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1 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 Estudo do caso Doente do sexo masculino, 40 anos, comerciante, natural e procedente de Brumado procura o ambulatório de dermatologia com queixa de lesão dolorosa na região lateral esquerda do tórax com aproximadamente 2 meses de evolução. Perguntas geradoras 1. Poderia ser um furúnculo? Foliculite? Pelo encravado? 2. Há presença de pus nessa lesão? 3. Causado por bactéria? Outra causa? 4. Característica dessa lesão? Sintomas? 5. Manipulou a lesão? Há 15 dias: pegou uma agulha, passou no fogo. Limpou a região da lesão com álcool. Furou a lesão. Relatou saída de pus. Entretanto, a lesão permaneceu. Falou: “parece que voltou a ser do mesmo jeito que era”. Perguntas geradoras 1. Infecção por bactéria? Saiu do pus? 2. Agulha nova ou usada? Foi esterilizada? 3. Que álcool ele usou? 4. Evoluiu mais rápido após furar? O exame clinico dermatológico havia na face lateral esquerda do tórax nódulo único, doloroso a palpação, com consistência mole, sinais de inflamação e presença de pústula centrada sobre a lesão. Diante do relato de uso indiscriminado de antibiótico foi realizada a colheita do material e enviado para cultura e antibiograma que posteriormente evidenciaram infecção por S. aureus. Perguntas geradoras 1. Essa bactéria é da microbiota? 2. Resistência microbiana? Quais antibióticos (ATB) ele usou? 3. Mais lesões? É recorrente Baseado no perfil de sensibilidade do antibiograma o tratamento proposto foi o uso de sulfametoxazol/trimetoprim oral de 12 em 12 horas durante 10 dias havendo regressão completa da lesão. O paciente fez uso também de mupirocina tópica na região nasal e sabonete líquido de gluconato de clorexidina (FOI UTILIZADO PARA DESCOLONIZAÇÃO). Perguntas geradoras 1. Uso da mupirocina tópica? Clorexidina? 2. Higiene? 3. Qual o intuito do uso desses medicamentos? 4. Qual mecanismo de ação do antibiótico? 5. O ATB é seletivo para uma única bactéria? Fabrício- Caso 4 2 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 O que estudar: • Focar sobre o furúnculo, o que pode causar, como manejar na pratica clínica? Como faço o diagnóstico, como faz o tratamento? O PACIENTE É DIABÉTICO, compreender a imunidade do diabético. Resposta ao estudo de caso O que é furúnculo? • É uma infecção de pele, geralmente causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que acomete o folículo piloso (pelo), a glândula sebácea e o tecido ao redor. Surge especialmente nas regiões com pelos e mais expostas à umidade, pressão e atrito, ou a substâncias gordurosas que facilitam a obstrução dos folículos pilosos. Face, pescoço, costas, axilas, coxas e nádegas são as áreas mais vulnerável (BVS, 2019). Fatores de risco • O contato físico direto com indivíduos infectados, principalmente familiares ou profissionais de saúde, é o principal fator de risco para o desenvolvimento de furunculose. • Doenças cutâneas estabelecidas, como dermatite atópica, feridas crônicas ou úlceras nas pernas, aumentam a suscetibilidade à colonização bacteriana e são mais propensas a desenvolver furunculose. A obesidade e os distúrbios hematológicos também são fatores predisponentes. No entanto, na maioria dos casos, nenhum fator predisponente convincente pode ser incriminado (IBLER, 2014). Diagnóstico • O diagnóstico de furunculose é relativamente direto. O agente microbiano pode ser identificado com esfregaços de cultura simples. Um exame clínico geral deve ser realizado e as investigações não envolvem apenas esfregaços de cultura das lesões (preferencialmente de pus ou fluidos de furúnculos flutuantes, eventualmente obtidos por incisão), mas também dos locais de transporte, como narinas e períneo. Dependendo da história, amostras de cultura dos membros da família podem ser relevantes. Sugere-se investigar a glicose na urina e no sangue ou hemoglobina glicada (HbA1c) para identificar qualquer diabetes subjacente e um hemograma completo para excluir infecção sistêmica ou outra doença interna. A avaliação imunológica pode ser considerada na doença recorrente ou sinais de doença interna. Diagnóstico diferencial • Se os nódulos estiverem localizados exclusivamente nas axilas, virilha e / ou nas regiões inframamárias, a hidradenite supurativa (HS) deve ser considerada