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1
Estruturas de Edificações
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2 Sistemas Estruturais Ilustrados
As edifi cações (ou seja, as construções relativamente 
permanentes que construímos sobre um terreno para 
fi ns habitáveis) se desenvolveram ao longo da história, 
partindo de abrigos rudimentares feitos com galhos de 
árvores, adobe e pedra até chegar às construções so-
fi sticadas atuais, construídas em concreto, aço e vidro. 
No decorrer da evolução da tecnologia da construção, 
algo que tem permanecido constante é a presença 
permanente de algum tipo de sistema estrutural capaz 
de suportar as forças da gravidade, do vento e, com 
frequência, dos terremotos.
Os sistemas estruturais podem ser defi nidos como con-
juntos estáveis de elementos projetados e construídos 
para agir como um todo no suporte e na transmissão 
seguros de cargas aplicadas ao solo, sem exceder os 
esforços permissíveis dos componentes. Ainda que as 
formas e os materiais dos sistemas estruturais tenham 
evoluído conforme os avanços tecnológicos e culturais, 
sem falar nas lições aprendidas a partir dos inúmeros 
colapsos estruturais, eles ainda são fundamentais para 
a existência de todas as edifi cações, independentemen-
te de sua escala, contexto ou uso.
A breve retrospectiva histórica que segue ilustra o 
desenvolvimento dos sistemas estruturais com o passar 
do tempo, desde as primeiras tentativas de se atender 
à necessidade humana fundamental de abrigo contra 
o sol, o vento e a chuva, até chegar aos grandes vãos 
estruturais, às grandes alturas e à complexidade cada 
vez maior da arquitetura moderna.
O período neolítico teve início com o advento da agricul-
tura (cerca de 8.500 a.C.) e entrou na primeira Idade do 
Bronze devido ao desenvolvimento das ferramentas de 
metal (cerca de 3.500 a.C.). A prática de utilizar cavernas 
como abrigo e moradia já existia há milênios e continuou 
a se desenvolver como uma forma arquitetônica, variando 
de extensões simples das cavernas naturais até templos 
e igrejas escavados na rocha, bem como cidades inteiras 
escavadas nas laterais das montanhas.
Era Neolítica: China, província do norte de Sha-
anxi. As habitações em cavernas permanecem 
até hoje.
3.400 a.C.: Os sumérios inven-
tam o tijolo de barro cozido.
Idade do Bronze
6.500 a.C.: Mehrgarh (Paquistão). 
Casas de adobe compartimentadas.
5.000 a.C.
7.500 a.C.: Catal Hüyük (Anató-
lia). Casas de adobe com pare-
des internas rebocadas.
5.000 a.C.: Banpo, China. Casas 
em forma de cabana que usam pi-
lares grossos para sustentar suas 
coberturas.
9.000 a.C.: Göbekli Tepe (Turquia). Os tem-
plos de pedra mais antigos do mundo.
ESTRUTURAS DE EDIFICAÇÕES
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1 – Estruturas de Edifi cações 3
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
2.500 a.C. 1.000 a.C.
Ainda que as habitações em cavernas permaneçam 
em várias formas e em diferentes partes do mundo, 
a maioria da arquitetura é criada através da reunião 
de materiais para defi nir os limites espaciais, além de 
fornecer abrigo, acomodar atividades, celebrar eventos 
e representar algo. As primeiras habitações consis-
tiam em estruturas rústicas de madeira com paredes 
de adobe e coberturas de fi bras vegetais (sapé). Às 
vezes, as casas eram escavadas no subsolo para se 
obter aquecimento e proteção adicionais; em outras 
ocasiões, as habitações eram elevadas sobre palafi tas 
para melhorar a ventilação em climas quentes e úmidos 
ou para serem construídas junto às margens de rios e 
lagos. O uso da madeira pesada para a sustentação de 
paredes e coberturas continuou a ser desenvolvido com 
o passar do tempo e chegou a um estado de refi namen-
to principalmente na arquitetura da China, da Coreia e 
do Japão.
3.000 a.C.: Alvastra 
(Escandinávia). Casas de 
palafi ta.
2.500 a.C.: Grande Pirâmide de Quéops, 
Egito. Até o século XIX, essa pirâmide de 
pedra era a estrutura mais alta do mundo.
1.500 a.C.: Templo de Amon em Karnak, Egito. O 
Salão Hipostilo é um perfeito exemplar de cons-
trução arquitravada em pedra (coluna e lintel).
3.000 a.C.: Os egípcios misturam pa-
lha com lama para reforçar o adobe.
1.500 a.C.: Os egípcios trabalham 
com o vidro fundido.
1.350 a.C.: A dinastia Shang (China) de-
senvolve técnicas avançadas de fundição 
de bronze.
Idade do Ferro
2.600 a.C.: Harappa e Mohenjo-daro, Vale do In-
dus, atualmente Paquistão e Índia. Tijolos cozidos 
e falsos arcos.
Século XII a.C.: Arquitetura da Dinastia 
Zhou. As mísulas salientes dos capitéis 
ajudam a sustentar os beirais.
1.000 a.C.: Capadócia, Anatólia. 
Escavações extensas formavam 
casas, igrejas e monastérios.
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
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4 Sistemas Estruturais Ilustrados
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
500 a.C. 1 d.C.
Século V a.C.: Os chineses fun-
dem o ferro.
447 a.C.: Partenon, Atenas. O Templo de Atena Niké 
é considerado um paradigma da ordem dórica.
Século IV a.C.: Os babilônios 
e os assírios usam o betume 
como argamassa de alvenaria 
de tijolo e pedra.
Século IV a.C.: Os etruscos desenvol-
vem os arcos e as abóbadas de alve-
naria. Porta Pulchra, Perúgia, Itália.
Século III a.C.: Os romanos fazem 
concreto com pozolana.
Século III a.C.: A Grande Estupa de Sanchi, 
Índia. Monumento budista de pedra cinzelada.
200 a.C.: Índia. Numerosos exem-
plos das arquiteturas budista, jai-
nista e hindu escavados na rocha.
10 a.C.: Petra, Jordânia. Tú-
mulos do palácio parcialmen-
te escavados na rocha.
70 d.C.: Coliseu, Roma, 
Itália. Anfi teatro de 
concreto-massa e 
alvenaria de tijolo 
revestido de pedra.
