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CIÊNCIAS DO AMBIENTE PROF.ª ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO PAULISTA A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar pro� ssionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Diretor Geral Valdir Carrenho Junior Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os grá� cos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Projeto Grá� co Hey!Design SUMÁRIO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO ATUAL MUNDIAL 7 PILARES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 17 RESPONSABILIDADE SOCIAL 25 SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL 36 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 42 PRODUÇÃO LIMPA 80 ECONOMIA VERDE 88 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS E ISO 14001:2015 97 POLUIÇÃO DO AR 105 ATIVIDADES SUJEITAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 121 LICENCIAMENTO AMBIENTAL: ETAPAS 129 LICENCIAMENTO AMBIENTAL: ÓRGÃOS LICENCIADORES E LEGISLAÇÃO VIGENTE 136 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA 143 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) 152 FUNDAMENTOS DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL 161 ESTUDOS DE CASO: ENGENHARIAS 169 CONCLUSÃO 186 REFERÊNCIAS 187 5 INTRODUÇÃO As discussões voltadas à preservação ambiental nunca foram tão atuais. Dessa forma, diversas conceituações vem surgindo de modo a abarcar todos os temas possíveis, garantindo que todas as atividades exis- tentes possam se encaixar na defi nição de Desenvolvimento Sustentável. De modo geral, esse livro trata das questões ambientais atuais, de modo a se atingir o Desenvolvimento Sustentável, cuja defi nição é o “o de- senvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer as habilidades das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”. Diversas conferências já foram realizadas para incorporar ações de preservação ambiental, tendo início em 1972, na Conferência das Na- ções Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, convocação essa realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), com participação de diversos países com a fi nalidade de dis- cussão das questões ambientais. Após 1972, muitas reuniões, relatórios e agendas foram implemen- tadas, e a quantidade de países comprometidos com o desenvolvimen- to sustentável só aumenta. Protocolos, como o de Kyoto, Agenda 21, Agenda 2030 vieram como instrumentos para garantir que os 17 Obje- tivos do Desenvolvimento Sustentável fossem atingidos, garantindo um planeta que preze pelo meio ambiente. Entende-se, nesse caso, como meio ambiente, a qualidade de vida da população em geral, o respeito às diversidades, a erradicação da pobreza, a preservação da fauna, da 6 fl ora e dos ambientes aquáticos, educação de qualidade para todos, saneamento básico, água tratada, energia limpa de fontes renováveis, crescimento econômico atrelado à boas práticas trabalhistas, dentre diversos outros contextos. É por meio do conhecimento das boas práticas que atitudes inova- doras em prol do meio ambiente surgem, garantindo que todos sejam instrumentos da causa ambiental. E é para você, conhecedor ou não das questões ambientais, que este livro foi feito, de modo a incorporar novos conceitos ou ratifi car os já existentes. Boa Leitura! O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO ATUAL MUNDIAL AULA 01 8 O desenvolvimento sustentável pode ser entendido como a capaci- dade de desenvolvimento que consegue atender todas as necessidades de uma geração sem comprometer as futuras gerações, ou seja, é a pro- dução sem esgotamento de recursos. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU (Organização das Nações Unidas), tem a fi nalidade de discutir e propor medidas que promovam o desenvolvimento econômico de uma nação aliada à conservação dos recursos naturais existentes nela. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento A partir da industrialização, com o crescimento exponencial das indústrias, da circulação de veículo automotores e da expansão agro- pecuária, os movimentos em prol do meio ambiente também tiveram crescimento expressivo. Após a Segunda Guerra Mundial, a existência de resíduos radioativos levou a preocupações mais explícitas, fazendo o movimento ambientalista ganhar mais impulso. Em 1962 foi publicado o livro “Primavera Silenciosa”, de autoria de Rachel Carson, que alertava sobre o uso de pesticidas químicos sinté- ticos na agricultura. Rachel Carson, como cientista e escritora, trouxe a visão de respeito ao meio ambiente como forma de desenvolvimento sem agressão, preservando a saúde humana e conservando o meio am- biente (ONU, 2020). 9 Como resposta ao fenômeno global de conservação ambiental, em 1972, a ONU convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambien- te Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, em que foi elaborado um Manifesto Ambiental com 19 princípios para conversação e melhoria do ambiente humano. Foi o ponto inicial para as agendas ambientais da ONU. Cita-se, a seguir, um trecho do Manifesto: “Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conheci- mento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas…” (ESTOCOLMO, 1972). Em 1972, ainda, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, responsável por coordenar os trabalhos voltados à pre- servação ambiental, dando enfoque a “catástrofes e confl itos, a gestão dos ecossistemas, a governança ambiental, a substâncias nocivas, a efi - ciência dos recursos e a mudanças climáticas” (ONU, 2020). Em 1983, foi realizada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e De- senvolvimento, presidida pela ex-primeira ministra norueguesa e médica Gro Harlem Brundtland, e, em 1987, foi publicado o relatório denominado “Nosso Futuro Comum”, trazendo a primeira ideia de desenvolvimento sustentável. 10 “O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que en- contra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.” (...) “Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.” (BRUNDTLAND, 1987). Agenda 21 Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a “Cúpula da Terra”, que adotou a “Agenda 21”, uma proposta para proteção do meio ambiente após duas décadas de trabalho, iniciado em 1972. Na Agenda 21, foi detalhada a ação para transformar o desenvolvi- mento econômico em um modelo sustentável, voltado para a atividade de proteção ao meio ambiente. Incluem como meta: proteção da atmos- fera, combate ao desmatamento, prevenção à poluição do ar e da água e gestão de resíduos tóxicos (ONU, 2020). 11 As fi guras a seguir mostram fotos da Conferência Rio 92. T ítulo: Maurice Strong, secretário geral da ECO-92, Boutros-Ghali, secretário geral da ONU e Fernando Collor de Mello, presidente da República, ouvindo o discursode Fidel Castro, presidente de Cuba, na conferência da ONU durante a ECO-92, no auditório principal do Riocentro, no Rio de Janeiro em 1992. F onte: Paulo Jares/VEJA (https://veja.abril.com.br/galeria-fotos/eco-92/) Tí tulo: Encerramento da Rio 92, no Riocentro, na Barra da Tijuca (RJ). Fo nte: Marcos André Pinto / Agência O Globo (https://cbn.globoradio.globo.com/ institucional/historia/aniversario/cbn-25-anos/boletins/2016/04/14/1992-RIO-DE- JANEIRO-E-PALCO-DE-DISCUSSOES-AMBIENTAIS-COM-A-REALIZACAO-DA-RIO-92.htm) 12 Além dos danos ambientais, a Agenda 21 abordou questões de po- breza mundial, dívida externa dos países em desenvolvimento, forta- lecimento da atuação dos maiores grupos (mulheres, crianças, jovens, grupos indígenas, comunidade científi ca), de modo que o desenvolvi- mento sustentável fosse abrangido por todos. Para garantir apoio aos objetivos da Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável. Em 1997, foi realizada uma sessão especial, chamada de “Cúpula da Terra +5”, para avaliar a Agenda 21, inserindo algumas recomendações voltadas para a emissão de gases de efeito estufa. Ainda em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, entre 37 países industrializados e a Comunidade Europeia, com o objetivo de redução de emissão de gases de efeito estufa. A seguir são listadas as principais conferências realizadas. Ano Local Conferência 1972 Estocolmo (Suécia) Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano 1992 Rio de Janeiro (Brasil) Conferência das Nações Uni- das sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) 2002 Joanesburgo (África do Sul) Conferência das Nações Uni- das sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio +10) 2012 Rio de Janeiro (Brasil) Conferência das Nações Uni- das sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) 2015 Nova York (EUA) Cúpula de Desenvolvimento Sustentável Tabela 1 – Principais Conferências Realizadas pela ONU. Fonte: ONU, 2020. 