como diagnóstico diferencial. A obtenção da história de episódios pessoais e familiares de furúnculos é importante. Nas mulheres, os sintomas intensificados associados aos períodos mensais são um sinal revelador de HS, e a HS pode, com o tempo, levar a tratos sinusais e fístulas com secreção pútrida e fétida. Outros diagnósticos diferenciais incluem reações de corpo estranho, cistos pilonidais, abscessos das glândulas de Bartholin e outros tipos de abscessos (IBLER, 2014). Manifestações Clínicas • Surge uma lesão endurecida na pele, semelhante a uma espinha, avermelhada, quente e dolorosa que se transforma em um abscesso de pus. Com o tempo, esta lesão amolece e drena o “carnegão” (uma massa de pus misturada com restos de pele). O 3 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 tamanho do furúnculo varia de acordo com a profundidade dos tecidos infectados (BVS, 2019). • Podem variar desde lesões cutâneas sem gravidade até choque séptico. O acometimento cutâneo é o mais prevalente, podendo alcançar 94% das manifestações clínicas decorrentes da infecção por essa bactéria. Os abscessos e as furunculoses são as lesões mais relatadas. Também são descritos celulite, pápulas ou nódulos eritematosos, placas com crostas (impetigo) ou ainda a combinação desses quadros clínicos (Razera et al, 2009) (IBLER, 2014). S. aureus • Staphylococcus aureus é bactéria comumente encontrada na pele e na cavidade nasal da população. Estima-se que aproximadamente 25 a 30% da população seja carreadora dessa bactéria. Os S. aureus meticilina-resistentes (MRSA, em inglês) são bactérias resistentes aos antibióticos betalactâmicos (oxacilina, penicilina e amoxicilina). Inicialmente, essas infecções estavam restritas a ambientes nosocomiais (infeção hospitalar). A partir da década de 80, foram descritos os primeiros casos de infecções por S. aureus resistentes à meticilina em pacientes que não apresentavam os fatores predisponentes reconhecidos. Esses estafilococos foram denominados de S. aureus resistentes à meticilina adquiridos na comunidade (CA-MRSA, em inglês). Os primeiros relatos de CA-MRSA isolados na América Latina foram feitos em Porto Alegre em 2002 e 2003; dos três casos relatados, dois apresentavam lesões cutâneas ou de partes moles (Santos et al, 2007). • Os Staphylococcus são cocos Gram e catalase-positivos, com aproximadamente 0,5 a 1,5 µm de diâmetro, imóveis, não- esporulados e geralmente não- encapsulados. Essa bactéria pode apresentar- se em diversas formas, que vão desde isolados, aos pares, em cadeias curtas, ou agrupados irregularmente (com aspecto semelhante a um cacho de uvas), devido à sua divisão celular, que ocorre em três planos perpendiculares. O Staphylococcus foi descrito pela primeira vez em 1880, em pus de abscessos cirúrgicos, pelo cirurgião escocês Alexandre Ogston e atualmente é um dos microorganismos mais comuns nas infecções piogênicas em todo o mundo (Santos et al, 2007).• As cepas de S. aureus crescem em meios comuns, caldo ou ágar simples, pH = 7, à temperatura ótima de 37ºC. As colônias formadas em placa, após 18-24 horas de incubação, apresentam-se arredondadas, lisas e brilhantes. A coloração dessas colônias varia desde o acinzentado até o amarelo-ouro, em que a pigmentação aumenta com o tempo de incubação prolongado, não chegando a ser formada nos casos de crescimento em condições anaeróbicas, ou na cultura em caldo. Em placas de ágar sangue, um halo de hemólise desenvolve-se em torno das colônias formadas. Outro meio importante para a identificação do S. aureus é o ágar manitol-sal, seletivo para essa espécie, uma vez que o S. aureus consegue fermentar o manitol, produzindo ácido lático. Essa espécie se desenvolve também na presença de 7,5% de NaCl, que estimula a produção de coagulase, enzima que caracteriza a espécie (Santos et al, 2007). • A distribuição de S. aureus é muito ampla, visto que essa bactéria é significativamente capaz de resistir à dessecação e ao frio, podendo permanecer viável por longos períodos em partículas de poeira. Esse microrganismo pode ser encontrado no ambiente de circulação do ser humano, sendo o próprio homem seu principal reservatório, além de 4 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 estar presente em diversas partes do corpo, como fossas nasais, garganta, intestinos e