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
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1 – Estruturas de Edifi cações 5
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
800 d.C.
460 d.C.: Cavernas Yungang, China. Templos 
budistas escavados em penhascos de arenito.
Século II d.C.: O papel é inventado na China.
125 d.C.: O Panteon, Roma, Itália. 
Cúpula de concreto-massa com 
caixotões, a maior do mundo até 
o século XVIII.
Século III d.C.: Tikal, Guatemala. Cidade 
maia com pirâmides e palácios de pedra.
752 d.C.: Todaiji, Nara, Japão. O templo budista 
que é a maior construção de madeira do mundo. A 
reconstrução atual tem dois terços do tamanho do 
templo original.
Século VII d.C.: Arquitetura da dinastia Tang. 
Estrutura de madeira resistente a terremo-
tos, com colunas, vigas, terças e uma diver-
sidade de mísulas salientes.
532-37 d.C.: Santa Sofi a, Istambul, Turquia. Cúpula central 
sobre pendentes que permitem a transição da cúpula redonda 
para a planta quadrada. O concreto foi usado na construção 
das abóbadas e dos arcos dos pavimentos inferiores.
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6 Sistemas Estruturais Ilustrados
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
900 d.C.
1100: Chan Chan, Peru. Muros da cidadela 
feitos de adobe revestido de estuque.
Século XV: Filippo Brunelleschi desenvol-
ve a teoria da perspectiva linear.
Sempre que havia pedras disponíveis, elas eram usadas 
primeiramente para estabelecer barreiras de defesa, 
mas serviam também como paredes portantes para 
sustentar os componentes horizontais de madeira dos 
pisos e coberturas. As abóbadas e as cúpulas de alve-
naria possibilitaram elevações mais altas e vãos maio-
res, enquanto o desenvolvimento dos arcos apontados, 
das colunas fasciculadas e dos arcobotantes permitiu a 
criação de estruturas de pedra mais leves, mais abertas 
e independentes das vedações externas.
1170: O ferro fundido é produzido na 
Europa.
1056: Pagode Sakyamuni, China. Pagode de 
madeira mais antigo e edifi cação de madeira 
mais alta do mundo, com 67,0 metros de altura.
1100: Lalibela, Etiópia. Conjunto 
de igrejas monolíticas escavadas 
na rocha.
1163-1250: Catedral de Notre Dame, Paris, França. 
A estruturade pedra aparelhada utiliza arcobotan-
tes de pedra externos para transmitir o empuxo 
para baixo e para fora da cobertura e das abóbadas 
para um contraforte.
Século XI: Igreja da Abadia de Saint Philibert, 
Tournus, França. Colunas cilíndricas desadorna-
das com mais de 1,2 metro de espessura para 
sustentar a nave central espaçosa e leve.
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1 – Estruturas de Edifi cações 7
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1400 d.C. 1600 d.C.
Início do século XVI: Os alto-fornos são 
capazes de produzir grandes quantidades 
de ferro fundido.
1506-1615: Basílica de São Pedro, Roma, Itália, Donato 
Bramante, Michelangelo e Giacomo della Porta. Até 
recentemente era a maior igreja já construída, cobrindo 
uma área de 23 mil metros quadrados.
1687: Isaac Newton publica Princípios Matemáticos da Filosofi a Na-
tural, que descreve a gravitação universal e as três leis da dinâmica, 
lançando as bases da mecânica clássica.
Já no início do século VI d.C., as principais arcadas de 
Santa Sofi a, em Istambul, incorporaram barras de ferro 
como tirantes. Durante a Idade Média e a Renascença, 
o ferro foi usado em elementos tanto decorativos como 
estruturais (como tarugos, grampos e tensores), para 
reforçar as estruturas de alvenaria. Somente no século 
XVIII, porém, os novos métodos de produção permitiram 
a manufatura de ferro forjado e fundido em quantidades 
sufi cientes para que fossem usados como materiais 
estruturais nas estruturas em esqueleto de estações fer-
roviárias, mercados e outras edifi cações de uso público. 
Das paredes e pilares de pedra maciça se passa para as 
estruturas mais leves de ferro e aço.
Século XIII: Catedral de Florença, Itália. Filippo Brunelleschi projetou 
a cúpula com duas cascas apoiada sobre um tambor, de forma a 
permitir uma construção sem a necessidade de um cimbre apoiado 
no chão.
1638: Galileu publica seu primeiro livro, Os Discursos e as Demons-
trações Matemáticas Relacionados a Duas Novas Ciências, sendo 
que as duas ciências em questão se referem à resistência dos mate-
riais e à dinâmica dos objetos.
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8 Sistemas Estruturais Ilustrados
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1700 1800
Final do século XVIII e início do século XIX: A Re-
volução Industrial provoca mudanças signifi cativas 
na agricultura, na manufatura e no transporte, 
alterando o ambiente socioeconômico e cultural da 
Grã-Bretanha e outras regiões do mundo.
1801: Thomas Young estuda 
a elasticidade e dá seu nome 
ao módulo de elasticidade.
1779: Bry Higgins patenteia o cimento hi-
dráulico para uso em rebocos externos.
1738: Daniel Bernoulli associa a 
velocidade e a pressão dos fl uidos.
1778: Joseph Bramah patenteia 
uma bacia sanitária prática.
1735: Charles Maria de la Condamine 
descobre a borracha na América do Sul.
1711: Abraham Darby produz um ferro de alta 
qualidade fundido com coque e moldado em areia.
A calefação central foi adotada de maneira generalizada 
no início do século XIX, quando a Revolução Industrial 
resultou no aumento das edifi cações usadas para fi ns in-
dustriais, residenciais e de serviços.
1777-1779: Ponte de Ferro de Coal-
brookdale, Inglaterra. T. M. Pritchard.
1797: Tecelagem de linho Ditherington, Shrews-
bury, Inglaterra, William Strutt. A edifi cação com 
estrutura de aço mais antiga do mundo, com 
estrutura independente de pilares e vigas de 
ferro fundido.
1653: Taj Mahal, Agra, Índia. Mausoléu de mármore com cúpula 
branca jônica, construído em memória de Mumtaz Mahai, esposa 
do Imperador mogol, o Xá Jahan.
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1 – Estruturas de Edifi cações 9
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1860
1824: Joseph Aspdin paten-
teia a manufatura do cimento 
Portland.
