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Trauma Abdominal

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― ― 
 A avaliação da circulação em trauma 
fechado inclui o reconhecimento de possível 
hemorragia que pode ocorrer no abdome e pelve. 
 Feridas penetrantes entre o mamilo e o 
períneo – tronco – são causas potenciais de lesões 
intraperitoneais. 
 Determinar prioridade e avaliação: 
mecanismo de trauma, forças de lesão, localização 
do ferimento, estado hemodinâmico. 
 Qualquer doente com traumatismo 
fechado no tronco deve ser considerado portador 
de lesão vascular, de víscera abdominal ou pélvica 
até prova em contrário. 
✓ Abdome anterior: área abaixo dos arcos 
costais, superior aos ligamentos inguinais e 
sínfise púbica e com as linhas axilares 
lateralmente. Bainha aponeurótica 
delgada. 
✓ Transição toracoabdominal: área abaixo 
da linha transmamilar anteriormente, linha 
infraescapular posteriormente e arcos 
costais superiormente. Inclui diafragma, 
fígado, baço e estômago 
✓ Flanco: área entre as linhas axilares 
anterior e posterior desde o 6º espaço 
intercostal até a crista ilíaca. A musculatura 
é espessa e atua como barreira para 
ferimentos penetrantes. 
✓ Dorso: área na região posterior, limitada 
por linhas axilares posteriores, pontas das 
escápulas e cristas ilíacas. Região protegida 
pelos músculos do dorso e paraespinhais. 
Assim como o flanco, possui órgãos 
retroperitoneais. 
✓ Área retroperitoneal: área posterior ao 
revestimento peritoneal que inclui aorta 
abdominal, veia cava inferior, parte do 
duodeno, pâncreas, rins, ureteres, 
segmento posterior dos cólons ascendente 
e descendente e componentes 
retroperitoneais da cavidade pélvica. 
✓ Cavidade pélvica: limitada pelos ossos 
pélvicos e consiste na parte inferior dos 
espaços retro e intraperitoneal. Inclui o 
reto, bexiga, vasos ilíacos e nas mulheres 
os órgãos reprodutores internos. 
 
 IMPACTO DIRETO: pode causar 
compressão ou esmagamento de vísceras. Pode 
deformar órgão sólidos e vísceras ocas podendo 
causar ruptura, acarretando hemorragia 
secundária, contaminação pelo conteúdo 
intestinal e peritonite. 
 CISALHAMENTO: forma de lesão por 
esmagamento. Ocorre quando um dispositivo de 
segurança e de restrição é usado de forma 
inadequada. 
 LESÕES POR DESACELERAÇÃO: nas quais 
estruturas fixas e não fixas sofrem movimentos em 
sentidos opostos. Lacerações do fígado e baço, nos 
locais de inserção de seus ligamentos de 
sustentação; lesões extensas do mesentério do 
intestino delgado. 
 Órgãos mais acometidos em trauma 
fechado: baço, fígado, intestino delgado, 
hematoma retroperitoneal. 
 
 Ferimentos por arma branca geralmente 
envolvem: fígado, intestino delgado, diafragma e 
cólon. 
 Ferimentos por arma de fogo geralmente 
afetam intestino delgado, cólon, fígado e 
estruturas vasculares abdominais. 
HISTÓRIA 
 Obter informações sobre: velocidade do 
veículo, tipo de colisão, intrusão de partes do 
veículo no compartimento de passageiros, 
dispositivos de contenção, acionamento de 
airbags, posição do paciente no veículo, condições 
dos outros passageiros. 
 Se queda: altura da queda. 
 Informações sobre sinais vitais, lesões 
aparentes e resposta ao tratamento pré-
hospitalar devem ser fornecidas pelos prestadores 
de cuidados pré-hospitalares. 
 Se trauma penetrante: tempo de lesão, 
tipo de arma, distância do agressor, número de 
facadas/tiro, volume de sangue perdido na hora. 
 Localização e intensidade de qualquer dor 
abdominal. 
EXAME FÍSICO 
1. Inspeção; 2. Ausculta; 3. Percussão; 4. 
Palpação. 
 Abdome -> estabilidade pélvica -> uretra -> 
períneo -> reto -> vagina -> glúteos. 
 
INSPEÇÃO 
 Paciente completamente despido. 
 Procurar abrasões e contusões pelos 
dispositivos de segurança, lacerações e feridas 
penetrantes, corpos estranhos empalados, 
evisceração de epíploo ou de intestino delgado, 
evidência de gravidez. 
 Flanco, escroto e área perineal: procura de 
sangue no meato uretral, edemas, hematomas ou 
lacerações. 
 
