Buscar

Do_curso-148879-aula-03-v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/
TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H)
2020.2 Pré-Edital
Autor:
Tiago Zanolla
Aula 03
24 de Agosto de 2020
 
 
 
 
 1 
72 
 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
 
AULA 03 
DOS CARTÓRIOS CÍVEIS: ARTS. 527 A 581 
 
 
Cartórios Cíveis - Artigos 527 a 581 ......................................................................................................... 2 
Questões Comentadas .......................................................................................................................... 45 
Questões Propostas ......................................................................................................................... 66 
Gabaritos .......................................................................................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 2 
72 
CARTÓRIOS CÍVEIS - ARTIGOS 527 A 581 
Na aula passada falamos bastante sobre as comunicações processuais. Muitos dos itens estão 
compreendidos entre os artigos desta aula. 
Todavia, hoje daremos enfoque a atividade de cartório. 
 
Art. 527 – Como rotina para fluxo do serviço cartorário, recomendam-se os procedimentos 
enunciados nos artigos a seguir. 
Este capítulo conterá dezenas de itens sobre o que fazer em um cartório cível. Tais artigos representam 
a essência de um código de normas: homogeneizar a atividade cartorária. 
Assim, a maioria dos itens não passa de uma mera descrição de passos. É como se fosse um manual. 
Tudo começa no Cartório Distribuidor: 
 
Art. 528 – Imediatamente ao ingresso da petição inicial, o Escrivão fará breve conferência dos 
documentos que a acompanham e nela referidos, observando se houve recolhimento de custas 
e taxa judiciária, se não amparada a parte autora com o benefício da assistência judiciária, ou 
se é caso de isenção legal. 
A petição inicial é o documento que inaugura o processo cível. A petição, em síntese, relata os fatos e 
traz o pedido do autor, ou seja, o que ele quer que o judiciário análise e decida quem está com a razão. 
Ao chegar no cartório, IMEDIATAMENTE o Escrivão (ou chefe da secretaria) procederá a conferência 
dos documentos que acompanham a inicial. 
Sobre as custas e taxa judiciária, é importante que você saiba que diferentemente de outros órgãos ou 
Poderes que são custeados exclusivamente pelos impostos, o Judiciário é custeado também pela 
demanda. 
Por isso, fundamentado na autonomia financeira, cabe ao Poder Judiciários criar mecanismos para o 
custeio de suas atividades. 
[CONSTITUIÇÃO FEDERAL] 
Art. 98. § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços 
afetos às atividades específicas da Justiça. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 3 
72 
Para tanto, como regra geral, a prestação jurisdicional se dá por meio da contrapartida pecuniária do 
requerente, ou seja, quando as partes solicitam um ato judicial, devem, antecipadamente, pagar pelo 
mesmo. 
Isso é o que chamamos de pagamento de custas, as quais, têm como finalidade, a remuneração dos 
serviços forenses (termo relativo aos serviços judiciais). 
As custas são a expressão da independência financeira do Poder Judiciário, pois o recolhimento é 
revertido diretamente ao próprio Tribunal (regra geral) e custeiam o tramite processual. 
 
Pois bem, CUSTAS é gênero e tem como espécies as custas judiciais, emolumentos (custas 
extrajudiciais) e a taxa judiciária. Tendo natureza tributária, são fundamentadas no princípio da 
legalidade, ou seja, deve haver previsão em lei para que seja possível a cobrança. 
A previsão em lei é pressuposto para a cobrança de custas. Se inexistir a previsão legal, não é 
permitido a cobrança. 
 
Em linhas gerais, as CUSTAS JUDICIAIS, são devidas pelo processamento de feitos e são fixadas 
segundo a natureza do processo e a espécie de recurso, especificados nas tabelas do TJ. 
Art. 451 – Custas judiciais são as despesas a que se obrigam as partes para a prática de atos 
processuais. 
§ 1o – O valor das custas é expresso por meio de múltiplos e submúltiplos do padrão 
denominado UNIDADE DE REFERÊNCIA DE CUSTAS (URC), que será́ corrigida com base nos 
indicadores econômicos publicados pelo IEPE (Fundação do Instituto de Estudos e Pesquisa 
Econômicas da UFRGS), ou, na falta desses, pelo que for considerado o índice oficial da 
inflação. 
Como vimos, o judiciário é custeado pela demanda, assim, a parte deverá recolher aos cofres do 
Tribunal o valor correspondente ao ato requerido. 
Exemplo: No ajuizamento de uma ação, o réu deve ser convocado a participar da relação processual (a lide, em 
regra, é autor versus réu). Para tanto, a citação pode ser feita por meio de correspondência (carta com aviso de 
recebimento – AR), pelo oficial de justiça ou por Edital). Independentemente da forma, o custeio desses atos é por 
meio das custas judiciais. 
 
Tudo isso consta nas tabelas. Por exemplo: 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
==ac9b5==
 
 
 
 
 4 
72 
Atos Processuais 
f) Citação, intimação, notificação ou remessa de ofício, 
através dos correios (por A.R.) ou outro meio usual de 
comunicação – Extração de edital (excluídas as despesas de 
publicação de editais) 
R$ 19,51 
Atos dos Oficiais de 
Justiça e Avaliadores 
1. Citação (por ato) – Intimação (por ato) – Notificação (por 
ato) 
R$ 27,33 
Imagine, por exemplo, que a citação, inicialmente, seria por correspondência. Entretanto, os Correios 
devolvem por ser inexistente o endereço. Nesse caso, o autor será “notificado” a apresentar novo 
endereço ou corrigi-lo e, sendo o caso, pagar nova citação, a ser efetuada agora pelo Oficial de Justiça. 
No caso de efetivamente realizados e infrutífero o ato ou diligência, não haverá restituição 
de custas. 
 
Além disso, quando praticado o ato e posteriormente tornado sem efeito por culpa do interessado, não 
haverá a restituição de custas ou emolumentos (exemplo: endereço errado ou inválido). 
 
Os EMOLUMENTOS (também chamados de CUSTAS EXTRAJUDICIAIS) se referem aos atos praticados 
pelos serviços do foro extrajudicial. 
Art. 454 – Emolumentos são as despesas devidas pelos interessados aos responsáveis pelos 
Serviços Notariais e de Registro, pelos atos que vierem a ser praticados no âmbito de suas 
serventias, dentro de sua competência legal, de acordo com os valores previstos para cada um 
deles, na conformidade das tabelas de emolumentos anexas, suas notas explicativas e 
observações, todas com força normativa. 
 
Na prática, são a remuneração devida pelos serviços notariais e de registros destinados a garantir a 
publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos, sob chancela da fé pública 
Exemplo: Existem várias coisas comuns com as pessoas quando passam em um concurso. Algumas compram 
carro, outras um apartamento e outras, acredite, casam (rs). Brincadeiras a parte, todos esses atos precisam de fé 
pública e são praticados em cartórios do foro extrajudicial. No caso do carro, a autenticação por verdadeiro do 
documento de transferência do carro. Na compra de um apartamento, a lavratura da escritura e o registro do 
imóvel. No casamento, a habilitação do mesmo. Se você quiser uma certidão de casamento, também precisa pagar 
por ela. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 5 
72 
A TAXAJUDICIÁRIA tem por fato gerador a prestação de serviços públicos de natureza forense, devida 
pelas partes ao Estado e será computada como despesa judicial, para os efeitos processuais, é variável 
e deve ser recolhida em conformidade com o caso concreto. 
 
Todo processo tem custas e taxa? Não, nem todos. Lei novamente o artigo 528: 
Art. 528 – Imediatamente ao ingresso da petição inicial, o Escrivão fará breve conferência dos 
documentos que a acompanham e nela referidos, observando se houve recolhimento de custas 
e taxa judiciária, se não amparada a parte autora com o benefício da assistência judiciária, 
ou se é caso de isenção legal. 
Os casos de isenção ou não incidência estão previstas nas leis que instituem as devidas cobranças. 
Fugiria ao escopo explora-las aqui, mas geralmente se referem a entidades e órgãos públicos. 
Um exemplo muito comum são os Juizados Especiais. 
NÃO HÁ INCIDÊNCIA DE CUSTAS para acesso, em primeiro grau de jurisdição, aos Juizados Especiais 
Cíveis, Criminais e Fazendários. 
Os Juizados Especiais são órgãos da Justiça ordinária instituídos pela Lei nº 9.099, de 26/9/1995. Foram 
criados para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência 
(conhecemos como pequenas causas). São conflitos de menor complexidade e retrata um em meio de 
solução mais célere por meio do diálogo. 
Além da celeridade, outra característica dos Juizados é a isenção em PRIMEIRO GRAU de custas 
judiciais, da Taxa Judiciária, da verba indenizatória e das despesas e citações postais. 
[LEI N. 9.099/1995] 
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do 
pagamento de custas, taxas ou despesas. 
Inclusive, nem do sucumbido serão cobradas na primeira instância. 
[LEI N. 9.099/1995] 
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de 
advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. [...] 
 Nunca será cobrado em primeira instância! Nunca, não.... 
Serão cobrados nas seguintes hipóteses: 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 6 
72 
 Quando reconhecida a litigância de má-fé; 
 Quando forem julgados improcedentes os embargos do devedor. Se a parte já houver 
recolhido as custas, por ocasião da interposição de recurso, deverá recolher apenas os valores 
relativos às diligências iniciais da execução, se for o caso; e 
 Quando extinto o processo, em razão de contumácia da parte autora. 
Ademais, a dispensa de custas ficará prejudicada caso haja RECURSO PARA AS TURMAS RECURSAIS. 
 