1827: George Ohm formula sua lei que 
relaciona a corrente, a voltagem e a 
resistência.
Há evidências de que os chineses usaram uma mistura 
de cal e cinzas vulcânicas para construir as pirâmides 
de Shaanxi há milhares de anos, mas foram os romanos 
que desenvolveram o concreto hidráulico com uma 
cinza vulcânica (pozolana) semelhante ao concreto 
moderno feito com cimento Portland. A formulação 
do cimento Portland por Joseph Aspdin em 1824 e a 
invenção do concreto armado, atribuída a Joseph-Louis 
Lambot em 1848, estimularam o uso do concreto em 
estruturas arquitetônicas.
1853: Elisha Otis introduz o elevador de 
segurança para evitar a queda da cabina 
em caso de rompimento do cabo. O pri-
meiro elevador Otis foi instalado em Nova 
York em 1857.
1850: Henry Waterman inventa o elevador.
1867: Joseph Monier pa-
tenteia o concreto armado.
1855: Alexander Parkes patenteia 
o celulóide, o primeiro material de 
plástico sintético.
1851: Palácio de Cristal, Hyde Park, 
Londres, Inglaterra, John Paxton. 
Unidades pré-fabricadas de ferro for-
jado e vidro foram usadas para criar 
um espaço de exposições com mais 
de 90 mil metros quadrados.
1868: Estação Saint Pancras, Londres, Inglaterra, William 
Barlow. Arcos treliçados com tirantes abaixo do pavimento 
térreo para resistir ao empuxo para fora.
A manufatura de aço moderna teve início em 1856, quando 
Henry Bessemer descreveu um processo relativamente barato 
para a produção do aço em larga escala.
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10 Sistemas Estruturais Ilustrados
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1875 1900
1896: Pavilhão da Rotunda, Exposição Industrial e Artística de Toda a 
Rússia, Nizhny Novgorod, Vladimir Shukhov. A primeira estrutura ten-
sionada em malhas de cabo de aço do mundo.
1881: Charles Louis Strobel padroniza os per-
fi s laminados de ferro forjado e os vínculos 
rebitados.
1889: Torre Eiffel, Paris, França, Gustave Eiffel. 
A torre substituiu o Monumento a Washington 
como a estrutura mais alta do mundo – título que 
reteve até a construção do Edifício Chrysler em 
Nova York, no ano de 1930.
1884: Edifício Home Insurance, Chicago, 
Estados Unidos, William Le Baron Jenney. 
A estrutura de aço e ferro fundido com 
10 pavimentos sustenta a maior parte do 
peso dos pisos e das paredes externas.
1898: Piscina Coberta Pública, Gebweiler, 
França, Eduard Züblin. Estrutura abobadada 
de concreto armado que consiste em cinco 
pórticos indeformáveis com cascas fi nas 
conectando cada pórtico.
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1 – Estruturas de Edifi cações 11
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1940
1919: Walter Gropius 
funda a Bauhaus.
1928: Eugène Freyssinet inven-
ta o concreto protendido.
1903: Alexander Graham Bell faz experimentos com as formas 
estruturais espaciais, levando ao desenvolvimento posterior das 
treliças espaciais por Buckminster Fuller, Max Mengeringhausen e 
Konrad Wachsmann.
1913: Jahrhunderthalle (Salão do Centenário), Breslau, Alemanha, Max Berg. 
Estrutura de concreto armado, incluindo uma cúpula com 65 metros de diâ-
metro, que infl uenciou o uso do concreto no fechamento de grandes espaços 
para uso público.
1922: Planetário, Jena, Alemanha, Walter 
Bauerfeld. Primeira cúpula geodésica con-
temporânea, derivada de um icosaedro.
1931: Edifício Empire State, Nova York, Estados 
Unidos, Shreve, Lamb e Harmon. O edifício mais 
alto do mundo até 1972.
1903: Edifício Ingalls, Cincinnati, 
Ohio, Estados Unidos, Elzner & 
Anderson. Primeiro arranha-céu 
de concreto armado.
443 m
Com o advento dos aços aperfei-
çoados e das técnicas de análise de 
esforços computadorizadas, as estru-
turas de aço se tornaram mais leves 
e seus vínculos mais complexos, 
permitindo uma grande variedade de 
formatos estruturais.
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12 Sistemas Estruturais Ilustrados
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1955: Desenvolve-se o uso comercial de compu-
tadores.
1973: A elevação dos preçosdo petróleo estimula a 
pesquisa de fontes alternativas de energia, fazendo 
com que a conservação de energia se torne um elemen-
to importantíssimo para o projeto de arquitetura.
1950 1975
1972: Arena Olímpica de Natação, Munique, Alemanha, Frei Otto. Os 
cabos de aço foram combinados com membranas de lona para criar 
uma estrutura extremamente leve, capaz de vencer grandes vãos.
1943-59: Museu Guggenheim, Nova York, Estados Unidos, Frank Lloyd Wright.
1961: Arena Olímpica, Tóquio, Japão, Kenzo Tan-
ge. A maior estrutura de cobertura suspensa do 
mundo na época da construção; seus cabos de 
aço são suspensos por dois pilares de concreto 
armado.
1960: Palazzo dello Sport (Palácio do Esporte), Roma, Itália, 
Pier Luigi Nervi. Cúpula de concreto armado nervurada com 
100 metros de diâmetro, construída para os Jogos Olímpicos 
de Verão de 1960.
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1 – Estruturas de Edifi cações 13
UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
750 m
600 m
450 m
300 m
150 m
1998: Torres Petronas, Kuala Lumpur, Malásia, 
Cesar Pelli. Os edifícios mais altos do mundo até a 
construção do Taipei 101, em 2004.
2004: Taipei 101, Taiwan, C. Y. Lee & Partners. 
Um edifício com estrutura de concreto e aço 
que utiliza um atenuador 
dinâmico de massa 
sintonizado.
Início em 2004: Burj Dubai, Emirados Árabes 
Unidos, Adrian Smith & SOM. É atualmente o 
edifício mais alto do mundo.
2000
1973: Casa de Ópera de Sydney, Austrália, Jørn Utzon. Suas famosas cascas de coberturas consistem em ner-
vuras de concreto pré-fabricadas e solidarizadas por uma capa de concreto moldado in loco.
