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Educação no Brasil ainda vive problemas apontados por Florestan
Artigo escrito pelo sociólogo em 1960 alerta para o "alheamento" a que professores foram relegados
22/07/2020
Por: Roberto C. G. Castro
Arte: Moisés Dorado
Aeducação no Brasil precisa ser vista como um problema social, a fim de que as deficiências educacionais sejam enfrentadas através de técnicas sociais adequadas. Sem isso, a sociedade sofre as consequências negativas de um ensino insatisfatório, sem ter para combatê-lo o necessário comportamento coletivo organizado. “Não existe um mínimo de consenso, sequer, no reconhecimento das necessidades educacionais prementes e na escolha das soluções que elas parecem impor de forma inevitável.”
Esse é o teor de um artigo do sociólogo e professor da USP Florestan Fernandes (1920-1995) publicado em 1960 na revista Comentário, do Rio de Janeiro. Intitulado A Educação como Problema Social, o artigo é um exemplo da atualidade do pensamento de Florestan sobre um dos temas a que ele mais se dedicou – a educação. Nesta quarta-feira, dia 22, completa-se o centenário de Florestan Fernandes – data que o Jornal da USP está comemorando com uma série de reportagens.
No artigo escrito há seis décadas, Florestan expõe problemas ainda presentes na educação brasileira. Um deles se refere ao “alheamento” a que os professores foram relegados no País. “O mestre-escola (professor de instrução primária) e o professor constituem a verdadeira mola-mestra de qualquer sistema de ensino. Por maiores que sejam os progressos alcançados nas esferas da teoria da educação e da reforma educacional, tudo não passará de letra morta se os resultados não se evidenciarem no campo do trabalho do mestre-escola e do professor”, defende o sociólogo. Apesar de sua importância fundamental, continua Florestan, os professores foram convertidos numa espécie de “formiga-operária”, da qual se espera apenas uma produção estereotipada, obtida por vias rotineiras. “Enquanto perdurar essa situação, será impossível imprimir novos rumos à educação brasileira. Haverá sempre um abismo intransponível entre os objetivos educacionais, definidos pela teoria pedagógica posta em prática através das reformas do ensino, e os processos pedagógicos reais.”
Segundo Florestan Fernandes, a educação no Brasil precisa ser vista como um problema social, a fim de que as deficiências educacionais sejam enfrentadas através de técnicas sociais adequadas – Foto: SDE /GDF/GOV/BR
Dotados de um conhecimento “técnico”, que percebe a escola como um todo e as exigências educacionais não atendidas, os professores poderiam dar efetivas contribuições para a solução dos problemas da educação, especialmente aqueles relacionados mais diretamente ao funcionamento das escolas – escreve ainda Florestan. Entretanto, esse conhecimento tem sido inoperante, porque não conduz ao aperfeiçoamento das instituições educacionais e das práticas pedagógicas e porque não se difunde fora dos círculos restritos dos professores e mestres-escolas. “Nas circunstâncias atuais isso é inevitável, na medida em que ambos ocupam, na estrutura da escola tanto quanto na da sociedade, posições que não lhes asseguram uma soma de poder à altura de suas responsabilidades e de seus papéis intelectuais”, considera o sociólogo. “Uma das fontes de consciência objetiva e crítica dos elementos qualitativos mais complexos da situação educacional brasileira é, portanto, silenciada e neutralizada no próprio nascedouro, permanecendo mais ou menos inútil para o resto da sociedade.”
Florestan aborda, no mesmo artigo, a importância dos teóricos da educação, que através da pesquisa científica elaboram as análises e as críticas “mais penetrantes e completas” sobre o funcionamento das instituições escolares e o sistema educacional brasileiro. “Promovem, assim, a lenta substituição dos critérios e valores pedagógicos obsoletos, que herdamos do passado, assumindo os papéis de agentes responsáveis de inovação cultural na esfera da educação”, escreve o sociólogo, lembrando que é preciso “estimular a produção pedagógica original, que leve em conta as peculiaridades das instituições educacionais brasileiras e as nossas possibilidades de explorar modelos pedagógicos modernizados”. Ele alerta, porém, para uma “limitação” do conhecimento pedagógico: os “mecanismos irracionais de avaliação” produzidos pelo “influxo poderoso das camadas conservadoras na vida educacional”. “Em consequência, o conhecimento mais positivo que possuímos sobre a situação educacional brasileira é impotente, por si mesmo, para alterar a qualidade e a eficácia da reação societária aos problemas educacionais.”
