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Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital Autor: Tiago Zanolla Aula 03 24 de Agosto de 2020 1 72 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO AULA 03 DOS CARTÓRIOS CÍVEIS: ARTS. 527 A 581 Cartórios Cíveis - Artigos 527 a 581 ......................................................................................................... 2 Questões Comentadas .......................................................................................................................... 45 Questões Propostas ......................................................................................................................... 66 Gabaritos .......................................................................................................................................... 72 Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 2 72 CARTÓRIOS CÍVEIS - ARTIGOS 527 A 581 Na aula passada falamos bastante sobre as comunicações processuais. Muitos dos itens estão compreendidos entre os artigos desta aula. Todavia, hoje daremos enfoque a atividade de cartório. Art. 527 – Como rotina para fluxo do serviço cartorário, recomendam-se os procedimentos enunciados nos artigos a seguir. Este capítulo conterá dezenas de itens sobre o que fazer em um cartório cível. Tais artigos representam a essência de um código de normas: homogeneizar a atividade cartorária. Assim, a maioria dos itens não passa de uma mera descrição de passos. É como se fosse um manual. Tudo começa no Cartório Distribuidor: Art. 528 – Imediatamente ao ingresso da petição inicial, o Escrivão fará breve conferência dos documentos que a acompanham e nela referidos, observando se houve recolhimento de custas e taxa judiciária, se não amparada a parte autora com o benefício da assistência judiciária, ou se é caso de isenção legal. A petição inicial é o documento que inaugura o processo cível. A petição, em síntese, relata os fatos e traz o pedido do autor, ou seja, o que ele quer que o judiciário análise e decida quem está com a razão. Ao chegar no cartório, IMEDIATAMENTE o Escrivão (ou chefe da secretaria) procederá a conferência dos documentos que acompanham a inicial. Sobre as custas e taxa judiciária, é importante que você saiba que diferentemente de outros órgãos ou Poderes que são custeados exclusivamente pelos impostos, o Judiciário é custeado também pela demanda. Por isso, fundamentado na autonomia financeira, cabe ao Poder Judiciários criar mecanismos para o custeio de suas atividades. [CONSTITUIÇÃO FEDERAL] Art. 98. § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 3 72 Para tanto, como regra geral, a prestação jurisdicional se dá por meio da contrapartida pecuniária do requerente, ou seja, quando as partes solicitam um ato judicial, devem, antecipadamente, pagar pelo mesmo. Isso é o que chamamos de pagamento de custas, as quais, têm como finalidade, a remuneração dos serviços forenses (termo relativo aos serviços judiciais). As custas são a expressão da independência financeira do Poder Judiciário, pois o recolhimento é revertido diretamente ao próprio Tribunal (regra geral) e custeiam o tramite processual. Pois bem, CUSTAS é gênero e tem como espécies as custas judiciais, emolumentos (custas extrajudiciais) e a taxa judiciária. Tendo natureza tributária, são fundamentadas no princípio da legalidade, ou seja, deve haver previsão em lei para que seja possível a cobrança. A previsão em lei é pressuposto para a cobrança de custas. Se inexistir a previsão legal, não é permitido a cobrança. Em linhas gerais, as CUSTAS JUDICIAIS, são devidas pelo processamento de feitos e são fixadas segundo a natureza do processo e a espécie de recurso, especificados nas tabelas do TJ. Art. 451 – Custas judiciais são as despesas a que se obrigam as partes para a prática de atos processuais. § 1o – O valor das custas é expresso por meio de múltiplos e submúltiplos do padrão denominado UNIDADE DE REFERÊNCIA DE CUSTAS (URC), que será́ corrigida com base nos indicadores econômicos publicados pelo IEPE (Fundação do Instituto de Estudos e Pesquisa Econômicas da UFRGS), ou, na falta desses, pelo que for considerado o índice oficial da inflação. Como vimos, o judiciário é custeado pela demanda, assim, a parte deverá recolher aos cofres do Tribunal o valor correspondente ao ato requerido. Exemplo: No ajuizamento de uma ação, o réu deve ser convocado a participar da relação processual (a lide, em regra, é autor versus réu). Para tanto, a citação pode ser feita por meio de correspondência (carta com aviso de recebimento – AR), pelo oficial de justiça ou por Edital). Independentemente da forma, o custeio desses atos é por meio das custas judiciais. Tudo isso consta nas tabelas. Por exemplo: Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 ==ac9b5== 4 72 Atos Processuais f) Citação, intimação, notificação ou remessa de ofício, através dos correios (por A.R.) ou outro meio usual de comunicação – Extração de edital (excluídas as despesas de publicação de editais) R$ 19,51 Atos dos Oficiais de Justiça e Avaliadores 1. Citação (por ato) – Intimação (por ato) – Notificação (por ato) R$ 27,33 Imagine, por exemplo, que a citação, inicialmente, seria por correspondência. Entretanto, os Correios devolvem por ser inexistente o endereço. Nesse caso, o autor será “notificado” a apresentar novo endereço ou corrigi-lo e, sendo o caso, pagar nova citação, a ser efetuada agora pelo Oficial de Justiça. No caso de efetivamente realizados e infrutífero o ato ou diligência, não haverá restituição de custas. Além disso, quando praticado o ato e posteriormente tornado sem efeito por culpa do interessado, não haverá a restituição de custas ou emolumentos (exemplo: endereço errado ou inválido). Os EMOLUMENTOS (também chamados de CUSTAS EXTRAJUDICIAIS) se referem aos atos praticados pelos serviços do foro extrajudicial. Art. 454 – Emolumentos são as despesas devidas pelos interessados aos responsáveis pelos Serviços Notariais e de Registro, pelos atos que vierem a ser praticados no âmbito de suas serventias, dentro de sua competência legal, de acordo com os valores previstos para cada um deles, na conformidade das tabelas de emolumentos anexas, suas notas explicativas e observações, todas com força normativa. Na prática, são a remuneração devida pelos serviços notariais e de registros destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos, sob chancela da fé pública Exemplo: Existem várias coisas comuns com as pessoas quando passam em um concurso. Algumas compram carro, outras um apartamento e outras, acredite, casam (rs). Brincadeiras a parte, todos esses atos precisam de fé pública e são praticados em cartórios do foro extrajudicial. No caso do carro, a autenticação por verdadeiro do documento de transferência do carro. Na compra de um apartamento, a lavratura da escritura e o registro do imóvel. No casamento, a habilitação do mesmo. Se você quiser uma certidão de casamento, também precisa pagar por ela. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 5 72 A TAXAJUDICIÁRIA tem por fato gerador a prestação de serviços públicos de natureza forense, devida pelas partes ao Estado e será computada como despesa judicial, para os efeitos processuais, é variável e deve ser recolhida em conformidade com o caso concreto. Todo processo tem custas e taxa? Não, nem todos. Lei novamente o artigo 528: Art. 528 – Imediatamente ao ingresso da petição inicial, o Escrivão fará breve conferência dos documentos que a acompanham e nela referidos, observando se houve recolhimento de custas e taxa judiciária, se não amparada a parte autora com o benefício da assistência judiciária, ou se é caso de isenção legal. Os casos de isenção ou não incidência estão previstas nas leis que instituem as devidas cobranças. Fugiria ao escopo explora-las aqui, mas geralmente se referem a entidades e órgãos públicos. Um exemplo muito comum são os Juizados Especiais. NÃO HÁ INCIDÊNCIA DE CUSTAS para acesso, em primeiro grau de jurisdição, aos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários. Os Juizados Especiais são órgãos da Justiça ordinária instituídos pela Lei nº 9.099, de 26/9/1995. Foram criados para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência (conhecemos como pequenas causas). São conflitos de menor complexidade e retrata um em meio de solução mais célere por meio do diálogo. Além da celeridade, outra característica dos Juizados é a isenção em PRIMEIRO GRAU de custas judiciais, da Taxa Judiciária, da verba indenizatória e das despesas e citações postais. [LEI N. 9.099/1995] Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas. Inclusive, nem do sucumbido serão cobradas na primeira instância. [LEI N. 9.099/1995] Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. [...] Nunca será cobrado em primeira