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Farmacologia renal - Diuréticos

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1 Farmacologia Renal – Diuréticos 
O volume de líquido corporal é estritamente regulado. 
Diversas condições clínicas resultam de anormalidades 
da composição de eletrólitos e volume de líquido. 
Existem (fisiologia) diversos mecanismos de regulação 
do volume de líquidos e composição de eletrólitos, para 
esse ajuste adequado existe alteração de tônus vascular, 
que permite uma perfusão tecidual adequada e, além 
disso, existem alterações nos processos renais de 
reabsorção e excreção de sódio – esse é um processo 
estritamente regulado. 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO DIURÉTICA: 
De um modo geral pode-se considerar que os diuréticos 
aumentam a taxa de fluxo de urina – diurese. A 
reabsorção do sódio que acontece nas células tubulares, 
é extremamente importante, participando do controle 
do volume de líquido extracelular. Basicamente, os 
diuréticos causam uma inibição farmacológica dessa 
reabsorção de sódio. Eles podem atuar, dependendo da 
classe, em 4 segmentos do néfron e, de uma forma ou 
de outra, eles inibem farmacologicamente a reabsorção 
de sódio – promovendo uma natriurese (maior excreção 
de sódio). Ao fazerem essa natriurese, eles retiram a 
força propulsora para reabsorção de água. Então, vai ter 
uma maior excreção de sódio e, consequentemente, de 
água. Redução do volume de líquido extracelular. 
Menos sódio vai ser reabsorvido através dos túbulos 
renais → menor força propulsora osmótica p/ 
reabsorção de água em regiões do néfron permeáveis à 
água → menos água é reabsorvida → redução do 
volume de líquido extracelular → redução do teor de 
sódio e cloreto do organismo. 
Natriurese finita: Existem mecanismos compensatórios 
que o organismo lança mão, por exemplo, ativação do 
sistema nervoso autônomo simpático, ativação do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona, redução da 
natriurese de pressão, alteração na expressão de 
transportadores do epitélio renal – esses mecanismos 
compensatórios tentam trazer um novo equilíbrio. Como 
está ocorrendo uma maior excreção de sódio, o 
organismo tenta alterar a captação de sódio, para que 
um novo equilíbrio se estabeleça. Então, essa natriurese 
pode ser finita, por conta desses mecanismos 
compensatórios que acompanham essa maior excreção 
de sódio → fenômeno de freio. 
DIURÉTICOS – LOCAL DE AÇÃO DE FÁRMACOS: 
4 locais de ação: 
• Túbulo proximal 
• Ramo ascendente espesso da alça de Henle 
• Túbulo distal 
• Ducto coletor 
Diuréticos de alça – atuam no ramo ascendente espesso 
da alça de Henle; Tiazídicos atuam no túbulo distal; 
antagonistas da aldosterona e inibidores do canal ENAC 
– atuam no ducto coletor; diuréticos osmóticos. 
 
TRANSPORTE NO TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL: 
O túbulo contorcido proximal absorve uma grande 
quantidade de sódio (cerca de 2/3), reabsorve uma 
grande porcentagem de bicarbonato, cloreto, glicose, 
aminoácidos etc. por meio de transportadores 
específicos. O bicarbonato encontra o ácido (H+), que 
está vindo por meio do transportador NHE3, a 
permeabilidade da membrana luminal ao bicarbonato é 
baixa – então, quando ele encontra um próton, existe 
uma isoforma da anidrase carbônica que está localizada 
no folheto externo da membrana luminal, que vai 
converter esse bicarbonato em água e CO2 – o CO2 por 
sua vez vai se difundir através da membrana luminal e 
vai para o citoplasma, lá ele vai sofrer ação de uma outra 
isoforma da enzima anidrase carbônica, que então vai 
converter em ácido carbônico, o qual se dissocia em H+ e 
bicarbonato. O H+ vai ser utilizado de novo pelo NHE3, 
enquanto esse bicarbonato vai ser co-transportado com 
o sódio, por meio de um transportador, para o interstício 
– vai ser reabsorvido. O resultado final disso é uma 
reabsorção de bicarbonato de sódio. *Importância da 
anidrase carbônica para permitir a reabsorção do 
bicarbonato no túbulo proximal. 
Inibidores da Anidrase Carbônica: 
Acetazolamida. 
Inibe as duas isoformas da anidrase carbônica (isoforma 
do folheto externo da membrana luminal e isoforma 
citoplasmática). 
 