Quando ao benefício da assistência judiciária, o autor, comprovadamente pobre, solicita na petição a 
assistência judiciária gratuita. O processo é distribuído normalmente e cabe ao Magistrado decidir pela 
concessão ou não. 
[CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na 
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser 
formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. 
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a 
falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o 
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. 
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa 
natural. 
Para fixar: 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 7 
72 
Pois bem, faltando algum documento, o autor será intimado para providencia-los no prazo de 5 dias. 
Parágrafo único – Faltando algum documento que deva acompanhar a inicial ou cópias desta, 
intimar a parte autora a fornecê-los no prazo de 05 (cinco) dias. Desatendida a providência, 
serão os autos conclusos. 
 
A expressão “Autos conclusos” indica que o processo está ou irá para o Juiz, para que ele se pronuncie. 
[CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se 
enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício 
ou a requerimento da parte. 
Já falamos sobre isso na aula inaugural. 
 
Art. 529 – § 4º – Não havendo comprovação do preparo, o fato será informado nos autos, com 
imediata conclusão. Tratando- se de medidas urgentes, não havendo tal comprovação em 48 
horas, idêntica informação será lançada no feito, com conclusão. 
Quando a norma utiliza o termo “preparo”, está se referindo ao pagamento das custas. 
Como “ideia central”, nenhum ato será praticado pelo cartório ou autorizado pelo magistrado sem o 
prévio recolhimento das custas judiciais correspondentes. Por isso, não havendo comprovação do 
preparo (pagamento), o fato será informado nos autos e o feito concluso ao juiz. 
Todavia, tratando-se de medidas urgentes, os atos poderão ser praticados devendo o requerente, em 
48 horas, fazer prova do pagamento. Não havendo, novamente os autos serão conclusos ao juiz. 
 
Uma vez conferida, a petição inicial será registrada e autuada e levada à conclusão do Magistrado. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 8 
72 
Art. 529 – A petição inicial, com o devido preparo, será registrada e autuada independente de 
despacho judicial. Em seguida, será levada à conclusão, já com as folhas dos autos numeradas 
e rubricadas. 
 
As atividades que não precisam de despacho do Juiz são chamadas de atos ordinatórios. 
[CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] 
Art. 203. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz 
quando necessário. 
 
Da Autuação 
Autuar nada mais é que preparar o processo para tramitação interna. 
 
É pegar isto... e transformar nisto: 
 
 
 
A autuação, como você já deve suspeitar, é PADRONIZADA. As próximas alíneas e parágrafos não 
precisam de comentários. 
§ 1º – A autuação será padronizada, com a utilização da capa PJ – 691, observado o seguinte: 
a - Nas execuções fiscais, ajuizadas com base na lei nº. 6.830/80, deve ser procedida a autuação 
sem a utilização de capa, a qual somente será necessária quando: 
- não localizado o devedor e houver necessidade de carga para o procurador do credor; 
- estabelecido o contraditório, com oposição de embargos, ou 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 9 
72 
- a partir da fase de venda judicial dos bens penhorados. Quando dispensada a capa, serão 
apostas etiquetas de identificação do processo no pedido inicial, ou na própria certidão da 
dívida ativa. 
b - As capas de processos de execução fiscal findos em razão do pagamento da dívida ativa e 
com trânsito em julgado serão reutilizadas, anotando-se o respectivo número do registro da 
distribuição em local visível junto ao pedido inicial ou na certidão de dívida ativa. 
c - As capas de cartas precatóriasserão removidas antes da juntada das respectivas peças aos 
autos e, sempre que possível, reaproveitadas na atuação de outros feitos. 
§ 2 – as petições iniciais e quaisquer documentos protocolizados no decorrer do processo 
deverão ser previamente perfurados, obedecendo ao padrão universal de dois furos e 
observando a necessidade de centralização dos mesmos (exigida a partir de 1º de outubro de 
2005). 
§ 3º – Os documentos protocolizados serão individualizados, pela parte interessada, de modo 
que cada documento corresponda a uma lauda, ressalvadas aquelas hipóteses de 
documentos com dimensões inferiores que permitam a juntada de mais de um deles em cada 
lauda, evitada sobreposição, neste caso, deverá ser feita referência ao número de documentos 
que nela constam. 
 
Como você pode reparar, são instruções voltadas aos servidores. E são descrições de passos que devem 
ser realizados na rotina do cartório. Embora quase todos eles possuam uma justificativa processual para 
ser realizados, o Sr. Corregedor está preocupado em saber se você será capaz de furar a folha 
exatamente no meio da mesma, e se é capaz de fazer constar informações importantes sobre o 
processo, que facilitarão a vida do Juiz (mesmo que não faça ideia do motivo de fazê-lo). 
 
Na autuação, deve-se mencionar (Art. 530): 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 10 
72 
 
 
Na autuação, TODAS as folhas devem ser numeradas e rubricadas. 
Art. 531 – Todas as folhas serão numeradas e rubricadas. 
§ 2º - Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco nem entrelinhas, emendas ou 
rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas, expressamente ressalvadas. 
 
 
 
Utilize um leitor de QR CODE no seu smartphone (ou 
clique no QR CODE se estiver no computador/celular) e 
assista ao vídeo falando um pouco mais sobre 
AUTUAÇÃO. 
 
MENCIONAR NA 
AUTUAÇÃO
I – juízo, natureza do feito, procedimento, número do registro,
nome das partes e data, procedendo-se do mesmo modo
quanto aos volumes que se forem formando (art. 206 do CPC),
numerando-se os mesmos;
II – alterações subjetivas, tais como substituição de partes,
litisconsórcio, assistência, intervenção de terceiro, do Ministério
Público ou de Curador Especial, desistência ou extinção do
processo quanto a alguma das partes, etc.;
III – alterações objetivas, tais como interposição de embargos,
reconvenção, reunião de processo, apensamento ou
desapensamento de autos, conversão de ação ou de
procedimento, benefício da assistência judiciária, proibição de
retirada dos autos, etc.;
IV – data da prescrição no inquérito judicial falimentar;
V – penhora no rosto dos autos;
VI – parte menor ou incapaz.
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 11 
72 
Basicamente, é no momento da autuação (momento no qual o pessoal do cartório monta o processo, 
colocando os documentos apresentados pela parte em uma capa e registrando um número para aquele 
conjunto, que doravante será chamado de processo, ou de forma mais técnica, “autos do processo”) 
que serão inseridas todas as informações constantes acima. 
 
Sim, eu forcei a barra no exemplo de uma emenda, mas nada como o exagero para ajudar a lembrar. 
Pois bem, os espaços em branco não são admitidos pela Consolidação. O fundamento é simples: deixar 
um espaço em branco na folha permite que alguém mal-intencionado insira informações naquele 
espaço posteriormente e ninguém será capaz de perceber a adulteração da página. 
Para evitar isso, os espaços em branco devem ser inutilizados. 
Quanto às entrelinhas, rasuras e emendas, elas também não são admissíveis, a menos que sejam 
ressalvadas. Essa ressalva costuma ser com o servidor rubricando logo ao lado da emenda, entrelinha 
ou rasura, de modo a deixar claro que foi ele e não uma pessoa não autorizada quem emendou, rasurou 
ou redigiu a entrelinha. 
 
Art. 531 – [...] 
§ 1º - Em se tratando de ação civil pública, a petição inicial terá numeração própria quando 
acompanhada de inquérito civil, apondo-se o número da folha seguido da letra “x” (2x; 3x; 4x; 
etc.), de tal forma que a numeração do inquérito civil que a acompanha seja aproveitada 
integralmente, dando sequência depois à numeração dos autos do processo judicial. 
Existem determinados processos que correm nos ofícios que pressupõem a existência de um 
procedimento anterior, às vezes nem mesmo iniciado no Poder Judiciário. O parágrafo 1º trata do caso 
da ação civil pública, que algumas vezes será acompanhada do inquérito civil. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 12 
72 
O inquérito civil é um procedimento administrativo de natureza investigatória e sendo um processo 
administrativo, será também numerado segundo as regras do órgão que autuou esse documento. 
Pois bem, a ideia é continuar a numeração de onde ela parou, mas ainda assim, é necessário distinguir 
o feito do procedimento preparatório. Assim, além da numeração, colocaremos a letra “x” do lado do 
número da página, o que nos garantirá, a um só tempo, a continuidade da numeração e a distinção entre 
procedimento preparatório e a peça inaugural a qual deu origem. 
 
