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Cefalosporinas e cefamicinas

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Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 1 
 
 
As cefalosporinas assemelham-se às penicilinas, porém são mais estáveis em 
relação a muitas β-lactamases bacterianas e, portanto, exibem um espectro de 
atividade mais amplo. As cefalosporinas não são ativas contra L. 
monocytogenes, e, entre as cefalosporinas disponíveis, apenas a ceftarolina 
exibe alguma atividade contra enterococos. As cefalosporinas são classificadas 
em quatro grandes gerações, dependendo principalmente do espectro de 
atividade antimicrobiana. 
Cefazolina, cefadroxila, cefalexina, cefalotina, cefapirina e cefradina são as representantes. São muito ativas 
contra cocos Gram-positivos, como estreptococos e estafilococos. Com frequência, E. coli, K. pneumoniae 
e Proteus mirabilis são sensíveis, enquanto se observa pouca atividade contra P. aeruginosa, espécies de 
Proteus indol-positivas, Enterobacter sp., S. marcescens, Citrobacter sp. e Acinetobacter sp. 
Farmacocinética → Cefalexina, cefradina e cefadroxila são absorvidas em graus variáveis pelo intestino. 
A cefalexina e a cefradina são administradas em doses de 0,25 a 0,5 g, 4x/dia (15 a 
30 mg/kg/dia), já a cefadroxila é administrada em doses de 0,5 a 1 g, 2x/dia. A cefazolina é a única dessa 
classe de administração parenteral, podendo ser usado por infusão IV ou IM. A excreção ocorre por 
secreção tubular, e é preciso efetuar um ajuste da dose em caso de comprometimento da função renal. 
Usos clínicos → Os fármacos orais podem ser usados para o tratamento das 
infecções do sistema urinário e infecções causadas por estafilococos ou 
estreptococos, inclusive celulite ou abscesso de tecidos moles. A cefazolina penetra 
bem na maioria dos tecidos e é um fármaco de escolha para profilaxia cirúrgica e 
também pode constituir um fármaco de escolha em infecções para as quais ela seja o 
fármaco menos tóxico (p. ex., E. coli ou K. pneumoniae produtoras de penicilinase), 
bem como no caso de indivíduos com infecções estafilocócicas ou estreptocócicas 
com história de alergia à penicilina distinta da hipersensibilidade imediata. A 
cefazolina não penetra no sistema nervoso central e, portanto, não pode ser utilizada no tratamento da 
meningite, mas foi constatada a sua eficácia para infecções estafilocócicas graves, como a bacteremia. 
Os membros das cefalosporinas de 2ª geração incluem cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima, 
cefprozila, loracarbefe e ceforamida, bem como as cefamicinas estruturalmente relacionadas, cefoxitina, 
cefmetazol e cefotetana, que possuem atividade contra anaeróbios. Em geral, as cefalosporinas de 2ª 
geração mostram-se ativas contra microrganismos inibidos pelas de 1ª geração e proporcionam uma 
cobertura ampliada contra Gram-negativos. À semelhança dos agentes de 1ª geração, nenhum membro 
desse grupo exibe atividade contra enterococos ou P. aeruginosa. 
Farmacocinética → Cefaclor, axetilcefuroxima, cefprozila e loracarbefe podem ser administrados por 
VO. A dose habitual para adultos é de 10 a 15 mg/kg/dia, em 2 a 4 doses fracionadas; as crianças devem 
receber 20 a 40 mg/kg/dia, até uma dose máxima de 1 g/dia. O cefaclor é mais suscetível à hidrólise por 
β lactamase, em comparação com os outros agentes, por isso sua utilidade está diminuída. A administração 
IM é dolorosa e deve ser evitada. As doses e os intervalos entre elas variam, dependendo do agente 
específico. Todas as cefalosporinas de 2ª geração são depuradas pelos rins e exigem um ajuste nas doses 
na presença de insuficiência renal. 