2 Farmacologia Renal – Diuréticos 
Inibindo a anidrase carbônica, não tem mais com 
eficiência esse processo de reabsorção do bicarbonato. 
Diminui a produção do CO2 → impede a geração do 
bicarbonato → redução da reabsorção do bicarbonato 
de sódio → maior excreção desse bicarbonato do filtrado 
na urina. *Isso acontece inicialmente. 
Consequentemente a água acompanha → eliminação de 
água também → diurese. 
À longo prazo → mecanismos compensatórios 
promovem um aumento da reabsorção de sódio, 
principalmente por segmentos mais distais do néfron. 
Uma das consequências da utilização desses diuréticos é 
o desenvolvimento de uma acidose metabólica (leve a 
moderada), acompanhada de um aumento do pH 
urinário – urina alcalinizada. Isso acontece, pois, vai 
ocorrer uma menor reabsorção de bicarbonato, e 
também, vai ocorrer uma menor secreção de prótons no 
túbulo proximal, além disso, no ducto coletor também 
existe a anidrase carbônica, então, vai ter uma inibição 
dessa anidrase carbônica também no ducto coletor – isso 
vai contribuir para a acidose metabólica. 
 
USOS CLÍNICOS: 
• Glaucoma – elevação da pressão intraocular, que 
pode estar relacionada tanto com uma produção 
aumentada de humor aquoso, quanto a uma 
obstrução ao efluxo. A secreção do humor aquoso 
através epitélio ciliar, depende em partes, da 
anidrase carbônica. Isso é importante para a 
secreção de cloreto de sódio no humor aquoso. À 
medida em que esses fármacos inibem a anidrase 
carbônica, eles reduzem a produção de humor 
aquoso, e, consequentemente, isso promove uma 
redução da pressão intraocular. 
• Alcalinização urinária – aumento da solubilidade do 
ácido úrico, da cistina, permitindo então, uma 
redução da formação de cálculos. Em urina mais 
ácida são mais insolúveis, então o aumento do pH 
urinário é capaz de aumentar a solubilidade tanto do 
ácido úrico como da cistina, impedindo a formação 
de cálculos. Entretanto, pode propiciar a formação 
de cálculos renais decorrentes de sais de cálcio. 
*Monitoração cuidadosa. 
• Alcalose metabólica – pode ser corrigida pelo uso 
desses fármacos. Em pacientes com IC e alcalose 
metabólica causada por diuréticos. 
EFEITOS ADVERSOS: 
→Acidose metabólica hiperclorêmica – decorre da 
redução crônica das reservas corporais de bicarbonato. 
*Equilíbrio ácido-base alterado. 
→Cálculos renais – sais de cálcio são relativamente 
insolúveis em pH alcalino. 
→Depleção de potássio (perda aumentada de potássio) 
– maior aporte de sódio ao ducto coletor; intensificação 
da secreção de potássio. 
TRANSPORTE NO RAMO ASCENDENTE ESPESSO DA ALÇA DE 
HENLE: 
*Diuréticos mais potentes. 
O ramo ascendente espesso faz parte do segmento 
diluidor, possui uma baixa quantidade de aquaporinas, 
tendo uma baixa permeabilidade à água. O fluido que sai 
do ramo delgado chega hipertônico ao ramo ascendente 
espesso e aqui tem-se um transporte de sódio e, amo 
mesmo tempo não ocorre a reabsorção concomitante de 
água, por isso esse local é considerado um segmento 
diluidor. 
No ramo ascendente espesso: cerca de 25% do sódio 
filtrado vai ser reabsorvido, transportador NKCC2 que faz 
o transporte de sódio, potássio e 2 cloretos – por meio 
desse transporte tem a entrada desses íons. Esse cloreto 
pode atravessar a membrana basolateral por meio de 
um canal específico do cloreto, quando ele faz isso, 
saindo desacompanhado por meio desse canal específico 
dele, ele pode causar uma despolarização da célula, 
então ocorre uma tentativa de repolarizar a célula. Isso 
acontece pela saída de 3 sódios pela Bomba de Na-K, 
entra 2 potássios e saem 3 sódios – isso compensa 
parcialmente essa despolarização causada pelo cloreto; 
o que causa uma repolarização adicional da célula é a 
saída do potássio, por meio do canal de potássio - ROMK. 
 
