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Carolina Felix nºusp: 10722290 Resenha 1 - Ordem do Progresso O livro A Ordem do Progresso: dois séculos de política econômica no Brasil escrito pelo Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge Marcelo de Paiva Abreu trata das políticas econômicas dos governos a partir da primeira década do regime republicano. O Capítulo 3 Crise, Crescimento e Modernização Autoritária: 1930-1945 apresenta as políticas do período Vargas desde o Governo Provisório (1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937) e do Estado Novo (1937-1946). No Governo Provisório houve uma queda dos preços de exportação do café e interrupção do influxo de capitais estrangeiros - graças aos problemas externos da crise de 29 - afetando assim a balança comercial tanto nas exportações como nas importações - que também tiveram uma queda -. Como resposta a tal problema, a política cambial foi abolida, justificado que tal controle não era eficiente e atrasava o retorno da economia à normalidade. Entretanto em setembro de 1931 a crise agravou-se e as políticas econômicas adotadas eram ineficientes, o pagamento integral da dívida pública externa tornou-se insustentável, deste modo como tentativa de melhorar: o monopólio cambial do Banco do Brasil retornou. Nesse período houve muitas pressões externa tanto do Governo Britânico quanto do Governo Estadunidense em relação às políticas econômicas adotadas pelo Estado, já que ambos investiam capital financeiro - sustentando de certa forma a economia brasileira - da mesma maneira que eram os principais vendedores para importação. Uma das soluções que o Governo Vargas tomou após o agravamento da crise e dos atrasos comerciais foi a compra de estoques de café financiada por créditos do banco do Brasil e por taxação de exportação, após a compra houve a destruição desse estoque. Tal medida junto com o Reajustamento Econômico aliviou a situação dos cafeicultores. O abandono do padrão ouro, a desvalorização cambial, controle cambial que impedia a importação de bens não essenciais e a força dos bancos comerciais brasileiros à crise foi suportada de certo modo bem. No Governo Constitucional (1934-1937) denominado Boom Econômico e Interregno Democrático pelo autor, começou com uma situação financeira ainda ruim visto em conta a escassez de cobertura cambial. Em 1935 houve a suspensão do pagamento do serviço da dívida externa como maneira de contornar a crise, estabelecendo também novo regime cambial que obrigava os bancos a repassar 35% das cambiais de exportação à taxa oficial para o Banco do Brasil, tais medidas resultaram em mais pressões externas, mas positivamente houve uma expansão das exportações, enquanto as importações mantinham-se constante. Apesar disso a política fracassou após a recessão norte-americana. Novamente como tentativa de melhoria econômica firmou-se um acordo com os Estados Unidos em que o Brasil concederia concessões tarifárias aos produtos norte-americanos, enquantos os Estados Unidos manteriam as principais exportações brasileiras livres de tributo, como consequência houve um crescimento do produto industrial. Entretanto tal acordou causou um declive das relações comerciais com países europeus (Alemanha e Inglaterra), enquanto as relações tanto comerciais quanto políticas com os Estados Unidos se intensificaram. No Estado Novo (1937-1946) o pagamento da dívida externa é novamente suspendido como forma de poupar o atraso de pagamentos das importações e orientado pela nova política econômica de liquidação de compromissos financeiros, bem como o regime de controle cambial e de importação. Com o estreitamento das relações com os Estados Unidos - intensificadas com o golpe e com a missão Aranha - o Brasil consegue um empréstimo norte-americano depois de estabelecer nome regime cambial.