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INTRODUÇÃO A escoliose é entendida como uma deformidade complexa na coluna vertebral para um dos lados do corpo, causando mudanças anormais no posicionamento das vértebras e costelas e gibosidades, caracterizada pela presença de uma proeminência rotacional do lado da curva acentuada na coluna. De acordo com Smith e Fernie, ao estudar a biomecânica funcional, alegam que a progressão da curva da escoliose é entendida como uma má-formação ou mudança planejada em escalas combinadas devido ao próprio crescimento do corpo humano, compreendendo assim uma presença de rotação axial com inclinação lateral, e desenvolvendo uma deformidade do corpo vertebral e consequentemente um desequilíbrio. ETIOLOGIA E INCIDÊNCIA A escoliose é uma condição progressiva, com frequência de incidência de 2 à 4% da população dependendo do método de identificação e magnitude da curvatura. Existem mais de um tipo de escolioses sendo relatadas pela ciência e descritas como funcional postural ou não estrutural e estrutural. Escoliose funcional, postural ou não estrutural: É definida como estruturalmente dita normal, pois não há alterações rotacionais nas vértebras, mas parece estar posicionada de modo errado devido a outro tipo de disfunção. É relacionada com a diferença de um dos membros inferiores quando comparado com o outro, mal posicionamento do tronco, compressão da raiz nervosa ou algum tipo de problema muscular. Por algum motivo, quando pede-se que o paciente se curve para frente fletindo o tronco, a curvatura desaparece. Escoliose estrutural: Entendida como uma curvatura que é fixa, apresentando uma rotação das vértebras. Neste caso a curvatura anormal da coluna é relacionada com uma deformidade congênita ou adquirida. Definidas como: ESCOLIOSE CONGÊNITA Causada pela má formação das vértebras que deve ocorrer no primeiro mês de gestação, aproximadamente no 27º dia, e está entre pelo menos 10% dos casos de escoliose. É também associada a má formação nos rins, coração e surdez. (DIMEGLIO, 1990) ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR Desencadeada devido a sequelas de doenças neurológicas como distrofia muscular, paralisia cerebral e poliomielite. ESCOLIOSE IDIOPÁTICA É considerada o tipo de escoliose mais comum não tendo uma causa que a justifique. Pelo menos 75 à 80% dos casos de escoliose são classificadas como escoliose idiopática, sendo 1 em cada 4 casos com origem hereditária. A escoliose idiopática se desenvolve em qualquer fase durante a infância e adolescência, aparecendo geralmente em períodos de estirão de crescimento, quando o adolescente tem um súbito pico de crescimento, onde no sexo masculino ocorre dos 9 aos 14 anos e no sexo feminino dos 8 aos 13 anos. De acordo com Tanner, que avalia as características de maturação sexual terciária, a taxa de desenvolvimento da curvatura da coluna vertebral muda mais rapidamente no início da puberdade, visto que há um surto de crescimento durante a puberdade com desenvolvimento longitudinal acelerado dos membros, o que causa uma desproporção temporária do corpo. Há um potencial muito menor de progressão da escoliose idiopática após o crescimento da coluna vertebral estar completo, no fim da puberdade, pois entende-se que o pico de crescimento já passou. Idades de surgimento ou início de desenvolvimento da doença: Infantil: Antes dos 3 anos de idade (Pericé, e Col, 1989) Juvenil: Dos 4 à 10 anos Adolescente: A partir de 10 anos até a maturidade. Após a primeira menstruação e ao final da puberdade antes da maturidade óssea completa (Dimeglio, 1990). Adulta: Acima de 18 anos. ESCOLIOSE PÓS-TRAUMÁTICA Tem seu surgimento devido a doenças no tecido conjuntivo e anomalias cromossômicas ESCOLIOSE DEGENERATIVA DO ADULTO É relacionada principalmente ao envelhecimento, causada pela degeneração dos discos da coluna vertebral e as articulações que a compõe. CURVATURA DA COLUNA VERTEBRAL É de conhecimento comum que possuímos curvaturas fisiológicas em nossa coluna sendo cifose e lordose. Já na escoliose, essas curvaturas ficam acentuadas, podendo se localizar na lombar, na torácica ou entre a torácica e lombar. Além dessas curvaturas, ainda há uma curvatura por compensação, que se refere à tentativa de equilíbrio da própria coluna fazendo um desvio lateral em direção oposta à curva primária, resultando no formato característico da letra S. E também há a curvatura em formato característico da letra C, referente a apenas uma curvatura anormal na coluna vertebral. DIAGNÓSTICO Para se confirmar o diagnóstico de escoliose, a curvatura anormal da coluna deve ser avaliada