3 Farmacologia Renal – Diuréticos 
A combinaçãode todos esses transportadores do ramo 
ascendente espesso, vai gerar um potencial positivo no 
lúmen e isso vai impulsionar a reabsorção paracelular de 
cátions, por ex. cálcio e magnésio, por meio de 
transportadores específicos localizados nas junções 
entre as células – importante para entender algumas das 
ações dos diuréticos de alça. 
Diuréticos de Alça – Alça de Henle: 
Atuam no ramo ascendente espesso da alça de Henle. 
Esses fármacos vão inibir de modo reversível e 
competitivo, o NKCC2 – vão impedir a atuação desse 
transportador, consequentemente reduzindo a 
reabsorção do sódio → redução da reabsorção de sódio. 
O sódio permanece no lúmen e isso vai causar, 
consequentemente, diurese. Sem a atuação desse 
transportador, vai afetar diretamente o potencial 
positivo que normalmente ocorre no lúmen – afeta a 
diferença de potencial transepitelial positivo. Esse 
potencial positivo é o que impulsionava a reabsorção 
paracelular de cálcio e magnésio. Como não tem a 
entrada do sódio, do potássio e de 2 cloretos, menos 
cloreto estará disponível para atravessar a membrana 
basolateral, então ele não despolariza a célula como 
aconteceria normalmente, e se a célula não está 
despolarizada, menos potássio entra e menos potássio 
então, vai sair por meio no canal ROMK – isso influencia 
diretamente no potencial transepitelial (fica menos 
positivo). Menor reabsorção paracelular de cátions → 
podendo gerar uma hipocalcemia e hipomagnesemia 
clinicamente significativas em pacientes que fazem 
utilização desses fármacos. Além disso, uma outra 
consequência importante, é que se bloquear a 
reabsorção de sódio na alça de Henle, vai ter um maior 
aporte distal de sódio, uma maior quantidade de sódio 
chegando no ducto coletor, gerando uma diurese mais 
significativa. 
 
MAIOR APORTE DISTAL DE SÓDIO: 
ENaC – canal de sódio: como existe um aporte 
aumentado de sódio porque o sódio deixou de ser 
reabsorvido lá na alça de Henle, ele chega em maior 
quantidade na célula principal do ducto coletor. Mais 
sódio chega no ENaC, mais sódio vai ser reabsorvido. Isso 
vai propiciar maior saída de potássio – maior secreção de 
potássio e de prótons. Podendo levar a uma 
hipopotassemia, porque o potássio vai ser excretado, 
reduzindo o potássio sérico e, consequentemente, uma 
alcalose metabólica porque terá uma maior excreção de 
ácido – mais ácido sendo eliminado, acarretando em 
alcalose metabólica. Como eles causam uma diurese 
mais potente, têm um efeito maior no volume de líquido 
extracelular – essa alcalose é chamada de alcalose com 
contração de volume. Esse efeito sobre o potássio sérico 
pode predispor determinados pacientes a arritmias. 
 
 
USOS CLÍNICOS: 
 
4 Farmacologia Renal – Diuréticos 
• Edema – a inibição da reabsorção de sódio no ramo 
ascendente espesso da Alça de Henle causa uma diurese 
significativa, promovendo uma redução do volume 
intravascular, levando a um alívio de edemas (tanto 
pulmonar quanto periférico). Por ex. que acompanha a ICC. 
• Hiperpotassemia – maior excreção de potássio pelo maior 
aporte distal de sódio, levando a uma maior reabsorção de 
sódio pelo ENaC, e, consequentemente, uma maior 
secreção de potássio pelo ROMC, causando uma excreção 
aumentada de potássio – hipopotassemia. 
• Insuficiência renal aguda – promovem uma diurese 
significativa → aumentam o fluxo de urina, o débito 
urinário, podendo ser importantes para a manutenção do 
controle hídrico nos pacientes que têm uma redução da 
taxa de filtração glomerular, embora não se tenham 
evidências de que eles promovam alguma recuperação 
dessas células epiteliais tubulares ou que eles encurtem a 
duração da doença 
• Hipercalcemia – promovem uma excreção aumentada de 
cálcio e magnésio, então podem causar uma hipocalcemia. 
Situações de hiperparatireoidismo ou condições de 
malignidade. 
 
