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Jeanne Botelho Maciel COMUNICAÇÃO DE INtEGRADA Jeanne Botelho Maciel MARKETING GR Quando se pensa na importância da comuni- cação integrada de marketing (CIM) para as empre- sas, pode-se associá-la a duas palavras: convergência e assertividade. Isso porque a CIM consegue unir, em um mesmo tom, as diversas possibilidades de contato com o público (convergência), além de promover sua adesão (assertividade). Conhecer e estudar a CIM pode ajudar os futuros gestores nas estratégias e atividades do marketing. E é exatamente esta a proposta deste livro: apresentar o conceito, a contribuição estratégica e o desenvolvi- mento na prática da CIM, para que seja possível aplicá- la nas organizações de diferentes segmentos e perfis. Código Logístico 59031 Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-6556-1 9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 5 6 1 Comunicação Integrada de Marketing Jeanne B o telho M aciel Comunicação integrada de marketing IESDE 2019 Jeanne Botelho Maciel Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br © 2019 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do detentor dos direitos autorais. Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: VLADGRIN/Shutterstock CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M138c Maciel, Jeanne Botelho Comunicação integrada de marketing / Jeanne Botelho Maciel. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE Brasil, 2019. 92 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-6556-1 1. Marketing - Administração. 2. Comunicação em marketing. I. Título. 19-60440 CDD: 658.45 CDU: 658.45 Jeanne Botelho Maciel Doutoranda na área de gestão estratégica com enfoque em transformação digital e mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Atua no ensino superior, na pós-graduação presencial e na EaD. Head of marketing com experiência em áreas de tecnologia, finanças e saúde em empresas internacionais e nacionais, nos mercados português e brasileiro. Tem expertise nas áreas de negócios com viés digital em posições estratégicas ou de alta gestão. Sumário Apresentação 7 1 Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 9 1.1 O que é a CIM? 9 1.2 O processo de comunicação 14 1.3 O posicionamento de marca 18 2 Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 23 2.1. Identificação do público-alvo 23 2.2 Planejamento estratégico organizacional 26 2.3 Identidade de marca 28 2.4 Definição de objetivos de CIM 31 3 Desenvolvimento de um planejamento de CIM 37 3.1 Critérios para a identificação de canais 37 3.2. Estratégias de mídias 40 3.3 Comunicação institucional e comunicação promocional 43 4 Estratégias de comunicação integrada 49 4.1 Atribuição de orçamento 49 4.2 Planejamento de campanha 54 4.3 Monitoramento e mensuração de resultados 57 5 Meios de integração de uma CIM 63 5.1 Mídias off-line 63 5.2 Mídias on-line 69 5.3 Mídias sociais 72 6 CIM digital 77 6.1. Comunidades virtuais 77 6.2 Influenciadores digitais 81 6.3. e-WOMM 84 Gabarito 89 Apresentação Quando paramos para pensar na importância da comunicação integrada de marketing (CIM) para as empresas, podemos associá-la a duas palavras: convergência e assertividade. Isso porque a CIM consegue unir, em um mesmo tom, as diversas possibilidades de contato com o público (convergência), além de promover sua adesão (assertividade). Conhecer e estudar a CIM pode nos ajudar nas estratégias e atividades do marketing. E é exatamente esta a proposta deste livro: apresentar o conceito, a contribuição estratégica e o desenvolvimento na prática da CIM, para, então, podermos aplicá-la nas organizações de diferentes segmentos e perfis. Para iniciar a nossa jornada, no Capítulo 1, exploraremos a definição de comunicação integrada de marketing, abordando o que é efetivamente essa prática de mercado e como o processo de comunicação influencia esse contexto. Entenderemos, portanto, como a CIM participa da atribuição e do desenvolvimento do posicionamento de marca. No Capítulo 2, abordaremos o que é necessário conhecer e analisar para montar um plano de CIM, como a identificação do público-alvo, o planejamento estratégico organizacional, a identidade de marca e a definição de objetivos de comunicação. Cada um desses elementos possui uma participação decisiva na convergência e assertividade da imagem da marca. Dando sequência no entendimento do que é necessário para desenvolver um planejamento de CIM, no Capítulo 3, analisaremos os critérios usados para identificar os canais de comunicação recomendados para essa prática, de acordo com a estratégia de mídias e com o objetivo da comunicação institucional ou promocional da empresa. Já no Capítulo 4, daremos um passo adiante e exploraremos a influência da estratégia de mídias e como se dá sua elaboração. É importante salientar que os pontos abordados nos capítulos anteriores são essenciais para compreendermos as etapas que contribuem para a atribuição de orçamentos apropriados para as necessidades de cada segmento, ao planejar uma campanha com maior possibilidade de êxito. No Capítulo 5, abordaremos os meios que são frequentemente incluídos nessa integração de comunicação das marcas com o público-alvo. É nesse ponto que analisaremos as diferentes possibilidades de trabalharmos a comunicação integrada de marketing, pensando sempre de acordo com o segmento. Nesse contexto, veremos como o plano de CIM funciona e anexa ações voltadas às realidades das mídias off-line, on-line e sociais. Seguindo essa linha, pensando na evolução tecnológica, é importante considerarmos a comunicação integrada de marketing digital como um potencial. Por isso, no Capítulo 6, estudaremos as possibilidades de divulgação on-line, suas características e como elas se comportam. Conheceremos as comunidades virtuais, o marketing boca a boca realizado em plataformas digitais e como é possível, e benéfica, a aliança entre formadores de opinião e empresas. Comunicação integrada de marketing8 Entender como todos esses elementos se integram e conversam nos permite desenvolver a capacidade de potencializar resultados e de focar estrategicamente. No final das contas, essa é a busca de qualquer organização que objetiva a vantagem competitiva de melhorar a sua convergência e assertividade. Você está preparado? Então, vamos iniciar essa jornada exploratória do mundo da comunicação integrada de marketing. Bons estudos! 1 Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) As empresas estão sempre em busca daquilo que lhes confira uma vantagem competitiva. Quando percebemos isso, fica mais clara a necessidade de olharmos como nos posicionamos de maneira estratégica. A comunicação possui grande relevância nesse processo e seus resultados podem ser potencializados quando integrados em uma perspectiva da estratégia de marketing. Assim, fica evidente a necessidade de olharmos, como gestores, para a comunicação integrada de marketing (CIM). Mas o que é, exatamente, a CIM e, igualmente importante, o que não é? A partir desse questionamento, começaremos a explorar a comunicação integrada de marketing, como ela engloba o processo de comunicação e como conversa e contribui para o posicionamento de marca. Neste capítulo, também será possível começar a entender a mais-valia que a CIM pode representar na estratégia. 1.1 O que é a CIM? Vamos encarar os fatos. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e conscientes. Isso significa que o que é esperado das marcas já não se limita à funcionalidade dos produtos e serviços e nem a uma qualidade aceitável. Os consumidores esperam que haja veracidade e um interesse legítimo da empresa em entregar algo a mais, em gerar valor e em fazer melhor. A preocupação e a possibilidade de acompanhar o que as marcas fazem étão presente que as estratégias precisam contemplar a coerência entre a essência organizacional (também conhecida como DNA organizacional, que se refere às características principais da empresa, aos seus princípios imutáveis), quem ela realmente é e quem ela projeta ser no mercado. Esse desafio foi exponenciado por algo que também pode ser um grande aliado do posicionamento das marcas: a internet. Isso porque, com a realidade on-line, a comunicação se tornou mais fácil, rápida e ampla. A quantidade de pessoas que podem ser impactadas por uma informação publicada na rede não é contida por barreiras geográficas e, atualmente, tampouco a barreira do idioma influencia na divulgação. Provavelmente, por essa razão, a coerência e a consistência ganharam mais peso. As empresas sabem que precisam melhorar o seu posicionamento estrategicamente nesse contexto. O composto de marketing é uma das ferramentas estratégicas básicas do marketing e envolve explorar os 4 Ps: produto, preço, promoção e praça. Em alguns segmentos, como o de serviços, é possível ter mais 4 Ps: pessoas, processos, produtividade e perfil. Sob essa perspectiva, é preciso trabalhar melhor o P de promoção. Comunicação integrada de marketing10 Quando pensamos em melhorar a divulgação de uma marca, não nos referimos necessariamente ao aumento no investimento de publicidade. Estamos falando em potencializar o efeito do que já é promovido. Quase sempre a chave para esse incremento está na integração da comunicação dentro de uma abordagem estratégica de marketing, que quase sempre envolve considerar a CIM. Para entender a definição da CIM, pode ser interessante conhecer o seu contexto. Em meados da década de 1980, o processo de promoção de produtos e serviços das empresas começou a acelerar ainda mais, impulsionado por diferentes veículos: televisão, eventos, revistas e jornais. Havia inúmeras possibilidades e parecia que não pararia por aí, impressão essa que se concretizou e, ainda hoje, em meio à transformação digital, não cessaram as possibilidades de promover as marcas. Nos