Buscar

Texto de História

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluno: Matheus Segantini de Almeida
Turma: V19
E aqui eu estou, acordando mais um dia de uma mísera noite mal dormida, sequer
posso falar que dormi. Tudo é tão frio, escuro, horroroso, se eu pudesse aqui não estava
mais. Já não lembro mais quando cheguei aqui, anos já se passaram e ainda permaneço
nessa podridão, perdi amigos, minha família mesmo nem sei se ainda está viva, pressinto
que a cada minuto minha vez na fila chega mais e mais perto.
Não queria estar aqui, mas a dois anos – ou será que já se passaram três? - fui
obrigado a abandonar meus familiares para jogar este jogo de xadrez em que nesta
história, eu sou apenas mais um peão. Queria que estas pessoas vivessem em paz, pois
nós somos iguais, o que muda é apenas onde nascemos, esse preconceito todo, toda
essa fúria, tudo isso é estranho demais para mim.
O ambiente aqui é horrível, não sei se convivo com os ratos ou se são meus
companheiros, as botas molhadas, o frio intenso, o estrondoso barulho das espingardas,
metralhadoras, canhões, é tudo muito assustador. Não sei se ainda existe humanidade
nestas pessoas, pois matamos sem mesmo saber que é nosso inimigo, alegando que o
inimigo é alguém/algo maior, mas então por que eles não se resolvem entre eles?
Colocam seus povos para brigarem entre si, é muita falta de compaixão.
Minha vontade mesmo era de sair daqui, mas na minha condição acho que não
duro muito tempo, são tantas possibilidades para eu partir deste mundo, posso levar um
tiro a qualquer instante, morrer sufocado por gases que nem sei quais são, os ratos
podem me morder, o xixi deles se misturar com nossa água, a podridão dos meus ex-
companheiros ao ar livre, meu Deus, como isso findará. Apenas fechos meus olhos e
reflito todo dia ao amanhecer, “Mais um dia se foi, mas mais um dia ainda há por vir”, e
ando nesta luta diária, tentando buscar constantemente um jeito de sair desta situação,
mas sei que não é fácil, nem para mim nem para meus irmãos de consideração que lutam
juntamente comigo. É com extremo profundidade que me despeço de vocês, não sei se
conseguirei me comunicar novamente contigo.

Outros materiais