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Higiene e Biossegurança em Acupuntura Henrique Affonso O. Souza Neto henrique_acupuntura@hotmail.com Biossegurança “A BIOSSEGURANÇA é um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio-ambiente ou da qualidade de vida dos trabalhos desenvolvidos.” ◦ (Comissão de Biossegurança da Fiocruz) Biossegurança A Biossegurança envolve não apenas o acidente, mas sim todos os fatores que levaram a sua ocorrência, visando o homem e seu bem estar. Tem como objetivos reconhecer, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho Biossegurança As grandes causas de acidentes ◦ Instrução inadequada. ◦ Supervisão ineficiente. ◦ Mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ◦ Não observação de normas existentes. ◦ Práticas inadequadas. ◦ Planejamento falho. ◦ Jornada excessiva de trabalho Biossegurança Deve-se conhecer as normas e os procedimentos de segurança, para minimizar os riscos de acidentes Cabe ressaltar alguns cuidados durante a prática de Acupuntura: Na introdução das agulhas, não tocar na lâmina das mesmas, o que pode ser evitado com a utilização do tubo guia. No caso das agulhas longas chinesas deve-se utilizar luvas e gaze estéril. Na retirada das agulhas, ter atenção para evitar acidentes. As agulhas deverão ser descartadas em recipiente adequado Em caso de utilização de agulhas não descartáveis, seguir as orientações processamento de artigos re-esterelizáveis OBS: Recomenda-se a utilização de agulhas descartáveis. Biossegurança Ambiente de trabalho ◦ Consultórios amplos e arejados ◦ Metragem do local de atendimento aprox. 7,5 m2 ◦ Lavatórios/pias exclusivos para lavagem das mãos ◦ Torneiras devem ter comando do tipo que dispensem o contato das mãos, quando do seu fechamento ◦ Dispersadores de sabão líquido e provisão de papel toalha. ◦ O ambiente livre de sujeira e poeira ◦ A limpeza deverá ser feita com água e sabão e hipoclorito de sódio a 1%. ◦ Não é permitida a colocação de plantas ◦ É importante o controle da qualidade do ar Biossegurança CONTRA – INDICAÇÕES ◦ Gravidez ◦ Emergências médicas e situações cirúrgicas ◦ Tumores malignos ◦ Sangramentos ACIDENTES E REAÇÕES INDESEJÁVEIS ◦ Qualidade da agulha ◦ Posição do Paciente ◦ Desmaios Como detectar situação eminente de desmaio? ◦ Convulsões Biossegurança ACIDENTES E REAÇÕES INDESEJÁVEIS ◦ Dor Durante a penetração da agulha Depois da inserção Após a retirada da agulha ◦ Quando a agulha emperra ◦ Agulha quebrada ◦ Infecção local ◦ Queimadura durante a moxabustão ◦ Estimulação elétrica e terapia a laser Biossegurança ACIDENTES E REAÇÕES INDESEJÁVEIS ◦ Áreas que não devem ser perfuradas Fontanelas em bebês, genitália externa, mamilos, umbigo e globo ocular DANOS EM ÓRGÃOS E SISTEMAS Inserções oblíquas ou horizontais, atenção à direção e profundidade ◦ Tórax, dorso e abdômen ◦ Pulmão e pleura Penetrações profundas no tórax, costas ou fossa supraclavicular podem perfurar a pleura e pulmão Tosse, dor toráxica e dispnéia Biossegurança DANOS EM ÓRGÃOS E SISTEMAS ◦ Fígado, Baço e Rins Havendo perfuração pode ocorrer Sangramento, dor local, rigidez do abdômem ◦ Sistema nervoso central A manipulação inadequada de pontos entre as vértebras cervicais ou ao lado de uma vértebra superior Cefaléia, náuseas, redução súbita da respiração, desorientação, convulsões, paralisia, coma Paresias ou fisgadas quando da lesão no tronco nervoso ◦ Sistema circulatório Artérias ou veias puncionadas Sangramento Biossegurança DANOS EM ÓRGÃOS E SISTEMAS ◦ Pontos de acupuntura potencialmente perigosos B1, E1, VC22, E9, BP11, BP12, P9, VG16 CUIDADOS NO ATENDIMENTO ◦ Agulhas descartáveis ◦ Evitar realizar