anos 1990, o professor norte-americano Don Schultz desenvolveu uma tese pautada no seu percurso profissional e acadêmico na área de comunicação: as organizações precisam se comunicar de forma estratégica. Se as empresas não fizerem com que as várias possibilidades de divulgação conversem entre si, fica mais difícil obter a assertividade da mensagem, ser lembrada pelo público e permitir que a marca reforce o seu posicionamento. Um dos objetivos principais dos gestores de marketing é entender como alinhar quem é a empresa (essência organizacional) com as expectativas do público-alvo. Esse ponto de partida ajuda a desenvolver uma perspectiva estratégica para a comunicação e, assim, consegue obter melhores resultados ao trabalhar o P de promoção do composto de marketing. Foi sob essa lógica que o professor Schultz propôs o desenvolvimento de estratégias de CIM. Mas afinal, o que é a CIM? Existem diferentes definições na literatura, mas iniciaremos com a que deu origem ao termo: Um conceito de planejamento de comunicacação de marketing que reconhece o valor agregado de um plano abrangente que avalie os papéis estratégicos de uma série de disciplinas da comunicacação – por exemplo, propaganda geral, resposta direta, promoção de vendas e relações públicas – e combine- as para oferecer clareza, consistência e impacto máximo nas comunicações. (SCHULTZ, 1993, p. 17) Existem ainda outras definições, como a de Reid, Luxton e Mavondo (2005, p. 12), em que a CIM seria “como uma filosofia ou um processo voltado a gerenciar estrategicamente todas as mensagens de marca de forma que auxilie na construção de marcas fortes”. Nesse sentido, o P de promoção do composto de marketing potencializado pela CIM seria capaz de fortalecer o posicionamento das empresas. Kotler e Keller (2014, p. 512) citam que essa comunicação também pode ser vista como uma maneira de as organizações tentarem “informar, persuadir e lembrar os consumidores — direta ou indiretamente — sobre os produtos e as marcas que comercializam”. Isto é, tudo se resume a auxiliar no processo de diferenciação de uma empresa das demais concorrentes e entregar uma vantagem competitiva por meio do seu posicionamento. É possível, também, propor como definição da CIM a busca pela coerência e consistência das ações de promoção de uma marca, sob uma perspectiva convergente que agregue valor ao posicionamento da marca e facilite a compreensão do propósito da organização. Isso significaria que as marcas precisam trabalhar a autenticidade de seu posicionamento e sua essência e, enquanto Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 11 empresa, não devem divergir do que é comunicado em diferentes momentos e necessidades. Dessa forma, a estratégia poderia contar com as vantagens que a CIM é capaz de agregar. 1.1.1 A importância da CIM Já pensou como seria contraditório uma empresa divulgar que se preocupa com a qualidade de vida, mas expõe seus colaboradores a trabalharem em ambientes insalubres? Ou divulgar ter uma preocupação ecológica, mas sequer recicla o lixo da organização? Em algum momento (especialmente com a internet e as mídias sociais), o público saberia e a mensagem da marca se perderia, comprometendo seu posicionamento. Esses exemplos servem para ilustrar o que precisamos levar em consideração ao pensarmos na CIM e no que ela representa. Segundo Fisher (2009), no Brasil, ainda é difícil para as organizações implementarem a CIM com êxito. Esse conceito (ou metodologia) é pouco conhecido e vem sendo associado a campanhas publicitárias, quando, na verdade, envolve integrar realmente todas as frentes da marca. Belch e Belch (2007) indicam que a comunicação integrada é importante para o gestor de marketing por oferecer valor ao desenvolvimento da estratégia, mesmo com as alterações de mercado e ambiente. E por que é essencial a integração da estratégia de marketing à comunicação? Porque desse modo é possível transmitir de maneira mais crível a mensagem da empresa, e isso é capaz de influenciar o posicionamento e resultados de uma organização. Além disso, a venda de produtos e serviços é consequência de um bom posicionamento estratégico e uma boa visibilidade. Mas, é importante se atentar que, quando falamos em resultado, não é com um foco somente na perspectiva financeira,mas ele ocorre naturalmente quando o marketing está bem integrado. Infelizmente, no nosso mercado, ainda é comum profissionais de marketing imaginarem que a CIM é um conceito óbvio e nada complexo de implementar. Isso é perigoso, porque nem sempre o que parece ser óbvio é, e a CIM possui um alto grau de complexidade por envolver estratégias, e porque a convergência estratégica da comunicação dá muito mais trabalho e exige muito mais atenção do que produzir campanhas publicitárias pontuais. Essa complexidade existe principalmente porque convergir envolve diferentes facetas organizacionais (todos os pontos de contato, seja diferentes canais de comunicação ou pontos de acesso do cliente à organização) para que a empresa tenha uma única voz, um único tom. Pode até parecer estranho, mas a CIM, quando bem executada, deve envolver até a comunicação interna da organização, com seus stakeholders1 também (KOTLER; KELLER, 2014) e deve trabalhar em paralelo à frente do endomarketing (marketing para os colaboradores), pois ele influencia o posicionamento das equipes e o tratamento aos consumidores. Essa integração é a maior dificuldade e, ao mesmo tempo, o diferencial da comunicação integrada de marketing. Sob essa perspectiva, Shimp (2002) aponta os seguintes tópicos como aspectos importantes da CIM: 1 Stakeholders (do inglês stake = interesse e holders = quem possui algo) no ambiente de gestão significa as partes interessadas ou afetadas por processos, projetos e resultados de uma empresa, podendo ser pessoas ou outras organizações. Comunicação integrada de marketing12• Considerar diferentes pontos de contato (canais de divulgação e possíveis acessos) que o consumidor pode ter com a empresa, e tratá-los como possibilidades de reforçar a mensagem que se pretende passar. • Contemplar, em uma perspectiva integrada, diferentes formas de comunicação, tanto para manter a vida útil dos clientes como para ampliar o público de interesse da marca. • Ser capaz de contribuir em áreas que envolvem o design das embalagens e agregam na inovação das empresas (posicionamento no ponto de venda e no atendimento ao público). Complementando esses aspectos de relevância, Galão, Crescitelli e Baccaro (2011, p. 88) indicam que a CIM precisa “da correta combinação das ferramentas e técnicas de comunicação a sua disposição, e, principalmente, a coordenação no uso destas ferramentas”. Os autores se referem às ferramentas do marketing mix promocional – conjunto de possibilidades de divulgação, como publicidade, promoção de vendas, relações públicas, eventos, marketing direto, marketing boca a boca e vendas pessoais (KOTLER; KELLER, 2014), o que pode reforçar e ampliar a assertividade da comunicação. Kotler e Keller (2014, p. 38) ressaltam que a comunicação de marketing precisa que o gestor tenha uma perspectiva de marketing holístico, que consiste em criar “uma cadeia de valor superior que proporciona altos níveis de qualidade, atendimento e agilidade”. Isso permite a conexão entre as marcas e personalidades, sensações, aspectos experienciais e de memória e objetos. Ainda, segundo os autores, “posicionando a marca na memória e criando uma imagem de marca, a comunicação de marketing pode contribuir com a formação do brand equity, bem como impulsionar as vendas e até mesmo afetar seu valor para os acionistas” (KOTLER; KELLER 2014, p. 512). Por isso, quando bem executada, a CIM é capaz de influenciar bastante os resultados. 1.1.2 Principais características da CIM Entendendo a importância da comunicação integrada de marketing, precisamos agora conhecer suas características. Até porque, dessa maneira, fica mais simples adequar, ajustar ou implementar o que for necessário para que uma organização consiga explorar o potencial que a CIM pode oferecer à estratégia. Lembre-se de que, de qualquer modo, você precisará ter uma visão completa (holística) do marketing e entender a essência da organização. Kotler e Keller (2014) defendem que a comunicação de marketing ajudar a manutenir os objetivos de marketing, a capturar a atenção do público e a permitir que uma marca se torne acessível ao consumidor. A comunicação trabalha o escopo do que, quando, como e para quem comunicar, mas também engloba a frequência dessa divulgação sabendo que hoje possuímos diversas possibilidades. Se relembrarmos a definição de CIM proposta por Schultz (1993), como um conceito de planejamento de comunicação de marketing capaz de reconhecer e agregar valor, já conseguimos perceber algumas características essenciais da comunicação integrada: Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 13 • engloba aspectos e papéis estratégicos; • é multidisciplinar no âmbito da comunicação; • envolve o desenvolvimento de um planejamento (é equivocado considerar que, no âmbito organizacional, deveria ser casual e espontânea); • precisa da orientação do marketing para ser bem delimitada; • precisa oferecer consistência para obter melhores resultados. Outra característica da CIM é a sua associação às ferramentas de marketing, sendo possível que ela abranja o “conjunto de todos os elementos no mix de marketing de uma marca que facilitam trocas ao estabelecer significado compartilhado com os clientes daquela marca” (SHIMP, 2002, p. 31). Para isso acontecer, deve haver um enfoque da gestão estratégica em gerar valor para a marca (KOTLER; KELLER, 2014). A integração e reforço, por meio do que é comunicado, permite fortalecer essa imagem perante o público-alvo e deve contemplar a gestão eficaz de todos os pontos de contato e de