→Furosemida. 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Hipovolemia – diurese significativa; 
• Hipotensão; 
• Hipocalemia/hipopotassemia; 
• Ototoxicidade – atuando na endolinfa alterando 
eletrólitos → evitar o uso concomitante com 
aminoglicosídeos que também são potencialmente 
ototóxicos; 
• Hiperuricemia – a hipovolemia que esses fármacos 
podem ocasionar, está relacionada com uma maior 
reabsorção de ácido úrico no túbulo proximal, 
podendo precipitar ataques de gota. 
 
TRANSPORTE NO TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: 
→Tiazídicos. 
O túbulo contorcido distal também faz parte do 
segmento diluidor, diluindo o líquido tubular, pois ele 
tem uma baixa expressão de aquaporinas, então, uma 
baixa permeabilidade à água. No túbulo distal, tem o 
transportador NCC – que transporta sódio e cloreto. O 
sódio que chega (aproximadamente 10% da carga 
filtrada de sódio) é reabsorvido aqui no túbulo distal. 
Esse sódio chega e por meio do NCC é reabsorvido – 
entra na célula e deixa a célula por meio da bomba de 
Na-K. O cloreto sai por outras vias, envolvendo outros 
transportadores. No túbulo distal existe também a 
reabsorção de cálcio e magnésio, por meio do canal de 
cálcio TRPV5, esse cálcio vai ser reabsorvido e vai sair da 
célula depois tanto pela ATPase quando pelo transporte 
com o sódio. A reabsorção de magnésio ocorre 
possivelmente por meio de um outro tipo de canal. 
Diuréticos Tiazídicos: 
-Atuam no túbulo contorcido distal. Cerca de 10% do 
sódio filtrado é reabsorvido no túbulo distal. Os fármacos 
dessa classe, por ex. Hidroclorotiazida, inibem o 
transportador NCC, que transporta sódio e cloreto. O 
NCC sofre um antagonismo competitivo por esses 
fármacos – bloqueia o NCC e esse transporte de sódio e 
cloreto. O sódio e cloreto permanecem no lúmen, tendo 
uma maior excreção de sódio na urina e, 
consequentemente, de água – diurese. Os tiazídicos 
causam uma diurese mais leve pois, a maior parte do 
sódio já foi reabsorvida quando chega no túbulo distal. 
Em consequência disso, esses fármacos promovem uma 
redução mais leve do volume intravascular. Os tiazídicos 
são preferenciais para o tratamento da hipertensão – 
atuam como anti-hipertensivos. Além dessa diurese leve, 
esses fármacos também apresentam um efeito 
vasodilatador*, o que pode explicar a eficácia deles na 
hipertensão. Além disso, um outro efeito importante 
desses fármacos, é sobre a reabsorção de cálcio. O canal 
de cálcio TRPV5 é importante para a reabsorção do 
cálcio, os tiazídicos são capazes de aumentar a expressão 
desse TRPV5, facilitando/aumentando a reabsorção de 
cálcio pelas células do túbulo distal. Além de um possível 
aumento na expressão do TRPV5, eles também 
promovem um aumento da expressão do trocador sódio-
cálcio → isso tudo facilita a reabsorção de cálcio. 
USOS CLÍNICOS: 
• Hipertensão – diurese menos significativa, com 
redução menos significativa do volume 
intravascular. Associado a um efeito vasodilatador. 
 