AUSCULTA 
 Confirmar presença ou ausência de ruídos 
hidroaéreos. 
 
PERCUSSÃO E PALPAÇÃO 
 A percussão pode provocar sinais de 
irritação peritoneal e por isso não precisa de 
nenhuma outra evidência adicional. 
 Palpação pode revelar e distinguir dor 
superficial ou profunda. 
 Pode-se determinar na palpação um útero 
gravídico e estimativa da idade fetal. 
 Palpação da próstata deslocada 
cranialmente é sinal de fratura pélvica importante. 
 
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE PÉLVICA 
 Hipotensão inexplicável pode ser 
inicialmente a única indicação de ruptura pélvica 
grave com instabilidade pélvica no complexo 
posterior dos ligamentos. 
 Instabilidade mecânica do anel pélvico 
deve ser considerada em doentes com fraturas 
pélvicas com hipotensão e nenhuma outra fonte 
de sangramento. 
 Achados sugestivos de fratura pélvica: 
evidência de ruptura da uretra (próstata 
deslocada cranialmente, hematoma escrotal ou 
sangue no meato uretral), discrepância entre o 
comprimento dos membros ou deformidade 
rotacional da perna sem fratura óbvia. 
 Testar a instabilidade apenas uma vez 
durante o exame físico pois pode agravar a 
hemorragia e deve evitar fazer em doentes com 
choque ou fratura pélvica óbvia. 
 A hemipelve instável migra cranialmente 
por causa das forças musculares e apresenta uma 
rotação externa secundariamente ao efeito da 
gravidade sobre a hemipelve instável. 
 A pelve pode ser fechada manualmente: 
empurra as cristas ilíacas no nível das espinhas 
ilíacas anterossuperiores. É possível sentir o 
movimento se as cristas ilíacas são pegas e a 
hemipelve instável é girada para dentro e em 
seguida para fora – manobra de distração e 
compressão. 
 O cisalhamento vertical da pelve pode ser 
sentido pela palpação da espinha ilíaca posterior e 
do tubérculo, enquanto a hemipelve instável é 
empurrada e puxada. 
 Anormalidades neurológicas ou feridas 
abertas no flanco, períneo e no reto podem ser 
evidências de instabilidade no anel pélvico. 
 RX AP da pelve confirma o exame clínico. 
EXAME DE URETRA, PERÍNEO E RETO 
 Presença de sangue no meato uretral 
sugere lesão uretral. 
 Equimose ou hematoma no escroto ou 
períneo é sugestivo de lesão uretral. 
 Em doentes com trauma fechado, o 
objetivo do exame retal é avaliar tônus do 
esfíncter e integridade da mucosa retal, 
determinar posição da próstata – deslocamento 
cranial – e identificar fraturas de ossos da pelve, 
 Em ferimentos penetrantes, o exame retal 
serve para avaliar tônus do esfíncter e procurar 
sangramento de perfuração do intestino. 
 Não se deve inserir sonda de Foley em 
doentes com hematoma perineal ou 
deslocamento cranial da próstata. 
 
EXAME VAGINAL 
 Laceração pode ocorrer a partir de 
fragmentos ósseos de uma fratura pélvica ou 
ferimentos penetrantes. 
 Realizar o exame vaginal somente se 
houver suspeita de lesão – presença de laceração 
perineal complexa, fratura pélvica ou ferida 
transpélvica por projétil de arma de fogo. 
 
EXAME DOS GLÚTEOS 
 Região glútea: das cristas ilíacas até pregas 
glúteas. 
 Pesquisar lesões intra-abdominais por 
lesões penetrantes dessa área, incluindo lesões do 
reto abaixo da reflexão peritoneal. Pesquisar 
ferimentos por projétil de arma de fogo ou arma 
branca. 
MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME FÍSICO 
✓ SONDAGEM GÁSTRICA: 
o aliviar possível dilatação gástrica 
aguda; 
o descomprimir o estômago antes da 
LPD; 
o remover conteúdo gástrico. 
o Pode reduzir incidência de 
aspiração, mas pode provocar 
vômito em paciente acordado. 
o Presença de sangue no conteúdo 
gástrico sugere lesão em esôfago 
ou TGI superior após exclusão de 
sangramento em nasofaringe e/ou 
orofaringe. 
o Se fratura grave de face ou base de 
crânio, inserir a sonda pela boca 
para impedir que atravesse a placa 
crivosa e penetre o cérebro. 
 