comunicação; tanto que, para Schultz (1993), a CIM tem como característica e objetivo desenvolver a sinergia entre as ferramentas capazes de potencializar resultados. Encontramos em Shimp (2002) a identificação das cinco características mais importantes de serem observadas na comunicação integrada de marketing (Figura 1), o que, de certo modo, ajuda a entender melhor o que ela é capaz de entregar. Figura 1 – Características principais da CIM Capacidade de influenciar e afetar o comportamento das pessoas, já que a comunicação deve conseguir motivar uma ação. Quando diferentes pontos de contato estão integrados, podemos nos comunicar com o consumidor em diferentes etapas da sua jornada de compra (desde o momento em que a pessoa toma conhecimento sobre a marca até a efetiva compra). Capacidade de alinhar o tom do discurso com o propósito de conversar com um cliente, ou potencial cliente. Capacidade de usar diversas possibilidades de contato para comunicar, favoravelmente, a mensagem que a organização quer passar. Capacidade de fazer com que todos os elementos de comunicação, previstos no plano, representem a mesma mensagem, independentemente do canal, o que auxilia na construção da imagem da marca e na motivação de uma ação por parte do público. Capacidade de auxiliar na construção de um relacionamento entre a marca e o cliente, uma vez que consegue identificar o tom e os meios adequados para comunicar-se com ele. Fonte: Elaborada pela autora com base em Shimp, 2002. Comunicação integrada de marketing14 Enfim, a CIM não é feita, meramente, por uma campanha publicitária. Ela possui um escopo mais amplo e com aspectos estratégicos que fazem com que a integração entre os veículos e a transversalização do tom que se pretende comunicar aumente a aceitação da mensagem. Até aqui, conseguimos observar as vantagens e os benefícios que são viabilizados pela implementação da CIM. Além de auxiliar na comunicação diretamente, o fato de permitir que a marca adquira uma convergência e consistência para o consumidor potencializa a possibilidade de construir um relacionamento entre a empresa e o público-alvo. E esse ponto se traduz em um melhor posicionamento, melhor reconhecimento da marca e maior rentabilidade para a empresa. 1.2 O processo de comunicação O processo de comunicação é uma etapa importante a ser abordada quando se pretende entender o que é a CIM. Isso porque esclarecer como se comunicar nos ajuda a identificar possibilidades de agregar valor a esse processo. Kotler e Keller (2014, p. 544) afirmam que “o profissional de marketing deve compreender os elementos fundamentais da comunicação eficaz”, pois isso é a base de qualquer planejamento que visa a manter ou melhorar a expressão e a visibilidade da marca. Ainda hoje, a comunicação possui interferências e mediações de diferentes fontes e, em alguns momentos, no decorrer do processo. Até mesmo a definição do que é comunicação pode ser diferente, de acordo com o contexto e a situação. Segundo Griffin (2012), um pesquisador chamado Frank Dance catalogou 120 definições para o termo. Esse seria o problema de associar toda e qualquer interação humana a um único termo e processo, pois, como aponta o autor, ele está seriamente sobrecarregado (GRIFFIN, 2012). Kotler (2000) acrescenta que é importante tomarmos certo cuidado ao analisar o processo de comunicação de maneira planejada, pois, ainda hoje, verifica-se a compreensão de que a comunicação de marca é algo espontâneo, sem a necessidade de planejamento. Se pararmos para analisar, diretamente ou não, tudo o que as empresas fazem gera uma mensagem e comunica algo para o público, sem contar a publicidade, preço, atendimento, qualidade do material disponibilizado e informação sobre o produto ou serviço, que também são capazes de comunicar. “As empresas precisam harmonizar um conjunto consciente de impressões geradas por seu pessoal, instalações e ações, que transmita aos vários públicos o significado e a promessa damarca organizacional” (KOTLER, 2000, p. 30). Assim, fica mais fácil entender o porquê de ser importante conhecer o processo de comunicação e como a CIM pode melhorá-lo. Para Griffin (2012), o processo de comunicação envolve toda maneira de tentar transmitir algo para alguém de modo inteligível. Ou seja, pode ocorrer ao falar e escutar, escrever e ler, em uma ação ou assistindo à ação de alguém, enfim, por meio de várias mensagens em diversos meios e situações. Tomando essa informação como ponto de partida, Griffin (2012) propõe que o processo de comunicação sob o prisma da mensagem conta obrigatoriamente com cinco aspectos importantes a serem contemplados na sua construção (Figura 2): Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 15 Figura 2 – Aspectos básicos da mensagem no processo de comunicação É quando a conclusão do processo de comunicação depende de uma resposta, isto é, uma reação da outra parte envolvida. Um bom exemplo são os call to action (chamar para a ação do destinatário da ação). “Comunicação é um processo relacional não só porque ela ocorre entre duas ou mais pessoas, mas também porque afeta a natureza das conexões entre essas pessoas” (GRIFFIN, 2012, p. 8). Assim, o contexto da elaboração e do desenvolvimento do processo de comunicação pode influenciar a inteligibilidade. Quase sempre é um desafio compor uma mensagem que seja 100% compreendida, visto que “o que significa uma mensagem para os seus criadores e seus receptores não reside nas palavras que são faladas, ditas ou encenadas. Um consenso entre os estudiosos de comunicação é que as palavras não significam coisas, as pessoas significam as coisas” (GRIFFIN, 2012, p. 7). Um exemplo disso está na multiplicidade de interpretações para a leitura de um mesmo texto, uma vez que o contexto social, econômico, educacional, familiar e emocional de quem lê pode influenciar a sua compreensão. Interpretação da mensagem Pode combinar os elementos léxicos (termos e palavras) ou sensoriais (visão, olfato, audição e tato). É o ponto principal do processo de comunicação. É o que se quer passar tanto com linguagem explícita (textos, discursos, desenhos) quanto com implícita (roupas utilizadas, tipos de materiais, cores). Processo relacional Criação da mensagem Mensagem Mensagens para motivar uma resposta Fonte: Elaborada pela autora com base em Griffin, 2012. Sabendo que a mensagem é o core, o ponto central do processo de comunicação, como funciona então esse processo em diferentes situações? Nesse caso, teremos a oportunidade de conhecer alguns modelos de comunicação interessantes para a CIM. Segundo Kotler e Keller (2014), podemos contar com dois tipos de modelos que ilustrariam um processo de comunicação bem-sucedido: o macromodelo e o micromodelo, que possuem ramificações de acordo com a evolução do processo. Nesta obra, exploraremos os mais emblemáticos de cada tipo. De acordo com o macromodelo, a comunicação bem-sucedida ocorre levando em consideração nove pontos importantes, distribuídos entre dois extremos do processo: o emissor e o receptor da mensagem. Outros dois pontos dizem respeito à seleção de ferramentas para que o processo possa ocorrer. Nesse caso, estamos nos referindo a própria mensagem (que já vimos que é o núcleo da comunicação) e o meio, que está associado ao “como”, à forma de propagar a informação (equivale aos canais contemplados na comunicação). Outros pontos envolvidos são a codificação, a decodificação, a resposta e o feedback. Por último, ainda temos a figura do ruído (uma série de fatores externos que podem comprometer a compreensão da mensagem do emissor pelo receptor). O emissor precisa saber quais públicos deseja atingir e que reações pretende gerar. Deve codificar a mensagem para que o público-alvo a decodifique. Precisa também transmitir a mensagem por meios que alcancem o público-alvo Comunicação integrada de marketing16 e desenvolver canais de feedback para monitorar as respostas. Quanto mais o campo de experiência do emissor se sobrepor ao do receptor, mais eficaz é a comunicação. (KOTLER; KELLER, 2014, p. 516) Os autores procuram demonstrar a relevância que o conhecimento do público-alvo da mensagem possui no processo de comunicação (Figura 3). Toda a delimitação do que, quando e como fazer a divulgação pode ser diretamente influenciada por esse conhecimento. No caso da CIM, esse cuidado deve ser ainda maior. A seleção de canais, o tom e a duração precisam estar previstos no plano que vai desenhar como esse processo deve ocorrer. Figura 3 – Macromodelo do processo de comunicação Codificação Decodificação Feedback Resposta MensagemMensagem Meio Emissor Receptor Ruído Fonte: Adaptada de Kotler; Keller, 2014, p. 516. É importante conhecermos um pouco mais sobre cada uma dessas etapas do processo de comunicação para melhor trabalhá-las nas nossas estratégias de divulgação (KOTLER; KELLER, 2014): • emissor: aquele que vai enviar uma mensagem, pretendendo se comunicar. • codificação: como essa mensagem será transmitida de uma perspectiva mais ampla, ou seja, a seleção de linguagem e símbolos. • mensagem: etapa central do processo de comunicação. É o que vamos transmitir e o momento em que é necessário ter cuidado para passar somente o que é o objetivo, evitando interpretações equivocadas. • meio: para ampliar a chance de compreensão, a mensagem deve ser passada por meios adequados (como a seleção de veículos). • ruído: interferências que podem influenciar, mediar ou moderar a compreensão da mensagem que está sendo passada. • decodificação: tradução da linguagem utilizada para passar uma mensagem. É importante reforçar que, para haver a seleção da linguagem, precisamos saber qual é a mensagem. Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 17 • receptor: é a outra ponta do processo, isto é, para quem se pretende transmitir a mensagem. Ele será o foco para entender qual é a mensagem e como fazer com que a compreensão seja bem-sucedida. • resposta: em um processo de comunicação bem construído, é possível gerar uma resposta do receptor. Pode ser pela mesma codificação ou pode ser de códigos diferentes. • feedback: é o momento em que é possível saber se a mensagem foi corretamente compreendida. É quando há o retorno da mensagem enviada por meio de uma ação, por exemplo. Os autores ainda reforçam que, nesse processo, o emissor precisa ter experiência e entender como desenvolver a comunicação. Griffin (2012) também indica que é relevante levar em consideração o contexto do receptor para tentar prever as possíveis interpretações da mensagem. Isso só é possível conhecendo o público-alvo e o plano estratégico para a comunicação. No caso dos micromodelos de processos de comunicação, há um foco adicional nas respostas (ou prováveis respostas) do consumidor. Um ponto fundamental ao aplicar um micromodelo é o perfil do produto/serviço. Isso porque é necessário que seja algo capaz de gerar um engajamento, isto é, capaz de despertar o interesse (ou mesmo a necessidade para evitar o arrependimento), muitas vezes gerado pelo valor investido na aquisição de uma marca, categoria de produtos ou serviços. Principalmente nessa perspectiva de transmitir (ou reforçar) o objetivo de marketing por meio da comunicação, está bastante associado aos desafios da CIM. Nesse contexto, os micromodelos “pressupõem que o comprador passa por um estágio cognitivo, um afetivo e um comportamental, nessa ordem” (KOTLER; KELLER, 2014, p. 516 – grifos nossos). Esses movimentos dão origem ao que os autores chamam de hierarquia de resspostas. Para chegar a essa hierarquização, foram estudadas teorias clássicas sobre como ocorre a transmissão de informação, seguindo os seguintes estágios, conforme a Figura 4. Figura 4 – Modelos da teoria de hierarquia de respostas Estágios cognitivo afetivo emocional Modelo AIDA (STRONG, 1925) Modelo da hierarquia de efeitos (LAVIDGE; STEINER, 1961) Modelo da inovação- adoção(ROGERS, 1962) – Modelo de comunicação (outros) Modelo de comunicação (outros) atenção interesse desejo ação simpatia preferência interesse atitude intenção convicção compra experimentação adoção comportamento avaliação conscientização conhecimento conscientização exposição recepção resposta cognitiva Fonte: Adaptada de Kotler; Keller, 2014, p. 517. Comunicação integrada de marketing18 Dos micromodelos elencados por Kotler e Keller (2014), o AIDA e o de hierarquia de efeitos são os mais conhecidos no âmbito das comunicações de marketing e o primeiro ainda é amplamente divulgado, estando associado ao funil de vendas (apresentado como o “percurso” ideal para a conversão do consumidor, do cliente de uma marca). Veja, a seguir, as etapas do modelo AIDA: • Atenção: saber que a marca, produto ou serviço existe. A organização conseguiu se destacar perante a concorrência, e o receptor percebeu a diferenciação. • Interesse: a mensagem que está sendo recebida da marca foi capaz de captar o interesse e desenvolveu uma ligação afetiva com o consumidor. • Desejo: a mensagem foi capaz de se encaixar com elementos da realidade do público (necessidades fisiológicas ou psicológicas, como a vontade de pertencer a um grupo) e despertou o desejo de adquirir o produto ou serviço da empresa. O consumidor passa a ter o desejo de compra da marca. • Ação: quando a mensagem é bem desenvolvida na etapa afetiva, ela pode gerar alguns engajamentos emocionais do público com a marca. Esse engajamento é normalmente traduzido em uma ação. O modelo de Lavidge e Steiner (1961), citado por Kotler e Keller (2014) ilustra as etapas de um processo de comunicação organizacional que mapearia o caminho adotado pela publicidade, o que contempla mais etapas afetivas para motivar uma ação associada à compra. Esse modelo pode ser visto como uma evolução do próprio AIDA. Independentemente do modelo analisado, os gestores de marketing precisam estar preparados para trabalhar elementos do foro afetivo e emocional para promover uma ação e conseguir engajar o seu público-alvo. Este é um dos principais desafios da CIM: equilibrar a mensagem de modo que o processo de comunicação seja coeso e assertivo. Quando se consegue esse tipo de consistência multicanais, isto é, quando a mensagem é coerente e consistente em vários canais de comunicação, o posicionamento das marcas fica mais robusto e seus resultados ficam mais aparentes. 1.3 O posicionamento de marca Você já parou para pensar o que faz com que uma marca seja escolhida em detrimento de outra? O que faz com que uma empresa tenha a atenção do público? Poderíamos discutir diferentes aspectos que podem ser trabalhados em conjunto para definir o posicionamento de marca e, como já é de se esperar, a CIM está incluída. Isso ocorre porque o posicionamento explora os diferenciais que o negócio possui em relação à concorrência e a necessidade do público-alvo que é capaz de atender. Esses aspectos são o que definirão o quanto uma marca é lembrada e o quanto o público entendeu a mensagem. Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 19 A respeito disso, Kotler e Keller (2014) ressaltam que não é algo tão simples desenvolver um posicionamento de marca forte. É preciso explorar todas as nuances que compõem o estudo do que a empresa é capaz de entregar, como e em quanto tempo. Seria o mesmo que evidenciar a mais-valia de uma marca em relação aos concorrentes (KAPFERER, 2003). Ao procurarmos uma definição na literatura para posicionamento, encontramos a de Kotler e Pfoertsch (2008, p. 181): “posicionar marcas trata de encontrar o lugar ideal nas mentes dos consumidores a fim de criar as pretendidas associações”. Isso significa que posicionar marcas nada mais é do que saber para quem se destina o produto ou serviço e como melhor evidenciar os atributos mais fortes. Assim, fica mais claro o papel que a CIM tem nesse contexto. Se estamos falando de reforçar atributos importantes da marca, estamos nos referindo também a divulgá-los. Sabendo disso, assim como usamos as mesmas estratégias que levamos em consideração para identificar e desenvolver um posicionamento de marca ideal, precisamos levar em consideração aspectos demográficos e psicográficos da identificação do público (principal localização geográfica, estilo de vida, interesses, profissões etc.), bem como ter convicção da essência da organização e o que ela é capaz de entregar que a destaque dos demais players do mercado. Quando a comunicação de marketing é contemplada nessa equação, é possível contar com um aumento considerável da coerência e assertividade, com as quais conseguimos chegar ao consumidor. Se já sabemos quem é a persona (personificação bastante minuciosa do público-alvo, convertendo suas características e motivações em uma pessoa) que queremos comunicar, é mais simples saber quais atributos da marca realçar e como fazer isso. Fica mais fácil identificar os quais canais de comunicação mais indicados para serem explorados e o tom certo para a divulgação. Nesse sentido, é possível relembrar que existe uma diferença entre comunicar e informar que vai além da semântica das palavras. Informar se refere a quando se diz algo para o receptor, mas isso não gera uma interação; comunicar, por sua vez, já pressupõe que haja interação. De maneira resumida e para facilitar a percepção dessa diferenciação, informar é uma etapa que está contida no ato de comunicar. A CIM explora fortemente a marca da empresa. Ela é uma grande aliada para reforçar e explorar os diferenciais dos produtos e serviços oferecidos. De modo ideal, “desenvolver uma marca forte é tanto uma arte, quanto uma ciência. Requer planejamento cuidadoso e profundo comprometimento de longo prazo, além de um marketing planejado e executado com criatividade” (KOTLER; KELLER, 2014, p. 257). Com essa perspectiva, já conseguimos perceber que as marcas devem ser trabalhadas para possuir uma imagem a seu público-alvo. Sabendo que esse posicionamento dos autores exige uma maturidade e robustez estratégica, é comum que as marcas sejam construídas com algum amadorismo, sem ser capaz de integrar os atributos e essência da empresa de modo a conferir sentido ao consumidor. Ao buscarmos na literatura a definição de marca, encontramos aquela oferecida Comunicação integrada de marketing20 por Kapferer (2003), segundo a qual marca é um conjunto de atribuições e articulações de nomes e sinais, que tem como objetivo esclarecer a oferta e torná-la clara para o consumidor, favorecendo a sua identificação, diferenciação e permitindo a promoção de produtos e serviços. A marca pode, inclusive, constituir um capital de marca a médio prazo. Por essa razão, é importante um olhar estratégico na construção e na promoção de uma marca para o mercado. Essa construção pode produzir marcas fortes/fracas, com características femininas, masculinas, modernas, divertidas, conservadoras e de outros tipos. São inúmeras as combinações possíveis e as estratégias que podem ser trabalhadas em um planejamento de marketing bem executado para que os atributos principais da marca sejam percebidos. Kotler e Keller (2014) apresentam que o sucesso de uma marca está diretamente ligado ao planejamento, ao autoconhecimento e à análise de mercado própria e do seu mercado (e público). Para eles, a marca está associada ao valor que é capaz de gerar para o consumidor e para a empresa. O processo de gestão estratégica de marca envolve quatro etapas principais: • Identificação e definição do posicionamento da marca. • Planejamento e implementação do marketing da marca. • Mensuração e interpretação do desempenho da marca. • Crescimento e sustentação do valor da marca. (KOTLER; KELLER, 2014, p. 257) Quando essas bases são avaliadas pelo planejamento de marketing, a comunicação de marketing desempenha um importante papel. A