Expedição do Mandado 
Art. 532 – Proferido o despacho inicial, determinando a citação, expedir-se-á mandado que, 
registrado no livro próprio, será entregue ao Oficial de Justiça ou à Central de Mandados. 
Parágrafo único – Os autos aguardarão o cumprimento e devolução do mandado em escaninho 
próprio, anotando-se na ficha de controle ou informando-se ao computador 
Uma parte iniciou o processo (autor). O fez contra outra pessoa, que virá a ser o réu do processo. Só que 
o réu precisa ser cientificado de que uma ação corre contra ele, a fim de que possa se defender. 
Esta ciência será dada pelo Oficial de Justiça, que entregará à outra parte o chamado “Mandado de 
Citação”. Com isto, as duas partes serão integradas ao processo, e assim começa a dança ritualística em 
prol do convencimento do Juiz. 
O Oficial de Justiça recebe os mandados em carga e ao devolve-lo efetua a descarga. 
Art. 536 – Diariamente serão baixados no sistema de informática os mandados devolvidos e 
juntados aos autos respectivos. 
Parágrafo único – Todos os mandados juntados no processo devem receber a informação 
correspondente no sistema de informática na funcionalidade própria. 
 
Escaninho 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 13 
72 
Você verá bastante a expressão “escaninho próprio” onde os 
processos aguardam alguma coisa (não tem nada a ver com 
escâner pequeno). É basicamente uma estante com uma etiqueta 
escrito “prazo” onde você coloca os processos que aguardam o 
decurso de algum prazo para serem novamente movimentados. 
Você terá chance de se familiarizar com isso no seu dia a dia no 
cartório. 
 
E o escaninho tem muito uso em sua vida funcional: 
Art. 555 – Após o cumprimento de cada despacho, o processo será colocado em escaninho 
próprio que indicará a posição processual respectiva, anotando-se na ficha controle ou 
informando o computador. 
Art. 556 – Os processos com despachos pendentes de cumprimento pelo Cartório, 
permanecerão em local definido com a anotação de “aguardando cumprimento de despacho”. 
O artigo 555 e 556 encarna o que você fará com mais frequência quando estiver trabalhando. Cada novo 
despacho dado no processo faz com que o mesmo tenha de ser armazenado em escaninho próprio, com 
uma etiqueta na prateleira dizendo o que raios ele está fazendoali (a gente anota em um pedaço de 
papel que acompanha o processo). 
Se já tiver visitado uma vara, verá várias prateleiras com diversos andamentos etiquetados nas mesmas. 
Estas etiquetas definem o andamento do processo. Por exemplo: prazo, intimação, notificação, carta 
precatória, BACEN JUD, RENAVAM e por aí vai. 
 
 
Artigo 533 foi revogado. 
Intervenção do Ministério Público 
Os artigos 534 a 536 são bastante diretos: 
Art. 534 – Se o despacho, além de determinar a citação, designar audiência, no primeiro 
momento intimar-se-á o Ministério Público, em sendo caso de sua intervenção. A seguir, 
expedir-se-ão os mandados e ofícios necessários. 
Um processo criminal, por exemplo, exige a presença do Ministério Público, uma vez que é ele o titular 
da ação penal. Assim, a instituição deve ser intimada para acompanhar o devido processo. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 14 
72 
Infere-se que nos casos de manifestação do MP, primeiro ele deve ser intimado para depois ser expedido 
os mandados designando data de audiência (deve ser pelo fato de primeiro ser necessário verificar a 
agenda do MP). 
 
Da Audiência 
Cumprida a diligência os autos ficarão em escaninho próprio de “aguardando audiência”. Os processos 
deverão ser revisados 5 dias antes da audiência (naturalmente só se fará isso naqueles com audiência 
marcada) e encaminhadas ao magistrado 24 horas antes da solenidade. Também com 24 h de 
antecedência a pauta deverá ser afixada ao lado da porta da sala de audiências. 
Art. 535 – Cumpridas as diligências ordenadas no despacho, o processo aguardará, no 
escaninho próprio, a realização de audiência. 
§ 1º – Os processos que se encontram com audiência designada serão revisados até 05 
(cinco) dias antes da solenidade encaminhados à exame pelo Juiz/Pretor com antecedência 
de 24 horas. 
§ 2º – Com antecedência mínima de 24 horas, a pauta deverá ser afixada do lado de fora 
da sala de audiências, informando a data das solenidades, sua hora, espécie de processo e 
nome das partes. As audiências em segredo de justiça serão indicadas apenas pelo número do 
processo. 
 
Agora fica mais interessante: 
Art. 537 – Admitidas reconvenção, intervenção de terceiros, assistência ou litisconsórcio, o 
Cartório diligenciará na anotação pela distribuição. 
§ 1º – A reconvenção, apresentada juntamente com a contestação, será normalmente inserida 
no processo principal, efetuando o réu imediatamente o preparo. 
Cumpridas 
as 
diligências
processo 
aguarda em 
escaninho 
próprio a 
realização de 
audiência
Se não tem 
data, 
aguarda
Se tem 
audiência 
designada
Serão 
revisados 
5 dias 
antes
24 
horas 
antes
Encaminhados 
ao Juiz
Incluído na 
pauta a ser 
fixada no lado 
de fora da sala 
de audiência 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 15 
72 
§ 2º – O Cartório providenciará em anotar na Distribuição a reconvenção, procedendo a novo 
registro no Livro-Tombo e indicando o novo número na capa do processo principal. 
O caput do artigo 537 trata de algumas hipóteses de alterações objetivas da demanda. Os exemplos 
escolhidos pela Consolidação são todos de integração de novos participantes no processo (exceto no 
caso da reconvenção). Como há novas pessoas que participam da relação processual, tal situação tem 
de ser anotada no processo. 
A reconvenção é um pouco diferente. Por meio desse instituto, uma parte que é ré em uma ação, ao 
invés de simplesmente se defender do fato que lhe é imputado pelo autor (o que faria através de 
contestação) irá mais longe: irá aproveitar a oportunidade e mover ela própria uma ação contra o 
próprio autor, sobre o mesmo assunto tratado no processo. 
Imagine que alguém bate no seu carro e ajuíza ação contra você pretendendo ser indenizado dos danos 
(o indivíduo acredita seriamente que foi você o responsável pelo acidente). 
Você pode contestar isto, dizendo que não é responsável por aquele acidente, mas também pode ir mais 
longe: aproveitar a oportunidade e dizer ao Juiz: quem quer ser indenizado sou eu! Ele bateu no meu 
carro! 
Em teoria, esta é uma segunda ação (agora você é o autor e a outra parte o réu), mas já que a situação 
fática é a mesma, as duas petições correrão juntas. E preste bem atenção: Como a reconvenção é uma 
nova ação, a parte que a intenta (reconvinte) também tem de recolher o preparo. 
 
Entranhamento 
Art. 538 – As peças desentranhadas, quando não recebidas imediatamente pelas partes, 
serão guardadas em pasta própria, vedando-se grampeá-las nas capas dos processos. Em 
seu lugar, será colocada uma folha anotando o desentranhamento, fazendo referência à 
decisão que o determinou, evitando-se renumeração. 
Parágrafo único – Nas peças desentranhadas, o Cartório certificará, em lugar visível e sem 
prejudicar a leitura do seu conteúdo, o número e a natureza do processo de onde foram 
retiradas. 
O desentranhamento é a retirada de uma peça ou documento do processo. 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 16 
72 
Seguindo a máxima do direito "aquilo que não está nos autos, 
não está no mundo". De tal forma, o desentranhamento, em 
alguns casos, trará um efeito prejudicial à parte: as alegações 
ali constantes não serão conhecidas nem pelo Juiz, nem pelos 
Desembargadores, ou por qualquer pessoa que tenha contato 
com o processo, pois terão desaparecido do mesmo. 
A intenção é justamente fazer com que a manifestação 
desapareça do processo e não seja considerada para qualquer 
efeito 
E já que não poderia estar no processo, também não pode servir ao convencimento do Juiz, razão pela 
qual não podemos nem mesmo grampear a peça na capa (vai que o Magistrado dá uma olhada no 
conteúdo da peça ou documento por acidente e isso vem a influenciar seu julgamento...). 
 
 
Desavolumação 
Art. 539 – Visando à desavolumação de autos, observada a regra do art. 229, §4º, I, 
desnecessária a escrituração do termo de juntada das petições em geral desde que informada 
a juntada no sistema informatizado, observando-se a ordem cronológica de recebimento em 
juízo. 
 
Em outros Tribunais (consigo mencionar ao menos o TJ 
SP), o termo de juntada é um documento juntado ao 
final dos documentos que justificaram sua confecção. 
Exemplo: se um advogado chega com uma contestação 
e dois laudos que comprovam seus argumentos, o termo 
de juntada de SP faria uma lista dos documentos 
apresentados e seria juntado por último no processo. 
 
No TJ-RS, buscando diminuir o tamanho dos processos, não é necessário fazer o termo de juntada das 
petições, desde que a informação seja inserida no sistema informatizado. 
 