instância! Nunca, não.... Serão cobrados nas seguintes hipóteses: Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 6 72 Quando reconhecida a litigância de má-fé; Quando forem julgados improcedentes os embargos do devedor. Se a parte já houver recolhido as custas, por ocasião da interposição de recurso, deverá recolher apenas os valores relativos às diligências iniciais da execução, se for o caso; e Quando extinto o processo, em razão de contumácia da parte autora. Ademais, a dispensa de custas ficará prejudicada caso haja RECURSO PARA AS TURMAS RECURSAIS. Quando ao benefício da assistência judiciária, o autor, comprovadamente pobre, solicita na petição a assistência judiciária gratuita. O processo é distribuído normalmente e cabe ao Magistrado decidir pela concessão ou não. [CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. § 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. § 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. Para fixar: Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 7 72 Pois bem, faltando algum documento, o autor será intimado para providencia-los no prazo de 5 dias. Parágrafo único – Faltando algum documento que deva acompanhar a inicial ou cópias desta, intimar a parte autora a fornecê-los no prazo de 05 (cinco) dias. Desatendida a providência, serão os autos conclusos. A expressão “Autos conclusos” indica que o processo está ou irá para o Juiz, para que ele se pronuncie. [CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. § 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. Já falamos sobre isso na aula inaugural. Art. 529 – § 4º – Não havendo comprovação do preparo, o fato será informado nos autos, com imediata conclusão. Tratando- se de medidas urgentes, não havendo tal comprovação em 48 horas, idêntica informação será lançada no feito, com conclusão. Quando a norma utiliza o termo “preparo”, está se referindo ao pagamento das custas. Como “ideia central”, nenhum ato será praticado pelo cartório ou autorizado pelo magistrado sem o prévio recolhimento das custas judiciais correspondentes. Por isso, não havendo comprovação do preparo (pagamento), o fato será informado nos autos e o feito concluso ao juiz. Todavia, tratando-se de medidas urgentes, os atos poderão ser praticados devendo o requerente, em 48 horas, fazer prova do pagamento. Não havendo, novamente os autos serão conclusos ao juiz. Uma vez conferida, a petição inicial será registrada e autuada e levada à conclusão do Magistrado. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 8 72 Art. 529 – A petição inicial, com o devido preparo, será registrada e autuada independente de despacho judicial. Em seguida, será levada à conclusão, já com as folhas dos autos numeradas e rubricadas. As atividades que não precisam de despacho do Juiz são chamadas de atos ordinatórios. [CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL] Art. 203. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Da Autuação Autuar nada mais é que preparar o processo para tramitação interna. É pegar isto... e transformar nisto: A autuação, como você já deve suspeitar, é PADRONIZADA. As próximas alíneas e parágrafos não precisam de comentários. § 1º – A autuação será padronizada, com a utilização da capa PJ – 691, observado o seguinte: a - Nas execuções fiscais, ajuizadas com base na lei nº. 6.830/80, deve ser procedida a autuação sem a utilização de capa, a qual somente será necessária quando: - não localizado o devedor e houver necessidade de carga para o procurador do credor; - estabelecido o contraditório, com oposição de embargos, ou Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 9 72 - a partir da fase de venda judicial dos bens penhorados. Quando dispensada a capa, serão apostas etiquetas de identificação do processo no pedido inicial, ou na própria certidão da dívida ativa. b - As capas de processos de execução fiscal findos em razão do pagamento da dívida ativa e com trânsito em julgado serão reutilizadas, anotando-se o respectivo número do registro da distribuição em local visível junto ao pedido inicial ou na certidão de dívida ativa. c - As capas de cartas precatóriasserão removidas antes da juntada das respectivas peças aos autos e, sempre que possível, reaproveitadas na atuação de outros feitos. § 2 – as petições iniciais e quaisquer documentos protocolizados no decorrer do processo deverão ser previamente perfurados, obedecendo ao padrão universal de dois furos e observando a necessidade de centralização dos mesmos (exigida a partir de 1º de outubro de 2005). § 3º – Os documentos protocolizados serão individualizados, pela parte interessada, de modo que cada documento corresponda a uma lauda, ressalvadas aquelas hipóteses de documentos com dimensões inferiores que permitam a juntada de mais de um deles em cada lauda, evitada sobreposição, neste caso, deverá ser feita referência ao número de documentos que nela constam. Como você pode reparar, são instruções voltadas aos servidores. E são descrições de passos que devem ser realizados na rotina do cartório. Embora quase todos eles possuam uma justificativa processual para ser realizados, o Sr. Corregedor está preocupado em saber se você será capaz de furar a folha exatamente no meio da mesma, e se é capaz de fazer constar informações importantes sobre o processo, que facilitarão a vida do Juiz (mesmo que não faça ideia do motivo de fazê-lo). Na autuação, deve-se mencionar (Art. 530): Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 10 72 Na autuação, TODAS as folhas devem ser numeradas e rubricadas. Art. 531 – Todas as folhas serão numeradas e rubricadas. § 2º - Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco nem entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas, expressamente ressalvadas. Utilize um leitor de QR CODE no seu smartphone (ou clique no QR CODE se estiver no computador/celular) e assista ao vídeo falando um pouco mais sobre AUTUAÇÃO. MENCIONAR NA AUTUAÇÃO I – juízo, natureza do feito, procedimento, número do registro, nome das partes e data, procedendo-se do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando (art. 206 do CPC), numerando-se os mesmos; II – alterações subjetivas, tais como substituição de partes, litisconsórcio, assistência, intervenção de terceiro, do Ministério Público ou de Curador Especial, desistência ou extinção do processo quanto a alguma das partes, etc.; III – alterações objetivas, tais como interposição de embargos, reconvenção, reunião de processo, apensamento ou desapensamento de autos, conversão de ação ou de procedimento, benefício da assistência judiciária, proibição de retirada dos autos, etc.; IV – data da prescrição no inquérito judicial falimentar; V – penhora no rosto dos autos; VI – parte menor ou incapaz. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 11 72 Basicamente, é no momento da autuação (momento no qual o pessoal do cartório monta o processo, colocando os documentos apresentados pela parte em uma capa e registrando um número para aquele conjunto, que doravante será chamado de processo, ou de forma mais técnica, “autos do processo”) que serão inseridas todas as informações constantes acima. Sim, eu forcei a barra no exemplo de uma emenda, mas nada como o exagero para ajudar a lembrar. Pois bem, os espaços em branco não são admitidos pela Consolidação. O fundamento é simples: deixar um espaço em branco na folha permite que alguém mal-intencionado insira informações naquele espaço posteriormente e ninguém será capaz de perceber a adulteração da página. Para evitar isso, os espaços em branco devem ser inutilizados. Quanto às entrelinhas, rasuras e emendas, elas também não são admissíveis, a menos que sejam ressalvadas. Essa ressalva costuma ser com o servidor rubricando logo ao lado da emenda, entrelinha ou rasura, de modo a deixar claro que foi ele e não uma pessoa não autorizada quem emendou, rasurou ou redigiu a entrelinha. Art. 531 – [...] § 1º - Em se tratando de ação civil pública, a petição inicial terá numeração própria quando acompanhada de inquérito civil, apondo-se o número da folha seguido da letra “x” (2x; 3x; 4x; etc.), de tal forma que a numeração do inquérito civil que a acompanha seja aproveitada integralmente, dando sequência depois à numeração dos autos do processo judicial. Existem determinados processos que correm nos ofícios que pressupõem a existência de um procedimento anterior, às vezes nem mesmo iniciado no Poder Judiciário. O parágrafo 1º trata do caso da ação civil pública, que algumas vezes será acompanhada do inquérito civil. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 12 72 O inquérito civil é um procedimento administrativo de natureza investigatória e sendo um processo administrativo, será também numerado segundo as regras do órgão que autuou esse documento. Pois bem, a ideia é continuar a numeração de onde ela parou, mas ainda assim, é necessário distinguir o feito do procedimento preparatório. Assim, além da numeração, colocaremos a letra “x” do lado do número da página, o que nos garantirá, a um só tempo, a continuidade da numeração e a distinção entre procedimento preparatório e a peça inaugural a qual deu origem. Expedição do Mandado Art. 532 – Proferido o despacho inicial, determinando a citação, expedir-se-á mandado que, registrado no livro próprio, será entregue ao Oficial de Justiça ou à Central de Mandados. Parágrafo único – Os autos aguardarão o cumprimento e devolução do mandado em escaninho próprio, anotando-se na ficha de controle ou informando-se ao computador Uma parte iniciou o processo (autor). O fez contra outra pessoa, que virá a ser o réu do processo. Só que o réu precisa ser cientificado de que uma ação corre contra ele, a fim de que possa se defender. Esta ciência será dada pelo Oficial de Justiça, que entregará à outra parte o chamado “Mandado de Citação”. Com isto, as duas partes serão integradas ao processo, e assim começa a dança ritualística em prol do convencimento do Juiz. O Oficial de Justiça recebe os mandados em carga e ao devolve-lo efetua a descarga. Art. 536 – Diariamente serão baixados no sistema de informática os mandados devolvidos e juntados aos autos respectivos. Parágrafo único – Todos os mandados juntados no processo devem receber a informação correspondente no sistema de informática na funcionalidade própria. Escaninho Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 13 72 Você verá bastante a expressão “escaninho próprio” onde os processos aguardam alguma coisa (não tem nada a ver com escâner pequeno). É basicamente uma estante com uma etiqueta escrito “prazo” onde você coloca os processos que aguardam o decurso de algum prazo para serem novamente movimentados. Você terá chance de se familiarizar com isso no seu dia a dia no cartório. E o escaninho tem muito uso em sua vida funcional: Art. 555 – Após o cumprimento de cada despacho, o processo será colocado em escaninho próprio que indicará a posição processual respectiva, anotando-se na ficha controle ou informando o computador. Art. 556 – Os processos com despachos pendentes de cumprimento pelo Cartório, permanecerão em local definido com a anotação de “aguardando cumprimento de despacho”. O artigo 555 e 556 encarna o que você fará com mais frequência quando estiver trabalhando. Cada novo despacho dado no processo faz com que o mesmo tenha de ser armazenado em escaninho próprio, com uma etiqueta na prateleira dizendo o que raios ele está fazendoali (a gente anota em um pedaço de papel que acompanha o processo). Se já tiver visitado uma vara, verá várias prateleiras com diversos andamentos etiquetados nas mesmas. Estas etiquetas definem o andamento do processo. Por exemplo: prazo, intimação, notificação, carta precatória, BACEN JUD, RENAVAM e por aí vai. Artigo 533 foi revogado. Intervenção do Ministério Público Os artigos 534 a 536 são bastante diretos: Art. 534 – Se o despacho, além de determinar a citação, designar audiência, no primeiro momento intimar-se-á o Ministério Público, em sendo caso de sua intervenção. A seguir, expedir-se-ão os mandados e ofícios necessários. Um processo criminal, por exemplo, exige a presença do Ministério Público, uma vez que é ele o titular da ação penal. Assim, a instituição deve ser intimada para acompanhar o devido processo. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 14 72 Infere-se que nos casos de manifestação do MP, primeiro ele deve ser intimado para depois ser expedido os mandados designando data de audiência (deve ser pelo fato de primeiro ser necessário verificar a agenda do MP). Da Audiência Cumprida a diligência os autos ficarão em escaninho próprio de “aguardando audiência”. Os processos deverão ser revisados 5 dias antes da audiência (naturalmente só se fará isso naqueles com audiência marcada) e encaminhadas ao magistrado 24 horas antes da solenidade. Também com 24 h de antecedência a pauta deverá ser afixada ao lado da porta da sala de audiências. Art. 535 – Cumpridas as diligências ordenadas no despacho, o processo aguardará, no escaninho próprio, a realização de audiência. § 1º – Os processos que se encontram com audiência designada serão revisados até 05 (cinco) dias antes da solenidade encaminhados à exame pelo Juiz/Pretor com antecedência de 24 horas. § 2º – Com antecedência mínima de 24 horas, a pauta deverá ser afixada do lado de fora da sala de audiências, informando a data das solenidades, sua hora, espécie de processo e nome das partes. As audiências em segredo de justiça serão indicadas apenas pelo número do processo. Agora fica mais interessante: Art. 537 – Admitidas reconvenção, intervenção de terceiros, assistência ou litisconsórcio, o Cartório diligenciará na anotação pela distribuição. § 1º – A reconvenção, apresentada juntamente com a contestação, será normalmente inserida no processo principal, efetuando o réu imediatamente o preparo. Cumpridas as diligências processo aguarda em escaninho próprio a realização de audiência Se não tem data, aguarda Se tem audiência designada Serão revisados 5 dias antes 24 horas antes Encaminhados ao Juiz Incluído na pauta a ser fixada no lado de fora da sala de audiência Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 15 72 § 2º – O Cartório providenciará em anotar na Distribuição a reconvenção, procedendo a novo registro no Livro-Tombo e indicando o novo número na capa do processo principal. O caput do artigo 537 trata de algumas hipóteses de alterações objetivas da demanda. Os exemplos escolhidos pela Consolidação são todos de integração de novos participantes no processo (exceto no caso da reconvenção). Como há novas pessoas que participam da relação processual, tal situação tem de ser anotada no processo. A reconvenção é um pouco diferente. Por meio desse instituto, uma parte que é ré em uma ação, ao invés de simplesmente se defender do fato que lhe é imputado pelo autor (o que faria através de contestação) irá mais longe: irá aproveitar a oportunidade e mover ela própria uma ação contra o próprio autor, sobre o mesmo assunto tratado no processo. Imagine que alguém bate no seu carro e ajuíza ação contra você pretendendo ser indenizado dos danos (o indivíduo acredita seriamente que foi você o responsável pelo acidente). Você pode contestar isto, dizendo que não é responsável por aquele acidente, mas também pode ir mais longe: aproveitar a oportunidade e dizer ao Juiz: quem quer ser indenizado sou eu! Ele bateu no meu carro! Em teoria, esta é uma segunda ação (agora você é o autor e a outra parte o réu), mas já que a situação fática é a mesma, as duas petições correrão juntas. E preste bem atenção: Como a reconvenção é uma nova ação, a parte que a intenta (reconvinte) também tem de recolher o preparo. Entranhamento Art. 538 – As peças desentranhadas, quando não recebidas imediatamente pelas partes, serão guardadas em pasta própria, vedando-se grampeá-las nas capas dos processos. Em seu lugar, será colocada uma folha anotando o desentranhamento, fazendo referência à decisão que o determinou, evitando-se renumeração. Parágrafo único – Nas peças desentranhadas, o Cartório certificará, em lugar visível e sem prejudicar a leitura do seu conteúdo, o número e a natureza do processo de onde foram retiradas. O desentranhamento é a retirada de uma peça ou documento do processo. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 16 72 Seguindo a máxima do direito "aquilo que não está nos autos, não está no mundo". De tal forma, o desentranhamento, em alguns casos, trará um efeito prejudicial à parte: as alegações ali constantes não serão conhecidas nem pelo Juiz, nem pelos Desembargadores, ou por qualquer pessoa que tenha contato com o processo, pois terão desaparecido do mesmo. A intenção é justamente fazer com que a manifestação desapareça do processo e não seja considerada para qualquer efeito E já que não poderia estar no processo, também não pode servir ao convencimento do Juiz, razão pela qual não podemos nem mesmo grampear a peça na capa (vai que o Magistrado dá uma olhada no conteúdo da peça ou documento por acidente e isso vem a influenciar seu julgamento...). Desavolumação Art. 539 – Visando à desavolumação de autos, observada a regra do art. 229, §4º, I, desnecessária a escrituração do termo de juntada das petições em geral desde que informada a juntada no sistema informatizado, observando-se a ordem cronológica de recebimento em juízo. Em outros Tribunais (consigo mencionar ao menos o TJ SP), o termo de juntada é um documento juntado ao final dos documentos que justificaram sua confecção. Exemplo: se um advogado chega com uma contestação e dois laudos que comprovam seus argumentos, o termo de juntada de SP faria uma lista dos documentos apresentados e seria juntado por último no processo. No TJ-RS, buscando diminuir o tamanho dos processos, não é necessário fazer o termo de juntada das petições, desde que a informação seja inserida no sistema informatizado. Ah! A regra do 229, §4º, I não existe! Na verdade, o item faz remissão ao item abaixo: Art. 229 [...] Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 17 72 § 5º - A escrituração dos termos de juntada, conclusão, remessa e recebimento deverá ser substituída pela movimentação correspondente disponível no sistema informatizado THEMIS1G. § 6º - Excetuam-se da regra do parágrafo anterior as seguintes hipóteses: I – a JUNTADA dos comprovantes de citação e de intimação (mandado, carta AR, precatória, etc), desde que impliquem contagem de prazo a contar do termo de juntada. Assim, COMO REGRA, o termo de juntada deve ser feito online! Todavia, aqueles “recibos de entrega” que impliquem contagem de prazos, são “físicos” e, portanto, precisam ser juntados fisicamente aos autos. Dessa forma,se implicarem a contagem de prazo, a juntada deve ser feito fisicamente também. Art. 540 – Sempre que juntada aos autos cópia integral do documento emitido pelo Cartório, em atendimento a decisão judicial, fica dispensada a certificação do cumprimento respectivo. Esse item também visa à desavolumação. Se foi determinado pelo Juiz, não precisa fazer o termo de juntada, apenas junte o documento. Art. 541 – Nenhum processo ficará paralisado em Cartório por mais de 30 dias, salvo os casos de suspensão ou de maior tempo concedido ou determinado pelo Juiz. Vencido esse prazo, o Escrivão assim certificará, fazendo-o concluso. Os processos têm sempre de caminhar rumo a seu desfecho. Se um processo fica parado por mais de 30 dias, sem explicação aparente, é tempo de consulta-lo e descobrir o motivo da paralisação. Imagine um ofício encaminhado à Receita Federal determinado que a entidade preste algumas informações. Lá, ninguém alguém recebe e “esquece na gaveta”. Por 30 dias, é razoável a espera. Durante esse tempo, o processo está parado. Por isso, passado esse prazo, o Escrivão certificará e fará concluso ao Juiz (muito possivelmente o ofício será reenviado com um singelo aviso que “o não atendimento poderá caracterizar desobediência à ordem judicial”. Professor, para economizar espaço, visando a desavolumação, posso fazer os termos de juntada no verso? O artigo 563 responde padawan: Art. 563 – Vedado o uso de termos (recebimento, juntada, conclusão, etc.) no verso de documentos juntados nos autos Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 18 72 Volume de processos Art. 561 – Quando o primeiro volume dos autos atingir 200 (duzentas) folhas, será iniciado o segundo, e assim sucessivamente, com certidão ou termo respectivo. Parágrafo único – Excepcionalmente, visando evitar separação de peça juntada, poderá o volume exceder ou não alcançar o número de folhas referido neste artigo. Se a autuação permitia a criação de um novo processo, a abertura volume apenas dá continuidade a um processo já existente. Por que fazemos isto? Bom, um processo de falência (e isto é só um exemplo), costuma exceder 3.000 páginas em alguns casos. Você consegue imaginar tudo isto inserido em um volume único? Isto são aproximadamente 24 quilos de papel concentrados em um único processo (dá pra quebrar as pernas de algumas mesas com isso)! Fora o fato de que desafio alguém a consultar a página 1465 do aludido processo. Já sabendo dessa predisposição desastrosa que possuem os processos, a Consolidação fixou um máximo de 200 folhas por volume de processo. Acima disto, o ofício deve providenciar a abertura de um novo volume. Mas há uma exceção: Para evitar a separação de peça juntada (exemplo: processo conta com 190 folhas e uma petição de 20 folhas é juntada). No exemplo do parágrafo anterior, pode ser que se decida ou por encerrar o primeiro volume com 190 folhas (juntando a petição de 20 folhas no volume seguinte), ou encerrá-lo com 210 folhas (juntando a petição no mesmo volume para depois encerrá-lo). Apensamento Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 19 72 Art. 542 – Sempre que possível, deve ser evitado o apensamento de autos julgados; ficará, no processo em andamento, certidão detalhada a respeito, com a cópia da sentença e do acórdão, mencionando-se a pendência ou não de recurso bem como o valor das custas pagas e o nome de quem as preparou. Imagine um processo simples. Muito provavelmente, terá poucas folhas e o processo pode ser encerrado em um único volume. Por outro lado, se tivermos um processo complexo, certamente terá mais de 200 folhas. Nesse caso, não podemos colocar tudo dentro de uma capa só. Mas aí, em um universo de milhares de processos, os volumes devem manter-se juntos. Para isso, utiliza-se uma técnica chamada APENSAMENTO, que nada mais é do que manter ligados os autos de um mesmo processo ou de anexar processos que tem alguma relação. O pensamento, é previsto em lei, mas o Juiz também pode determina o apensamento. Parece que os autos estão amarrados por um barbante né? Pois é, isso são os autos em apenso, . Da mesma forma que os autos foram apensados, eles podem ser desapensados. Existem hipóteses previstas na lei, que são feitas de ofício pelo Cartório. Se não existir previsão legal, o apensamento e desapensamento só pode ser feita por DECISÃO DO JUIZ. Carga de Autos O próximo artigo trata de um fenômeno muito comum em seu novo ambiente de trabalho: a carga de processos pelos advogados das partes, membros do Ministério Público e Juízes. Através da carga, o interessado pode retirar o processo do cartório e levar consigo (no mais das vezes para tirar cópia ou examinar os autos mais detidamente). Art. 564 – Eventuais exames pretendidos por terceiros nos livros e documentos pertencentes ao Cartório somente ocorrerão com autorização do Juiz da Vara ou da Direção do Foro. Os livros do Cartório interessam somente aos funcionários da Justiça. Quem quer que queira acesso a eles precisa justificar ao Juiz da Vara ou da Direção do Foro que, se entender as razões pertinentes, autorizará o exame. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 20 72 § 1º – Ao advogado é assegurado o direito de examinar autos de processo findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando os respectivos feitos não estejam em regime de segredo de justiça, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independente de petição fundamentada ao Juiz. Segundo nossa Constituição, a atividade do advogado é essencial à Justiça, razão pela qual se busca oferecer o mínimo de resistência à sua atuação. Assim, mesmo que o advogado não tenha procuração nos autos (não atue no processo), poderá consultar os processos que constam no Cartório, a exceção, logicamente, daqueles que corram em segredo de justiça (neste caso, terá de comprovar ser advogado de uma das partes do processo, por meio de instrumento de procuração). O espírito do parágrafo 1º é o livre acesso ao conteúdo de quaisquer autos sem a necessidade de “autorização” de um Juiz. Mas: § 2º – O livre acesso de advogados nas serventias judiciais não implica, necessariamente, no livre trânsito em áreas reservadas a magistrados e servidores. Somente poderão examinar livremente os processos, livros e documentos que lhes tenham sido regularmente entregues, sob pena de falta ou perda de controle e organização do responsável pela serventia judicial. Resumindo história: o advogado não pode entrar na área do Cartório onde ficam os servidores (não implica livre trânsito em áreas reservadas) e pegar um processo da prateleira de uma das partes que representa (somente poderão examinar livremente os processos, livros e documentos que lhes tenham sido regularmente entregues). A parte final do parágrafo 2º é uma adaptação pomposa da expressão “se não vira zona”. Art. 564-A - Os autos de processos CÍVEIS e JECCÍVEL poderão ser retirados do Cartório para extração de cópias, sendo responsabilidade do requerente a seleção das peças a serem copiadas, bem como a devolução, nas condições em que foram recebidos. Poderão retirar os autos de cartório para extração de cópia: Muito bem, agora segue a enorme lista de pessoas que podem sair com o processo embaixo do braço para extrair cópia dos autos. Reforço: é só para tirar cópias do processo, não é para levar para casa nem para o escritório: Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ -H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 21 72 I - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, devidamente constituídos no processo, mesmo quando houver fluência de prazo comum às partes. Este primeiro grupo pode quase tudo. Como estão constituídos nos autos, fica mais fácil repreendê-los em caso de má conduta. Assim, não há problema algum em permitir a carga para cópia, mesmo que haja fluência de prazo comum para as partes, afinal, ele logo irá devolver o