adesão (ou melhor, a assertividade na seleção do tom) é capaz de gerar indicadores que permitem à empresaidentificar se a mensagem está sendo percebida adequadamente. Caso seja necessário, é possível promover ajustes que agreguem na identificação dos diferenciais da empresa e na melhora do seu posicionamento de marca no mercado. Considerações finais O posicionamento é uma etapa do marketing que envolve mais aspectos essenciais do que deixa transparecer à primeira vista. Ainda há algumas oportunidades de conhecer os benefícios da CIM, como melhor trabalhá-los e integrá-los às estratégias de marketing. Para desempenhar bem essa função, é preciso ter um bom conhecimento do processo de comunicação como sendo algo capaz de gerar insights sobre as necessidades da sua marca e do seu consumidor, como trabalhar as etapas (seja dos macro ou micromodelos) para obter um determinado engajamento. Afinal, o próprio processo de se comunicar pressupõe que haja a interação entre as partes. Precisamos, obrigatoriamente, mapear e entender qual posicionamento de marca é capaz de ser percebido como coerente para o público-alvo da empresa. Para isso, é necessário segmentar e conhecer o consumidor, saber qual é a essência e diferenciais da organização, para, assim, compor a marca assertivamente. Outra vantagem de contemplar a CIM nesse plano é conseguir identificar a adesão, isto é, o engajamento que a marca é capaz de gerar durante a sua divulgação. Uma vez que o cliente interage e responde a uma comunicação, é possível notar se a mensagem é corretamente compreendida ou se precisa de ajuste. Dessa forma, a comunicação Conhecendo a comunicação integrada de marketing (CIM) 21 é capaz de proporcionar maior coerência e convergência na leitura das marcas, explorando diferentes pontos de contato que vão além da publicidade. Ampliando seus conhecimentos • ARGENTI, P. A. Comunicação Empresarial: A Construção da Identidade, Imagem e Reputação. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2014. Este livro apresenta métricas de comunicação que podem ser aplicadas nas organizações em diferentes momentos e objetivos. O autor também se propõe a apresentar possibilidades de integração da comunicação entre as áreas da empresa e como fazer com que confluam para um objetivo estratégico. É um livro com uma abordagem bastante prática, recomendável para melhorar a eficácia da divulgação das marcas institucionais. • AMOR por Contrato. Direção: Derrick Borte. Elenco: Demi Moore, David Duchovny, Amber Heard. EUA: Echo Lake Productions, 2009. 1 DVD (96 min.), son., color. O filme conta a história de uma empresa que trabalha com produtos de luxo e contrata atores para divulgar a marca, como se esses produtos fizessem parte do dia a dia deles, e, assim, promoverem esses bens em determinados círculos sociais. No longa, também é possível ver como estratégias de CIM podem influenciar as pessoas, em um contato mais personalizado, aliado ao posicionamento seletivo em outras mídias. Atividades 1. Como a CIM pode ser prevista no planejamento estratégico? 2. Como a comunicação interna ou o endomarketing pode ajudar na CIM? 3. Por que se fala pouco da CIM no Brasil? Referências BELCH, G. E.; BELCH, M. A. Advertising and promotion: an integrated marketing communication perspective. New York: McGraw-Hill, 2007. FISHER, J. K. Comunicação Integrada de Marketing como estratégia de construção da personalidade de marca: a análise qualitativa de uma empresa têxtil. In: XXXIII ENCONTRO DA ANPAD, set. 2009, São Paulo. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/MKT2722.pdf. Acesso em: 11 set. 2019 GALÃO, F. P.; CRESCITELLI, E.; BACCARO, T. A. Comunicação Integrada de Marketing: uma Ferramenta de Posicionamento Estratégico? UNOPAR Cient., Ciênc. Jurid. Empres., Londrina, v. 12, n.1, p. 85-91, mar. 2011. GRIFFIN, E. A first look at communication theory. 8. ed. New York: McGraw-Hill, 2012. Comunicação integrada de marketing22 KAPFERER, J. N. As marcas, capital da empresa: criar e desenvolver marcas fortes. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P; PFOERTSCH, W. Gestão de marcas em mercados B2B. Porto Alegre: Bookman, 2008. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. REID, M.; LUXTON, S.; MAVONDO, F. The relationship between integrated marketing communication, marketing orientation, and brand orientation. Journal of Advertising, v. 34, n. 4, p. 11-23, 2005. SCHULTZ, D. E. Integrated Marketing Communications: Maybe Definition is in the Point of View. Marketing News, v. 27, n. 2, jan. 1993. SHIMP, T. A. Comunicação integrada de marketing: propaganda e promoção. Porto Alegre: Bookman, 2002. 2 Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada Existem muitos aspectos que precisam ser pensados para desenvolvermos uma comunicação integrada de marketing (CIM) eficiente, principalmente porque existe o escopo estratégico a ser contemplado nessa integração. Um dos objetivos da CIM é proporcionar coerência, conversão e assertividade na promoção de uma marca. Portanto, haverá muitos pontos que serão tratados no planejamento estratégico de marketing e na comunicação integrada. Assim, é possível manter a sinergia entre as ações e posicionamento. O ponto de partida para o direcionamento do plano de comunicação integrada é conhecer o público-alvo e entender o que é considerado um diferencial para o consumidor que a marca quer atingir. Também precisamos conhecer o planejamento estratégico da organização, como está sendo trabalhada a identidade da marca, como ela está sendo percebida e como são mapeados e operacionalizados os objetivos de uma comunicação integrada de marketing. Dessa forma, conseguiremos explorar esses pré-requisitos básicos para a elaboração de um plano de CIM. 2.1. Identificação do público-alvo Sejamos francos; é muito mais difícil nos comunicarmos quando não sabemos com quem precisamos conversar. Como selecionar o tom, a forma e como trabalhar essa comunicação, se não temos nenhuma informação sobre quem é o destinatário da mensagem? Imagine planejar uma conversa com alguém desconhecido. Não se sabe ao certo nem mesmo a língua, se é uma pessoa mais conservadora ou moderna, por quais assuntos essa pessoa poderia ter interesse etc. Seria complicado demais, certo? Exatamente por essa razão, um dos pré-requisitos básicos do planejamento de comunicação integrada é que o público-alvo esteja claro. Kotler e Keller (2014) afirmam que identificar quem é o público é o ponto de partida para a construção de qualquer estratégia. É como encontrar um foco, um alvo, e assim fica possível saber para onde dirigir os esforços. Para a CIM, essa preocupação é igualmente importante. Na teoria, é comum vermos o estudo sobre o consumidor denominado como segmentação de mercado. Isso porque, quando se segmenta o universo mais amplo do mercado, com uma série de combinações possíveis, certamente fica mais fácil encontrar o público-alvo, aquele para quem o produto/serviço conseguirá entregar diferenciais e até encantar. Comunicação integrada de marketing24 É uma arte muito refinada fazer esse mapeamento, pois a identificação do público-alvo envolve muita análise. Um bom ponto de partida para entender a quem a marca se destina é se perguntar algumas questões (Figura 1). Figura 1 – Questões norteadoras para relacionar marca e público alvo ? Qual é a essência da empresa? Ela é mais conservadora, tradicional, moderna ou descolada? Sabendo isso, é possível estabelecer uma ligação entre a marca e o público. É muito destoante um negócio que se apresenta como conservador, mas usa um tom de comunicação divertido. Soa desconexo. Qual é o produto comercializado? Como ele se posiciona face a outros similares no mercado? Aqui chamamos de produto no sentido lato sensu, podendo ser um bem ou um serviço. Precisamos saber os diferenciais já explorados e o que mais se pode explorar e/ou se é possível investir em compostos de marketingpara realçar algumas características do que foi produzido perante o mercado. Saber o que podemos realçar já nos ajuda a entender quem é esse cliente. ? Qual é a capacidade produtiva e de atendimento da organização? Logo de início, é preciso saber se é possível atender a um grande volume de consumidores e qual é o tipo de distribuição (local, regional, nacional, internacional). Assim, é possível mapear os clientes que podem ser abrangidos nesse contexto. ? Quanto custa produzir o produto/ serviço que a empresa oferece exatamente? Esse é um ponto muito importante, pois vai ajudar a definir a saúde da organização e que tipo de cliente tem poder aquisitivo para adquirir. Existe uma margem de segurança que deve ser contemplada na precificação de bens e serviços, e passar dela traz prejuízos à empresa. Essa margem já ajuda a entender o tipo de poder aquisitivo que o público precisa ter. ? Fonte: Elaborada pela autora. Para compreendermos um pouco melhor como ocorre esse processo de identificação, vale a pena entendermos as principais técnicas de segmentação de mercado, as quais representam uma parte expressiva da delimitação estratégica da empresa. Sobre isso, Kotler e Armstrong (2015) explicam que toda organização que visa ter participação efetiva de clientes precisa se dedicar a conhecer quem é seu público-alvo e investir em atender melhor ao perfil desejado. É necessário, dessa forma, conhecer as necessidades, o que motiva e o que estimula os prováveis consumidores, sabendo que podemos ter influências sociais, situacionais, culturais, psicológicas e pessoais (CHURCHILL JR.; PETER, 2012). Ao conhecer e identificar o segmento que mais oferece oportunidades para a empresa, é possível direcionar os esforços de modo inteligente (KOTLER; KELLER, 2014). Tudo começa pela identificação de a quem o negócio se destina. Sobre esse ponto, na estratégia de marketing, é possível encontrarmos alguns tipos de segmentação