5 Farmacologia Renal – Diuréticos 
• ICC 
→Menos eficazes do que os de alça porque a maior parte 
do sódio já foi reabsorvida quando chega no túbulo distal 
→Sinergismo entre os Tiazídicos e os diuréticos de alça 
EFEITOS COLATERAIS: 
• Redução da tolerância à glicose – isso pode ser 
devido a uma redução da secreção da insulina, ou até 
mesmo uma diminuição da sensibilidade periférica à 
insulina, como um aumento da resistência à insulina; 
• Hipocalemia; 
• Hiponatremia – pode estar relacionada com alguns 
mecanismos como aumento da sede ou elevação do 
ADH; 
• Alcalose metabólica; 
• Disfunção erétil; 
• Não devem ser adm. junto com fármacos que 
aumentam ou prolongam o intervalo QT – 
predispõem a Torsades de Pointes. Provavelmente 
por conta da hipopotassemia que eles podem 
causar*. 
 
 
TRANSPORTE NO SISTEMA DE TÚBULOS COLETORES: 
2 tipos de células – célula principal e célula intercalada. 
Absorção de cerca de 2-5% do sódio filtrado. Existe um 
canal de sódio na célula principal (ENaC) – esse canal 
permite a entrada do sódio que está nolúmen para 
dentro da célula, isso causa uma diferença de potencial 
transepitelial, que vai favorecer a saída do potássio. Esse 
ENaC pode ser regulado pela aldosterona, atuando por 
meio de seu receptor, ela estimula a incorporação do 
ENaC na membrana luminal e também a expressão da 
bomba de Na-K. O sódio que entra por meio do ENaC, sai 
por meio da ATPase da Bomba de Na-K. 
Aporte de sódio no ducto coletor X secreção de 
potássio. 
Célula intercalada do tipo A: secreta H+, ao mesmo 
tempo que reabsorve bicarbonato. Célula do tipo B: 
secreta bicarbonato. *Efeito importante da anidrase 
carbônica nessas células. 
Diuréticos poupadores de Potássio: 
Potencial negativo decorrente da entrada de sódio pelo 
ENaC – esse potencial negativo tem duas consequências: 
uma maior reabsorção de cloreto via paracelular, e uma 
maior secreção de potássio. Quanto mais sódio entra, 
maior é a magnitude dessa diferença de potencial e, por 
isso, mais potássio é secretado. *Ação da Aldosterona. 
Atuação do ADH sobre o receptor V2 – via AMPc – 
promove a incorporação de aquaporinas que vão 
permitir uma maior reabsorção de água. 
Transporte de água no sistema de túbulos coletores – 
Papel do ADH. 
 
 
 
6 Farmacologia Renal – Diuréticos 
COMO AGE A ALDOSTERONA? 
A aldosterona promove um aumento da reabsorção de 
sódio. No ducto coletor a aldosterona se liga ao seu 
receptor e ativa as proteínas induzidas pela aldosterona. 
Ela impede a degradação do ENaC e promove aumento 
da síntese de ENaC (novos canais de Na), ativa os canais 
de sódio da membrana – isso por si só já facilita a entrada 
do sódio; também ativa a sódio/potássio ATPase 
aumentando também a translocação da bomba de sódio 
para a membrana, sintetiza novas bombas de sódio, 
aumenta a produção de ATP, altera a permeabilidade das 
junções de adesão... o efeito final disso é justamente 
potencializar essa reabsorção do sódio, isso faz com que 
altere mais ainda o potencial transepitelial, favorecendo 
mais a saída de potássio e de prótons. A aldosterona 
promove um aumento da reabsorção de sódio e, 
consequentemente, de água. 
*Papel do antagonismo da aldosterona. 
 
