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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS – CAV AGRONOMIA USO E CONSERVAÇÃO DO SOLO Aluno: Renaldo Borges de Andrade Júnior Professor: Ildegardes Bertol PRIMEIRA PROVA 1. Explique como a chuva e a cobertura e manejo do solo influenciam a erosão hídrica do solo. A erosão hídrica é um dos grandes empecilhos da agricultura extensiva, pois com os altos valores dos produtos agrícolas produzidos temos visto cada vez mais produtores explorando áreas das quais não seria adequado o uso intensivo, mas poucas pessoas tem o conhecimento de avaliar as perdas que uma erosão pode dar, o inicio da erosão hídrica se da com as chuvas, onde podemos analisar as suas características para entender sua influencia na erosão, para isso analisamos a sua altura, duração, intensidade, tamanho da gota. Intervalos mais curtos tentem a deixar o solo úmido e diminuir a taxa de infiltração, o impacto da gota e a enxurrada são fundamentais na compreensão da energia cinética como causador da erosão. A cobertura é fundamental para reduzir o tamanho da gota e sua velocidade, em lugares onde a erosão da chuva é elevada e a superfície se encontra descoberta a erosão potencializa isso pode acarretar em assoreamento e eutrofização dos cursos da água. As práticas conservacionistas como o plantio direto com espécies de alto índice de cobertura vegetal favorecem o manejo, pensando em manejo devemos lembrar de práticas mecânicas como terraceamento, bacias de retenção, cultivo em nível, subsolagem em áreas compactadas, e em práticas edáficas como fertilidade com aplicação de adubos e corretivos. Práticas vegetativas como rotação, consorcio para fins de proteção, fixação biológica de nitrogênio, e fornecimento de matéria orgânica auxiliam o solo na sua estruturação, evitando assim a erosão hídrica. 2. Explique por que o estudo hidrológico em uma região deve ser realizado, idealmente, em nível de bacia hidrográfica. O estudo do comportamento hidrológico é feito a nível de bacia hidrográfica por causa da simplicidade que oferecem na aplicação e análise do balanço hídrico. Comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica depende de uma série de características da própria bacia, tais como: tamanho, forma, relevo, tipo de solo, vegetação, rede de drenagem e uso e manejo do solo, as quais, em conjunto, influem na vazão e tempo de concentração da bacia de determinada região. A declividade condiciona a velocidade da enxurrada e a topografia geral da bacia hidrográfica influencia o volume de água vinda de áreas vizinhas, o qual poderá fluir para dentro da bacia de estudo. Isto poderá determinar o aumento no volume de detenção superficial na área de estudo. Assim, bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente, de modo que suas bordas separem as precipitações de um lado e de outro e que seja drenada por um curso de água. É importante, nesse caso, que os contornos topográficos da bacia sejam perfeitamente delimitados. 3. Explique por que a intensidade (I) da chuva é tão importante nas perdas de solo (PS)porerosão hídrica (PS ∝ I2) em condição de solo descoberto. Comente o efeito do diâmetro (θ)das gotas sobre a da I da chuva e sobre a velocidade (Ve) de queda das gotas. Faça gráficos para ilustrar e facilitar as explicações. A intensidade está relacionada ao tamanho da gota, gotas grandes associadas a chuvas de curta duração, em solos descobertos tem maior facilidade em promover fatores erosivos como degradação, transporte e deposição, podemos notar em tabelas mostradas em aula, que com o aumento de 3 vezes no diâmetro da gota, resulta em aumento de 80 vezes a sua intensidade. Sobre o diâmetro da gota podemos analisar o aumento do diâmetro médio das gotas aumentando sua velocidade, numa relação de 4 para 2 ou seja aumenta 4 vezes o tamanho da gota e dobra sua velocidade consequentemente, implicando na sua intensidade aliados a curtas durações podemos ter grandes problemas em solos descobertos, intensificando o problema em solos com baixo teor de argila como neossolos. 