que auxiliam no conhecimento do público potencial. Uma das maneiras clássicas de auxiliar esse processo é proposta por Weinstein (1995), que sugere o mapeamento de acordo com as seguintes características (Figura 2): Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 25 Figura 2 – Tipos de segmentação de mercado Perfil geográfico Abrange aspectos territoriais. Segundo Las Casas (2006), é uma das métricas mais utilizadas pelas empresas. Isso porque permite explorar geograficamente onde estão mais concentrados os consumidores que teriam maior interesse no produto ou serviço. Envolve analisar cidades, estados, regiões e países, o que auxilia a termos uma dimensão do mercado. Vale aqui fazermos uma ressalva. Apesar de o poder de alcance de alguns negócios ter se ampliado com a internet, é dever do gestor avaliar a capacidade de produzir/ atender da empresa. Perfil socioeconômico Examina aspectos mais específicos, como gênero, classe social (tanto a real como a aspiracional, que envolve o consumo para fazer parte ou para ser visto como pertencendo a um determinado grupo social), renda familiar (poder aquisitivo dos indivíduos considerados ativos em uma família), nível de escolaridade, composição familiar, religião e etnia predominante (no Brasil, por exemplo, podemos ter influência de diversas etnias em um mesma região). Perfil comportamental Analisa como o provável público se comporta na hora de consumir. É um dos aspectos mais abstratos e desafiadores de serem mapeados. É preciso se esforçar para entender como e que tipo de informação os consumidores buscam para tomar uma decisão, se são mais engajados ou menos participativos e, até mesmo, se possuem inclinação para desenvolverem a fidelidade, ou um vínculo ainda mais forte ao se relacionar com a marca. É aqui que estudamos o que move as pessoas, considerando suas necessidades, emoções e consumo. Perfil psicográfico Envolve conhecer características mais subjetivas, como crenças, culturas, valores e estilos de vida compartilhados em determinada comunidade. Na nossa realidade, convivemos com diferentes crenças e características culturais, e devemos fazer o exercício de identificar as mais marcantes em uma determinada região. Solomon (2016), complementa que um dos desafios desse tipo de análise é entender como é a visão dos indivíduos sobre eles mesmos, tomando como base suas preferências pessoais (o que gostam de fazer, como gastam seu dinheiro etc.). Perfil demográfico Estuda questões como faixa etária e composição familiar (quantas pessoas por família na média) em um determinado território. Essa análise permite entender um pouco melhor quem é o consumidor e quais as necessidades e expectativas que a organização pode atender tanto direta como indiretamente. Fonte: Elaborada pela autora com base em Weinstein, 1995. Outro aspecto importante para ser analisado é o tipo de público-alvo. De acordo com o perfil do negócio, pode ser que o direcionamento esteja mais voltado a trabalhar com outras empresas, o que é conhecido como Business to Business (B2B) – que, em uma tradução literal, significa negócio para negócio – ou quando vise o consumidor final, o que é chamado de Business to Consumer (B2C) – que, em tradução literal, significa negócio para consumidor. Segundo Kotler e Keller, Comunicação integrada de marketing26 conhecer quem é o público-alvo ajuda a direcionar também as estratégias de comunicação. O processo deve ser iniciado tendo-se em mente um público-alvo bem definido: possíveis compradores dos produtos da empresa, usuários atuais, decisores ou influenciadores; indivíduos, grupos, públicos específicos ou o público em geral. O público-alvo exerce uma influência fundamental nas decisões do comunicador sobre o que dizer, como, quando, onde e para quem. (KOTLER; KELLER, 2014, p. 518) Desse modo, conseguimos perceber a importância de conhecer quem é o consumidor para entregar a diferenciação, uma vantagem no consumo da sua marca perante a proposta de entrega da concorrência. Assim como é importante para a delimitação da estratégia de marketing, esse conhecimento também é importante para a CIM. Após entender quem é o público-alvo, falta conhecer mais sobre o planejamento estratégico da organização. 2.2 Planejamento estratégico organizacional Um fato é que toda empresa nasce da visão de alguém. Na ideia do fundador, ele consegue imaginar o que fazer, como fazer e o resultado que espera obter, tanto financeiramente como quando os objetivos não são lucrativos. A questão é que nem sempre a sua mentalização consegue ser posta em prática na íntegra e, para isso, a estratégia é a melhor maneira de garantir que todos da organização saibam os objetivos. Se explorarmos um pouco mais o conceito de estratégia, veremos que está sempre associado a tornar visível as melhores possibilidades de atuação. O termo estratégia foi referenciado, pela primeira vez (pelo menos explicitamente), no livro chinês milenar A arte da guerra, o qual apresenta as táticas e leituras de possibilidades no campo de batalha do estrategista Sun Tzu, as quais o levavam à vitória. Quase sempre a vantagem estratégica se faz por algo que não seja óbvio. Até porque, se for facilmente imitável ou acessível a todos, não confere um diferencial. Esse é o raciocínio que é preciso ter para a estratégia: explorar os diferenciais mais fortes da empresa, estar atento ao mercado e conhecer bem a quem se destina, para assim, entregar maior valor. Sobre a vantagem competitiva, Van der Heijden (2004) elucida que não envolve sempre ter previsões e ações perfeitas. Na verdade, ela requer de um olhar mais apurado sobre quem é a organização, a sua posição perante o mercado e a sua capacidade de gerar respostas rápidas e assertivas em face das mudanças de ambientes. Isso quer dizer que é necessário experiência, conhecimento e perspicácia do gestor para assumir, como objetivo, melhores métodos de estruturar as competências organizacionais, os recursos e os aperfeiçoamentospossíveis nas entregas que faz ao mercado. Nesse caso, é preciso haver uma visão global dos objetivos da empresa para que, assim, sejam repartidas responsabilidades estratégicas por áreas de acordo com suas atuações e capacidades. Harrison (2005) apresenta algumas questões que o gestor pode utilizar para entender a estratégia organizacional: qual é o nosso negócio? Seguindo nessa trajetória, qual será o nosso negócio? E finalizando, qual poderia ser nosso negócio se fizéssemos alguns ajustes? Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 27 Para responder essas questões, é necessário termos consciência de quem é a organização (competência, capacidades e aptidões) para podermos visualizar possibilidades de futuros para o negócio. Tanto Harrison (2005) como Van der Heijden (2004) reforçam a necessidade de se ter valores organizacionais partilhados para direcionar a estratégia. Os valores que ajudam a identificar a essência organizacional devem estar presentes na missão e no propósito da organização. Com esses valores em mente, fica clara a delimitação dos passos estratégicos a serem tomados para conseguir atingir a visão e o objetivo estratégicos. Esse é outro exemplo de algo que faz parte de diferentes contextos das nossas vidas e que precisa ser levado em consideração nos negócios. Se analisarmos bem, veremos que a necessidade de planejamento existe desde o homem primitivo, o qual precisava desenvolver uma fórmula que o permitisse saber quando caçar e como se proteger dos predadores. Era uma necessidade de sobrevivência. Ainda hoje, boa parte das pessoas faz planos para suas vidas: o que gostariam de fazer, quando vão fazer e quais as prioridades. Na prática, o planejamento estratégico pode ser considerado como um guia para o que se pode alcançar. Ao olharmos no contexto de negócios, Mendonza e Planellas (1995) definem o planejamento estratégico como um processo de formalização da tomada de decisão, que permite a visualização tanto das necessidades de ações específicas que a empresa precisa adotar como da visão estratégica que precisa ter para alcançar o objetivo. Isto é, esse plano precisa ser algo formalizado, partilhado entre todas as áreas com indicação das etapas e métodos a serem seguidos. Nesse planejamento, é importante haver a delimitação de tempo para essas etapas serem implementadas. Resumindo, o planejamento estratégico é o "como" executar uma estratégia, sendo assim, pode ser considerado o “plano de guerra” da organização. O planejamento estratégico não deve ser algo fixo e sem margem de alteração, uma visão que, infelizmente, alguns negócios ainda possuem. Pelo contrário, o plano da estratégia necessita ser algo vivo, dinâmico, que pode constantemente ser ajustado e adaptado às necessidades de mercado, às capacidades da organização e aos resultados que estão sendo obtidos. Esse plano possui desdobramentos entre áreas da empresa, onde cada gestor indica o que fazer para obter um determinado resultado, que está alinhado com um objetivo mais amplo e partilhado. O planejamento estratégico se alimenta de várias fontes de informações: • pesquisas de mercado: análises de comportamentos e de intenção de compra. • análise SWOT: estudo dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, tanto da organização como dos concorrentes diretos e indiretos. • análise das cinco forças de Porter: envolve o poder de barganha dos fornecedores, a ameaça de produtos substitutos, o poder de barganha dos clientes, a ameaça de novos entrantes e a rivalidade dos concorrentes, além das oportunidades que podem ser aproveitadas. Comunicação integrada de marketing28 • análise dos ambientes internos e externos da organização: mapeamento que permite entender os movimentos do microambiente interno (ambiente em que os gestores podem ter controle, como colaboradores); do microambiente externo (no qual podemos ter