Ah! A regra do 229, §4º, I não existe! Na verdade, o item faz remissão ao item abaixo: 
Art. 229 [...] 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 17 
72 
§ 5º - A escrituração dos termos de juntada, conclusão, remessa e recebimento deverá ser 
substituída pela movimentação correspondente disponível no sistema informatizado 
THEMIS1G. 
§ 6º - Excetuam-se da regra do parágrafo anterior as seguintes hipóteses: 
I – a JUNTADA dos comprovantes de citação e de intimação (mandado, carta AR, precatória, 
etc), desde que impliquem contagem de prazo a contar do termo de juntada. 
 
Assim, COMO REGRA, o termo de juntada deve ser feito online! Todavia, aqueles “recibos de entrega” 
que impliquem contagem de prazos, são “físicos” e, portanto, precisam ser juntados fisicamente aos 
autos. Dessa forma,se implicarem a contagem de prazo, a juntada deve ser feito fisicamente também. 
 
Art. 540 – Sempre que juntada aos autos cópia integral do documento emitido pelo Cartório, 
em atendimento a decisão judicial, fica dispensada a certificação do cumprimento respectivo. 
Esse item também visa à desavolumação. Se foi determinado pelo Juiz, não precisa fazer o termo de 
juntada, apenas junte o documento. 
 
Art. 541 – Nenhum processo ficará paralisado em Cartório por mais de 30 dias, salvo os casos 
de suspensão ou de maior tempo concedido ou determinado pelo Juiz. Vencido esse prazo, o 
Escrivão assim certificará, fazendo-o concluso. 
Os processos têm sempre de caminhar rumo a seu desfecho. Se um processo fica parado por mais de 
30 dias, sem explicação aparente, é tempo de consulta-lo e descobrir o motivo da paralisação. 
Imagine um ofício encaminhado à Receita Federal determinado que a entidade preste algumas 
informações. Lá, ninguém alguém recebe e “esquece na gaveta”. Por 30 dias, é razoável a espera. 
Durante esse tempo, o processo está parado. Por isso, passado esse prazo, o Escrivão certificará e fará 
concluso ao Juiz (muito possivelmente o ofício será reenviado com um singelo aviso que “o não 
atendimento poderá caracterizar desobediência à ordem judicial”. 
Professor, para economizar espaço, visando a desavolumação, posso fazer os termos de juntada no 
verso? 
O artigo 563 responde padawan: 
Art. 563 – Vedado o uso de termos (recebimento, juntada, conclusão, etc.) no verso de 
documentos juntados nos autos 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 18 
72 
Volume de processos 
Art. 561 – Quando o primeiro volume dos autos atingir 200 (duzentas) folhas, será iniciado o 
segundo, e assim sucessivamente, com certidão ou termo respectivo. 
Parágrafo único – Excepcionalmente, visando evitar separação de peça juntada, poderá o 
volume exceder ou não alcançar o número de folhas referido neste artigo. 
Se a autuação permitia a criação de um novo processo, a abertura volume apenas dá continuidade a um 
processo já existente. 
Por que fazemos isto? Bom, um processo de falência (e isto é só um exemplo), costuma exceder 3.000 
páginas em alguns casos. Você consegue imaginar tudo isto inserido em um volume único? 
Isto são aproximadamente 24 quilos de papel concentrados em um único processo (dá pra quebrar as 
pernas de algumas mesas com isso)! Fora o fato de que desafio alguém a consultar a página 1465 do 
aludido processo. 
 
Já sabendo dessa predisposição desastrosa que possuem os processos, a Consolidação fixou um 
máximo de 200 folhas por volume de processo. Acima disto, o ofício deve providenciar a abertura de 
um novo volume. 
Mas há uma exceção: Para evitar a separação de peça juntada (exemplo: processo conta com 190 
folhas e uma petição de 20 folhas é juntada). 
No exemplo do parágrafo anterior, pode ser que se decida ou por encerrar o primeiro volume com 190 
folhas (juntando a petição de 20 folhas no volume seguinte), ou encerrá-lo com 210 folhas (juntando a 
petição no mesmo volume para depois encerrá-lo). 
 
Apensamento 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 19 
72 
Art. 542 – Sempre que possível, deve ser evitado o apensamento de autos julgados; ficará, no 
processo em andamento, certidão detalhada a respeito, com a cópia da sentença e do acórdão, 
mencionando-se a pendência ou não de recurso bem como o valor das custas pagas e o nome 
de quem as preparou. 
Imagine um processo simples. Muito provavelmente, terá poucas folhas e o processo pode ser 
encerrado em um único volume. Por outro lado, se tivermos um processo complexo, certamente terá 
mais de 200 folhas. Nesse caso, não podemos colocar tudo dentro de uma capa só. 
Mas aí, em um universo de milhares de processos, os volumes devem manter-se juntos. Para isso, 
utiliza-se uma técnica chamada APENSAMENTO, que nada mais é do que manter ligados os autos de 
um mesmo processo ou de anexar processos que tem alguma relação. O pensamento, é previsto em 
lei, mas o Juiz também pode determina o apensamento. 
 
Parece que os autos estão amarrados por um barbante né? Pois é, isso são os autos em apenso, . 
Da mesma forma que os autos foram apensados, eles podem ser desapensados. Existem hipóteses 
previstas na lei, que são feitas de ofício pelo Cartório. Se não existir previsão legal, o apensamento e 
desapensamento só pode ser feita por DECISÃO DO JUIZ. 
 
Carga de Autos 
O próximo artigo trata de um fenômeno muito comum em seu novo ambiente de trabalho: a carga de 
processos pelos advogados das partes, membros do Ministério Público e Juízes. Através da carga, o 
interessado pode retirar o processo do cartório e levar consigo (no mais das vezes para tirar cópia ou 
examinar os autos mais detidamente). 
Art. 564 – Eventuais exames pretendidos por terceiros nos livros e documentos pertencentes ao 
Cartório somente ocorrerão com autorização do Juiz da Vara ou da Direção do Foro. 
Os livros do Cartório interessam somente aos funcionários da Justiça. Quem quer que queira acesso a 
eles precisa justificar ao Juiz da Vara ou da Direção do Foro que, se entender as razões pertinentes, 
autorizará o exame. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 20 
72 
§ 1º – Ao advogado é assegurado o direito de examinar autos de processo findos ou em 
andamento, mesmo sem procuração, quando os respectivos feitos não estejam em regime 
de segredo de justiça, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independente de petição 
fundamentada ao Juiz. 
 
Segundo nossa Constituição, a atividade do advogado é essencial à Justiça, razão pela qual se busca 
oferecer o mínimo de resistência à sua atuação. Assim, mesmo que o advogado não tenha procuração 
nos autos (não atue no processo), poderá consultar os processos que constam no Cartório, a exceção, 
logicamente, daqueles que corram em segredo de justiça (neste caso, terá de comprovar ser advogado 
de uma das partes do processo, por meio de instrumento de procuração). 
O espírito do parágrafo 1º é o livre acesso ao conteúdo de quaisquer autos sem a necessidade de 
“autorização” de um Juiz. 
Mas: 
§ 2º – O livre acesso de advogados nas serventias judiciais não implica, necessariamente, no 
livre trânsito em áreas reservadas a magistrados e servidores. Somente poderão examinar 
livremente os processos, livros e documentos que lhes tenham sido regularmente entregues, 
sob pena de falta ou perda de controle e organização do responsável pela serventia judicial. 
 
Resumindo história: o advogado não pode entrar na área do Cartório onde ficam os servidores (não 
implica livre trânsito em áreas reservadas) e pegar um processo da prateleira de uma das partes que 
representa (somente poderão examinar livremente os processos, livros e documentos que lhes tenham 
sido regularmente entregues). 
A parte final do parágrafo 2º é uma adaptação pomposa da expressão “se não vira zona”. 
 
Art. 564-A - Os autos de processos CÍVEIS e JECCÍVEL poderão ser retirados do Cartório para 
extração de cópias, sendo responsabilidade do requerente a seleção das peças a serem 
copiadas, bem como a devolução, nas condições em que foram recebidos. Poderão retirar os 
autos de cartório para extração de cópia: 
 
Muito bem, agora segue a enorme lista de pessoas que podem sair com o processo embaixo do braço 
para extrair cópia dos autos. 
Reforço: é só para tirar cópias do processo, não é para levar para casa nem para o escritório: 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ -H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 21 
72 
I - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, 
devidamente constituídos no processo, mesmo quando houver fluência de prazo comum às 
partes. 
Este primeiro grupo pode quase tudo. Como estão constituídos nos autos, fica mais fácil repreendê-los 
em caso de má conduta. Assim, não há problema algum em permitir a carga para cópia, mesmo que 
haja fluência de prazo comum para as partes, afinal, ele logo irá devolver o processo ao cartório. 
II - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem do Advogados do Brasil, mesmo 
sem procuração, desde que o feito não tramite em segredo de justiça (inciso XIII do Art. 7º da 
Lei 8906 de 1994) e não contenha informação protegida por sigilo fiscal ou bancário (Art. 816 
da CNJ-CGJ). 
 
