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Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 Crime Culposo Conceito no art. 18, II do CP: Culposo, quando o agente - sem querer e sem assumir o risco - deu causa ao resultado por imprudência, negligencia ou imperícia. ® Todo crime culposo é MATERIAL Crime culposo é o que se verifica quando o agente, deixando de observar o dever objetivo de cuidado, por imprudência, negligencia ou imperícia, realiza voluntariamente uma conduta que produz resultado naturalístico, não previsto nem querido, mas objetivamente previsível, e excepcionalmente previsto e querido, que podia com a devida atenção, ter evitado. Importante: No crime culposo, involuntário no crime é apenas o resultado, e não a conduta!! O agente busca um fim lícito, mas de forma indevida. Elementos do crime culposo – são cumulativos e obrigatórios: 1. Conduta humana e voluntaria 2. Resultado lesivo involuntário 3. Violação de um dever objetivo de cuidado (negligencia, imprudência ou imperícia); 4. Nexo de causalidade entre conduta e resultado; 5. Tipicidade 6. Previsibilidade objetiva 7. Ausência de previsão As espécies de dever objetivo de cuidado: ® Negligência: é um comportamento negativo, quando o sujeito deixa de fazer o que deveria. Em provas, vemos os vocábulos desídia, desleixo, desatenção... ® Imprudência é um comportamento positivo, quando o sujeito faz o que não deveria. Em provas, vemos os vocábulos precipitação, afoiteza... ® Imperícia: é a ausência de qualificação técnica necessária e/ou habilidade para o exercício de arte, profissão, oficio ou atividade. Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 ¨ Tipicidade no crime culposo: Art. 18, p único do CP. “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente” Para alguém responder por crime culposo, deve estar EXPRESSAMENTE na lei, o legislador deve admitir a possibilidade. Crime doloso é a regra, crime culposo é a exceção. Importante: Previsibilidade ≠ previsão ® É uma relação de acidentalidade. ® A previsibilidade é elemento constitutivo e obrigatório de crime culposo, se esta não estiver presente, não configura crime culposo. A previsibilidade se analisa com relação AO FATO. “O fato (o que aconteceu) era ou não possível de se imaginar que poderia acontecer?” ® A previsão, por sua vez, está presente em apenas uma espécie de culpa. A previsão se analisa com relação ao AGENTE que praticou o fato. “O sujeito, no caso concreto, percebeu o que estava para acontecer ou não percebeu? Se percebeu, houve previsão, se não percebeu, não houve previsão”. É possível que haja previsibilidade com previsão OU previsibilidade sem previsão. ¨ Tipos de Culpa: Divide-se em culpa consciente e inconsciente. 1. Culpa consciente (ex lascívia): O agente não quer causar o resultado. Contudo, pratica uma conduta de risco, percebe o que essa conduta de risco pode causar, mas acredita, sinceramente, que nada vai acontecer. Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 3 Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer) e o agente teve previsão (percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta). ® Previsibilidade + previsão 2. Culpa inconsciente (ex ignorante): O agente não quer causar o resultado. Contudo pratica uma conduta de risco e causa o resultado sem perceber. ® Pratica a conduta de risco e só percebe o resultado advindo de sua conduta depois de ele já ter ocorrido. Existe previsibilidade no fato (é possível de perceber que pode acontecer), mas o agente não teve previsão (não percebeu, no caso concreto, o que poderia acontecer em decorrência de sua conduta). Compensação X Concorrência de culpas. de culpas. Impossível no DP. Possível no DP. Na compensação, seria como a culpa da vitima compensar (excluir) a culpa do autor. ® Isso não existe e nem é certo no Direito penal, mas é comum no direito privado. A concorrência é possível, porque é quando duas pessoas cometem o ato ilícito, por exemplo, A e B agem com imprudência e ultrapassa o semáforo e ambos atropelam Y. ® Pode se dizer que A e B irão responder culposamente pelo ato.
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