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14 Sistemas Estruturais Ilustrados
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
A retrospectiva histórica apresentada nos dá uma ideia 
não apenas da evolução dos sistemas estruturais, mas 
da importância que eles tiveram, e continuam a ter, 
para o projeto de arquitetura. A arquitetura engloba 
qualidades estéticas inefáveis, porém sensíveis, que 
resultam da união do espaço, da forma e da estrutura. 
Ao fornecer a sustentação para outros sistemas de uma 
edifi cação e para nossas atividades, um sistema estru-
tural viabiliza o formato e a forma de uma edifi cação e 
de seus espaços – assim como nosso esqueleto dá for-
ma ao nosso corpo e sustenta nossos órgãos e tecidos. 
Logo, quando falamos de estruturas arquitetônicas, 
estamos nos referindo aos elementos que se unem com 
a forma e com o espaço de maneira coerente.
Portanto, o projeto de uma estrutura arquitetônica 
envolve mais do que o dimensionamento adequado de 
qualquer elemento ou componente único, ou mesmo 
o projeto de qualquer vínculo estrutural específi co. 
Não se trata simplesmente de equilibrar e solucionar 
os esforços. Pelo contrário: exige-se a maneira pela 
qual a confi guração e a escala geral dos elementos 
estruturais, dos vínculos e das conexões encapsulam 
uma ideia arquitetônica, reforçam a forma estrutural e 
a composição espacial de um projeto proposto, e per-
mitem sua construtibilidade. Isso, então, demanda uma 
compreensão da estrutura como um sistema de partes 
interconectadas e inter-relacionadas, e um entendimen-
to dos tipos genéricos de sistemas estruturais, além 
da análise da capacidade de certos tipos de elementos 
estruturais e de seus vínculos.
Corte
Planta baixa do 
pavimento térreo
Esquema da estruturaO terreno e o contexto
Edifício do Parlamento, Chandigarh, Índia, 1951-63, Le Corbusier.
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1 – Estruturas de Edifi cações 15
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Para que possamos compreender o impacto dos siste-
mas estruturais no projeto de arquitetura, devemos ter 
ciência de como eles se relacionam com o conceito, 
com a experiência e com o contexto da edifi cação.
• A composição formal e espacial.
• A defi nição, a escala e as proporções dos volumes e 
dos espaços.
• As características das confi gurações, formas, 
espaços, luz, cor, textura e padrões.
• A organização das atividades humanas conforme sua 
escala e dimensão.
• O zoneamento funcional dos espaços de acordo com 
a atividade-fi m e o uso.
• A acessibilidade e as rotas de circulação horizontais 
e verticais dentro da edifi cação.
• A consideração das edifi cações como componentes 
integrais dentro do ambiente natural e construído.
• As características sensoriais e culturais do lugar.
As próximas seções deste capítulo descrevem em 
linhas gerais os principais aspectos dos sistemas es-
truturais que sustentam, reforçam e, em última análise, 
dão forma a uma ideia de arquitetura.
Iluminação natural
Diagrama compositivo
Estrutura de sustentação da organização espacial Estrutura de sustentação da ideia formal
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16 Sistemas Estruturais Ilustrados
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Intenção formal
O sistema estrutural pode se relacionar ao projeto 
arquitetônico de três maneiras fundamentais. Essas 
estratégias fundamentais são:
• Exposição da estrutura
• Ocultação da estrutura
• Destaque da estrutura
Exposição da estrutura
Historicamente, os sistemas com paredes portantes 
de alvenaria de pedra e tijolo dominaram a arquitetura 
até o advento da construção em ferro e aço, no fi nal 
do século XVIII. Esses sistemas estruturais também 
funcionavam como os principais sistemas de vedação 
externa, e, consequentemente, expressavam a forma da 
arquitetura – em geral, de maneira objetiva e direta.
As modifi cações formais que eram feitas geralmente 
resultavam da modelagem ou do entalhe do material 
estrutural, de maneira a criar elementos por adição, 
vazios por subtração ou relevos no interior da massa da 
estrutura.
Até na era moderna há exemplos de edifi cações que 
exibem seus sistemas estruturais (sejam eles de ma-
deira, aço ou concreto) e os utilizam de maneira efi caz 
como os principais “criadores” da forma arquitetônica.
Planta baixa
Igreja de São Sérgio e São Baco, Istambul, Turquia, 
527-36 a.C.. Os otomanos converteram essa igreja 
ortodoxa oriental em uma mesquita. Essa igreja inclui 
uma planta com cúpula centralizada, e muitos acredi-
tam que tenha servido como modelo para Santa Sofi a.
Corte
Centro Le Corbusier / Pavilhão Heidi Weber, Zurique, Suíça, 1965, 
Le Corbusier. Uma estrutura de aço em forma de guarda-sol paira 
sobre uma estrutura independente de aço modulada, com late-
rais compostas por painéis e vidros de aço esmaltado.
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1 – Estruturas de Edifi cações 17
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Ocultação da estrutura
Nessa estratégia, o sistema estrutural é ocultado ou obs-
curecido pelo revestimento externo e pela cobertura da 
edifi cação. Algumas razões para a ocultação da estrutura 
são práticas (como o revestimento dos elementos estru-
turais para torná-los resistentes ao fogo) ou contextuais 
(quando a forma externa desejada difere das necessida-
des espaciais internas). No último caso, a estrutura pode 
organizar os espaços internos, enquanto a forma da pele 
externa responde ao terreno ou a outros condicionantes.
O projetista talvez opte pela liberdade de expressão 
quando se trata da pele, sem considerar como o sis-
tema estrutural possa ajudar ou afetar as decisões 
formais. Por outro lado, o sistema estrutural pode ser 
obscurecido por pura negligência, e não de maneira in-
tencional. Em ambos os casos, surgem questões legíti-
mas sobre o projeto, pois não se sabe se ele resulta de 
uma intenção, se é acidental, proposital ou, em último 
caso, se decorre da falta de cuidado.
Orquestra Filarmônica, Berlim, Alemanha, 1960-63, 
Hans Scharoun. Um exemplo do movimento expres-
sionista, essa sala de concertos tem uma estrutura 
assimétrica com cobertura de concreto semelhante 
a uma tenda e um palco centralizado em relação às 
arquibancadas.Sua aparência externa é subordinada às 
exigências acústicas e funcionais da sala de concertos.