acupuntura em jejum ou sentado ◦ Evitar perfurar mamilos, umbigo, globo ocular e genitália externa ◦ Agulhas auriculares devem ser retidas por até 4 dias Biossegurança e Higiene ◦ RESÍDUOS A responsabilidade em qualquer ambiente é do gerador Resíduos de serviços de saúde são aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal ◦ Classificação Grupo A – potencialmente infectantes Saco branco leitoso com simbologia infectante Grupo B – químicos Inflamabilidade, corrosividade, reatividade e corrosidade Grupo C – rejeitos radioativos Biossegurança e Higiene ◦ Classificação Grupo D – resíduos comuns Não necessitam de processos diferenciados Quando houver reciclagem identificar pela cor Azul – papéis, amarelo – metais, verde – vidros, vermelho – plástico e marrom – resíduos orgânicos Grupo E – perfuro-cortantes Objetos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas ou agudas, capazes de cortar ou perfurar Descartados separadamente no local de geração e imediatamente após o uso Recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e identificados, baseados nas normas da ABNT NBR Devem ser encaminhados para aterros sanitário ou incineração Quando autoclavados, os resíduos devem ser acondicionados como tipo D Biossegurança e Higiene ◦ MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO Evitar a exposição a materiais com potencial de transmissão de HIV, HVB, HVC, dentre outras Adotada na manipulação de sangue, fluidos corporais, secreção, excreções, pele não íntegra e mucosas Compreendem as barreiras de proteção Higienização das mãos, imunização para hepatite B e o uso de equipamento de proteção individual (EPI) Biossegurança e Higiene Higiene das mãos ◦ Torneiras que dispensem o contato das mãos ◦ Dispensador de sabão líquido ◦ Papel toalha para secagem das mãos ◦ Microbiotia residente – remoção difícil Gram + ◦ Microbiotia transitória - remoção fácil Gram + e Gram - Biossegurança e Higiene Higiene das mãos ◦ Procedimentos utilizados Lavagem das mãos Remove a sugidade e reduz a microbiotia transitória Anti-sepsia ou degermação Elimina microbiotia transitória e reduz a residente Os anti-sépticos existem na formulação degermante (com sabão), aquoso (tópico) e alcoólico (com álcool) Para anti-sepsia da pele do paciente é recomendado a formulação aquosa ou alcoólica Biossegurança e Higiene Higiene das mãos ◦ Uso de anti-sépticos PVP-I a 10% com 1% de iodo livre ram ram Clrohexidina a 2% ou 4 % ram ram Álcool a 70% ram ram ◦ O álcool a 70% pode ser utilizado para substituir a lavagem das mão, porém o álcool não elimina a sujidade da pele e não possui ação residual. ◦ Álcool em gel ressecará menos a pele Biossegurança e Higiene Quando realizar a anti-sepsia ◦ Antes e após os cuidados e exames ◦ Antes do preparo do material ◦ Após o contato inadvertido com matéria orgânico Regras básicas ◦ Retirar adereços ◦ Unhas aparadas ◦ O uso de luva dispensa a lavagem das mão, mas as mesmas devem ser trocadas a cada procedimento Biossegurança e Higiene Utilização de EPI ◦ Luvas, capote, máscara cirúrgica, protetor ocular, sapato fechado ◦ A escolha do EPI dependerá do procedimento a ser realizado Cuidados durante a inserção das agulhas ◦ Manter o material a ser utilizado em campo estéril; ◦ A ponta da agulha deve ser mantida estéril antes da sua penetração; ◦ Após a anti-sepsia da pele dos pacientes não palpar o ponto de inserção. Biossegurança e Higiene Medidas de precaução específica ◦ Precaução aérea Quarto privativo – banheiro, pia, portas fechadas e com ventilação filtrada Tuberculose, sarampoe varicela Uso de máscara N95 – paciente ou profissional Precaução com gotículas ou perdigotos