✓ SONDAGEM VESICAL: 
o Aliviar retenção urinária; 
o Descomprimir a bexiga antes da 
LPD; 
o Permitir monitoração do débito 
urinário como índice de perfusão 
tecidual. 
o Hematúria macroscópica é sinal de 
trauma do trato geniturinário e de 
órgãos intra-abdominais não 
renais. A ausênciade hematúria 
não descarta ferimento. 
o Na incapacidade de urinar 
espontaneamente, a presença de 
fratura pélvica instável, de sangue 
no meato uretral, de hematoma 
escrotal, de equimose perineal ou 
da próstata deslocada cranial 
mente implicam a obrigatoriedade 
de realização de um uretrograma 
retrógrado para confirmar a 
integridade da uretra antes de 
inserir a sonda vesical. 
 
✓ OUTROS ESTUDOS: 
o Se alteração hemodinâmica pode 
fazer LPD ou FAST, que só são 
contraindicados se houver 
indicação de laparotomia. 
o Requer exames adicionais: 
 
 
 
✓ RX PARA TRAUMA ABDOMINAL: 
o RX AP de tórax para trauma 
fechado multissistêmicos. 
o Se paciente hemodinamicamente 
normal com trauma penetrante 
acima do umbigo ou lesão 
toracoabdominal suspeita, deve-se 
realizar RX de tórax em posição 
ortostática para excluir presença de 
hemotórax ou pneumotórax ou 
para documentar presença de ar 
intraperitoneal. Os orifícios de 
entrada e saída podem ser 
marcados com materiais metálicos 
para q o RX de abdome seja obtida 
com o intuito de determinar o 
trajeto do projetil ou presença de 
ar retroperitoneal 
o RX AP pélvica para estabelecer 
origem da perda de sangue se 
estado hemodinâmico alterado e 
dor pélvica. 
 
✓ FAST: 
o Utilizado para identificar 
hemorragia. 
o Meio rápido, não invasivo, preciso 
e barato para diagnosticar 
hemoperitôneo. 
o Pode detectar tamponamento 
cardíaco. 
o Deve-se obter imagens de: saco 
pericardial; espaço hepatorrenal; 
espaço esplenorrenal; pelve ou 
fundo de saco de Douglas. 
 
 
 
o Comprometem a utilização: 
obesidade. Enfisema subcutâneo e 
cirurgias abdominais anteriores. 
 
✓ LPD: 
o Para identificar hemorragia. 
o Permite a investigação de possível 
lesão de víscera oca. 
o Deve ser ealizad por equipe 
cirúrgica em doente com 
anormalidade hemodinâmica com 
trauma fechado multissistêmico ou 
trauma penetrante. 
o Indicada também em doentes 
hemodinamicamentes normais 
com trauma fechado com FAST ou 
TC não disponíveis. 
o Contraindicações relativas: 
cirurgias abdominais prévias, 
obesidade mórbida, cirrose 
avançada, coagulopatia 
preexistente. 
o Em fraturar pélvicas prefere-se a 
abordagem supraumbilical aberta 
para evitar hematoma pélvico. 
o Em gravidez avançada: abordagem 
aberta acima do fundo uterino. 
o Fácil aspiração de sangue, 
conteúdo gastrintestinal, fibras 
vegetais ou bile pelo cateter em 
doentes hemodinamicamente 
anormais indica laparotomia. 
o Se não aspirar mais de 10 ml de 
sangue ou conteúdo 
gastrintestinal, deve-se efetuar 
lavagem com 1L de solução 
cristaloide isotônica aquecida – 
10ml/kg em crianças. 
o Após ter certeza de que houve uma 
mistura adequada de conteúdo 
peritoneal com o fluido de 
lavagem, o que pode ser facilitado 
pela compressão do abdome e pela 
rotação lateral do doente, o 
efluente é enviado para o 
laboratório para análise 
quantitativa, desde que não 
existam evidências conclusivas 
sobre a presença de conteúdo 
gastrointestinal, de fibras vegetais 
ou de bile. O teste é considerado 
positivo na vigência de mais de 
100.000 glóbulos vermelhos por 
mm3, 500 ou mais glóbulos brancos 
por mm3, ou detecção de bactérias 
pela coloração de Gram. 
 