13 O Desenvolvimento Sustentável Aplicado no Brasil O Brasil desempenha um papel bastante atuante na conservação do meio ambiente para as futuras gerações, tendo avançado no aspecto am- biental, social e econômico, bem como na atuação nos foros internacionais. Tendo sediado as duas conferências internacionais, Rio 92 e Rio+20, teve papel determinante na aprovação de documentos como a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Declara- ção de Princípios sobre Florestas e Convenções sobre Biodiversidade, sobre Mudanças Climáticas e sobre Desertifi cação. Em 2015, na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, foi assinado o documento “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, tendo o Brasil como participante ativo nas negociações, atuando com prioridade na erradicação da pobreza e da fome (ITAMARATY, 2019). “Em 2011, um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) estimou que o total de espécies na Terra é de 8,7 milhões, com uma margem de erro de mais ou menos 1,3 milhões. Cerca de 6,5 milhões destas es- pécies são encontradas na terra e 2,2 milhões nos oceanos. O relatório também mostrou que 86% de todas as espécies terrestres e 91% das marinhas ainda não foram descobertas, descritas ou catalogadas. Este censo é o mais recente e seria o cálculo mais preciso já oferecido. Este é o atual panorama da biodiversidade.” De forma a entender o contexto geral que trata o desenvolvimento susten- tável, o Eco, uma ONG brasileira, composta por jornalistas e especialistas que se dedicam à temática do meio ambiente, apresentam um resumo do que se entende por biodiversidade. Aproveitem a leitura! Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28548- o-que-e-biodiversidade/ 14 Agenda 2030 A Agenda 2030 é um plano de ação, elaborado em 2015, que busca fortalecer a paz universal, reconhecendo a necessidade de erradicação da pobreza e da promoção do desenvolvimento sustentável. Todos os países e partes interessadas assinaram esse plano e estão determinados a adotar medidas para seu cumprimento. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com 169 metas, mostram a grandiosidade desse plano, conhecido como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. T ítulo: Agenda 2030. F onte: Ken Robinson/Global Goals (https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/) Os Objetivos são listados abaixo: Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. 15 Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. Objetivo 7. Assegurar o acesso confi ável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos. Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a indus- trialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclu- sivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos. Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. 16 Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as fl orestas, com- bater a desertifi cação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. Objetivo 16. Promover sociedades pacífi cas e inclusivas para o desen- volvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e cons- truir instituições efi cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. PILARES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL AULA 02 18 A primeira ideia do conceito “sustentável” surgiu em 1713, em um livro publicado por Carlowitz, que apresenta os pilares desse novo con- ceito (PISANI, 2006). Mas, foi somente após 1798 que os problemas pro- vindos da industrialização foram de fato aparecendo, em destaque o desemprego, a pobreza e as doenças (MEBRATU, 1998). “A consolidação dessas bases conceituais se realizaram na premissa de que a sociedade deveria ser estável e indefi nidamente sustentá- vel para melhorar a condição humana (GOLDSMITH et al., 1972); de uma estabilidade ecológica e econômica sustentável em longo prazo, capaz de satisfazer as condições básicas da humanidade; e da abran- gência do aspecto ambiental, social e econômico” (MEADOWS, 2004). As discussões sobre desenvolvimento econômico e a conservação do meio ambiente levaram à concepção do desenvolvimento sustentável de forma que ambas pudessem se equilibrar (MITCHAM, 1995), culminando na primeira Conferência realizada pela ONU, em 1972, em Estocolmo, conforme apresentado na capítulo anterior, e ratifi cado em 1987 pelo relatório da Comissão Brundtland (GROBER, 2007). É partir desse mo- mento que a legislação ambiental e os acordos internacionais de prote- ção ao meio ambiente se ampliam de modo a impulsionar mudanças nas políticas globais, com ênfase nas mudanças econômicas (ADAMS, 2006). A sustentabilidade é feita por meio de uma avaliação quantitativa,ou seja, mensurar o nível ou a qualidade de um sistema (TODOROV e MARI- NOVA, 2011). Essa mensuração pode ser realizada por meio de indicado- 19 res e índices. Os indicadores podem sofrer variação ao longo do tempo, tendo em vista a evolução econômica que pode atingir a sociedade. Na tabela 1 são apresentadas as principais publicações e congressos voltados para essa temática. Tabela 1 – Principais Publicações e Congressos F onte: EBAPE - FGV (http://www.scielo.br/pdf/cebape/v15n3/1679-3951-cebape- 15-03-00667.pdf) 20 Pilares do Desenvolvimento Sustentável O conceito de sustentabilidade é baseado em três pilares: econômico, social e ambiental, de modo a garantir a integridade do planeta e o desen- volvimento das futuras gerações. Para se desenvolver de forma sustentável os três pilares devem coexistir e interagir entre si de forma harmoniosa. Tí tulo: As dimensões da sustentabilidade. Fo nte: Autossustentável (http://autossustentavel.com/2011/09/as-dimensoes-da- sustentabilidade.html). Social Trata-se do ser humano e sua relação com as atividades desenvolvi- das dentro de uma empresa. Inclui tanto os funcionários como os for- necedores, a comunidade ao seu redor, seu público-alvo. Deve-se proporcionar um ambiente que estimule e incentive as re- lações de trabalho saudáveis, favorecendo o desenvolvimento pessoal 21 e coletivo. Incluindo salários justos, ambiente de trabalho agradável e como a empresa afeta as comunidades ao redor, principalmente no tocante à educação e à violência. Econômico A produção, distribuição e o oferecimento dos produtos ou serviços devem garantir uma concorrência justa entre as empresas do mercado. Relaciona-se aos pilares social e ambiental. Outro viés é que o desenvolvimento econômico não deve causar desequilíbrio nos ecossistemas ao seu redor, ou seja, deve evitar a de- gradação do ambiente à sua volta e as más condições de trabalho dos funcionários. Ambiental Refere-se ao capital natural de uma empresa, que deve pensar nas formas de amenizar os impactos e compensar o que não for possível amenizar. Além disso deve ser levada em consideração a legislação am- biental e os princípios discutidos no Protocolo de Kyoto. O desenvolvimento sustentável não pode causar impacto ambien- tal, mesmo que à curto prazo, e deve ter suas raízes na busca da pre- servação do meio ambiente, dos recursos naturais e na diminuição do desperdício de materiais. 