Museu Guggenheim, Bilbao, Espanha, 1991-97, Frank 
Gehry. Uma novidade quando concluído, esse museu de 
arte contemporânea é famoso por suas formas escultóri-
cas revestidas de chapas de titânio. Ainda que seja difícil 
compreendê-lo nos termos da arquitetura tradicional, a 
defi nição e a construtibilidade das formas aparentemente 
aleatórias se tornaram possíveis devido ao uso dos apli-
cativos CATIA, uma suíte integrada do CAD (Computer 
Aided Design, ou Projeto Assistido por Computador), CAE 
(Computer Aided Engineering, ou Engenharia Assistida 
por Computador) e CAM (Computer Aided Manufacturing, 
ou Manufatura Assistida por Computador).
Planta baixa do nível inferior
Corte
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18 Sistemas Estruturais Ilustrados
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Destaque da estrutura
Em vez de fi car meramente exposto, o sistema estrutu-
ral pode ser explorado como uma característica do pro-
jeto, celebrando a forma e a materialidade da estrutura. 
O aspecto geralmente exuberante das estruturas em 
casca e membrana faz com que elas sejam as candida-
tas mais adequadas para essa categoria.
Também existem estruturas que dominam pela força 
pura utilizada para expressar a maneira como lidam 
com os esforços que agem sobre elas. Esses tipos de 
estruturas geralmente se tornam ícones devido à sua 
imagem impressionante. Dentre os exemplos, desta-
cam-se a Torre Eiffel e a Ópera de Sidney.
Para determinar se uma edifi cação tira partido ou não 
de sua estrutura, precisamos diferenciar com cuidado 
a expressão estrutural das formas expressivas que não 
são realmente estruturais, mas apenas aparentam ser.
Los Manantiales, Xochimilco, México, 1958, Félix 
Candela. A estrutura de concreto em casca é for-
mada por uma série de paraboloides hiperbólicos, 
interseccionados numa planta baixa radial.
Capela da Academia da Força Aérea, Colorado Springs, 
Colorado, Estados Unidos, 1956-62, Walter Netsch/
Skidmore, Owings e Merril. A estrutura ascendente, 
composta por 100 tetraedros idênticos, desenvolve a 
estabilidade através da triangulação das unidades estru-
turais individuais, além dos volumes triangulares.
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1 – Estruturas de Edifi cações 19
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Terminal Principal, Aeroporto Internacional Dulles, Chantilly, 
Virgínia, Estados Unidos, 1958-62, Eero Saarinen. Cabos em 
catenária, suspensos entre duas longas colunatas inclinadas 
para fora e com colunas de seção variável, sustentam uma 
bela casca de concreto curva que nos remete à ideia de voar.
Banco HSBC, Hong Kong, China, 1979-85, Norman Foster. Oito 
grupos de quatro colunas de aço revestidas de alumínio se 
erguem e sustentam cinco megatreliças planas em forma de 
cabide, às quais estão atirantadas as lajes de piso de todos os 
pavimentos.
Planta baixa parcialElevação e planta baixa esquemática da estrutura
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20 Sistemas Estruturais Ilustrados
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Composição espacial
A forma de um sistema estrutural e o padrão de seus ele-
mentos de transferência de cargas e cobertura podem se 
relacionar com o leiaute espacial e com a composição do 
projeto de duas maneiras fundamentais. A primeira trata 
da correspondência entre a forma do sistema estrutural e 
a forma da composição espacial. A segunda consiste num 
encaixe menos rígido, no qual a forma e o padrão estruturais 
permitem mais liberdade ou fl exibilidade no leiaute espacial.
Correspondência
Quando há uma correspondência entre a forma estrutural e a 
composição espacial, o padrão dos sistemas de transferên-
cia de cargas e cobertura talvez determine a disposição dos 
espaços no interior de uma edifi cação, ou o leiaute espacial 
talvez sugira um tipo específi co de sistema estrutural. O que 
vem primeiro no processo de elaboração do projeto?
Em casos ideais, consideramos que tanto o espaço como a 
estrutura determinam a forma arquitetônica. No entanto, 
a composição dos espaços conforme as necessidades e os 
desejos costuma preceder a refl exão referente à estrutura. 
Por outro lado, às vezes a forma estrutural pode ser a força 
motriz do processo de elaboração do projeto.
De qualquer maneira, os sistemas estruturais que determi-
nam um padrão espacial com tamanhos e dimensões espe-
cífi cos, ou mesmo um padrão de uso, talvez não viabilizem 
a fl exibilidade necessária para usos ou adaptações futuros.
Diagramas estruturais e espaciais na planta baixa e no corte. Casa do Fascismo, Como, Itália, 1932-35, Giuseppe Terragni.
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1 – Estruturas de Edifi cações 21
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
Contraste
Sempre que há uma falta de correspondência entre a 
forma estrutural e a composição espacial, qualquer um 
dos fatores pode ser o dominante. A estrutura talvez seja 
grande o bastante para proteger ou abarcar uma série de 
espaços dentro de seu volume, ou a composição espacial 
talvez domine uma estrutura internalizada. Um sistema 
estrutural irregular ou assimétrico é capaz de criar uma 
vedação externa para uma composição espacial mais regu-
lar; por outro lado, uma grelha estrutural talvez forneça um 
conjunto ou uma rede uniforme de pontos contra os quais 
uma composição espacial mais livre pode ser calibrada ou 
contrastada.
Uma distinção entre o espaço e a estrutura talvez seja 
necessária para fazer com que o leiaute seja fl exível, para 
permitir o crescimento e a ampliação, para tornar visível a 
identidade dos diferentes sistemas e instalações da edifi -
cação, ou para expressar as diferenças entre as necessida-
des, os desejos e as relações internas e externas.
Sala Sinopoli, Parque da Música, Roma, Itália, 1994-2002, 
Renzo Piano. Uma estrutura secundária sustenta a cober-
tura revestida de folhas de chumbo e projetada de forma a 
reduzir o ingresso de ruídos externos no auditório, enquan-
to a estrutura principal sustenta as superfícies internas em 
cerejeira, que podem ser reguladas para melhorar o desem-
penho acústico do espaço.