Usos clínicos → Os fármacos orais mostram-se ativos contra H. influenzae ou Moraxella catarrhalis 
produtores de β-lactamase e têm sido utilizadas sobretudo no tratamento de sinusite, otite e infecções das 
VRI, nas quais esses microrganismos desempenham uma importante função. Em virtude de sua atividade 
Cepas de E. coli e Klebsiella sp. 
que expressam β-lactamase de 
espectro ampliado capazes de 
hidrolisar a maioria das 
cefalosporinas representam um 
problema clínico crescente. 
Não se deve confiar nas 
cefalosporinas orais 
para o tratamento das 
infecções sistêmicas 
graves. 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
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contra anaeróbios (inclusive muitas cepas de B. fragilis) cefoxitina, cefotetana ou cefmetazol podem ser 
usados no tratamento de infecções anaeróbias mistas, como peritonite, diverticulite e doença inflamatória 
pélvica. A cefuroxima é usada no tratamento da PAC, em virtude de sua atividade contra H. influenzae e H. 
pneumoniae produtores de β-lactamase e também contra a maioria dos pneumococos. Apesar de a 
cefuroxima atravessar a BHE, é menos efetiva no tratamento da meningite do que ceftriaxona ou 
cefotaxima (3ª geração), por isso, não deve ser usada. 
Incluem cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima, ceftizoxima, ceftriaxona, cefixima, cefpodoxima proxetila, 
cefdinir, cefditoreno pivoxila, ceftibuteno e moxalactam. 
Atividade antimicrobiana → Em comparação com os de 2ª geração, esses fármacos proporcionam uma 
cobertura mais ampliada contra Gram-negativos, e alguns deles têm a capacidade de atravessar a BHE. 
Os fármacos de 3ª geração com frequência são ativos contra Citrobacter, S. marcescens e Providencia. 
Essas cefalosporinas também são efetivas contra cepas de Haemophilus e Neisseria produtoras de 
β-lactamase. A ceftazidima e a cefoperazona são as duas únicas cefalosporinas de terceira geração com 
atividade útil contra P. aeruginosa. À semelhança dos fármacos de segunda geração, essas cefalosporinas 
são hidrolisadas pela β-lactamase AmpC constitutivamente produzida e não apresentam atividade 
confiável contra espécies de Enterobacter. As espécies de Serratia, Providencia e Citrobacter também 
produzem uma cefalosporinase codificada em nível cromossômico que, quando expressa de modo 
constitutivo, confere resistência às cefalosporinas de 3ª geração. 
Farmacocinética → Penetram bem nos líquidos e tecidos corporais e, à exceção da cefoperazona e de 
todas as cefalosporinas orais, alcançam níveis no LCS suficientes para inibir a maioria dos patógenos 
sensíveis. A excreção de cefoperazona e ceftriaxona ocorre principalmente pelo trato biliar. Os outros 
fármacos são excretados pelo rim e exigem um ajuste da dose em caso de insuficiência renal. 
Usos clínicos → São usadas no tratamento de uma ampla variedade de 
infecções graves causadas por microrganismos resistentes à maioria dos outros 
fármacos. Entretanto, as cepas que expressam β lactamases de espectro 
ampliado não são sensíveis. Ceftriaxona e cefotaxima foram aprovadas para o 
tratamento da meningite, inclusive da meningite causada por pneumococos, 
meningococos, H. influenzae e bastonetes Gram-negativos entéricos sensíveis, 
mas não por L. monocytogenes. Essas duas constituem as cefalosporinas mais 
ativas contra cepas de pneumococos não sensíveis à penicilina, e seu uso é 
recomendado para a terapia empírica de infecções graves que podem ser 
causadas por essas cepas. Outras indicações potenciais incluem a terapia 
empírica da sepse no paciente tanto imunocompetente como imunocomprometido, bem como o 
tratamento de infecções para as quais uma cefalosporina constitui o fármaco menos tóxico disponível. Em 
pacientes imunocomprometidos com neutropenia e febre, a ceftazidima com frequência é usada em 
associação a outros antibióticos. 
