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Enfermagem em Saúde Coletiva I PARTE Saúde É um completo estado de bem estar físico mental e social, e não meramente a ausência de doença” (OMS 1948). “É um direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (Art. 196 da Constituição Brasileira, 1988) Saúde Coletiva SAÚDE COLETIVA Coletivo: “Que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas” (Aurélio). Atenção a Saúde Coletiva: “É um conjunto de ações de caráter individual e coletivo, situadas em todos os níveis de atenção do sistema de saúde voltadas para promoção da saúde, prevenção de agravos tratamento e reabilitação, centrado na qualidade de vida das pessoas e do seu meio ambiente, levando em consideração o contexto histórico /estrutural da sociedade”. SUS e seus princípios; LEI No 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências LEI No 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Fases da história natural da doença Fase Inicial (ou de suscetibilidade) – Nesta fase ainda não há doença propriamente dita, mas existe o risco de adoecer. Fase Patológica pré-clínica – a doença ainda está no estágio de ausência de sintomas, mas o organismo apresenta alterações patológicas (reação das células e tecidos aos eventos nocivos). Fase Clínica – a doença já se encontra em estágio adiantado, com diferentes graus de acometimento. Fase de incapacidade residual – a doença pode progredir para a morte, ou as alterações se estabilizam. FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA Endógenos: Fatores determinantes que, no quadro geral da ecologia da doença, são inerentes ao organismo e estabelecem a receptividade do indivíduo. • Herança genética. • Anatomia e fisiologia do organismo humano. • Estilo de vida. • Exógenos: Fatores determinantes que dizem respeito ao ambiente. • Ambiente biológico: determinantes biológicos. • Ambiente físico: determinantes físico-químicos. • Ambiente social: determinantes sócio-culturais. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES DE DOENÇAS Biológicos – bactérias e vírus Genéticos – translocação de cromossomos (síndrome de Down) Químicos – nutrientes, drogas, gases, fumo, álcool Físicos – radiação, atrito e impacto de veículos a motor Psíquicos ou psicossociais – estresse do desemprego, trabalho . Modelos biológicos do processo saúde doença Concepção mágica e sobrenatural da saúde doença:a doença como resultado da obra de demônios e espíritos malignos, os agentes de saúde neste caso são os feiticeiros e sacerdotes. Concepção empírica da saúde e da doença: os “maus ares”, “gases”; provenientes da natureza seriam a causa do desequilíbrio o homem provocando a doença. Teoria do contágio: partículas invisíveis ao ar penetram no corpo. Concepção científica: a microbiologia descobre os agentes causadores das doenças, intensificam-se nesta época estudos para o descobrimento dos antibióticos e anticépticos. Teoria multicausal: a doença como resultante de várias causas que ordenam dentro de três categorias: o agente, o hospedeiro e o meio ambiente. ✓ Agente: é um microrganismo capaz de produzir infecção ou um agravo a saúde. ✓ Hospedeiro: é todo e qualquer ser vivo que abrigue um agente em seu organismo. ✓ Meio Ambiente: meio pelo qual o micro-organismo é transmitido ao hospedeiro (sangue, semêm, ar, água, solo...). Interação do Homem com os ambientes físicos e sociais (todos as relações no ambiente) 1. O agente causal específico: bactéria, vírus, outros; 2. O reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador, apresentando ou não a doença; 3. A porta de saída: local por onde o agente causador é eliminado (boca, nariz, aparelho digestivo, etc.); 4. O modo de transmissão: maneira como o agente causador passa do doente para o sadio (novo hospedeiro); 5. A porta de entrada para o novo hospedeiro: local por onde o agente causador entra para o organismo; 6. Suscetibilidade: capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o agente causador, o que resulta ou não na ocorrência da doença. II PARTE Saúde Pública Definição “Saúde púbica é o campo de conhecimento e atividades que tem por objetivo a promoção, proteção e recuperação da saúde da comunidade, identificar e elevar os níveis de saúde da comunidade através de medidas de alcance coletivo, da motivação e participação ativa da população e da organização de seus recursos, assim como algumas práticas para conservar a saúde impedindo a instalação da doença”. Características da Saúde-pública 1. Atuação Intersetorial e Multidisciplinar: sua atuação não se reduz ao denominado “setor de saúde” - Intersetorial: setores ligados à alimentação e nutrição, ao trabalho, a habitação, ao meio ambiente, a educação, ao transporte e lazer. - Multidisciplinar: utilizam-se conhecimentos provenientes da medicina e de várias outras ciências-engenharia, odontologia, educação, administração, epidemiologia. 2. Seu trabalho realiza-se junto à comunidade 3. Atua de forma integral junto a essa comunidade, ou seja, sem a separação entre medicina preventiva e curativa. Por se tratar de ações ligadas à comunidade tem naturalmente uma ação maior na promoção e proteção da saúde. 