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22 Sistemas Estruturais Ilustrados
SISTEMAS ESTRUTURAIS
Os sistemas podem ser defi nidos como um conjunto 
de partes inter-relacionadas ou interdependentes que 
formam um todo mais complexo e unifi cado, servindo a 
um fi m comum. As edifi cações podem ser vistas como 
uma materialização de vários sistemas e subsistemas 
que precisam, necessariamente, estar relacionados, co-
ordenados e integrados entre si, e também com a forma 
dimensional e com a organização espacial do prédio 
como um todo.
O sistema estrutural de uma edifi cação, em particu-
lar, é formado por um conjunto estável de elementos 
estruturais, projetados e construídos para sustentar e 
transmitir as cargas impostas até o solo de maneira 
segura, sem exceder os esforços permissíveis de seus 
elementos. Cada elemento estrutural possui caracterís-
ticas únicas e se comporta de maneira única sob cargas 
impostas. Contudo, antes que os elementos e compo-
nentes estruturais possam ser isolados para fi ns de es-
tudo e resolução, é importante que o projetista entenda 
como o sistema estrutural acomoda e sustenta, de 
maneira holística, as formas, os espaços e as relações 
programáticas e contextuais do projeto arquitetônico.
Independentemente do tamanho e da escala da edifi -
cação, seu sistema estrutural contém sistemas físicos 
de estrutura e vedação que defi nem e organizam suas 
formas e espaços. Esses elementos, por sua vez, podem 
ser divididos em subestrutura e superestrutura.
Subestrutura
A subestrutura é a divisão inferior de uma edifi cação 
(suas fundações), construída parcial ou completamen-
teabaixo da superfície do solo. Sua função primária 
consiste em sustentar e ancorar a superestrutura, além 
de transmitir suas cargas para o solo com segurança. 
Uma vez que funciona como um vínculo crítico para a 
distribuição e a resolução das cargas da edifi cação, o 
sistema de fundações (mesmo que, em geral, não fi que 
à vista) deve ser projetado para acomodar a forma e o 
leiaute da superestrutura, e também para responder 
às condições variáveis do solo, das rochas e da água 
subterrâneas.
As principais cargas impostas sobre a fundação con-
sistem numa combinação das cargas mortas (peso 
próprio) e das cargas acidentais (ou de serviço), que 
agem verticalmente sobre a superestrutura. Além disso, 
o sistema de fundação deve ancorar a superestrutura 
contra oscilações provocadas pelo vento, tombamento 
e pressões ascendentes ou sucção do vento suportar 
movimentos súbitos do solo em caso de terremoto e de 
resistir à pressão imposta pela água do lençol freático e 
pela massa do solo lateral sobre as paredes do subsolo. 
Em alguns casos, o sistema de fundação precisa resistir 
também ao empuxo das estruturas tensionadas ou com 
arcos.
Solo ou rochas de sustentação
S
u
p
e
re
st
ru
tu
ra
S
u
b
e
st
ru
tu
ra
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1 – Estruturas de Edifi cações 23
SISTEMAS ESTRUTURAIS
O terreno e o contexto de uma edifi cação infl uenciam o tipo de 
subestrutura selecionada e, consequentemente, o padrão espacial 
projetado.
• Relação com a superestrutura: O tipo e o padrão dos elementos 
de fundação exigidos infl uenciam, ou até determinam, o leiaute 
dos apoios da superestrutura. Para a efi ciência estrutural, 
sempre que possível é preciso manter a continuidade vertical 
na transmissão de cargas.
• Tipo de solo: A integridade da estrutura de uma edifi cação 
depende, em última análise, da estabilidade e da resistência 
sob carregamento do solo ou rocha sob a edifi cação. A 
capacidade de carregamento do solo ou rocha pode, portanto, 
limitar o dimensionamento de uma edifi cação ou exigir 
fundações mais profundas.
• Relação com a topografi a: As características topográfi cas 
de um terreno possuem implicações e consequências tanto 
ecológicas como estruturais, exigindo que todas as implantações 
considerem os padrões de escoamento naturais, as condições 
que podem acarretar o alagamento, a erosão ou o recalque, e as 
providências a serem tomadas para a proteção do hábitat.
Fundações superficiais
As fundações superfi ciais são usadas sempre que um solo estável 
e com capacidade de carregamento adequada estiver relativa-
mente perto da superfície. Elas são colocadas diretamente sob a 
parte mais baixa de uma subestrutura, e transferem as cargas da 
edifi cação diretamente para o solo de apoio, por meio da pressão 
vertical. As fundações superfi ciais podem assumir uma das for-
mas geométricas a seguir:
• Pontuais: sapatas
• Em linha: muros de arrimo e sapatas corridas
• Planas: radiers – lajes de concreto espessas e extremamente 
armadas, que atuam como uma única sapata monolítica para 
vários pilares ou uma edifi cação inteira – são usados sempre 
que a capacidade de carregamento permissível de um solo de 
fundação é baixa em relação às cargas da edifi cação, e quando 
as sapatas dos pilares internos se tornam tão grandes que é 
mais econômico fundi-las numa laje única. Os radiers podem ser 
enrijecidos por meio de uma grelha de nervuras, vigas ou paredes.
Fundações profundas
As fundações profundas são formadas por tubulões ou estacas 
cravadas que descem em um solo inadequado para transferir as 
cargas da edifi cação até um estrato rochoso com capacidade de 
carregamento mais adequada, ou areias densas e pedras bem 
abaixo da superestrutura.
O tamanho de uma sapata é 
determinado por sua carga e pela 
capacidade de carregamento do 
solo de apoio.
Sapatas
Radiers
Sapatas corridas
Fundações profundas
Apoio direto
Fr
ic
çã
o 
do
 s
ol
o
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24 Sistemas Estruturais Ilustrados
SISTEMAS ESTRUTURAIS
Superestrutura
A superestrutura, ou o comprimento vertical da edifi cação 
acima das fundações, é formada pelas vedações externas 
e pela estrutura interna que defi ne a forma da edifi cação, 
bem como por seu leiaute e sua composição espaciais.
Pele
A pele ou vedação externa de uma edifi cação (composta 
pela cobertura e pelas paredes externas, janelas e portas) 
fornece proteção e abrigo para os espaços internos da 
edifi cação.
• A cobertura e as paredes externas protegem os espaços 
internos contra os rigores do clima, e também controlam 
a umidade, o calor e o fl uxo de ar através das diversas 
camadas de uma construção.
