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Streptococcus pyogenes 1– Sobre o Streptococcus pyogenes descreva aspectos gerais sobre esse micro-organismo. Streptococcus pyogenes é uma bactéria patogénica altamente infecciosa e frequentemente responsável por faringites. Esta espécie também pode provocar doenças mais graves como a escarlatina e a febre reumática. Embora não seja um problema usual para o sector alimentar, o seu reservatório natural é o Homem e assim, a sua transmissão aos alimentos através de um hospedeiro infectado pode ocorrer. Str. pyogenes é uma bactéria Gram-positiva pertencente à família Streptococcaceae. As células têm a forma de cocos e apresentam-se frequentemente agrupadas em pares ou cadeias. A actividade beta-hemolítica é uma das características utilizadas na sua classificação e é um fator de virulência para o Homem. 2– Sobre os fatores de virulência do S. pyogenes, quais exercem a proteína M e F; estreptoquinases O e S? Proteína M: interfere com a fagocitose de modo que amostras ricas nesta proteína são resistentes, tornando-se sensíveis na presença de anticorpos anti-M; Proteína F: dá aderência ao meio, impedindo-a de ser arrastada facilmente. Estreptolisinas S e O destroem as membranas de eritrócitos e outras células, matando-as. 3– Sobre as síndromes clínicas ocasionadas pelo S. pyogenes, descreva aspectos clínicos da: a – Erisipela- é caracterizada clinicamente por lesões em placas, elevadas, enduradas e sensíveis com margens bem delimitadas. Febre alta, calafrios e mal-estar frequentemente acompanham a erisipela. Há também uma forma bolhosa. b – Faringites- A queixa principal é desconforto ou dor na garganta, principalmente ao engolir, febre é frequente principalmente em pacientes com faringite estreptocóccica, mas pode ocorrer em outras etiologias. Os pacientes podem ainda se queixar de mal-estar e cefaleia, além de edema em região cervical por aumento de linfonodos e dor em região cervical anterior. c – Piodermites- causa lesões na pele que formam crostas, bolhas, sendo bem delimitadas ou extensas, e por isso devem ser sempre observadas pelo médico para que o tratamento seja iniciado o quanto antes. d – Síndromes tóxicas- O choque tóxico estreptocócico caracteriza- -se por febre, calafrios, mal-estar geral, náuseas, hipotensão e choque, promovendo a falência múltipla de órgãos. e – Fasciite necrosante- se caracteriza por destruição dos tecidos muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano fascial. Acredita-se que a protease SpeB seja importante neste processo. 4– Ainda sobre o S. pyogenes, que droga é utilizada no tratamento padrão de pacientes com infecção ocasionada por esse micro- organismo. Vários antibióticos apresentam boa atividade contra S. pyogenes, mas o de escolha é a penicilina G. 5– Em que consistem a febre reumática e glomerulonefrite e quais situações patológicas podem levar essas manifestações clínicas respectivamente? Febre reumática caracteriza-se por lesões inflamatórias não supurativas, envolvendo o coração, as articulações, os tecido celular subcutâneo e o sistema nervoso central. Os indivíduos que sofrem um episódio de febre reumática são particularmente predispostos a outros episódios, em consequência de infecções estreptocócicas subsequentes das vias aéreas superiores. Várias hipóteses têm sido levantadas para explicar a patogênese da febre reumática, mas o peso das evidências sugere tratar-se de uma doença imunológica. Uma das evidências é a existência de antígenos comuns aos tecidos cardíacos e a certas estruturas da célula estreptocócica (proteína M, membrana citoplasmática). As infecções estreptocócicas não tratadas podem ser seguidas por febre reumática em até 3% dos casos em populações militares, e na população em geral os dados são bastante variáveis. A Febre Reumática é uma reação a uma infecção de garganta por uma bactéria conhecida como estreptococo. Ela ocorre após um episódio de amigdalite bacteriana provocada por Streptococcus, tratada inadequadamente. A glomerulonefrite pode aparecer depois da faringite e das piodermites, sendo mais frequente após as últimas. Como a febre reumática, trata-se também de uma doença de natureza imunológica. Além da presença de vários antígenos comuns ao tecido renal e à estrutura da célula estreptocócica, outras evidências reforçam a idéia de que a glomerulonefrite seja de natureza imunológica. A frequência de aparecimento é bastante variável, dependendo muito do sorotipo M do estreptococo causador da infecção prévia. Quando a infec[1]ção cutânea é causada por um tipo altamente nefritogênico, como o sorotipo M49, a frequência pode ser superior a 20%. 6– Descreva aspectos relacionados ao diagnóstico laboratorial do S. pyogenes. O diagnóstico da infecção é feito pelo isolamento e identificação do micro-organismo. O isolamento de S. pyogenes é facilmente obtido em placas contendo meio de ágar sangue, onde a bactéria forma colônias β-hemolíticas. A maneira mais segura e prática para identificar S. pyogenes é verificar se a amostra isolada possui o antígeno do grupo A. S. pyogenes pode ser presuntivamente identificado por ser sensível à bacitracina e hidrolisar o substrato pirrolidonil-ß-naftilamida (teste do PYR). Também foram desenvolvidos vários testes para o diagnóstico rápido das infecções por S. pyogenes. Esses testes são baseados no emprego de reagentes específicos para detectar a presença do antígeno do grupo A ou de genes espécie-específicos diretamente em espécimes clínicos, através de reações sorológicas ou de amplificação por PCR, respectivamente. O diagnóstico também pode ser feito de forma indireta. Pacientes infectados por S. pyogenes produzem anticorpos contra a estreptolisina O, hialuronidase e desoxirribonuclease.
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