22 Os Caminhos do Desenvolvimento Sustentável Desde o surgimento dos conceitos de ecodesenvolvimento, são dis- cutidos seis caminhos para o desenvolvimento (SANTOS, 2011): • a satisfação das necessidades básicas; • a solidariedade com as futuras gerações; • a participação da população envolvida; • a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; • a elaboração de um sistema social que garanta emprego, se- gurança social e respeito às outras culturas; • programas de educação. A Gestão Ambiental tem como princípio a preservação ambiental e, segundo Hurtubia (1980): “A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade”. Os três pilares do Desenvolvimento Sustentável são: Social, Econômico e Ambiental. O Social está voltado para o capital humano, com salários justos e ambien- te de trabalho agradável. O Econômico está voltado para a produção e distribuição em si, na forma como a atuação da empresa afeta o ambiente em que está inserido. O Ambiental está voltado para o capital natural da empresa, o seu impacto ambiental e a preservação dos recursos naturais. Lembre-se: empresa pode ser desde uma grande construtora, uma fábrica, uma ofi cina, até a família em si! 23 T endo em vista a dinâmica das necessidades humanas, a sustentabilidade pode ser apresentada, ainda, sob cinco perspectivas: sustentabilidade social, sustentabilidade econômica, sustentabilidade ecológica, sustentabilidade es- pacial ou geográfi ca e sustentabilidade cultural. A sustentabilidade social, econômica e ecológica ou ambiental foram discutidas no tópico anterior. Qu anto à sustentabilidade geográfi ca, diz-se sobre a ocupação espa- cial desequilibrada que pode gerar problemas. Exemplo disso é a popu- lação dos grandes centros. Resulta disso a destruição de ecossistemas encontrados nas cidades devido à utilização de áreas não ideais para moradia. Visa o equilíbrio nos usos espaciais, bem como a proteção de áreas que não deveriam ser utilizadas (pela população que está à margem da sociedade), promovendo a melhoria na qualidade de vida da população. Já a sustentabilidade cultural se confi gura como a mais complexa no senti- do de sua concretização. Intenta dar soluções locais, adaptadas a cada cultura e ecossistema. Título: Perspectiva da Sustentabilidade. Fonte: Autossustentabilidade (http://autossustentavel. com/2011/09/as-dimensoes-da-sustentabilidade.html). 24 Visando a informação acerca dos pilares do desenvolvimento sustentável, o Estadão, conceituado meio de veiculação de informação, publicou um artigo, em 2017, explicando essa conceituação, trazendo consigo diversos autores e suas opiniões. Boa leitura! https://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/os-tres-pilares-da- sustentabilidade-como-o-desenvolvimento-economico-pode-contribuir- -para-os-negocios-a-natureza-e-a-sociedade/ RESPONSABILIDADE SOCIAL AULA 03 26 A Responsabilidade Social pode ser defi nida como posturas, com- portamentos e ações praticadas por uma empresa de modo que pro- movam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária, sem vinculação a ações impostas pelo governo ou incentivos fi scais. Engloba o benefício da coletividade, seja ela de funcionários e acionistas ou da comunidade em geral e do meio ambiente. T ítulo: Responsabilidade Social. F onte: CENED (https://cenedcursos.com.br/meio-ambiente/responsabilidade-social-nas-empresas/) A Responsabilidade Social originou algumas variantes, com novos conceitos, complementares ou não, que são: • Responsabilidade Social Corporativa (RSC); • Responsabilidade Social Empresarial (RSE); • Responsabilidade Socioambiental (RSA). 27 Responsabilidade Social Corporativa (RSC) É usado sobretudo para empresas, em especial de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários. “Responsabilidade Social Corporativa é o comprometimento per- manente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando simul- taneamente a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo” (MELO NETO e FROES, 1999). Tí tulo: Benefícios da Responsabilidade Social Corporativa Fo nte: VAIPA (www.vaipa.com.br) 28 Responsabilidade Social Empresarial (RSE) Ainda que vista como semelhante à RSC, envolve uma gama maior de benefi ciários, envolvendo a qualidade de vida e bem-estar do públi- co interno da empresa, bem como redução de impactos negativos de atividade tanto na comunidade quanto no meio ambiente. As ações são acompanhadas por mudanças comportamentais e de gestão, envolvendo uma maior transparência nas ações, ética aplicada e valorização na relação com os parceiros comerciais. “A responsabilidade social empresarial é o compromisso de con- tribuir para o desenvolvimento econômico sustentável trabalhan- do em conjunto com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua qualidade de vida de forma que seja bom tanto para as empresas como para o de- senvolvimento” (MELO NETO e FROES, 1999) “O conceito de responsabilidade social empresarial é complexo e dinâmico, com signifi cados diferentes em contextos diversos e está relacionado a diferentes ideias. Para alguns ele está associado à ideia de responsabili- dade legal;para outros pode signifi car um comportamento socialmente responsável no sentido ético; e, para outros ainda pode incluir os impactos diretos assim como os que afetam terceiros, o que envolve toda a cadeia produtiva e o ciclo de vida dos produtos.” Esses e outros conceitos foram defi nidos por especialistas e podem ser consultados no link a seguir: http://www.responsabilidadesocial.com/artigo/a-importancia-da- responsabilidade-social-corporativa-como-fator-de-diferenciacao/ Boa Leitura! 29 Tít ulo: Responsabilidade Social Empresarial. Fon te: CTQA (https://ctaq.com.br/responsabilidade-social-empresarial-e- sustentabilidade-para-a-gestao-empresarial/https://ctaq.com.br/responsabilidade- social-empresarial-e-sustentabilidade-para-a-gestao-empresarial/) De modo a estimular a responsabilidade social empresarial, diver- sos instrumentos de certifi cação foram criados. As empresas obtêm vantagens comparativas em adquirir certifi cações que atestem as boas práticas, infl uenciando socialmente (EON, 2015). Algumas das certifi cações são: 1. Selo Empresa Amiga da Criança: selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem mão-de-obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crian- ças e adolescentes. 2. ISO 14000: o ISO 14000 é apenas mais uma das certifi cações 30 criadas pela International Organization for Standardization (ISO). O ISO 14000, parente do ISO 9000, dá destaque às ações ambientais da empresa merecedora da certifi cação. 3. AA1000: o AA1000 foi criado em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability. Esta certifi cação de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parcei- ros, ou “stakeholders”. Uma de suas principais características é o caráter evolutivo, já que é uma avaliação regular (anual). 4. SA8000: a “Social Accountability 8000” é uma das normas in- ternacionais mais conhecidas. Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), o SA8000 enfo- ca, primordialmente, relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia produtiva, como trabalho infantil, trabalho escravo ou discriminação. 5. ABNT-ISO 26000: no dia 1º de novembro de 2010, foi pu- blicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em São Paulo. A norma é de grande utilidade a empresas inte- ressadas em adotar programas de RSE uma vez que oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social: 31 a) “Accountability”: ato de responsabilizar-se pelas conse- quências de suas ações e decisões, respondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio am- biente, prestando contas aos órgãos de governança e de- mais partes interessadas, declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediá-los. b) Transparência: fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las. c) Comportamento ético: agir de modo aceito como correto pela sociedade – com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma con- sistente com as normas internacionais de comportamento. d) Respeito pelos interesses das partes interessadas (sta- keholders): ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham um interesses nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados. e) Respeito pelo Estado de Direito: o ponto de partida míni- mo da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando. f) Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamen- to: adotar prescrições de tratados e acordos internacio- nais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não que não haja obrigação legal. 