✓ TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA – TC: 
o Precisa ter administração de 
contraste endovenoso e requer 
exame do abdome superior e 
inferior e parte inferior do tórax e 
da pelve. 
o Deve ser utilizado apenas se perfil 
hemodinâmico estável sem 
indicação aprente de laparotomia 
de emergência. 
o Forece informações sobre presença 
e extensão de lesões de órgãos 
específicos e também pode 
diagnosticar lesões de órgãos 
retroperitoneais e pélvicos. 
o Contraindicações relativas: demora 
em se obter tomógrafo, falta de 
colaboração do paciente que não 
pode ser sedado com segurança, 
alergia a contraste iodado se 
contraste iônico não disponível. 
o Pode não diagnosticar alterações 
gastrintestinais, diafragmáticas e 
pancreáticas. 
o Na ausência de lesões hepáticas ou 
esplênicas, a presença de líquido 
livre na cavidade abdominal sugere 
lesão no TGI e/ou no mesentério. 
✓ EXAMES CONTRASTADOS: 
o Uterografia: deve ser realizada 
antes da inserção de sonda vesical 
quando houver suspeita de ruptura 
uretral. Sonda vesical 8 french 
fixada no meato uretral pela 
insuflação do balão com 1,5 a 2 ml. 
Instilar 30 a 35ml de contraste sem 
diluição com leve pressão. A 
radiografia é tirada em projeção 
oblíqua com pequeno estiramento 
do pênis em direção a um dos 
ombros. Pode mostrar refluxo de 
contraste para o interior da bexiga. 
o Cistografia: avalia ruptura de 
bexiga intra ou extraperitoneal. Um 
recipiente de 350ml de contraste 
hidrossolúvel é conectado à sonda 
vesical e elevado cerca de 40cm 
acima do paciente. A solução é 
infundida na bexiga até que o fluxo 
are, doente urine 
espontaneamente, doente sinta 
desconforto. Segue-se então com 
instilação de 50ml adicionais de 
contraste para assegurar a 
distensão da bexiga. RX nas 
incidências AP, oblíqua e pós-
miccional para excluir lesões 
vesicais. 
o Urografia excretora: injeção rápida 
de 100ml em bolus de iodo a 60% 
por meio de duas seringas de 50ml 
durante 30 a 60 seg. a visualização 
radiográfica dos cálices renais deve 
aparecer 2 min após o término da 
infusão do contraste. O não 
funcionamento unilateral indica 
ausência de um dos rins, trombose, 
avulsao da artéria renal ou 
comprometimento gravíssimo do 
parênquima renal. Perante essa 
ausência, deve fazer uma TC ou 
arteriografia ou exploração 
cirúrgica. 
o OBS: quando houver suspeita de 
lesões retroperitoneais isoladas de 
órgãos gastrointestinais deve-se 
realizar TC com contraste ou 
exames contrastados específicos 
do TGI alto e baixo e exames de 
imagem biliopancreáticas. 
 
 
 
✓ Trauma penetrante: 
o em ferimentos toracoabdominais 
ou na parede anterior do abdome 
causados por arma branca, as 
opções são exame físico seriado ou 
LPD. 
o Em ferimentos dos flancos e dorso 
fazer TC com duplo ou triplo 
contraste. 
o Ferimento por arma de fogo é 
tratado por laparotomia 
exploradora. 
o Indicações para laparotomia em 
ferimentos abdominais 
penetrantes: 
 
 
✓ Ferimentos toracoabdominais: 
o Pacientes assintomáticos com 
possíveis lesões de diafragma e de 
vísceras da porção superior do 
abdome: exames físicos seriados, 
radiografias seriadas do tórax, LPD, 
toracoscopia, laparoscopia e TC. 
 
✓ Exploração local do ferimento 
e exames físicos seriados do 
abdome: 
o A maioria dos doentes com 
ferimento por arma branca que 
penetra o peritoneo anterior 
apresenta hipotensão, peritonite 
ou evisceração de epíploo ou 
intestino delgado – laparotomia de 
urgência. 
o Se penetração peritoneal anterior 
confirmada ou suspeitada por 
exploração local da ferida, 
provavelmente precisa de 
exploração cirúrgica. 
o Doentes relativamente 
assintomáticos – exames físiscos 
seriados por 24 horas, LPD ou 
laparoscopia diagnóstica. 
o FAST negativo não exclui a 
possibilidade de lesão intra-
abdominal significativa que produz 
um pequeno volume de líquido 
livre intraperitoneal. 
✓ Exames físicos seriados X TC 
com duplo ou triplo contraste 
em ferimentos de FLANCO ou 
DORSO: 
o Doentes inicialmente 
assintomáticos: exame físico 
seriado, LPD e TC com duplo ou 
triplo contraste. 
o Ferimentos posteriores à linha 
axilar anterior inicialmente 
assintomáticos e depois 
sintomático: exame físico seriado 
para detectar lesões retro e 
intraperitoneais. 
 