L
Perdas na aprendizagem são menores em países que fecham menos as escolas
A maioria das 23 nações analisadas manteve testes nacionais em 2021 para verificar o que aprenderam seus alunos durante a crise sanitária causada pela covid-19
Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 11/06/2021 às 13h30access_timeTempo de leitura: 4 min
Maioria das escolas não estava preparada para a mudança (Newton Menezes/FuturaPress)
Países que ficaram menos dias que o Brasil com escolas fechadas não tiveram grande perda de aprendizagem ou sequer tiveram. É o que mostra um estudo sobre avaliações internacionais feito pela consultoria Vozes da Educação, a pedido da Fundação Lemann. A maioria das 23 nações analisadas manteve testes nacionais em 2021 para verificar o que aprenderam seus alunos durante a crise sanitária causada pela covid-19.
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O Brasil é o segundo país com mais tempo de escolas fechadas, segundo a Unesco, passando dos 260 dias. Estudos iniciais já têm mostrado um déficit gigantesco no desenvolvimento, com resultados que comprometem uma geração.
Além disso, o Ministério da Educação (MEC) ainda não confirmou que será realizado o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) este ano, exame que justamente mostra como está a aprendizagem dos estudantes do ensino fundamental e médio. Apesar de oficialmente o governo dizer que a prova será no segundo semestre, ainda não há gráfica contratada e nem coordenador para o Saeb, segundo o Estadão apurou. O Saeb é feito desde os anos 90, com provas de Português e Matemática, e os dados compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
"O movimento majoritário no mundo é retomar avaliações, que até poderiam ter sido suspensas em 2020, para saber onde os alunos estão, o impacto do fechamento das escolas e para ajudar o professor sobre o que ele tem de fazer daqui para frente", diz o diretor de políticas educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis. Mas, segundo ele, só com a volta às aulas presenciais em massa será possível entender melhor o quadro.
Segundo o estudo, a maioria dos países avaliaram seus alunos em 2020 ou 2021 e o fizeram já com as escolas totalmente ou parcialmente abertas. É o caso de França, Noruega, Rússia, Estônia, Colômbia e Uruguai. Na Colômbia, a média dos alunos foi apenas um ponto menor que a de 2019. Os resultados na Estônia e na Noruega mostram que não houve mudança na aprendizagem durante a pandemia. Os países ficaram 102 e 34 dias com escolas fechadas respectivamente. Já na Polônia, que fechou por 171 dias, a performance dos alunos chegou a melhorar em 1% em Matemática em comparação com 2019, mas caiu cerca de 5% em Língua Polonesa e Inglês.
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Os países têm testes com vários perfis: há os que avaliam as redes, os que examinam os estudantes individualmente e também aqueles que são usados para certificação ou para evolução em uma etapa de ensino. Na maioria, as provas são obrigatórias. Mas na Alemanha, por exemplo, a avaliação se tornou voluntária no período de pandemia. Também na Estônia, os exames finais do secundário deixaram de ser obrigatórios para a aprovação em 2020 e em 2021.
Os franceses realizaram testes em setembro de 2020 e o desempenho dos alunos em Francês foi melhor do que em 2019. Em Matemática, houve resultados estáveis, mas com queda na performance dos alunosde cursos técnicos. A França ficou 48 dias com escolas fechadas durante a pandemia. Na Austrália, as avaliações mostraram que alunos do 5.º ano e do 9.º ano ficaram atrasados cerca de 3 meses em Leitura e Matemática.