4. Tem como característica da ação a motivação da população 5. Não é necessariamente sinônimo de ação governamental, podendo ser executada por iniciativa privada (por ex. as ONGs). Definição: promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Prevenção Primária – Proteção da Saúde Visa evitar ou remover fatores de risco ou causais antes que se desenvolva o mecanismo patológico que levará à doença. Recorre a meios dirigidos ao nível individual, a grupos selecionados ou à população em geral. Assim, espera-se a diminuição da incidência da doença pelo controle de fatores de risco ou causas associadas. Prevenção Secundária – Recuperação da Saúde Corresponde à detecção precoce de problemas de saúde em indivíduos presumivelmente doentes, mas assintomáticos para a situação em estudo. Pretende-se, ainda, que haja uma aplicação imediata de medidas apropriadas, com vista ao rápido restabelecimento da saúde ou, pelo menos, um condicionamento favorável da evolução da situação, com cura e/ou redução das conseqüências mais importantes da doença. Temos como exemplos: - rastreio dos cancros do colo do útero, da mama, da próstata, do cólon e reto. - rastreio e vigilância da pressão arterial, glicemia ou dislipidemia. Prevenção Terciária – Reabilitação da Saúde Este tipo de prevenção tem como objetivos: 1) limitar a progressão da doença, 2) evitar ou diminuir as conseqüências ou complicações da doença como as insuficiências, incapacidades, seqüelas, sofrimento ou ansiedade, morte precoce, 3) promover a adaptação do doente às conseqüências inevitáveis (situações incuráveis), 4)prevenir recorrências da doença, ou seja, controlá-la e estabilizá-la. Para atingir estes objetivos, é freqüente (e necessária) a intervenção associada da medicina preventiva e da medicina curativa. Não obstante essa situação há múltiplos exemplos de ações de caráter não médico e que é fundamental para a potenciação da capacidade funcional do indivíduo, melhoria significativa no seu bem-estar, reintegração familiar e social e até diminuição dos custos sociais e econômicos dos “estados de doença”. - realização de sessões formativo-educativas nas escolas e locais de trabalho para eliminar atitudes fóbicas em relação a indivíduos soropositivos para o HIV. - reintegração de trabalhadores na empresa que por algum tipo de incapacidade (pós- traumática, seqüelas de politraumatismos, etc.) não possam voltar a realizar o mesmo tipo de atividades.Medidas de Profilaxia e controle ligadas ao processo saúde-doença De acordo com o conceito de saúde preconizado pela OMS, as causas das doenças encontram- se na relação do homem com seu meio ambiente podendo ser estas, portanto, bastante extensas e variáveis: Agentes biológicos: podem pode chegar ao organismo transportados pela água, ar, utensílios, mosquitos Agentes físicos: calor, frio, eletricidade, radioatividade. Agentes químicos: podem contaminar o ar, água e os alimentos, causando danos ao organismo. Ambiente: iluminação, má ventilação, ruídos. Outros: alimentação, ignorância, analfabetismo, miséria, habitação inadequada, falta de lazer, tensão preocupações da vida. Dessa forma as medidas ligadas à profilaxia e controle da saúde são extremamente amplas, necessitando, portanto, de um efetivo compromisso de todos para sua conquista. III PARTE PROTEÇÃO PESSOAL Ela engloba o cuidado e preservação com o corpo, bem como a manutenção da saúde mental. São exemplos dessas medidas: banho, cuidado com os dentes, boa alimentação, imunização, lazer, atividades de relaxamento, cuidado no uso de medicações, cuidados ligados a pratica sexual, cuidados relacionados a pratica profissional (uso de EPI´s), entre outros. Investimento nas áreas da saúde e meio ambiente A fixação do homem em qualquer região está intimamente vinculada à disponibilidade quantitativa e qualitativa, da energia necessária à sua subsistência: luz solar, ar, água e alimento. Como resultado dessa utilização temos diversos tipos de resíduos, entre os quais predominam o esgoto e o lixo. Medidas ligadas ao saneamento do meio ambiente Saneamento básico é a condição essencial para o bem estar humano, oferecendo situações de produtividade e melhor atuação na vida em sociedade. Pode-se definir saneamento segundo a OMS, como sendo “O controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito nocivo sobre o seu bem estar físico, mental ou social”. PROGRAMAS DE SAÚDE DO SUS PAISA – Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto. PAISM – Programa de Atenção à Saúde da Mulher. PAISC – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança. PROSAD – Programa de Atenção à Saúde do Adolescente. PAST – Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador. PAISI – Programa de Assistência Integral à Saúde do Idoso. Conceitos Atenção básica: A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Programa de saúde da família: O PSF desenvolve, em sua rotina de trabalho, atividades com grupos nas diferentes fases da vida e conforme demanda da população local, dentre os quais podemos citar: saúde da mulher, saúde da criança, ações de vigilância epidemiológica, atenção domiciliar atividades educativas com idosos, adolescentes, hipertensos, diabéticos e desnutridos. O PSF valoriza os princípios de: ✓ Vinculação com a população; ✓ Garantia de integridade na atenção; ✓ Trabalho em equipe com enfoque interdisciplinar; ✓ Ênfase na promoção da saúde com fortalecimento das ações inter-setoriais; ✓ Estímulo à participação da comunidade. PREVENÇÃO. O que é? Prevenir é prever antes que algo aconteça e cuidar para que não aconteça; Prevenção é a ação antecipada tendo como objetivo de interceptar ou anular a evolução de uma doença; Prevenção não apenas para evitar o aparecimento de doença mais também para interromper o processo da doença que já se instalou no organismo. - Áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional: Eliminação da Hanseniase; Controle da Tuberculose; Controle da Hipertensão Arterial; Controle da Diabetes Mellitus; Eliminação da Desnutrição; Programa Nacional de Imunização; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Saúde do Idoso; Saúde Bucal.
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