✓ Trauma abdominal fechado com 
hipotensão e com FAST positivo ou 
evidência clínica de hemorragia 
intraperitoneal. 
✓ Trauma abdominal fechado ou penetrante 
com LPD positiva. 
✓ Hipotensão associada a ferimento 
penetrante de abdome. 
✓ Ferimentos por projétil de arma de fogo 
que atravessam a cavidade peritoneal ou o 
compartimento visceral/vascular do 
retroperitôneo. 
✓ Evisceração 
✓ Hemorragia de estômago, reto ou trato 
geniturinário secundário a ferimento 
penetrante. 
✓ Peritonite; 
✓ Ar livre, ar retroperitoneal ouruptura 
hemidiafragmatica. 
✓ TC com contraste revelando lesão do TGI, 
lesão intraperitoneal da bexiga, lesão do 
pedículo renal ou lesão parenquimatosa 
grave após trauma fechado ou penetrante. 
 
LESÕES DIAFRAGMÁTICAS 
 Hemiadiafragma esquerdo é o mais 
comumente acometido. 
 Lesão mais típica: ruptura de 5 a 10 cm de 
extensão envolvendo a porção posterolateral do 
hemidiafragma esquerdo. 
 Anormalidades no RX inicial do tórax: 
elevação ou borramento do hemidiafragma, 
hemotórax, apagamento da imagem do diafragma 
por sombra gasosa; presença de sonda gástrica no 
tórax. 
 Suspeitar em paciente com qualquer 
ferimento toracoabdominal e confirmar com 
laparotomia, toracoscopia ou laparoscopia. 
 Pode ser assintomático. 
 
LESÕES DUODENAIS 
 Classicamente encontradas em motoristas 
sem cinto de segurança cujo veículo sofreu colisão 
frontal e em pacientes q receberam golpe direto 
como guidão da bicicleta. 
 Levantar suspeita se sangue no aspirado 
gástrico ou ar retroperitoneal na RX ou TC de 
abdome. 
 Se alto risco para esse tipo de lesão: estudo 
radiográfico contrastado do tubo digestório alto 
ou uma TC com duplo contraste. 
 
LESÕES PANCREÁTICAS 
 Resultado de golpe direto no epigástrio 
que comprime o órgão contra a coluna vertebral. 
 Níveis elevados persistentes ou crescentes 
de amilase sérica podem determinar que se façam 
pesquisas adicionais do pâncreas e outras vísceras 
abdominais. 
 A TC deve ser repetida após 8 horas de 
trauma se antes disso tiver sido negativa mas a 
suspeita de lesão pancreática existe. 
 
LESÕES GENITURINÁRIAS 
 Trauma em dorso ou flanco q resultam em 
contusões, hematomas ou equimoses é marcador 
de possíveis lesões renais e exigem TC ou urografia 
excretora. 
 Indicações adicionais de avaliação: 
hematúria macroscópica ou microscópica em 
doentes com ferimento abdominal oenetrante OU 
episódio de hipotensão em doente com trauma 
abdominal fechado OU lesões intra-abdominais 
associadas em doentes com trauma abdominal 
fechado. 
 Hematúria macro e micro em oacientes em 
choque = trauma abdominal. 
 Trombose da artéria renal ou ruptura do 
pedículo renal secundária a desaceleração: lesão 
rara em que a hematúria pode estar ausente 
mesmo com dor abdominal intensa. 
 Diagnóstico: urografia excretora, TC ou 
arteriografia renal. 
 Lesão uretral: pode ser devido a fratura 
pélvica. Pode ser posterior (acima do diafragma 
urogenital) – trauma multissistêmico - ou anterior 
(abaixo do diafragma urogenital) – trauma à 
cavaleiro. 
 
LESÕES DE VÍSCERAS OCAS 
 Lesões contusas de intestino geralmente 
resultam de desaceleração brusca com 
esgarçamento próximo a um ponto fixo de 
sustentação visceral. 
 Suspeita: equimoses lineares ou 
transversas (sinal do cinto de segurança); fratura 
lombar com desvio detectada em RX (fratura de 
Chance). 
 
LESÕES DE ÓRGÃOS SÓLIDOS 
 Lesões de fígado, baço e rim que resultem 
em choque, instabilidade hemodinâmica ou 
evidência de hemorragia ativa são indicações de 
laparotomia de urgência. 
 Internação em hospital sempre. 
 
FRATURAS PÉLVICAS E LESÕES 
ASSOCIADAS 
 Fraturas pélvicas associadas a hemorragia 
comumente apresentam ruptura dos ligamentos 
ósseos posteriores (sacroilíaco, sacrotuberoso, 
sacroespinhoso e fibromuscular do assoalho 
pélvico) secundária a uma fratura e/ou luxação 
sacroilíaca ou a uma fratura sacral. 
 Ruptura do anel pélvico ou deslocamento 
vertical da articulação sacroilíaca pode afetar o 
plexo venoso pélvico e ramos da artéria ilíaca 
interna. 
 A hemorragia é o principal fator ligado a 
mortalidade. 
 Em colisões automobilísticas, um 
mecanismo comum de fratura pélvica é a força 
aplicada na porção lateral da pelve, que tende a 
girar internamente a hemipelve envolvida, 
reduzindo o volume pélvico e diminuindo a tensão 
sobre o sistema vascular pélvico (lesão por 
compressão lateral). Esse movimento de rotação 
empurra o púbis contra o sistema geniturinário 
inferior, resultando em lesões da bexiga e/ ou da 
uretra. 
 