O Instituto Unibanco e o Insper divulgaram estudo mostrando que os estudantes do ensino médio do Brasil aprenderam só 25% do que deveriam no ano passado. E no fim de 2021 podem retroceder ao que sabiam no fim do fundamental.
Seguindo uma lei instituída em 2020, os Estados Unidos estão coletando dados das escolas mês a mês desde março. Os resultados estão online, abertos ao público, e mostram se as unidades estão trabalhando online ou presencial, a frequência e até a vacinação dos professores. Os dados mais atuais da ferramenta indicavam que, em abril, 60% das escolas públicas americanas estavam abertas para todos os alunos, o dia todo.
O Brasil não tem controle nacional da situação. Atualmente, a maioria das redes de ensino no País ainda não voltou presencialmente. Há resistência dos professores, que exigem a vacinação, e das famílias. Nesta semana, São Paulo anunciou a imunização de professores de todas as idades.
Para Carolina Campos, da Vozes da Educação, "nossos desafios são imensos, com escolas fechadas por tanto tempo". "E ainda nem as abrimos para saber o tamanho do fosso." Alguns países latinos, mesmo sem ainda identificar se houve perda ou não de aprendizagem, fizeram adaptações em suas avaliações. No Chile, além de Leitura e Matemática, houve exames socioemocionais dos alunos. O Uruguai deu atenção especial aos estudantes mais vulneráveis porque já identificou crescimento na desigualdade.
Brasil melhora acesso à escola, mas ainda precisa superar desigualdade, aponta OCDE
Análise sobre políticas adotadas nas últimas décadas mostra avanço em índices de educação, mas também aponta gargalos que precisam ser superados, como uma maior equidade na educação. Confira 10 pontos indicados pela OCDE para melhorar a educação no país.
Por Elida Oliveira, G1
30/06/2021 08h00  Atualizado há 2 semanas
Relatório da OCDE aponta avanços na educação brasileira, mas reforça necessidade de redução da desigualdade. — Foto: Vivian Honorato/Ascom/Prefeitura de Londrina
O Brasil avançou em número de matrículas nas escolas e melhorou o nível de escolaridade da população nas últimas décadas, mas ainda precisa vencer desafios por uma educação de qualidade.
Entre eles, está a redução da desigualdade na educação, o que pode ficar ainda mais acentuado com os efeitos da pandemia devido à falta de acesso ao ensino remoto, e o fortalecimento de um Sistema Nacional de Educação, com a definição de papéis claros entre os entes da federação.
A análise faz parte de relatórios publicados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com a Todos pela Educação e Itaú Social.
Ao todo, são três documentos que somam mais de 400 páginas. Eles citam as políticas públicas implementadas nas últimas décadas, avaliam os avanços em cada ciclo (do ensino infantil ao superior), trazem recomendações de melhorias em diversas áreas, e comparações com políticas adotadas em outros países.
"O relatório é categórico ao dizer que o Brasil terá sérias dificuldades de avançar se não colocar luz na desigualdade da educação. Com a pandemia, este tema ganhou tração, mas é importante que a OCDE diga que ou Brasil encara o problema de frente e pensa em políticas para superá-lo ou terá dificuldade em melhorar a qualidade da educação. A desigualdade é muito alta em comparação aos outros países", afirma Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo da Todos pela Educação.
"Conseguimos avançar no acesso à educação básica e até em relação a índices de desempenho, mas as desigualdades persistem. O relatório aponta que a pandemia pode ter acentuado essas desigualdades e que elas são multidimensionais, se dão por nível socioeconômico, mas também por raça, gênero e localização geográfica, como onde você mora, em que local você vive", avalia Patricia Mota Guedes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social.
Em 14 de junho, o Jornal Nacional trouxe uma reportagem sobre o aumento da desigualdade no país, que atingiu o maior nível desde 2012. Confira no vídeo abaixo:
Índice que mede a desigualdade atinge o maior nível desde 2012, diz FGV
De acordo com o relatório da OCDE, a pandemia aprofundou a recessão econômica e atingiu com força a população mais vulnerável "exacerbando as desigualdades que ainda colocam o Brasil entre os países mais desiguais do mundo", diz o texto.