Agora temos advogados e estagiários não constituídos nos autos. Mas ainda temos a regra do parágrafo 
1º do artigo 564: 
Art. 564 – Eventuais exames pretendidos por terceiros nos livros e documentos pertencentes ao 
Cartório somente ocorrerão com autorização do Juiz da Vara ou da Direção do Foro. 
§ 1º – Ao advogado é assegurado o direito de examinar autos de processo findos ou em 
andamento, mesmo sem procuração, quando os respectivos feitos não estejam em regime de 
segredo de justiça, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independente de petição 
fundamentada ao Juiz. 
Como esses profissionais são essenciais à Justiça, não devemos dificultar sua atuação. Entretanto, 
existem informações em alguns processos que não podem ser divulgadas a qualquer pessoa (a exemplo 
daquelas que correm em segredo de justiça ou que contenham informação protegida por sigilo fiscal ou 
bancário). Neste caso, será exigida a procuração dos advogados e estagiários, o que quer dizer que os 
apontados no inciso II não poderão retirar em carga processos naquelas condições. 
 
III - Terceira pessoa com autorização expressa do procurador habilitado, que se responsabilize 
sob fé de seu grau, desde que o feito não tramite em segredo de justiça ou contenha informação 
protegida por sigilo fiscal ou bancário 
Este indivíduo não é nem parte, nem advogado. Normalmente, é um courier (vulgo office boy), ou 
mesmo um estagiário sem inscrição na OAB, autorizado pelo procurador a retirar os autos do cartório 
para fazer as cópias. Bastante comum nos casos em que o procurador não quer se deslocar, e passa a 
tarefa a outra pessoa. 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 22 
72 
O ponto principal é que esse terceiro está autorizado pelo procurador, e é este (o procurador) o 
responsável por tudo que acontecer com o processo. 
 
As exceções de sigilo ou segredo continuam valendo. 
IV - As próprias partes litigantes, sendo que, nas situações em que existam nos autos 
documentos de difícil restauração, informação protegida por sigilo fiscal ou bancário, ou título 
executivo extrajudicial, a parte deverá ser acompanhada por servidor ou estagiário do 
cartório. 
 
O quarto tipo de pessoa que pode retirar autos do cartório são as próprias partes dos processos. Mas, 
ao contrário dos advogados, é possível que elas levem isso para o lado pessoal (enquanto o advogado 
está apenas trabalhando, a parte vê sua vida em jogo em um processo), razão pela qual, se houver 
documento de difícil restauração, informação protegida por sigilo bancário ou fiscal (pois estas 
informações, em hipótese alguma, podem ser divulgadas a terceiros, além de serem difíceis de obter 
junto às repartições que as controlam) ou se se tratar de título executivo extrajudicial, um servidor ou 
estagiário acompanhará a parte, para que ela não tenha ideias bobas como desaparecer com algum dos 
documentos do processo. 
 
Você talvez esteja curioso quanto à ressalva do título executivo extrajudicial. 
Execuções por título executivo extrajudicial são execuções que são instruídas não com uma sentença de 
procedência do pedido da parte (título executivo judicial), mas com documentos que a própria lei 
confere o caráter de executividade (um cheque assinado pelo devedor pode servir para uma execução 
por título extrajudicial). 
 
Tais documentos normalmente existem em via única e em geral são títulos de crédito. Sendo títulos de 
crédito, são investidos de algo que se conhece no Direito Comercial como “cartularidade”. O princípio 
da cartularidade diz que a dívida está consubstanciada no título, sendo esse a representação física 
daquele. 
 
Conclusão: se o título desaparecer, a dívida desaparece também, o que justifica toda a cautela do inciso 
IV. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 23 
72 
 
 
 
§ 1º - A autorização referida no inciso III deverá seguir o modelo do Anexo I deste Provimento e 
será acompanhada de cópia da carteira da OAB do advogado que autoriza e informação 
atualizada do processo. 
ACESSO AOS 
AUTOS
EXAME EM 
BALCÃO
Sujeitos ao sigilo
Somente advogado 
constituído nos autos
SEM Segredo de 
Justiça
Qualquer advogado
Terceiros com autorização 
do Juiz da Vara ou da 
Direção
PARA CÓPIA
Advogado e 
Estagiário 
constituído 
Mesmo na fluência do prazo 
comum
Advogado e 
Estagiário SEM 
PROCURAÇÃO
Desde que sem segredo de 
justiça e sem informações 
sigilosas
Terceiro com 
autorização do 
procurador
Desde que sem segredo de 
justiça e sem informações 
sigilosas
As partes
Quando existir documentos 
de difícil restauração, 
protegida por sigilo ou título 
executivo extrajudicial, um 
servidor/estagiário deve 
acompanhar
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 24 
72 
 
§ 2º - Os autos de inquéritos policiais, processos criminais, termos circunstanciados e de 
execução criminal somente poderão ser retirados para extração de cópia por advogado e 
estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, desde que não tramitem em segredo de 
justiça ou sob sigilo. Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias 
solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas 
correspondentes. 
 
A persecução penal é algo um tanto complicada. Existe uma chance razoável de o réu acabar preso ao 
final do processo. 
Por outro lado, pode levar algum tempo até que a parte consiga constituir um advogado para defendê-
la. 
Isto justifica a ressalva feita no parágrafo 2º, no último trecho. De posse das cópias dos autos, ficará 
mais fácil encontrar um advogado e permitir que ele se atualize a respeito da causa de seu novo cliente. 
Tirando a exceção acima, sempre que falarmos de inquéritos policiais (conduzido pela autoridade 
policial, a qual procede à coleta de provas e apuração dos fatos), processos criminais e execuções 
criminais (processos que versam sobre o próprio cumprimento da sentença pelo agora condenado), 
somente um advogado ou estagiário inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil poderá dar carga no 
processo para tirar cópias, e mesmo assim, apenas se este processo não tramitar em segredo de justiça 
ou sob sigilo. 
Tome cuidado ao ler o parágrafo 3º: 
§ 3º - Os processos e procedimentos relativos ao Estatuto da Criança e Adolescente somente 
poderão ser retirados para cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados 
do Brasil e regularmente constituídos. Caso a parte não possua advogado, o cartório 
providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento 
prévio das despesas correspondentes. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - ClassePJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 25 
72 
Muito parecido com o parágrafo 2º, certo? Correto, mas tem uma ressalva adicional: o advogado 
precisa estar regularmente constituído nos autos quando tratarmos de processos e procedimentos 
relacionados a crianças e adolescentes. 
E se tivermos algo não previsto no CN? Aí é fácil, manda para o Juiz que ele resolve. 
§ 4º - As situações não previstas neste artigo deverão ser submetidas ao juiz da causa para 
deliberação. 
 
 
 
Ainda, 
Art. 579 – É vedada a carga dos autos ao avaliador – seja o judicial, nomeado ad hoc ou com 
designação de função gratificada – e ao leiloeiro, nos casos de avaliação ou de leilão ou praça, 
respectivamente. 
Art. 580 – A carga dos autos ao avaliador ou leiloeiro somente será admitida em casos 
excepcionais, mediante expressa determinação judicial nos autos. 
ACESSO AOS 
AUTOS
somente poderão ser retirados para extração 
de cópia por advogado e estagiário inscritos 
na Ordem dos Advogados do Brasil, desde 
que não tramitem em segredo de justiça ou 
sob sigilo
Inquéritos Policiais
Processos Criminais
Termos 
Circunstanciados
Termos de Execução 
criminal
somente poderão ser retirados para cópia por 
advogado e estagiário inscritos na Ordem dos 
Advogados do Brasil e regularmente 
constituídos. 
processos e 
procedimentos 
relativos ao Estatuto da 
Criança e Adolescente 
Caso a parte não possua advogado, o cartório 
providenciará as cópias solicitadas no prazo 
máximo de 48 horas, mediante recolhimento 
prévio das despesas correspondentes
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 26 
72 
Art. 581 – Para o avaliador será expedido e carregado mandado de avaliação, acompanhado 
da descrição do bem constante dos autos. 
O Avaliador e o Leiloeiro são profissionais que não estão livremente autorizados a retirar os autos em 
carga do Cartório. Provavelmente a origem desta disposição se encontra no fato de que eles, em 
verdade, não precisam de muitas das informações que constam no processo, bastando a vista dos autos 
no próprio Cartório. 
Seria possível ao advogado ou terceiro autorizado afirmar que irá tirar cópias do processo e 
simplesmente sumir com o processo? 
A regra do artigo 564-C torna essa manobra praticamente inviável: 
Art. 564-C – A entrega de autos para extração de cópia a partes, advogados e estagiários 
regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil será registrada no sistema de 
informática mediante apresentação do documento de identidade 
Parágrafo único – A entrega de autos para extração de cópia a terceira pessoa autorizada pelo 
procurador habilitado observará o disposto no § 1o do art. 564-A. A autorização será́ devolvida 
ao requerente no momento da devolução dos autos ao cartório. 
 