processo ao cartório. II - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem do Advogados do Brasil, mesmo sem procuração, desde que o feito não tramite em segredo de justiça (inciso XIII do Art. 7º da Lei 8906 de 1994) e não contenha informação protegida por sigilo fiscal ou bancário (Art. 816 da CNJ-CGJ). Agora temos advogados e estagiários não constituídos nos autos. Mas ainda temos a regra do parágrafo 1º do artigo 564: Art. 564 – Eventuais exames pretendidos por terceiros nos livros e documentos pertencentes ao Cartório somente ocorrerão com autorização do Juiz da Vara ou da Direção do Foro. § 1º – Ao advogado é assegurado o direito de examinar autos de processo findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando os respectivos feitos não estejam em regime de segredo de justiça, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independente de petição fundamentada ao Juiz. Como esses profissionais são essenciais à Justiça, não devemos dificultar sua atuação. Entretanto, existem informações em alguns processos que não podem ser divulgadas a qualquer pessoa (a exemplo daquelas que correm em segredo de justiça ou que contenham informação protegida por sigilo fiscal ou bancário). Neste caso, será exigida a procuração dos advogados e estagiários, o que quer dizer que os apontados no inciso II não poderão retirar em carga processos naquelas condições. III - Terceira pessoa com autorização expressa do procurador habilitado, que se responsabilize sob fé de seu grau, desde que o feito não tramite em segredo de justiça ou contenha informação protegida por sigilo fiscal ou bancário Este indivíduo não é nem parte, nem advogado. Normalmente, é um courier (vulgo office boy), ou mesmo um estagiário sem inscrição na OAB, autorizado pelo procurador a retirar os autos do cartório para fazer as cópias. Bastante comum nos casos em que o procurador não quer se deslocar, e passa a tarefa a outra pessoa. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 22 72 O ponto principal é que esse terceiro está autorizado pelo procurador, e é este (o procurador) o responsável por tudo que acontecer com o processo. As exceções de sigilo ou segredo continuam valendo. IV - As próprias partes litigantes, sendo que, nas situações em que existam nos autos documentos de difícil restauração, informação protegida por sigilo fiscal ou bancário, ou título executivo extrajudicial, a parte deverá ser acompanhada por servidor ou estagiário do cartório. O quarto tipo de pessoa que pode retirar autos do cartório são as próprias partes dos processos. Mas, ao contrário dos advogados, é possível que elas levem isso para o lado pessoal (enquanto o advogado está apenas trabalhando, a parte vê sua vida em jogo em um processo), razão pela qual, se houver documento de difícil restauração, informação protegida por sigilo bancário ou fiscal (pois estas informações, em hipótese alguma, podem ser divulgadas a terceiros, além de serem difíceis de obter junto às repartições que as controlam) ou se se tratar de título executivo extrajudicial, um servidor ou estagiário acompanhará a parte, para que ela não tenha ideias bobas como desaparecer com algum dos documentos do processo. Você talvez esteja curioso quanto à ressalva do título executivo extrajudicial. Execuções por título executivo extrajudicial são execuções que são instruídas não com uma sentença de procedência do pedido da parte (título executivo judicial), mas com documentos que a própria lei confere o caráter de executividade (um cheque assinado pelo devedor pode servir para uma execução por título extrajudicial). Tais documentos normalmente existem em via única e em geral são títulos de crédito. Sendo títulos de crédito, são investidos de algo que se conhece no Direito Comercial como “cartularidade”. O princípio da cartularidade diz que a dívida está consubstanciada no título, sendo esse a representação física daquele. Conclusão: se o título desaparecer, a dívida desaparece também, o que justifica toda a cautela do inciso IV. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 23 72 § 1º - A autorização referida no inciso III deverá seguir o modelo do Anexo I deste Provimento e será acompanhada de cópia da carteira da OAB do advogado que autoriza e informação atualizada do processo. ACESSO AOS AUTOS EXAME EM BALCÃO Sujeitos ao sigilo Somente advogado constituído nos autos SEM Segredo de Justiça Qualquer advogado Terceiros com autorização do Juiz da Vara ou da Direção PARA CÓPIA Advogado e Estagiário constituído Mesmo na fluência do prazo comum Advogado e Estagiário SEM PROCURAÇÃO Desde que sem segredo de justiça e sem informações sigilosas Terceiro com autorização do procurador Desde que sem segredo de justiça e sem informações sigilosas As partes Quando existir documentos de difícil restauração, protegida por sigilo ou título executivo extrajudicial, um servidor/estagiário deve acompanhar Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 24 72 § 2º - Os autos de inquéritos policiais, processos criminais, termos circunstanciados e de execução criminal somente poderão ser retirados para extração de cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, desde que não tramitem em segredo de justiça ou sob sigilo. Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas correspondentes. A persecução penal é algo um tanto complicada. Existe uma chance razoável de o réu acabar preso ao final do processo. Por outro lado, pode levar algum tempo até que a parte consiga constituir um advogado para defendê- la. Isto justifica a ressalva feita no parágrafo 2º, no último trecho. De posse das cópias dos autos, ficará mais fácil encontrar um advogado e permitir que ele se atualize a respeito da causa de seu novo cliente. Tirando a exceção acima, sempre que falarmos de inquéritos policiais (conduzido pela autoridade policial, a qual procede à coleta de provas e apuração dos fatos), processos criminais e execuções criminais (processos que versam sobre o próprio cumprimento da sentença pelo agora condenado), somente um advogado ou estagiário inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil poderá dar carga no processo para tirar cópias, e mesmo assim, apenas se este processo não tramitar em segredo de justiça ou sob sigilo. Tome cuidado ao ler o parágrafo 3º: § 3º - Os processos e procedimentos relativos ao Estatuto da Criança e Adolescente somente poderão ser retirados para cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil e regularmente constituídos. Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas correspondentes. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - ClassePJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 25 72 Muito parecido com o parágrafo 2º, certo? Correto, mas tem uma ressalva adicional: o advogado precisa estar regularmente constituído nos autos quando tratarmos de processos e procedimentos relacionados a crianças e adolescentes. E se tivermos algo não previsto no CN? Aí é fácil, manda para o Juiz que ele resolve. § 4º - As situações não previstas neste artigo deverão ser submetidas ao juiz da causa para deliberação. Ainda, Art. 579 – É vedada a carga dos autos ao avaliador – seja o judicial, nomeado ad hoc ou com designação de função gratificada – e ao leiloeiro, nos casos de avaliação ou de leilão ou praça, respectivamente. Art. 580 – A carga dos autos ao avaliador ou leiloeiro somente será admitida em casos excepcionais, mediante expressa determinação judicial nos autos. ACESSO AOS AUTOS somente poderão ser retirados para extração de cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, desde que não tramitem em segredo de justiça ou sob sigilo Inquéritos Policiais Processos Criminais Termos Circunstanciados Termos de Execução criminal somente poderão ser retirados para cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil e regularmente constituídos. processos e procedimentos relativos ao Estatuto da Criança e Adolescente Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas correspondentes Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 26 72 Art. 581 – Para o avaliador será expedido e carregado mandado de avaliação, acompanhado da descrição do bem constante dos autos. O Avaliador e o Leiloeiro são profissionais que não estão livremente autorizados a retirar os autos em carga do Cartório. Provavelmente a origem desta disposição se encontra no fato de que eles, em verdade, não precisam de muitas das informações que constam no processo, bastando a vista dos autos no próprio Cartório. Seria possível ao advogado ou terceiro autorizado afirmar que irá tirar cópias do processo e simplesmente sumir com o processo? A regra do artigo 564-C torna essa manobra praticamente inviável: Art. 564-C – A entrega de autos para extração de cópia a partes, advogados e estagiários regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil será registrada no sistema de informática mediante apresentação do documento de identidade Parágrafo único – A entrega de autos para extração de cópia a terceira pessoa autorizada pelo procurador habilitado observará o disposto no § 1o do art. 564-A. A autorização será́ devolvida ao requerente no momento da devolução dos autos ao cartório. Existe também uma situação peculiar. Normalmente, o Juiz dá prazo para uma ou outra parte se manifestar no processo (autor ou réu). Todavia, também não é incomum que o Juiz determine que ambas as partes se manifestem dentro do mesmo prazo. Chamamos essa situação de prazo comum. Nesse caso, como regra, os autos não podem sair do cartório, salvo para cópia e pelo prazo máximo de 4 horas. Ainda assim, se, por exemplo, um advogado pegar o processo lá no final da tarde faltando 1 hora para acabar o expediente, os autos devem ser devolvidos AINDA NO MESMO DIA! Art. 564-B – Os autos retirados para extração de cópias deverão ser restituídos ao cartório no prazo máximo de 4(quatro) horas. § 1º Os autos retirados por procurador para extração de cópias, quando houver prazo comum às partes e não houver ajuste (107, § 3º, do CPC) deverão ser restituídos ao Cartório no prazo máximo de 06 (seis) horas. § 2º Independentemente do horário da retirada dos autos para extração de cópias, a devolução deverá ocorrer até o final do expediente forense. § 3º Não ocorrendo a devolução, o Escrivão comunicará o fato ao Juiz de Direito que determinará sua imediata busca e apreensão. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 27 72 • Provimento nº 023/2019-CGJ, art. 1º. O processo precisa ser devolvido em 4 horas ao cartório mesmo quando houver prazo comum às partes. Art. 565 – O estagiário, regularmente inscrito na OAB, tem os mesmos direitos reconhecidos aos bacharéis inscritos como advogados, exceto quanto aos atos privativos a estes. Assim, lhes é facultado: a) ter vista ou retirar, para os prazos legais, os autos dos processos judiciais ou administrativos, salvo quando se tratar de prazo comum, quando poderá ter vista em Cartório; b) tratando-se de ação sob o amparo de segredo de justiça, é necessária a procuração. Aos olhos da Consolidação Normativa Judicial, não há diferença entre um estagiário inscrito e um advogado. Logicamente, o estagiário não está autorizado a, por exemplo, assinar uma contestação, ou realizar, sozinho, a defesa dos interesses de seu cliente. Todavia, no que diz respeito ao direito de carga e vista de processos, o estagiário deve ser tratado da mesma forma que qualquer outro advogado. Quando algum dos processos não retorna, é lógico que o Juiz tem de saber. Art. 543 – Devem os Escrivães comunicar ao Juiz, mensalmente, a não-devolução de autos dentro do prazo e a sua cobrança automática. Parágrafo 1º – Por ocasião da devolução dos autos, incumbe ao Cartório providenciar imediatamente na baixa no sistema informatizado ou no livro carga, bem como examiná-los atentamente, redigindo, na presença do interessado, o respectivo termo quando constatadas irregularidades. Parágrafo 2º - O cartório ou o Protocolo Judiciário fornecerá aos interessados comprovantes da devolução dos autos, fazendo constar, obrigatoriamente, a hora, o dia, o mês e o ano de sua entrega. Parágrafo 3º - Os recibos poderão ser dados em livros próprios, apresentados pelos interessados, ou nas cópias de petições entregues juntamente com os autos dos processos que, no ato de entrega, deverão ser exibidas juntamente com os originais. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 28 72 Basicamente: se o processo voltou, registre que ele voltou, pois a movimentação de processos fora do Cartório é um assunto bastante sério. O advogado que não devolve processos ao Cartório quando findo o período de carga pode sofrer representação perante a Ordem dos Advogados do Brasil, e ficará impedindo de retirar os autos do Cartório em outras oportunidades. Assim sendo, não estranhe se ele te pedir recibo de uma coisa tão corriqueira. Artigo 544 revogado. Procedimentos comuns na fase de cumprimento de sentença Os próximos artigos tratam de procedimentos comuns na fase de cumprimento de sentença. Não creio que sejam cobrados, mas estão previstos no edital, então, transcreve-os abaixo: Art. 545 – Quando não efetuado o registro da penhora do imóvel, cuidar-se-á para a exibição de certidão atualizada no registro imobiliário, antes da designação da data para a arrematação. Em linhas simples, quando a norma fala que “não foi efetuado o registro da penhora”, quer dizer que não foi averbado na matrícula (a matrícula registra todas as propriedades e informações do imóvel). Art. 545 – § 2º – A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, e inscrição no respectivo registro. Veja aí um exemplo: § 1º – Quanto aos veículos, antes do leilão será o fato comunicado à repartição de trânsito competente. Quanto ao “bloqueio” dos veículos é a mesma coisa que do imóvel. Todavia, o bloqueio é via RENAJUD. Tiago ZanollaAula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 29 72 Art. 546 – Na impossibilidade de se proceder a registro de penhora, por falta de requisitos no título apresentado exigidos pela legislação em vigor, deverá o registrador noticiar a existência da penhora através de averbação, nos termos do art. 167, inc. II, item 5, da Lei nº 6.015/73. Parágrafo único – A averbação não prejudicará posterior registro do documento judicial, devidamente corrigido. Art. 547 – Igual procedimento poderá ser adotado em caso de arresto e sequestro. Art. 548 – Os emolumentos do ato de averbação, referido nos arts. 545 e 546, equivalerão a 01 (uma) URE. Art. 549 – Nas arrematações de conveniência não se libera o valor apurado antes da entrega dos bens ao arrematante Nota sobre o artigo 548: atualmente o TJ-RS utiliza a URC: LEI N. 14.634/2014 Art. 7º O valor da Taxa Única de Serviços Judiciais será expresso por meio de múltiplos e submúltiplos do padrão denominado Unidade de Referência de Custas (URC), que será ́ atualizada mensalmente, com base nos indicadores econômicos publicados pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas – IEPE – (vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS), ou, na falta desses, pelo que for considerado o índice oficial da inflação. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 30 72 OBS: Você não precisa saber qual é o valor da URC, mas atualmente gira em torno de R$ 37,50 (é atualizada mensalmente). E temos mais um artigo revogado :P. Pule o artigo 550. Art. 551 – Na execução contra devedor insolvente, ao receber os autos com a decisão declaratória, o Escrivão providenciará a imediata expedição do ofício ao Distribuidor, comunicando a ocorrência e solicitando informes a respeito das ações e execuções em andamento contra o insolvente. Recebida a resposta, será juntada aos autos com oportuna conclusão. Execução contra devedor insolvente é aquela movida contra devedor cujo patrimônio não é capaz de atender ao valor da execução. Basicamente, o sujeito não tem dinheiro nem bens para arcar com a decisão que lhe ordena que faça o pagamento. Não há como tirar suco de uma laranja seca :P. O Escrivão envia Ofício ao Distribuidor para tomar conhecimento de outras execuções que corram contra aquele devedor. Este procedimento tem o intuito de avaliar quais credores receberão seus créditos primeiro, já que ficou demonstrado que o patrimônio do devedor não é suficiente para atender a todos os credores. Art. 552 – Ajuizados embargos à execução no juízo deprecado, este procederá a juntada da petição aos autos da carta, devolvendo-a ao juízo de origem com baixa nos registros. Parágrafo único – O juízo de origem, recebendo a carta precatória, promoverá sua juntada aos autos da execução, desentranhando a petição de embargos, para fins de registro, autuação e processamento na forma da lei. Embargos à execução é a ação proposta pela parte devedora para exonerar-se da execução das dívidas. