decisão apoiada, é correto afirmar: 
a) caso algum ascendente do menor se recuse a exercer a sua tutela, o juiz sempre poderá nomeá-lo com ou 
sem a sua anuência. 
b) o tutor pode, com autorização judicial, dispor de bens do menor a título gratuito. 
c) a curatela é instituto social de proteção dos absolutamente incapazes para a prática de atos da vida civil. 
d) a tomada de decisão apoiada pode ser requerida pela pessoa com deficiência ou por qualquer das pessoas 
legitimadas para promover a interdição. 
e) para que o apoiador seja desligado a seu pedido do processo de tomada de decisão apoiada, é 
imprescindível a manifestação judicial sobre o pedido. 
3. (FCC/ TJ-PI – 2015) Adolfo casou-se em 15/11/2013 com Pedrina, contando os nubentes naquela 
data setenta e cinco e quarenta e cinco anos de idade, respectivamente. Adolfo possuía grande 
patrimônio, e em seguida, firmou testamento deixando para Pedrina um valioso imóvel rural, e o usufruto 
vitalício de um imóvel urbano, os quais não representavam mais do que 10% (dez por cento) de seu 
patrimônio. O restante dos bens destinou a seus filhos. Adolfo faleceu em 10/01/2015. Nesse caso, 
a) O casamentoteve de realizar-se pelo regime de separação de bens, mas Pedrina concorrerá com os filhos 
de Adolfo na sucessão legítima e poderá optar entre a herança testamentária e os aquestos, se o patrimônio 
de Adolfo foi acrescido depois do casamento, mas, caso não tenha havido esse acréscimo, terá direito à deixa 
testamentária. 
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b) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo nos bens adquiridos depois do casamento, qualquer que tenha 
sido o regime de bens sob o qual se realizou, mas não poderá receber os bens que lhe foram deixados por 
testamento. 
c) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina concorrerá com 
os filhos de Adolfo na sucessão legítima e poderá receber os bens que lhe foram deixados por testamento. 
d) Pedrina concorrerá com os filhos de Adolfo se o casamento não tiver sido realizado sob o regime de 
comunhão parcial ou comunhão universal de bens, podendo receber os bens que lhe foram deixados por 
testamento. 
e) O casamento teve de realizar-se pelo regime de separação obrigatória de bens, Pedrina não concorrerá 
com os filhos de Adolfo na sucessão legítima; entretanto, poderá receber os bens que lhe foram deixados 
por testamento. 
 
GABARITO 
 
FCC 
1. FCC/ MPE-PE – 2018 E 
2. FCC/ DPE-SC – 2017 E 
3. FCC/ TJ-PI – 2015 E 
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