Meningite, difteria, streptococus, coqueluche, caxumba, rubéola, adenovpirus, parvovírus B19, influenzae, etc ◦ Precaução por contato Infecções de pele, diarréias infecciosas, adenovírus, vírus sincial respiratório, enterovírus, etc Biossegurança e Higiene Acidente com material biológico ◦ O profissional de saúde está constantemente exposto a patologias veiculadas por sangue ◦ AIDS, hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV) ◦ Ter atenção durante a realização dos procedimentos; ◦ Nunca utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolva materiais perfuro-cortantes; ◦ Nunca reencapar agulhas, entortá-las ou quebrá-las; ◦ Não utilizar agulhas para fixar papéis; Biossegurança e Higiene Acidente com material biológico ◦ Descartar os materiais perfuro-cortantes em recipiente específico (resistentes à perfuração e com tampa); ◦ Manter os recipientes próximos ao local de realização do procedimento; ◦ Descartar o recipiente quando 2/3 de sua capacidade for atingido. Biossegurança e Higiene Como proceder em caso de acidente ◦ Pele ◦ Mucosa ◦ Procurar imediatamente um serviço de atendimento ◦ Avaliar o risco (baixo, médio e alto) Profilaxia pós-exposição ◦ HIV O VOLUME DE SANGUE; PRESENÇA VISÍVEL DE SANGUE NO DISPOSITIVO INVASIVO; TIPO DE LESÃO (PROFUNDA / SUPERFICIAL); CALIBRE DA AGULHA; ESTÁGIO DA DOENÇA NO PACIENTE FONTE. Biossegurança e Higiene Profilaxia pós-exposição Quimioprofilaxia Teste rápido – paciente fonte Possíveis falhas Atraso no início – até 2 horas após o acidente Tempo de tratamento reduzido – manter por 30 dias Resistência do vírus ◦ HBV Vacina Imunoglobulina – até 48 horas após ◦ HVC Não há profilaxia Biossegurança e Higiene Cuidados com instrumental ◦ Classificação dos artigos Críticos – agulhas, martelo, sangrador, ventosas usadas em sangria Semi-críticos – equipamentos respiratórios e de anestesis, endoscopia, etc Não críticos – ventosa, aparelhos de pressão, etc ◦ Limpeza Remover sugidades Reduzir ou remover microorganismos Garantir a desinfecção e esterelização Preservar o material Biossegurança e Higiene Cuidados com instrumental ◦ Limpeza Anual Automática Vibração sonora, temperatura e detergentes ◦ Desinfecção Eliminação de microorganismos na sua forma vegetativa Alto nível – microorganismos, esporulados, bacilos, vírus e fungos Nível intermediário – microorganismos, bacilos, vírus e fungos Baixo nível – microorganismos, alguns vírus e fungos Biossegurança e Higiene Fatores que afetam a eficácia do desinfetante ◦ Quantidade e a localização do microorganismo presentes no artigo a ser processado ◦ Resistência de microorganismos aos germicidas – os microorganismos esporulados, e as mycobactérias, são normalmente mais resistentes aos produtos utilizados, entre as bactérias destacamos a P.aeruginosa que apresenta maior resistência aos germicidas Biossegurança e Higiene Fatores que afetam a eficácia do desinfetante ◦ Concentração e a potência do desinfetante. ◦ Fatores químicos e físicos, como temperatura, pH, umidade relativa. ◦ Presença de matéria orgânica – a reação química entre o desinfetante e a matéria orgânica, compromete a ação do produto. ◦ Tempo de exposição. Biossegurança e Higiene Desinfetantes disponíveis ◦ Álcool Etílico e isopropílico Desinfecção intermediária ◦ Quarternários de amônia Desinf. baixo nível ◦ Hipoclorito de sódio Desinf. média e baixa ◦ Glutaraldeído Desinfecção de alto nível. Biossegurança e Higiene Desinfetantes disponíveis ◦ Ácido Peracético Desinfecção de alto nível ◦ Ácido Peracético + peróxido de hidrogênio Desinfecção de alto nível ◦ Peróxido de Hidrogênio Desinfecção de alto nível
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