32 g) Direito aos humanos: reconhecer a importância e a uni- versalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou in- diretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem. Responsabilidade Socioambiental (RSA) Abrange o compromisso da empresa com pessoas e valores huma- nos, e preocupações com o meio ambiente. Títu lo: Responsabilidade Social Empresarial Font e: SOTON (http://www.soton.com.br/quem-somos/responsabilidade-socio-ambiental/) Visto que toda empresa está inserida em um ambiente, na troca de interesses, produtos e serviços, bem como materiais utilizados, existe a possibilidade de perdas e ganhos e, dessa forma, pode-se prejudicar o meio 33 em que se faz parte. Não existe atividade alguma que não interaja com o meio ambiente. Ou seja, a melhoria nas condições para a sociedade e para o meio ambiente podem refl etir em melhores oportunidade de negócios. A Prática da Responsabilidade Social Diversas empresas já adotam a prática da Responsabilidade Social e empregam em suas rotinas melhorias de forma a promover o desen- volvimento sustentável (FIA, 2019). Algumas práticas que podem ser adotadas são: Investimento em Saúde e Segurança do Trabalhador Existem obrigações legais que toda empresa deve cumprir, mas a promoção de ações voluntárias são as que entram no conceito de res- ponsabilidade social. Essas ações promovem um ambiente mais seguro para o trabalhador, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo o tempo de interrupções devido a doenças, aumentando a produtividade. Exemplo: A montadora Volkswagen do Brasil investiu cerca de R$ 150 milhões na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, São Paulo, com o objetivo de melhoria em segurança para os trabalhadores. Integração e Valorização da Comunidade Um relacionamento mais próximo com a comunidade, de modo a elaborar ações de integração, por meio de educação, saúde e cultura, melhora a forma como a empresa é vista, levando a mais parceiros. 34 Exemplo: A Cooperativa Central Aurora Alimentos desenvolveu mais de 1.200 atividades por todo o Brasil com programas como Amigo Ener- gia, Roda de Leitura, Dança, Família é Tudo e Turminha da Reciclagem. Recrutamento Responsável e Diversidade A diversidade tem se tornado parâmetro indicativo de qualidade, em termos de contratação. Equipes compostas por grupos minoritários, com desvantagem no mercado de trabalho, como minorias étnicas, tra- balhadores mais idosos, mulheres, são ações de responsabilidade social. Exemplo: O Boticário diversifi cou seu grupo de funcionários, inves- tindo em captação de defi cientes e de mães. Redução do Impacto Ambiental Causado pela Atividade Empresarial Redução no consumo de água, papel e energia elétrica, redução de consumo de matéria prima na produção, utilização de fontes de energia renovável, atitudes como essas têm efeitos positivos no meio ambiente. Exemplo: A Sicoob, cooperativa de crédito, recebeu o selo “A” da Procel em uma de suas sedes por ter instalado 120 painéis fotovoltaicos na cobertura do prédio, gerando energia limpa. Apoios a Causas Sociais A elaboração de planos voltados para toda a comunidade, englo- bando desde os funcionários até a sociedade no entorno da empresa, de modo a promover saúde, educação, lazer e preservação do meio ambiente, é uma forma de atingir o interesse da sociedade. 35 Exemplo: A Estrela, fabricante de brinquedos, desenvolveu uma bo- neca Susi em ação de parceria com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), sendo parte dos valores de venda revertidos para o instituto. Os links abaixo oferecem uma perspectiva do que tem sido feito atual- mente. http://www.petrobras.com.br/pt/sociedade-e-meio-ambiente/socieda- de/politica-de-responsabilidade-social/ https://eletrobras.com/pt/Paginas/Politica-de-Responsabilidade-Social.aspx https://www.unimed.coop.br/web/valedosinos/sobre-a-unimed-vs/sus-tentabilidade/politica-de-sustentabilidade/politica-de-responsabilida- de-social-empresarial?inheritRedirect=true https://portal.ipiranga/wps/portal/ipiranga/aempresa/sustentabilida- de/responsabilidadesocial/ https://www.toyotaempilhadeiras.com.br/sobre-nos/politica-de-res- ponsabilidade-social/ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL AULA 04 37 A engenharia, como ferramenta fundamental para a modernização e crescimento, é considerada um pilar fundamental da sociedade, de- mandando medidas sustentáveis mais efetivas. No Mundo, e não seria diferente no Brasil, a engenharia sustentável ganhou destaque, visto que não há desenvolvimento em um país, sem que a engenharia esteja envolvida. E quando se fala de engenharia, englobam- -se todas as áreas: engenharia civil, engenharia de alimentos, engenharia de produção, engenharia mecânica, engenharia elétrica, engenharia naval, engenharia militar e tantas outras áreas de importância reconhecida. Neste mercado, portanto, a tecnologia aliada às boas práticas são fundamentais para garantir um retorno fi nanceiro satisfatório, conser- vando o ambiente em que é aplicada. A questão da sustentabilidade torna-se, portanto, um ponto a ser atendido, entrando no planejamento estratégico de países e empresas. Portanto, a sustentabilidade tornou-se uma questão de mercado. A junção dos objetivos do desenvolvimento sustentável defi nidos pela ONU às ações praticadas pelas empresas se torna fundamental, e tem sido vista e aplicada há pelo menos três décadas. Entretanto, apesar de diversos avanços, muitas áreas ainda lutam para conseguir assegurar uma produção sustentável, e garantir que os objetivos do desenvolvimento sustentável sejam atendidos. Nessa mesma linha, observando as mudanças que ocorrem no planeta Terra, é comum se encontrar notícias de catástrofes ambientais, poluição de ar e água, poluição em solo e subsolo, poluição radioativa, derretimen- 38 to acelerado de calotas polares, extinção de espécies animais e vegetais, aquecimento global, levantando a questão do que tem sido efetivamente feito para garantir um ambiente saudável para as futuras gerações. Nos últimos anos, cerca de 3% do PIB global tem sido gasto devido a da- nos aos ecossistemas e perdas de biodiversidade (NETO e REZENDE, 2017). Inovação O cenário global atual tem exigido cada vez mais uma gestão efi cien- te, com soluções rápidas, mudanças organizacionais, informatização, e o investimento em criação e inovação é imprescindível. As empresas que investem na criatividade tem obtido maior notorie- dade no mercado, enquanto aquelas que não apostam em tecnologia têm fi cado cada vez mais para trás. E tudo isso ocorre devido ao próprios clien- tes, que possuem uma maior preocupação com as questões ambientais, infl uenciando as empresas a mudar a forma de atender o consumidor. Pensando em inovação, que pode ser confundida com criatividade (que é a capacidade de criar algo), ela é defi nida como a aplicação de algo criado, podendo ser com base técnica ou científi ca, que gere mudanças na empresa, tanto na mentalidade, como nos métodos e processos or- ganizacionais / gerenciais (EOS, 2017). 39 T ítulo: A Inovação nas Empresas F onte: EOS (https://www.eosconsultores.com.br/inovacao-e-sustentabilidade/) As inovações e, consequentemente, as mudanças, dependem das pessoas, dos negócios e das tecnologias empregadas e estão relaciona- das com as novas práticas dentro do processo organizacional. “Lei do Bem” A Lei 11.196/05, conhecida com a “Lei do Bem”, criou concessão de incentivos fi scais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desen- volvimento de inovação tecnológica. O governo federal utiliza esse mecanismo para incentivar a inovação no setor privado, buscando aproximar as empresas das universidades e institutos de pesquisa, melhorando os resultados em P&D (FI GROUP, 2020). A defi nição de P&D, Pesquisa e Desenvolvimento, pode ser dividida em três grupos: T ítulo: A Inovação nas Empresas 40 1. Pesquisa Básica ou Fundamental: são os trabalhos experimen- tais ou teóricos cujo objetivo é a aquisição de novos conheci- mentos sobre os fenômenos e fatos, em um uso em particular. 2. Pesquisa Aplicada: realização de trabalhos originais para aqui- sição de conhecimento com uma fi nalidade prática. 3. Desenvolvimento Experimental: realização de trabalhos sistemáticos, baseados em conhecimentos já desenvolvidos por meio de pesquisas, com a fi nalidade de fabricação ou concepção de novos materiais, produ- tos, processos, sistemas, serviços, de modo a melhorar o que já existe. Dentre os benefícios observados, existe a dedução do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, redução de IPI (imposto sobre produtos industrializados) da compra de máquinas e equipamentos, dentre outros. A Sustentabilidade Aplicada às Empresas Segundo o Relatório da Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade Empresarial, conhecido como “Empresas Melhores Mundo Melhor”, divulgado em janeiro de 2017, a engenharia vai permitir aumentar as oportunidades de negócios se executada atendendo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. E é com as novas soluções que vem aparecendo no mercado, que o desenvolvimento sustentável sai do papel e entra na realidade. E a engenharia tem papel decisivo nessa mudanças, tornando um conceito prático que implica em geração de riqueza e impacto social positivo. 