✓ Mecanismos de trauma e classificação: 
o Compressão anteroposterior: pode 
ser causada por colisões de 
motocicletas, atropelamentos, 
esmagamento direto da pelve ou 
queda > 3,6 mestros. Pode existir 
disjunção da sínfise púbica e 
ruptura de ligamentos ósseos 
posteriores. Abertura do anel 
pélvico = hemorragia oriunda do 
complexo venoso pélvico posterior 
e de ramos da artéria ilíaca interna. 
o Compressão lateral: resultam de 
colisões automobilísticas e levam à 
rotação interna da hemipelve 
envolvida. 
o cisalhamento vertical: resulta na 
ruptura dos ligamentos 
sacroespinhosos e sacrotuberosos 
provocando instabilidade pélvica 
geralmente como resultado de uma 
queda. 
o padrões complexos. 
 
 
✓ Tratamento: 
o Controle da hemorragia: 
estabilização mecânica no anel 
pélvico e contrapressão externa - 
tração longitudinal aplicada através 
da pele ou esqueleto; rotação 
interna dos membros inferiores; 
aplicação de suporte diretamente 
na pelve; lençol, cinta pélvica 
podem ser aplicados no nível dos 
trocânteres maiores dos fêmures. 
o Reanimação com líquidos. 
o Tratamento definitivo: cirurgião do 
trauma, cirurgião ortopédico e 
radiologista intervencionista. 
o A melhor opção geralmente é a 
embolização angiográfica. 
 
 
 
FAST 
 ETAPA 1: Iniciar pela janela pericárdica 
para garantir que o ganho esteja definido 
corretamente - o fluido (líquido) dentro do 
coração deve estar preto O coração pode ser 
visualizado utilizando-se a janela para esternal ou 
a subxifoide. 
 ETAPA 2: A visualização do quadrante 
superior direito é feita com um corte sagital na 
linha axilar média, aproximadamente na altura do 
10 o ou 11 espaço intercostal. As estruturas a 
serem visualizadas são o diafragma, o fígado e o 
rim O espaço hepatorrenal deve ser visualizado 
como um todo. 
 ETAPA 3: A visualização do quadrante 
superior esquerdo é feita com um corte sagital na 
linha axilar média, aproximadamente na altura do 
8 ° ou 9 espaço intercostal. As estruturas a serem 
visualizadas incluem o diafragma, o baço e o rim. 
O espaço esplenorrenal deve ser visualizado como 
um todo. Os artefatos produzidos por ar do 
estômago e do cólon, e uma janela acústica 
menor, fazem com que essa visualização seja a 
mais difícil de ser realizada; pode ser necessário 
mover o transdutor posteriormente. 
 ETAPA 4: A visualização suprapúbica é feita 
com um corte uma transversal, obtido melhor 
antes da colocação da sonda vesical de demora 
Artefatos podem surgir em consequência de 
realces posteriores; caso as imagens de líquido 
desapareçam com o movimento lateral do 
transdutor para ambos os lados, ela deve ser 
interpretada como artefato. 
 
 Um FAST negativo não exclui lesão intra-
abdominal. Porém, torna menos provável que a 
fonte de hemorragia que produz alterações 
hemodinâmicas seja o abdome. 
 A visualização pélvica é realizada melhor 
antes da inserção da sonda vesical de demora, pois 
a bexiga distendida ajuda a visualização de líquido 
livre na pelve. 
 Ondas sonoras não se deslocam bem pelo 
ar, aumentando a dificuldade de realizar o FAST 
em doentes com enfisema subcutâneo. 
 A obesidade pode dificultar a obtenção de 
imagens adequadas; o ajuste, tanto de fanho 
quanto da frequência pode melhorar a qualidade 
da imagem. 
 Assim como para a LPD, a indicação 
absoluta de laparotomia é uma contraindicação 
para o FAST. 
 Fratura da pelve pode diminuir sua 
acurácia. 
 