• As paredes externas e a cobertura também reduzem os 
ruídos e proporcionam segurança e privacidade para os 
usuários da edifi cação.
• As portas possibilitam o acesso físico.
• As janelas fornecem o acesso da luz, do ar e das vistas.
Estrutura
O sistema estrutural é necessário para sustentar a pele da 
edifi cação, bem como seus pisos internos e paredes exter-
nas e internas; além disso, transfere as cargas impostas 
para a subestrutura.
• Os pilares, as vigas e as paredes portantes sustentam as 
estruturas do piso e do telhado.
• As estruturas de piso são as bases planas e niveladas 
do espaço interno que sustentam nossas atividades 
internas e o mobiliário.
• As paredes estruturais internas e as paredes internas 
não portantes subdividem o interior da edifi cação em 
unidades espaciais (cômodos).
• Os elementos que resistem aos esforços laterais são 
lançados para fornecer estabilidade lateral.
No processo de construção, a superestrutura se eleva 
a partir da subestrutura, seguindo o mesmo caminho 
utilizado para transmitir suas cargas.
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1 – Estruturas de Edifi cações 25
SISTEMAS ESTRUTURAIS
A intenção formal de um projeto de arquitetura pode 
ser sugerida ou determinada pelo terreno e pelo con-
texto, pelo programa e pela função, ou pelos objetivos e 
pelo signifi cado. Além de considerar as opções formais 
e espaciais, também devemos contemplar nossas 
opções estruturais (a palheta de materiais, os tipos de 
apoios e elementos horizontais, e os sistemas de re-
sistência aos esforços laterais). Essas escolhas são ca-
pazes de infl uenciar, sustentar e reforçar as dimensões 
formais e espaciais de um projeto.
• Tipo de sistema estrutural
• Leiaute e padrão dos apoios
• Vãos vencidos e proporções
• Tipos de sistemas de vencimento de vãos
• Sistemas de travamento lateral (contraventamento)
• Palheta de materiais estruturais
Numa etapa posterior do processo de elaboração do 
projeto, também será preciso investigar a forma e a 
dimensão dos componentes estruturais, além dos deta-
lhes das conexões. Porém, as decisões de larga escala 
supracitadas vêm em primeiro lugar, uma vez que deter-
minam a direção e estabelecem os parâmetros para o 
desenvolvimento do projeto e dos detalhes.
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26 Sistemas Estruturais Ilustrados
SISTEMAS ESTRUTURAIS
Tipos de sistemas estruturais
Considerando uma atitude específi ca em relação à função 
expressiva do sistema estrutural e da composição espacial 
desejada, é possível fazer escolhas adequadas para um 
sistema estrutural desde que entendamos os atributos 
formais que os vários sistemas desenvolvem ao responder 
aos esforços impostos e ao redirecionar essas solicitações 
para suas fundações.
• As estruturas de massa ativa redirecionam as forças 
externas principalmente através do volume e da 
continuidade do material, como vigas e pilares.
• As estruturas de vetor ativo redirecionam as forças 
externas principalmente através da composição dos 
elementos de tração e compressão, como uma treliça.
• As proporções dos elementos estruturais(como paredes 
portantes, lajes de piso e de cobertura, abóbadas e 
cúpulas) nos fornecem evidências visuais de suas 
funções dentro do sistema estrutural, bem como da 
natureza de seu material. Uma parede de alvenaria, que 
é resistente à compressão, mas relativamente fraca 
em termos de fl exão, será mais espessa do que uma 
parede de concreto armado exercendo a mesma função. 
Um pilar de aço é mais fi no do que um pilar de madeira 
suportando a mesma carga. Uma laje de concreto 
armado de 10,0 centímetros, por exemplo, vencerá um 
vão superior ao vencido por um tablado de madeira com 
a mesma espessura.
• As estruturas de superfície ativa redirecionam as forças 
externas principalmente ao longo da continuidade de uma 
superfície, como uma estrutura em lâmina ou casca.
• As estruturas de forma ativa redirecionam as forças 
externas principalmente através da forma de 
seu material, como um sistema em arco ou cabo.
• Para fi ns de estabilidade, as estruturas dependem 
menos do peso e da rigidez dos materiais, e mais de sua 
geometria, como ocorre com as estruturas em membrana 
e as treliças espaciais. Nesse caso, os elementos fi carão 
cada vez mais fi nos até perder sua capacidade de gerar a 
escala e a dimensão de um espaço.
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1 – Estruturas de Edifi cações 27
SISTEMAS ESTRUTURAIS
Análise e projeto da estrutura
Antes de se passar para a discussão do projeto da estru-
tura, talvez seja útil estabelecer uma distinção entre o 
projeto estrutural e a análise estrutural. A análise estru-
tural busca determinar a capacidade de uma estrutura, 
ou qualquer dos elementos que a constituem, sejam eles 
existentes ou pressupostos, de transmitir com segurança 
um determinado conjunto de cargas sem sobrecarregar 
os materiais ou provocar deformações excessivas, consi-
derando o arranjo, o formato e as dimensões dos elemen-
tos, os tipos de vínculos e apoios utilizados e os esforços 
permissíveis dos materiais utilizados. Em outras palavras, 
a análise estrutural ocorre somente com uma estrutura 
específi ca e com certas condições de carregamento.
O projeto de estruturas, por outro lado, se refere ao 
processo de distribuir, conectar, dimensionar e propor-
cionar os elementos de um sistema estrutural, de forma 
a transferir com segurança um determinado conjunto 
de cargas sem exceder os esforços permissíveis dos 
materiais utilizados. Similarmente a outras atividades 
de projeto, o projeto da estrutura deve operar num am-
biente de incertezas, ambiguidades e arredondamentos. 
Ele é a busca por um sistema estrutural que atenda à 
demanda das cargas, mas que também aborde o projeto 
arquitetônico, de urbanismo e as questões do programa 
de necessidades em questão.
O primeiro passo no processo de projeto da estrutura 
talvez seja estimulado pela natureza do projeto arquite-
tônico, pelo terreno e pelo contexto, ou pela disponibili-
dade de determinados materiais.
• A ideia por trás do projeto de arquitetura talvez gere 
um tipo específi co de confi guração ou padrão.
• O terreno e o contexto podem sugerir um 
determinado tipo de resposta estrutural.