Existe também uma situação peculiar. 
Normalmente, o Juiz dá prazo para uma ou outra parte se manifestar no processo (autor ou réu). 
Todavia, também não é incomum que o Juiz determine que ambas as partes se manifestem dentro do 
mesmo prazo. Chamamos essa situação de prazo comum. 
Nesse caso, como regra, os autos não podem sair do cartório, salvo para cópia e pelo prazo máximo de 
4 horas. Ainda assim, se, por exemplo, um advogado pegar o processo lá no final da tarde faltando 1 
hora para acabar o expediente, os autos devem ser devolvidos AINDA NO MESMO DIA! 
 
Art. 564-B – Os autos retirados para extração de cópias deverão ser restituídos ao cartório no prazo 
máximo de 4(quatro) horas. 
§ 1º Os autos retirados por procurador para extração de cópias, quando houver prazo comum às 
partes e não houver ajuste (107, § 3º, do CPC) deverão ser restituídos ao Cartório no prazo máximo 
de 06 (seis) horas. 
§ 2º Independentemente do horário da retirada dos autos para extração de cópias, a devolução 
deverá ocorrer até o final do expediente forense. 
§ 3º Não ocorrendo a devolução, o Escrivão comunicará o fato ao Juiz de Direito que determinará 
sua imediata busca e apreensão. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 27 
72 
• Provimento nº 023/2019-CGJ, art. 1º. 
 
O processo precisa ser devolvido em 4 horas ao cartório mesmo quando houver prazo comum às partes. 
Art. 565 – O estagiário, regularmente inscrito na OAB, tem os mesmos direitos reconhecidos 
aos bacharéis inscritos como advogados, exceto quanto aos atos privativos a estes. Assim, lhes 
é facultado: 
a) ter vista ou retirar, para os prazos legais, os autos dos processos judiciais ou administrativos, 
salvo quando se tratar de prazo comum, quando poderá ter vista em Cartório; 
b) tratando-se de ação sob o amparo de segredo de justiça, é necessária a procuração. 
Aos olhos da Consolidação Normativa Judicial, não há diferença entre um estagiário inscrito e um 
advogado. Logicamente, o estagiário não está autorizado a, por exemplo, assinar uma contestação, ou 
realizar, sozinho, a defesa dos interesses de seu cliente. 
Todavia, no que diz respeito ao direito de carga e vista de processos, o estagiário deve ser tratado da 
mesma forma que qualquer outro advogado. 
 
 
Quando algum dos processos não retorna, é lógico que o Juiz tem de saber. 
Art. 543 – Devem os Escrivães comunicar ao Juiz, mensalmente, a não-devolução de autos 
dentro do prazo e a sua cobrança automática. 
Parágrafo 1º – Por ocasião da devolução dos autos, incumbe ao Cartório providenciar 
imediatamente na baixa no sistema informatizado ou no livro carga, bem como examiná-los 
atentamente, redigindo, na presença do interessado, o respectivo termo quando constatadas 
irregularidades. 
Parágrafo 2º - O cartório ou o Protocolo Judiciário fornecerá aos interessados comprovantes da 
devolução dos autos, fazendo constar, obrigatoriamente, a hora, o dia, o mês e o ano de sua 
entrega. 
Parágrafo 3º - Os recibos poderão ser dados em livros próprios, apresentados pelos 
interessados, ou nas cópias de petições entregues juntamente com os autos dos processos que, 
no ato de entrega, deverão ser exibidas juntamente com os originais. 
 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 28 
72 
Basicamente: se o processo voltou, registre que ele voltou, pois a movimentação de processos fora do 
Cartório é um assunto bastante sério. O advogado que não devolve processos ao Cartório quando findo 
o período de carga pode sofrer representação perante a Ordem dos Advogados do Brasil, e ficará 
impedindo de retirar os autos do Cartório em outras oportunidades. 
Assim sendo, não estranhe se ele te pedir recibo de uma coisa tão corriqueira. 
Artigo 544 revogado. 
 
Procedimentos comuns na fase de cumprimento de sentença 
Os próximos artigos tratam de procedimentos comuns na fase de cumprimento de sentença. Não creio 
que sejam cobrados, mas estão previstos no edital, então, transcreve-os abaixo: 
Art. 545 – Quando não efetuado o registro da penhora do imóvel, cuidar-se-á para a exibição 
de certidão atualizada no registro imobiliário, antes da designação da data para a arrematação. 
Em linhas simples, quando a norma fala que “não foi efetuado o registro da penhora”, quer dizer que 
não foi averbado na matrícula (a matrícula registra todas as propriedades e informações do imóvel). 
Art. 545 – § 2º – A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, 
e inscrição no respectivo registro. 
Veja aí um exemplo: 
 
§ 1º – Quanto aos veículos, antes do leilão será o fato comunicado à repartição de trânsito 
competente. 
Quanto ao “bloqueio” dos veículos é a mesma coisa que do imóvel. Todavia, o bloqueio é via RENAJUD. 
Tiago ZanollaAula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 29 
72 
 
 
 
Art. 546 – Na impossibilidade de se proceder a registro de penhora, por falta de requisitos no 
título apresentado exigidos pela legislação em vigor, deverá o registrador noticiar a existência 
da penhora através de averbação, nos termos do art. 167, inc. II, item 5, da Lei nº 6.015/73. 
Parágrafo único – A averbação não prejudicará posterior registro do documento judicial, 
devidamente corrigido. 
Art. 547 – Igual procedimento poderá ser adotado em caso de arresto e sequestro. 
Art. 548 – Os emolumentos do ato de averbação, referido nos arts. 545 e 546, equivalerão a 01 
(uma) URE. 
Art. 549 – Nas arrematações de conveniência não se libera o valor apurado antes da entrega 
dos bens ao arrematante 
 
Nota sobre o artigo 548: atualmente o TJ-RS utiliza a URC: 
LEI N. 14.634/2014 
Art. 7º O valor da Taxa Única de Serviços Judiciais será expresso por meio de múltiplos e 
submúltiplos do padrão denominado Unidade de Referência de Custas (URC), que será ́
atualizada mensalmente, com base nos indicadores econômicos publicados pelo Centro de 
Estudos e Pesquisas Econômicas – IEPE – (vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS), ou, na falta desses, pelo que for 
considerado o índice oficial da inflação. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 30 
72 
OBS: Você não precisa saber qual é o valor da URC, mas atualmente gira em torno de R$ 37,50 (é 
atualizada mensalmente). 
 
E temos mais um artigo revogado :P. Pule o artigo 550. 
Art. 551 – Na execução contra devedor insolvente, ao receber os autos com a decisão 
declaratória, o Escrivão providenciará a imediata expedição do ofício ao Distribuidor, 
comunicando a ocorrência e solicitando informes a respeito das ações e execuções em 
andamento contra o insolvente. Recebida a resposta, será juntada aos autos com oportuna 
conclusão. 
Execução contra devedor insolvente é aquela movida contra devedor cujo patrimônio não é capaz de 
atender ao valor da execução. Basicamente, o sujeito não tem dinheiro nem bens para arcar com a 
decisão que lhe ordena que faça o pagamento. Não há como tirar suco de uma laranja seca :P. 
O Escrivão envia Ofício ao Distribuidor para tomar conhecimento de outras execuções que corram 
contra aquele devedor. Este procedimento tem o intuito de avaliar quais credores receberão seus 
créditos primeiro, já que ficou demonstrado que o patrimônio do devedor não é suficiente para atender 
a todos os credores. 
Art. 552 – Ajuizados embargos à execução no juízo deprecado, este procederá a juntada da 
petição aos autos da carta, devolvendo-a ao juízo de origem com baixa nos registros. 
Parágrafo único – O juízo de origem, recebendo a carta precatória, promoverá sua juntada aos 
autos da execução, desentranhando a petição de embargos, para fins de registro, autuação e 
processamento na forma da lei. 
 
Embargos à execução é a ação proposta pela parte devedora para exonerar-se da execução das dívidas. 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à 
execução por meio de embargos. 
§ 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e 
instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas 
pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. 
§ 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo 
deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 31 
72 
unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens 
efetuadas no juízo deprecado. 
 
Mesma ideia da carta precatória. A competência do Magistrado está restrita a determinado Foro ou 
Comarca. Se for necessária alguma providência a ser tomada em território de outro Foro, o Juízo 
deprecante encaminha seu pedido ao Juízo deprecado, para que este pratique determinado ato. 
No caso de uma execução o ato requisitado será provavelmente um ato de constrição do patrimônio do 
devedor. Só que o devedor pode se opor a esta providência (pois, por exemplo, o bem que se pretende 
penhorar é um bem de família, e assim, impenhorável), apresentando seus embargos à execução. 
Todavia, terá de fazer isto perante o Juízo deprecado, que está apenas atendendo a uma solicitação e 
não faz ideia do que ocorre no processo principal. 
Por esta razão, o Juízo deprecado vai juntar a petição à carta, e mandar tudo ao Juízo deprecante, para 
que este decida sobre os embargos. 
Art. 553 – Julgados improcedentes os embargos ou parcialmente procedentes, a carta 
precatória, com o valor da dívida atualizado e o traslado da parte dispositiva da sentença, será 
novamente remetida ao juízo deprecado para os atos executórios. 
Parágrafo único – O juízo deprecado reativará a carta precatória, dando-lhe cumprimento. 
No artigo 553, o Juízo deprecante (o que solicitou a providência) já decidiu sobre o assunto. Como os 
embargos não foram totalmente procedentes, o Juízo deprecado (o que atende a providência) receberá 
a carta novamente, com cópia do dispositivo da sentença (o trecho da sentença ou acórdão onde fica a 
decisão propriamente dita do Magistrado ou Órgão Colegiado). 
De posse do traslado da parte dispositiva da sentença, o juízo deprecado tem conhecimento da decisão 
dos embargos e estará em condições de executar os atos de constrição do patrimônio do devedor. 
 