LPD 
✓ ABERTA: 
 ETAPA 1: Se o tempo permitir, obter o 
consentimento informado. 
 ETAPA 2: Descomprimir o estômago e a 
bexiga urinária através da inserção de uma sonda 
gástrica e uma sonda vesical. 
 ETAPA 3: Após a paramentação com 
máscara, avental estéril e luvas, preparar 
cirurgicamente o 
abdome (da borda costal à área suprapúbica e de 
flanco a flanco, anteriormente). 
 ETAPA 4: Injetar anestésico local na linha 
média, um pouco abaixo do umbigo, até atingir a 
fáscia. 
 ETAPA 5: Realizar uma incisão vertical na 
pele e tecido celular subcutâneo até a 
aponeurose. 
 ETAPA 6:Prender as margens da 
aponeurose, tracioná-las com pinças e incisar o 
peritônio. Fazer uma pequena incisão no peritônio 
e entrar na cavidade peritoneal. 
 ETAPA 7: Introduzir o cateter de diálise na 
cavidade peritoneal. 
 ETAPA 8: Avançá-lo em direção à pelve. 
 ETAPA 9: Conectar o cateter de diálise a 
uma seringa e aspirar. 
 ETAPA 10: Caso sangue vivo seja aspirado, 
o doente deve ser encaminhado para laparotomia. 
Se não aspirar sangue vivo, infundir dentro do 
peritônio 1 litro de solução cristaloide 
isotônica/solução salina aquecida (10 mL/kg na 
criança), através do equipo de soro conectado ao 
cateter de diálise. 
 ETAPA 11: A agitação suave do abdome 
permite que o líquido se distribua melhor na 
cavidade peritoneal e aumente a sua mistura com 
o sangue porventura existente. 
 ETAPA 12: Se as condições do doente são 
estáveis, deixar o líquido permanecer alguns 
minutos antes de permitir a drenagem. Isto é feito 
colocando-se o frasco de solução cristaloide no 
chão e deixando o líquido peritoneal fluir 
passivamente para drenar o abdome. Para que se 
considere o retorno de líquido adequado, deve-se 
conseguir mais de 20% do volume infundido. 
 ETAPA 13: Após o retorno do líquido, 
enviar uma amostra ao laboratório para exame 
pela coloração de Gram e para contagem de 
hemácias e leucócitos (a amostra não deve ser 
centrifugada). Um teste é considerado positivo 
pela presença de 100.000 hemácias/mL ou mais e 
acima de 500 leucócitos/mL, ou um exame pela 
coloração de Gram positivo para fibras vegetais ou 
bactérias. Um resultado negativo, entretanto, não 
exclui lesões retroperitoneais, por exemplo, de 
pâncreas ou duodeno. 
 
 ETAPA 1: Se o tempo permitir, obter o 
consentimento informado. 
 ETAPA 2: Descomprimir o estômago e a 
bexiga urinária através da inserção de uma sonda 
gástrica e uma sonda vesical. 
 ETAPA 3: Após a paramentação com 
máscara, avental estéril e luvas, preparar 
cirurgicamente o abdome (da borda costal à área 
suprapúbica e de flanco a flanco, anteriormente). 
 ETAPA 4: Injetar anestésico local na linha 
média, um pouco abaixo do umbigo. 
 ETAPA 5: Puncionar a pele e o tecido 
celular subcutâneo com uma agulha chanfrada 18 
G acoplada a uma seringa. Uma resistência será 
percebida quando perfurar a fáscia e o peritônio. 
Aspirar. Se sangue vivo não for aspirado, continuar 
na etapa 6. Se sangue vivo for aspirado, o doente 
deve ser encaminhado à laparotomia. 
 ETAPA 6: Introduzir um fio guia flexível 
através da agulha 18 G até perceber uma 
resistência ou 3 em do fio ficarem para fora da 
agulha. Remover a agulha da cavidade abdominal 
de modo que somente o fio guia permaneça. 
 ETAPA 7: Realizar uma pequena incisão na 
pele no local da introdução do fio guia e introduzir 
o cateter de lavagem peritoneal na cavidade 
peritoneal através do fio guia. Remover o fio guia 
da cavidade peritoneal deixando somente o 
cateter. Tentar aspirar o cateter à procura de 
sangue vivo. Se sangue vivo for aspirado, o doente 
deve ser encaminhado à laparotomia. 
 ETAPA 8: Infundir dentro do peritônio 1 
litro de solução cristaloide isotônica/solução 
salina aquecida (10 mL/kg na criança), através do 
equipo de soro conectado ao cateter de lavagem 
peritoneal. 
 ETAPA 9: A agitação suave do abdome 
permite que o líquido se distribua melhor na 
cavidade peritoneal e aumenta a sua mistura com 
o sangue porventura existente. 
 ETAPA 10: Se as condições do doente são 
estáveis, deixar o líquido permanecer alguns 
minutos antes de permitir a drenagem. Isto é feito 
colocando o frasco de solução cristaloide no chão 
e deixando o líquido peritoneal fluir passivamente 
para drenar o abdome. Para que se considere o 
retorno de líquido adequado, deve-se conseguir 
mais de 20% do volume infundido. 
 ETAPA 11: Após o retorno do líquido, 
enviar uma amostra ao laboratório para exame 
pela coloração de Gram e para contagem de 
hemácias e leucócitos (a amostra não deve ser 
centrifugada). Um teste é considerado positivo 
pela presença de 1 00.000 hemácias/mL ou mais e 
acima de 500 leucócitos/mL, ou um exame pela 
coloração de Gram positivo para fibras vegetais ou 
bactérias. Um resultado negativo, entretanto, não 
exclui lesões retroperitoneais, por exemplo, de 
pâncreas e duodeno. 
 