• Os materiais estruturais talvez sejam determinados 
pelas exigências impostas pelo código de obras, pelo 
fornecimento dos materiais, pela disponibilidade de 
mão de obra ou pelos custos.
Assim que o tipo de sistema estrutural, sua confi gu-
ração ou padrão e a palheta de materiais estruturais 
forem projetados, o processo de projeto poderá passar 
para o dimensionamento e para a proporção dos víncu-
los e dos elementos individuais, além dos detalhes das 
conexões.
• Por questões de clareza, os elementos que resistem 
aos esforços laterais foram omitidos. Veja o Capítulo 
5 para os sistemas e estratégias de resistência aos 
esforços laterais.
Projeto de estruturas
Análise estrutural
O projeto de estruturas e a construção 
da edifi cação geralmente operam do solo 
para cima, enquanto a análise estrutural é 
feita de cima para baixo.
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28 Sistemas Estruturais Ilustrados
SISTEMAS ESTRUTURAIS
Detalhamento das conexões
A maneira como as forças são transferidas de um ele-
mento estrutural para outro e como o sistema estrutural 
funciona como um todo dependem, em grande parte, dos 
tipos de vínculos e conexões utilizados. Há três maneiras 
de conectar os elementos estruturais entre si.
• As juntas de topo permitem que um dos elementos 
seja contínuo, e, em geral, exigem um terceiro 
elemento mediador para fazer a conexão.
• As juntas sobrepostas permitem que todos os 
elementos conectados passem uns pelos outros e 
atuem de maneira contínua ao longo da junta.
• Os elementos de conexão também podem ser 
moldados ou confi gurados de maneira a formar uma 
conexão estrutural.
Também é possível categorizar as conexões estruturais 
conforme uma base geométrica.
• Pontuais: conexões parafusadas
• Em linha: conexões soldadas
• Planas: conexões coladas
Existem três tipos fundamentais de conexões estruturais.
• As juntas de pino permitem a rotação, mas resistem 
à translação em qualquer direção.
• As juntas articuladas com roletes permitem a 
rotação, mas resistem à translação numa direção 
perpendicular para dentro ou em direção contrária à 
sua face.
• As juntas rígidas mantêm a relação regular entre 
os elementos conectados, impedem a rotação e a 
translação em qualquer direção e fornecem tanto 
força como resistência a momentos fl etores.
• Os suportes em cabo, ou ancoragens, permitem a 
translação, mas resistem à translação somente na 
direção do cabo.
Juntas de 
topo
Juntas sobrepostas Juntas de encaixe
Pontuais: conexões para-
fusadas
Em linha: conexões sol-
dadas
Planas: conexões coladas
Juntas de pino Juntas articuladas com 
roletes
Juntas rígidas
Ancoragem com cabos e suportes
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1 – Estruturas de Edifi cações 29
PLANEJAMENTO ESTRUTURAL
No processo de projeto, costumamos pensar primeiro 
no padrão holístico mais amplo antes de considerar as 
unidades estruturais elementares que compõem o todo 
maior. Portanto, quando estabelecemos estratégias 
para desenvolver a planta baixa estrutural de uma 
edifi cação, é preciso considerar tanto a natureza da 
composição arquitetônica como o tipo e a confi guração 
dos elementos estruturais. Isso leva a uma série de 
questões fundamentais:
Projeto da edificação
• Existe uma forma geral obrigatória ou a composição 
arquitetônica é formada por partes articuladas? Em 
caso positivo, essas partes devem ser ordenadas de 
maneira hierárquica?
• Os principais elementos arquitetônicos são planos ou 
lineares por natureza?
Programa de necessidades
• Há relações obrigatórias entre a escala desejável e 
a proporção dos espaços do programa, a capacidade 
de vencimento de vãos do sistema estrutural e o 
leiaute resultante e os espaçamentos dos apoios?
• Há alguma razão espacial que justifi que o uso de 
sistemas horizontais unidirecionais ou bidirecionais?
Integração das instalações
• Como é possível integrar os sistemas mecânicos e as 
demais instalações do prédio ao sistema estrutural?
Exigências dos códigos de obras
• Quais são as exigências dos códigos de obras para o 
uso previsto, a ocupação e a escala da edifi cação?
• Quais são os tipos de construção e materiais de 
construção necessários?
Viabilidade econômica
• Como a disponibilidade de materiais, os processos 
de fabricação, as exigências de transporte, as 
exigências de mão de obra e equipamentos e o 
tempo de execução infl uenciam a escolha do sistema 
estrutural?
• É necessário prever a ampliação e a expansão, seja 
horizontal ou verticalmente?
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30 Sistemas Estruturais Ilustrados
PLANEJAMENTO ESTRUTURAL
Condicionantes legais
Existe uma relaçãoregulamentada entre o tamanho 
(altura e área) da edifi cação e o uso previsto, o nível de 
ocupação e o tipo de construção. A compreensão da 
escala projetada para a edifi cação é importante, já que 
o tamanho da edifi cação está associado ao tipo de sis-
tema estrutural necessário e aos materiais que podem 
ser usados na estrutura e na construção.
Regulamentos municipais de ocupação dos 
terrenos
Os regulamentos municipais de ocupação de terrenos 
delimitam o volume permitido (altura e área) e o formato 
da edifi cação com base em sua localização no município 
e sua posição dentro do terreno, geralmente mediante a 
especifi cação de vários aspectos do dimensionamento.
• A parcela do solo que pode ser coberta por 
uma estrutura e a área de piso total que pode 
ser construída costumam ser expressas como 
percentuais da área do terreno.
• A largura e a profundidade máximas de uma 
edifi cação podem ser expressas como percentuais 
das dimensões do terreno.
• Os regulamentos municipais também podem 
especifi car a altura do prédio para uma área específi ca, 
de forma a garantir a luz, o ar e o espaço adequados, 
além de melhorar o ambiente urbano e para os 
pedestres.
O tamanho e a forma da edifi cação também são con-
trolados indiretamente através da especifi cação das 
distâncias obrigatórias mínimas entre a edifi cação e as 
divisas do terreno, fornecendo ar, luz, acesso solar e 
privacidade.
• Divisas
• Recuos frontal, lateral e de fundos
Uso e ocupação
Tipo de construção
Altura e área da edifi cação
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