pele. Desses sítios anatômicos, as narinas possuem o maior índice de colonização, cuja prevalência é de cerca de 40% na população adulta, podendo ser ainda maior dentro de hospitais. O S. aureus encontrado nas fossas nasais ou na pele de neonatos, crianças e adultos pode, a partir desses sítios, alcançar outras regiões da pele e das mucosas. Caso as barreiras naturais, isto é, pele e mucosas, estejam comprometidas por trauma ou cirurgia, o S aureus pode se alojar no tecido e provocar uma lesão local (Santos et al, 2007). • O S. aureus também traz riscos para pacientes que fazem diálise, queimados, diabéticos e HIV-positivos, visto que pode causar diversos processos infecciosos, que variam desde infecções cutâneas crônicas (relativamente benignas) até infecções sistêmicas (potencialmente fatais). As infecções cutâneas incluem foliculite simples e impetigo, assim como furúnculos e carbúnculos, que afetam o tecido subcutâneo e produzem efeitos sistêmicos, como febre (Santos et al, 2007). • Os diferentes tipos de toxina produzidos pelo S. aureus podem induzir uma resposta imune, diferenciada para cada hospedeiro, que é responsável pelas manifestações clínicas características do processo infeccioso e que determina o grau de severidade dos sintomas sistêmicos. Podemos citar, a título de exemplo, a TSST-1 e a toxina esfoliativa estafilocócica, que podem causar as síndromes do choque tóxico e da pele escaldada (ou doença de Ritter), respectivamente, em certos pacientes, além da leucocidina de Panton-Valentine (PVL), que está associada a infecções severas de pele, furunculoses e pneumonia necrosante em crianças e jovens previamente saudáveis (Santos et al, 2007). Tratamento • No tratamento de infecções estafilocócicas, um dos problemas mais importantes parece ser a resistência à meticilina, que foi relatada pela primeira vez em 1961. S. aureus resistentes à meticilina são resistentes a todos os antibióticos lactâmicos. • O mecanismo de resistência à meticilina desenvolvido pela bactéria está relacionado com a produção de proteínas de ligação com a penicilina, as PBPs. As cepas MRSA expressam um novo tipo, a PBP2a que possui baixa afinidade a praticamente todos os antibióticos beta- lactâmicos. Esta proteína é codificada pelo gene mecA carreado por um elemento genético conhecido como cassete cromossômico estafilocócico (SCC). Existem cinco tipos de SCCmec: I, II, III, IV e V. Os três primeiros estão presentes nos MRSA hospitalares e os últimos são encontrados nos MRSA adquiridos na comunidade. Além disso o CA-MRSA possui a Panton-Valentine leucocidina uma toxina capaz de destruir os leucócitos humanos e causar necrose tecidual por meio da formação de poros na membrana celular (DE CASTRO et al, 2016). • S. aureus é o principal patógeno causador de furúnculos recorrentes. Por um lado, essa condição depende da patogenicidade dessa bactéria, mas, por outro, da capacidade do macroorganismo de se defender dela. A interação entre S. aureus e o hospedeiro pode durar muitos anos; no entanto, quando o sistema imunológico está enfraquecido, podem ocorrer furúnculos e podem aparecer sintomas de infecção (NOWICKA et al, 2019). • Outras células que participam da resposta imune contra S. aureus incluem macrófagos residentes na pele e células de Langerhans, células dendríticas mieloides e plasmocitoides, mastócitos, linfócitos T e B, células plasmáticas e células assassinas naturais (NK), bem como neutrófilos e outras células recrutadas da circulação durante a infecção (NOWICKA et al, 2019). • O manejo da furunculose recorrente é problemático e pode ser decepcionante. A incisão e a drenagem simples podem ser suficientes em lesões solitárias, mas a antibioticoterapia sistêmica pode ser necessária. S. aureus tem a capacidade de desenvolver resistência a diferentes 5 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 antibióticos, e isso é importante ter em mente ao escolher os antimicrobianos (IBLER, 2014). • Antibióticos são recomendados se a infecção de pele estiver associada a doença grave (vários locais de infecção ou progressão rápida), doença sistêmica ou comorbidades associadas ou imunossupressão, extremos de idade, abscesso em uma área de difícil drenagem (por exemplo, rosto, mão e genitália), flebite séptica associada e falta de resposta apenas à incisão e drenagem (IBLER, 2014). • As diretrizes da Infectious Diseases Society of America sugerem os seguintes antibióticos orais para cobertura empírica de CA-MRSA em pacientes ambulatoriais: CLINDAMICINA, TRIMETOPRIM-SULFAMETOXAZOL, UMA TETRACICLINA (DOXICICLINA OU MINOCICLINA) E LINEZOLIDA. 