Diuréticos que atuam no ducto coletor – 
Diuréticos poupadores de potássio: 
Promovem um aumento da reabsorção do potássio. 
Reduzem a excreção de potássio. 2 formas que os 
fármacos atuam no ducto coletor como poupadores de 
potássio: uma delas, é através do antagonismo da 
aldosterona (espironolactona, eplerenona) – impedem a 
ação da aldosterona/ligação ao seu receptor. Efeito 
reduzido na expressão da bomba de Na-K e também do 
ENaC – isso acarreta em uma menor reabsorção de 
sódio. O sódio não vai entrar e o potássio não vai sair. 
Por isso, tem-se o aumento do potássio sérico. Uma 
outra classe de poupadores de potássio, são os 
inibidores competitivos do ENaC (Amiloride, 
Triamterene) – inibem o ENaC. Enquanto a 
espironolactona inibe a aldosterona e, indiretamente, 
reduz o número de ENaCs disponíveis, esses fármacos, 
são antagonistas do ENaC, então, eles impedem que o 
sódio entre pelo ENaC. Por mais que exista ENaC 
disponível, eles estão bloqueados. ***O efeito de ambos 
é o mesmo – o sódio não vai entrar, havendo um 
aumento de sódio no túbulo, o potencial não vai ser 
significativo e o potássio não vai ser eliminado → 
redução da excreção do potássio – aumenta o potássio 
sérico (são poupadores de potássio). Diferente dos 
outros diuréticos, que causam hipopotassemia, esses 
diuréticos causam uma hiperpotassemia. 
EFEITOS COLATERAIS: 
Acidose metabólica hiperclorêmica – impede a saída do 
potássio – o potássio permanece no sangue – não vai 
ocorrer uma maior secreção de H+, então o efeito não vai 
ser mais de alcalose. 
Ginecomastia – os antagonistas da aldosterona também 
podem promover um antagonismo no receptor 
androgênico e isso pode então levar à ginecomastia. 
Natriurese/diurese leve – uma pequena quantidade de 
sódio é reabsorvida nessa porção do néfron → podem 
ser utilizados para tentar evitar a perda de potássio que 
acompanha por ex. o uso dos diuréticos tiazídicos, e, 
também, podem ser úteis em condições clínicas em que 
ocorre uma excreção excessiva de mineralocorticoides. 
Hiperpotassemia - (monitoramento sérico). 
 
Diuréticos osmóticos: 
Fármacos livremente filtrados no glomérulo e não são 
reabsorvidos – permanecem dentro do lúmen tubular. 
Permanecendo dentro do lúmen, eles exercem uma 
força osmótica. Essa força osmótica, impede a 
reabsorção de água → força contrária. A diurese que eles 
acarretam é em decorrência disso. 
Podem causar uma menor reabsorção de sódio porque 
eles podem reduzir o tempo de contato entre o líquido e 
o epitélio tubular. 
→Diurese hídrica. 
→Principal fármaco – Manitol. 
Atuam principalmente no túbulo proximal – onde tem 
uma importante reabsorção de água. A natriurese é de 
menor magnitude do que a diurese. 
 
7 Farmacologia Renal – Diuréticos 
Pode levar a casos de hipernatremia – mais água é 
perdida e menos sódio é perdido. 
USOS TERAPÊUTICOS: 
• Redução da pressão intracraniana; 
• Redução da pressão intraocular; 
-Pelo efeito de redução do volume de líquido intracelular 
– afetam as forças de Starling. 
• Aumento do volume urinário – mantém o volume de 
urina através de uma maior excreção de água, 
preferencialmente à excreção de sódio. 
-Manutenção do volume de urina – impedir a anúria. 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Expansão do volume extracelular (LEC) → 
agravamento da ICC; hiponatremia; 
• Desidratação, hipercalemia e hiponatremia. 
Quando utilizar diuréticos? 
➢ Estados edematosos: Insuficiência cardíaca, 
insuficiência renal, cirrose hepática, edema 
idiopático. 
➢ Estados não edematosos: Hipertensão, nefrolitíase, 
hipercalcemia, diabetes insípido. 
FARMACOLOGIA DA ICC – COMO AGEM OS FÁRMACOS? 
Redução do débito cardíaco → leva a um aumento 
compensatório de circuitos neuro-humorais, que estão 
envolvidos tanto com o aumento da descarga simpática 
– o que leva ao aumento da força de contração, aumento 
da frequência cardíaca; quanto um aumento da 
liberação da renina – ativando o sistema renina-
angiotensina-aldosterona → aumentando angiotensina 
II – que tem um efeito vasoconstritor direto e atua no 
aumento da secreção de aldosterona, que aumenta a 
reabsorção de sódio. Aumento tanto de pré-carga, 
quanto de pós-carga e uma possível remodelação 
cardíaca – o que contribui para o agravamento da 
insuficiência cardíaca. Esse mecanismo compensatório 
tenta manter o débito cardíaco a curto prazo, a longo 
prazo existe um remodelamento cardíaco com piora 
progressiva da insuficiência cardíaca e formação de 
edema. 
 