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 31 72 unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Mesma ideia da carta precatória. A competência do Magistrado está restrita a determinado Foro ou Comarca. Se for necessária alguma providência a ser tomada em território de outro Foro, o Juízo deprecante encaminha seu pedido ao Juízo deprecado, para que este pratique determinado ato. No caso de uma execução o ato requisitado será provavelmente um ato de constrição do patrimônio do devedor. Só que o devedor pode se opor a esta providência (pois, por exemplo, o bem que se pretende penhorar é um bem de família, e assim, impenhorável), apresentando seus embargos à execução. Todavia, terá de fazer isto perante o Juízo deprecado, que está apenas atendendo a uma solicitação e não faz ideia do que ocorre no processo principal. Por esta razão, o Juízo deprecado vai juntar a petição à carta, e mandar tudo ao Juízo deprecante, para que este decida sobre os embargos. Art. 553 – Julgados improcedentes os embargos ou parcialmente procedentes, a carta precatória, com o valor da dívida atualizado e o traslado da parte dispositiva da sentença, será novamente remetida ao juízo deprecado para os atos executórios. Parágrafo único – O juízo deprecado reativará a carta precatória, dando-lhe cumprimento. No artigo 553, o Juízo deprecante (o que solicitou a providência) já decidiu sobre o assunto. Como os embargos não foram totalmente procedentes, o Juízo deprecado (o que atende a providência) receberá a carta novamente, com cópia do dispositivo da sentença (o trecho da sentença ou acórdão onde fica a decisão propriamente dita do Magistrado ou Órgão Colegiado). De posse do traslado da parte dispositiva da sentença, o juízo deprecado tem conhecimento da decisão dos embargos e estará em condições de executar os atos de constrição do patrimônio do devedor. Tutela Cautelar Art. 554 – A escrivania deverá certificar, nas ações com pedido de tutela cautelar antecedente, após decorridos 30 (trinta) dias da efetivação da medida, a não formulação do pedido principal, fazendo os autos conclusos ao juiz. Você já deve ter visto esta possibilidade nas aulas de Direito Processo Civil. É possível que um interessado ajuíze uma medida cautelar com pedido liminar em caráter de urgência. A intenção é obter um provimento judicial de forma emergencial e, posteriormente, tentar uma ação principal. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 32 72 Só que este interessado tem 30 dias para fazê-lo, do contrário, esta medida cautelar que não possuirá qualquer processo principal que a suplante, e isso provavelmente culminará na extinção do processo da medida cautelar. Ofícios Art. 557 – Todos os ofícios expedidos obedecerão à numeração cronológica, renovada a cada ano, com uma cópia arquivada na pasta-arquivo de correspondência expedida e outra juntada aos autos, quando decorrente de ato processual. Parágrafo único – Desnecessário o arquivamento de cópia de ofício expedido pelo sistema informatizado THEMIS1G. Em síntese, ofício é meio de comunicação oficial para o intercâmbio de informações a respeito de assunto técnico ou administrativo, cujo teor tenha caráter exclusivamente institucional. Pois bem, estas comunicações são numeradas sequencialmente, e a cada ano a numeração se reinicia. Ofícios são normalmente expedidos em três vias (uma para a pasta, uma para o destinatário e uma para o processo, quando houver. Exemplo: EXPEDIDOS EM 2019 EXPEDIDOS EM 2020 EXPEDIDOS EM 2021 01/2019 01/2020 01/2021 02/2019 02/2020 02/2021 03/2019 03/2020 03/2021 ... ... ... 189/2019 156/2020 256/2021 Se não houver processo teremos apenas duas cópias: uma para a pastae outra para o destinatário. OBS: Note que é a cópia que fica em pasta-arquivo, uma vez que o original ou é juntado aos autos ou encaminhado ao destinatário. Certidões Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 33 72 Em frente: Art. 558 – As certidões expedidas pelo Cartório conterão a fé pública do Escrivão ou do servidor que a detém sobre o que constar nos livros, autos e papéis a seu cargo, referindo número e a página do livro ou processo dos quais foram extraídas. É simples: quando expedimos uma certidão, apenas o que fazemos é “informar” sobre aquilo que temos registro. Pegue sua certidão de nascimento ou a de casamento. Ali vai mostrar certinho como isso funciona. Remessa Seguindo: Art. 559 – Antes da remessa dos autos ao Tribunal de Justiça, em razão de recurso, o Escrivão fará sua minuciosa revisão, zelando pela sua boa ordem e para que todas as peças estejam devidamente numeradas e rubricadas. Em se tratando de embargos de terceiro ou embargos à execução, verificará se foram juntadas cópias da petição inicial e do respectivo título executivo, nisso providenciando de ofício, se for o caso. A remessa dos autos para o segundo grau (Tribunal de Justiça) ocorre no caso de recurso. Os Desembargadores já estão envoltos em elevadas discussões doutrinárias e processuais no âmbito de suas atividades. Seus assessores também se ocupam de pesquisas e elaboração de relatórios. E acredite: nenhum deles tem tempo para revisar a numeração do processo, tampouco outros aspectos Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 34 72 referentes às formalidades da autuação. Assim, quem tem de zelar pela boa ordem do mesmo é o nosso colega Escrivão. Se ainda não mencionei, o Escrivão é o “chefe do cartório” e provavelmente o primeiro chefe imediato que você terá no Poder Judiciário do Estado. Ele é o responsável pelo andamento dos serviços no cartório. Art. 560 – Quando da remessa dos autos do Agravo de Instrumento interposto perante o 2º grau, deverão os mesmos permanecer arquivados no juízo onde foi prolatada a decisão recorrida. O agravo é o recurso interposto face a decisões interlocutórias (aquelas decisões no curso do processo). Quando interposta perante o Tribunal (2º grau), os autos do agravo devem ficar arquivados lá no juízo de primeira instância em que o processo tramita. Protocolo Art. 562 – Quaisquer documentos e/ou papéis entregues em Cartório receberão data da entrega ou registro no Protocolo Geral. Parágrafo único – O Escrivão ou funcionário encarregado abrirá a correspondência dirigida ao juízo, desde que não haja ressalva de RESERVA, ou equivalente. Todo, todo, mas todo documento mesmo que adentra ao Cartório recebe um registro, ou ao menos a informação da data de sua entrega, por meio do Protocolo Geral. Assim, nenhum documento que circula pela repartição o faz sem o devido controle. Aliás, controle de tramitação é o que você mais verá no desempenho de sua função pública. A correspondência dirigida ao Juízo deve ser aberta, mas há uma exceção a essa regra: se o envelope contiver a ressalva de reserva ou expressão equivalente, significa que seu conteúdo é sigiloso. Embora a Consolidação não tenha deixado claro o que fazer nesse caso, a providência adequada será encaminhar a correspondência ainda fechada ao Magistrado, para que tome conhecimento de seu conteúdo. Representação do Estado Art. 566 – A representação do Estado, por disposição constitucional, compete à Procuradoria- Geral do Estado. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 35 72 Parágrafo único – A divisão de atribuições é matéria de organização administrativa da Procuradoria, descabendo ao juízo outras exigências afora a simples identificação do procurador, que poderá se dar por ofício de apresentação ou mera exibição de carteira funcional. Mais uma figura importante surge na Consolidação: O Procurador do Estado. Ele é responsável pela representação judicial do Estado do Rio Grande do Sul perante o Poder Judiciário. Contudo, o que mais nos interessa é a disposição do parágrafo único: não cabe ao Juízo analisar se aquele procurador em específico está autorizado a representar o Estado naquele ato. Consequência: se um Procurador do Estado apresentar sua funcional e pedir acesso a um processo sigiloso no qual o Estado é parte, ele terá acesso a esse processo. Isso se dará mesmo que, por exemplo, ele esteja em uma unidade responsável apenas por processos de desapropriação e esteja tomando vista de um processo de execução fiscal onde foram juntadas cópias das Declarações de Imposto de Renda dos executados (documentos sigilosos). Pela organização da Procuradoria, ele não poderia ver esse processo, mas o Poder Judiciário não faz ideia de como a Procuradoria está estruturada e deixou bem claro que não faz questão nenhuma de fazer. A única providência que o Juízo deve tomar é identificar o Procurador, para que se saiba que ele está autorizado a representar os interesses do Estado perante o Poder Judiciário. Mas, do ponto de vista da Consolidação, todo Procurador está apto para atuar em absolutamente qualquer causa onde o Estado seja parte. Atos Ordinatórios O artigo 567 talvez lhe provoque um ataque cardíaco. Ele enumera todas as providências que devem ser adotadas pelo Escrivão ou servidor autorizado sem a necessidade de despacho judicial. Basicamente, o Escrivão deve fazer todos os itens abaixo, sem que a necessidade de que o Juiz ordene aquelas providências. Procure se acalmar: você já viu boa parte dessas providências ao longo do curso do COJE e do CPC, e notará que as providências abaixo são meramente administrativas, razão pela qual o despacho judicial não é necessário. Ter isto em mente vai te ajudar a identificar os incisos na prova, sem a necessidade de memoriza-los. Art. 567 – Independem de determinação judicial as providências meramente impulsionadoras do feito e as intimações às partes e interessados dos atos de que devam tomar conhecimento. Os atos processuais a seguir relacionados, bem como aqueles relacionados nos arts. 528, 529, 568, 569, 573, 575, 576, 670, 688, 