Tutela Cautelar 
Art. 554 – A escrivania deverá certificar, nas ações com pedido de tutela cautelar antecedente, 
após decorridos 30 (trinta) dias da efetivação da medida, a não formulação do pedido principal, 
fazendo os autos conclusos ao juiz. 
Você já deve ter visto esta possibilidade nas aulas de Direito Processo Civil. 
É possível que um interessado ajuíze uma medida cautelar com pedido liminar em caráter de urgência. 
A intenção é obter um provimento judicial de forma emergencial e, posteriormente, tentar uma ação 
principal. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 32 
72 
Só que este interessado tem 30 dias para fazê-lo, do contrário, esta medida cautelar que não possuirá 
qualquer processo principal que a suplante, e isso provavelmente culminará na extinção do processo da 
medida cautelar. 
 
 
 
Ofícios 
Art. 557 – Todos os ofícios expedidos obedecerão à numeração cronológica, renovada a cada 
ano, com uma cópia arquivada na pasta-arquivo de correspondência expedida e outra juntada 
aos autos, quando decorrente de ato processual. 
Parágrafo único – Desnecessário o arquivamento de cópia de ofício expedido pelo sistema 
informatizado THEMIS1G. 
Em síntese, ofício é meio de comunicação oficial para o intercâmbio de informações a respeito de 
assunto técnico ou administrativo, cujo teor tenha caráter exclusivamente institucional. 
Pois bem, estas comunicações são numeradas sequencialmente, e a cada ano a numeração se reinicia. 
Ofícios são normalmente expedidos em três vias (uma para a pasta, uma para o destinatário e uma para 
o processo, quando houver. 
Exemplo: 
EXPEDIDOS 
EM 2019 
EXPEDIDOS 
EM 2020 
EXPEDIDOS 
EM 2021 
01/2019 01/2020 01/2021 
02/2019 02/2020 02/2021 
03/2019 03/2020 03/2021 
... ... ... 
189/2019 156/2020 256/2021 
 
Se não houver processo teremos apenas duas cópias: uma para a pastae outra para o destinatário. 
OBS: Note que é a cópia que fica em pasta-arquivo, uma vez que o original ou é juntado aos autos ou 
encaminhado ao destinatário. 
 
Certidões 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 33 
72 
Em frente: 
Art. 558 – As certidões expedidas pelo Cartório conterão a fé pública do Escrivão ou do servidor 
que a detém sobre o que constar nos livros, autos e papéis a seu cargo, referindo número e a 
página do livro ou processo dos quais foram extraídas. 
É simples: quando expedimos uma certidão, apenas o que fazemos é “informar” sobre aquilo que temos 
registro. Pegue sua certidão de nascimento ou a de casamento. Ali vai mostrar certinho como isso 
funciona. 
 
 
 
 
Remessa 
Seguindo: 
Art. 559 – Antes da remessa dos autos ao Tribunal de Justiça, em razão de recurso, o Escrivão 
fará sua minuciosa revisão, zelando pela sua boa ordem e para que todas as peças estejam 
devidamente numeradas e rubricadas. Em se tratando de embargos de terceiro ou embargos à 
execução, verificará se foram juntadas cópias da petição inicial e do respectivo título executivo, 
nisso providenciando de ofício, se for o caso. 
 
A remessa dos autos para o segundo grau (Tribunal de Justiça) ocorre no caso de recurso. 
Os Desembargadores já estão envoltos em elevadas discussões doutrinárias e processuais no âmbito 
de suas atividades. Seus assessores também se ocupam de pesquisas e elaboração de relatórios. E 
acredite: nenhum deles tem tempo para revisar a numeração do processo, tampouco outros aspectos 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 34 
72 
referentes às formalidades da autuação. Assim, quem tem de zelar pela boa ordem do mesmo é o nosso 
colega Escrivão. 
Se ainda não mencionei, o Escrivão é o “chefe do cartório” e provavelmente o primeiro chefe imediato 
que você terá no Poder Judiciário do Estado. Ele é o responsável pelo andamento dos serviços no 
cartório. 
 
Art. 560 – Quando da remessa dos autos do Agravo de Instrumento interposto perante o 2º 
grau, deverão os mesmos permanecer arquivados no juízo onde foi prolatada a decisão 
recorrida. 
O agravo é o recurso interposto face a decisões interlocutórias (aquelas decisões no curso do processo). 
Quando interposta perante o Tribunal (2º grau), os autos do agravo devem ficar arquivados lá no juízo 
de primeira instância em que o processo tramita. 
 
Protocolo 
Art. 562 – Quaisquer documentos e/ou papéis entregues em Cartório receberão data da entrega 
ou registro no Protocolo Geral. 
Parágrafo único – O Escrivão ou funcionário encarregado abrirá a correspondência dirigida ao 
juízo, desde que não haja ressalva de RESERVA, ou equivalente. 
Todo, todo, mas todo documento mesmo que adentra ao Cartório recebe um registro, ou ao menos a 
informação da data de sua entrega, por meio do Protocolo Geral. Assim, nenhum documento que 
circula pela repartição o faz sem o devido controle. Aliás, controle de tramitação é o que você mais verá 
no desempenho de sua função pública. 
A correspondência dirigida ao Juízo deve ser aberta, mas há uma exceção a essa regra: se o envelope 
contiver a ressalva de reserva ou expressão equivalente, significa que seu conteúdo é sigiloso. Embora 
a Consolidação não tenha deixado claro o que fazer nesse caso, a providência adequada será 
encaminhar a correspondência ainda fechada ao Magistrado, para que tome conhecimento de seu 
conteúdo. 
 
Representação do Estado 
Art. 566 – A representação do Estado, por disposição constitucional, compete à Procuradoria-
Geral do Estado. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 35 
72 
Parágrafo único – A divisão de atribuições é matéria de organização administrativa da 
Procuradoria, descabendo ao juízo outras exigências afora a simples identificação do 
procurador, que poderá se dar por ofício de apresentação ou mera exibição de carteira funcional. 
 
Mais uma figura importante surge na Consolidação: O Procurador do Estado. Ele é responsável pela 
representação judicial do Estado do Rio Grande do Sul perante o Poder Judiciário. 
Contudo, o que mais nos interessa é a disposição do parágrafo único: não cabe ao Juízo analisar se 
aquele procurador em específico está autorizado a representar o Estado naquele ato. 
Consequência: se um Procurador do Estado apresentar sua funcional e pedir acesso a um processo 
sigiloso no qual o Estado é parte, ele terá acesso a esse processo. 
Isso se dará mesmo que, por exemplo, ele esteja em uma unidade responsável apenas por processos de 
desapropriação e esteja tomando vista de um processo de execução fiscal onde foram juntadas cópias 
das Declarações de Imposto de Renda dos executados (documentos sigilosos). Pela organização da 
Procuradoria, ele não poderia ver esse processo, mas o Poder Judiciário não faz ideia de como a 
Procuradoria está estruturada e deixou bem claro que não faz questão nenhuma de fazer. 
A única providência que o Juízo deve tomar é identificar o Procurador, para que se saiba que ele está 
autorizado a representar os interesses do Estado perante o Poder Judiciário. Mas, do ponto de vista da 
Consolidação, todo Procurador está apto para atuar em absolutamente qualquer causa onde o Estado 
seja parte. 
 