 
-Os diuréticos atuam na retenção de sódio e água. 
Aldosterona leva a uma maior retenção de sódio e água 
que, no paciente com insuficiência cardíaca, faz com que 
ele trabalhe com um volume intravascular elevado e 
pressões de enchimento cardíaco elevadas, que tentam 
manter o débito cardíaco e que pode levar à piora da 
doença do paciente – remodelação cardíaca. Os 
diuréticos que reduzem a reabsorção de sódio vão 
reduzir essa retenção de sódio e água e reduzir as 
pressões de enchimento ventriculares, além daqueles 
que atuam sobre a aldosterona (antagonistas da 
aldosterona. 
 
8 Farmacologia Renal – Diuréticos 
Paciente com insuficiência cardíaca → trabalha com um 
aumento do volume intravascular, numa tentativa de 
manter o débito cardíaco, com elevadas pressões de 
enchimento ventricular → o que, progressivamente, 
piora o débito cardíaco → promove uma continuidade 
da retenção de água e de sal → e, consequentemente, a 
formação de edema. Nesse sentido, os diuréticos de alça, 
reduzem a pré-carga → reduzindo a pré-carga, eles vão 
promover um alívio do edema e melhora do trabalho 
cardíaco. 
DIURÉTICOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: 
Bloqueando a reabsorção de sódio, eles promovem 
natriurese e, consequentemente, diurese,reduzindo o 
volume intravascular (volume do líquido extracelular) – 
reduzindo pré-carga e diminuindo a pressão de 
enchimento ventricular. Entretanto, deve-se tomar 
cuidado pois, uma redução intensa do volume 
intravascular, pode ocasionar uma redução/piora do 
débito cardíaco – devem ser usados com cautela*! Além 
disso, pode haver uma tolerância aos diuréticos → 
natriurese finita, então pode ocorrer um aumento 
compensatório da reabsorção tubular renal de sódio. 
Esse maior aporte de sódio pode promover uma ativação 
da mácula densa, que libera adenosina, e, promove 
então, uma redução da taxa de filtração glomerular 
através do feedback, ou retroalimentação túbulo-
glomerular. A adenosina faz constrição preferencial da 
arteríola aferente glomerular – isso reduz a taxa de 
filtração glomerular. Na insuficiência cardíaca, a própria 
redução do debito cardíaco que acompanha esse 
paciente, já pode reduzir a taxa de filtração glomerular. 
Essa redução adicional, pode ainda, exacerbar esse 
quadro de diminuída taxa de filtração glomerular – outra 
complicação da terapia diurética nos pacientes com 
insuficiência cardíaca. Além disso, possível 
hipopotassemia, por promoverem maior excreção de 
potássio e, possível alcalose metabólica. 
 
Uso dos diuréticos na Cirrose Hepática: 
Na cirrose pode ter uma retenção de sódio, o que 
justificaria o uso de diuréticos. 
 
 
9 Farmacologia Renal – Diuréticos 
Diuréticos na Hipertensão: 
A pressão é regulada por 2 parâmetros principais → 
débito cardíaco e resistência periférica – sendo que o 
débito cardíaco é regulado pela frequência cardíaca e 
volume sistólico. O volume sistólico é regulado pela força 
de contração cardíaca e pré-carga. A pré-carga está 
diretamente relacionada ao volume intravascular e ao 
tônus venoso. O volume intravascular é diretamente 
relacionado com a retenção de sódio → maior retenção 
de sódio → maior volume intravascular → mais sangue 
chega ao coração → maior a pré-carga → isso afeta o 
volume sistólico, débito cardíaco e pressão arterial – 
pode ocorrer um aumento da pressão arterial, com 
aumento da pré-carga. Diuréticos agem justamente na 
retenção de sódio e água → reduz o volume 
intravascular → isso pode auxiliar no tratamento da 
hipertensão. *Lembrando que os Tiazídicos também têm 
um efeito vasodilatador, que auxilia no efeito anti-
hipertensivo.

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