pelo lado convexo, sendo superior a 10º graus de acordo com a Sociedade de Pesquisa de Escoliose, onde essas curvaturas podem prejudicar a biomecânica do tronco e da caixa torácica. Em quase 0,5% da população que possui escoliose a curvatura passa de 20º graus. Vale ressaltar que a escoliose pode chegar até 100º graus, porém é considerada rara. Quantificando em graus, podemos dizer que: I. Normal: De 0 à 10º graus de curvatura. II. Leve: 20º à 30º graus de curvatura. III. Moderada: 30º à 40º graus de curvatura. IV. Grave: Maior que 40º graus O diagnóstico é conclusivo através da radiografia panorâmica da coluna nas incidências AP (ântero-posterior) e perfil. A TC, tomografia computadorizada pode dar uma melhor noção da curva escoliótica através da reconstrução tridimensional, 3D. A RM, ressonância magnética é solicitada pelo ortopedista mediante a suspeita de má formação vertebral. Um tipo de exame complementar utilizado no diagnóstico seria a radiografia de incidência de idade óssea, onde são radiografadas as mãos e punho, unindo informações com características clínicas como a menarca, pois o fim da mesma é relacionada com o fim do pico de crescimento na puberdade, assim diminuindo a velocidade de crescimento do esqueleto axial. Juntas essas informações ajudam o ortopedista a confirmar a estatística de que curvas abaixo de 30º graus em crianças na fase de pico de crescimento tem só 4% de chance de evoluir enquanto as que possuem curvatura acima de 30º progridem em 83% dos casos. ÂNGULO DE COBB Consiste no traçado no platô superior da vértebra terminal superior e no platô inferior da vértebra inferior e uma linha perpendicular sobre as duas anteriores, sendo onde inicia anormalidade vertebral e onde termina essa anormalidade que são reconhecidas pela abertura dos discos provocando uma convexidade da curva, para assim, poder mensurar o ângulo delas e diagnosticar em escoliose leve, moderada ou grave. TESTE DE ADAMS Consiste na inclinação anterior do tronco mantendo os pés juntos, e joelhos simétricos. Os membros inferiores devem estar pendentes com as mãos na direção dos joelhos. Durante essa avaliação é possível visualizar uma assimetria no tronco em um dos lados da coluna vertebral formando uma gibosidade, caso o paciente tenha diagnóstico positivo para escoliose, percebendo assim, que as costelas e as vértebras estão rodadas. Basicamente, a escoliose conduz a desequilíbrios de força e comprimento musculares no tronco, apresentando a musculatura do lado côncavo de maneira retraída e músculos mais alongados no lado convexo da curvatura, o que caracteriza um problema de assimetria muscular2 . Tradicionalmente, os desequilíbrios musculares da escoliose são avaliados por meio de testes de função muscular. Essas análises das ações musculares são essenciais para auxiliar na elucidação diagnóstica e também para ser possível a prescrição de exercícios terapêuticos16. No entanto, os testes de função muscular são realizadosmanualmente, os quais dependem da habilidade do avaliador e são bastante subjetivos, uma vez que não quantificam o nível de força do indivíduo em cada lado do tronco5 . SINTOMAS São eles: ombros e quadris assimétricos e desnivelados (um lado é mais proeminente do que o outro), tamanho desigual dos membros inferiores (uma perna mais comprida do que a outra), cintura e caixa torácica desviadas para um dos lados do corpo, mamilos assimétricos (um mais alto do que o outro), costelas e escápulas salientes num dos lados do tórax. Método de Cobb para avaliar a escoliose https://www.youtube.com/watch?v=Qa-1p_nlH9U http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/viewFile/3051/4838 https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/548/1028 https://www.redalyc.org/pdf/2350/235016536004.pdf http://drdanielghedini.com/escoliose-idiopatica-do-adolescente/ http://www.geocities.ws/gagaufera2003/ModuloII/Artigos/DeformidadesDaColuna/ARTIGO_2 8.pdf https://www.srs.org/portuguese/patient_and_family/FAQs/introduction_to_scoliosis.htm Dimeglio, A. Ortopedia Pediátrica, São Paulo, Editora Santos, 1990. Pericé, R.V., Riambau, O. C, Paloma, S.C., Órtese e prótese do aparelho locomotor coluna vertebral, Editora Santos, 1989 https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/548/1028 https://www.redalyc.org/pdf/2350/235016536004.pdf http://drdanielghedini.com/escoliose-idiopatica-do-adolescente/ http://www.geocities.ws/gagaufera2003/ModuloII/Artigos/DeformidadesDaColuna/ARTIGO_28.pdf http://www.geocities.ws/gagaufera2003/ModuloII/Artigos/DeformidadesDaColuna/ARTIGO_28.pdf
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