689, 690, 692, 693, 694, 764, 770, 772 e 780 da CNJ-CGJ Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 36 72 independem de despacho judicial, devendo ser realizados de ofício pelo Escrivão ou pelos demais servidores autorizados: I - Intimação do signatário de petição não assinada para firmá-la, no prazo de 5 (cinco) dias; II – Juntada de procuração ou de substabelecimento e atualização dos dados e endereços dos procuradores e das partes no sistema informatizado; III - Intimação da parte para recolher custas judiciais, inclusive as remanescentes, observando o contido nos arts. 523, 524 e 525 da CNJ-CGJ; IV - Intimação da parte autora para esclarecer divergência entre a qualificação constante da petição inicial e os documentos que a instruem, no prazo de 5 (cinco) dias; V - Remessa do processo à distribuição para retificação dos dados das partes e etiquetas de autuação, quando a divergência entre o nome da parte contido na petição inicial e o contido no termo de autuação decorrer de equívoco do servidor responsável pela distribuição; VI - Intimação da parte autora para fornecer cópias da inicial em número suficiente para a citação do(s) réu(s), no prazo de 5 (cinco) dias; VII - Expedição de mandado ou cartaprecatória, na hipótese de a carta postal de citação ou intimação ter retornado com a observação "recusado", "ausente", ou "não atendido"; Neste caso, a parte intimada não estava no endereço, ou não quis receber a citação ou intimação das mãos do carteiro. Assim, o cartório enviará um Oficial de Justiça da Vara (Mandado) ou solicitará a outra Comarca que o faça (Carta Precatória), a fim de que o oficial entregue a citação ou intimação à parte. VIII - Intimação da parte autora para manifestação em 5 (cinco) dias quando a carta postal de citação retornar com a observação "mudou-se", "desconhecido", "endereço inexistente", "endereço insuficiente", "inexiste número" e "outras"; Nestes casos, a informação do endereço está provavelmente equivocada, razão pela qual se intima o autor para se manifestar, no mais das vezes, corrigindo o endereço fornecido, ou fornecendo um novo endereço para intimação do réu. IX - Intimação da parte autora para manifestar-se sobre certidão negativa do oficial de justiça; Pois bem, nestes casos, nem o Oficial de Justiça localizou a outra parte. Cabe ao autor solicitar novas providências, fornecendo outro endereço para localização do réu. X - Reiteração de citação, por mandado ou carta, quando indicado novo endereço; XI - Reiteração de intimação, por mandado ou carta, na hipótese de mudança de endereço da testemunha, quando indicado novo endereço; Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 37 72 XII - Retornada precatória não cumprida, abrir vista à parte que requereu sua expedição, para manifestação em 5 (cinco) dias; XIII - intimação da parte contrária para manifestar-se em 15 (quinze) dias, sempre que forem juntados novos documentos, nos termos do artigo § 1o do art. 437 do CPC; XIV - intimação das partes para se manifestarem quanto a respostas a ofícios relativos a diligências determinadas pelo juízo, em 5 (cinco) dias; XV - Intimação das partes para se manifestarem sobre o laudo do perito, em 15 (quinze) dias; XVI - Intimação das testemunhas observando o disposto nos artigos 599-B, 600, inciso II e 600A, desta Consolidação. Como a parte não assumiu o ônus de conduzir a testemunha ao Fórum, caberá ao Escrivão intimá-la a comparecer, ou mesmo, enviar um Oficial de Justiça ao endereço da testemunha, e trazê-la ele mesmo :P. XVII - Abrir vista ao ministério público nas hipóteses de intervenção ministerial (art. 568 da CNJ- CGJ); XVIII - Intimar as partes através de carta postal remetida ao endereço informado por elas nos autos, exceto quando o local não for atendido pelo correio; XIX - Nas ações de mandado de segurança, após a juntada das informações da autoridade impetrada, abrir vista ao ministério público e, com o parecer deste, fazer conclusão para sentença; XX - Certificar, nas ações com pedido de tutela cautelar antecedente, após decorridos 30 (trinta) dias da efetiva- ção da medida, a não formulação do pedido principal, fazendo os autos conclusos ao juiz (art. 554 da CNJ-CGJ); XXI – Juntada a apelação, cumprir as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o do artigo 1010 do CPC, vista ao ministério público, quando for o caso e enviar os autos ao tribunal, observando o disposto no art. 559 desta Consolidação. Se a apelação se referir ao indeferimento da petição inicial, os autos serão conclusos ao juiz para juízo de retratação (art. 331 do CPC). Regra de ouro: houve manifestação de uma parte, intime a parte contrária para se manifestar. Apareceu cálculo no processo, intime os interessados. Apareceu alguma coisa nova no processo, apresentada por uma das partes, intime a outra parte. Sempre, sempre, mas sempre que ocorrer algo novo no processo, as partes precisam ser atualizadas. Nós intimaremos as duas partes se nenhuma delas tiver apresentado os documentos, (afinal, nenhuma Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 38 72 delas tem ciência do que ocorreu), e apenas a parte contrária se for uma das partes quem ofereceu os documentos (afinal, o mínimo que se pode esperar de alguém que apresenta uma petição é que saiba do que ela se trata). XXII - Retornando os autos da instância superior, remeter os autos à contadoria, para cálculo das custas pendentes. Após, intimar as partes que não sejam beneficiárias da gratuidade judiciária para pagamento das custas, sob pena de inscrição em dívida ativa; XXIII - Remessa dos autos à Contadoria, nas hipóteses previstas em lei e no momento oportuno; XXXIV - Se o bem penhorado for de terceiro garantidor intimar também este da penhora, nos termos do art. 835, § 3o, do CPC; XXV - Quando o cálculo for elaborado pela contadoria, intimação das partes para se manifestarem, discriminando na nota de expediente o valor do débito, dos honorários e das custas, especificadamente, em 5 (cinco) dias; XXVI - Efetuado depósito nos autos referente a precatório, verbas de sucumbência ou condenação judicial, intimação da parte interessada para que se manifeste sobre o depósito e acerca da satisfação do crédito, no prazo de 5 (cinco) dias; XXVII - Abrir vista ao exeqüente quando o executado nomear bens à penhora, quando houver depósito para pagamento do débito e quando não houver oposição de embargos pelo devedor; O executado parece consentir com o pagamento da dívida (já que não está oferecendo resistência ao pagamento, por meio de embargos). Contudo, o exequente deve se manifestar sobre os bens nomeados a penhora, afinal, pode ser que o devedor tenha nomeado bens de difícil conversão em dinheiro (um transatlântico pode valer milhões, e seu valor estimado supera e muito o valor da execução, porém, existem poucas pessoas interessadas na aquisição deste bem, o que pode motivar o exequente a recusar aquela nomeação à penhora). XXVIII - Lavrar termo de penhora e depósito quando o bem oferecido pelo devedor for aceito pelo exeqüente, intimando-se, quando houver, o procurador do devedor por nota de expediente para que providencie o comparecimento do executado em cartório para firmar o termo em 05 (cinco) dias; XXIX - Quando qualquer das partes indicar à penhora imóvel, intimá-la para juntar matrícula atualizada do registro de imóveis; Esta providência tem o fito de identificar o imóvel oferecido pela parte, a fim de certificar-se de que ela realmente pode dispor daquele bem, oferecendo-o à execução. Tiago Zanolla Aula 03 Consolidação Normativa Judicial p/ TJ-RS (Oficial de Justiça - Classe PJ - H) 2020.2 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 706997 39 72 XXX - Apresentada a matrícula de imóvel, lavrar termo de penhora nos autos e intimar o executado, na pessoa do seu advogado ou pessoalmente, caso não tenha procurador constituído nos autos, com a observação de que ele foi constituído depositário do juízo; XXXI - Lavrada a penhora sobre imóvel expedir certidão e intimar o credor para comprovar o registro da mesma; XXXII - Quando for deferida a penhora sobre bem imóvel, intimar também o cônjuge do executado; Dependendo do regime de bens do casal, atos que onerem o patrimônio imóvel devem ter a aceitação de ambos os consortes. Desta forma, busca-se dar ciência também ao cônjuge do executado a respeito dos atos praticados na execução quando se referirem a bens imóveis. O que pode fazer o cônjuge nestes casos? Ele pode se defender arguindo, por exemplo, que não consentiu com a dação daquele bem como garantia, ou que o mesmo se trata de bem de família, ou o que mais entender pertinente. XXXIII - Quando o credor indicar bens a serem penhorados, a referida indicação deverá acompanhar o mandado extraído ao oficial de justiça, a fim de que a penhora recaia,
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