41 Lucid Energy: esta empresa, que começou como uma startup, cria mini hidrelétricas dentro de tubulações. Ou seja, criou uma técnica viável econo- micamente capaz de aproveitar a energia potencial da água para produção de energia limpa (http://lucidenergy.com/). Winsun New Materials: a empresa desenvolveu processos e metodolo- gias para construção de casas com impressora 3D. Ou seja, a construção de edifi cações, umas das grandes poluidoras do meio ambiente, pode ser realizada sem desperdício, em uma velocidade muito superior à conven- cional (http://www.winsun3d.com/En/). Os artigos apresentados nos links abaixo apresentam pesquisas voltadas para o desenvolvimento sustentável aplicado às empresas, por meio de inovação estratégica. “O desenvolvimento sustentável, atualmente, é visto como uma premissa para as empresas que visam competitividade e um contínuo crescimento produtivo. Um dos caminhos para o alcance da competitividade é a dife- renciação de produtos, processos e serviços, ou seja, inovar. Mas, para estar consoante com as demandas sociais, a empresa precisa demonstrar sua preocupação e interesse em preservar o meio ambiente, causando menos impactos degradantes e nocivos ao bem-estar social. Procura-se identifi car como o desenvolvimento sustentável e a inovação infl uenciam na rotina empresarial e, especialmente, de que forma a inovação pode ser utilizada como estratégia para o alcance do desenvolvimento sustentável praticado pelas empresas.” “O estudo analisa casos de empresas multinacionais em diferentes setores: bens de consumo, sucroenergético, químico, e transportes. A principal contribuição da pesquisa é focada na discussão em como diferentes ins- trumentos de políticas públicas e ambientes institucionais direcionam pro- jetos de ecoinovação em empresas, contribuindo para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.” https://revistas.pucsp.br/index.php/risus/article/viewFile/17920/13310 h t t p : / / w w w . s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S0103-40142017000200107 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL AULA 05 43 Os objetivos do Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Objetivos Globais, são um tratado universal de ação contra a po- breza, proteção do meio ambiente e garantia de paz e prosperidade para as gerações presentes e futuras. São 17 (dezessete) objetivos, incluindo temas como mudanças cli- máticas, desigualdade econômica, inovação,consumo sustentável, paz, justiça e educação. Oferecem instruções e metas para todos os países alcançarem a mudança positiva que favoreça as pessoas e o meio am- biente, com o comprometimento de “não deixar ninguém para trás”, segundo o administrador do PNUD, Achim Steiner (PNUD é a sigla para Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) entraram em vi- gor em 2006 e guiam as políticas de fi nanciamento do PNUD, cujo traba- lho atinge aproximadamente 170 países e territórios e fornece suporte para os países em seus planos e políticas nacionais de desenvolvimento. Para que os ODS sejam atingidos, há a necessidade de parceria entre governo, setor privado, sociedade civil e cidadãos comuns. A concretização dos ODS cria um mundo totalmente sustentável, socialmente justo, garantindo a preservação do meio ambiente, o cres- cimento econômico e a igualdade entre todos. Estabelece um modelo de crescimento a longo prazo, cujos resultados favorecem tanto a so- ciedade quanto as empresas e instituições. 44 A empresas já começaram a adotar os ODS como forma de abrir novas oportunidades e ganhos de efi ciência, de modo a melhorar sua visão perante os consumidores, cuja mentalidade tem cada vez mais se adequado à essa proposta de desenvolvimento sustentável. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Esse tópico será desenvolvido em cima dos 17 objetivos do ODS, conforme ilustrado na fi gura a seguir. T ítulo: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. F onte: PNUD (https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-develop- ment-goals.html) Objetivo 1 - Erradicação da Pobreza O objetivo nº 1 estabelece: “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. 45 “Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 1,90 por dia. Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobre- za, em todas as suas dimensões, de acordo com as defi nições nacionais. Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis. Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particular- mente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recur- sos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, proprie- dade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e ser- viços fi nanceiros, incluindo microfi nanças. Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulne- rabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais. 46 Garantir uma mobilização signifi cativa de recursos a partir de uma variedade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, para proporcionar meios adequados e previsíveis para que os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, implementem programas e po- líticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões. Criar marcos políticos sólidos em níveis nacional, regional e inter- nacional, com base em estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sensíveis a gênero, para apoiar investimentos ace- lerados nas ações de erradicação da pobreza”.(ONU, 2015) Objetivo 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável O objetivo nº 2 estabelece: “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. “Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pes- soas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e sufi cientes durante todo o ano. Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulhe- res grávidas e lactantes e pessoas idosas. 47 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos peque- nos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recur- sos produtivos e insumos, conhecimento, serviços fi nanceiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola. Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimen- tos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossis- temas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inun- dações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo. Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas diversifi cados e bem geridos em nível nacional, regional e internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, como acordado inter- nacionalmente. 48 Aumentar o investimento, inclusive via o reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desenvolvimento de tecnologia, e os bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em desenvolvimento, em particular nos países menos desenvolvidos. Corrigir e prevenir as restrições ao comércio e distorções nos mercados agrícolas mundiais, incluindo a eliminação paralela de todas as formas de subsídios à exportação e todas as medidas de exportação com efeito equivalente, de acordo com o mandato da Rodada de Desenvolvimento de Doha. Adotar medidas para garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e seus derivados, e faci- litar o acesso oportuno à informação de mercado, inclusive sobre as reservas de alimentos, a fi m de ajudar a limitar a volatilidade extrema dos preços dos alimentos.” (ONU, 2015) Objetivo 3 - Saúde e Bem Estar O objetivo nº 3 estabelece: “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”. “Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para me- nos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos. 49 Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos. Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis. Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doen- ças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar. Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool. Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas. Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde se- xual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais. 50 Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteçãodo risco fi nanceiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qua- lidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, efi cazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos. Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doen- ças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo. Fortalecer a implementação da Convenção-Quadro para o Contro- le do Tabaco em todos os países, conforme apropriado. Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em desenvolvimento, proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços acessíveis, de acordo com a Declaração de Doha, que afi rma o direito dos países em desenvolvimento de utilizarem plenamente as disposições do acordo TRIPS sobre fl exibilidades para proteger a saúde pública e, em particular, proporcionar o acesso a medicamentos para todos. Aumentar substancialmente o fi nanciamento da saúde e o recruta- mento, desenvolvimento e formação, e retenção do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento, especialmente nos países menos de- senvolvidos e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento. 51 Reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os paí- ses em desenvolvimento, para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde.” (ONU, 2015) Objetivo 4 - Educação de Qualidade O objetivo nº 4 estabelece: “Assegurar a educação inclusiva e equi- tativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. “Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e efi cazes. Até 2030, garantir que todos as meninas e meninos tenham aces- so a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cui- dados e educação pré-escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário. Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profi ssional e superior de quali- dade, a preços acessíveis, incluindo universidade. Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adul- tos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profi ssionais, para emprego, trabalho decente e em- preendedorismo. 52 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação pro- fi ssional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com defi ciên- cia, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade. Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial pro- porção dos adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática. Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sus- tentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o de- senvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável. Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropria- das para crianças e sensíveis às defi ciências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não violen- tos, inclusivos e efi cazes para todos. Até 2020, substancialmente ampliar globalmente o número de bol- sas de estudo para os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desen- volvimento e os países africanos, para o ensino superior, incluindo 53 programas de formação profi ssional, de tecnologia da informação e da comunicação, técnicos, de engenharia e programas científi cos em países desenvolvidos e outros países em desenvolvimento. Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professo- res qualifi cados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países em desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos e pequenos Esta- dos insulares em desenvolvimento.” (ONU, 2015) Objetivo 5 - Igualdade de Gênero O objetivo nº 5 estabelece: “Alcançar a igualdade de gênero e empo- derar todas as mulheres e meninas”. “Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte. Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfi co e exploração sexual e de outros tipos. Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematu- ros, forçados e de crianças e mutilações genitais femininas. Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promo- 54 ção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais. Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública. Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão. Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recur- sos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle so- bre a terra e outras formas de propriedade, serviços fi nanceiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais. Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecno- logias de informação e comunicação, para promover o empode- ramento das mulheres. Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis.” (ONU, 2015) 55 Objetivo 6 - Água Potável e Saneamento O objetivo nº 6 estabelece: “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”. “Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos. Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e me- ninas e daqueles em situação de vulnerabilidade. Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos quí- micos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente. Até 2030, aumentar substancialmente a efi ciência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substan- cialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água. Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via cooperação transfronteiriça, con- forme apropriado. 56 Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, fl orestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos. Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio à capaci- tação para os países em desenvolvimento em atividades e pro- gramas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a efi ciência no uso da água, o tratamento de efl uentes, a reciclagem e as tecnologiasde reuso. Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento.” (ONU, 2015) Objetivo 7 - Energia Limpa e Acessível O objetivo nº 7 estabelece: “Assegurar o acesso confi ável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”. “Até 2030, assegurar o acesso universal, confi ável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia. Até 2030, aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global. Até 2030, dobrar a taxa global de melhoria da efi ciência energética. Até 2030, reforçar a cooperação internacional para facilitar o aces- so a pesquisa e tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, efi ciência energética e tecnologias de combustíveis 57 fósseis avançadas e mais limpas, e promover o investimento em infraestrutura de energia e em tecnologias de energia limpa. Até 2030, expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia para o fornecimento de serviços de energia modernos e susten- táveis para todos nos países em desenvolvimento, particular- mente nos países menos desenvolvidos, nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e nos países em desenvolvimen- to sem litoral, de acordo com seus respectivos programas de apoio.” (ONU, 2015) Objetivo 8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico O objetivo nº 8 estabelece: “Promover o crescimento econômico sus- tentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos”. “Sustentar o crescimento econômico per capita de acordo com as circunstâncias nacionais e, em particular, um crescimento anual de pelo menos 7% do produto interno bruto [PIB] nos países menos desenvolvidos. Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias por meio da diversifi cação, modernização tecnológica e inovação, in- clusive por meio de um foco em setores de alto valor agregado e dos setores intensivos em mão de obra. 58 Promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a forma- lização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços fi nanceiros. Melhorar progressivamente, até 2030, a efi ciência dos recursos globais no consumo e na produção, e empenhar-se para dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental, de acordo com o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com os países desenvolvidos assumindo a liderança. Até 2030, alcançar o emprego pleno e produtivo e trabalho de- cente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com defi ciência, e remuneração igual para trabalho de igual valor. Até 2020, reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação. Tomar medidas imediatas e efi cazes para erradicar o trabalho for- çado, acabar com a escravidão moderna e o tráfi co de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas formas. 