TRAUMA RENAL 
 Grau I: Contusão ou hematoma 
subcapsular não expansivo. Sem laceração 
parenquimatosa; 
 Grau II: Hematoma perirrenal não 
expansivo. Laceração do córtex renal com 
extensão inferior a 1 cm. Sem extravasamento 
urinário; 
 Grau III: Laceração parenquimatosa 
superior a 1 cm (estende-se até a medula renal). 
Sem ruptura do sistema coletor ou 
extravasamento urinário; 
 Grau IV: Laceração parenquimatosa maior 
que 1 cm atingindo córtex, medula e sistema 
coletor. Lesão da artéria ou das veias renais 
segmentares com hemorragia contida; 
 Grau V: Várias lacerações de grau 4 ou rim 
completamente fragmentado e/ou avulsão do 
pedículo com desvascularização renal. 
 
 
 
Obs: tratar cirurgicamente se instabilidade e/ou 
grau 5. Tratamento conservador: internação 
hospitalar em unidade de terapia intensiva, 
repouso e acompanhamento de perto com 
seguimento clínico e exame de imagem. 
 
TRAUMA ESPLÊNICO 
 
 
- Esplenectomia nos graus 3, 4 e 5. 
- Trauma esplênico sangra mais porque o baço é 
intraperitoneal então o peritônio não ajuda a 
tamponar. 
- Após esplenectomia: vacinas pneumococo e 
haemophilus B. 
- As indicações clássicas de conduta conservadora 
incluem: (1) estabilidade hemodinâmica; (2) 
exame abdominal negativo para irritação 
peritoneal; (3) ausência de indicações precisas de 
laparotomia ou de lesões associadas que 
necessitem intervenção cirúrgica; (4) ausência de 
condições clínicas que aumentem o risco de 
sangramento (coagulopatias, uso de 
anticoagulantes orais e insuficiência hepatocelular 
crônica). 
 
TRAUMA DE PÂNCREAS 
 
 
- O tratamento do trauma pancreático é cirúrgico. 
Após exposição adequada de todo o órgão, as 
possíveis lesões são identificadas. A presença ou 
não de envolvimento do ducto pancreático 
principal e a localização da lesão em parênquima, 
são os principais fatores que determinam a 
conduta ser traçada. 
- No trauma grau I e nas lesões grau II sem 
laceração do parênquima, a conduta é 
conservadora. Em lesões grau II com laceração do 
parênquima é realizado apenas desbridamento, 
acompanhado de hemostasia local e drenagem. 
Os drenos são retirados após sete a 10 dias, 
quando a dieta oral é reiniciada. 
- No trauma pancreático grau III com 
envolvimento do ducto pancreático principal, a 
abor dagem é mais agressiva. Nas lesões distais, 
que se localizam na região corpo-caudal – 
portanto, à esquerda da veia mesentérica superior 
–, o tratamento é pancreatectomia distal 
(ressecção de corpo e cauda) com esplenectomia. 
Nesses casos, a ressecção do pâncreas envolve a 
ligadura de vasos esplênicos, o que obriga o 
cirurgião a retirar o baço. 
- As lesões localizadas no pâncreas proximal (graus 
IV e V) têm tratamento mais complexo. Sabemos 
que esta região divide sua vascularização com o 
duodeno e o colédoco distal, logo a ressecção da 
cabeça do pâncreas tem que ser acompanhada da 
ressecção do duodeno e da porção distal do 
colédoco, cirurgia conhecida como 
duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple). 
- A abordagem inicial envolve apenas hemostasia 
do parênquima pancreático associada à drenagem 
ampla (opção para as lesões grau IV). A 
duodenopancreatectomia fica reservada para os 
seguintes casos: hemorragia de difícil controle, 
lesões graves de duodeno e do pâncreas 
associadas e destruição maciça da cabeça do 
pâncreas (lesões grau V).

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