35 Se a cobertura para ambos estreptococos β- hemolíticos e CA-MRSA for desejada, as opções incluem clindamicina sozinha, ou sulfametoxazol-trimetoprima, ou uma tetraciclina em combinação com um β-lactama (por exemplo, amoxicilina) ou linezolida sozinha (IBLER, 2014). • Uso da Mupirocina tópica: é indicada para o tratamento de infecções bacterianas de pele como impetigo, foliculite e furunculose. É um agente bacteriano tópico que mostra atividade contra os micro-organismos responsáveis pela maior parte das infecções de pele, como por exemplo o Staphylococcus aureus, inclusive suas cepas resistentes a meticilina (BULA). • Para pacientes hospitalizados com infecção complicada, além de desbridamento cirúrgico e antibióticos de amplo espectro, a terapia empírica para MRSA deve ser considerada enquanto se aguarda os dados de cultura. As opções incluem vancomicina intravenosa (IV) 1 g duas vezes ao dia, linezolida oral ou IV 600 mg duas vezes ao dia, daptomicina 4 mg / kg / dose IV uma vez ao dia, telavancina 10 mg / kg / dose IV uma vez ao dia e clindamicina 600 mg IV ou oral três vezes ao dia. Um antibiótico β- lactâmico (por exemplo, cefazolina) pode ser considerado em pacientes hospitalizados com celulite não purulenta. O ajuste à terapia ativa para MRSA deve ser iniciado se houver resposta clínica insuficiente. 35Recomenda-se a terapia de sete a 14 dias, mas ela deve ser individualizada com base na resposta clínica do paciente. Pacientes hospitalizados com MRSA devem ser isolados de outros pacientes (IBLER, 2014). Diabetes • Os portadores de diabetes mellitus(DM) são em geral reconhecidos como pacientes mais vulneráveis a uma série de complicações1 de natureza metabólica e/ou de origem infecciosa, como os processos bacterianos, fúngicos e virais.2-6 Somam-se as implicações próprias da doença que, como se sabe, incluem alterações vasculares e neurológicas, que muitas vezes contribuem para agravar as condições clínicas vigentes.4 Aqui, as alterações cutâneas do DM serão subdivididas em quatro grupos: lesões fortemente associadas ao DM, infecções cutâneas, reações medicamentosas e pé diabético (Minelli et al, 2003). • Pacientes diabéticos frequentemente apresentam infecções estafilocócicas nos pés recalcitrantes e debilitantes, e isso sugere que alguns desses indivíduos possuem defeitos específicos em o sistema imunológico inato que são mal compreendidos. Estudando sobre essa complicações foi desenvolvido um modelo de infecção por S. aureus na pata traseira de camundongos NOD. A infecção experimental foi exacerbada em camundongos diabéticos https://www.dovepress.com/recurrent-furunculosis-ndash-challenges-and-management-a-review-peer-reviewed-fulltext-article-CCID#ref35 https://www.dovepress.com/recurrent-furunculosis-ndash-challenges-and-management-a-review-peer-reviewed-fulltext-article-CCID#ref35 6 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 em comparação com camundongos não diabéticos, e animais diabéticos não foram capazes de limpar a infecção durante um Período de 10 dias. Controle da glicemia mediado por insulina em camundongos diabéticos resultaram em aumento da depuração de S. aureus dos tecidos da pata traseira, semelhante ao observado e camundongos não diabéticos e C57Bl / 6. A resistência observada de camundongos com controle glicêmico se correlaciona com o fato de que pacientes diabéticos com glicose no sangue bem controlada não são mais suscetíveis a infecções bacterianas do que saudáveis indivíduos (Rich et al, 2005). Diabetes e imunidade Atualmente, a patogênese do DM2 é considerada ligada a fatores imunes inatos e adaptativos, reconhecidos como importantes componentes etiológicos no desenvolvimento da resistência à insulina (Zhou et al, 2018). IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA A imunidade inata representa uma resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores, e não se altera qualitativa ou quantitativamente após o contato. As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer – NK. Fagocitose, liberação