O relatório cita que, em 2018, 20% da população brasileira vivia abaixo da linha da pobreza, índice maior do que o registrado quatro anos antes, em 2014, quando eram 18%.
Um dos relatórios traz estatísticas que mostram a desigualdade do país:
· Acesso ao ensino médio: Em 2018, 60% da população negra ou parda havia concluído pelo menos o ensino médio, índice que chega a 76% entre brancos;
· Acesso ao ensino superior: 36% dos brancos com idade entre 18 e 24 anos estavam na universidade ou já haviam concluído o ensino superior em 2018; entre negros e pardos, o índice era de 18%;
· Exclusão: Em 2019, quase 25% de negros e pardos de 18 a 24 anos não estudavam nem trabalhavam; para brancos, o índice era de 17%;
· Abandono escolar e mercado de trabalho: segundo a OCDE, os dados sugerem que a desigualdade leva negros e pardos a deixarem a escola para trabalhar.
Entre as políticas destacadas pela OCDE para diminuir a desigualdade no Brasil, está o Bolsa Família, que oferece pagamento mensal a famílias de baixa renda que mantiverem os filhos matriculados em escolas; as políticas de cotas para estudantes de escolas públicas, negros e pardos, indígenas e pessoas com deficiência, e o Programa Universidade para Todos (Prouni), que já ofereceu 2,5 milhões de bolsas de estudos para alunos carentes.
Como diminuir a desigualdade
Investir em educação infantil reduz desigualdades, aponta relatório da OCDE. — Foto: Anselmo Cunha/PMPA
O relatório da OCDE cita diversas ações para diminuir a desigualdade, entre elas, estão:
· Investir em educação infantil
Patricia Mota Guedes, do Itaú Social, afirma que o relatório destaca o avanço do Brasil em incorporar a pré-escola na educação básica. "É uma conquista apontada, mas ao mesmo tempo tem o desafio de ampliar o acesso à creche para crianças de 0 a 3 anos", pontua.
O investimento deve ser voltado à população mais carente, de acordo com a OCDE. Dados do governo federal apontam que em 2020, 51% das crianças de 0 a 3 anos da parcela mais rica da população estavam matriculadas em creches, enquanto entre os mais pobres o índice é de 26%.
"Temos evidências do papel da educação infantil de qualidade para reduzir desigualdade. A criança já entra nos anos iniciais em desenvolvimento, não só para alfabetização do mundo letrado, mas também a socialização e desenvolvimento de outras competências importantes. Isso ajuda a reduzir desigualdades de crianças com pais menos escolarizados", analisa.
· Evitar a reprovação
O relatório diz que a reprovação traz efeitos indesejáveis e não garantem a aprendizagem do estudante. Há custos elevados para manter os alunos retidos em séries, além da prática diminuir a motivação e engajamento de alunos e incentivar o abandono escolar.
"Em países onde a reprovação é muito comum, o desempenho geral tende a ser mais baixo e a origem social também tende a ter um impacto maior nos resultados de aprendizagem do que em países onde menos alunos são reprovados", cita o texto.
· Manter a política de cotas
O sistema de cotas, implantado em 2012 como medida temporária, deve ser revisto em 2022.
A OCDE destaca que especialistas defendem a extensão da política, acompanhado por programas de assistência financeira e diversidade no conteúdo acadêmico universitário.
10 pontos para melhorar a educação do Brasil
Para superar desafios, a OCDE lista 10 pontos para melhorar a qualidade da educação no país:
1. Investimento em educação: o relatório sugere proteger os recursos da educação e vincular a resultados que mostremavanço na qualidade do ensino. O texto reconhece os avanços do novo Fundeb, o fundo que financia a educação básica redistribuindo recursos para que todos os alunos recebam pelo menos o mínimo de investimento previsto.