influência, como a concorrência); e do macroambiente (externo à organização, no qual não conseguimos ter controle, como a crise financeira). • análise de cenários: tem como mais-valia fornecer alternativas de ações para os gestores e precisa de dados anteriores para mapear possíveis resultados e como explorá-los estrategicamente. Esses estudos ajudam a manter a coerência entre o que está sendo proposto, os valores essenciais da organização e o posicionamento no mercado. Com esse tipo de informação, o planejamento pode propor ações que estarão alinhadas com o objetivo estratégico organizacional. Vale reforçar a necessidade de formalizar e comunicar o plano na perspectiva mais ampla a toda a organização (MENDONZA; PLANELLAS, 1995). Não é o nosso objetivo explorar com profundidade o planejamento estratégico, mas seria impossível falarmos em estratégias de comunicação integrada sem sabermos como são delimitados os escopos estratégicos organizacionais. A CIM precisa estar bastante alinhada com esses direcionamentos maiores para obter a coerência e a consistência estratégica: “para assegurar que as atividades corretas sejam selecionadas e executadas é essencial que os profissionais de marketing deem prioridade ao planejamento estratégico” (KOTLER; KELLER, 2014, p. 39). Quando olhamos por essa perspectiva, conseguimos perceber que o objetivo do planejamento estratégico organizacional compreende como manter a missão-base de gerar valor para o cliente sem comprometer a lucratividade e assimilar que “com o tempo, a missão pode mudar para que novas oportunidades sejam aproveitadas ou para que mudanças nas condições do mercado sejam atendidas” (KOTLER; KELLER, 2014, p. 40). No caso do alinhamento desse planejamento estratégico organizacional e a CIM, há uma relação de subordinação entre ambos. O plano do que e de como divulgar precisa ser claramente conectado com o porquê e para quem a estratégia da empresa é capaz de indicar. 2.3 Identidade de marca Falar de marca significa começarmos a explorar um dos pilares de desenvolvimento tanto do marketing quanto da comunicação. Isso porque toda ação passível de ser adotada precisa ter uma identificação com a empresa. Como seria possível a diferenciação se não fosse possível identificar quem é quem no mercado? Para Kotler e Keller (2014, p. 257), “um dos ativos intangíveis mais valiosos de uma empresa é sua marca, e compete ao marketing gerenciar adequadamente seu valor”. Sendo assim, uma das missões do marketing é potencializar e defender as marcas das suas organizações, trabalhando elementos tangíveis e intangíveis que consigam gerar a melhor identificação da essência organizacional, de quem é a empresa no mercado e como ela se diferencia da concorrência. Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 29 Com esse ponto de partida, o que precisamos fazer é conhecer como a literatura tem se referido às marcas. Segundo Kotler e Keller, uma marca é, portanto, um bem ou serviço que agrega dimensões que, de alguma forma, o diferenciam de outros produtos desenvolvidos para satisfazer a mesma necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis — isto é, relacionadas com o desempenho do produto. E podem também ser mais simbólicas, emocionais ou intangíveis — isto é, relacionadas com aquilo que a marca representa ou significa em termos abstratos. (KOTLER; KELLER, 2014, p. 257) Essa definição é bastante abrangente quanto ao que a marca é capaz de representar e já mostra a complexidade que é possível alcançar com elementos subjetivos que podem ser explorados para adicionar significados ao nome ou símbolo. Kotler (1991), citado por Keller (1993), definiu marca, anteriormente, como um conjunto de nome, termos, símbolos, design, ou a combinação deles, com o objetivo de identificar produtos ou serviços e ser capaz de criar diferenciação perante os concorrentes. Os componentes individuais desse conjunto são chamados de identidades da marca. O autor destaca que deve haver uma seleção dos atributos a serem trabalhados para que a marca permaneça na memóriados consumidores. Com base nisso, é possível perceber que o valor da marca será resultado da construção da sua identidade, e isso interfere no fluxo de caixa futuro, na lealdade e na intenção de recompra do consumidor. Keller (2001) afirma que, quando construímos uma marca forte, também estamos aumentando o seu valor e os benefícios que ela pode oferecer à empresa, como conquistar a lealdade do consumidor, diminuir a vulnerabilidade perante os concorrentes e as crises, obter maior margem de lucro, conseguir equilibrar-se na guerra de preços, contar com mais apoio dos canais de distribuição e alcançar melhores resultados de comunicação. Por isso mesmo, existe uma área dentro do marketing denominada branding, que se dedica a trabalhar a marca de modo estratégico. Com base nesses fatores, Keller (2001) desenvolveu o modelo de Customer-Based Brand Equity (CBBE) – que, em tradução literal, significa valor da marca com base no consumidor – o qual estima o valor da criação de uma marca forte na percepção e nas associações dos consumidores a partir de quatro perguntas (Figura 3). Figura 3 – Perguntas CBBE 1) Quem você é? 2) O que você é? 3) O que eu penso ou sinto a seu respeito? 4) Qual tipo de associação e o quanto desejo uma conexão com você? Identidade de marca Significado de marca Respostas à marca Relacionamento de marca Fonte: Adaptada de Keller, 2006, p. 48. Comunicação integrada de marketing30 Nesta seção, focaremos sobretudo em compreender quem é a marca, principalmente por funcionar como ponto de partida para as etapas seguintes. Como observado anteriormente, existem muitos aspectos a serem contemplados na construção de uma marca que, no final, estará sempre associada à sua identificação.Vamos juntos refletir sobre nossa identidade: o que nos identifica como indivíduos? É a carteira de identidade, com nome e foto? Que elementos nos descrevem e ajudam a sermos identificados? Esse mesmo questionamento envolve as empresas. Segundo Kapferer (2003), a identidade de uma marca vai além das características que estabelecem um grau de permanência ao longo do tempo e determinam como a marca pode se posicionar, mudar e renovar mantendo suas origens, essência e base. Nandan (2005) complementa essa visão, afirmando que a identidade de marca é algo que parte da organização e é a responsável por sua criação e diferenciação com os atributos que acredita possuir. A identidade reflete o autoconceito da empresa, como se vê e como quer se posicionar. Conhecer o público-alvo também é importante para que os elementos selecionados para a construção da identidade de marca sejam percebidos pelas pessoas, porque nem sempre a autoimagem e a percepção estão em sinergia. Ao contrário do que muitas vezes acontece no mercado, construir uma marca não se limita a escolher um nome bonito e uma cor agradável para transmitir e trabalhar todos os elementos possíveis nesse sentido. Sobre os atributos que podemos explorar para transmitir uma identificação própria, Kapferer (2003) expõe que a identidade de uma marca pode ser representada por um prisma de seis lados (Figura 4). Figura 4 – Prisma da identidade de marca Identidade de marca Identidade de marca Mentalização/ Imagem interna Conjunto físico Personalidade Transação entre pessoas Universo cultural Reflexo do público A marca é uma mentalização, ou a imagem interna; a relação com ela própria. A marca é um conjunto físico de características latentes quando é citada. A marca é um universo cultural que compreende um conjunto de valores. A marca deve ser um reflexo da imagem do comprador ou do usuário. A marca tem personalidade e adquire caráter desde que começa a se comunicar. A marca é uma relação, por vezes, uma transação, entre duas pessoas, principalmente entre marcas de serviços. Fonte: Adaptada de Kapferer, 2003. Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 31 A marca, na perspectiva do consumidor, deve fornecer uma identificação visível da empresa e de quem a própria marca é e deve permitir que sejam reconhecidas as diferenças entre as organizações de um segmento. Ela “aumenta a confiabilidade em um mundo complexo. A marca que o consumidor confia servirá para reduzir a percepção de dissonância cognitiva de risco pós compra” (NANDAN, 2005, p. 265). A marca não envolve somente os elementos visuais na sua criação. Se a proposta é transmitir quem é a empresa, também precisará contar com a ajuda do marketing mix para desenvolver uma identidade coerente e coesa, de modo que isso seja captado pelo consumidor. Como a identidade de uma marca é fundamental para o desenvolvimento do marketing e da comunicação, essa etapa precisa ser corretamente construída para que a imagem da marca (interpretação feita pelo público de uma identidade que a empresa não tem controle) esteja de acordo com a identidade que a organização pretende transmitir. Na perspectiva da comunicação, Nandan (2005) destaca que a marca deve ser desenvolvida também com foco em atender as necessidades do consumidor, que podem ser de caráter funcional (destina-se a suprir necessidades utilitárias), simbólico (objetiva associar o indivíduo a um grupo desejável, um papel ou a auto-imagem) e experiencial (visa satisfazer uma necessidade gerada internamente de variedade e/ou de estímulos). Sob essa visão, existem seis componentes que formam a identidade da marca e que podem ser dinamizados para ajudar a construir uma imagem melhor perante o público: • visão de marca: propósito para a existência de uma marca. • cultura de marca: direção e orientação para a marca. • posicionamento: características e atributos que tornam a marca única. • personalidade: características emocionais da marca. • relações: vínculo entre os empregados, os consumidores. • apresentações: estilos desenvolvidos para apresentar a identidade de marca. Identificar o perfil dos clientes e fazer com que a marca se comunique com eles é importante para solidificar e perpetuar o relacionamento da empresa com o público. Quando a marca é bem construída, com elementos que permitem a identificação da essência da organização e dos diferenciais que possui com foco no seu público-alvo, torna-se menos complicado trabalhar as estratégias de marketing e de comunicação integrada. Em ambas as situações, o desenvolvimento de marcas fortes é capaz de facilitar o processo de identificação e de evidenciar os diferenciais de uma empresa em relação à sua concorrência, o que ajuda a minimizar ataques dos concorrentes, a melhorar a performance de produtos ou serviços e a alcançar a lealdade e a intenção de recompra por parte do consumidor. 