59 Proteger os direitos trabalhistas e promover ambientes de traba- lho seguros e protegidos para todos os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários. Até 2030, elaborar e implementar políticas para promover o tu- rismo sustentável, que gera empregos e promove a cultura e os produtos locais. Fortalecer a capacidade das instituições fi nanceiras nacionais para incentivar a expansão do acesso aos serviços bancários, de segu- ros e fi nanceiros para todos. Aumentar o apoio da Iniciativa de Ajuda para o Comércio [Aid for Trade] para os países em desenvolvimento, particularmente os países menos desenvolvidos, inclusive por meio do Quadro Integrado Reforçado para a Assistência Técnica Relacionada com o Comércio para os países menos desenvolvidos. Até 2020, desenvolver e operacionalizar uma estratégia global para o emprego dos jovens e implementar o Pacto Mundial para o Emprego da Organização Internacional do Trabalho [OIT].” (ONU, 2015) 60 Objetivo 9 - Indústria, Inovação e Infraestruturas O objetivo nº 9 estabelece: “Construir infraestruturas resilientes, pro- mover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”. “Desenvolver infraestrutura de qualidade, confi ável, sustentável e resiliente, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar hu- mano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos. Promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar signifi cativamente a participação da indústria no setor de emprego e no PIB, de acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua participação nos países menos desenvolvidos. Aumentar o acesso das pequenas indústrias e outras empresas, particularmente em países em desenvolvimento, aos serviços fi - nanceiros, incluindo crédito acessível e sua integração em cadeias de valor e mercados. Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com efi ciência aumentada no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades. 61 Fortalecer a pesquisa científi ca, melhorar as capacidades tecnoló- gicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o número de traba- lhadores de pesquisa e desenvolvimento por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento. Facilitar o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e resi- liente em países em desenvolvimento, por meio de maior apoio fi nanceiro, tecnológico e técnico aos países africanos, aos países menos desenvolvidos, aos países em desenvolvimento sem litoral e aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento. Apoiar o desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nacionais nos países em desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, a diver- sifi cação industrial e a agregação de valor às commodities. Aumentar signifi cativamente o acesso às tecnologias de informa- ção e comunicação e se empenhar para oferecer acesso universal e a preços acessíveis à internet nos países menos desenvolvidos, até 2020.” (ONU, 2015) 62 Objetivo 10 - Redução das desigualdades O objetivo nº 10 estabelece: “Reduzir a desigualdade dentro dos paí- ses e entre eles”. “Até 2030, progressivamente alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da população mais pobre a uma taxa maior que a média nacional, Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, defi ciên- cia, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra. Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a este respeito. Adotar políticas, especialmente fi scal, salarial e de proteção social, e alcançar progressivamente uma maior igualdade. Melhorar a regulamentação e monitoramento dos mercados e instituições fi nanceiras globais e fortalecer a implementação de tais regulamentações. Assegurar uma representação e voz mais forte dos países em desenvolvimento em tomadas de decisão nas instituições eco- nômicas e fi nanceiras internacionais globais, a fi m de produzir instituições mais efi cazes, críveis, responsáveis e legítimas. 63 Facilitar a migraçãoe a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas. Implementar o princípio do tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, em conformidade com os acordos da OMC. Incentivar a assistência ofi cial ao desenvolvimento e fl uxos fi nan- ceiros, incluindo o investimento externo direto, para os Estados onde a necessidade é maior, em particular os países menos de- senvolvidos, os países africanos, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países em desenvolvimento sem litoral, de acordo com seus planos e programas nacionais. Até 2030, reduzir para menos de 3% os custos de transação de remessas dos migrantes e eliminar os corredores de remessas com custos superiores a 5%.” (ONU, 2015) Objetivo 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis O objetivo nº 11 estabelece: “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. “Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura, ade- quada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas. 64 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com defi ciência e idosos. Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as ca- pacidades para o planejamento e gestão de assentamentos huma- nos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países. Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo. Até 2030, reduzir signifi cativamente o número de mortes e o nú- mero de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em re- lação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres rela- cionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade. Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros. Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com defi ciência. 65 Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento. Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a efi ciência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a de- sastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis. Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e fi nanceira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais.” (ONU, 2015) Objetivo 12 - Consumo e Produção Responsáveis O objetivo nº 12 estabelece: “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”. As metas incluem reduzir pela metade o des- perdício de alimentos per capita mundial; alcançar o manejo ambiental- mente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos; e reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redu- ção, reciclagem e reuso; entre outros”. 66 “Implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento. Até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso efi ciente dos re- cursos naturais. Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abas- tecimento, incluindo as perdas pós-colheita. Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente saudável dos pro- dutos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais acordados, e reduzir signifi cativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar infor- mações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios. 67 Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais. Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza. Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científi cas e tecnológicas para mudar para padrões mais susten- táveis de produção e consumo. Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os im- pactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentá- vel, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais. Racionalizar subsídios inefi cientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fi scal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refl etir os seus impactos ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades especí- fi cas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos sobre o seu desenvolvimento de uma forma que proteja os pobres e as comunidades afetadas.” (ONU, 2015) 68 Objetivo 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima O objetivo nº 13 estabelece: “Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos”. “Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos rela- cionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países. Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais. Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima. Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvi- dos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mu- dança do Clima [UNFCCC] para a meta de mobilizar conjuntamen- te US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações de mitigação signifi cativas e transparência na implementação; e operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o mais cedo possível. Promover mecanismos para a criação de capacidades para o pla- nejamento relacionado à mudança do clima e à gestão efi caz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.” (ONU, 2015) 69 Objetivo 14 - Vida na Água O objetivo nº 14 estabelece: “Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. “Até 2025, prevenir e reduzir signifi cativamente a poluição mari- nha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades ter- restres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes. Até 2020,gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos adversos signifi cativos, inclusive por meio do reforço da sua capacidade de resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fi m de assegurar ocea- nos saudáveis e produtivos. Minimizar e enfrentar os impactos da acidifi cação dos oceanos, inclusive por meio do reforço da cooperação científi ca em todos os níveis. Até 2020, efetivamente regular a coleta, e acabar com a sobre- pesca, ilegal, não reportada e não regulamentada e as práticas de pesca destrutivas, e implementar planos de gestão com base científi ca, para restaurar populações de peixes no menor tempo possível, pelo menos a níveis que possam produzir rendimento máximo sustentável, como determinado por suas características biológicas. 70 Até 2020, conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e mari- nhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científi ca disponível. Até 2020, proibir certas formas de subsídios à pesca, que con- tribuem para a sobrecapacidade e a sobrepesca, e eliminar os subsídios que contribuam para a pesca ilegal, não reportada e não regulamentada, e abster-se de introduzir novos subsídios como estes, reconhecendo que o tratamento especial e diferenciado adequado e efi caz para os países em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos deve ser parte integrante da negociação sobre subsídios à pesca da Organização Mundial do Comércio. Até 2030, aumentar os benefícios econômicos para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvol- vidos, a partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo. Aumentar o conhecimento científi co, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, tendo em conta os crité- rios e orientações sobre a Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão Oceanográfi ca Intergovernamental, a fi m de melhorar a saúde dos oceanos e aumentar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, em particular os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos. 71 Proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados. Assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos e seus recursos pela implementação do direito internacional, como refl e- tido na UNCLOS [Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar], que provê o arcabouço legal para a conservação e utilização sustentável dos oceanos e dos seus recursos, conforme registrado no parágrafo 158 do “Futuro Que Queremos.” (ONU, 2015) Objetivo 15 - Vida Terrestre O objetivo nº 15 estabelece: “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as fl orestas, combater a desertifi cação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.” “Até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentá- vel de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial fl orestas, zonas úmidas, montanhas e ter- ras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais. Até 2020, promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de fl orestas, deter o desmatamento, restaurar fl o- restas degradadas e aumentar substancialmente o fl orestamento e o refl orestamento globalmente. 72 Até 2030, combater a desertifi cação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertifi cação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo. Até 2030, assegurar a conservação dos ecossistemas de mon- tanha, incluindo a sua biodiversidade, para melhorar a sua ca- pacidade de proporcionar benefícios que são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Tomar medidas urgentes e signifi cativas para reduzir a degrada- ção de habitat naturais, deter a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas. Garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios deri- vados da utilização dos recursos genéticos e promover o acesso adequado aos recursos genéticos. Tomar medidas urgentes para acabar com a caça ilegal e o tráfi co de espécies da fl ora e fauna protegidas e abordar tanto a deman- da quanto a oferta de produtos ilegais da vida selvagem. Até 2020, implementar medidas para evitar a introdução e reduzir signifi cativamente o impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies prioritárias. 73 Até 2020, integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local, nos processos de desenvolvimen- to, nas estratégias de redução da pobreza e nos sistemas de contas. Mobilizar e aumentar signifi cativamente, a partir de todas as fon- tes, os recursos fi nanceiros para a conservação e o uso sustentá- vel da biodiversidade e dos ecossistemas. Mobilizar recursos signifi cativos de todas as fontes e em todos os níveis para fi nanciar o manejo fl orestal sustentável e proporcio- nar incentivos adequados aos países em desenvolvimento para promover o manejo fl orestal sustentável, inclusive para a conser- vação e o refl orestamento. Reforçar o apoio global para os esforços de combate à caça ilegal e ao tráfi co de espécies protegidas, inclusive por meio do aumento da capacidade das comunidades locais para buscar oportunida- des de subsistência sustentável.” (ONU, 2015) Objetivo 16 - Paz, Justiça e Instituições Efi cazes O objetivo nº 16 estabelece: “Promover sociedades pacífi cas e inclusi- vas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições efi cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”. 74 “Reduzir signifi cativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares. Acabar com abuso, exploração, tráfi co e todas as formas de vio- lência e tortura contra crianças. Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos. Até 2030, reduzir signifi cativamente os fl uxos fi nanceiros e de armas ilegais, reforçar a recuperação e devolução de recursos roubados e combater todas as formas de crime organizado. Reduzir substancialmente a corrupção e o suborno em todas as suas formas. Desenvolver instituições efi cazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis. Garantir a tomada de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa em todos os níveis. Ampliar e fortalecer a participação dos países em desenvolvimen- to nas instituições de governança global. Até 2030, fornecer identidade legal para todos, incluindo o regis- tro de nascimento. 75 Assegurar o acesso público à informação e proteger as liberdades fundamentais, em conformidade com a legislação nacional e os acordos internacionais. Fortalecer as instituições nacionais relevantes, inclusive por meio da cooperação internacional, para a construção de capacidades em todos os níveis, em particular nos países em desenvolvimento, para a prevenção da violência e o combate ao terrorismo e ao crime. Promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desenvolvimento sustentável.” (ONU, 2015) Objetivo 17 - Parcerias e Meios de Implementação O objetivo nº 17 estabelece: “Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”. As metas específi cas incluem as áreas de fi nanças, tecnologia, capacitação, comércio, bem como questões sistêmicas e cooperação em ciência, tec- nologia e inovação”. “Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio do apoio internacional
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