2. Reavaliar prioridades: a OCDE afirma que a pandemia traz uma oportunidade de reavaliar as prioridades no orçamento. Cita os gastos excessivos com reprovação e a necessidade de aumentar as taxas de conclusão no ensino superior.
3. Ações para mitigar impacto da pandemia: a OCDE afirma que serão necessários recursos adicionais para atender alunos em vulnerabilidade, mas há riscos de cortes no orçamento devido à desaceleração econômica. Isso já ocorre sobre recursos do Ministério da Educação, que teve os maiores bloqueios em relação a outras pastas. O ideal seria investir mais para recuperar as perdas da pandemia, com foco em alunos mais vulneráveis.
4. Melhoria para carreira de professores: para a OCDE, a valorização do docente é essencial para melhorar o ensino e a aprendizagem. Com isso, será possível atrair e reter professores de alto nível, fornecendo apoio e desenvolvimento profissional.
5. Práticas de ensino: abordagens inovadoras e comprovadas podem trazer impacto positivo na aprendizagem dos estudantes. O desafio poderá ser superado com quadros universitários de qualidade e cursos de formação continuada. Mas dados apontam que três quartos dos professores dos anos finais do ensino fundamental e médio nunca observaram aulas de outros professores para dar feedbacks, o que poderia ser uma forma colaborativa de melhorar a prática de ensino.
6. Clima escolar: tornar o ambiente escolar mais favorável a estudantes pode impactar na aprendizagem e bem-estar. No Pisa de 2018, por exemplo, os dados apontaram que os casos de bullying, indisciplina e solidão nas escolas do Brasil ocorriam acima da média dos países da OCDE. O resultado de um ambiente pouco receptivo é o baixo o desempenho dos estudantes. A avaliação indicou que 68% dos estudantes brasileiros não sabiam o básico de matemática; 50,1% apresentavam baixo desempenho em leitura e 55,3%, baixo desempenho em ciência.
7. Gestão escolar: a OCDE recomenda melhorias na administração e liderança pedagógica, com profissionais da área exercendo as funções. O relatório cita, por exemplo, que em 2018 70% das redes ainda escolhiam diretores por nomeação política, destaca Patrícia Mota Guedes.
8. Tornar a educação relevante: uma iniciativa destacada pela OCDE é a reforma do ensino médio, que procura trazer itinerários formativos adaptados de acordo com cada estudante, com vistas à educação profissional e tecnológica. Para isso, são precisos recursos. Uma opção é fazer programas locais, em parceria com empregadores, para aumentar o engajamento dos jovens.
9. Apoiar os alunos em risco: a OCDE recomenda intervenções já nos primeros anos escolares, como investimento na educação infantil e anos iniciais (1º ao 5º ano) do ensino fundamental, com políticas explícitas para evitar a evasão.
10. Direcionar recursos: regiões, escolas e alunos com as maiores necessidades devem receber mais investimentos. É possível aproveitar a experiência bem-sucedida do Fundeb, de acordo com o relatório, para fazer redistribuições não apenas entre estados e municípios, mas também dentro deles.
"Quando o assunto é educação, é de se destacar que praticamente nada do que a OCDE está recomendando está no escopo de atuação do atual governo", avalia Olavo Nogueira Filho, do Todos pela Educação. "As agendas que o Ministério da Educação tem priorizado, como as escolas cívico-militares e o homeschooling, não tem relação com o que o relatório recomenda que deveria ser prioridade. Para um governo que tanto valoriza a OCDE e quer fazer parte deste grupo de países, fica um descolamento muito grande", avalia.
Educação no Brasil: 5 principais obstáculos enfrentados pelo sistema educacional
A educação brasileira passa por muitas dificuldades. Veja um panorama com algumas delas e entre nesse debate
AtualidadesCuriosidadesEducação
Por Clara Ribeiro ultima atualização 28/06/2020 às 3:06
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Falta de investimento, baixo salário dos professores, pais e responsáveis que não participam, entre tantos outros assuntos estão sempre presentes no debate sobre as deficiências da educação no Brasil.