A principal representante é a cefepima. É mais resistente à hidrólise por β-lactamases cromossômicas 
(p. ex., aquelas produzidas por Enterobacter). Entretanto, à semelhança dos compostos de terceira 
geração, é hidrolisada por β-lactamase de espectro ampliado. Ela apresenta boa atividade contra P. 
aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e S. pneumoniae. Mostra-se altamente ativa contra Haemophilus 
sp. e Neisseria sp. Penetra bem no LCS e é depurada pelos rins. Suas propriedades farmacocinéticas 
assemelham-se bastante às da ceftazidima, mas ao contráriodesta, a cefepima tem boa atividade contra a 
maioria das cepas de estreptococos não sensíveis à penicilina e mostra-se útil no tratamento das infecções 
causadas por Enterobacter. 
Deve-se evitar o uso de 
cefalosporinas de 3ª geração no 
tratamento das infecções por 
Enterobacter, mesmo se o 
microrganismo isolado clínico 
for sensível in vitro – devido à 
emergência de resistência. 
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ATIVIDADE CONTRA ESTAFILOCOCOS mr → Na atualidade, estão sendo desenvolvidos antibióticos β-lactâ- 
micos com atividade contra estafilococos resistentes à meticilina (MRS). A ceftarolina fosamila, o pro-
fármaco do metabólito ativo ceftarolina, é o primeiro desses fármacos a receber aprovação para uso clínico 
nos Estados Unidos. A ceftarolina apresenta uma ligação aumentada à PBP 2a, que medeia a resistência à 
meticilina nos estafilococos, resultando em atividade bactericida contra essas cepas. Possui alguma 
atividade contra enterococos e amplo espectro contra Gram-negativos, à semelhança da ceftriaxona. 
Não é ativa contra AmpC ou microrganismos produtores de β-lactamase de espectro ampliado. A 
ceftarolima está atualmente aprovada para o tratamento de infecções da pele e dos tecidos moles e PAC. 
Alergia → As cefalosporinas produzem sensibilização e podem causar uma variedade de reações de 
hipersensibilidade idênticas àquelas observadas com as penicilinas, incluindo anafilaxia, febre, 
exantemas cutâneos, nefrite, granulocitopenia e anemia hemolítica. O núcleo químico das cefalosporinas 
difere o suficiente daquele das penicilinas, de modo que muitos indivíduos com história de alergia à 
penicilina toleram as cefalosporinas. De modo geral, a frequência de alergenicidade cruzada entre os dois 
grupos de fármacos é baixa (cerca de 1%). A alergenicidade cruzada parece ser mais comum com as 
penicilinas, as aminopenicilinas e as cefalosporinas mais antigas. Os pacientes com história de anafilaxia 
às penicilinas não devem receber cefalosporinas de 1 ou 2ª gerações, e as 3 e 4ª gerações devem ser 
administradas com cautela, em ambiente monitorado. 
Toxicidade → A irritação local pode produzir dor após injeção IM e tromboflebite após injeção IV. Foi 
demonstrada a ocorrência de toxicidade renal, inclusive nefrite intersticial e necrose tubular. As 
cefalosporinas que contêm um grupo metiltiotetrazol (cefamandol, cefmetazol, cefotetana e 
cefoperazona) podem causar hipoproteinemia e distúrbios hemorrágicos. A administração oral de 
vitamina K1, 10 mg duas vezes por semana, pode impedir esse problema incomum. Os fármacos com o 
anel metiltiotetrazol também podem causar graves reações do tipo dissulfiram; por isso, deve-se evitar o 
consumo de álcool e medicações que contêm álcool. 
 
 
Fonte: Katzung, 13ª Ed.

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