2.4 Definição de objetivos de CIM Tudo o que uma organização pretende desenvolver precisa ter um objetivo claro. A atribuição desses objetivos ajuda a nortear o que precisa ser feito e já indica um provável caminho. No caso da CIM, é natural que haja a necessidade de alinhamento dos objetivos estratégicos da organização, Comunicação integrada de marketing32 do marketing e da comunicação para conhecer os objetivos comunicacionais. Assim, é possível manter a coerência, que é um dos pontos de maior sensibilidade desses alinhamentos na prática. Esse direcionamento ajuda a nortear esforços e recursos estratégicos. Outro ponto importante a ser reforçado, como apresentado por Kotler e Keller (2014), é que os gestores, por melhores que sejam, só conseguirão “controlar” metade da jornada de absorção/aceitação da mensagem por parte do público. A outra metade consiste em esperar que a comunicação tenha sido trabalhada de modo que consiga orientar a interpretação do consumidor. Para implementar os programas de comunicação mais adequados e alocar recursos com eficácia, os profissionais de marketing precisam avaliar que tipos de experiência e impressão exercem mais influência em cada etapa do processo de compra. Munidos desses insights, eles podem julgar a comunicação de marketing de acordo com sua capacidadede afetar experiências e impressões, construir fidelidade de clientes e brand equity e incentivar as vendas da marca (KOTLER; KELLER, 2014, p. 517) Isto é, o primeiro passo é entender que há diferentes possibilidades de objetivos e que todos podem existir paralelamente, precisando de um mesmo foco estratégico. Parece complicado, mas não é. É preciso pensar nos objetivos de comunicar como um organismo vivo. Para manter o corpo humano bem, por exemplo, temos diferentes tipos de necessidades que precisam ser atendidas; para que o objetivo principal – nos mantermos saudáveis – seja cumprido, precisamos cuidar de necessidades fisiológicas (fome, sede, cansaço), necessidades emocionais (conforto, acolhimento, pertencimento) e tantas outras. Cada uma dessas necessidades possui suas próprias métricas que atuam de maneira integrada com as demais, mas com seu objetivo específico. Os objetivos do marketing quase sempre atendem a demandas paralelas. Ao mesmo tempo que é necessário aumentar a visibilidade da marca, também é necessário aumentar a adesão do público- alvo a um determinado produto ou serviço e, por vezes, às vendas. Assim, as comunicações podem ter um foco mais institucional ou promocional. A sutileza com que precisamos integrar todos os pontos de contato para manter a coerência e consistência do posicionamento, está principalmente na necessidade de assertividade que esse posicionamento precisa ter. Afinal, se fossemos ter um posicionamento específico para cada necessidade de marketing, seria extremamente caro para as organizações e comprometeria a robustez da marca (a mensagem não seria coesa e, assim, comprometeria a percepção). A integração em prol de objetivos mais claros ajuda na construção de associações favoráveis do público à mensagem da marca. Kotler e Keller (2014) explicam que as atividades de comunicação também precisam ter essa integração para garantir a coerência e um bom posicionamento estratégico. Para isso acontecer, os autores reforçam a necessidade de haver uma auditora de comunicação (levantamento de todas as interações que os clientes alvo podem ter com a marca, seja produto ou serviço, para formar uma ideia prévia da compra). É por isso que o profissional de marketing precisa ter conhecimento sobre quem é e o que busca o seu consumidor, para assim conseguir direcionar a comunicação nesse sentido. Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 33 Um objetivo da CIM quase sempre integra diversas etapas de micromodelos, como o AIDA e o modelo de hierarquia de necessidades, para gerar uma resposta, uma ação do consumidor, que pode ser traduzida na aquisição do produto ou serviço. Kotler e Keller (2014) apresentam alguns objetivos de CIM: 1. Necessidade da categoria: aplicado quando é um produto ou serviço novo, que demostra ter sido criado para sanar uma necessidade do mercado, o qual precisava dessa inovação. Teria como objetivo “eliminar ou satisfazer uma evidente discrepância entre o estado motivacional atual e o estado emocional desejado” (KOTLER; KELLER, 2014, p. 518). 2. Conscientização da marca: faz com que o consumidor reconheça a marca na hora da compra. “É mais fácil conquistar o reconhecimento do que a lembrança [...]. A lembrança é importante fora da loja; o reconhecimento é importante dentro da loja. A conscientização da marca é o alicerce do brand equity” (KOTLER; KELLER, 2014, p.518). 3. Atitude em relação à marca: demonstra que a marca é capaz de atender as necessidades do consumidor. As marcas podem reforçar esse posicionamento solucionando um problema ou reforçando o sensorial de recompensa e de satisfação, que pode obter na aquisição de determinado produto ou serviço. 4. Intenção de compra da marca: objetiva motivar a ação efetivamente para que o consumidor decida tomar uma atitude que quase sempre se traduz em adquirir a marca. Refere-se às campanhas de cunho promocional ou que utilizam apelos de oportunidade ("só para os primeiros dez inscritos"), de escassez ("compre, antes que acabe"), ou de oferta ("compre um e ganhe outro") para o público. Os objetivos de CIM devem estar diretamente alinhados com os objetivos da organização e do marketing. A vantagem de ter esses objetivos bem estruturados e planejados se traduz em um maior retorno dos investimentos e uma coerência e convergência de ações e possibilidades que reforçam a imagem organizacional, mesmo quando o objetivo for de caráter promocional. Considerações finais Um plano de CIM precisa levar em consideração alguns critérios essenciais para que seja executado com sucesso. Primeiramente, é necessário entender o fato de que, sem haver um profundo conhecimento sobre a organização e o público-alvo, as ações podem ter a coerência e eficácia comprometida. Como esse não é o cenário ideal, o gestor de marketing precisa estar atento e se dispor a estudar o planejamento estratégico da organização e como a identidade de marca foi construída. Assim, é possível otimizar as ações e, caso necessário, propor ajustes prévios. Os objetivos da CIM devem estar alinhados com as estratégias de marketing para que haja uma maior integração entre os possíveis pontos de contado dos consumidores com a marca e para reforçar a mensagem institucional ou promocional com coerência, sem ferir a essência e a identidade da empresa. Comunicação integrada de marketing34 Ampliando seus conhecimentos • VASCONCELOS, L. R. Planejamento de comunicação integrada: manual de sobrevivência para as organizações do século XXI. São Paulo: Summus Editorial, 2013. eBook. O livro apresenta de maneira clara e despretensiosa o que precisa ser levado em consideração para o desenvolvimento de um plano de comunicação integrada. A autora demonstra a relevância que um plano bem construído pode ter no posicionamento e na resposta que as marcas são capazes de obter do seu público. • MERA Coincidência. Direção: Barry Levinson. Elenco: Dustin Hoffman, Robert De Niro, Denis Leary. EUA: TriBeCa Productions, 1997. 1 DVD (97 min.), son., color. O filme conta a história de um planejamento de comunicação com o objetivo de tirar o foco de um escândalo envolvendo o presidente dos EUA. Nesse caso, até uma ofensiva militar foi contemplada na estratégia para melhorar a credibilidade do líder da nação. O filme mostra os bastidores do plano de comunicação, que, nesse caso, foi aplicado à política, mas que também é utilizado pelas empresas. Atividades 1. Existe a possibilidade do público-alvo da CIM ser diferente do público-alvo da organização? 2. Em que tipos de organizações a CIM pode ser aplicada e por quê? 3. Como evitar que a formalização do planejamento estratégico seja confundida com “engessar a organização”? Referências CHURCHILL JR., G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. HARRISON, J. R. Administração estratégica de recursos e relacionamentos. Porto Alegre: Bookman, 2005. KAPFERER, J. N. As marcas, capital da empresa: criar e desenvolver marcas fortes. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. KELLER, K. L. Conceptualizing, Measuring, and Managing Customer-Based Brand Equity. Journal of Marketing, Birmingham, v. 57, n. 1, jan. 1993. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/1a32/ de7ea22b33ae4e6efe3391da19a71c58ea3f.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019. KELLER, K. L. Building customer-based brand equity. Marketing Management. v. 10, n. 2, p. 14-19, jul./aug. 2001. KELLER, K. L. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. Pré-requisitos para o plano de comunicação integrada 35 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. MENDONZA, X.; PLANELLAS, M. Estratégica e a Estratégia, Estrutura, Decisão e Identidade. Barcelona: Escuela Superior
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