4. Considere a Equação Universal de Perda de Solo (USLE) em Lages. Aqui, o fator R = 5.033 MJ mm ha-1h-1 ano-1eo fator K = 0,0175 t ha h ha-1MJ-1mm- 1.Em uma lavoura, o comprimento de declive = 100 m e a declividade do terreno = 6%. O cultivo do solo é com a seqüência de aveia, soja, ervilhaca e milho em rotação, em semeadura direta, em que o fator C = 0,0705. Não há práticas conservacionistas de suporte e a tolerância de perda de solo é de 7 t ha-1ano-1. Calcule a perda anual de solo utilizando a USLE(A=RxKxLxSxCxP), e compare a perda calculada com a tolerância informada. Pergunta-se: para manter a capacidade produtiva do solo é necessário recomendar alguma prática conservacionista de suporte? Em caso de ser necessário faça essa recomendação e justifique. A= R . K . L . S . C . P R= 5.033 MJ K= 0,0175 C= 0,0705 LS= ? Comprimento declive = 100m Declividade do terreno = 6% LS= (100/22,1)0,5(0,065+4,56 sen3º26’’ 2’ + 65,41 sem 3º 26’’2’) LS= 1,22 A= 5033 x 0,0175 x 1,22 x 0,0705 x 1 A= 7,57 t/ha Como passou a tolerância, seria recomendado o terraço agrícola, cultivo de contorno e em linhas para perder menos solo, pois a perca do mesmo resulta em perda de capital. 5. Comente sobre o custo financeiro das perdas totais de solo e água e de nutrientes e calcário por erosão hídrica, comparando o que acontece no preparo convencional do solo e na semeadura direta. Na semeadura direta, temos uma perda muito menor de solo e água, baseando-se em todos os fatores já estudados, pois solos descobertos evitam a transposição de sedimentos, hoje os agricultores devem entender que o clima é soberano na agricultura e que o único jeito de diminuir as perdas é cuidando do nosso solo, solos com palhadas ou matéria verde aumentam a infiltração, bem como diminuem a evaporação de água mantendo o solo mais úmido por mais tempo, observando a tabela de perdas de água e solo dada em aula podemos notamos que a semeadura direta tem 4 vezes menos perdas de água e solo com um custo bem menor (16546 US$/ha¹) e relação ao método convencional (66631 US$/ha¹) em 25 anos. Em nutrientes notamos que o sistema semeadura direta tem uma resposta 2,1 vezes menor em perdas de P,K,N,Ca e Mg, comparado com plantio convencional nos mesmos 25 anos, já os valores na semeadura direta (48,111 US$/ha¹) e no plantio convencional (100936 US$/ha¹). Se somarmos os valores chegamos ao resultado da semeadura direta (64,657 US$/ha¹) tem um resultados bem melhor em relação ao plantio convencional ( 167,367 US$/ha¹), o plantio convencional sai 2 vezes mais caro para o produtor com perdas de solo, água, fertilidade, e diminuição no valor da terra. 6. No cálculo do fator C (cobertura e manejo do solo) da USLE, é necessário multiplicar a razão de perda de solo (RPS) pela fração do índice de erosividade (FEI30), resultando na seguinte fórmula:C = RPS x FEI30. Explique por que é necessário fazer essa multiplicação. O fator C é calculado por meio do produto da razão de perda de solo (RPS) e da fração do EI30 (FEI30), ou seja: C = RPS x FEI30, onde a RPS é dada pela relação entre a perda de solo ocorrida numa condição de manejo e cultivo particular e a perda de solo ocorrida na condição da parcela padrão da USLE e, assim, terá sempre um valor menor do que a unidade (essencialmente variará de 0 a 1). Com base na perda de solo na parcela padrão sempre será máxima em relação a outros sistemas de manejo, qualquer condição de manejo diferente dela reduzirá a perda de solo e, assim, a RPS. A FEI30 é dada pela porcentagem (transformada em decimal) do EI30 anual que ocasionou a perda de solo no período considerado (seja no ciclo completo de uma cultura, seja em um período específico dentro do ciclo de tal cultura). A necessidade da utilizaçãoda FEI30 no cálculo do fator C é explicada pela variabilidade espacial e temporal da erosividade. 7. Comente sobre o efeito da queima da vegetação, seja ela de campo nativo ou de floresta nativa. Fale sobre o efeito no solo e no ambiente. Seja para limpeza de pastagens ou para limpezas de áreas silviculturais tem grande responsabilidade sobre a exclusão de espécies do solo, o que leva ao empobrecimento do ecossistema e redução no estoque de nutrientes e biomassa total, altas temperaturas atuando sobre o solo acarretam em transformações em suas características físicas e químicas, que afetam em elevadas taxas de erosão e perdas de solo, devido ao impacto das gotas de chuva e escoamento superficial com a redução da estabilidade de agregados e baixa cobertura vegetal. As queimadas podem elevar os teores de saturação de Al, juntamente com a acidez potencial, reduzindo os teores de Mg na parte superficial do solo. O aumento da temperatura durante e após a ação do fogo altera as características químicas do solo, pois influenciam em uma taxa de maior decomposição de resíduos e mineralização da matéria orgânica, sendo que esta última por sua vez influencia na disponibilidade de nutrientes como NH4, P, Na, Ca e Mg.
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