Atos Ordinatórios 
O artigo 567 talvez lhe provoque um ataque cardíaco. Ele enumera todas as providências que devem ser 
adotadas pelo Escrivão ou servidor autorizado sem a necessidade de despacho judicial. Basicamente, o 
Escrivão deve fazer todos os itens abaixo, sem que a necessidade de que o Juiz ordene aquelas 
providências. 
Procure se acalmar: você já viu boa parte dessas providências ao longo do curso do COJE e do CPC, e 
notará que as providências abaixo são meramente administrativas, razão pela qual o despacho 
judicial não é necessário. Ter isto em mente vai te ajudar a identificar os incisos na prova, sem a 
necessidade de memoriza-los. 
Art. 567 – Independem de determinação judicial as providências meramente impulsionadoras 
do feito e as intimações às partes e interessados dos atos de que devam tomar conhecimento. 
Os atos processuais a seguir relacionados, bem como aqueles relacionados nos arts. 528, 529, 
568, 569, 573, 575, 576, 670, 688, 689, 690, 692, 693, 694, 764, 770, 772 e 780 da CNJ-CGJ 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 36 
72 
independem de despacho judicial, devendo ser realizados de ofício pelo Escrivão ou pelos 
demais servidores autorizados: 
I - Intimação do signatário de petição não assinada para firmá-la, no prazo de 5 (cinco) dias; 
II – Juntada de procuração ou de substabelecimento e atualização dos dados e endereços dos 
procuradores e das partes no sistema informatizado; 
III - Intimação da parte para recolher custas judiciais, inclusive as remanescentes, observando 
o contido nos arts. 523, 524 e 525 da CNJ-CGJ; 
IV - Intimação da parte autora para esclarecer divergência entre a qualificação constante da 
petição inicial e os documentos que a instruem, no prazo de 5 (cinco) dias; 
V - Remessa do processo à distribuição para retificação dos dados das partes e etiquetas de 
autuação, quando a divergência entre o nome da parte contido na petição inicial e o contido no 
termo de autuação decorrer de equívoco do servidor responsável pela distribuição; 
VI - Intimação da parte autora para fornecer cópias da inicial em número suficiente para a 
citação do(s) réu(s), no prazo de 5 (cinco) dias; 
VII - Expedição de mandado ou cartaprecatória, na hipótese de a carta postal de citação ou 
intimação ter retornado com a observação "recusado", "ausente", ou "não atendido"; 
Neste caso, a parte intimada não estava no endereço, ou não quis receber a citação ou intimação das 
mãos do carteiro. Assim, o cartório enviará um Oficial de Justiça da Vara (Mandado) ou solicitará a outra 
Comarca que o faça (Carta Precatória), a fim de que o oficial entregue a citação ou intimação à parte. 
VIII - Intimação da parte autora para manifestação em 5 (cinco) dias quando a carta postal de 
citação retornar com a observação "mudou-se", "desconhecido", "endereço inexistente", 
"endereço insuficiente", "inexiste número" e "outras"; 
Nestes casos, a informação do endereço está provavelmente equivocada, razão pela qual se intima o 
autor para se manifestar, no mais das vezes, corrigindo o endereço fornecido, ou fornecendo um novo 
endereço para intimação do réu. 
IX - Intimação da parte autora para manifestar-se sobre certidão negativa do oficial de justiça; 
Pois bem, nestes casos, nem o Oficial de Justiça localizou a outra parte. Cabe ao autor solicitar novas 
providências, fornecendo outro endereço para localização do réu. 
X - Reiteração de citação, por mandado ou carta, quando indicado novo endereço; 
XI - Reiteração de intimação, por mandado ou carta, na hipótese de mudança de endereço da 
testemunha, quando indicado novo endereço; 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 37 
72 
XII - Retornada precatória não cumprida, abrir vista à parte que requereu sua expedição, para 
manifestação em 5 (cinco) dias; 
XIII - intimação da parte contrária para manifestar-se em 15 (quinze) dias, sempre que forem 
juntados novos documentos, nos termos do artigo § 1o do art. 437 do CPC; 
XIV - intimação das partes para se manifestarem quanto a respostas a ofícios relativos a 
diligências determinadas pelo juízo, em 5 (cinco) dias; 
XV - Intimação das partes para se manifestarem sobre o laudo do perito, em 15 (quinze) dias; 
XVI - Intimação das testemunhas observando o disposto nos artigos 599-B, 600, inciso II e 
600A, desta Consolidação. 
 
 Como a parte não assumiu o ônus de conduzir a testemunha ao Fórum, caberá ao Escrivão intimá-la a 
comparecer, ou mesmo, enviar um Oficial de Justiça ao endereço da testemunha, e trazê-la ele mesmo 
:P. 
XVII - Abrir vista ao ministério público nas hipóteses de intervenção ministerial (art. 568 da CNJ-
CGJ); 
XVIII - Intimar as partes através de carta postal remetida ao endereço informado por elas nos 
autos, exceto quando o local não for atendido pelo correio; 
XIX - Nas ações de mandado de segurança, após a juntada das informações da autoridade 
impetrada, abrir vista ao ministério público e, com o parecer deste, fazer conclusão para 
sentença; 
XX - Certificar, nas ações com pedido de tutela cautelar antecedente, após decorridos 30 (trinta) 
dias da efetiva- ção da medida, a não formulação do pedido principal, fazendo os autos 
conclusos ao juiz (art. 554 da CNJ-CGJ); 
XXI – Juntada a apelação, cumprir as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o do artigo 1010 do 
CPC, vista ao ministério público, quando for o caso e enviar os autos ao tribunal, observando o 
disposto no art. 559 desta Consolidação. Se a apelação se referir ao indeferimento da petição 
inicial, os autos serão conclusos ao juiz para juízo de retratação (art. 331 do CPC). 
 Regra de ouro: houve manifestação de uma parte, intime a parte contrária para se manifestar. 
Apareceu cálculo no processo, intime os interessados. Apareceu alguma coisa nova no processo, 
apresentada por uma das partes, intime a outra parte. 
Sempre, sempre, mas sempre que ocorrer algo novo no processo, as partes precisam ser atualizadas. 
Nós intimaremos as duas partes se nenhuma delas tiver apresentado os documentos, (afinal, nenhuma 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 38 
72 
delas tem ciência do que ocorreu), e apenas a parte contrária se for uma das partes quem ofereceu os 
documentos (afinal, o mínimo que se pode esperar de alguém que apresenta uma petição é que saiba 
do que ela se trata). 
XXII - Retornando os autos da instância superior, remeter os autos à contadoria, para cálculo 
das custas pendentes. Após, intimar as partes que não sejam beneficiárias da gratuidade 
judiciária para pagamento das custas, sob pena de inscrição em dívida ativa; 
XXIII - Remessa dos autos à Contadoria, nas hipóteses previstas em lei e no momento oportuno; 
XXXIV - Se o bem penhorado for de terceiro garantidor intimar também este da penhora, nos 
termos do art. 835, § 3o, do CPC; 
XXV - Quando o cálculo for elaborado pela contadoria, intimação das partes para se 
manifestarem, discriminando na nota de expediente o valor do débito, dos honorários e das 
custas, especificadamente, em 5 (cinco) dias; 
XXVI - Efetuado depósito nos autos referente a precatório, verbas de sucumbência ou 
condenação judicial, intimação da parte interessada para que se manifeste sobre o depósito e 
acerca da satisfação do crédito, no prazo de 5 (cinco) dias; 
XXVII - Abrir vista ao exeqüente quando o executado nomear bens à penhora, quando houver 
depósito para pagamento do débito e quando não houver oposição de embargos pelo devedor; 
O executado parece consentir com o pagamento da dívida (já que não está oferecendo resistência ao 
pagamento, por meio de embargos). 
Contudo, o exequente deve se manifestar sobre os bens nomeados a penhora, afinal, pode ser que o 
devedor tenha nomeado bens de difícil conversão em dinheiro (um transatlântico pode valer milhões, e 
seu valor estimado supera e muito o valor da execução, porém, existem poucas pessoas interessadas na 
aquisição deste bem, o que pode motivar o exequente a recusar aquela nomeação à penhora). 
XXVIII - Lavrar termo de penhora e depósito quando o bem oferecido pelo devedor for aceito 
pelo exeqüente, intimando-se, quando houver, o procurador do devedor por nota de expediente 
para que providencie o comparecimento do executado em cartório para firmar o termo em 05 
(cinco) dias; 
XXIX - Quando qualquer das partes indicar à penhora imóvel, intimá-la para juntar matrícula 
atualizada do registro de imóveis; 
Esta providência tem o fito de identificar o imóvel oferecido pela parte, a fim de certificar-se de que ela 
realmente pode dispor daquele bem, oferecendo-o à execução. 
Tiago Zanolla
Aula 03
Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
706997
 
 
 
 
 39 
72 
XXX - Apresentada a matrícula de imóvel, lavrar termo de penhora nos autos e intimar o 
executado, na pessoa do seu advogado ou pessoalmente, caso não tenha procurador 
constituído nos autos, com a observação de que ele foi constituído depositário do juízo; 
XXXI - Lavrada a penhora sobre imóvel expedir certidão e intimar o credor para comprovar o 
registro da mesma; 
XXXII - Quando for deferida a penhora sobre bem imóvel, intimar também o cônjuge do 
executado; 
Dependendo do regime de bens do casal, atos que onerem o patrimônio imóvel devem ter a aceitação 
de ambos os consortes. Desta forma, busca-se dar ciência também ao cônjuge do executado a respeito 
dos atos praticados na execução quando se referirem a bens imóveis. 
O que pode fazer o cônjuge nestes casos? Ele pode se defender arguindo, por exemplo, que não 
consentiu com a dação daquele bem como garantia, ou que o mesmo se trata de bem de família, ou o 
que mais entender pertinente. 
XXXIII - Quando o credor indicar bens a serem penhorados, a referida indicação deverá 
acompanhar o mandado extraído ao oficial de justiça, a fim de que a penhora recaia,

Continue navegando