de mediadores inflamatórios, ativação de proteínas do sistema complemento, bem como síntese de proteínas de fase aguda, citocinas e quimiocinas são os principais mecanismos na imunidade inata. Em contraposição à resposta inata, a resposta imune adaptativa depende da ativação de células especializadas, os linfócitos, e das moléculas solúveis por eles produzidas. As principais características da resposta adquirida são: especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo. Embora as principais células envolvidas na resposta imune adquirida sejam os linfócitos, as células apresentadoras de antígenos (APCs) desempenham papel fundamental em sua ativação, apresentando antígenos associados a moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major histocompatibility complex) para os linfócitos T (LT).6 A Figura 2 ilustra as diversas células que compõem o sistema imunológico. IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA NA DIABETES O progresso patológico da obesidade e do DM2, que estar intimamente ligados, a proliferação, função ou infiltração alterada dos componentes da imunidade adaptativa e da imunidade inata é crítica na progressão do DM2. A obesidade e o DM2 compartilham alterações semelhantes no compartimento das células T que podem contribuir nos distúrbios metabólicos a eles associados. Essas alterações incluem aumento do número de células T CD45 +, deslocamento de leucócitos em direção a um fenótipo pró-inflamatório e uma redução no número de células T reguladoras supressoras e células NK protetoras. UMA MAIOR SUSCETIBILIDADE A INFECÇÕES FOI OBSERVADA EM PACIENTES QUE SOFREM DE OBESIDADE E T2D, O QUE INDICA UMA DESREGULAÇÃO HOMEOSTÁTICA DE CÉLULAS T, DISFUNÇÃO DE CÉLULAS NK E POLARIZAÇÃO ANORMAL DE MACRÓFAGOS. Alterações metabólicas em pacientes que sofrem de obesidade e DM2 podem afetar ainda mais a diferenciação, função e sobrevivência dos componentes da imunidade inata e da imunidade adaptativa. As adipocinas, como a leptina, aumentam a proliferação de células T e a secreção de citocinas Th1 / Th17 e previnem a apoptose por meio da via de sinalização mTOR após a estimulação do antígeno (Zhou et al, 2018). REFERÊNCIAS: 1. http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em- saude/3040-furunculo. 2. RAZERA, Fernanda et al. CA-MRSA em furunculose: relato de caso do sul do Brasil. Anais brasileiros de dermatologia, v. 84, n. 5, p. 515-518, 2009. 3. SANTOS, André Luis dos et al. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 43, n. 6, p. 413-423, 2007. http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/3040-furunculo http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/3040-furunculo 7 IMSD53, RESUMO, Larissa Alves Fernandes. 2021.1 4. NOWICKA, Danuta; GRYWALSKA, Ewelina. Staphylococcus aureus and host immunity in recurrent furunculosis. Dermatology, v. 235, n. 4, p. 295-305, 2019. 5. IBLER, Kristina Sophie; KROMANN, Charles B. Recurrent furunculosis–challenges and management: a review. Clinical, cosmetic and investigational dermatology, v. 7, p. 59, 2014. 6. MINELLI, Lorivaldo et al . Diabetes mellitus e afecções cutâneas. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 78, n. 6, p. 735-747, Dec. 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S0365- 05962003000600010&lng=en&nrm=iso>. access on 12 Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/S0365- 05962003000600010. 7. RICH, Jeremy; LEE, Jean C. The pathogenesis of Staphylococcus aureus infection in the diabetic NOD mouse. Diabetes, v. 54, n. 10, p. 2904-2910, 2005. 8. Zhou T, Hu Z, Yang S, Sun L, Yu Z, Wang G. Role of Adaptive and Innate Immunity in Type 2 Diabetes Mellitus. J Diabetes Res. 2018 Nov 8;2018:7457269. doi: 10.1155/2018/7457269. PMID: 30533447; PMCID: PMC6250017. 9. DE CASTRO, Carlos Gustavo Carneiro et al. Furúnculo Causado por CA-MRSA-Relato de Caso. Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology, v. 74, n. 1, p. 79-81, 2016. Questões de aprendizagem: 1) Estrutura bacteriana (forma, parede e gram) 2) Crescimento microbiano (fatores, meio, fases) 3) Controle do crescimento (Nomenclatura, ações dos atbs). https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000600010 https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000600010
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