Em contrapartida, todos sabem o quanto a educação é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Para muitos, é preciso resolver todas as questões estruturais até que surja uma luz no fim do túnel nesse âmbito por aqui.
Para trazer à tona essa discussão tão necessária, resolvemos explorar os cinco entraves principais do sistema educacional brasileiro.
1 – Desafios socioeconômicos
A falta de igualdade de oportunidades entre as diversas camadas da sociedade faz com que nem todos tenham acesso à escola formal, faculdade ou qualquer outro nível de formação.
Também não é igualitária a aprendizagem, uma vez que há déficit na cadeia de ensino para pessoas com deficiências físicas e intelectuais, assim como as que têm qualquer dificuldade.
O movimento Todos Pela Educação lançou o Anuário 2020 com dados referentes aos níveis de desenvolvimento socioeconômico dos alunos e demais monitoramos.
2 – Evasão escolar
Enquanto o início do Ensino Fundamental tem boa adesão, as demais fases da educação básica sofrem com a chamada evasão escolar.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, citado no tópico anterior,  cerca de 88.631 mil crianças e adolescentes entre seis e 14 anos de idade não estão matriculados em escolas.
Esse número é ainda maior quando falamos de jovens entre 15 e 17 anos, que deveriam estar estudando no Ensino Médio: 674.814 estão fora da escola.
Todavia, a evasão escolar tem motivações muito mais complexas. As principais são:
· Baixa renda familiar
· Pais e responsáveis com pouca (ou nenhuma) escolaridade
· Domicílios em áreas rurais, isoladas ou de risco
· Trabalho infantil / informal
· Discriminação racial ou por gênero
· Atraso escolar maior que dois anos
3 – Analfabetismo
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A taxa de analfabetismo no Brasil também surge como um dos obstáculos enfrentados pelo sistema educacional.
Esse número é medido pelo IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. O último balanço, em 2018, mostra que o analfabetismo no Brasil atinge 11,3 milhões de pessoas. Isto significa cerca de 6,8% da população acima de 15 anos sem saber ler e nem escrever.
Lembrando que o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2015 tinha como meta reduzir drasticamente o número de analfabetos no País. Mas as pesquisas indicam que, mesmo tendo caído a porcentagem, essa redução é bem lenta e os números permanecem altíssimos.
4 – Violência contra professores
Segundo a Operação para Cooperação de Desenvolvimento Econômico, a OCDE, o Brasil lidera o ranking de violência contra professores de escolas do Ensino Fundamental e Médio.
Há algumas causas para que isso ocorra. Por exemplo:
· Múltiplas situações de risco
· Ausência de proteção
· Problemas acadêmicos
· Dificuldades na aprendizagem
· Maior taxa de repetência
· Faltas sem justificativa
· Punições mais duras
Entre medidas ditas como eficazes, segundo os especialistas em educação e no sistema educacional, está a realização de assembleias em sala de aula. Os conflitos deveriam ser trabalhados de forma constante para que não houvesse brechas para atentados do tipo.
5 – Falta de investimentos
Não poderíamos deixar de falar sobre um dos maiores problemas da educação no Brasil: a falta de investimentos.
É consensual que há déficits no que diz respeito à estrutura das escolas já existente, à quantidade de instituições, sobretudo nas periferias, à formação dos professores, aos equipamentos de tecnologia, entre tantos outros.
Segundo o anuário realizado em 2020 pelo programa Todos pela Educação, “o gasto público
anualpor estudante da rede pública na média dos países da OCDE é mais do que o dobro do brasileiro, tanto na Educação Infantil e no Ensino Fundamental como no Ensino Médio”.
Além disso, os investimentos em recursos didáticos são muito diferentes de região para região, tendo em vista que o País é continental.
E então, o que achou desse panorama sobre os principais percalços enfrentados pela educação brasileira? Certamente faltaram outros pilares nessa lista e você pode nos ajudar a lembrá-los e continuar esse debate!

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